Como explica Marcos Bernardes de Mello, as diversas teorias que tentam
explicar a estrutura lógica da norma jurídica podem ser dividas em dois
grandes grupos: os sancionistas e os não-sancionistas. Os primeiros, cujo maior expoente é Hans Kelsen, entendem que uma norma jurídica só pode ser considerada completa se houver uma estrutura dúplice, composta de uma norma que prescreve a conduta (se F, então P) e outra que prescreve a sanção em caso de descumprimento (se não-P, então S). Para Kelsen, a sanção é a norma primária, enquanto a conduta seria a norma secundária. No Brasil, seguem esse corrente Lourival Vilanova e Paulo de Barros Carvalho, mas ambos invertem a denominação de norma primária e secundária presente em Kelsen, para definir aquela com a norma prescritora de conduta, enquanto a segunda seria a proposição sancionatória.