Вы находитесь на странице: 1из 15

EDUCAÇÃO

Recuperação, aulas no contraturno e novo modelo: o que


escolas e especialistas apontam como alternativa às
reprovações
Brasil gastou quase R$ 16 bilhões ao reprovar em 2016 cerca de 3 milhões de alunos da educação básica.

Por Luiza Tenente, G1


02/03/2018 06h04 · Atualizado há 1 hora

Sala de aula em Vitória (ES) (Foto: Samy Ferreira/ TV Gazeta)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Pedagogia

Direito

Enfermagem

Em um país que tem a missão de aumentar o nível de pro ciência dos alunos e diminuir a
evasão, o único consenso é que especialistas criticam tanto a aprovação automática
quanto a reprovação de alunos.

O G1 ouviu escolas de São Paulo ao Ceará que adotam diferentes estratégias contra a
reprovação: aulas no contraturno, recuperação paralela e contínua e até mesmo a
organização das séries em "ciclos escolares".

Especialistas recomendam alternativas que busquem recuperar o aprendizado do aluno e


evitar defasagens.

“Não vejo a questão da repetência como uma medida


pedagógica positiva. Considerando todas as metodologias
e correntes que valorizam o aluno e o processo de
aprendizagem, podemos pensar em outras soluções” -
Débora Je rey, professora da Faculdade de Educação da
Unicamp.

Os ciclos escolares
A docente da Unicamp cita a proposta de “ciclos escolares”, formulada na década de 1990,
em que a divisão por anos (1º ano, 2º ano, por exemplo) é abolida e substituída por etapas
mais longas. “O tempo de aprendizagem passa a ser maior e é possível avaliar um
estudante de diferentes formas ao longo de cada ciclo. Os mesmos professores cam
acompanhando os alunos por vários anos e têm condições de analisar o desempenho
deles, evitando a reprovação. O acompanhamento é contínuo”, a rma Débora.

Ela conta que a di culdade desse modelo de ciclos é seu custo – envolve formação
continuada de professores, estudos do meio e contatos com tecnologia. O único projeto
que adota essa proposta em sua essência no Brasil é o Escola Plural, em Belo Horizonte -
implantado em parte das instituições da rede municipal.

Recuperação paralela e contínua


Outra alternativa, mais viável nos modelos tradicionais de escola, é a recuperação
paralela. Mas atenção: isso não signi ca que o aluno só terá de fazer novas provas para
alcançar a nota mínima, nem que passará por apenas uma semana de aulas extras.

“Se o aluno não deu conta do conteúdo durante todo o


ano, não vai ser em uma semana que acontecerá um
milagre. Ter a consciência de que o estudante está em
constante aprendizagem é função do colégio” -
psicopedagoga Jane Rapoport, orientadora educacional
da escola Dínamis (RJ)

O jovem precisará ter aulas durante o ano inteiro, com uma metodologia diferente da que
já foi apresentada. “A escola precisa pensar em novos meios para o aluno aprender. Não
adianta repetir o que já foi feito nas aulas”, a rma Raquel Lazzari, professora do
departamento de educação da Unesp de Assis.
“A reprovação deve ser sempre a última opção. Se o
adolescente teve um problema em um ano letivo, os
professores precisarão fazer a recuperação também no
ano seguinte, com a metodologia nova. Não adianta
aprovar uma pessoa e esquecer que a di culdade dela
existiu” - Raquel Lazzari.

Aulas de reforço na rede pública para quem vai fazer o vestibular. (Foto: Divulgação/Agencia Pará)

Contraturno
No Colégio Rio Branco, em São Paulo, existem os chamados “núcleos de apoio” –
encontros no contraturno escolar, com professores assistentes, para tirar dúvidas, fazer
exercícios e rever conteúdos.

Os docentes devem observar, por meio das diferentes avaliações e das aulas, quais
estudantes não estão absorvendo o conteúdo ensinado. Quando é detectada alguma
di culdade, o aluno e seus pais são chamados pela coordenação. “Damos o feedback e
recomendamos o núcleo de apoio. Agora em 2018, por exemplo, a gente está chamando
aqueles alunos que não terminaram 2017 muito bem”, a rma Renato Júdice, doutor em
educação e diretor do colégio. “Se o aluno, mesmo assim, não atinge as expectativas, ele é
retido. Mas esse não é o nosso objetivo. Queremos que ele aprenda.”

As aulas no contraturno também são a alternativa encontrada pela Escola Emílio Sendim
de Ensino Fundamental, colégio público em Sobral, no Ceará. O município é referência em
educação no país – possui 19 instituições de ensino fundamental I, para pessoas de baixa
renda, consideradas excelentes. A Emílio Sendim, inclusive, se destaca há anos no Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

“A nossa recuperação dura o ano todo e acho que esse é


nosso ponto forte. Assim que percebemos a di culdade
de algum aluno, já sugerimos que ele vá para as aulas do
contraturno." - Joelma Faustino, coordenadora
pedagógica

No começo do ano, também fazemos um diagnóstico de leitura, compreensão e


matemática, para selecionar aqueles que precisam de mais apoio”, explica.

“No 3º ano, por exemplo, são 117 alunos e 30 deles estão no reforço. À medida que
recuperam o conteúdo, não precisam mais vir para essas aulas.”

Reforma nas avaliações


Todas essas alternativas podem ser melhor aplicadas quando o sistema de avaliação é
“formativo”, como explica Raquel Lazzari, da Unesp. Isso signi ca que todas as atividades e
provas vão ajudar o professor a fazer um diagnóstico do processo de ensino-
aprendizagem. Ele poderá saber, por exemplo, se a metodologia usada está sendo e caz
para aquela turma. Caso detecte algum problema, pode rever a forma como as aulas
estão sendo ministradas.

“Uma avaliação formativa promove a re exão. Mas o que acontece, em geral, é que as
escolas aplicam provas classi catórias, com o objetivo de dar uma nota e concluir se o
aluno está apto ou não para ser aprovado”, a rma Raquel. “É preciso rever isso.”

Se os docentes conseguirem rever a relação com os alunos e a forma como o conteúdo


está sendo ensinado, a chance de que todos aprendam será maior. A escola perde esse
caráter de punição e foca na aprendizagem.

Apoio emocional
Além de todas as alternativas pedagógicas para evitar a reprovação, é necessário também
que a escola estabeleça uma relação próxima com a família do aluno, segundo
especialistas. Os pais precisam saber o que está acontecendo ao longo do ano – antes de
o boletim chegar. Também necessitam estar atentos aos sinais psicológicos que o jovem
emite. Pode ser que o mau desempenho escolar esteja ligado a algum problema
emocional.

“A reprovação não acontece de uma hora para outra,


então não pode ser uma surpresa nem para os pais, nem
para os alunos. Se a família e a escola estiverem próximas,
é possível diagnosticar o que está acontecendo antes do
resultado nal”, a rma a psicóloga Rita Calegari.

“Um divórcio, uma perda de alguém querido ou casos de bullying podem afetar o
desempenho do aluno.”

Estudantes que foram reprovadas contam que sentiram falta de um apoio emocional na
escola. Bianca Garoiu, do Rio de Janeiro, estudava em uma escola pública tradicional,
considerada uma das melhores da cidade.
“No ensino médio, era muito puxado, muitas provas difíceis, problemas de infraestrutura,
ventilador pegando fogo, professor afastado. A rotina pesada me levou a um
esgotamento mental absurdo, que foi se somando à depressão”, conta.

“Não conseguia mais estudar nem ir às aulas. Vomitava todo dia de manhã. E em nenhum
momento, houve um acompanhamento da escola. Fui várias vezes para a enfermaria,
passando mal, e ninguém nunca me deu apoio. Tudo que zeram foi me reprovar”, relata.

Nanda Braciak, de Florianópolis, passou por uma situação semelhante. Ela não conseguiu
se dedicar aos estudos porque sofria bullying.

“Foi a pior época da minha vida. Quando fui reprovada no 1º ano do ensino médio, desisti
e fui fazer o Encceja (exame que pode dar o certi cado de conclusão escolar para quem
não se formou na idade correta). A ideia de começar tudo de novo naquele colégio me
dava pavor”, conta.

“Acho que tinha de ter mais ajuda nas escolas, algum


educador ou psicólogo vendo se algum problema
emocional está afetando o desempenho dos alunos. Eu
concordo com a reprovação em último caso. De resto,
acho que, com mais apoio, ajuda e conversa, muita coisa
seria resolvida”. - Nanda Braciak

Além de di culdades emocionais, é possível que o estudante tenha também algum


distúrbio neurológico, como dé cit de atenção, dislexia ou discalculia. Foi o que ocorreu
com a lha de Patrícia*, reprovada no 1º ano do ensino médio.

“Procurei ajuda, mas a escola não abriu as portas. Só se preocupava em manter alunos
com notas altas, que entrariam nas melhores faculdades. Minha lha tem dé cit de
atenção e ninguém nunca descon ou. Isso só contribuiu para ela car com a autoestima
baixa. Começou a se automutilar e precisou se tratar”, diz a mãe.
*Nome ctício, a pedido do entrevistado

MAIS DO G1

Brasil gasta R$ 16 bilhões com reprovação de 3


milhões de alunos em 2016, aponta levantamento
País não tem lei que regulamenta a reprovação. Especialistas defendem equilíbrio: apontam que
repetência pode levar ao abandono, mas dizem que aprovação automática não é solução.

3 min

EM EDUCAÇÃO

Professor é preso por assédio sexual a aluna dentro de escola em Porto


Seguro; polícia investiga outros casos
Caso ocorreu em colégio particular de cidade no sul da Bahia, na semana passada.
EM BAHIA

Inscrições para o Pibid e a residência pedagógica começam no dia 7


Universidades públicas e privadas podem incluir projetos de cursos de licenciatura nos dois
programas com início previsto para o segundo semestre.

EM EDUCAÇÃO

Mulher que matou cachorro a garrafadas é encontrada morta em


Araraquara
Quando Samu chegou, a vítima já estava sem vida. Caso será investigado como morte suspeita. 
EM SÃO CARLOS E REGIÃO
Fisioterapeuta nega abuso sexual em adolescente, porém imagens de
câmeras revelam contradições 
Homem ainda é suspeito de "pesquisar" sobre a vida da vítima logo após o crime. Suspeito
permanece preso preventivamente. 

EM MATO GROSSO DO SUL

Sabesp abre inscrições de concurso para 661 vagas


Cargos são de todos os níveis de escolaridade; salários vão de R$ 1.854,54 a R$ 7.964,50.
EM CONCURSOS E EMPREGO

Testemunha de chacina é encontrada morta em área de mata na Zona


Norte de Manaus
Mulher era a única testemunha de um crime ocorrido em 2015 e estava sendo ameaçada de
morte, segundo familiares.

EM AMAZONAS

Mulher de o cial do Exército é suspeita de matar lho de 1 ano e se matar


em Rondônia
Mulher teria usado arma de fogo para matar a criança e cometer suicídio em vila de casas
militares na região central de Porto Velho, segundo a 17ª Brigada do Exército.
EM RONDÔNIA

Cabine de piloto do Metrô ca destruída após descarrilamento de trem no


DF
Acidente ocorreu na manhã desta quarta entre estações Arniqueiras e Águas Claras. Vídeo mostra
metrô coberto de poeira após sair dos trilhos.

6 seg

EM DISTRITO FEDERAL

Sexta-feira, 2 de março
Bom dia! Aqui estão os principais assuntos para você começar o dia bem-informado. 
3 min

EM AGENDA DO DIA

Arqueólogos dizem ter solucionado mistério sobre 'múmia que grita'


encontrada há mais de 100 anos
Pesquisadores zeram exame de DNA na múmia de Ramsés 3º e disseram que o material
encontrado indica que restos mortais são de Pentaur, lho do faraó que fez um complô para
matá-lo.

EM CIÊNCIA E SAÚDE

Mais de 12 mil alunos voltam às aulas no município de Cruzeiro do Sul


Apenas duas escolas da zona urbana, Marcelino e Champagnat e Thaumaturgo de Azevedo, não
retornaram as alunas, pois estão em processo nal de reforma.
EM CRUZEIRO DO SUL E REGIÃO

Menor sofre lesão no tórax após agressão entre alunos dentro de escola
estadual de Presidente Prudente
Agressor, de 17 anos, teria cado com ciúme de uma garota com quem a vítima, de 15 anos,
conversava.

EM PRESIDENTE PRUDENTE E REGIÃO

Estudante é baleado dentro de escola estadual em São João del Rei


Tentativa de homicídio ocorreu na manhã desta quinta (1°); outro aluno é suspeito do crime e se
apresentou a tarde junto com a mãe na Delegacia. SEE-MG acompanha o caso.
EM ZONA DA MATA

Mãe denuncia escola após meninas ameaçarem 'queimar' lho de ciente


Polícia vai investigar agressão a adolescente de 17 anos na Escola Estadual Professor Jair Barth,
em Itapetininga (SP). Diretoria de Ensino diz que caso já foi resolvido e não houve bullying.

EM ITAPETININGA E REGIÃO

VEJA MAIS

globo.com
© Copyright 2000-2018 Globo Comunicação e Participações S.A.

Вам также может понравиться