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Os Mileritas e o Grande Desapontamento de 1844

Dr. Renato Stencel

Prestes a subir ao Céu, os discípulos de Cristo lhe perguntaram: “Senhor,


será este o tempo em que restaures o reino de Israel?” (Atos 1:8). E assim Jesus
se despediu de seus discípulos e ascendeu ao Céu. Mas, agora onde estava o
seu reino? E a esperança e expectativa do reencontro? Enquanto Jesus foi
elevado nas nuvens, estando eles ainda olhando para cima, eis que dois anjos
se puseram ao seu lado e lhes disseram: “Varões galileus, por que estais
olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do
modo como o vistes subir” (Atos 1:11).
A promessa do Segundo Advento de Cristo se tornou a grande esperança
dos cristãos de todas as épocas. De fato, esse é o clímax de todas as profecias
bíblicas desde os tempos antigos até os nossos dias. Tal profecia foi
intensamente proclamada pelos apóstolos, que prontamente aguardaram pelo
seu cumprimento. E ao longo das eras se tornou a profecia mais estudada da
Palavra de Deus.

1. O surgimento do movimento milerita


Entre os anos de 1840-1844, surgiu nos Estados Unidos um movimento
multidenominacional chamado milerita. Tal grupo baseava suas ideias em
diferentes interpretações proféticas que resultou no surgimento de diversos
grupos de seguidores chamados de adventistas. O maior deles tornou-se
conhecido como Adventistas do Sétimo Dia.
De fato, os mileritas se consideram como a continuação de uma
despertamento internacional com ênfase na segunda vinda de Cristo e na
proclamação da ‘proximidade do advento’ que se desenvolveu quase
simultaneamente em muitos países no início do século 19.
Os mileritas que eram conhecidos por adventistas foram todos seguidores
de Guilherme Miller, um fazendeiro do estado de Nova Iorque e um ministro
licenciado da Igreja Batista que se destacou por sua ênfase na pregação do
retorno de Jesus Cristo. Miller estudou detidamente a Bíblia por mais de quinze
anos e ao longo desse período utilizou as Escrituras como sua própria intérprete.
Ao redor de 1840, dezenas de pregadores pelo mundo estavam
proclamando a volta de Jesus com base no estudo da profecia de Daniel 8:14.
De acordo com o pesquisador Le Roy Edwin Froom havia pregadores de
diversas denominações cristãs, brancos, negros, mulheres e até mesmo
crianças. Houve uma garota campesina na Europa que atraiu cerca três a quatro
mil pessoas ao pregar a mensagem sobre a volta de Jesus.1
Nos Estados Unidos, a pregação e os escritos de Guilherme Miller,
despertaram a paixão de milhares de pessoas. A mensagem de Miller e seus
associados defendia a seguinte ideia: “Assim como o primeiro advento de Jesus
Cristo foi predito em Daniel 9, seu segundo advento é identificado em Daniel 8:14
que afirma: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será
purificado”. (Daniel 8:14). Visto que a terra deve ser o ‘santuário’ a ser
‘purificado’, isso vai acontecer por meio do fogo quando Jesus voltar.
Começando com 457 a.C., a profecia dos 2300 dias/anos de Daniel 8:14
culminará ao redor de 1843-1844. Jesus virá outra vez por volta desse tempo.
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Portanto, prepare-se para encontrá-Lo! Sua volta será um evento literal e visível
que precederá o milênio.” Essa era a essência da mensagem milerita.
Após anos de estudos e expectativas cronológicas, um de seus auxiliares
Samuel Snow2 escreveu um livreto onde identificava a data de 22 de outubro de
1844 como o dia estabelecido para o cumprimento da profecia. De acordo com
a conclusão dos mileritas, aquele era o dia em que a terra seria purificada pelo
retorno de Jesus. Assim, dezenas de milhares, aguardaram com paciência e
fervor, até a chegada do dia identificado na profecia. Então eles esperaram o dia
inteiro, até a meia-noite, mas, Jesus não veio, deixando-os profundamente
desapontados. Dessa maneira, foram forçados a admitir a existência de algum
equívoco na interpretação da profecia do profeta Daniel.

2. O nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia


Um grupo pequeno dentre os desapontados voltaram a estudar as
Escrituras com mais intensidade a fim de buscar a compreensão quanto ao
evento profético. Não demorou muito para concluírem que embora a data de 22
de outubro de 1844 estivesse correta, o evento estava errado. Esses crentes
entenderam que o santuário a ser purificado não estava na terra, mas no céu.
Jesus havia entrado no santo dos santos do santuário celestial para dar início a
Sua obra de julgamento. Como Ellen G. White mais tarde declarou: “O assunto
do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de
1844.”3
Ao explicar esse momento o teólogo Ángel Manuel Rodríguez destaca:
“Tendo completado na terra a obra para a qual viera (João 17:4, 5; 19:30), Cristo
‘foi elevado ao céu’ (Atos 1:11) para ‘salvar definitivamente aqueles que, por
meio dEle, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles’
(Hebreus 7:25), até que em Sua segunda vinda Ele vai aparecer ‘não para tirar
o pecado, mas para trazer salvação aos que O aguardam’ (Hebreus 9:28).
Entre esses dois polos, a cruz e o glorioso retorno do Senhor, Cristo atua
como sacerdote real ‘no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor
erigiu, e não o homem’ (Hebreus 8:2), o advogado (I João 2:1)
e intercessor daqueles que nEle creem (Romanos 8:34). Como nosso Sumo
Sacerdote, Cristo está ministrando os benefícios de Seu sacrifício àqueles que
vêm a Ele, um ministério tão essencial à nossa salvação como Sua morte
substitutiva.”4
Dessa forma, o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 se
tornou uma poderosa mensagem. É verdade que Jesus não veio como os
mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados
descobriu nova luz bíblica – a verdade de que Cristo entrou na fase final de Seu
ministério sumo-sacerdotal no santuário celestial, após o qual Ele vai finalmente
voltar para redimir Seu povo.
A partir da compreensão dessa verdade identifica-se o nascimento da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, com sua fé firmemente ancorada no breve
retorno de Jesus e em todos os Seus princípios registrados na Sua
Palavra. Portanto, o dia 22 de outubro de 1844 é, de fato, um marco de capital
importância para o nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Sendo assim, profeticamente falando, o ano de 1844 não pode ser
minimizado ou esquecido. O conselho de Ellen White é oportuno: “Ao recapitular
a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso
progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando
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vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na


liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que
esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos
ministrou no passado.”5

REFERÊNCIAS:
1 Ver Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical
Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.: Review and Herald
Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718). ↑
2 Ver:http://centrowhite.org.br/files/ebooks/apl/portugues/Snow/O%20Verdadeiro

%20Clamor%20da%20Meia-Noite.pdf.
3 Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,

2004. p. 423. ↑
4 Ángel Manuel Rodríguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology.

Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 2000. p. 375. ↑


5 Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,

1987, vol. 3. p. 196. ↑

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