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Introdução ao Direito Internacional

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO X PRIVADO


SOCIEDADE INTERNACIONAL X COMUNIDADE INTERNACIONAL
CARÁTER JURÍDICO DO DIREITO INTERNACIONAL
CARACTERÍSTICAS DA ORDEM JURÍDICA INTERNACIONAL
FUNDAMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
 Fontes Formais X Fontes materiais
 Art. 38 do estatuto da Corte Internacional de Justiça
 Tratados Internacionais
 Costumes Internacional
 Princípios Gerais
 Jurisprudência e Doutrina
 Atos Unilaterais
 Decisões de Organizações Internacionais
 Soft Law
 Jus Cogens
 Obrigações Erga Omnes
 Observações
Analogia
Equidade

Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
Direito Internacional
Direito Internacional Público
Privado
O DIP é também chamado de Direito das Gentes, Direito
Internacional e jus inter gentes. O DIP é o ramo do direito que O Direito Internacional
tem sido tradicionalmente entendido como o conjunto das Privado regula os conflitos de leis no
regras escritas e não-escritas que regula o comportamento dos espaço, cuidando, essencialmente,
DIREITO
Estados. de estabelecer critérios para
INTERNACIONAL
PÚBLICO X Trata-se de concepção que remonta à Paz de Vestfália, determinar qual a norma, nacional
PRIVADO com ênfase nos estados. Porém, Celso de Albuquerque Mello, ou estrangeira, aplicável a relações
em um conceito mais moderno, entende que o DIP é o conjunto privadas com conexão internacional,
de normas que regula as relações dos atores que compõem a ou seja, que transcendem os limites
sociedade internacional. Tais pessoas internacionais são os nacionais e sobre as quais incidiria
Estados, organizações internacionais, o indivíduo, empresas, mais de uma ordem jurídica
organizações não-governamentais (ONGs) etc. (PORTELA, 2011, p. 58).

Comunidade internacional Sociedade internacional


Aproximação e vínculos espontâneos. Aproximação e vínculos intencionais.
Aproximação por laços culturais, Aproximação pela vontade.
religiosos, linguísticos etc.
Identidade comum. Objetivos comuns.
Ausência de dominação. Possibilidade de dominação.
Cumplicidade entre os membros. Interesse.
SOCIEDADE
INTERNACIONAL Sociedade Internacional não se confunde com comunidade internacional
X COMUNIDADE  A COMUNIDADE fundamenta-se em vínculos espontâneos, de caráter subjetivo, envolvendo
INTERNACIONAL identidade e relações culturais, emocionais, históricos, sociais, religiosos, familiares etc. Caracteriza-se
também pela ausência de dominação, pela cumplicidade e pela identificação entre seus membros, cuja
convivência é harmônica. Segundo entendimento doutrinário que prevalece, ainda não há uma
comunidade internacional, visto que o que une os Estados são os seus interesses, inexistindo laços
espontâneos. Há, contudo, quem defenda a existência de uma comunidade internacional, à luz de
problemas globais, que se referem a todos os seres humanos, como a segurança alimentar, o meio-
ambiente, desastres naturais etc.
A SOCIEDADE, por outro lado, apoia-se na vontade dos seus integrantes, que decidiram se
associar para atingir determinados objetivos. Aqui, a vontade exerce papel decisivo, promovendo a
aproximação.

1Terminologia: A terminologia “Direito Internacional” foi criada em 1780, por Jeremy Bentham, para distinguir o direito que cuida das relações entre os Estados do
Direito Nacional e do Direito Municipal. A complementação “Direito Internacional Público” surgiu mais tarde na França, para diferenciar o DIP do DIPriv.
Outros termos utilizados são “Direito das Gentes” ou “jus gentium” ou jus inter gentes.
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CARÁTER JURÍDICO DO DIREITO INTERNACIONAL


CARACTERÍSTICAS  Não existe um poder legislativo universal (Multiplicidade de fontes normativas);
DA ORDEM
 Inexistência de um poder judiciário universal;
JURÍDICA
INTERNACIONAL  Caráter Obrigatório;

O estudo do fundamento do DIP visa a determinar o motivo pelo qual as normas internacionais são
obrigatórias. Vejamos as correntes que tratam do assunto.

Para PORTELA, o fundamento do DIP efetivamente inclui elementos voluntaristas e objetivistas.

Voluntarismo (corrente positivista) Objetivismo


Caráter SUBJETIVISTA, cujo elemento Sustenta que a obrigatoriedade do DIP
central é a vontade dos sujeitos do DIP. Os decorre da existência de princípios, valores ou
Estados e as organizações internacionais devem regras mais relevantes. Tais normas surgiriam da
observar as normas do DIP porque expressaram própria dinâmica da sociedade internacional,
livremente sua concordância em fazê-lo. independentemente da vontade dos sujeitos,
colocando-se acima da vontade dos Estados.
Vertentes: Vertentes:
i. AUTOLIMITACAO DA VONTADE (GEORG i. JUSNATURALISMO: as normas
JELLINEK): o Estado, por sua própria internacionais impõem-se naturalmente,
vontade, submete-se às normas do DIP e por terem fundamento na própria
FUNDAMENTOS limita sua soberania; natureza humana;
DO DIREITO
ii. VONTADE COLETIVA (HEINRICH TRIEPEL): ii. TEORIAS SOCIOLÓGICAS: as normas
INTERNACIONAL
o DIP nasce não da vontade de um ente internacionais têm origem em um fato
PÚBLICO
estatal, mas da conjugação das vontades social que se impõe aos indivíduos;
unânimes de vários Estados, formando iii. TEORIA DA NORMA-BASE DE KELSEN: o
uma só vontade coletiva; fundamento do DIP é a norma hipotética
iii. CONSENTIMENTO DAS NAÇÕES (HALL E fundamental, da qual decorrem todas as
OPPENHEIM): o fundamento do DIP é a demais, inclusive as de direito interno.
vontade da maioria dos Estados de um iv. DIREITOS FUNDAMENTAIS: o DIP
grupo, exercida de maneira livre, mas sem fundamenta-se no fato de os Estados
exigência da unanimidade; possuírem direitos que lhe são inerentes
iv. DELEGAÇÃO DO DIREITO INTERNO (OU e que são oponíveis em relação a
“DIREITO ESTATAL INTERNO” 0 MAX terceiros.
WENZEL): o fundamento do DIP é
encontrado no ordenamento nacional.
Crítica: condiciona toda a Crítica: minimiza o papel da vontade.
regulamentação internacional à mera vontade
dos Estados, normalmente vinculada a inúmeros
condicionamentos.
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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Fontes do Direito são os motivos que levam ao aparecimento da norma jurídica, bem como os modos pelos
quais ela se manifesta. Vejamos:

Fontes materiais Fontes formais


FONTES
FORMAIS X São os elementos que provocam o São o modo de revelação e exteriorização
FONTES aparecimento das normas jurídicas. da norma jurídica.
MATERIAIS
Ex.: II Guerra Mundial. São também os
fundamentos sociológicos das normas
internacionais, a sua base política, moral ou
econômica.
Artigo 38
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias
que lhe forem submetidas, aplicará:
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o
direito;
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas
mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras
de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão
ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
ART. 38 DO O art. 38 (1) do Estatuto da CIJ traz um rol exemplificativo das principais fontes formais do Direito
ESTATUTO DA Internacional.
CORTE O referido diploma elencou: os tratados, os costumes e os princípios gerais do Direito como
INTERNACIONAL fontes, e fez referência à jurisprudência internacional e à doutrina como “meios auxiliares na
DE JUSTIÇA
determinação de direito”.
Há quem classifique as 3 primeiras como fontes primárias, e as duas últimas como fontes
secundárias do DIP.
OBS 1: A doutrina majoritária entende que não há hierarquia entre as fontes do
DIP.
OBS 2: O Estatuto da CIJ estabelece que, não obstante as fontes elencadas, a
solução para o conflito por se dar por ex aequo et Bono, ou seja, por equidade, se as
partes assim concordarem. Atenção: a equidade é considerada uma fonte extra-
estatutária [pois o Estatuto traz um rol exemplificativo].
OBS 3: As fontes extra-estatutária são: os atos unilaterais dos Estados, as
decisões das organizações internacionais, o soft law, a analogia e o jus cogens.
OBS 4: o Contrato internacional e a Lex mercatória são considerados fontes de
direito internacional privado.
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Acordos formais celebrados por escrito entre Estados, entre Estados e organizações
TRATADOS internacionais ou entre organizações internacionais.
INTERNACIONAIS
Obs.: O tema será tratado mais à frente com mais profundidade.
Resulta de uma prática geral aceita como sendo o direito. A parte que o invoca deve provar sua
existência.
Compõe-se de dois elementos:
(a) a prática generalizada, uniforme, constate e reiterada de determinados atos na esfera das
relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos (elemento material ou objetivo),
que deve ser justa e estar de acordo com o Direito Internacional; e
(b) a “opinio juris”, ou seja, a convicção da justiça e da obrigatoriedade jurídica dos atos
praticados (elemento subjetivo).
OBS 1: A mera reiteração de atos sem a convicção da sua obrigatoriedade não
caracteriza um costume internacional.
OBS 2: A generalidade não se confunde com a unanimidade, bastando que um
grupo amplo e representativo reconheça a sua obrigatoriedade. Também não é
sinônimo de universalidade, pois há costumes regionais e até mesmo empregados
exclusivamente em relações bilaterais.
OBS 3: conforme já caiu em prova do TRF2 (2011), o costume de determinada
nação não pode ser usado na solução de conflitos internacionais. Ou seja, o costume
deve ser internacional!
COSTUMES OBS 4: PERSISTENT OBJECTOR - existe a possibilidade de que um sujeito de DIP
INTERNACIONAL não reconheça expressamente um costume existente ou em gestação, traduzida pela
figura do PERSISTENT OBJECTOR. Muita atenção: esse princípio do OBJETOR
PERSISTENTE já caiu em provas do CESPE!
OBS 5: Parte da doutrina entende que o costume internacional é fonte
convencional, pois decorre e aceitação tácita ao longo do tempo (voluntaristas). Outra
parte entende que é fonte não-convencional, pois se deu com o desenvolvimento da
sociedade internacional (objetivistas).
OBS 6: O costume internacional vincula? Depende da teoria adotada. Partindo
da premissa voluntarista de que o fundamento do direito internacional repousa apenas
na vontade dos atores internacional, o costume seria fruto de um acordo tácito entre
sujeitos de direito internacional, diferenciando-se do tratado no sentido de que este
existe a partir de uma manifestação expressa de acordo entre certas partes. Nesse
sentido, o costume valeria apenas entre aqueles entes que implicitamente
concordassem com certa prática e aceitassem seu caráter jurídico. Por outro lado, o
entendimento objetivista vê o costume como uma manifestação sociológica, que obriga
erga omnes quanto mais difundido fosse, vinculando inclusive Estados que com ele não
concordaram. Em todo caso existe a possibilidade de um sujeito de direito internacional
não reconheça expressamente um costume, que é a figura do persistent objector
(opositor contínuo).
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Formas de extinção do costume: O costume extingue-se pelo:


 Desuso (perda de um dos dois elementos acima descritos),
 Pelo aparecimento de um novo costume que substitua outro anterior, ou
 Por sua substituição por tratado internacional que incorpore as normas costumeiras
(“Codificação do Direito Internacional”)
OBS 1: O fenômeno da codificação do direito internacional  O costume vem
sendo paulatinamente sendo substituído pelos tratados como fonte principal do direito
internacional público, desde a Paz de Vestfália, pois os tratados oferecem maior
estabilidade às relações, maior precisão de seu conteúdo (adota forma escrita), não
cabe alegação que desconhece o tratado (pois o assinou) e é fácil constituir prova (o
que pode ser complexo em relação ao costume).
Por estas razões, os costumes vêm sendo integrados a textos de tratados, como
é o caso da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, que reúne regras
de relações diplomáticas que eram usadas há séculos como costume internacional.
OBS 2: Vantagens dos costumes  Contribuir para a elucidação e aplicação do
conteúdo dos tratados e é mais sensível e flexível À evolução das relações
internacionais.
Originários do direito interno dos Estados, ascenderam para o Direito Internacional.
Foram previstos no art. 38 para preencher as lacunas do sistema e evitar o non liquet (função
interpretativa). Os princípios gerais do direito são normas de caráter mais genérico e abstrato que
incorporam os valores que fundamentam a maioria dos sistemas mundiais.
Ex.: proteção da dignidade da pessoa humana, pacta sunt servanda; boa-fé, devido processo legal, res
judicata, boa fé, pacta sunt servanda, coisa julgada e direito adquirido.
OBS: Para SHAW (2010, 86), a equidade é um princípio aplicável para a resolução
de conflitos. Para outros, é uma fonte extra-estatutária.
PRINCÍPIOS Princípios gerais do DIP: Dentre os princípios gerais do DIP, destacamos:
GERAIS

A soberania nacional; a não-intervenção;


A igualdade jurídica entre os Estados; a autodeterminação dos povos;
A prevalência dos direitos humanos; a cooperação internacional;
A solução pacífica de conflitos;
A proibição de ameaça ou de uso da força; e
O esgotamento dos recursos internos antes do recurso a tribunais internacionais (princípio da
subsidiariedade).
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Segundo o Estatuto da CIJ, são meios auxiliares na determinação do direito.

A Jurisprudência é formada pelo conjunto de


decisões reiteradas das Cortes Internacionais (CIJ, CIDH,
TPI) em um mesmo sentido.

Segundo SHAW (2010, p. 87), “o grau de respeito


conferido à Corte [CIJ] e às suas decisões faz com que
suas opiniões sejam vitais para o crescimento e o cada
vez mais amplo conhecimento do direito internacional”.
A decisão da CIJ só será obrigatória para as partes
JURISPRUDÊNCIA litigantes e a respeito do caso em questão (art. 59, do
E DOUTRINA estatuto da CIJ).

A Doutrina, como fonte auxiliar, tem como


principal função “contribuir para a interpretação e
aplicação da norma internacional, bem como para a
formulação de novos princípios e regras jurídicas”
(PORTELA:2012, 82).
Tem que ser de produzida por juristas Figura 1 - Hugo Grócio - pintado por Michiel Jansz
internacionalistas, que publicam textos van Mierevelt, 1631.
internacionalmente e que sejam mundialmente
reconhecidos.
Ex. Hugo Grotius.
Podem produzir importantes consequências jurídicas na seara internacional, independente da
aceitação ou do envolvimento de outros entes estatais.
Os atos unilaterais podem ser expressos (manifestam-se por declaração que adote a forma
escrita ou oral) ou tácitos (configuram-se quando os Estados implicitamente aceitam determinada
situação, normalmente pelo silêncio ou pela prática de ações compatíveis com o seu objeto). Vejamos
alguns exemplos:
a) PROTESTO: Manifestação expressa de discordância quanto a uma determinada situação, destinada
ao transgressor de norma internacional e voltada a evitar que a conduta objeto do protesto se transforme em
outra;
ATOS
UNILATERAIS b) NOTIFICAÇÃO: Ato pelo qual um Estado leva oficialmente ao conhecimento de outro ente estatal
fato ou situação que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe “a necessária certeza da informação”;
c) RENÚNCIA: É a desistência de um direito. A bem da segurança jurídica, deve ser sempre expressa,
nunca tácita ou presumida;
d) DENÚNCIA: Ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado;
e) RECONHECIMENTO: Ato expresso ou tácito de constatação e admissão da existência de certa
situação que acarrete consequências jurídicas. Ex.: reconhecimento de Estado e de governo;
f) PROMESSA: Compromisso jurídico de adoção de certa conduta;
g) RUPTURA DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS: Ato que suspende o diálogo oficial com um Estado nas
relações internacionais.
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Podem ser internas (aplicáveis apenas ao funcionamento da organização) ou externas (voltados


a tutelar direitos e obrigações de outros sujeitos de Direito Internacional).
Os organismos internacionais podem praticar os mesmos atos unilaterais que os Estados.
Contudo, há decisões típicas de organizações internacionais, como os atos preparatórios da negociação
de tratados, a convocação de reuniões internacionais, as recomendações e resoluções.
DECISÕES DE As Resoluções podem ser cogentes (impositivas, pois vinculam os sujeitos de Direito
ORGANIZAÇÕES
Internacional.
INTERNACIONAIS
Ex.: resoluções do CSONU) ou facultativas (não possuem força jurídica, são cumpridas
voluntariamente pelos Estados por força moral ou política – “Power of shame” - Ex.: Resoluções da ONU,
OMS, OMC, OIT, etc.).
OBS: As resoluções deverão ser executadas no Brasil por meio de Decreto
presidencial.
Trata-se de nova modalidade normativa, de caráter mais flexível e de contornos ainda
imprecisos, são regras cujo valor normativo seria limitado, seja porque os instrumentos que as contêm
não seriam juridicamente obrigatórios, seja porque as disposições em causa, ainda que contidas num
instrumento constringente, não criariam obrigações de direito positivo ou criariam obrigações pouco
constringentes.
São normas não-imperativas, não-vinculantes, que não têm sanção correspondente.
A sanção pelo seu descumprimento é o embaraço internacional (Power of shame ou Power of
embarrassment) e para serem cumpridas dependem da vontade dos Estados.
Ex.: acordos de cavalheiros (gentlemen’s agreements), atas de reuniões internacionais, códigos de
condutas, resoluções não-vinculantes de organismos internacionais (como a Declaração Universal dos Direitos
Humanos).
SOFT LAW São modalidades de soft law: Normas, jurídica ou não, de linguagem vaga e conteúdo aberto, ou
ainda de caráter principiológico ou genérico, impossibilitando a identificação de regras claras e
específicas; Normas que prevejam mecanismos de solução de controvérsias, como a conciliação e a
mediação; Atos concertados entre os Estados que não adquiram forma de tratados e que não sejam
obrigatórios; Atos das organizações internacionais que não sejam obrigatórios;
Dentre outras modalidades de diplomas normativos que podem ser considerados soft law,
encontram-se: os acordos de cavalheiros (gentlemen’s agreementes); os acordos não vinculantes (non-
binding agréments); os comunicados e declarações conjuntos; as atas de reuniões internacionais; os
códigos de conduta; as declarações e resoluções não vinculantes de organismos internacionais etc.
Exemplos relevantes de soft law são: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, as declarações de
organismos internacionais relativos à saúde pública, as recomendações da OIT, a Lei Modelo de Arbitragem
Internacional, a Carta Democrática Interamericana e a Declaração Sociolaboral do Mercosul.
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A norma de jus cogens é um preceito ao qual a sociedade internacional atribui importância maior
e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica internacional.
Sua principal característica é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a impossibilidade de
suas normas serem confrontadas ou derrogadas por qualquer outra norma internacional.
Têm caráter de princípio geral. São normas aceites e reconhecidas pela comunidade
internacional dos Estados no seu todo como norma cuja derrogação não é permitida e que só pode ser
modificada por uma nova norma de direito internacional geral com a mesma natureza (art. 53 da
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados – CVDT).
Noutros termos, é um conjunto de preceitos que resguarda os mais importantes e valiosos
interesses da sociedade internacional, como expressão de uma convicção, aceita em todas as partes do
globo e que alcança profunda consciência de todas as nações, satisfazendo o superior interesse da
comunidade internacional como um todo, como os fundamentos de uma sociedade internacional, sem
os quais a inteira estrutura se romperia.
Ex. vedação de tortura, de genocídio, de escravidão e de discriminação racial. Em virtude disso,
caracteriza-se pela sua imperatividade e constitui restrição direta da soberania estatal.
A norma de jus cogens tem efeito erga omnes e o poder de derrogar tratado anterior ao seu
surgimento (leva à nulidade o preceito anterior apenas a partir de seu surgimento, não gerando efeitos
retroativos nem afetando a validade do acordo quando a norma cogente ainda não existia, ou seja,
efeitos ex nunc, não havendo retroatividade) (art. 64 da CVDT).
JUS COGENS Ou seja: caso ocorra conflito entre norma de tratado e preceito de jus cogens superveniente é
nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão, seja incompatível com o jus cogens (art. 53 da
CVDT).
Crítica de Portella: não deve ser todo o tratado nulo, e sim apenas a norma que viole o jus
cogens, pois seria desproporcional.
OBS 1: O rol das normas de jus cogens não é expressamente definido. A
definição de seu conteúdo é fruto de um processo histórico, político e social. Dentre as
normas de jus cogens, destacam aquelas voltadas a tratar de temas como direitos
humanos, proteção ao meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável,
paz e segurança, Direito de Guerra e Direito Humanitário, proscrição de armas de
destruição em massa e direitos e deveres fundamentais dos Estados.
OBS 2: Tais normas não se confundem com o Direito Natural, embora tenham
clara inspiração jusnaturalista. Não se tratam de preceitos imutáveis, mas sim de
princípios e regras que podem mudar no tempo e no espaço, impedindo-se o seu
“engessamento”.
OBS 3: As normas de jus cogens exigem consentimento dos Estados? Essa
questão é polêmica. Para SEITEFUS, a norma cogente dispensa o consentimento dos
Estados, o que lhe confere força erga omnes. PORTELA concorda. Para ele, condicionar
a existência da norma à anuência de entes estatais tão díspares é pôr em risco valores
essenciais para a convivência humana.
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São aquelas que criam deveres a serem observados por toda a comunidade de Estados. Essas
obrigações foram conceituadas, em obiter dictum na sentença do caso Barcelona Traction (CIJ, 1972),
como aquelas em que “tendo em vista a importância dos direitos em causa, todos os Estados podem ser
considerados como tendo um interesse jurídico em que esses direitos sejam protegidos”. A CIJ já
entendeu, em parecer consultivo, que o dever de respeitar o direito à autodeterminação dos povos é
OBRIGAÇÕES uma obrigação erga omnes.
ERGA OMNES Há uma nítida relação entre o jus cogens e as obrigações erga omnes, de modo que toda norma
daquela categoria gera uma obrigação erga omnes.
Segundo RAMOS, a obrigação erga omnes nasce da valoração da obrigação primária, gerando
como consequência o dever de respeito por todos os Estados (2004, 340).
Sua inobservância gera uma obrigação secundária, que é a legitimidade de todos os Estados da
sociedade internacional de buscar a reparação pela violação perpetrada (RAMOS, 2004: 342).
Trata-se da aplicação a determinada situação de fato de uma norma
jurídica feita para ser aplicada a caso parecido ou semelhante.
Analogia Para parte da doutrina, a analogia é fonte do Direito Internacional.
Entretanto, para outra parte da doutrina de Direito em geral, a analogia é apenas
meio de integração do ordenamento.
A equidade consiste na aplicação de considerações de justiça a uma
OBSERVAÇÕES relação jurídica, quando não exista norma que a regule, ou quando o preceito
cabível não é eficaz para solucionar, coerentemente e de maneira equânime, um
conflito.
Equidade
O art. 38, parágrafo 2º, do Estatuto da CIJ consagra a equidade como
ferramenta que pode levar à solução de conflitos internacionais.
Mas atente: a equidade somente pode ser utilizada a partir da
anuência expressa das partes envolvidas no litígio.

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