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ATO ADMINISTRATIVO- AULA MONITORIA

1- HISTÓRICO: A ORIGEM DA EXPRESSÃO “ATO ADMINISTRATIVO”

2- CONCEITO

3- A IMPORTÂNCIA DA PROCEDIMENTALIZAÇÃO

4- A FORMAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: OS 3 PLANOS

5- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ATO ADMINISTRATIVO

6- ATRIBUTOS DO ATO ADM

7- CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES

8- NOÇÕES SOBRE VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE

9- NOÇOES SOBRE EXTINÇÃO DO ATO ADM

10- SILÊNCIO NO DIREITO ADM

11- CONCLUSÃO: KARL POPPER + IP QUALITATIVO + GREGÓRIO DE


MATOS

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1-HISTÓRICO: A ORIGEM DA EXPRESSÃO “ATO ADMINISTRATIVO” (DI PIETRO)

2.1- A NÃO POPULARIDADE INICIAL DA EXPRESSÃO: A expressão atos administrativos nem sempre foi
utilizada, no período Absolutista era muito comum o uso das seguintes expressões “atos do Rei, atos do Fisco, atos
da Coroa”, já que o Estado personificado na figura do Príncipe ("L'État c'est moi"- Rei Luis XIV)
2.2- A LEI 16/1790 E A LEI 3-9-1790
Não se sabe exatamente em que momento a expressão foi utilizada pela primeira vez, mas o primeiro texto legal a
tratar dos atos da AP em geral foi a Lei 16/24-8-1790 que vedava aos tribunais de conhecerem de “operações dos
corpos administrativos” e dps veio a lei 3-9-1790 que vedava “aos tribunais de conhecer dos atos da administração
qq que seja a sua espécie”. Essas leis deram origem, na França, ao contencioso administrativo, que para separar as
competências, houve necessidade de elaboração de listas dos atos da Administração excluídos da apreciação
judicial.
2.3- A NOÇÃO ATUAL DE ATO ADMINISTRATIVO- Começou a ser construída a partir do
constitucionalismo, do fortalecimento do principio da separação dos poderes (subordinando-se cada um deles a um
regime-jurídico próprio) e da subordinação da AP ao direito (Estado de Direito). Ou seja, a noção de ato adm só
existe nos países que possuam um regime jurídico-administrativo, ou seja, sujeitando a AP a um regime de
direito público. Onde não se adota esse regime, como nos sistemas de common Law, a noção de ato administrativo,
tal como a conhecemos, não é aceita. Nesses países do common Law (ex: EUA e Inglaterra) nega-se a existência de
um regime jurídico que sujeite a AP, diverso do regime a que se submetem os particulares; o direito é comum
(commom Law) tanto pro Estado como pro particular.
A nossa noção de ato adm, portanto, surgiu e se desenvolveu nos países filiados aos Civil Law, em especial na
França, Itália e Alemanha
2.4- O SURGIMENTO NO DIREITO BRASILEIRO- Se considerarmos ato adm como uma espécie de ato
jurídico, a origem do conceito de ato adm no direito brasileiro veio com o art 81 do CC/1916 que define a ideia de
ato jurídico como sendo “Todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar ou extinguir direitos.”

3- CONCEITO
Antes de tudo o ato administrativo é uma espécie de ato jurídico. Logo, para a compreensão do conceito devemos
inicialmente considerar a clássica divisão entre ato e fato jurídico difundida pela Teoria Geral do Direito.
3.1- DISTINÇÃO CLÁSSICA ENTRE ATO E FATO JURÍDICO-
3.1.1- A IMPORTAÇÃO DO CONCEITO DE ATO E FATO JURÍDICO PARA O D. ADM
Nessa distinção clássica da TGD, o ato jurídico seria o comportamento humano voluntário (uma conduta
humana) destinado a produção de efeitos jurídicos e o fato jurídico seria um evento material, da natureza ou
comportamentos humanos alheios que tb gerariam efeitos jurídicos.
Nesse sentido, importando esses conceitos pro D. Adm, o ato administrativo e o fato administrativo seriam,
respectivamente, espécies de ato jurídico e de fato jurídico que tenderiam a produzir efeitos administrativos.
Exs: Fato adm: Uma enchente que destrói uma obra pública, a morte de um servidor público que gera vacância do
cargo e a obrigação da AP pagar pensão em favor da viúva; O decurso do tempo que gera a prescrição adm. Ato
adm: um alvará de construção, uma licença pra dirigir, uma expropriação, uma demissão...
3.1.2- POSICIONAMENTO CRÍTICO DE CELSO ANTÔNIO
P/ Celso Antonio essa distinção clássica não mais atende ao D. Adm, pois existem atos adm q não são um
comportamento humano voluntário (ex:atos praticados por máquinas: sinais de transito, parquímetro, “chupa
cabras”). Por isso, segundo ele, deve-se buscar uma outra forma de distinguir. P/ ele: Ato jurídico seria uma
declaração q prescreve um comando a ser seguido e tem efeitos jurídicos. Já o fato jurídico simplesmente
acontece, sem nada a declarar, mas o direito lhe confere efeitos jurídicos
3.1.3- UTILIDADE DA DISTINÇÃO- A utilidade da distinção é a seguinte:
1) fatos administrativos não são nem anuláveis nem revogáveis;
2) fatos administrativos não gozam de presunção de legitimidade;
3) fatos administrativos não se pode examinar manifestação de vontade em termos de discricionariedade.
Já os atos administrativos podem tudo isso.
3.2- “ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA” E OS “ATOS ADMINISTRATIVOS”
3.2.1- RELAÇÃO DE GÊNERO E ESPÉCIE
Todos os atos praticados no exercício da função administrativa são “Atos da AP”. A AP pratica uma série de atos,
mas nem todos esses atos, são atos adm. Desse modo, a expressão atos da AP é gênero, na qual o ato adm é
espécie.
3.2.2- AS ESPÉCIES DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em síntese, a AP pratica 4 espécies de atos:
A) ATOS POLÍTICOS- Atos praticados no exercício da função política do Estado e que estão
regidos pelo regime jurídico-constitucional. São muito discricionários, logo não estão
sujeitos ao controle judicial abstrato. Ex: anistia, declaração de guerra, veto de lei,
nomeação de um ministro.
OBS: Parte da doutrina considera atos políticos como atos administrativos cercados de muita discricionariedade.
Vale ressaltar que a professora Kaline em seu livro: “A dimensão política da Administração Pública” faz uma
crítica a essa separação entre atos políticos (regidos erroneamente pelo D. constitucional) e atos
administrativos (regidos pelo D.adm), já que os atos dos chefes do Executivo fazem parte da função
administrativa do Estado e devem ser reguladas pelo D. adm.
B) ATOS PRIVADOS- Ato praticado pelo regime d. privado, sem nenhuma prerrogativa pública. Estado atua em
pé de igualdade com o particular. Ex: Doação, permuta, locação...
C) ATOS MERAMENTE MATERIAIS OU FATOS ADM- Atos de mera execução de atividade. Não
manifestam vontade do Estado. Ex: Determinar a demolição de um prédio é um ato adm, a demolição em si é
um ato material. Apreensão de uma mercadoria, a realização de um serviço
OBS: FATOS ADMINISTRATIVOS- Expressão com duas significações.São os fatos da natureza que repercutem
no d. administrativo. Ex: uma enchente que destrói uma obra pública/ São tb os atos materiais.
E por exclusão, teremos o conceito de Ato administrativo:
D) ATOS ADM- É a manifestação de vontade do Estado, no exercício da sua função administrativa, sob regime de
direito público.
“manifestação de vontade do Estado”- não são atos materiais
“função administrativa”- não são atos políticos (segundo boa parte da doutrina)
“regime de direito público”- não são atos privados
EXEMPLOS DE ATOS ADM: uma licença para dirigir, licença de pesca, uma nomeação de servidor público, uma ordem de
serviço, um alvará de construção, um auto de infração de trânsito, um parecer administrativo, um confisco de
mercadoria etc.
OBS: A VONTADE ADM- Essa manifestação de vontade, é chamada a vontade administrativa, ou seja, a vontade
objetivamente vinculada a satisfação das necessidades coletivas, formada segundo as imposições de uma
democracia republicana. É diferente de uma vontade no d. privado que é cercada pela autonomia (autonomia da
vontade), o gestor público não pode agir como bem quiser, não pode favorecer seus interesses pessoais, ele deve
satisfazer o interesse público.

4- A IMPORTÂNCIA DA PROCEDIMENTALIZAÇÃO
4.1- A MUDANÇA DO MODELO “ATOMISTA” P/ O “PROCEDIMENTALISTA”-
Antes do Estado Democrático de Direito, o conceito central do Direito Adm era o ato adm. Essa velha teoria do ato
administrativo corroborava com uma visão antidemocrática de que a atuação da AP era simplesmente uma
declaração unilateral de vontade, em que pouco importava a opinião dos administrados.
Com a edificação do Estado Democrático de Direito, todavia, ocorreu uma mudança de paradigma no D. Adm. O
conceito central do D.Adm deixa de ser o ato adm e torna-se o processo adm. Muda-se a visão antidemocrática de
da atuação estatal para se estabelecer uma atuação mais consensual, em que os particulares possam participar
democraticamente dando-lhe legitimidade, controlando-lhe e dando-lhe maior eficácia. Ou seja, o processo
administrativo possibilita: controle, legitimidade e eficácia da atuação estatal
E a pergunta que não quer calar é: COMO? Como que ele faz isso?
4.2- A PROCEDIMENTALIZAÇÃO
4.2.1- CONCEITO- É uma sequência lógica de atos, é um mecanismo formal necessário para que a AP possa
praticar qualquer ato adm visando atingir o interesse público, ou seja, para que o Estado possa praticar sua função
administrativa.
Basta perceber que, o Estado ao praticar sua função legislativa, ele necessita do proc. legislativo/ para desempenhar
a função judiciária – necessita do processo jurisdicional/ p/ a função adm tb precisa de um processo, esse processo é
o Proc adm.
A procedimentalização é, assim, uma exigência formalista para a atividade administrativa democrática.
4.2.2- AS ETAPAS DO PROCEDIMENTO- Não existe uma fórmula única aplicável a todos os casos, a depender
da natureza, complexidade e características da situação o procedimento pode variar. Mas o certo é que todo
procedimento segue ao menos 3 etapas:
A) INSTAURAÇÃO- Envolve a divulgação a todos os interessados da perspectiva de produção de uma decisão
administrativa sobre determinado tema e que todos os possíveis interessados tem direito de se manifestar.
B) INSTRUÇÃO- Coleta de informações necessárias e produção de provas
C) DECISÃO - AP analisa todas as manifestações e produz uma escolha entre os diversos interesses e alternativas,
determinando a solução para o caso concreto.
Nesse diapasão, a atuação adm deve seguir essa sequência lógica de atos (procedimento) corroborando com o
seu controle, legitimidade e eficácia.
4.2.3- CONSEQUÊNCIAS
A) O CONTROLE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA: O procedimento fraciona a atuação estatal em vários
atos e com a participação de vários sujeitos, o que facilita a sua fiscalização. Ex: audiências públicas, controle
interno, controle popular...
B) A LEGITIMIDADE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA: atuação adm terá o respaldo popular na medida em
que é uma atuação transparente, e facilmente controlada.
C) A EFICÁCIA DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA: procedimento visa aperfeiçoar a atuação adm, restringe a
possibilidade de atitutes imediatas e impulsivas, visa uma atuação eficaz, pois facilita a correção dos atos.
Essa procedimentalização impede a concentração decisória em um ato imediato e único, evitando assim abusos de
poder, e favorece a participação dos interessados na formação do ato estatal.
Além disso reduz os encargos do PJudiciário (pois se os interessados participam da atuação, eles podem resolver
as controvérsias na seara adm. E se for pro PJ vai ser mais fácil controlar os atos, que estão numa sequencia lógica)
4.3- LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
4.3.1- CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CF- art 1º, caput: Noção de Estado democratico de direito
art 5º, LIV (devido processo legal) e LV (contraditório e ampla defesa)
art 37(principios da AP: LIMPE)
4.3.2- LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI 9.784/99)- Um grande avanço no Brasil dessa mudança
de paradigma foi a edição de uma lei federal expressamente voltada para a atuação procedimental do Estado-
administrador, qual seja a Lei n. 9.784/99, conhecida como Lei do Processo Administrativo (LPA).
4.4- CONCLUSÃO- Todos os atos administrativos devem obedecer ao devido processo legal. Todos os atos
adm necessariamente devem ser procedimentalizados (até mesmo os atos instantâneos devem ter um mínimo
de processalidade). O que varia, em cada caso, é a complexidade do procedimento, de acordo com o grau de
participação do administrado e o momento destinado ao exercício da sua defesa. Todo ato adm precisa de um
processo adm.
Ex: Toda vez que a AP for tomar uma decisão, executar uma obra, editar um regulamento, o ato final é sempre
precedido de uma série de atos materiais ou jurídicos, consistentes em estudos, pareceres, informações, laudos,
audiências, enfim tudo o que for necessário para instituir, preparar e fundamentar o ato final objetivado pela
Administração

OBS: Diante dessa mudança de paradigma, Justen Filho ao invés de utilizar a expressão estática de “ato
administrativo” utiliza a expressão “atividade administrativa”

5- A FORMAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: OS 3 PLANOS


Segundo Pontes de Miranda, a análise de um ato jurídico deve se dar através de 3 planos: existência, validade e
eficácia. Como o ato adm é, antes de tudo, um ato jurídico, vamos fazer essa análise de sua formação
tridimensional:
5.1- PLANO DE EXISTÊNCIA OU PERFEIÇÃO- Cumprimento das etapas necessárias a formação do ato
(processo de formação do ato), por ex, o ato foi motivado, assinado, publicado. Ato perfeito é aquele que já foi
completamente formado, possui todos os elementos. Ato imperfeito ainda está sendo formado
5.2- PLANO DE VALIDADE- Validade é a adequação do ato à lei. Se o ato não possui vicio de legalidade em
nenhum de seus elementos ele será um ato válido = ato lícito.
OBS:Em razão da presunção de legitimidade, o ato inválido presume-se válido (até que se prove ao contrário) e
pode produzir efeitos imediatos.
5.3- PLANO DE EFICÁCIA- Aptidão do ato pra produzir efeitos. Em regra, atos perfeitos e válidos já produzem
efeitos (salvo se sujeitos a um termo, condição, publicação etc)
OBS: Quando o ato é perfeito e válido, mas não produz efeitos, ele é chamado de ato pendente. Cuidado pra
não confundir com o ato imperfeito

6- OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ATO ADMINISTRATIVO


6.1- INTRODUÇÃO
6.1.1- DIREITO CIVIL x DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito Civil prevê três elementos constitutivos do ato jurídico, quais sejam o agente capaz, a forma prescrita ou
não defesa em lei e o objeto lícito. No campo do Direito Administrativo, considerando-se as peculiaridades do
regime jurídico-administrativo, são acrescidos dois elementos necessários à constituição válida dos atos jurídicos:
a finalidade (interesse público perseguido pela Administração) e o motivo (causa de agir da Administração).
6.1.2- A LEI DE AÇÃO POPULAR (LEI 4717/1965)
Os 5 elementos clássicos do ato administrativo foram consagrados a partir da Lei de ação popular (4717/1965)
que em seu art 2º ao falar de atos nulos menciona esses 5 elementos, a saber: Competência, Forma, Finalidade,
Motivo e Objeto.
6.2- COMPETÊNCIA
6.2.1- CONCEITO- Cjto de atribuições administrativas definidas em lei e destinadas aos entes federativos, seus
órgãos e agentes públicos. Nesse sentido, o ato deve ser praticado por um agt público cuja a lei tenha dado
competência para prática do ato administrativo.
OBS: Maria Sylvia Zanella Di Pietro ao invés de competência usa o termo SUJEITO que seria expressão mais
ampla, pois para ela além de competente o agt publico deve ser capaz.
6.2.2- CARACTERÍSTICAS- A competência é
A) IMPRESCRITÍVEL- A não utilização da competência não gera perda da competência
B) IMPRORROGÁVEL- Não se adquire pelo uso. No proc civil se o juiz é relativamente incompetente, se ngm
alegar isso, prorroga-se a competência, ele torna-se competência. Já no D. adm isso não acontece, se a
autoridade adm for incompetente, ainda que ngm alege, ele continua incompetente.
C) IRRENUNCIÁVEL OU INTRANSFERÍVEL(Lei 9784/99, Art. 11)- O IP é indisponível, o agt publico não
pode abrir mão da competência dada por lei, não pode transferir a competência pra ninguém. Exceções: Art 11
da lei 9784 traz duas exceções: a delegação e a avocação.
6.2.3- DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA
A) DELEGAÇÃO- É a extensão temporária da competência de um agente para outro agente de mesma
hierarquia ou subordinado. O agt que delega a competência, ele continua sendo competente (ele não abri mão
da sua competência, mas apenas está estendendo sua competência pra outra pessoa). Ex: A delega competência
pra B (subordinado), B que não tinha competência originária, passa a ter competência por conta da delegação. B
praticou um ato, quem responde pelo ato delegado? B responde pelo seu ato praticado.
B) AVOCAÇÃO- - É quando o agt superior hierarquicamente tome para si, temporariamente, a competência de
um agt subordinado Ex: A é incompetente para tal ato e chama pra si a competência de B
C) HIPÓTESES DE PROIBIÇÃO DE DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA
C1- Edição de atos normativos- Salvo os regulamentos autônomos.
C2- Decisão de recurso hierárquico- se a autoridade superior hierarquicamente pudesse delegar a decisão do
recurso isso extinguiria uma instância recursal
C3- Competência exclusiva

6.3- FINALIDADE- É aquilo que a lei busca quando prevê a prática do ato. Divide-se a finalidade em dois:
6.3.1- FINALIDADE GENÉRICA- É o IPúblico. Todo ato adm busca atingir o IPúblico.
6.3.2- FINALIDADE ESPECÍFICA- Finalidade específica de cada ato. Ex: Remoção de um servidor -> serve pra
estruturar a prestação de serviços. O servidor praticou uma infração e a AP remove ele pra outro local para
puni-lo (isso é desvio de finalidade).

6.4- FORMA
6.4.1- CONCEITO- É a exteriorização do ato, é o meio sobre o qual o ato se apresenta, é a maneira específica
como cada ato administrativo deve ser externado; manifestado. Ex: Escrito, oral, gestual, etc.
6.4.2- REGRA E EXCEÇÕES
Em regra, o ato adm é escrito, por razões de segurança e certezas jurídicas (p/ q não se altere com facilidade e p/
q se possa consultar o ato depois). Exceções:Entretanto, há atos expressos por via oral (por exemplo, ordens
verbais para assuntos rotineiros) ou por gestos (ordens de um guarda sinalizando o trânsito), ou, até mesmo, por
sinais convencionais, como é o caso dos sinais semafóricos de trânsito.
OBS: Art 22 da lei 9784: consagra como regra o principio do informalismo no direito administrativo: “os atos do
processo adm não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente exigir”
6.4.3- FORMALIDADE ESSENCIAL E ACIDENTAL
De acordo com o grau de vinculação legal, a formalidade poderá ser essencial (necessária à validade do ato
administrativo- ex: Licitação) ou acidental (mera irregularidade sanável, que não invalida o ato). Essa
classificação vem sendo repelida pela doutrina por não existirem critérios seguros para distinguir uma
formalidade essencial de uma acidental.

6.5- MOTIVO
6.5.1- CONCEITO- É a causa de agir da Administração ao praticar o ato, vale dizer, “o pressuposto de fato e de
direito que fundamenta o ato administrativo”. Pressuposto de direito é o dispositivo legal em q se baseia o ato.
Pressuposto de fato é a situação da vida que leva a AP praticar o ato. Ex:Punição- o motivo foi a infração.
Tombamento- motivo foi o valor cultural do bem. Exoneração do servidor estável- motivo foi o pedido do
mesmo.
6.5.2- DIFERENÇA ENTRE MOTIVO E MOTIVAÇÃO- Motivo é a causa do ato adm. Motivação é o ato
formal escrito que expõe os motivos. A motivação é diz respeito a forma do ato. Em regra, todos os atos adm
devem ter motivação, isso é uma garantia legal permite q a qq momento possa se verificar a legalidade do ato
(princípio da motivação- art 2º da lei 9784). Mas existem exceções: atos que têm motivo (que é elemento), mas
não depende de motivação (não precisa demonstrar os motivos). Ex: Cargos em comissão são de livre nomeação e
exoneração. A exoneração “ad nutum”, por ex, não precisa de motivação (há motivo, mas não precisa de
motivação).
6.5.3- TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES- Segundo a teoria dos motivos determinantes, a
indicação do motivo (motivação) assume grande importância para a validade do ato. A validade do ato se vincula
aos motivos indicados como seu fundamento. Desse modo, quando a AP motiva o ato, mesmo que a lei não exija
motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros. Assim, se os motivos forem falsos ou
inexistentes, o ato administrativo será nulo.
Exs: a exoneração ad nutum, para a qual a lei não define o motivo, se a Administração praticar esse ato alegando
que o fez por falta de verba e depois nomear outro funcionário para a mesma vaga, o ato será nulo por vício Qto ao
motivo”.Ex²: revogaçao de uma permissão de usos de BP, alegando que o uso se tornou incompatível com a
destinação do BP. Se a AP logo após permitir o mesmo uso para um terceiro, ato será nulo.

6.6- OBJETO
6.6.1- CONCEITO- É aquilo que o ato busca, é o seu resultado visado. É o efeito/consequência principal que o ato
gera no mundo jurídico. É o conteúdo do ato administrativo. Ex: Objeto da demissão = demissão. Objeto da
desapropriação = desapropriação
OBS: Como todo ato jurídico, o objeto de um ato adm deve ser lícito, possível, determinado ou determinável.
OBS²: Parte minoritária da doutrina critica essa divisão em 5 elementos do ato adm (CFFMO). Celso Antônio, por
ex, afirma q elemento seriam (CF) e os demais seriam pressupostos de existência ou de validade.
OBS³: A doutrina considera que a C, F, F são sempre elementos vinculados em todos os atos adm. E que o
Motivo e o objeto podem ser vinculados ou discricionários
EXEMPLO GERAL COM TODOS OS 5 ELEMENTOS DO ATO ADM
Um agente da Polícia Rodoviária Federal autua um motorista que trafegava na BR 324 com excesso de velocidade.
Nesse exemplo, temos:
A competência existe porque, na forma da lei e da Constituição, compete à Polícia Rodoviária Federal, por meio de
seus agentes, exercer a fiscalização nas rodovias federais, como é o caso da BR 324.
A finalidade se consubstancia no interesse público de reprimir as infrações às normas de trânsito, a fim de evitar
acidentes e preservar vidas humanas
A forma se verificará através do procedimento adequado para a autuação policial, consistente no preenchimento do
auto de infração assinado pelo agente policial e pelo motorista, com indicação do motivo (motivação) e da sanção
aplicável à espécie na forma da lei (geralmente com indicação da norma de trânsito violada), bem como do prazo
para discutir administrativamente a autuação.
O motivo se identifica no fato de o motorista estar dirigindo o carro acima da velocidade legal permitida.
O objeto é a aplicação da sanção prevista em lei para a infração cometida pelo motorista, que, no caso, resultará em
uma multa pecuniária e perda de pontos na carteira de habilitação.

7- ATRIBUTOS DO ATO ADM


São os atributos peculiares que o diferem dos atos jurídicos do direito privado, ou seja, as características que
permitem afirmar que ele se submete a um regime jurídico administrativo, a um regime de direito público.
7.1- PRESUNÇÃO DE VERACIDADE (FATOS)- Todos os fatos apresentados num ato adm são
presumidamente verdadeiros. É a fé pública. Ocorre a inversão do ônus da prova (não é a AP que deve provar o
que alega, mas é o administrado que tem que provar o contrário) Ex: O carro de uma velhinha foi clonado. E vc
recebeu várias multas improcedentes dizendo que ela fazia pega de madrugada, estacionou na ladeira da
montanha, etc. Esses atos (multa) tem presunção de veracidade, o administrado que deverá provar ao contrário.
7.2- PRESUNÇAO DE LEGITIMIDADE (DIREITO)- Presunção de que todo ato adm foi editado conforme a
lei, são válidos, são legítimos. Por isso é que qdo o ato é editado ele já produz efeitos, pois ele é
presumidamente legítimo.
OBS: Ambas são presunções relativas (juris tantum), admitem prova em contrário.
OBS²: Justificativa das presunções: ato adm é expressão da soberania do Estado, é regido pelo princípio da estrita
legalidade e é necessário que seja um ato célere pra que possa atender ao interesse público (imagine se não
tivesse essa presunção, o Estado teria de provar tudo que alega, o administrado poderia questionar todos os
atos... isso seria favorecer o interesse privado ao interesse público)
7.3- IMPERATIVIDADE- Poder da AP de impor uma obrigação ao particular ainda que ele não concorde. É uma
imposição unilateral no Estado. Ex: Não construa mais do que 4 andares na orla (se construir = multa). Não
estacione na calçada (se estacionar = multa)
OBS: A imperatividade não existe em todos os atos adm, mas apenas naqueles que estabelecem obrigações. Atos
ampliativos por ex não tem imperatividade (licença, concessão, autorização)
7.4- EXIGIBILIDADE- Meios indiretos de coerção, indiretamente exige o cumprimento do ato. Ex: A multa
7.5- AUTO-EXECUTORIEDADE- Meio direto de coerção, diretamente executa o ato. Os atos adm só são auto-
executaveis por determinação de lei ou em questões de urgência. Ex: Reboca o seu carro que tava travando a
ambulância
OBS: Em francês é chamado de “privilège d'action d'office” ou seja é o “privilégio da ação oficial”
OBS: Nessas questões de urgência, pode a AP primeiro executar o ato (pra garantir o IPúblico), pra depois
conceder o contraditório (contraditório diferido ou postergado). Ex: Seu carro tá travando a ambulância e tem
gente morrendo dentro dela. A Transalvador reboca de imediato seu carro, ela não vai primeiro procurar chamar
o dono do carro pra dps rebocar. Ela reboca e dps concede pra vc se defender. Logo, a autoexecutoriedade
afasta o contraditório prévio
OBS²: A autoexecutoriedade afasta o controle jurisdicional prévio do ato, ou seja, a AP não precisa ir pro judiciário
e pedir autorização pra agir com autoexecutoriedade, ela simplesmente age. Mas obvio que pode ocorrer o
controle jurisdicional posterior (se o particular se sentir prejudicado = ação judicial), pois o PJ é inafastável
7.6- TIPICIDADE- Todo ato adm está previamente tipificado na lei. Isso nada mais é do que o principio da estrita
legalidade. Logo, quanto maior o grau de vinculação do ato, mais forte será essa característica.

8- CLASSIFICAÇÃO E ESPÉCIES
8.1- QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE NA ATUAÇÃO ADM: DISCRICIONÁRIO E VINCULADOS
8.1.1- DISCRICIONÁRIOS- AP tem uma margem de escolha (oportunidade e conveniência), dentro dos limites
da lei.
OBS:
B) VINCULADOS- Lei estabelece todos os elementos de forma objetiva não tendo essa margem de escolha pro
agente.
11.2.2- QTO AOS DESTINATÁRIOS: GERAIS OU INDIVIDUAIS
A) INDIVIDUAL- Se refere a indivíduos específicos. O ato especifica os indivíduos que serão atingidos. Produz
efeitos no caso concreto. Ex: Nomeação, demissão, tombamento...
B) GERAL- Atingem todas as pessoas que se encontram na mesma situação. Se refere a uma situação e todos que
se adequem aquela situação devem respeitar o ato. Ex: Atos normativos Regulamento, portaria,resoluções, etc
“amanhã todo mundo que estiver na sala de aula vai ter que estar de farda”
11.2.3- QTO A FORMAÇÃO DA VONTADE: SIMPLES, COMPLEXOS E COMPOSTOS
A) SIMPLES- Ato pra ser perfeito e acabado depende de uma única e simples manifestação de vontade da AP.
Dependem da manifestação de vontade de um único órgão. Ex: Nomeação de um servidor do TRT, só
depende da portaria do presidente do tribunal.
B) COMPLEXOS- Ato pra ser perfeito e acabado depende de mais de uma manifestação de vontade da AP.
Dependem da manifestação de vontade de mais de um órgão Decorre da soma de vontades de órgãos
independentes. Ex: Nomeação do Procurador da Faz. N depende de vontade do ministro da fazenda + da
vontade do AGU (soma as duas vontades independentes)
C) COMPOSTO- Ato pra ser perfeito e acabado depende de mais de uma manifestação de vontade da AP.
Dependem da manifestação de vontade de mais de um órgão. Decorre de uma vontade principal e uma
vontade acessória que depende dessa, que é meramente ratificadora. Ex: Nomeação do PGR depende da
prévia aprovação do Senado.Nomeação é o ato principal, a aprovação é o ato acessório. Ato que depende de um
visto, de uma homologação (visto e homologação são vontade acessória a uma vontade principal regular)
OBS: Aprovação é uma vontade independente em relação a primeira vontade. Logo, todo ato que dependa de uma
aprovação é um ato complexo. Ex: Aposentadoria do servidor público (depende da vontade do órgão +
aprovação do TContas). Se o TC não aprovar a aposentadoria, a aposentadoria não está sendo anulada, mas
impede que o ato de aposentadoria seja perfeito. Por isso, a não aprovação do TC não precisa respeitar
contraditório e ampla defesa (SV nº3)
11.2.4- QTO ÀS PRERROGATIVAS PÚBLICAS: ATOS DE IMPÉRIO, DE GESTÃO, DE EXPEDIENTE
A) DE IMPÉRIO- Estado atua com prerrogativas públicas, jus imperium, pode trazer imposições unilaterais pro
administrado.
B) DE GESTÃO- Estado atua sem prerrogativas públicas, isto é, em pé de igualdade com os particulares, com
regime jurídico privado, jus gestionis
C) DE EXPEDIENTE- De mera execução da atividade pública.
OBS: Na verdade só os atos de império são atos adm. Os de gestão são atos privados. De expediente são atos
materiais
OBS²: Essa classificação surgiu na doutrina francesa pela teoria dos atos de gestão, em que se previa a
responsabilidade do Estado nos atos de gestão e a irresponsabilidade nos atos de império.
11.2.5- AMPLIATIVOS OU RESTRITIVOS
A)AMPLIATIVOS- Geram direitos, concedem benefícios aos particulares. Ex: licença, aprovação, autorização
B) RESTRITIVOS- Impõe obrigações, penalidades.
11.2.6- NORMATIVOS, ORDINATÓRIOS, NEGOCIAIS, ENUNCIATIVOS E PUNITIVOS
A) ATO NORMATIVO- Decorrem do poder normativo, estabelecem normas gerais e abstratas na atividade adm
(não é lei) dentro dos limites da lei.
Espécies:
A1- REGULAMENTOS (DECRETOS)- Atos privativos do chefe do Poder executivo (PRep, Gov, Prefeito).
Podem ser executivos ou autônomos. Visa especificar o texto legal
A2- AVISOS- São atos normativos expedidas pelas autoridades superiores imediatamente subordinados aos chefes
do PE, ou seja, atos dos ministérios e secretarias. Ex: Avisos ministeriais
A3- INSTRUÇÃO NORMATIVA (IN)- Ato normativo feito pelas demais autoridades
A4- DELIBERAÇÕES E RESOLUÇÕES- Ato normativo dos órgãos colegiados. Ex: Resolução da Câmara, do
Senado, do conselho diretivo (colegiado) de uma agência reguladora.
B) ATO ORDINATÓRIO- Decorre do poder hierárquico. Visam fazer a ordenação e organização interna na
estrutura adm.
Espécies:
B1- ATOS DE COMUNICAÇÃO: OFÍCIOS E MEMORANDOS- Memorando é ato de comunic interna (agts
do mesmo órgão). Ofício é feito entre autoridades diferentes ou entre autoridade pública e um particular. Ex:
Oficiar um banco
B2- PORTARIAS- Ato ordinatório individual interno, se referem a indivíduos específicos. Ex: Portaria de férias,
nomeação, posse.
B3- CIRCULAR- Normas internas uniformes, se referem a todos. Ex: Circular definindo a divisão das garagem,
farda dos funcionários...
B4- ORDENS DE SERVIÇO- Distribui internamente o serviço do órgão. Ex: Tal órgão vai ser dividido em vários
setores. Esse setor vai ficar com essa função... etc
C) ATO NEGOCIAL- Aquele na qual a manifestação de vontade do Estado coincide com o do particular, o
particular pede algum benefício e o Estado concede. Ex: licença, autorização, permissão
OBS: Um ato adm unilateral não pode ser considerado um negócio jurídico, pois a AP não tem liberdade para
estabelecer, por sua própria vontade, os efeitos jurídicos, que são fixados em lei. Ex: Um ato adm com
imperatividade é uma ordem, não é uma negociação ou um consentimento entre as partes. Um ato sem
imperatividade é um ato negocial mas não é um negocio jurídico, pois não se tem liberdade de estipular os
efeitos do ato, que decorrem da lei.
Espécies
C1- AUTORIZAÇÃO- Ato discricionário (margem de escolha) e precário (não gera direito adquirido). Existem
duas formas:
 Autorização pra atividades materiais (autorização de polícia) ato de polícia- Atividades
materiais que dependem de fiscalização (policiamento) do Estado. São atividades que em geral são proibidas ao
particular por questões de segurança, economia e outros motivos, mas que podem ser autorizados pelo Estado
se a prática do ato não for nociva ao IPúblico. Ex: Portar arma, abrir uma escola -> Estado fiscaliza e dps
autoriza.
OBS: A lei de contravenções penais denomina essa autorização impropriamente como uma licença (art. 19)
 Autorização de uso especial de BPúblico- O uso comum do BP pelo particular pode ocorrer sem
precisar da manifestação do Estado. Ex: Tomar um banho de mar na praia. Andar na pracinha. Todavia, o
particular pode querer um uso especial/anormal dos BPs, e pra isso depende de autorização do Estado, pois o
Estado vai verificar se o uso especial não vai prejudicar o uso comum do BP. Ex: particular quer fechar a praia
pra fazer o casamento. O bar quer colocar suas cadeiras e mesas na rua. -> Pode se for autorizado. Particular
quer casar em Copacabana no domingo meio dia (não pode, impede o uso comum)
C2- LICENÇA- Ato vinculado e de polícia. É vinculado pois se o particular cumpriu os requisitos legais terá
direito a licença. Ex: mostrou os documentos pode construir na sua casa (terá o alvará de licença)
C3- PERMISSÃO DE USO DE BP- Ato discricionário e precário, por meio do qual o Estado admite que o
particular faça uma utilização especial do BP. Qual a diferença entre autorização de uso e permissão de uso? A
autorização é feita no interesse do particular (quero casar na praia), já a permissão tem o interesse privado, mas
tb tem interessse público (feira de artesanato -> difusão da cultura)
OBS: Permissão de SP é contrato, não é ato adm.
OBS: O alvará é a forma de se expedir os atos de licença, da autorização e permissão (alvará de licença, da
autorização e permissão)
C4- ADMISSÃO- Estado admite que o particular usufrua de um determinado SP prestado pelo Estado. Ex:
Admissão em escola pública. Admissão em hospital público.
D) ATOS ENUNCIATIVOS- Não manifestam vontade do Estado, mas atestam situações de fato e emitem opinião
do ente público. OBS: Uma parte da doutrina não considera os atos enunciativos como atos administrativos
Espécies dos que atestam fatos
D1- ATESTADO- Atesta uma situação de fato, não registrada nos órgãos públicos, que o Estado verifica naquele
momento. Ex: Atestado médico, hospital verifica se vc ta doente pra dps emitir o atestado. / Oficial atesta que o
réu não mora no domicílio indicado
D2- CERTIDÃO- É a divulgação pra sociedade de uma situação já registrada nos órgãos públicos. Ex: Nasceu um
bebê. Registra o nascimento no hospital público. Dps vai se dá a entrega da certidão de nascimento divulgando
o nascimento do bebê. Certidão de nascimento, de débito, de óbito, etc.
D3- APOSTILA OU AVERBAÇÃO- Acréscimo de informações em um registro público. Ex: Trabalhou 10 anos
numa empresa privada. Passou num concurso. Vc quer aproveitar aquele tempo de contribuição pra
aposentadoria. Vc vai no INSS pega uma certidão e vai averbar no órgão público.
Espécies dos que emitem opinião
D1- PARECERES- Ato meramente opinativo, mera opinião do Estado. O parecer não vincula a autoridade ao qual
se dirige, salvo disposição legal expressa em contrário. O parecerista, em regra, não responde pelos atos
danosos baseados no seu parecer, salvo em caso de dolo do parecerista
E) ATOS PUNITIVOS- Atos de aplicação de penalidades. Logo, deve ser precedido de um processo adm que
garanta o contraditório e ampla defesa

9- NOÇÕES SOBRE VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE


9.1- TRATAMENTO CLÁSSICO DO TEMA
9.1.1- VISÃO CLÁSSICA DO ATO VINCULADO- atos q a AP não dispõe de qualquer liberdade para a sua
expedição, pois a lei regula antecipada e exaustivamente o comportamento a ser seguido pelo agente público. Ex:
Aposentadoria compulsória, licença
9.1.2- VISÃO CLÁSSICA DO ATO DISCRICIONÁRIO- atos q embora regulados em lei, permitem ao agente
público certa margem de liberdade ao serem editados, de acordo com o seu juízo de conveniência e oportunidade.
Ex: Construir uma estrada ou uma escola, autorização
OBS: Limites aos atos discricionários (atos arbitrários e teoria do desvio de poder; princípio da
razoabilidade)- Cuidado, ato discricionário não é igual a ato arbitrário ou desarrazoado. O ato discricionário deve
seguir a finalidade de todo ato adm (interesse público), caso isso não ocorra, e o ato seja mero interesse pessoal do
gestor público ou qq outra finalidade q nao seja o interesse pub, esse ato será: arbitrário (ilícito); desviado (desvio
de poder) e desarrazoado. Logo, apesar de em regra, não caber controle judicial sobre o mérito adm dos atos
discricionários, se o ato tiver desvio de finalidade ou for motivado por motivos falsos = controle judicial para
anular o Ato adm.
9.2-CRÍTICAS-
9.2.1-ELEMENTOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS- Parte da doutrina acredita que todo ato teria
elementos vinculados (competência, forma e finalidade) e outros discricionários (objeto e motivo). Ex:
discricionário em relação ao motivo- 1) promoção por merecimento; 2) cargo de confiança demissível ad nutum.
9.2.1- OS GRAUS DE VINCULAÇÃO À JURIDICIDADE (GUSTAVO BINENBOJM)- Para Binenbojm,
deve-se superar a tradicional dicotomia atos vinculados x atos discricionários”, passando-se a uma classificação
que leve em conta os graus de vinculação à juridicidade, numa escala decrescente de densidade normativa
vinculativa:
A) VINCULAÇÃO POR REGRAS (constitucionais, legais ou regulamentares) = MAIOR VINCULAÇÃO-
mais alto grau de vinculação, quando se emprega no texto normativo conceitos objetivos ou ao menos decifráveis
objetivamente.
B) VINCULAÇÃO POR CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS- VINCULAÇÃO
INTERMEDIÁRIA: emprega no texto normativo conceitos que comportam valoração, em que o grau de
vinculação é intermediário.
OBS: Desses conceitos indeterminados alguns são mais objetivos do que outros, logo um controle judicial
desses conceitos deve variar a sua densidade de acordo com a respectiva área temática e o grau de objetividade
do conceito, visando assim a concordância prática entre os princípios da separação dos poderes e da
inafastabilidade do controle jurisdicional.
C) Vinculação diretamente por princípios = MENOR VINCULAÇÃO- A AP não está apenas vinculada a lei,
mas a um bloco de legalidade (lei, constituição, princípios).
OBS¹: Juridicidade contra legem- Binenbojm defende inclusive a possibilidade de haver um ato administrativo
violador de preceito legal mas que, ainda assim seja válido, por força de princípios constitucionais. Seria um ato
com vício de legalidade, mas q reconhece-se a juridicidade dos efeitos do ato administrativo (ou a convalidação
do próprio ato de origem) por motivos ligados normalmente à segurança jurídica e à boa-fé objetiva, as quais,
numa equação de ponderação, devam prevalecer sobre a legalidade estrita.
OBS²: DISCRICIONARIEDADE REDUZIDA A ZERO (ESTREITAMENTO DO MÉRITO ADM)- A
incidência direta de princípios constitucionais por si só já causa um considerável estreitamento do mérito
administrativo, mas haverá ainda situações excepcionais em que a discricionariedade estará reduzida a zero, ou seja,
uma redução da possibilidade de escolha a uma alternativa, se todas as outras resultarem vedadas por incidência de
princípios. São situações em que, por haver uma solução possível perante o direito, o juiz estará autorizado a
determinar o conteúdo da decisão a adotar em substituição à anulada.

10- NOÇÕES SOBRE EXTINÇÃO DO ATO ADM


10.1- EXTINÇÃO NATURAL- Decorre ou do advento do termo final ou cumprimento do objeto. Ex de termo
final- autorização de porte de arma durante 1 ano, passou 1 ano extinguiu a autorização/ suspensão por 10 dias,
passou 10 dias extinguiu a suspensão. Ex de cumprimento do objeto- uma licença pra construir -> construiu=
acabou a licença.
Espera-se que todo ato sofra extinção natural, mas tb pode ocorrer:
10.2- EXTINÇÃO ANÔMALA
10.2.1) RENÚNCIA- É uma forma de extinção de atos adm ampliativos (ato que gera direito). Renúncia do
beneficiário deve ser pra direitos disponíveis
10.2.2) DESAPARECIMENTO DA PESSOA OU DA COISA SOBRE A QUAL O ATO RECAI- Uma
nomeação do servidor, servidor morreu= extinguiu a nomeação. Tombamento de um casarão, o casarão
desmoronou = extinguiu o tombamento.
10.2.3) RETIRADA- AP irá retirar o ato do mundo jurídico.É uma extinção precoce do ato. Hipóteses de retirada
do ato adm: anulação, revogação, cassação, caducidade e contraposição ou derrubada
A- ANULAÇÃO ou INVALIDAÇÃO-
A1- CONCEITO: Retirada do ato por vício de legalidade. Descobre-se que o ato é ilícito, logo, em regra, ele deve
ser anulado. Se o ato é ilegal desde sua origem, essa anulação retroage. Por isso, a anulação produz efeitos ex
tunc (aniquila os efeitos anteriores desse ato).
OBS: A anulação retroage a data de edição desse ato impedindo a produção de efeitos desse ato, ressalvados
os direitos adquiridos de terceiros de boa –fé (Cuidado: não existe direito adquirido a manutenção de um ato
nulo, mas sim da manutenção dos efeitos desse ato) Ex: João foi nomeado sem concurso. Ele agindo no
cargo expediu uma certidão negativa de débitos pra José que agiu de boa fé. Logo dps a nomeação de João foi
anulada e ele perdeu o cargo. A certidão negativa de débitos emitida para o terceiro de boa-fé (José) terá seus
efeitos mantidos.
A2- FORMAS DE ANULAÇÃO: ANULAÇÃO pode ser feita pela própria AP ou pelo PJudicial
A2.1- ANULAÇÃO PELA AP- Princípio da autotutela (S. 473 STF)- poder da AP de rever seus próprios atos, de
ofício ou por provocação (mediante recursos que tem natureza de : representação ou reclamação). Reclamação
ocorre qdo o particular interessado provoca a AP para anular um ato que viola direito ao próprio particular. Na
representação o particular quer anular o ato pois o ato viola um interesse da coletividade (IPúblico). Ex: vc é
licitante e impugnou a licitação (reclamação)/ cidadão comum impugna a licitação (representação).
A2.2- ANULAÇÃO PELO PJ- Administrado pode provocar o Judiciário para anular o ato adm. Esse controle
decorre do princípio da inafastabilidade.
 Açoes judiciais destinadas a anular atos adm: Habeas data, MSegurança, Ação ordinária, Ação popular,
Ação civil pública
 Habeas data- Previsto na CF. Ocorre toda vez que ocorrer violação ao direito de informação em registros
públicos a cerca da pessoa do impetrante. Qdo impetrante quiser obter, retificar ou acrescentar informações
em registro públicos, e isso for negado expressa (“eu nego”) ou tacitamente (AP não retificou ou acrescentou a
informação no prazo devido) pela AP, cabe o HD. A AP tem o prazo de 10 pra fornecer as informações e 15
dias pra acrescentar ou retificar. Vale ressaltar que só cabe HD se a AP negou o direito a informação. Se isso
não for negado, o administrado deve ajuizar ação ordinária
 Mandado de segurança- Toda vez que o ato adm violar direito líquido e certo, não amparado por HD e HC.
Direito liquido e certo, é o direito que tem prova pré-constituída, ou seja, é aquele que já apresenta todas as
provas juntamente com a petição inicial (não admite produção de provas durante o processo). Prazo decadencial
de 120 dias contados do ato coator (passou 120 dias decaiu o direito do MS, vai pra ação ordinária). OBS: Em
caso de omissões reiteradas o prazo decadencial é renovado. Ex: A lei determinou o reajuste da
remuneração do servidor do MP em janeiro. O MP não reajustou em janeiro, nem em fevereiro, nem em março,
a cada mês que o MP não reajustou, renova o prazo decadencial
Não cabe MS contra:
Lei geral e abstrata (para essa lei cabe ADC, ADIN, ADPF, etc)
Atos de gestão comercial dos dirigentes de EP e SEM. Ex: BB atua no mercado financeiro (atividade comercial e
de gestão), contra ato do seu dirigente não cabe MS.
Ato passível de recurso com efeito suspensivo.
Decisão judicial transitada em julgado
Não cabe pra pleitear indenizações
 Ações ordinárias- Não tem restrições. Ela é inafastável.
 Ação popular (lei 4717)- Visa anular um ato adm que viole um interesse da coletividade, pode ser
proposta por qq cidadão. MS é pra anular ato que viole direito seu. Ação popular é pra anular ato que viole
direito coletivo
 Ação civil pública – Visa anular um ato adm que viole um interesse da coletividade, mas só pode ser
proposta por entes específicos: MP, DPU, associações, etc
Art 54 da lei 9784/99- Ato adm que gerem efeitos favoráveis aos particulares, eles podem ser anulados num prazo
decadencial de 5 anos, salvo má-fé do administrado (em que não haverá decadência).
A3- CONVALIDAÇÃO: nem todo ato viciado vai ser anulado, alguns atos são sanáveis (“consertáveis”). Nesses
casos, o ato não é nulo, ele é anulável (pode ser anulado ou não). Ex: A nomeou José pra vaga x. Mas A não era
competente pra nomeação (vício de competência). B (autoridade competente) pode anular o ato de A, ou pode
ratificar o ato de A (convalidando o ato com efeitos ex tunc: salva o ato desde sua origem).
Requisitos pra convalidação:
 Vício deve ser sanável (vícios de competência e forma, em regra, são vícios sanáveis. Na
competência a autoridade competente pode ratificar o ato. Na forma por conta da instrumentalidade das
formas)
 Ato não deve ter causado prejuízo nem à AP e nem à terceiros (não há nulidade sem prejuízo)

B) REVOGAÇÃO- Retirada de um ato em razão de mérito. É um ato adm válido (sem vícios), mas que seja
inoportuno ou inconveniente (não há IPúblico na manutenção desse ato). Se o ato é válido desde a origem o que
não se quer é a manutenção dos efeitos pro futuro, logo os efeitos da revogação é ex nunc (dali pra frente). Se a
revogação é análise de mérito quem pode fazer isso?
A própria AP (autotutela), mas o PJudiciário não pode revogar um ato adm (o judiciário não pode controlar o
mérito adm).
É possível a revogação de um ato administrativo vinculado? NÃO. Se o ato vinculado tem todos os elementos
determinados em lei, se não há análise de mérito, não pode haver revogação.
É possível a revogação de atos administrativos consumados? NÃO, se o Ato consumado é aquele q já produziu
todos os seus efeitos, a revogação não tem utilidade, pois ela é ex nunc (efeitos futuros). Ex: Vc pediu férias no
mês de Junho. Foi concedida. Vc ficou o mês todo de junho em casa curtindo as férias. Acabou as férias
consumou o ato. Não adiante revogar, pois a revogação não retroage.
C) CASSAÇÃO E CADUCIDADE- Decorrem de ilegalidade superveniente. O ato é originariamente válido e se
torna inválido durante sua execução. A cassação é a ilegalidade superveniente é por culpa do beneficiário do
ato. A caducidade é a ilegalidade superveniente decorrente de uma lei nova.
Ex de cassação: José montou um Hotel grande perto da fonte nova pra Copa do mundo. Para construir e explorar
atividade hoteleira ele teve uma licença. Dps que a copa do mundo passou o hotel ficou às moscas, vazio, vazio.
Aí José transformou o Hotel num Bordel. Mas a licença foi pra atividade hoteleira, e não pra bordel. A licença
tornou-se invalida. Licença vai sofrer cassação. Ex²: Vc passou no exame da OAB, ganhou a carteirinha
(licença pra advogar), fez alguma ilegalidade na profissão, houve a cassação da licença.
Ex de caducidade: José vendeu o bordel. Montou um circo. Pediu uma autorização de uso pra montar o circo na
praça da Pituba e concederam. Mas após ele conseguir a autorização, veio uma nova lei, mudou o plano diretor
de Salvador e transformou aquela área numa área residencial, proibindo circo. A nova lei torna inválida a
autorização. A autorização vai sofrer a caducidade. Como a autorização é ato precário, José não tem direito a
indenização
D) CONTRAPOSIÇÃO OU DERRUBADA- O ato é licito, mas existe um novo ato que disponha sobre a mesma
matéria que extingue o primeiro. Ex: A exoneração extingue os efeitos da nomeação. Um ato se contrapõe ao
outro.
OBS: Na retirada não existe direito represtinatório. A anulação do ato anulador ou revogação do ato revogador não
gera represtinação dos efeitos do primeiro ato. Ex: Ato A revogou o ato B e o Ato C revoga o ato B. Isso faz
retornar o ato A? Não, A não represtina (não volta a viger, pq se revogou o ato que o revogou)

11- O SILÊNCIO NO DIREITO ADM


A atuação do Estado não ocorre apenas de atos comissivos...
11.1- CONCEITO (Inércia da AP)- Ocorre quando, tendo que se pronunciar acerca de determinado requerimento
feito pelo administrado na defesa de seus interesses ou, ainda, sobre ato praticado por determinado órgão seu, o
Poder Público se mantém inerte/omisso
12.2- TIPOS-
12.2.1- SILÊNCIO NEGATIVO- entende-se que o silêncio correspondeu a denegação do pedido, dando ao
administrado a opção de demandar judicialmente.
12.2.2-SILÊNCIO POSITIVO-silêncio= anuência da AP (é um verdadeiro ato adm), somente nos casos
expressamente ditos em lei
12.3-CONSEQUÊNCIAS OU EFEITOS DO SILÊNCIO- O efeitos de deferimento ou indeferimento do pedido,
concordância ou não com o ato do órgão controlado dependerão do que dispuser a lei. Na falta de norma legal
regulamentado a ausência de manifestação, alguns doutrinadores entendem que se deve interpretar o silêncio como
indeferimento do pedido ou não aprovação do ato controlado (na falta de lei = negação)
OBS: Demanda judicial do administrado- esgotado o prazo previsto em lei para manifestação da Administração
ou, na ausência de previsão legal específica, já tiver decorrido tempo razoável, o administrado poderá, conforme a
hipótese, demandar judicialmente:
“a) que o juiz supra a ausência de manifestação administrativa e determine a concessão do que fora postulado, se o
administrado tinha direito ao que pedira, isto é, se a Administração estava vinculada Qto ao conteúdo do ato e era
obrigatório o deferimento da postulação;
b) que o juiz assine prazo para que a Administração se manifeste, sob cominação de multa diária, se a
Administração dispunha de discrição administrativa no caso, pois o administrado fazia jus a um pronunciamento
motivado, mas tão-somente a isto”.

13- CONCLUSÃO: KARL POPPER + IPQUALITATIVO + GREGÓRIO DE MATOS


1- Direito adm: ramo do direito público que estuda a função administrativa do Estado
2- Função adm: prover as necessidades individuais ou coletivas (Homem é um ser de necessidades por
bens escassos) visando a satisfação do interesse público.
3- É a principal função do Estado, o Estado Democrático de Direito é uma instituição com essa
finalidade-mor (Os contratualistas: Hobbes  Estado de natureza = guerra de todos contra todos -> Estado
para garantir segurança e ordem (Leviatã); Rosseau -> Estado deveria garantir o bem comum (exceção seria
Locke que o Estado serviria para proteção da propriedade privada). - Desenvolvimento dos modelos de
Estado: Absolutista -> Estado de direito -> Estado democrático de Direito.
4- Interesse Público: Deve ser entendido de forma material ou qualitativa, no caso concreto.
5- Teoria falseacionista de Karl Popper: quebrar mitos e paradigmas, duvidar de tudo, e construir
novos conhecimentos.
6- SONETO DE GREGÓRIO DE MATOS- de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta
do Brasil colônia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em
língua portuguesa, no período colonial.
7-
“ A cada canto um grande conselheiro”- Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia

A cada canto um grande conselheiro,

Que nos quer governar cabana e vinha;

Não sabem governar sua cozinha,

E podem governar o mundo inteiro.

A figura do "grande conselheiro" é a figura do hipócrita que aponta os pecados


dos outros, sem olhar aos seus. Em resumo, é aquele que aconselha mas não
segue os seus preceitos. É o gestor público que usa o IP como um escudo para
atuar privilegiando seus interesses pessoais.

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