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ALBERTO CAEIRO

O guardador de rebanhos
XXXIX

O mistério das coisas, onde está ele?

Onde está ele que não aparece

Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?

Que sabe o rio e que sabe a árvore

E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?

Sempre que olho para as coisas e penso no que os homens pensam delas,

Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das coisas

É elas não terem sentido oculto nenhum,

É mais estranho do que todas as estranhezas

E do que os sonhos de todos os poetas

E os pensamentos de todos os filósofos,

Que as coisas sejam realmente o que parecem ser

E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: —

As coisas não têm significação: têm existência.

As coisas são o único sentido oculto das coisas.


1. Identifica a temática do tema, justificando com elementos textuais.

2. Na primeira estrofe, Caeiro interroga-se sobre “o mistério das coisas”


2.1.Esclarece o que o leva a essa interrogação

2.2.Explica de que forma a identificação com a natureza funciona como um


argumento nessa interrogação

2.3.Explicita como se vê o sujeito poético em relação ao “outro”

3. Na segunda estrofe, o sujeito poético apresenta a sua argumentação


3.1.Justifica o uso do articulador causal a iniciar a estrofe

3.2.Explica o paradoxo presente nos dois primeiros versos

4. Refere as características da poesia de Caeiro, presentes nesta composição


poética.
O guardador de rebanhos
XXXIV
Acho tão natural que não se pense

Que me ponho a rir às vezes, sozinho,

Não sei bem de quê, mas é de qualquer coisa

Que tem que ver com haver gente que pensa...

Que pensará o meu muro da minha sombra?

Pergunto-me às vezes isto até dar por mim

A perguntar-me coisas...

E então desagrado-me, e incomodo-me

Como se desse por mim com um pé dormente...

Que pensará isto de aquilo?

Nada pensa nada.

Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?

Se ela a tiver, que a tenha...

Que me importa isso a mim?

Se eu pensasse nessas coisas,

Deixaria de ver as árvores e as plantas

E deixava de ver a Terra,

Para ver só os meus pensamentos...

Entristecia e ficava às escuras.

E assim, sem pensar, tenho a Terra e o Céu.


1. Caracteriza o sujeito poético, com base na primeira estrofe do poema

2. Identifica os sentimentos expressos nos versos “e então desagrado-me, e incomodo


me”(v.8)

3. Explica o significado do verso “que me importa isso a mim?”(v..14), tendo em conta o


contexto em que surge

4. Refere as marcas de coloquialidade presentes no poema, salientando os efeitos que


produzem

5. Comenta o sentido do verso “E assim, sem pensar, tenho a terra e o ceu”(v.20)


enquanto conclusão do poema e de acordo com a temática tratada

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