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NOME DO ADVOGADO OU ESCRITÓRIO Rua xxxxxxxxxxxx, nº.

xx/xx,
OAB/UF XX.XXX Bairro xxxxxxx,
Cep xxxxxxxx,
Cidade xxxxxxx. - Estado.

Email: advogado@mail.com.br
Fone: (XX) XXXXX.XXXX

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DR. (A) JUIZ(A) DE DIREITO DO __JUIZADO ESPECIAL CÍVEL/VARA


CÍVEL DA COMARCA DE ____________/ESTADO

FULANO DA SILVA, estado civil (ou existência de união estável),


profissão, CPF nº. xxx.xxx.xxx-xx, nacionalidade, endereço
eletrônico: XXXXXXXXXXXXX, domiciliado e residente na Rua
xxxxxxxxxx, nº. xxxx, Bairro xxxxxxxxxx, cidade de xxxxxxxxxx, vem,
respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu procurador
signatário, instrumento de mandato em anexo, propor a presente,

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DANOS MORAIS

Em face de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX S/A,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº
XX.XXX.XXX/0001-00, endereço eletrônico xxxx@mail.com.br, com
sede na Avenida XXXXXXX, XXXX, na cidade de XXXXXXXXXXX/XX,
que deverá ser citada na pessoa de seu representante legal, pelos
motivos de fato e de direito, que passa expor:

I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Inicialmente, destaca o requerente que não possui condições de arcar com


custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio, conforme
demonstra o documento 2 (em anexo), razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça,
nos termos dos artigos 98 a 102 do NCPC, o que requer desde já.

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II. DOS FATOS

Com objetivo de realizar uma viagem, o autor adquiriu passagens aéreas da


empresa ré XXXXX no ano de 20XX . Como se vê do bilhete eletrônico, o autor partiria de NOME DA
CIDADE, em um vôo da empresa XXXXXXXX, no dia XX de XXXXXX de 201X, às XXhXXmin, com
chegada prevista a NOME DA CIDADE às XXhXXmin, de onde seria transportado pela empresa XXX,
às XXhXXmin com destino a NOME DA CIDADE/ESTADO ou PAÍS, aterrissando XXhXXmin do dia
11.22.2014. De NOME DA CIDADE/ESTADO ou PAÍS, partiria às XXhXXmin, em vôo sucessivo, com
destino a NOME DA CIDADE/ESTADO ou PAÍS. A chegada ocorreria às XXhXXmin do dia 11.22.2014.

Ocorre que, ao desembarcar na cidade de NOME DA CIDADE, seu destino final, o


autor descobriu que sua bagagem, ao contrário do que esperava, não se encontrava no aeroporto.

Ele aguardou que todos os passageiros da aeronave retirassem as suas bagagens


da esteira. E, após uma, duas horas de espera, concluiu junto com os funcionários do aeroporto que
suas bagagens haviam sido extraviadas. Destaca-se que além de ser pessoa idosa, o consumidor não
fala italiano ou inglês. Assim, diante da dificuldade de comunicação, passou por enorme
constrangimento.

Segundo os funcionários da empresa XXXX (alguns dos quais entendiam o


português), ao realizar o check-in em NOME DA CIDADE no guichê da empresa XXXXXXXX, na
etiqueta em sua bagagem foi indicado que o destino da mesma era o aeroporto da cidade de NOME
DA CIDADE/ESTADO ou PAÍS. Ou seja, destino totalmente diferente do correto, que era XXXXXXXX.

Prometeram os funcionários que a bagagem seria entregue no próximo vôo, de


nº XXXXX, com previsão de chegada às XXhXXmin, solicitando ao autor para retornar durante a
noite. Diante do apresentado, o autor retornou ao aeroporto no horário indicado, tendo ficado
esperando por mais duas horas, sem que sua bagagem fosse recebida.

Ou seja, junto ao “Bagage Service” do aeroporto Nome do Aeroporto/Cidade,


identificou-se que a bagagem não se encontrava no aeroporto de Cidade, concedendo ao autor
somente um número de rastreamento da localização da mesma, nada mais. Mais uma vez, sem
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qualquer tipo de assistência, o autor saiu do aeroporto de mãos vazias, na expectativa que que sua
bagagem fosse localizada o quanto antes, possibilitando a ele o efetivo aproveitamento da viagem a
que se propôs.

Os funcionários da NOME DA COMPANHIA tentaram se eximir da


responsabilidade do extravio das malas, argumentando que a bagagem só foi perdida em razão de
um erro de etiquetagem ocorrido no guichê da empresa NOME DA COMPANHIA, sendo esta
companhia aérea, portanto, responsável. Ocorre que o consumidor nada tem a ver com os trâmites
internos entre as companhias aéreas, que realizam permutas de passageiros, nem com a correta
“etiquetagem”, devendo ser ressarcido integralmente por qualquer das empresas, tendo ambas as
rés prestado um serviço defeituoso, o que atrai a regra da solidariedade prevista no Código de
Defesa do Consumidor.

Ratifica-se que confiando que as empresas iriam prontamente encontrar as


bagagens e que elas seriam entregues “no próximo vôo”, o autor retornou ao aeroporto à noite e
esperou das 23:19 as 01:38 , aguardando a saída de todos os passageiros da aeronave, voltando ao
hotel sem suas bagagens, como é possivel apurar do horario de saida do ticket de estacionamento
do aeroporto NOME DO AEROPORTO/CIDADE (Destaca-se que o aeroporto é distante XXKm do
hotel onde se encontrava hospedado). Apos a inútil espera, o autor pediu novamente informações
sobre a data de recebimento de sua bagagem aos funcionarios da NOME DA COMPANHIA, que, por
sua vez, não souberam informar em quanto tempo a mesma chegaria em suas mãos,
provavelmente no dia seguinte.

Assim, na manha do dia seguinte, mais uma vez, o autor voltou ao aeroporto,
onde foi informado da chegada de suas malas. Porém, quando entregues as malas, verificou que
elas estavam danificadas, ou seja, as suas malasque custam no Brasil pelo menos R$ 500,00 foram
danificadas no transporte indevido realizado pelas companhias demandadas. De imediato,
prencheu o Relatório de bagagem danificada , e foi informado que seria ressarcido pelos danos,
bastando telefonar para o número indicado no Relatório.

Enfim, na tarde do dia XX de XXXXX, um dia antes da viagem para seu próximo
destino, a cidade de NOME DA CIDADE/ESTADO ou PAÍS, o autor entrou novamente em contato com
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a empresa para saber como proceder com o reembolso das malas (conforme referido acima, o
autor recebeu as malas muito danificadas, inclusive sem as alças , o que impossibilitaria levá-las
consigo em seu próximo destino) e foi instruído a comprar novas malas para nao perder a viagem
do dia XX de XXXXX e solicitar o ressarcimento do valor junto à NOME DA COMPANHIA em NOME
DA CIDADE DE ORIGEM.

Enfim, o autor providenciou a compra de nova mala mais econômica, pela qual
pagou 58,00 euros no total. Cabe observar que, além de retornar ao aeroporto diversas vezes
pagando estacionamento e perdendo tempo de viagem, o autor teve de adquirir produtos de
higiene, roupas, entre outras coisas.

Lamentavelmente, o serviço prestado pelas operadoras pode ser resumido da


seguinte forma: a prestação do serviço foi manifestamente defeituosa! Em razão da perda e extravio
de sua bagagem, o consumidor permaneceu sem sua bagagem pessoal, perdeu 2 dias dos 3
previstos para visitar a cidade de Roma!, tendo que ir em várias oportunidades ao Aeroporto
estrangeiro, recorrer a inúmeros contatos com a empresa aérea para recuperar suas coisas e ainda
realizar gastos não planejados em seu orçamento.

Não poderia ser mais evidente a existência de falha no serviço prestado


ensejando indenização por danos morais e materiais.

II. DO DIREITO:

II.1 - DA INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

É indiscutível a relação contratual existente entre as partes, não tendo a


requerida cumprindo com a sua obrigação, qual seja, de transportar o autor e sua bagagem até seu
destino final na data de XX/XX/201X, tendo ocorrido o extravio da bagagem por XX dias, fazendo
com que o autor amargasse prejuízos imediatos e de todas as ordens, uma vez que a programação
inicial ficou totalmente comprometida, pois havia perdido atividades e passeios programados.

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No contrato de transporte aéreo existe uma relação de consumo direta e


objetiva, observados os termos do art. 3°, § 2°, do CDC, sendo este um direito cristalino e
inarredável ao autor, posto que a prestação adequada de serviço é de natureza pública, uma vez
considerando que a requerida também é uma concessionária de serviço público, na forma do art.
173 da CF.

Exatamente por isso, a companhia aérea responde pelos danos causados aos
passageiros, em caso de má prestação de serviço, exatamente na forma prevista no disposto no art.
22, § único do mesmo Diploma.

No caso em testilha, a responsabilidade da concessionária é objetiva,


independentemente de apuração de culpa, somente isentando-se do dever de indenizar quando
comprovar a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, ou a inexistência de defeito, diante do
teor do artigo 14, § 3°, do CDC, o que não é o caso dos autos.

A Constituição Federal em seu art. 5º, inciso XXXII, expressa como Direito e
Garantia Fundamental a proteção do consumidor, reconhecendo a sua vulnerabilidade diante do
mercado de consumo, de acordo com o art. 4º, inc. I, da Lei 8.078/90, em especial nas relações
contratuais de adesão, as quais são caracterizadas pela sua verticalidade, em oposição às relações
regidas pelo Código Civil, impregnadas que são pelo primado da igualdade entre as partes e do
sinalagma dessas disposições contratuais.

Assim, é que o fornecedor de qualquer produto ou serviço deve observar a


qualidade e segurança dos mesmos para somente então ofertá-los ao mercado consumidor, nos
termos do que dispõe o art. 4º, inciso V, da Lei 8.078/90, respondendo objetivamente pelos danos
causados, consoante dispõem os art. 6º, inciso VI e art. 14, ambos do mesmo diploma.

Nessa linha de raciocínio, importante destacar aplicabilidade do CDC ao caso,


afastando-se a incidência do Código Brasileiro de Aeronáutica, bem como da Convenção de
Varsóvia, uma vez que o CDC é norma especial, posterior ao CBA, acrescido da circunstância de ter
hierarquia superior à referida Convenção, o que significa que não se aplicam as limitações previstas

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na Convenção de Varsóvia, ou mesmo do Código Brasileiro de Aeronáutica, quanto às indenizações


cabíveis ao caso.

Necessário reforçar o fato de que a ré, que por sua própria conveniência,
compartilhou o vôo do autor com outra companhia aérea, falhou desde a etiquetagem na bagagem
em NOME DA CIDADE DE ORIGEM.

Contudo, mais grave ainda foi a falta de informação adequada e da mínima


assistência prestada ao autor, além dos danos causados à bagagem. Isto tudo gerou ao autor
enorme tensão e transtornos muito superiores ao suportável, que ratifica-se, é um consumidor
idoso, que estava em país estrangeiro e cuja língua não domina.

Sobre a incidência do CDC ao caso em tela, colacionamos os ensinamentos de


Antônio Herman V. Benjamin, no artigo “O Transporte Aéreo e o Código de Defesa do Consumidor”,
publicado na Revista Ajuris, edição especial, Tomo II, págs. 499/513:

“Todo o restante do Código de Defesa do Consumidor não encontra


qualquer antagonista (=precedente), seja na Convenção, seja no Código
Brasileiro de Aeronáutica. Importa dizer, em temas como o controle das
cláusulas abusivas, da publicidade, dos bancos de dados, da cobrança de
dívidas e das práticas abusivas (entre elas, o overbooking), o Código de
Defesa do Consumidor reina sozinho. E já que, observamos há pouco,
ninguém contesta seja o transporte aéreo serviço de consumo, tem o
Código total e indisputada aplicação nessas áreas.” - grifo nosso –

Enfim, o tema é bem conhecido dos Tribunais, valendo destacar os seguintes


julgados pela semelhança com o caso concreto:

TRANSPORTE AÉREO. EXTRAVIO DE PASSAGENS E MERCADORIAS.


RESPONSABILIDADE OBJETIVA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR. REQUISITOS COMPROVADOS. A
responsabilidade civil das companhias aéreas em decorrência da má
prestação de serviços, inclusive nos casos de extravio ou avarias em
bagagens e mercadorias, cancelamento e atrasos de vôos, passou a
ser objetiva após a entrada em vigor do Código de Defesa do
Consumidor (Lei 8.078/90), afastando-se a incidência das regras do
Código Brasileiro de Aeronáutica que fixava limite indenizável.
Tratando-se de relação de consumo, a responsabilidade civil
decorrente da prática de ato ilícito é objetiva (art. 14 CDC), sendo
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que a obrigação indenizatória exigirá a ocorrência da conduta do


agente (independente de culpa), dano e nexo causal. Comprovados
os requisitos legais, a reparação do dano é medida que se impõe.
(TJ-MG - AC: 10702120102455001 MG, Relator: Luiz Artur Hilário,
Data de Julgamento: 01/12/2015, Câmaras Cíveis / 9ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 25/01/2016)

DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores que integram a Nona


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por
unanimidade de votos, em negar provimento ao apelo e, de ofício,
adequar o termo inicial dos juros de mora referentes à indenização
moral, nos termos do voto do Relator. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL -
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - TRANSPORTE AÉREO - EXTRAVIO DE
BAGAGEM - RELAÇÃO DE CONSUMO - INCIDÊNCIA DAS REGRAS DO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - RESPONSABILIDADE
OBJETIVA - DEVER DE INDENIZAR - DANO MATERIAL
DEMONSTRADO - APLICAÇÃO DA TEORIA DA REDUÇÃO DO
MÓDULO DE PROVA - DANOS MORAIS EVIDENCIADOS - QUANTUM
INDENIZATÓRIO - MANUTENÇÃO - Apelação Cível n. 1.425.550-0
JUROS DE MORA - TERMO A QUO - CITAÇÃO (ART. 405 DO CC) -
ALTERAÇÃO DE OFÍCIO - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.APELO
DESPROVIDO. ADEQUAÇÃO DO TERMO INICIAL DOS JUROS DE
MORA, DE OFÍCIO. (TJPR - 9ª C.Cível - AC - 1425550-0 - Araucária -
Rel.: Domingos José Perfetto - Unânime - - J. 17.12.2015)

Tendo a requerida descumprido o contrato de transporte firmado com o


demandante, deve recair sobre esta o ônus de arcar com a devida reparação, até com cunho
propedêutico, a fim de que seja mais cuidadosa no exercício de suas atividades comerciais, inclusive
com o fito de desestimular a reincidência.

Assim sendo, não há como isentar a demandada de arcar com as devidas


indenizações.

II.2 – DO DANO MORAL

O dano moral, in casu, é inquestionável, tendo em vista os prejuízos de ordem


moral e material, a frustração, dor, quebra de uma expectativa, angústia, raiva, humilhação,
insegurança, sensações estas experimentadas/amargadas pelo autor em conseqüência do extravio
da mala por XX dias e das idas e vindas ao aeroporto da cidade de NOME DA CIDADE/ESTADO ou
PAÍS.

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É inegável que, diante do presente quadro fático, pelo qual passou o passageiro,
ora autor, não podem ser consideradas meros dissabores, uma vez que trazem sempre
transtornos das mais variadas ordens ao consumidor.

No caso concreto resta flagrante que ocorreu: (1) O extravio das bagagens por
XX dias em país distante, cuja língua não dominava o autor; (4) A perda de passeios e atividades
programadas e pagas; (3) Os danos ocasionados nas bagagens do autor.

Assim, tal situação deverá ser muito bem sopesada por este juízo, tendo em
vista à flagrante quebra de expectativa do autor, os aborrecimentos, as frustrações, vexame, os
transtornos ocasionados.

Importante atentar-se para o reconhecimento de culpa por parte da segunda


requerida, quando esta inclusive orientou o autor a retornar por duas vezes no aeroporto para
verificar se sua bagagem havia sido recuperada, e após, a preencher um requerimento de
ressarcimento dos prejuízos causados pelo péssimo cuidado com suas bagagens durante o
transporte.

A indenização deve atender ao caráter pedagógico e coercitivo da condenação


por danos morais em valores expressivos, a fim de que sejam coibidos tais abusos. Deve-se destacar
queindenizações em valores de pouca monta, em nada coíbem tais atitudes, somente incentivam a
prática lesiva, principalmente levando-se em consideração o porte econômico da requerida.

Segundo preleciona o Yussef Said Cahali, in Dano Moral, 2ª ed., São Paulo, Ed.
RT, 1998, à pág. 515, verbis:

“A prestação de serviços de transporte e turismo vai se tornando uma


autêntica atividade de risco, ainda que normalmente previsível; os
percalços contingentes a que se expõem tais empresas no adimplemento
da prestação assumida fazem-nas responsáveis, seja em razão da culpa,
seja em razão de falha de serviço, a indenização de danos tanto
patrimoniais como morais, seja pela expectativa frustrada de sua clientela,
seja igualmente pelo desvio de bagagens.”

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E arremata referindo que:

“É da própria lei, portanto, a previsão de reparabilidade de danos morais


decorrentes do sofrimento, da dor, das perturbações emocionais e
psíquicas, do constrangimento, da angústia, do desconforto espiritual por
bem ou serviço defeituoso ou inadequado fornecido.”

Ademais, em relação ao quantum, cumpre ressaltar que a indenização por danos


morais tem função diversa daquela referente à dos danos patrimoniais, não podendo ser aplicados
critérios iguais para sua quantificação, uma vez que a reparação de tal espécie de dano procura
oferecer compensação ao lesado para atenuar o sofrimento havido e, quanto ao causador do dano,
objetiva infligir-lhe sanção, a fim de que não volte a praticar atos lesivos à personalidade de outrem.

Uma vez sendo impossível repor a situação no estado anterior, conceito próprio
para indenização, concede-se um prazer futuro pelo desprazer passado – o que, em sociedade
como a nossa, o dinheiro logra obter. É o “equivalente adequado” de que fala Aguiar Dias (Da
Responsabilidade Civil, 9ª ed., II, p. 740). Não há por que resistir a isso: ‘Atribui-se um valor à
reparação, com duplo objetivo de atenuar o sofrimento injusto do lesado e de coibir a
reincidência do agente na prática de tal ofensa, mas não como eliminação mesma do dano
moral’ (Humberto Theodoro Júnior, Dano Moral, 1998, p. 3).

Seja a jurisprudência:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 669.978 - DF (2015/0044560-4)
RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE AGRAVANTE : VGR
LINHAS AÉREAS S/A ADVOGADOS : MÁRCIO VINÍCIUS COSTA
PEREIRA E OUTRO (S) JORGE LUIZ ZANFORLIN FILHO AGRAVADO :
ALBERTO HENRIQUE BARBOSA JUNIOR ADVOGADO : ALBERTO
HENRIQUE BARBOSA JÚNIOR (EM CAUSA PRÓPRIA) INTERES. :
AMERICAN AIRLINES INC AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. OMISSÃO. ALEGAÇÃO
GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. EXTRAVIO DE BAGAGEM. DANO
MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO EXORBITANTE (DEZ MIL REAIS).
NÃO OCORRÊNCIA. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7 DO
STJ. AGRAVO IMPROVIDO. DECISÃO Trata-se de agravo nos próprios
autos interposto por VRG Linhas Aéreas S.A. contra decisao do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios que negou
seguimento ao recurso especial em razão da incidência da Súmula

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n. 7 do STJ e ausência de violação do art. 535 do CPC. A agravante


sustentou a inaplicabilidade da referida súmula para obstar o
seguimento do recurso especial, bem como a negativa de prestação
jurisdicional nos seguintes termos (e-STJ, fls. 508-520).
Contraminuta às fls. 524-532 (e-STJ). Cuida-se, na origem, de ação
de indenização por danos materiais e morais ajuizada pela parte
agravada em desfavor da ora agravante, em razão do extravio de
bagagem verificada na viagem de volta de Miami para São Paulo, e
sua posterior violação, na qual se pleiteia o pagamento de R$
36.802,98 (trinta e seis mil oitocentos e dois reais e noventa e oito
centavos). A sentença julgou parcialmente procedente o pedido
inicial para condenar a agravante ao pagamento dos danos
materiais comprovados e de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de
danos morais (e-STJ, fls. 357-366), contra a qual foi interposta
apelação (e-STJ, fls. 368-383), desprovida pelo Tribunal a quo em
acórdão assim ementado (e-STJ, fl. 432): DIREITO CIVIL E DO
CONSUMIDOR - APELAÇÃO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -
RESPONSABILIDADE CIVIL - EXTRAVIO DE BAGAGEM EM
TRANSPORTE AÉREO - ABALO MORAL INDENIZÁVEL - NEGLIGÊNCIA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DANO MORAL - JUROS DE MORA -
TERMO INICIAL - CITAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
Na relação de consumo o fornecedor responde objetivamente pelos
danos, quer moral, quer material, causados ao consumidor, em
decorrência da teoria do risco do negócio ou da atividade. Assim, é
devida a condenação do fornecedor quando demonstrada a
ocorrência do fato, o dano e nexo de causalidade, nos termos do
art. 14 do CDC, salvo se provar a inexistência do defeito na
prestação do serviço, o fato exclusivo do consumidor, ou a
ocorrência de caso fortuito ou força maior, o que não ocorreu. O
magistrado, ao arbitrar o valor da indenização, além de observar os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, deve ponderar o
grau de ofensa produzido, a posição econômico-social das partes
envolvidas, proporcionando a justa recomposição à vítima pelo
abalo experimentado e, de outra parte, advertir o ofensor sobre sua
conduta lesiva, mediante coerção financeira suficiente a dissuadi-lo
da prática reiterada do mesmo ilícito. Na condenação por danos
morais, os juros de mora incidem a partir da citação, no caso de
responsabilidade contratual. Precedentes do STJ. Recurso conhecido
e desprovido. Opostos embargos de declaração (e-STJ, fls. 454-459),
foram eles rejeitados (e-STJ, fls. 461-472). No recurso especial,
asseverou violação dos arts. 333, I, 535 do CPC; 403, 884, 944 e 946
do CC/2002. Sustentou, em suma, negativa de prestação
jurisdicional, bem como a redução do quantum indenizatório.
Foram apresentadas contrarrazões (e-STJ, fls. 494-501). Brevemente
relatado, decido Feito esse resumo, observo que o recurso não deve
ser provido. Inicialmente, anoto que não se pode conhecer da
apontada violação do artigo 535 do CPC, pois as alegações que a
fundamentaram são genéricas (e-STJ, fl. 479), sem discriminação
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dos pontos efetivamente omissos, contraditórios ou obscuros sobre


os quais tenha incorrido o acórdão impugnado. Incide, no caso, por
analogia, a Súmula 284/STF. A propósito: AgRg no REsp n.
1.258.317/RN, Relator o Ministro Benedito Gonçalves, DJe de
2/9/2014. Em relação ao valor arbitrado a título de danos morais
pelas instâncias ordinárias, é pacífica a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça de que esse quantum só pode ser reexaminado
nesta Corte nos casos em que o valor indenizatório for irrisório ou
exorbitante. No presente caso, referida indenização foi fixada em R$
10.000,00 (dez mil reais), está muito bem fundamentada pelo
Tribunal a quo e de acordo com as peculiaridades do caso concreto
(e-STJ, fls. 443-449), seguindo os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, não se mostrando irrisória e tampouco
exorbitante. Ademais, para que se possa rever o valor indenizatório
é necessário o revolvimento do acervo fático-probatório dos autos,
procedimento que também encontra óbice no enunciado n. 7 da
Súmula desta Corte. A propósito, colaciono os seguintes
precedentes, destacando que, em todos, foi fixada indenização por
danos morais por extravio de bagagem no importe de R$10.000,00
(dez mil reais): AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. DANO MORAL.TRANSPORTE AÉREO. EXTRAVIO DE
BAGAGEM. REVISÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. 1.
"A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial" (Súmula 7/STJ). 2. Agravo regimental a que se nega
provimento. (AgRg no AREsp 556.855/MS, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 23/09/2014, DJe
30/09/2014). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL.
EXTRAVIO DE BAGAGEM. INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E
MORAIS. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO
DOS PRECEITOS LEGAIS DITOS VIOLADOS. VALOR DANO MORAL
FIXADO EM PARÂMETRO RAZOÁVEL E EM CONFORMIDADE COM A
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. NÃO PROVIMENTO. 1. Não
prequestionados os preceitos legais ditos violados, tem aplicação a
Súmula 282 do STF. A ausência de prequestionamento impede o
pronunciamento desta Corte sobre a matéria tratada nos
dispositivos legais citados pela parte, pois não foi atendido
pressuposto específico de conhecimento do recurso especial. 2. As
conclusões do acórdão local acerca da ilicitude da recorrente e dos
danos dela advindos, estão coligidas a partir dos elementos fáticos
constantes dos autos, portanto, ainda que fosse possível ultrapassar
a Súmula 282/STF, o exame da insurgência recursal esbarraria no
enunciado da Súmula 7/STJ. 3. O valor arbitrado a título de dano
moral não extrapolou os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade a justificar a intervenção desta Corte, que, em casos
similares, manteve valores fixados no mesmo patamar. 4. Embargos
de declaração recebidos como agravo regimental, a que se nega
provimento. (EDcl no AREsp 368.355/RJ, Rel. Ministro RAUL
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ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 05/06/2014, DJe


20/06/2014). AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. EXTRAVIO DE
BAGAGENS. VALOR RAZOÁVEL. SÚMULA 07/STJ. DECISÃO CORRETA.
AGRAVO DESPROVIDO. (AgRg no AREsp 17.066/RJ, Rel. Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/10/2012, DJe 09/10/2012). AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO
DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. EXTRAVIO DE
BAGAGEM EM VIAGEM INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. REVISÃO DOS DANOS MORAIS.
IMPOSSIBILIDADE. VALOR DENTRO DOS PARÂMETROS DA
RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTES. 1. O
Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que, após o
advento do Código de Defesa do Consumidor, a tarifação por
extravio de bagagem prevista na Convenção de Varsóvia não
prevalece, podendo a indenização ser estabelecida em valor maior
ou menor, consoante a apreciação do magistrado no tocante aos
fatos acontecidos (cf. AgRg no REsp 1.101.131/SP, Rel. Ministro Aldir
Passarinho Junior, DJe 27/4/2011; AgRg no Ag 1.230.663/RJ, Rel.
Ministro João Otávio de Noronha, DJe 3/9/2010, e AgRg no Ag
1.035.077/SP, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 1º/7/2010). 2. Nos
termos da jurisprudência desta Corte, para a fixação de indenização
por danos morais são levadas em consideração as peculiaridades da
causa, de modo que eventuais disparidades do valor fixado, sem
maior relevância, não autorizam a intervenção deste Tribunal, como
na espécie, em que o valor foi arbitrado em R$ 10.000,00 (dez mil
reais). Precedentes. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag
1389642/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/09/2011, DJe 20/09/2011) CIVIL - AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL -
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR EXTRAVIO DE BAGAGENS EM VIAGEM
INTERNACIONAL - CONDENAÇÃO - QUANTUM -
PROPORCIONALIDADE - PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO -
INTERVENÇÃO EXCEPCIONAL DESTA CORTE. I - Considerando a falta
de critérios legais para a fixação de quantum indenizatório por
danos morais, a intervenção deste Tribunal limita-se aos casos em
que a verba for estabelecida em patamar desproporcional à luz do
quadro delimitado em primeiro e segundo graus de jurisdição para
cada feito. II - Nos termos da jurisprudência desta Corte, não se
afere exorbitância ou irrisoriedade no valor equivalente a R$
10.000,00 (dez mil reais) para cada um dos autores, por danos
morais decorrentes de extravio de bagagem em viagem
internacional. Como já salientado em inúmeras oportunidades, as
situações em virtude das quais há fixação de indenização por danos
morais são muito peculiares, de modo que eventuais disparidades
do quantum fixado, sem maior relevância, não autorizam a
intervenção deste Tribunal. Agravo regimental improvido. (AgRg no
REsp 745.812/MT, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
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julgado em 07/10/2008, DJe 23/10/2008). Ante o exposto, nego


provimento ao agravo em recurso especial. Publique-se. Brasília
(DF), 27 de março de 2015. MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
Relator (STJ - AREsp: 669978 DF 2015/0044560-4, Relator: Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de Publicação: DJ 14/04/2015)

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL.


EXTRAVIO DE BAGAGEM. DANO MATERIAL. COMPROVAÇÃO. DANO
MORAL. OCORRÊNCIA 1. Conforme entendimento jurisprudencial
do c. Superior Tribunal de Justiça, não estando o juiz convencido da
procedência da extensão do pedido certo formulado pelo autor,
pode, com baseprincípio do livre convencimento do julgador,
reconhecer-lhe o direito, remetendo as partes para a liquidação,
sem incorrer em nulidade de sentença ilíquida. 2. Quanto aos danos
materiais, não havendo a companhia aérea exigido do Autor
declaração sobre o conteúdo das malas, assumiu a responsabilidade
pelo conteúdo declinado pelo consumidor, nos termos em que
preconiza o artigo 734 do Código Civil. 3. O extravio de bagagem,
tão somente, já é causa suficiente para gerar perturbação e angústia
que caracterizem ofensa a direito da personalidade. A imprevisível
indisponibilidade de seus pertences quando se empreende uma
viagem pode causar contrariedades das mais diversas ordens. 4. Os
direitos da personalidade significam o direito do indivíduo de
defender o que lhe é próprio, sua vida, identidade, privacidade,
honra, integridade física e psicológica, exigindo um comportamento
negativo dos outros e protegendo um bem inato, valendo-se de
ação judicial. É a verdadeira orientação do “neminem laedere”, ou
seja, do dever de não lesar a outrem. 5. A situação fática não
encerra “meros dissabores” do dia a dia. Não há como se entender
razoável que o indivíduo suporte tal evento como uma corriqueira
vicissitude do cotidiano ou se considerar como abalo psicológico
decorrente de suscetibilidade pessoal. 6. Diante do
redimensionamento da noção de respeito à dignidade da pessoa
humana, trazida pela Ordem Constitucional, impõe-se uma nova
percepção quanto ao infortúnio alheio e uma maior repreensão às
condutas lesivas à pessoa humana. O mandamento constitucional
direciona-se a não-banalização dos valores humanos. Macula-se o
instituto do dano moral quando se despreza essa nova ótica. 7. No
que diz respeito à prova do dano moral, a doutrina e jurisprudência
mais modernas reconhecem a desnecessidade de prova do dano
moral, uma vez que este decorre da simples violação. Não há que se
provar “dor” moral, mesmo porque, seria adentrar em terreno
alheio à esfera jurídica e quiçá insuscetível de comprovação. 8.
Preliminar rejeitada. Apelo não provido. (TJ-DF - APC:
20150110257563, Relator: FLAVIO ROSTIROLA, Data de Julgamento:
03/02/2016, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
16/02/2016 . Pág.: 179)

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RECURSOS INOMINADOS. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AÉREO.


VIAGEM INTERNACIONAL. EXTRAVIO TEMPORÁRIO DE BAGAGEM
NO TRECHO DE IDA. ALEGAÇÃO DE DANOS NAS MALAS E DE
SUBTRAÇÃO DE BENS QUE NELAS ESTAVAM. LEGITIMIDADE DA
CORRÉ OCEANAIR LINHAS AÉREAS S.A. ILEGITIMIDADE DA CORRÉ
TACA PERU. DANOS MORAIS E MATERIAIS CONFIGURADOS.
QUANTUM INDENIZATÓRIO DOS DANOS MORAIS QUE COMPORTA
MAJORAÇÃO. VALOR DA REPARAÇÃO DOS DANOS MATERIAIS E
RESPECTIVO MARCO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA
MANTIDOS. SENTENÇA REFORMADA, EM PARTE. A preliminar de
ilegitimidade passiva suscitada pela demandada Oceanair deve ser
rejeitada. A alegação das autoras de que adquiriram os bilhetes da
viagem aérea junto à requerida Avianca encontra amparo nos
documentos de fls. 20, 21, 22 e 29. Afinal, consta a identificação da
Avianca em todos os trechos da viagem, mesmo naqueles operados
por companhias parceiras. Ademais, a requerida Oceanair alterou
sua denominação pra Avianca Brasil, incidindo, na espécie, a Teoria
da Aparência, como já se decidiu: APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE
TRANSPORTE. EMPRESA AÉREA. TEORIA DA APARÊNCIA. OCEANAIR
E AVIANCA. LEGITIMIDADE PASSIVA RECONHECIDA. MÉRITO. ART.
515, § 3º DO CPC. ATRASO PARA CHECK IN. CULPA DO
CONSUMIDOR. DANO MATERIAL RECONHECIDO PELA REQUERIDA.
DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. A empresa OceanAir Linhas
Aéreas S/A utiliza como nome fantasia "Avianca", a qual, por sua
vez, apresenta-se no site da internet como "oficialmente OceanAir
Linhas Aéreas... S/A". Portanto, aplicável na espécie a teoria da
aparência, não se podendo exigir do consumidor que saiba da
existência de divisão da denominação comercial responsável pelas
rotas internacionais (Avianca) e a que responde pelas rotas
domésticas (Oceanair). Legitimidade passiva reconhecida. Mérito
julgado com fulcro no art. 515, § 3º do CPC. É obrigação do
passageiro apresentar-se no aeroporto com a antecedência mínima
exigida pela companhia aérea, o que no caso foi desatendido pelos
autores. Danos morais que não restam caracterizados à medida que
os próprios autores deram causa ao seu não embarque. Dano
material que foi reconhecido extrajudicialmente, não tendo
ocorrido, todavia, o reembolso. APELO PROVIDO. LEGITIMIDADE
PASSIVA RECONHECIDA. MÉRITO DA DEMANDA JULGADO COM
FULCRO NO ART. 515, § 3º DO CPC. PEDIDO PARCIALMENTE
PROCEDENTE. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70065723157, Décima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz
Pozza, Julgado em 27/08/2015) Por outro lado, não merece reforma
a decisão que reconheceu a ilegitimidade da ré Taca Peru porque,
não tendo vendido os serviços aéreos para as autoras, atuou apenas
como parceira em determinado trecho da viagem, o qual não
corresponde àquele no qual subtraídas as bagagens das
demandantes. Incidência da Teoria da Redução do Módulo da Prova
em razão da impossibilidade, pelas consumidoras, da produção da
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prova inequívoca da presença dos bens no ... ainda que se fossem


os itens subtraídos usados, como sustentado no recurso da ré
Oceanair, terão de ser repostos por itens novos, razão pela qual não
merecem redução pelo fato de serem usados. Não comportam
reparação pecuniária as malas porque não demonstrado, por
exemplo com fotografias, que foram danificadas. Também o
notebook, por ser bem que sabidamente deve ser transportado na
bagagem pessoal, não merece indenização, tal como constou na
sentença que reproduziu informação clara da Avianca, com quem as
autoras contrataram, neste sentido, afora as orientações da própria
agência reguladora (ANAC) de que tais equipamentos sejam
transportados pelo próprio passageiro. Se as autoras assim não
procederam, não podem pretender a respectiva indenização. Em
relação ao marco inicial da correção monetária da indenização por
danos materiais, ignorando-se a data do efetivo desembolso para
aquisição dos itens furtados, adequada a incidência a partir do
evento lesivo de molde a melhor preservá-la dos efeitos
inflacionários. Danos morais configurados, tendo em vista que os
prejuízos advindos do extravio da bagagem das autoras ultrapassam
a esfera do mero dissabor, principalmente por se tratar de viagem
internacional, com privação dos itens já no trecho de ida.
Impossibilidade de realizar os primeiros passeios, diante da
necessidade de aquisição de produtos e objetos pessoais. Quantum
arbitrado em R$ 1.800,00 para cada uma das autoras que compo...
3.000,00, que melhor atende às finalidades compensatória, punitiva
e pedagógica. RECURSO DAS AUTORAS PARCIALMENTE PROVIDO.
RECURSO DA RÉ OCEANAIR DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº
71005806062, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em
27/01/2016)

Logo, a indenização a ser arbitrada por V.Exa., à título de Danos Morais, não
podendo ser concedida/fixada em caráter irrisório (o que vem sendo comum, infelizmente) sob o
aspecto compensatório, não repara a dor moral da vítima, ao contrário: achincalha-a ainda mais;
e, sob o aspecto punitivo o dano arbitrado em patamar diminuto não tem, de maneira alguma, o
condão de dissuadir o agressor de novos e iguais atentados, ao contrário – encoraja-o a reincidir
em seus erros.

É oportuno lembrar que a indenização por dano moral se justifica quando a


pessoa se vê atingida em sua esfera de valores não patrimoniais, quais sejam, a honra, a integridade
física e psíquica, a intimidade, a dignidade, o nome, a imagem e também tudo aquilo que não seja
suscetível de valoração econômica. Para efeitos de indenização de tal jaez, basta a dor moral
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causada no indivíduo que sofre o dano. Não se desconsidere, ainda, o caráter punitivo e pedagógico
da medida, que deve orientar também o valor a ser arbitrado para os fins indenizatórios.

No mais, na quantificação do dano moral, imprescindível destacar que seu


propósito é ser uma forma de satisfação pelo prejuízo subjetivo, devendo, ainda, cumprir a função
de atuar como maneira de representar uma SANÇÃO ao ofensor.

III – DOS DANOS MATERIAIS

Em razão da culpa única e exclusiva da requerida, face o extravio de XX


(XXXXX) mala(s), por XX (XXXXXXX) dias, bem como diante dos fatos acima destacados, o autor teve
que desembolsar a quantia de R$ X.XXX,XX (XXXXXXX mil, XXXXXXXXXX reais e XXXXX centavos)
relativo a peças de vestuário, deslocamentos para o aeroporto, aquisição de novas malas, conforme
notas fiscais anexadas.

IV - DOS PEDIDOS

ISSO POSTO, Requer a V.Exa.,

a) Seja designada (dispensada) audiência de conciliação ou mediação na


forma do previsto no artigo 33 do NCPC;

b) A citação do Réu, nos termos do art. 246, inciso I do CPC/2015, para


oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão, revelia e confissão;
c) Ao final julgar totalmente PROCEDENTE a presente demanda indenizatória
para condenar a requerida ao pagamento da indenização à título de danos morais ao autor, no valor
de R$ XX.XXX,XX (XXXXXX mil reais), ou quantia a ser arbitrada por V.Exa., corrigida monetariamente
desde a data do ilícito, bem como a condenação por danos materiais, atualizados desde a data do
efetivo desembolso; mais R$ X.XXX,XX (XXXXXXX mil, XXXXXXXXXX reais e XXXXXXXXX centavos), na
data da sentença para valores em moeda nacional.

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d) A condenação da requerida ao pagamento das custas e honorários


advocatícios no patamar de 20% sobre o valor da condenação;

e) O depoimento do representante legal da requerida, sob pena de confissão;

f) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e


seguintes do CPC/2015;

g) A tramitação preferencial do feito, tendo em vista se tratar o autor de


pessoa idosa.

h) Protesta pela produção de todo o gênero de provas em Direito admitidas


nos termos do artigo 369 e seguintes do NCPC, em especial, a prova documental e testemunhal,
postulando, desde já a inversão do ônus da prova.

Dá-se a causa o valor de R$ XX.XXX,XX.

Termos em que pede deferimento.

CIDADE, DATA

ADVOGADO
OAB

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