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FILOSOFIA

CAPÍTULO 1

PROFESSOR: JONAS MARANGONI

2016
INTRODUÇÃO A FILOSOFIA GREGA

A filosofia surgiu na Grécia durante a antiguidade clássica. Provavelmente o


termo filosofia foi criado por Pitágoras (século VI a. C.) e correspondia a um
pensamento religioso de sua época que afirmava que só os deuses tinham acesso à
sabedoria (Sofia) em sua totalidade. Cabia aos homens, assim, uma busca incessante,
porém parcial, desta sabedoria. Por isso, a tradução literal da palavra filosofia seria
“amor à sabedoria”.
Entretanto, o conceito de filosofia vai muito além da sua tradução literal, uma
vez que a sabedoria será expressa através da busca racional pela compreensão humana
da sua própria existência. Ao buscar um método de compreensão racional, a filosofia
abre caminho para o surgimento da ciência, como a conhecemos nos dias atuais, uma
vez que a compreensão racional do homem e da natureza está presente na filosofia e na
ciência.
A civilização grega, historicamente valorizava a religião, a cultura e as relações
sociopolíticas. A forte relação social gerava uma inquietude nos gregos, uma vez que o
diálogo e o convívio entre as pessoas eram intensos e faziam parte do cotidiano grego.
Esta forte interação social e cultural forma na sociedade grega pessoas reflexivas
e preocupadas em desenvolver a racionalidade que, por sua vez, gerava
questionamentos existencialistas que marcam o pensamento humano como, por
exemplo:
- De onde vim?
- O que sou?
- Para onde vou?
Vale salientar que estes questionamentos, através da filosofia, ganham
metodologia e passam a ser estruturadas de forma “científica”. Assim, não são apenas
questionamentos, já que há uma estrutura racional que conduz o pensamento humano
para desvendar as suas dúvidas e a tentar chegar a uma verdade quase absoluta e
utópica, que até o surgimento da filosofia era restrita aos Deuses.
A filosofia, desde o seu surgimento, busca contemplar conceitualmente três
esferas diferentes que se completam e criam a ciência filosófica: conteúdo, método e
objetivo.
Conteúdo: o conteúdo da filosofia é tudo aquilo que se refere ao conhecimento
e pensamento racional, ou seja, a realidade humana. Entretanto, diferentemente das
demais ciências não busca explicar apenas partes desta realidade e sim a sua totalidade.
Isto gera uma das ferramentas básicas da filosofia, chegar ao “porquê” das coisas.
Método: o método busca explicar racionalmente o conteúdo da filosofia. Em
outras palavras, busca explicar através da lógica o caminho para se chegar à totalidade
da verdade e do ser. Esta busca não ocorre como nas outras ciências que têm como
princípio as causas e razões dos fenômenos particulares (podemos chamar isto de
empirismo).
Objetivo: o objetivo da filosofia é conhecer e contemplar a verdade, sem
utilidade prática. Assim, a filosofia busca compreender o conhecimento humano
“apenas” pelo conhecimento humano, ou seja, a filosofia tem como finalidade a própria
filosofia.
Podemos concluir que a filosofia não se torna vazia por ter como fim a própria
filosofia, pois ao contemplar o todo e o conhecimento a filosofia modifica as ações e o
pensamento humano, agindo diretamente nas relações humanas, como na política, na
ética e na moral.

TEXTO DE APOIO:

FILOSOFIA - OS MITOS 1

Os mitos e a religião são fenômenos universais: surgiram em todos os


lugares, em todos os povos. A Filosofia, pelo contrário, é algo mais restrito. Em
poucos lugares do mundo, como a Grécia e a Índia, apareceu gradualmente um
pensamento filosófico que procurou dar uma explicação para o mundo sem utilizar
mitos. Mas isso não aconteceu de repente nem houve um abandono total das
concepções mitológicas e religiosas. Muitas vezes elas foram aproveitadas pelos

1 Texto de Leonardo dos Reis Vilela. Disponível em


http://www.mundociencia.com.br/filosofia/mitos.htm. Acesso em 30/01/2014
filósofos. Por isso, para entender o surgimento da Filosofia, é preciso partir dos
próprios mitos.
A mitologia grega foi de grande importância e influenciou toda a cultura
ocidental. Os textos mais antigos que conservam informações sobre a mitologia
grega são as obras atribuídas a Homero (Ilíada e Odisséia), elaboradas
aproximadamente nos séculos XI ou VIII antes da era cristã, e as obras de Hesíodo,
do final do século VIII antes de Cristo. Estas obras são poemas orais que passaram
de gerações a gerações transcritos posteriormente.
A antiga visão de mundo dos gregos era de que a Terra (a deusa Gaia ou
Géia) era uma superfície circular, plana (exceto em suas irregularidades, como as
montanhas), semelhante a um prato ou disco. O céu (o deus Urano) seria a metade
de uma esfera oca, colocada sobre a Terra. Entre a Terra e o céu existiriam duas
regiões: a primeira, mais baixa, que vai da superfície do solo até as nuvens, seria a
região do ar e das brumas. A segunda seria o ar superior e brilhante, azul, que é
visto durante o dia, e que era chamado de éter. Embaixo da Terra, existiria uma
região sem luz, o Tartaros. Em volta do Tartaros, existiriam três camadas da noite. A
noite é considerada como uma deusa assustadora, a quem todos os deuses
respeitam.
A Terra conteria todas as regiões secas conhecidas na época (Europa, Ásia e
África). Todas elas seriam cercadas por uma a espécie de rio circular, o oceano, que
iria até a borda onde o céu e a Terra se encontram. O oceano é descrito como a
fonte e origem de todos os rios e mares, Homero chega a descrevê-lo como a
origem de todas as coisas e dos próprios deuses.

EXERCÍCIOS:

1. A civilização grega exerceu uma profunda influência cultural na história do Ocidente. Diante
disso é correto afirmar:
(01) O teatro grego, com tragédias e comédias, abordando conflitos da condição
humana, influenciou fortemente a arte contemporânea.
(02) A religião monoteísta grega constituiu a base da crença cristã, assim como a valorização de
elementos da natureza e do humanismo.
(04) A filosofia desenvolvida pelos gregos buscava a compreensão do mundo e do
homem visando a elaboração de um saber racional e autônomo.
(08) Os Jogos Olímpicos podem ser associados à mitologia porque a homenagem a Zeus era
mais importante que as guerras e por isso decretava-se um período de trégua.
(16) O mito de Édipo revela a importância do oráculo para os gregos. O oráculo era consultado
através da pitonisa(sacerdotisa) que transmitiria o conselho dos deuses, prevendo o futuro.

2. Considerando a Grécia Antiga, podemos dizer que os gregos constituíram uma cultura, mas não
um Estado. Isto se deve ao fato de:
(a) Possuírem a mesma língua e hábitos idênticos, cultuarem os mesmos deuses e preservarem a
monarquia como forma de governo.
(b) Apesar de falarem a mesma língua e adorarem os mesmos deuses, algumas cidades
dedicavam-se ao militarismo enquanto outras se preocupavam com o intelecto, caracterizando a
autonomia das Cidades-Estado.
(c) Seu governo oscilar entre o militarismo ateniense e a democracia espartana.
(d) O governo ter sido direto e não representativo.
(e) Sua cultura ter se desenvolvido na Antiguidade.

3. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que
tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que
os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar
humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o
que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.)

O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos,


a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra.
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica.
d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica.
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.

4. (Enem 2ª aplicação 2010) “Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas,
foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para
evitá-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo,
ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo
soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia.
Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito,
que,insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do
grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar em
Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e
casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia”.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em: 28/08/2010 (adaptado).

No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são
características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina. A
expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do determinismo é:
a) “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.” (Jean Paul Sartre)
b) “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.” (Santo Agostinho)
c) “Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.” (Arthur Schopenhauer)
d) “Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo.” (Michel Foucault)
e) “O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança.” (Friedrich Nietzsche)

5. (Unicentro 2010) “Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e
coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto
cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter
particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da
religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente. Em
parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime
vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas
coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se contradizem.
É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles nos
dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus, a liberdade e o
destino (...).”
(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de
Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 - p. 11.)

Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica, assinale a
alternativa correta.
a) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos humanos e,
assim, a determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano, uma vez que era o acaso (tykhe)
quem governava, isto é, possuía a função de ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento
de sua livre ação.
b) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno exercício da
atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de acordo com historiadores e helenistas,
não houve uma ruptura na passagem do mito para o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de
enraizamento histórico que culminou no advento da filosofia.
c) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que o homem grego
arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos importantes como harmonia, proporção e
questionamentos a respeito dos princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas
instâncias apresentavam-se como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular
em que eram narrados.
d) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma modalidade
literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por exemplo, sempre obedeceram a
uma ordem pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma lógica racional em funcionamento.
e) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter teórico e
abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se revelariam relevantes na poesia
grega.

6. (Uenp 2010) Sobre a religião dos gregos, assinale a alternativa correta.


a) A mitologia está estritamente associada à religião.
b) A religião está associada à vida prática do grego, e transcende o ritual para ordenar todos os gestos da
existência.
c) Na vida coletiva, era comum que o grego não fosse religioso.
d) A religião e a política não se misturavam entre os gregos.
e) Os deuses gregos são muito parecidos com os homens (possuem características antropomórficas), por isso
o grego não se sente inferior a eles.

7. (Uenp 2009) “Dividiu-se em três partes o Universo, e cada qual logrou sua dignidade. Coube-
me habitar o mar alvacento, quando se tiraram as sortes, a Hades couberam as brumosas trevas e
coube a Zeus o vasto Céu, no éter, e as nuvens. A terra ainda é comum a todos, assim como o
vasto Olimpo”

Segundo o texto de Homero, a origem do Universo é explicada pela divisão feita por Cronos entre seus
três filhos: Poseidon, Hades e Zeus. A visão mítica revelada por relatos como esse permeou as sociedades
gregas e romanas da Antiguidade e atribuiu um caráter religioso a seu legado artístico e cultural. As
religiões e as mitologias são formas de explicar os mistérios do mundo que tiveram grande importância
para a formação dos povos da Antiguidade. A mitologia grega, por exemplo, criou narrativas sobre a
natureza, os sentimentos humanos presentes no imaginário do mundo ocidental.

Dessa perspectiva, analise os enunciados a seguir:


I. O mito de Prometeu continua sendo lembrado na atualidade, representando a possibilidade do ser
humano de desafiar os deuses e construir a cultura.
II. O mito de Édipo tem relação com a ideia de destino e com a dificuldade dos seres humanos diante das
dificuldades da vida.
III. Os deuses gregos eram poderosos e imortais, não tinham as fraquezas humanas e dominavam o
mundo com sua astúcia.
IV. Muitas obras da literatura grega se inspiraram nas histórias vividas pelos mitos, com destaque especial
para as obras de Homero.
V. A mitologia grega se desenvolveu sem vínculos com a religião da época; os mitos e os deuses eram
cultuados de forma totalmente independente.
Assinale a alternativa correta:
a) I, II, III são verdadeiras; IV e V são falsas.
b) apenas V é falsa.
c) todas são verdadeiras.
d) todas são falsas.
e) apenas I é verdadeira.

OS PRÉ-SOCRÁTICOS

A ESCOLA JÔNICA

A Escola Jônica inaugurou na Grécia a filosofia naturalista, que tinha como


princípio básico a busca pela compreensão do princípio, ou seja, a origem de tudo. Em
outras palavras, o princípio é o imutável que origina, modifica e resolve toda a realidade
da natureza. Estes conceitos foram desenvolvidos por Tales de Mileto.

Tales de Mileto:
Viveu entre o final do século VII e a primeira metade do século VI a. C. Embora
não haja qualquer registro escrito, o seu pensamento e teorias foram perpetuadas pela
tradição oral e por filósofos como Aristóteles, que escreveram sobre Tales.
Tales foi um político muito respeitado em Jônia e também foi um cientista de
sucesso. Entre as suas descobertas científicas podemos citar:
- a previsão de um eclipse solar que ocorreu no século VII a. C.
- projeto de irrigação e navegação através da alteração do curso de rios.
- descobriu a constelação Ursa Menor.
- Teorema de Tales: feixes de retas paralelas cortadas ou intersectadas por
segmentos transversais formam segmentos de retas proporcionalmente correspondentes.
O teorema foi criado para medir a altura de uma pirâmide, como podemos ver na
imagem a seguir:
Além de todas estas contribuições para a ciência, Tales também conseguiu se destacar
como o criador da teoria filosófica naturalista, na qual ele defende a ideia de que a água é o
princípio do universo.
Segundo os filósofos Giovanni Reale e Dario Antiseri, 2 Tales de Mileto criou a
primeira proposta filosófica do Ocidente, ao defender a água como princípio causal de
tudo o que existe.
Tales acreditava em um Deus racional que cria e modifica as coisas. Também
afirmava que tudo é vivo e tudo tem alma e para justificar a sua teoria dava como
exemplo a atração entre imã e ferro.

Anaximandro de Mileto:
Foi o sucessor e discípulo de Tales e o primeiro a escrever sobre filosofia. Na
obra, Sobre a Natureza, Anaximandro afirma que o princípio não é a água, pois ele crê
em um princípio ilimitado, indefinido e indeterminado, criador de todas as coisas,
inclusive da água.
Anaximandro também foi cientista de destaque. Entre as suas invenções
podemos citar:
- relógio de sol.
- “mapa-múndi” (aqui vale salientar que não é o mapa-múndi atual, pois alguns
continentes não eram conhecidos pelos gregos).
- iniciou a astronomia na Grécia com o uso de esquadro para medir a distância
entre as estrelas.

ANTISERI, Dario & REALE, Giovanni. História da Filosofia: filosofia pagã antiga. São
Paulo: Paulus, 2003.
Anaxímenes
Anaxímenes foi um filósofo da escola jônica, que tem como característica básica
explicar a origem do universo ou arché a partir de uma substância única fundamental.
Refutando a teoria da água de Tales, e do ápeiron de Anaximandro, Anaxímenes
ensinava que essa substância era o ar infinito, pneuma ápeiron. O universo resultaria das
transformações do ar, da sua rarefação, o fogo, ou condensação, o vento, a nuvem, a
água e a terra e, por último, pedra. Esse era o processo por qual passava uma substância
primordial, e resultava na multiplicidade, os quatro elementos.
O ar tinha o eterno elemento. Escreveu uma obra, como Anaximandro: Sobre a
natureza. Dedicou-se à meteorologia, foi o primeiro a considerar que a lua recebe a luz
do sol. Era companheiro de Anaximandro. Hegel diz que Anaxímenes ensina que nossa
alma é ar, e ele nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantém unido o mundo
inteiro. Espírito e ar são a mesma coisa.
A substância da origem volta a ser uma coisa determinada como em Tales.
Anaxímenes identificou o ar talvez porque tenha visto seu movimento incessante, e que
a vida e o ar andam juntos, na maioria dos casos. A respiração é um processo
vivificante, dependemos dela durante toda a nossa vida. Ele via que no céu existem
nuvens, e que a matéria possui diferentes graus de solidez.

A ESCOLA PITAGÓRICA

A Escola Pitagórica foi fundada por Pitágoras, na Península Itálica. Assim esta
escola também pode ser chamada como Escola Itálica. Mesmo com esta localização, a
Escola Pitagórica pertence a filosofia naturalista grega, uma vez que esta região era
colônia grega (Magma Grécia).
Nesta região, a religião não seguia a tradição grega de culto aos Deuses. A
religiosidade era caracterizada, assim, pelo culto de Dionisos (o espírito trágico) ou
Apolo Delfo (o espírito racional) em confrarias religiosas voltadas para as questões
ocultas. O patrono desta religião era Orfeu e as suas principais características eram:
- Crença em vida pós-morte.
- Presença de um princípio divino, nos seres humanos, conhecido como Daímon.
Este princípio governa as almas escolhendo os corpos que elas “habitariam” durante a
vida.
- Purificação da alma em rituais, para que as pessoas continuem reencarnando.
Aqueles que não purificam as suas almas estavam fadados a nunca mais reencarnar em
um novo corpo
- A purificação, assim, garante a eternidade da alma.
Os cultos órficos foram importantes para a Escola Pitagórica, uma vez que, o seu
fundador, Pitágoras, criou a sua escola filosófica através de uma confraria religiosa, que
tinha a sua base nos princípios desta religião.

Pitágoras
Pitágoras nasceu em Samos (Jônia), provavelmente na década de 530 a. C. e
ainda criança mudou-se para Crotona, na Magma Grécia, local em que criou a sua
confraria religiosa.
A ordem pitagórica tinha como objetivo, oferecer aos seus membros uma busca
pela compreensão e satisfação pessoal da sua existência nesta vida mundana. Também
tinha pretensão política e educacional.
O seu pensamento filosófico era naturalista e buscava uma explicação racional
para o princípio do universo. Para Pitágoras o princípio estava nos números, pois
acreditava que o princípio estava na matemática e os números representavam este
princípio, já que eram responsáveis pela estruturação de tudo que há conhecimento.
Pitágoras chegou a esta conclusão ao analisar o som da Lira Órfica de perceber
que a música segue proporções numéricas. Assim, para Pitágoras há uma música
universal que não temos contato, pois estamos no seu interior, pois ela é caracterizada
por ordenar a terra e os céus.
A representação deste princípio se daria através do número um, já que ele é que
inicia, segundo Pitágoras, a matemática. Como os números eram representados por
letras na Grécia, a Escola Pitagórica criou a representação aritmético-geométrica,
distribuindo em figuras. Assim definiram a unidade e criaram o ordenamento dos
números. Também definiu os números pares (ilimitado) e os números impares
(limitados).
A principal figura para Pitágoras era um triângulo equilátero (tetractys), que
representa o número dez e representa a síntese da unidade e responsável pela criação do
sistema decimal:
Portanto, a matemática e a sua proporcionalidade eram responsáveis pela
estruturação de um mundo ordenado e harmônico, descobertos por meio de leis
racionais. Entretanto, a criação do Teorema de Pitágoras vai gerar uma crise que
resultará no fim da escola pitagórica, uma vez que a proporcionalidade nem sempre é
atingida neste teorema.

TEXTO DE APOIO 3

OUTROS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

Heráclito de Éfeso

Heráclito – (+ ou – 540-470 a. C) nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, descendente do


fundador da cidade. É considerado o mais importante dos pré-socráticos. É dele a frase
de que tudo flui. Não entramos no mesmo rio duas vezes e o sol é novo a cada dia. É o
filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve, e todo o
juízo seria falso, ultrapassado. Desprezava a plebe, não participou da política e
desprezou a religião, os antigos poetas e os filósofos de seu tempo. É o primeiro pré-
socrático com um número razoável de pensamentos, que são um tanto confusos, e por
isso tem o nome de Heráclito, o obscuro. São aforismos. Foi muito crítico. Chama a
atenção, além da pluralidade, para os opostos. Tanto o bem como o mal são necessários
ao todo. Deus se manifesta na natureza, abrange o todo e é crivado de opostos. O logos
é o princípio cósmico, elemento primordial, e a razão do real, a inteligência. A verdade

3 Retirado de: http://www.consciencia.org/pre_socraticos.shtml. Acesso em 04/02/2015


se encontra no devir, não no ser. Com sentidos poderosos, poderíamos vê-lo. O
pensamento humano participa e é parte do pensamento universal. O fogo é eterno, um
dia tudo se tornará fogo. O sol seria da largura de um pé humano. A felicidade não está
nos prazeres do corpo. A morte é tudo que vemos despertos, e tudo o que vemos
dormindo é sono. Existe a harmonia visível e a invisível. A alma não tem limites, pois
seu logos é profundo e aumenta gradativamente. O pensar é comum a todos. A terra cria
tudo, e tudo volta para ela.
Hegel identifica em Heráclito a dialética: Heráclito concebe o absoluto como
processo, com a dialética, exterior, um raciocinar de cá para lá e não a alma da coisa da
coisa dissolvendo-se a si mesma, a dialética imanente do objeto, situando-se na
contemplação do sujeito, objetividade de Heráclito, compreendendo a dialética como
princípio. O ser não é mais que o não ser. O fogo condensa-se, e apagado vira água.
Encontramos em Heráclito algo comum entre os sábios: o desprezo pelo populacho,
(como era comum Nietzsche dizer) e instituições dominantes. Teria sua experiência lhe
dado base para isso?
Ele pode ter contemplado com os seus próprios olhos o devir, movimento inteligente
do universo e maravilhoso. Encontrou fogo na alma humana, comparou-a com uma
chama que se apaga na morte. Identificou o infinito na natureza, não apenas o
matemático, mas o que constitui a essência das coisas. Pois todas as coisas têm uma
essência, e o fluxo da alma é tão fundo que não tem fim.

Parmênides
Parmênides – (+ ou – 544-450 a. C) filósofo da escola eleática, da região de
Eléia, hoje Vília, Itália. Foi discípulo de Amínisas. Conheceu a filosofia de sua época.
Escreveu um poema, cujo preâmbulo tem duas partes, a primeira trata da verdade, a
segunda da opinião. Suas conclusões são contrárias às de Heráclito, seu contemporâneo.
Na primeira parte do poema proclama a razão absoluta, que é o discurso de uma
deusa. Para se chegar à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos de
recorrer à razão. Desta forma nada pode mudar, só existe o ser, imutável, eterno e único,
em oposição ao não ser. Teve como discípulo Zenão, também de Eléia.
Segundo Nietzsche, foi em um estado de espírito que Parmênides encontrou a teoria
do ser, considerando o vir a ser. Pensou: algo que não é pode vir a ser? Não. – Temos
de ignorar os sentidos e examinar as coisas com a força do pensamento. O que está fora
do ser não é o ser, é nada, o ser é um.
Ao colocar como “imperativo categórico” o ser, e com ele a verdade que se chega na
razão, Parmênides inaugura uma manifestação humana de consequências funestas. A
refutação dos dados empíricos, em favor do que pode ser comprovado com a razão age
sobre o resultado final dos mesmos. Assim, com o possível de ser explicado em
primeiro plano, deixamos de lado um aspecto da percepção: a mudança, pois mudar é
deixar de ser. O devir, nesses parâmetros é uma ilusão, o fluxo da natureza também e o
que é confiável é aquilo que é assimilado e compreendido. Põe se barreiras na
percepção pura, que provêm da mente aberta, para usar um termo de Aldous Huxley.

Zenão, de Eléia
Zenão, de Eléia (século V a. C)- cerca de quarenta anos mais jovem que o
seu mestre e conterrâneo Parmênides. Nasceu na Eléia, e interviu na política, dando leis
à sua pátria. Zenão teria deixado cerca de quarenta argumentos, sendo que nove foram
conservados pelo doxógrafos. São dispostos em problemas de grandeza, do espaço, do
movimento e da percepção sensível. Ele parte da divisibilidade infinita do espaço, pois
um corpo percorrendo um espaço infinito em um tempo finito estaria imóvel. Seus
argumentos constituem-se verdadeiras aporias (caminhos sem saída), indo até ao
absurdo. Foi considerado por Aristóteles o inventor da dialética, no sentido de diálogo
que parte das premissas do adversário e o põe em contradição, numa posição
insustentável. Defendeu as teorias do ser de seu mestre, Parmênides, contra os seus
adversários, notoriamente os pitagóricos, que pregavam o ser múltiplo e divisível. O
infinito não pode ser percorrido num tempo finito, só em um tempo infinito. Seus
argumentos ficaram conhecidos como paradoxos de Zenão.
Paradoxo de Aquiles: o mais lento na corrida jamais será alcançado pelo mais
rápido, pois o que persegue deve sempre começar a atingir o ponto de onde partiu o que
foge. Outro argumento pretende afirmar que uma flecha está em repouso ao ser
projetada. É a consequência da suposição de que o tempo seja composto de instantes.
Ele demonstra que quando há o múltiplo, há o grande e o pequeno. Quando
grande, o múltiplo é infinito, segundo a grandeza.
Para Hegel, a dialética de Zenão possui mais objetividade que a atual. Ele ainda se
conteve com os limites da metafísica.

Anaxágoras
Anaxágoras (+ ou – 499-428 a. C)- filósofo da escola jônica nascido na Ásia
menor, foi o primeiro filósofo a se transferir para Atenas, de onde foi banido por
considerar o sol uma pedra incandescente e a lua uma Terra, negando a divindade desses
corpos celestes. Interessava-se muito por astronomia. Houve um processo que acabou
por condená-lo, apesar de ser amigo de Péricles, seu mestre e protegido. Péricles foi um
grande líder político. Sócrates que nasceu cerca de trinta anos depois de Anaxágoras
também foi condenado. Atenas considerava a novidade, a filosofia, uma impiedade e
ateísmo. Anaxágoras se recusava a prestar culto aos grandes deuses gregos. Era filho de
Hegesibuldo. Disse que as coisas corpóreas eram infinitas, e elas pareciam engendrar-se
e destruir-se pela combinação e dissolução. No início, todas as coisas seriam infinitas
em quantidade e pequenez, pois o pequeno também era infinito. Toda a matéria estava
condensada. O ar e o éter são o maior conjunto de coisas. Muitas coisas de todas as
espécies são contidas em todos os compostos e sementes. Em tudo há um pouco de
tudo. Em cada minúscula partícula, ou semente, há uma parte de todas as coisas, pois
todas as coisas são formadas por essas sementes. Essas coisas se resolviam e separavam
pela força e rapidez, a força é a rapidez que produz. E o espírito começou a se mover, e
em todo movimento havia uma separação, e as partículas se desdobravam, o espírito
sempre é, sempre afirma. O compacto, o fluído, o frio e o sombrio se colocaram onde se
formou a terra, e o ralo o quente e o seco forma para longe do éter. As visões das coisas
invisíveis são aparentes, a lua reflete os raios de sol, em sua filosofia. E as coisas, que
estavam juntas foram separadas por esse espírito inteligente e puro (nous), que ordenava
a matéria e se movia, separando os opostos e criando os seres diferenciados. Os graus de
inteligência dos seres animados (animais e plantas) dependem da estrutura do corpo em
que o nous está ligado sem se misturar. Para Hegel, Anaxágoras foi um sóbrio entre os
ébrios. Fundamenta sua crítica dizendo que ele foi o primeiro a dizer que o pensamento
é universal, em si e para si, o puro pensamento é verdadeiro. Universal pela noção de
causalidade. Essa noção, se não é universal, se não considera a coisa em si, costuma
dizer coisas como: a causa da existência do capim é servir de alimento para os
herbívoros, e a destes é servir de alimento para os carnívoros, os troncos fluem para
determinado lugar, pois estão precisando deles lá e assim por diante. O nous de
Anaxágoras é universal, move-se para diante. Cada ideia é um círculo de si mesma, e o
bem universal de sua espécie. O nous é a alma que a tudo move, que liga e separa, uma
atividade que põe uma primeira determinação como subjetiva, mas essa é feita objetiva,
e assim se torna outra, e de novo esta oposição é sobreposta, assim até o infinito. Isso é
dialética.

Leucipo
Leucipo (século V a. C) Filósofo grego, criador da teoria atomista, que foi
desenvolvida por Demócrito . É considerado discípulo de Zenão, mas também especula-
se sobre ser na verdade discípulo de Parmênides e Melisso*. Atribuem a Leucipo uma
obra: A Grande ordem do Mundo. Neste livro diz que nenhuma coisa
se engendra ao acaso, mas a partir da razão e da necessidade. Seria natural de Mileto ou
Eléia.
Segundo Hegel, Leucipo concebeu a determinabilidade não de modo superficial,
mas de maneira especulativa. Haveria no mundo a matéria e o vazio. A matéria é
constituída de átomos, que se movem em torvelinho. O absoluto é o átomo, o
verdadeiro. O um e o princípio são abstratos. Princípio do um é ideal, o pensamento é a
essência das coisas. Sua filosofia, para Hegel, não é empírica. Os átomos movem-se por
necessidade, se chocam e se rechaçam. São distintos entre si pela ordem e pela posição.
Leucipo queria aproximar o pensamento do fenômeno e da percepção sensível,
para Aristóteles. A alma também se constituiria de átomos.
Leucipo explicou o fenômeno do peso de acordo com o tamanho dos átomos e suas
combinações. Os átomos seriam partículas minúsculas e indivisíveis por sua pequenez.
O mundo teria a parte cheia e a parte vazia. Foi o primeiro a conceber uma parte vazia
no universo. A parte cheia seria constituída de átomos. Rejeitou a descoberta dos
pitagóricos de que a Terra é esférica.

Demócrito
Demócrito (+ ou – 460-370 a. C) – nasceu em Abdera (Trácia). Foi discípulo
e sucessor de Leucipo, desenvolveu sus teoria atomista e participou da escola iniciada
por seu mestre em sua terra natal. De sua vida sabem-se poucas coisas seguras, mas
fala-se que viajou muito, recebeu homenagens de seus concidadãos. É famosa a tradição
que lhe atribui um riso constante, presente para qualquer coisa. É um dos primeiros
materialistas. Teria deixado cerca de noventa obras. Para resolver o impasse surgido nas
teorias de Heráclito e Parmênides, desenvolve a teoria de que tudo seria composto por
partículas minúsculas indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma. Os átomos da
alma se desintegrariam no momento da morte. Portanto, não acredita na imortalidade da
alma, embora gostasse de Pitágoras. Trabalhou muito, dizia que os trabalhos feitos de
bom grado fazem mais leves as cargas dos impostos a contragosto. Na sua filosofia, o
trabalho continuado torna-se mais leve por causa do átomo. Um trabalho bem feito e
terminado dá mais satisfação que o descanso, e um trabalho em que não há retorno
causa muito desprazer. O homem sensato dosa a avareza com o gasto, e suporta com
brandura a pobreza. Quanto à forma, a emanação é igual às coisas. Os átomos são
indivisíveis, pois se fossem divisíveis em partículas ainda menores. A natureza acabaria
por se diluir. E como nada pode surgir do nada, são eternos. O movimento existe, pois o
pensamento é movimento, e também os átomos se movem. Quando os átomos estão em
equilíbrio, são tão numerosos que não podem mais se mover, os mais leves são
repelidos para o vazio exterior (portanto, o vazio existe) e os outros permanecem juntos,
formando um conglomerado. Cada um desses conglomerados que se separam das
massas dos corpos é um mundo, e existem infinitos mundos. Esta é uma visão
nietzscheana da teoria de Demócrito. A essência da alma está na sua natureza
animadora, de movimento. A alma é feita de átomos sutis, que se movem, lisos e
arredondados. O fogo faz parte da essência do homem. Se a respiração cessa, o fogo
interior escapa, e ocorre a morte. O homem é infeliz porque não conhece a natureza.
Temos de nos contentar com o mundo tal como ele é. Os átomos constituem a
explicação última da natureza. Foi o mais lógico dos pré-socráticos. Nietzsche o
considera um poeta, Aristóteles admira sua universalidade. Sua doutrina seguiu adiante,
e temos outros atomistas, como Epicuro.

EXERCÍCIOS:

8. Nascido na cidade de Mileto, uma colônia grega na região da Jônia (atual Turquia), Tales foi
matemático, astrônomo e negociante. Herdeiro de conhecimentos ainda mais antigos - como a matemática
egípcia e a astronomia babilônica - Tales era tido em sua cidade como um sábio, mas também como um
homem prático: conta-se que, utilizando suas habilidades, soube prosperar como um hábil mercador.
São atribuições de Thales de Mileto:
I. O grande mérito de Tales, na verdade, não foi a sua explicação aquática da realidade: foi o fato de que,
pela primeira vez na história, o homem buscava uma explicação totalmente racional para o seu mundo,
deixando de lado a interferência dos deuses.
II. Tales pode ser tido também como o pai da filosofia unitarista - que busca a explicação de todas as
coisas a partir de um único princípio.
III. Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se auto-excluem o tempo todo.
IV. O que sabemos sobre as ideias desse filósofo resulta de comentários feitos pelos pensadores gregos
que o sucederam, pois não há preservados registros escritos de sua autoria.
Estão CORRETAS as afirmativas:
A) Apenas a I e a II;
B) Apenas a II e a III;
C) Apenas a III e a IV;
D) Apenas a I, a II e a IV;
E) Todas estão corretas.

9. Sobre Teles de Mileto, qual alternativa esta incorreta?

A) Foi o criador da escola naturalista de filosofia.


B) Através da relação entre uma pirâmide a sua sombra e uma estaca e sua sombra criou o teorema que
leva o seu nome.
C) Acreditava que a água era o principio do universo.
D) Acreditava na reencarnação da alma e no maniqueísmo.
E) Defendia a existência de um Deus racional.

10. Segundo o helenista Jean-Pierre Vernant, nem milagre, nem orientalismo em suas extremidades,
definem o surgimento da Filosofia. Isso porque claramente ela tem dívida com o Oriente em razão dos
contatos com persas, egípcios, babilônicos, caldeus ? mas aquilo em que ela transformou esses conteúdos
resulta em algo totalmente inovador no pensamento humano.
Sobre o nascimento da filosofia é CORRETO afirmar:
I. A chamada Cosmogonia (cosmos = mundo organizado, universo; gonia = gênese, origem) que foi a
primeira tentativa de se explicar a realidade. Esta era baseada em mitos (narrativas) que criavam, a partir
de imagens de deuses, de seres inanimados, animais, etc., a estrutura hierárquica e organizada do mundo.
II. A Filosofia surge como Cosmologia (lógos = razão, palavra, discurso, contar, calcular), ou seja, a
compreensão de que o mundo é, sim, organizado, mas os fundamentos de suas explicações não são
meramente seres antropomórficos, mas conceitos de nossa própria racionalidade.
III. No período mitológico, as alterações que ocorriam na natureza eram explicadas como atitudes
tomadas pelos deuses, mas as pessoas que percebiam tal modificação passaram a questionar o que
provocava tais alterações.
IV. Apesar de Sócrates ser um grande e destacado estudioso da filosofia, Tales de Mileto é o filósofo que
originou tal arte. Assim é considerado, já que iniciou a filosofia ocidental, fundou a Escola Jônica e ainda
formou discípulos como Anaxímenes e Anaximandro, esses acreditavam que havia apenas uma substância
primordial que originava todas as outras coisas.
Estão CORRETAS as proposições:
A) Apenas a I e a III;
B) Apenas a II e a IV;
C) Apenas a III e a IV;
D) Apenas a I e a IV;
E) Todas estão corretas.

11. (Ufsj 2012) Sobre o princípio básico da filosofia pré-socrática, é CORRETO afirmar que
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de todos os seres, concluiu que a água era a
substância primordial, a origem única de todas as coisas.
b) Anaximandro, após observar sistematicamente o mundo natural, propôs que não apenas a água poderia
ser considerada arché desse mundo em si e, por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo.
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o antecederam e concluiu que o princípio de todas as
coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio não está ao alcance dos sentidos.
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou terminantemente a luta dos contrários como gênese e
unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo.

12. (Unioeste 2012) O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre
Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores propõem uma explicação racional
do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do pensamento” (Pierre Hadot).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes
proposições:
I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque as explicações racionais do
mundo por eles produzidas apresentam não apenas o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e
o resultado do processo pelo qual uma coisa se constitui.
II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do desenvolvimento do
universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas eram de tipo mítico, descreviam a história do
mundo como uma luta entre entidades personificadas.
III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem o mesmo esquema
ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida em que também propõem uma teoria da
origem do mundo, do homem e da cidade.
IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento de uma nova ordem do
pensamento, complementar ao mito; em certos momentos decisivos da história da filosofia as duas ordens
de pensamento chegam a coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu
quando, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é introduzida para
explicar a produção do mundo.
V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é considerado filósofo – o fundador
da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua proposição “A água é a origem e a matriz de todas as
coisas” está contida a proposição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade.

Assinale a alternativa correta.


a) As proposições III e IV estão incorretas.
b) Somente as proposições I e II estão corretas.
c) Apenas a proposição IV está incorreta.
d) Todas as proposições estão incorretas.
e) Todas as proposições estão corretas.

13. (Ufpe 2011) As reflexões sobre o mundo e as relações sociais fazem parte da construção da Filosofia,
desde os seus primórdios. Na Grécia, o pensamento filosófico foi muito importante para a organização da
sua sociedade e o estabelecimento de uma visão crítica de suas manifestações culturais. Uma das figuras
marcantes da Filosofia Grega foi Parmênides, que:
a) defendia a concepção de um universo composto pelos quatro elementos fundamentais da natureza (a
água, o fogo, a terra, o ar) em constantes movimentos circulares.
b) seguiu as teorias de Heráclito sobre a permanência do sagrado e dos mitos, como princípios básicos da
realização religiosa da sociedade, em todos os tempos.
c) se posicionou contra as teorias políticas dos mais democratas, pois achava a escravidão necessária para
se explorar as riquezas e facilitar a organização da economia.
d) influenciou em muito o pensamento idealista da filosofia ocidental, dando destaque à ideia de
permanência e considerando o movimento como uma ilusão dos sentidos.
e) estabeleceu orientações fundamentais para o pensamento de Aristóteles, de quem foi mestre,
articulando as bases de uma lógica dualista com a concepção de governo monárquico vitalício.

14) (UEL_2003) - “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência
de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a
água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira
proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.”

(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)

A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-
socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles
investigado.

a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.

b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.

c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.

d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.

e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.


15) (UEL-2003) Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:

a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos
gregos.

b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-
argumentativas.

c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina.

d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos.

e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição.

16) (UEL-2004)- “Entre os „físicos‟ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser.
Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo
unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis
que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas
quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência
humana: a natureza não operou „no começo‟ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o
fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se
isolam e se reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B.
da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou
seja, no momento original.

b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais.

c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode
ser compreendida racionalmente.

d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos
mesmos está além da capacidade humana.

e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas
explicações podem ser racionalmente compreendidas.

17) (UEL-2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros
filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que
deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da „imposição religiosa‟, é o que mais
merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto;
GUERREIRO, Mario. Présocráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.)

Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida
pelos primeiros filósofos.

a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.

b) A discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.

c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela
religião.

d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento.


e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.

OS SOFISTAS

Após os primeiros filósofos, que eram naturalistas e se preocupavam com o


princípio externo da natureza e do homem, prevaleceu na Grécia à filosofia voltada para
as questões humanas interiores.
Assim, no século IV e V a. C. propagou-se pela Grécia a filosofia sofista, que
teve como principais destaques os seguintes filósofos: Protágoras, Górgias, Pródico e
Hípias.
Os sofistas eram “profissionais” da filosofia, já que buscavam novos alunos
entre as classes superiores gregas (principalmente ateniense) para que estes se
preparassem para a vida pública; uma vez que Atenas estava no auge de sua democracia,
caracterizada pelo embate de ideias e ideologias entre os seus cidadãos.
Os filósofos sofistas se preocupavam com a sabedoria e o conhecimento dos
seus jovens pupilos e acreditavam no relativismo moral das pessoas. Em outras
palavras, acreditavam que não havia uma única moral e que esta deveria refletir os
interesses do momento.
Assim, os sofistas trabalhavam com a elaboração de discursos que prendessem
os seus ouvintes com ideias persuasivas. Para tanto, era utilizado à oratória, o jogo de
palavras e de conceitos para que os alunos percebessem que era necessário o
acompanhamento de um profissional para se destacarem na política grega.
Este relativismo moral pode ser expresso nas palavras de Protágoras que
afirmava que o “homem é a medida de todas as coisas”. Com isso, pensar o homem
seria inseri-lo no seu contexto social, pois só assim seria capaz de sobressair política e
socialmente.
Podemos afirmar que para os sofistas o conhecimento é a base para a elevação
social de uma pessoa e que este conhecimento passaria por seus ensinamentos, que não
estavam atrelados a verdade e sim ao convencimento dos seus ouvintes. Em outras
palavras, os sofistas acreditavam que o conhecimento relacionava-se com o discurso e a
persuasão, independentemente dos métodos utilizados.
O principal método de persuasão destes filósofos era o sofisma, que pode ser
caracterizado por um raciocínio aparentemente válido, porém, inconclusivo. O sofisma
também passou a ser denominado na filosofia como falácia.
Os sofistas foram muito criticados por outros filósofos, principalmente por
Sócrates, que viveu em Atenas no mesmo período que os sofistas. Para Sócrates e os
seus seguidores, os sofistas eram enganadores, que buscavam passar um conhecimento
sem possuí-lo.
A seguir, alguns exemplos de falácias: 4

Espantalho

Você desvirtuou um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.

Ao exagerar, desvirtuar ou simplesmente inventar um argumento de alguém, fica bem mais fácil
apresentar a sua posição como razoável ou válida. Este tipo de desonestidade não apenas prejudica o
discurso racional, como também prejudica a própria posição de alguém que o usa, por colocar em questão
a sua credibilidade – se você está disposto a desvirtuar negativamente o argumento do seu oponente, será
que você também não desvirtuaria os seus positivamente?

Exemplo: Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e educação, Jader
respondeu dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso país
completamente indefeso, sem verba militar.

***

Causa Falsa

Você supôs que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da
outra.

Uma variação dessa falácia é a “cum hoc ergo propter hoc” (com isto, logo por causa disto), na qual
alguém supõe que, pelo fato de duas coisas estarem acontecendo juntas, uma é a causa da outra. Este erro
consiste em ignorar a possibilidade de que possa haver uma causa em comum para ambas, ou, como
mostrado no exemplo abaixo, que as duas coisas em questão não tenham absolutamente nenhuma relação
de causa, e a sua aparente conexão é só uma coincidência.

Outra variação comum é a falácia “post hoc ergo propter hoc” (depois disto, logo por causa disto), na
qual uma relação causal é presumida porque uma coisa acontece antes de outra coisa, logo, a segunda
coisa só pode ter sido causada pela primeira.

Exemplo: Apontando para um gráfico metido a besta, Rogério mostra como as temperaturas têm
aumentado nos últimos séculos, ao mesmo tempo em que o número de piratas têm caído; sendo assim,
obviamente, os piratas é que ajudavam a resfriar as águas, e o aquecimento global é uma farsa.

***

Retirado do site: http://ahduvido.com.br/30-falacias-mais-comum-utilizadas-em-


debates-e-discussoes acesso em 19/02/2014 .
Apelo à emoção

Você tentou manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento válido ou convincente.

Apelos à emoção são relacionados a medo, inveja, ódio, pena, orgulho, entre outros.

É importante dizer que às vezes um argumento logicamente coerente pode inspirar emoção, ou ter um
aspecto emocional, mas o problema e a falácia acontecem quando a emoção é usada no lugar de um
argumento lógico. Ou, para tornar menos claro o fato de que não existe nenhuma relação racional e
convincente para justificar a posição de alguém.

Exceto os sociopatas, todos são afetados pela emoção, por isso apelos à emoção são uma tática de
argumentação muito comum e eficiente. Mas eles são falhos e desonestos, com tendência a deixar o
oponente de alguém justificadamente emocional.

Exemplo: Lucas não queria comer o seu prato de cérebro de ovelha com fígado picado, mas seu pai o
lembrou de todas as crianças famintas de algum país de terceiro mundo que não tinham a sorte de ter
qualquer tipo de comida.

***

4. A falácia da falácia

Supor que uma afirmação está necessariamente errada só porque ela não foi bem construída ou
porque uma falácia foi cometida.

Há poucas coisas mais frustrantes do que ver alguém argumentar de maneira fraca alguma posição. Na
maioria dos casos um debate é vencido pelo melhor debatedor, e não necessariamente pela pessoa com a
posição mais correta. Se formos ser honestos e racionais, temos que ter em mente que só porque alguém
cometeu um erro na sua defesa do argumento, isso não necessariamente significa que o argumento em si
esteja errado.

Exemplo: Percebendo que Amanda cometeu uma falácia ao defender que devemos comer alimentos
saudáveis porque eles são populares, Alice resolveu ignorar a posição de Amanda por completo e comer
Whopper Duplo com Queijo no Burger King todos os dias.

SÓCRATES

Depois de um período crítico, no qual o relativismo moral era a principal


característica dos sofistas, a filosofia grega entra no seu período clássico através de
Sócrates.
Sócrates nasceu em Atenas em 470 a. C. e desenvolveu uma filosofia voltada
para questões humanas, principalmente relacionadas à verdade e aos valores.
Para muitos estudiosos, Sócrates deve ser incluído no grupo de filósofos sofistas,
já que praticava uma filosofia oral e argumentativa. Entretanto, Sócrates acreditava em
uma verdade absoluta e universal e combatia o relativismo moral.
A filosofia oral de Sócrates era baseada na Ironia e na Maiêutica. A Ironia
consistia em perguntar sobre uma coisa em discussão, depois delimitar um conceito e,
contradizendo-o, refutá-lo. Só assim, as ilusões que acompanhavam as pessoas seriam
desfeitas. Porém, para que isto ocorresse era necessário a Maiêutica, ou seja, acabar
com os pré-conceitos e as relatividades que acompanham as pessoas e geralmente são
impostas por tradição social, cultural e religiosa.
A frase “só sei que nada sei”, que imortalizou Sócrates, representa exatamente a
filosofia baseada na Ironia e na Maiêutica. Uma vez que saía do pressuposto que nada
sabia e que a aprendizagem estava estreitamente ligada à dialética.
Sócrates não escreveu nenhuma obra e, por isso, a sua filosofia tornou-se eterna
a partir dos seus discípulos, Platão e Aristóteles.
Segundo Aristóteles, Sócrates buscava compreender a ideia universal. Em outras
palavras, podemos afirmar que esta ideia universal estava relacionada a formação e ao
valor do pensamento humano. Por isso, podemos afirmar que a filosofia socrática era
existencialista.
Para chegar a este conhecimento universal era necessária a racionalização e
esquematização do saber, ou seja, combater o relativismo, no qual os sofistas haviam
pautado a filosofia. Assim, a filosofia socrática não é fantasiosa e sim sóbria e
esquemática, baseada no existencialismo humano universal e imutável.
Já o Valor é visto por Sócrates como uma questão ética (conceito de bem e mal).
O valor, assim, seria relacionado à utilidade e ao poder e não ao prazer, como no
hedonismo. Segue, com isso, a moral do bem estar.
Sócrates também acreditava que o homem deveria ser sábio e prudente, pois o
inteligente seria sábio e consequentemente bom. Assim, a virtude estaria relacionada ao
conhecimento, já que para Sócrates, “ninguém pratica o mal voluntariamente”.

EXERCÍCIOS:

18. (UEM/PR) Sócrates foi um dos mais importantes filósofos da antiguidade. Para ele, a filosofia não
era um simples conjunto de teorias, mas uma maneira de viver. Sobre o pensamento e a vida de Sócrates,
assinale o que for correto e apresente como resposta a soma das alternativas corretas.
01) Sócrates acreditava que passar a vida filosofando, isto é, a examinar a si mesmo e a conduta moral das
pessoas, era uma missão divina na qual um deus pessoal o auxiliava.
02) Nas conversações que mantinha nos lugares públicos da Atenas do século V a.C., Sócrates repetia
nada saber para, assim, não responder às questões que formulava e motivar seus interlocutores a darem
conta de suas opiniões.
04) Em polêmica com Aristóteles, para quem a cidade nasce de um acordo ou de um contrato social,
Sócrates escreveu a República, na qual demonstra ser o homem um animal político.
08) O exercício da filosofia, para Sócrates, consistia em questionar e em investigar a natureza dos
princípios e dos valores que devem governar a vida. Assim se comportando, Sócrates contraiu inimizades
de poderosos que o executaram sob a acusação de impiedade e de corromper a juventude.
16) A maiêutica socrática é a arte de trazer à luz, por meio de perguntas e de respostas, a verdade ou os
conhecimentos mais importantes à vida que cada pessoa retém em sua alma.

19. (UFU/MG) Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Sócrates.


a) Sócrates estabelece uma ligação muito estreita entre o conhecimento da virtude e a ação humana, a
ponto de sustentar que aquele que conhece o que é o correto não pode agir erroneamente, visto que o erro
de conduta é fruto da ignorância sobre a verdade.
b) O fim último do método dialético socrático era a refutação do seu interlocutor. Assim sendo, é legítimo
afirmar que o reconhecimento da própria ignorância equivale à constatação de que a verdade é relativa a
cada indivíduo.
c) Sócrates é considerado um divisor de águas na Filosofia graças a sua teoria ética sobre a imobilidade
do Ser. Por isso, sua missão sempre foi a investigação de um fundamento absoluto da moral.
d) Sócrates fazia uso de um método refutativo de investigação, o que significa que seu principal intento
era levar o interlocutor à contradição, independentemente se o último estivesse ou não com a razão.

20. (UEG) Um dos pontos altos da filosofia grega é a teoria do conhecimento. Entre seus pensadores
encontra-se Sócrates. Ao dialogar com seus interlocutores, Sócrates assumia humildemente a atitude de
quem aprende e, multiplicando as perguntas, levava seu adversário à contradição, obrigando-o a
reconhecer sua ignorância. Esse método socrático denomina-se:
a) Alegoria, metodologia de conhecimento segundo a qual se desenvolve o conhecimento a partir do
senso comum.
b) Maiêutica, metodologia segundo a qual a ideia é gerada ou acordada.
c) Ironia, método dialético segundo o qual é demonstrada a necessidade de conhecer profundamente as
ideias.
d) Criticismo, metodologia de conhecimento que parte da crítica da razão.

21. (UFU/MG) A passagem abaixo, do diálogo platônico Protágoras, refere-se ao procedimento adotado
por Sócrates.
“[...] Meu objetivo é examinar a proposição, muito embora possa acontecer que tanto eu, que pergunto,
como tu, que respondes, acabemos por ser examinados.”
PLATÃO. Protágoras (333c). Trad.de Carlos Alberto Nunes. Belém: Edufpa, 2002, p. 82.
Escolha a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Sócrates.
a) A Filosofia socrática consiste no exame de proposições com o fim de demonstrar que a virtude é
relativa, pois o “homem é a medida de todas as coisas”.
b) O exame socrático não é somente um exame de proposições, mas um modo de testar a vida e o modo
de viver dos interlocutores.
c) A Filosofia socrática consiste em testar a verdade das proposições aduzidas pelos filósofos pré-
socráticos que investigavam o princípio fundamental da Natureza.
d) A Filosofia socrática consiste no exame das proposições da arte retórica, que possibilita a prudência na
administração da casa e na direção dos negócios da cidade.

22. (UEM/PR) Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-
socrática se preocupava com o conhecimento da natureza (physis), Sócrates procura o conhecimento
indagando o homem. Assinale o que for correto.
01) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua
filosofia.
02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu
mestre.
04) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia.
08) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos.
16) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar
uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria.
Dê como resposta a soma das alternativas corretas.

23. “O homem é a medida de todas as coisas.” Vimos em sala que um dos principais Sofistas que viveu
em Atenas foi Protágoras de Abdera, a quem se atribui a afirmação acima. Sobre sua CORRETA
interpretação, CONSIDERE:

I – Protágoras é considerado o “pai dos sofistas”, uma vez que seus discípulos seguiam a sua frase citada
acima.
II – Protágoras quis dizer que a verdade só é verdade na medida em que alguém a considera como tal.
III – Podemos dizer que Protágoras não acredita na verdade absoluta, pois para ele as coisas só são
verdadeiras para um indivíduo, que a interpreta como tal, e não de maneira coletiva, por todos.

A – Todas são verdadeiras.


B – Apenas a I é falsa.
C – Apenas a II é falsa.
D – Apenas a III é falsa.
E – Apenas a II é verdadeira

24. Na Grécia antiga, principalmente na cidade de Atenas no século V a.C., desenvolveu-se uma corrente
de pensadores conhecidos como Sofistas. Tidos como “sábios”, eram pagos para ensinar os jovens
principalmente a arte da argumentação. Abaixo, CONSIDERE as afirmações sobre a importância que
esta (arte) tinha em seu pensamento.

I – Os sofistas não acreditavam na verdade absoluta, para eles o importante era conseguir convencer os
outros de suas ideias.
II – Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única maneira de se chegar ao
conhecimento da verdade absoluta.
III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se chegar à melhor solução em cada
caso.

A – Apenas a III é verdadeira.


B – Apenas a I é verdadeira
C – Apenas a I é falsa.
D – Apenas a II é verdadeira.
E – Apenas a II é falsa.

25. (UNESP) Em 399 a.C., o filósofo Sócrates é acusado de graves crimes por alguns cidadãos
atenienses. (...) Em seu julgamento, segundo as práticas da época, diante de um júri de 501 cidadãos, o
filósofo apresenta um longo discurso, sua apologia ou defesa, em que, no entanto, longe de se defender
objetivamente das acusações, ironiza seus acusadores, assume as acusações, dizendo-se coerente com o
que ensinava, e recusa a declarar-se inocente ou pedir uma pena. Com isso, ao júri, tendo que optar pela
acusação ou pela defesa, só restou como alternativa a condenação do filósofo à morte.
Danilo Marcondes. Iniciação à História da Filosofia, 1998. Adaptado.
Com base no texto apresentado, explique quais foram os motivos da condenação de Sócrates à morte.

26. (UFU – 2008) No livro I da República de Platão, o sofista Trasímaco faz a seguinte consideração.
– Ó Heracles! Aí está a habitual ironia de Sócrates... Eu sabia disso e aos presentes já havia prevenido que
tu não quererias responder, que fingirias nada saber e tudo farias, menos responder, se alguém te fizesse
uma pergunta.
PLATÃO. República. Trad. de Anna Lia Amaral de
Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 18.

A partir da leitura do texto acima, responda as seguintes questões.

A) O que é a ironia Socrática?


B) Com qual finalidade Sócrates é irônico?

GABARITO
1. 29
2. B
3. A
4. B
5. C
6. B
7. B
8. D
9. D
10. E
11. A
12. E
13. D
14. D
15. B
16. C
17. B
18. 27 (01 + 02 + 08 + 16)
19. A
20. C
21. B
22. 22 (02 + 04 + 16)
23. A
24. B

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