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bn: Pappa, C2R.j Hester) SE Brcomblings e : a. prahin Gr seh, & dover. Sa peccee Bose: €0U, 199d | Capitulo 6 Do pagamento Ana Maria Rodrigues da Costa Pagar & satisfazer wma divida ou encargo. Po- de querer dizer recompensar, retribuir (amor com amor se paga). Pode ser softer as consegiiéncias de, expiar (pager os pecados) ou sofrer uma vin- ganca (Pagarés pela tua ingratidao), Pagar é re- munerar ou desembolsar dinheiro... também de- volver um empréstimo. Pode ter 0 sentido de so- frer ou padecer: ““Pagou pelos erros do pai”, ou “Pagow pelas loucuras da juventude”’. Diz-se ain- da “Pague @ nao bufe'’ para dizer pagar sem re- clamaedo. Por fim, pode ser pagar para ver que, no pOquer, se refere a aceitar a aposta ganhando © direlto de ver as cartas ¢ disputar a parada. No sentido figurado, pagar para ver pode ser por em davida uma ameaca ou promessa: ‘Vai fazer? Pa- go pra ver”. (Novo Diciondrio Aurélic) Nada hd de mais care que a vida, Procura-se uma andlise quando algo acontece impossibilitan- do-a, Uma psicandlise ¢ cara porque caras sao as coisas da vida. 165 ven VS ¢ FSI a morte. Vier € govar€¢tam bm uabellao, Cada coisa na sua jusie medida, E reslzarac cm vérios 0 v's, sea como carpe sexu do, seja no nivel das realizagdes simbéli : des simbélicas, nio da cultura. betiess domi “ada um que na sn go ttt um Que nascee fa seu pereurso pela eas de sua passagem. Sujei 1 - Sujeito do- no de uma diferenca que o identifica ¢ de un cor po. ete ser came e significant tece pela vide a8 ma as daquilo que aq fim do seu ¢ € seu (em) bigs degullo empo chamara de i me, 188 8 vida, por srt Fecunda cm pos- ilidades, nos é muito cara, Uma vez na vida joga. se 0 ogo. Um jogo com riscoseaposta. Isso gusta outro lado, como diz Clarice Lispector, “viver ¢incémodo. Nao se pode estar nu nem de corpo nem 1 st 01 No viver, distinguimos entao dois so real Gp sea por nde passa aside ¢ oh ead um Es no nein ato eontemplace . Outro, simbélico, i. tea cata tim recaber uma heranca ce signifivantes € por estes vir a se representar. Cada filhote de o- oxen é-e de posse de umn centdadesimblca, Re um nome, o préprio, que 0 designard como Um no eurso da hstrin da humanidade, m homer tem sua passagem pela vida regis- tree uma certo de nasclmento © no seu aes: deus morte’ peralem samorte dasueles que fo vam compenhanos neva pansgenns ___ Neste enlace de elementos 140 discretos, um su jeito, vivendo em contextos discursivos, desenvolye uma imagem di, Ieensitiese com e que lhe ¢ fa 10, sente-se amado ou pouco amado; idealiza, an- 166 a suas realizagdes € tenta iniTuir na realidade partir de sua diferenca Logo, aquilo que um conesbe como o set MUN: do € um inteincado jogo de armagGes imaginzitias ane se dd ei uma injuncio de real ¢ do simbdlicg, Nes” te pulsar do e020 e tas articulacdes do significant Schema a trama, @ urdidura da historia de uma vida ‘A diade mae-crianga sempre comparecet como modelo para figurar a relagio de complementarie- ade narcisica. Isto s6 € eoncebivel como um Feito Ge diseurso onde 0 amor encontia seu terreno mais fecundo para produzir ihusGes, No entanto, esta ti- sguraedo, embora imaginaria, néo se apresenta por eto menos seal, menos verdadcira para 0 sujeito. "A titulo de ume parabola, poderiamos tentar elocubrar sobre 0 que é 0 real na relagao mée- jausa. Ao ser gerada, rim filo comparece no cor- pode uma mulher com wm. cispositivo que permite POjeservolvimento do bebé até o nascimento, Este Qoaraio — cordao umbilical-placenta — permite a srnrentacto do Feto eexcrezao através do sangue da vate, Neste contexio, ha uma relacio de extrema de- pendéneio entre um corpo € outro, mas nfo ha reel procidade. Nao a simetsia nesta relapio, Me & praca nao fazer um todo. Apenas na sua condi- ao de invélucro peivilegiado uma mulher gravida parece “completa”. ‘Com o desenvolvimento do bebé, esse disposit yo tomne.se obsoleto, perde sua fancdo, Acrianca, ama {Cuedquitido tum sistema vital independente do cor~ po materno, nasce. Mais tempo nesta ligacura acar- Pearia a morte ou o sofrimento de um ou dc outra- © que estrutura um corpo na sua imagem inte grade ¢ harménica é 0 trabalho do imaginério que 167 faz.com que o suijeito se recorihera e se estruture com, ¢ pela imagem de um outro semelhante da mesma espécie, No nivel do real do corpo nao ha todo. Nao ha reciprocidade. Viver é pagar o preco desta indepen- déncia. O Goz0 do Todo ¢ impossivel, No mundo de um humano as coisas recebem seu valor em relagdo a um desejo. Quanto mais deseja- do mais valioso Desejo ou falta, quer dizer que ha um limite, que hé um impossivel ao gozo como absoluto. Para um sujeito dono de uma diferenea, hé sem pre limite. Limite ndo & aquilo que inibe. Ao con- trério, uma vez delimitado um campo, surgem imi- meras possibilidades. Este limite ¢, do ponto de vista do sujeito, este mesmo trago que o separa do Outro como diferen= te, marca de sua identidade simbélica e, na sua sin- gularidade, razao de ser de sua solidao. __Um significante pura diferenga, representara 0 sujeito eo pord em marcha na sua busca, com sea miovel, sua falta constitutiva, isto é, seu desejo. Aqui- lo que ¢ realizado pelo trajeto de empreendimento descjante produz prazer. Pade-se afirmar entao que ter prazor € gozar dentro dos limites. _ O que possibilita o desejo ¢ a Lei. Que Lei? A Lei que pode ser chamada de Castracao simbélica, Isio €, gquela que permite situar este impossivel a0 g0zo. E uma operacdo simbdlica que incide sobre um vineulo imagindrio... Lei que profbe 0 incesto como realizago do gozar da mae, A vida desejante de um sujeito se inaugura quando este entra em contato com 0 desejo do Ou- tro. Descjo enigmatico, que o interroga, com vio~ Igncia. Impacto do contato com uma falta irreduti- 168 vel, Falta esta que nem todo o seu esforco imagina- io de tentar figurar-se como objeto para este Ou- tro poderd vir a preencher. E, caso semelhante cons- tnugio seja empreendida, degrada-se o desejo, que & sempre sem objeto, nerde-se 0 sujeito que, neste intento pouico feliz, passard a responder come 0b- jeto de uma suposta demanda do Outro. ‘A nnatureza do desejo situa imediatamente 0 To- do como impossivel. Toda violacao imaginaria desta Ici, toda ante~ cipaco de completude niio sé esté fadada ao insu- cesso, mas, na medida que encobre o desejo, faz de- saparecer © sujcito e traz sofrimento. Desejar € pagar o prego do Gozo como impossi= vel. Neste sentido, ter prazer é gozar wm pouco menos. Em uma anélise, na transferéncia, ha etualia~ zac&o do imaginario €, cout cle, o gozo no qual um sujeito esta atrelade, Para que o desejo seja possi- pilitado, certas operagdes necessitam realizar-se. Uma anélise nada mais ¢ que um conjunto de ope- rages através das quais se trata 0 real pelo simboli- " separando-o do imaginario. . ore ico 0 que [oi dito pode ser faciimente ve- rificado que o pagamento se inscreve no centro mes- jo da conduedo de uma cura analitica. E um dos lementos constitutivos do dispositive analitico, con digo de possibilidade de uma cura. Permite autozi- zat 0 desejo e com isso legalizar um gozo ‘Pagamento no sentido que este texto trabalhow ngo se confunde com o dinheiro. Pagar aqui é uma. operagdo entre outras ao longo de uma cure Neste sentido, no tem muito futuro perguntar pelo significado do dinheiro na andlise. A priori, nao tem nenhum significado, Nao ¢ objeto de troca, nao 169 se refere a uma parte do corpo, nem a uma funezo corporal. O dinhciro na cura analitica ¢ um signifi- cante ¢, como tal, vazio de significagao. Entretanto, como representante de valor, di- nheiro é um significante que tem relacdes imediatas com a desejo, Em Psicandlise, o pagamento Jo pode ser en- tendido do ponto de vista que rege uma economia de mercado. No Ambito do imagindrio social, pare- ce que o dinheiro ¢ investido de mégices poderes. “Quem tem dinheiro tem tudo’’, ou "Dinheiro no waz felicidade, manda buscar.” Resta ai o engano, Do ponto de vista do desejo, todos os sujeitos t8m 0 mesmo direito. Do ponto de vista do Simbé- lico, tanto o pobre que renuncia a seu desejo, tanto © Tico que o degrada com seu delirio de poténcia, nenhum das dois paga A Lei autoriza o desejo ¢ pos. sibilita a todos em igual medida a posse de sua dife- renga, Com isso quero dizer que, em um certo nie vel, existe a escravidio voluntéria. O gesto de pagar a cada final de sesso atualiza para o analisante a medida de sua castracio. Neste sentido, uma anélise ¢ sempre cara. O preco a pa- gat tem relacdo sempre com o limite maximo de pos- sibilidade de cada um. E neste sentido nao € possi vel comparar quanto ume andlise custa para um, ou quanto custa uma andlise para outzo. Pagar é mais, que desembolsar uma quantia em dinheiro, Uma vez tendo o desejo como mével em uma andlise néo pode haver deseonto, nem se pode pa- gar menos, Alids, nem a mais, nem a menos, Deve ser na justa medida, Nao sendo dadiva, nem sacerdécio, cabe a0 analista saber quanto quer cobrar por seu trabalho. E néo € possivel haver psicanalise gratuita, Neste sen- 170 tido, pelas vicissitudes do que ocorre em transferéa- cia, um sujeito pode ser condenado a uma divida amorosa “Amor com Amor sc paga”’. Isto quer di zer: ndo podendo pagar com significantes, paga-se com sintomas, Pagar 6 fazer limite ao gozo pela aco do significante que possibilita 0 desejo. Significa dei- xar de ser objeto do sofrimento para poder accdet como sujeito de seu dizer dinheiro € um significante aniquilador dos en- laces imaginarios da transferéncia. E um significan- te Falico, isto é significante que representa 0 dese- jo. Sua indole? Simbélica. ‘Aquele que sustenta a fungdo analista deve po- der estabelecer quanto em moeda vai cobrar por ca- da sesso. Quanto um analisante pagara em dinhei- 10, fica estabelecido neste acordo. Entretanto, quat- to vai custar para o sujeito saber de seu desejo, s ele sabera. analista cobra porque ja pagou. Isto quer di- zer que, para que haja analista com uma furncé0 que ‘opera, ndo pode haver goz0. Se ha gozo da parte do analista, no tem andlise. © motor da cura € 0 desejo do analista. Ein psicandlise nfo se pagam os pecados. Quem paga nto peca. Quem peca ndo pagan, por isso pe- na, E pagamento por uma aposta. B pagar 0 prego do risco, é “pagar para ver”. Referéncias Bibliogréficas LACAN, J. — in Feit, a, de Seul, Pais, 1965: La rection oe ia Cure Or es prinipes de son pouvoir > ‘he sigifcaion es phatlus, 7.688. = Subvertiom di eter Clatecityue do Fraadion. 1. 928 1 Finconsciont ssciicet" na 8 Lo geste du paiement, p.(11. Pa, ds Seu 187

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