Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
Direito Internacional
Direito Internacional Público
Privado
O DIP é também chamado de Direito das Gentes, Direito
Internacional e jus inter gentes. O DIP é o ramo do direito que O Direito Internacional
tem sido tradicionalmente entendido como o conjunto das Privado regula os conflitos de leis no
regras escritas e não-escritas que regula o comportamento dos espaço, cuidando, essencialmente,
DIREITO
Estados. de estabelecer critérios para
INTERNACIONAL
PÚBLICO X Trata-se de concepção que remonta à Paz de Vestfália, determinar qual a norma, nacional
PRIVADO com ênfase nos estados. Porém, Celso de Albuquerque Mello, ou estrangeira, aplicável a relações
em um conceito mais moderno, entende que o DIP é o conjunto privadas com conexão internacional,
de normas que regula as relações dos atores que compõem a ou seja, que transcendem os limites
sociedade internacional. Tais pessoas internacionais são os nacionais e sobre as quais incidiria
Estados, organizações internacionais, o indivíduo, empresas, mais de uma ordem jurídica
organizações não-governamentais (ONGs) etc. (PORTELA, 2011, p. 58).
1Terminologia: A terminologia “Direito Internacional” foi criada em 1780, por Jeremy Bentham, para distinguir o direito que cuida das relações entre os Estados do
Direito Nacional e do Direito Municipal. A complementação “Direito Internacional Público” surgiu mais tarde na França, para diferenciar o DIP do DIPriv.
Outros termos utilizados são “Direito das Gentes” ou “jus gentium” ou jus inter gentes.
INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL 3/10
O estudo do fundamento do DIP visa a determinar o motivo pelo qual as normas internacionais são
obrigatórias. Vejamos as correntes que tratam do assunto.
Fontes do Direito são os motivos que levam ao aparecimento da norma jurídica, bem como os modos pelos
quais ela se manifesta. Vejamos:
Acordos formais celebrados por escrito entre Estados, entre Estados e organizações
TRATADOS internacionais ou entre organizações internacionais.
INTERNACIONAIS
Obs.: O tema será tratado mais à frente com mais profundidade.
Resulta de uma prática geral aceita como sendo o direito. A parte que o invoca deve provar sua
existência.
Compõe-se de dois elementos:
(a) a prática generalizada, uniforme, constate e reiterada de determinados atos na esfera das
relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos (elemento material ou objetivo),
que deve ser justa e estar de acordo com o Direito Internacional; e
(b) a “opinio juris”, ou seja, a convicção da justiça e da obrigatoriedade jurídica dos atos
praticados (elemento subjetivo).
OBS 1: A mera reiteração de atos sem a convicção da sua obrigatoriedade não
caracteriza um costume internacional.
OBS 2: A generalidade não se confunde com a unanimidade, bastando que um
grupo amplo e representativo reconheça a sua obrigatoriedade. Também não é
sinônimo de universalidade, pois há costumes regionais e até mesmo empregados
exclusivamente em relações bilaterais.
OBS 3: conforme já caiu em prova do TRF2 (2011), o costume de determinada
nação não pode ser usado na solução de conflitos internacionais. Ou seja, o costume
deve ser internacional!
COSTUMES OBS 4: PERSISTENT OBJECTOR - existe a possibilidade de que um sujeito de DIP
INTERNACIONAL não reconheça expressamente um costume existente ou em gestação, traduzida pela
figura do PERSISTENT OBJECTOR. Muita atenção: esse princípio do OBJETOR
PERSISTENTE já caiu em provas do CESPE!
OBS 5: Parte da doutrina entende que o costume internacional é fonte
convencional, pois decorre e aceitação tácita ao longo do tempo (voluntaristas). Outra
parte entende que é fonte não-convencional, pois se deu com o desenvolvimento da
sociedade internacional (objetivistas).
OBS 6: O costume internacional vincula? Depende da teoria adotada. Partindo
da premissa voluntarista de que o fundamento do direito internacional repousa apenas
na vontade dos atores internacional, o costume seria fruto de um acordo tácito entre
sujeitos de direito internacional, diferenciando-se do tratado no sentido de que este
existe a partir de uma manifestação expressa de acordo entre certas partes. Nesse
sentido, o costume valeria apenas entre aqueles entes que implicitamente
concordassem com certa prática e aceitassem seu caráter jurídico. Por outro lado, o
entendimento objetivista vê o costume como uma manifestação sociológica, que obriga
erga omnes quanto mais difundido fosse, vinculando inclusive Estados que com ele não
concordaram. Em todo caso existe a possibilidade de um sujeito de direito internacional
não reconheça expressamente um costume, que é a figura do persistent objector
(opositor contínuo).
INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL 6/10
A norma de jus cogens é um preceito ao qual a sociedade internacional atribui importância maior
e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica internacional.
Sua principal característica é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a impossibilidade de
suas normas serem confrontadas ou derrogadas por qualquer outra norma internacional.
Têm caráter de princípio geral. São normas aceites e reconhecidas pela comunidade
internacional dos Estados no seu todo como norma cuja derrogação não é permitida e que só pode ser
modificada por uma nova norma de direito internacional geral com a mesma natureza (art. 53 da
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados – CVDT).
Noutros termos, é um conjunto de preceitos que resguarda os mais importantes e valiosos
interesses da sociedade internacional, como expressão de uma convicção, aceita em todas as partes do
globo e que alcança profunda consciência de todas as nações, satisfazendo o superior interesse da
comunidade internacional como um todo, como os fundamentos de uma sociedade internacional, sem
os quais a inteira estrutura se romperia.
Ex. vedação de tortura, de genocídio, de escravidão e de discriminação racial. Em virtude disso,
caracteriza-se pela sua imperatividade e constitui restrição direta da soberania estatal.
A norma de jus cogens tem efeito erga omnes e o poder de derrogar tratado anterior ao seu
surgimento (leva à nulidade o preceito anterior apenas a partir de seu surgimento, não gerando efeitos
retroativos nem afetando a validade do acordo quando a norma cogente ainda não existia, ou seja,
efeitos ex nunc, não havendo retroatividade) (art. 64 da CVDT).
JUS COGENS Ou seja: caso ocorra conflito entre norma de tratado e preceito de jus cogens superveniente é
nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão, seja incompatível com o jus cogens (art. 53 da
CVDT).
Crítica de Portella: não deve ser todo o tratado nulo, e sim apenas a norma que viole o jus
cogens, pois seria desproporcional.
OBS 1: O rol das normas de jus cogens não é expressamente definido. A
definição de seu conteúdo é fruto de um processo histórico, político e social. Dentre as
normas de jus cogens, destacam aquelas voltadas a tratar de temas como direitos
humanos, proteção ao meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável,
paz e segurança, Direito de Guerra e Direito Humanitário, proscrição de armas de
destruição em massa e direitos e deveres fundamentais dos Estados.
OBS 2: Tais normas não se confundem com o Direito Natural, embora tenham
clara inspiração jusnaturalista. Não se tratam de preceitos imutáveis, mas sim de
princípios e regras que podem mudar no tempo e no espaço, impedindo-se o seu
“engessamento”.
OBS 3: As normas de jus cogens exigem consentimento dos Estados? Essa
questão é polêmica. Para SEITEFUS, a norma cogente dispensa o consentimento dos
Estados, o que lhe confere força erga omnes. PORTELA concorda. Para ele, condicionar
a existência da norma à anuência de entes estatais tão díspares é pôr em risco valores
essenciais para a convivência humana.
INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL 10/10
São aquelas que criam deveres a serem observados por toda a comunidade de Estados. Essas
obrigações foram conceituadas, em obiter dictum na sentença do caso Barcelona Traction (CIJ, 1972),
como aquelas em que “tendo em vista a importância dos direitos em causa, todos os Estados podem ser
considerados como tendo um interesse jurídico em que esses direitos sejam protegidos”. A CIJ já
entendeu, em parecer consultivo, que o dever de respeitar o direito à autodeterminação dos povos é
OBRIGAÇÕES uma obrigação erga omnes.
ERGA OMNES Há uma nítida relação entre o jus cogens e as obrigações erga omnes, de modo que toda norma
daquela categoria gera uma obrigação erga omnes.
Segundo RAMOS, a obrigação erga omnes nasce da valoração da obrigação primária, gerando
como consequência o dever de respeito por todos os Estados (2004, 340).
Sua inobservância gera uma obrigação secundária, que é a legitimidade de todos os Estados da
sociedade internacional de buscar a reparação pela violação perpetrada (RAMOS, 2004: 342).
Trata-se da aplicação a determinada situação de fato de uma norma
jurídica feita para ser aplicada a caso parecido ou semelhante.
Analogia Para parte da doutrina, a analogia é fonte do Direito Internacional.
Entretanto, para outra parte da doutrina de Direito em geral, a analogia é apenas
meio de integração do ordenamento.
A equidade consiste na aplicação de considerações de justiça a uma
OBSERVAÇÕES relação jurídica, quando não exista norma que a regule, ou quando o preceito
cabível não é eficaz para solucionar, coerentemente e de maneira equânime, um
conflito.
Equidade
O art. 38, parágrafo 2º, do Estatuto da CIJ consagra a equidade como
ferramenta que pode levar à solução de conflitos internacionais.
Mas atente: a equidade somente pode ser utilizada a partir da
anuência expressa das partes envolvidas no litígio.