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Constituiçãã o Federãl e Meio Ambiente

1. CONCEITO LEGAL DE MEIO AMBIENTE


Segundo a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), no seu art. 3º, meio
ambiente é o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (não é só a vida humana).
O conceito jurídico de meio ambiente traz dois elementos:
a. Bióticos (tem vida): fauna, flora, etc.
b. Abióticos (não tem vida): ar, atmosfera, água, etc.
São termos que aparecem de forma recorrente na lei e na doutrina:
a. Biota: são os seres vivos em determinado local (ex: biota da região de
Chapecó)
b. Biótopo: é o lugar
c. Biocenose: são os seres vivos

2. CLASSIFICAÇÃO DE MEIO AMBIENTE


A seguir será vista a classificação de José Afonso da Silva, que foi amplamente adota pela
doutrina e pelos tribunais:

2.1 Meio Ambiente Natural (art. 225 da CF)


São os elementos bióticos e abióticos (ex: fauna, flora, ar, água, atmosfera, etc).

2.2 Meio Ambiente Cultural (art. 215 e 216 da CF)


É o patrimônio cultural brasileiro. Esse patrimônio é formado por bens de origem material e
imaterial. O patrimônio pode ser tomado individualmente ou em conjunto.
Ver: Resp. 725.257/MG
São bens materiais os bens móveis e bens imóveis (ex: cidades históricas).
Já o patrimônio imaterial do Brasil são os bens incorpóreos (e: danças, festas religiosas).
As formas de proteção do patrimônio cultural estão previstas no art. 216, § 1º da CF (decorar):
a. Tombamento: serve para bens móveis e imóveis;
b. Registro: é a forma de proteção ao patrimônio cultural imaterial;
c. Inventário: é relacionar os bens que guarnecem um determinado local.
Serve tanto para bens materiais, quanto bens imateriais;
d. Vigilância: é a fiscalização. Ex: para evitar que um imóvel tombado seja
descaracterizado o poder público deve exercer a vigilância, fiscalização sobre o bem. A
vigilância é uma previsão constitucional. Contudo, o DL 25/1937 (Decreto do
Tombamento), no seu art. 20 prevê a vigilância, ou seja, o dever de vigilância é muito
anterior à CF/88.
e. Desapropriação: o bem é tão importante que deve ser desapropriado e
integrado ao patrimônio público.
Obs: Retrocessão não é forma de patrimônio (é o desvio de finalidade – tredestinação
– dá ensejo à retrocessão). É instituto de direito administrativo.
f. Outras formas de acautelamento e de preservação:

2.3 Meio Ambiente Artificial (art. 182 da CF)


São os espaços abertos e fechados. Alguns doutrinadores determinam que seja o ambiente
construído.
É o contrário do meio ambiente natural. Nesse caso há uma intervenção antrópica (do
homem).
Os espaços abertos são as ruas, as praças, os parques, áreas verdes das cidades.
Os espaços fechados são as edificações, construções.
De acordo com a Lei 6766/79 os equipamentos urbanos (art. 4º, §2º) e comunitários (art. 5º, §
único) constituem o meio ambiente artificial .

Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:

§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde,


lazer e similares.

Art. 5º. O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada


loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.

Parágrafo único - Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de


água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás
canalizado.

Cuidado: A edificação, em regra, é meio ambiente artificial. No entanto, se a edificação ganha


qualificação especial ela pode se transformar em um meio ambiente cultural (art. 216, inc. IV e V).
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.

2.4 Meio Ambiente do Trabalho (art. 200, inc. VIII da CF)


Há doutrinadores que não aceitam essa classificação.
Para os que aceitam, essa classificação preocupa-se com a saúde e segurança do trabalhador.
O SUS, entre outras atribuições, deve colaborar com a proteção do Meio Ambiente, nele
compreendido o meio ambiente do trabalho.

3. ARTIGO 225 DA CF/88


A CF/88 é a primeira Constituição que refere-se especificamente ao Dir. Ambiental.
Segundo o Prof. José Afonso da Silva, esse artigo pode ser divido de três formas:

3.1 Norma matriz


A norma matriz está transcrita no caput do art. 225 e significa o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

 Pronome Indefinido “todo”


Em uma leitura mais tradicional, significa que os brasileiros e os estrangeiros residentes no
Brasil têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Contudo, a doutrina amplia esse
entendimento introduzindo as futuras gerações.
Em uma concepção ética de meio ambiente temos duas leituras:
a. Antropocentrismo: nessa leitura o homem está no centro de tudo.
O homem é a medida de todas as coisas; é o centro do universo. Assim, toda a
proteção ambiental é feita na perspectiva do homem.
Na perspectiva antropocêntrica, estabelecem-se deveres morais positivos e
negativos tendo em vista os seres humanos, colocados no centro e acima dos outros
seres vivos. Tudo acontece em fundação do homem.
No antropocentrismo tradicional não se reconhece valor intrínseco aos outros seres
vivos.
b. Biocentrismo: é uma nova corrente que, ao invés do colocar o homem
no centro, colocam os seres vivos como um todo. Para o biocentrismo todas as formas
de vida são igualmente importantes
O biocentrismo é holístico, é integrador.
No biocentrismo se reconhece valor intrínseco a outras formas de vida.
O art. 225 da CF/88 é de leitura antropocêntrica, ou seja, a proteção ambiental se dá em
função do homem.
No entanto, vários juristas são de leitura biocêntrica. Assim, em que pese o art. 225 seja de
leitura antropocêntrica, no art. 225, inc. VII há uma passagem biocêntrica. Ex: leis que permitiam
rinhas de galo foram consideradas inconstitucionais; farra do boi também é inconstitucional.
O conceito legal de meio ambiente é de feições biocêntricas.
A ainda uma terceira teoria, mais radical e com raros adeptos, chamada de Ecocentrismo
(ecologia profunda), nessa leitura toda a ecologia está no centro das relações. Ex: filme Avatar.
Obs: Gaia é o Planeta Terra.
Para esta terceira teoria o planeta terra é um ser vivo e tudo está interligado.
Atenção: biocentrismo e ecocentrismo não são sinônimos.

 Locução “todos tem direito”


Essa locução cria um direito público subjetivo oponível erga omnes. Assim, a proteção do meio
ambiente ocorre em face do Estado e em face de outros particulares.

 “Bem de uso comum de todos”


Não é a conceituação disposta no art. 99 do CC (bens públicos de uso comum do poso, uso
especial e uso dominical). Se fosse assim, ele seria um bem da União, Estados, DF e Municípios e
poderia, por exemplo, ser desafetado e posteriormente vendido.
No entanto, o Estado é apenas um gestor do meio ambiente, não é seu proprietário.
A natureza jurídica do meio ambiente é difusa (metaindividual). Trata-se de direito
indisponível, patrimônio de todos.
Embora o Estado seja apenas o gestor do meio ambiente, pode aparecer em prova que o meio
ambiente é um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o
seu uso coletivo (mas não no sentido de titularidade – art. 2º, inc. I da Lei 6938).
O bem ambiental pode ser divido de duas formas:
a. Macrobem: é incorpóreo, imaterial, inapropriável, indivisível, etc. É o
meio ambiente em sentido amplo, difuso. É como se o micro bem fosse o corpo do
meio ambiente e o macrobem fosse a alma.
b. Microbem: constituem a parte corpórea, física, do meio ambiente.

 “Poder Público e Coletividade”


Cabe ao poder público a incolumidade do meio ambiente, ou seja, a obrigação de não
degradar.
Para a coletividade a obrigação de proteção surge com o cumprimento da legislação ambiental
e, também, cobrando do estado que faça a legislação correspondente.

 Futuras gerações
É a criação de um sujeito de direito indeterminado, ou seja, não nasceu, mas já se faz a tutela
para que ele nasça com condições ambientais favoráveis para o seu desenvolvimento.

3.2 Instrumentos de garantia de efetividade da norma matriz (caput)


Esses instrumentos estão elencados no § 1º do art. 225, são, pois, as obrigações do Poder
Público com as questões ambientais:
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
Processos ecológicos essenciais: são aqueles que garantem o funcionamento dos
ecossistemas e contribuem para a salubridade e higidez do meio ambiente (Edis Milaré);
Segundo Heline Sivine, esses processo visam garantir a proteção dos processos vitais que
tornam possíveis as interelações entre os seres vivos e o meio ambiente.
Prover o manejo ecológico: é a intervenção humana necessária para melhorar o meio
ambiente.
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

Diversidade: é a variedade de seres que compõe a vida na terra.

Patrimônio Genético: é o conjunto de seres que habitam o planeta, incluindo os seres


humanos, os animais, os vegetais e os microrganismos.

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a


serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
Espaços territoriais especialmente protegidos: por excelência, são as unidades de
conservação (lei 9985/00), áreas de preservação permanente (lei 12.651/12), reserva legal (Lei
12.651/12), servidão ambiental (art. 9º-A da Lei 6938/81), tombamento ambiental.
No sentido amplo, esses espaços são todos os descritos acima. Em sentido estrito são
apenas as unidades de conservação.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se
dará publicidade;
EIA/RIMA: é o estudo prévio de impacto ambiental obrigatório para toda e qualquer
atividade potencialmente causadora de dano ambiental.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.

3.2.1 Determinações particulares (normas específicas): compreende o § 2º ao


§ 6º do art. 225 da CF/88:
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
É o reconhecimento constitucional de que mineração causa degradação ambiental, assim,
aquele que explorar deve recuperar a área.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
É a tríplice responsabilidade em matéria ambiental, ou seja, civil, administrativa e penal.
Será estudado adiante.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na
forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.
Este dispositivo traz os grandes biomas brasileiros (ou macro-regiões) que são
considerados patrimônio nacional, ou seja, possuem grande importância, relevância.
Patrimônio nacional não tem qualquer relação com titularidade. Assim, não significa que
esses bens sejam considerados bens da União.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Depois de definido o local, pela lei federal, deve se proceder o estudo de impacto
ambiental.

4. COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS SOBRE MEIO AMBIENTE


4.1 Competência Administrativa (art. 23, III, IV, VI e VII CRFB/88)
Art. 23 CRFB/88- É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; (meio ambiente
cultural)
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bensde
valor histórico, artístico ou cultural ;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração
derecursos hídricos e minerais em seus territórios
Parágrafo único - Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
dobem-estar em âmbito nacional

A competência administrativa (material ou executória): poder de polícia, de fiscalização, de


licenciamento ambiental.
Essa competência é comum entre todos os entes federativos (União, Estados, DF e
municípios).
Alguns autores chamam, ainda, essa competência de “competência paralela”.
O conceito do poder de polícia está no art. 78 do CTN.
Art. 78 CTN - Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder

Atenção: A LC 140/11 regulamenta o art. 23, incs. III, VI e VII e parágrafo único. Essa lei
determina quais são as atribuições dos entes federativos no que se refere ao licenciamento ambiental
e às ações administrativas.
O como pode fazer cada um dos entes federativos? Se a competência é comum não pode
ocorrer a sobreposição dos órgãos ambientais.
Antes da LC 140/11, quanto ao poder de polícia, tudo era possível, podendo uma indústria ser
autuada por um fiscal federal, estadual e municipal. O art. 76 da Lei 9605 dava a solução para o caso a
fim de se evitar bis in idem.
Com a LC 140 passamos a ter a definição de competência. Segundo essa lei, no que se refere
ao licenciamento ambiental e as ações administrativas, quem licencia uma obra, atividade ou
empreendimento deve fiscalizar. No entanto, por exemplo, em que pese uma obra tenha sido
licenciada pelo estado, nada impede que órgão federal ou municipal lavre auto de infração fazendo
cessar qualquer lesão ao meio ambiente (competência comum). Após isso, quem aplicou a
penalidade deve comunicar imediatamente o órgão responsável.
Se o órgão estadual confirmar a infração e lavrar outro auto de infração correspondente ao
mesmo dano pergunta-se: qual auto de infração permanece? Prevalece o auto de infração de quem
tenha competência para licenciar, no caso do exemplo a competência é do órgão ambiental estadual,
devendo prevalecer o segundo auto de infração.
Dica: art. 17, caput, da LC 140 – quem licencia fiscaliza!
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso,
de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
§ 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração ambiental decorrente de
empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente
poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do
exercício de seu poder de polícia.
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente
federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer
cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências
cabíveis.
§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva
ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental
em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

O prof. entende que o art. 76 da Lei 9605 está incompatível com a nova redação da LC 140.
Deve prevalecer esse entendimento quando do enfrentamento da questão.

4.2 Competência Legislativa (art. 24, VI, VI e VIII CF/88)


É a competência concorrente (legislativa ou formal).
Atenção: Pela redação literal do art. 24 estão excluídos os MUNICÍPIO. Em prova objetiva se a
questão fizer menção expressa do art. 24 o município deve ser excluído. Mas se não fizer menção a
este artigo o município deve ser incluído, pois ele tem competência legislativa ambiental, mas com
fundamento no art. 30, inc. I e II da CF.
Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos devalor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico

Caberá à União estabelecer normas gerais, cujo objetivo é coordenar e uniformizar a legislação
no país. A norma federal traz os princípios gerais.
Os Estados e o Distrito Federal possuem competência suplementar (art. 24,§2º CF/88) que tem
por objetivo detalhar a lei de acordo com as características do estado.
A competência suplementar pode ocorrer de duas formas:
a. Competência Complementar: visa pormenorizar/detalhar a norma geral
b. Competência Supletiva: cabe preencher as lacunas da norma geral, ou
seja, é a competência para editar normas gerais quando não há lei federal sobre o
assunto.
Obs: A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da
lei estadual, no que lhe for contrário (art. 24,§§ 3º e 4ºCRFB/88).
Vale dizer que inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
4.2.1 Confronto entre lei federal e lei estadual
O STF tem vários critérios interpretativos, aqui serão estudados dois critérios:
1) Prevalência da norma federal (é o critério dominante)
2) Prevalência da norma mais favorável ao meio ambiente (é um critério
novo)
Casuística:
A lei federal 9055/95 autoriza o uso de amianto (asbesto, amianto branco) no país. O estado
do MS editou lei estadual proibindo o amianto no MS. Em 2003, em sede de ADI, o STF decidiu que
essa lei da MS é inconstitucional.
O estado de SP editou a lei 12.684/07 proibindo o uso do amianto no estado. Por evidente que
deveria ocorrer o mesmo que ocorreu no MS. Chegando no STF a ADI 3937, a argumentação inicial já
fazia remissão ao caso ocorrido no MS. Nessa ADI teve uma Medida Cautelar, onde por 7 votos a 3,
STF manteve a lei paulista, estabelecendo que essa lei está em maior conformidade com o espírito da
CF do que a própria lei federal, pois trata não apenas do meio ambiente, mas também da saúde dos
trabalhadores.
A Convenção 168 da OIT diz que para ser signatário deve ser eliminado as substâncias
perigosas que colocam em risco a segurança dos trabalhadores.
Nesse confronto da lei federal com a lei estadual o STF decidiu, de forma provisória (em sede
de medida cautelar), a prevalência da norma mais favorável ao meio ambiente, ou seja, deve ser
mantida a lei estadual de SP.
O problema disso é que os fiscais do trabalho estavam impedindo que qualquer caminhão com
amianto passasse por SP, impedindo a chegada do amianto ao sul do país e ao Porto de Santos. Essa
situação deu origem à ADPF 234.
Essa ADPF 234 tinha como fundamento o fato de que SP não podia impedir a passagem de
caminhão, pois a competência para regular transporte interestadual e internacional é da União e,
portanto, SP não podia impedir a passagem dos caminhões entre os estados brasileiros e ao Porto de
Santos.
De forma liminar, através da APDF, houve a suspensão no que se refere ao transporte (a lei de
SP só trata do uso e não do transporte). A ADI 3937 e a ADPF 234 foram unidas e serão julgadas
conjuntamente (cadastrar no sistema push).

Entretanto, no Direito Ambiental estas normas não precisam ser editadas através de lei, pois
se permite a edição destas por meio de Resoluções do CONAMA. Ex.: Resolução 237/97; (que versa
sobre o licenciamento ambiental) e Resolução 01/86 (que versa sobre o estudo prévio de impacto
ambiental).Deste modo, o CONAMA possui poder regulamentar (poder infra- regulamentar)
Obs: Pelo fato de o Código Florestal (L. 4771/65) ser norma geral, o Código Ambiental de
SantaCatarina é inconstitucional, pois foi além da norma geral.

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