matéria de capa
8 milhões de motores produzidos
A unidade da Volkswagen do Brasil em
São Carlos, onde é fabricado o novo motor
de três cilindros 1.0l da família EA211, que
equipa o Fox BlueMotion, conquistou a marca
histórica de 8 milhões de motores produzidos,
desde 1996, ano de sua inauguração. “O
marco de 8 milhões de motores produzidos
em São Carlos reforça a importância da
fábrica, que é a 3ª maior unidade produtora
de motores do Grupo Volkswagen. É mais
uma celebração importante de uma fábrica
que registrou no final de 2012 outro recorde
histórico: a produção de 900 mil motores em
um ano”, diz Thomas Schmall, presidente da
Volkswagen do Brasil.
Com 830 empregados, a fábrica produz
em média 80 mil motores por mês em 67
modelos diferentes, de 1.0, 1.4 e 1.6 litro, os
quais equipam os modelos Novo Gol, Fox,
Novo Voyage, CrossFox, SpaceFox, Saveiro,
Polo, Polo Sedan, Kombi, Gol G4 e Golf.
Para o mercado brasileiro, 100% dos
motores recebem a tecnologia bicombustível
Total Flex. Para o mercado externo são
produzidos motores a gasolina que são
montados nos veículos para exportação e
também são exportados motores parciais
para a Argentina.
Em 2012, a fábrica atingiu o volume
recorde de 909.737 motores produzidos, um
aumento de 3,4% em relação a 2011, quando
foram produzidas 879.708 unidades.
Desde o início de suas atividades, a
unidade coleciona grandes conquistas como
a produção do primeiro motor turbo 1.0 do
Brasil, em 1999, e a fabricação do primeiro
motor 1.0 com a tecnologia Total Flex do País,
em 2003.
Novo prédio produtivo
Alinhado aos rigorosos padrões do Grupo
Volkswagen, o novo prédio produtivo da
unidade da Volkswagen do Brasil em São
Carlos, onde é fabricado o novo motor de três
cilindros 1.0l da família EA211, foi fruto de
investimento de R$ 335 milhões e aumentou
a capacidade produtiva da fábrica em cerca
de 20%.
Instalado num espaço total de 27 mil m²,
o novo prédio conta com moderna tecnologia
e foco em qualidade e sustentabilidade, que
proporcionam eficiência produtiva, reduções
no consumo de recursos naturais e maior efi-
ciência na reciclagem de resíduos.
8 | NOTÍCIAS DA OFICINA | AGOSTO 2013
motor EA211 1.0l, modificações mecânicas e es-
téticas que contribuem para que o modelo atinja
expressivos índices de economia de combustível.
A direção com assistência eletro-hidráulica
(item de série no modelo), por exemplo, reduz o
consumo energético do modelo em 3%, em rela-
ção ao Fox 1.0l equipado com direção hidráulica.
Como parte do pacote de melhoria da efi-
ciência energética do conceito BlueMotion, a
transmissão MQ200 teve para o Fox BlueMotion
as relações alongadas em até 10% em compara-
ção à utilizada no Fox 1.0l. A medida foi possi-
bilitada graças à maior disposição de torque em
baixos regimes de giro. Isso faz com que o motor
trabalhe em rotações mais baixas às mesmas
velocidades, resultando em menor consumo de
combustível e redução nas emissões.
Quando abastecido com gasolina, o Fox 1.0l
BlueMotion tem redução de consumo energéti-
co de aproximadamente 16%. Quando está com
etanol, são 17%.
Desempenho e Nova Arquitetura Eletrônica
O Fox BlueMotion combina às características
de economia de combustível e eficiência energé-
tica o desempenho surpreendente para um mo-
delo dessa faixa de cilindrada. Quando abaste-
cido com gasolina, o Fox 1.0l BlueMotion acelera
de 0 a 100 km/h em 13,5 segundos e atinge veloci-
dade máxima de 166 km/h. Com etanol, são 13,2
segundos para a aceleração de 0 a 100 km/h e 167
km/h de velocidade máxima.
Assim como as demais versões do Fox, a Blue-
Motion traz a nova arquitetura eletrônica, mais
moderna, o que possibilitou a instalação de re-
cursos e equipamentos inéditos, além de itens
O novo Fox BlueMotion teve as relações da transmissão MQ200 alongadas em até 10%, em comparação às do Fox 1.0
reparação passo a passo
adicionais de segurança. O modelo traz de série
airbags frontais e freios ABS (Antilock Brake Sys-
tem, ou Sistema Antitravamento dos freios) com
Diagnósticos por scanners automotivos
EBD (Electronic Braking Distribution, ou Distri-
buição Eletrônica de Frenagem). Conta também Os sistemas de diagnósticos automotivos embarcados nos automóveis foram projetados para permitir a
com o sistema ESS (Emergency Stop Signal ou interface homem-máquina, visando, essencialmente, o monitoramento rápido dos sistemas que controlam
Sinal de Frenagem de Emergência) como equi- as emissões automotivas para a realização de diagnósticos durante as manutenções ou inspeções
pamento de série.
O ESS funciona como um alerta para evitar
veiculares. O objetivo é manter os níveis dos diferentes poluentes emitidos pelos automotores, dentro dos
colisões traseiras. Toda vez que o motorista acio- padrões estabelecidos pela legislação. Para auxiliar os profissionais da reparação automotiva a entender
na o pedal de freio de forma acentuada, em que melhor os conceitos fundamentais da diagnose veicular que determinam as estratégias de diagnósticos
atua o ABS, o sistema aciona as luzes traseiras aplicadas nos sistemas de gerenciamento eletrônicos, desenvolvemos o Passo-a-Passo desta edição
de freio de forma intermitente, sinalizando aos
motoristas que vêm atrás que o Fox está tendo
uma desaceleração acentuada.
Em seu quadro de instrumentos, o Fox 1.0l
BlueMotion traz de série, além do computador
de bordo, uma barra gráfica que indica o consu-
mo instantâneo de combustível. O item auxilia o
motorista a conduzir de forma mais econômica.
O painel traz também o indicador digital de ve-
locidade, além do velocímetro analógico.
O Fox 1.0l BlueMotion já traz de série equipa-
mentos muito valorizados pelos clientes, como
direção eletro-hidráulica, computador de bor-
do, freios ABS e airbags frontais. Além desses, há
itens de conforto e conveniência, como banco
traseiro com encosto rebatível, banco do moto-
rista com regulagem de altura, chave canivete,
conta-giros, desembaçador do vidro traseiro,
gaveta sob o banco do motorista, para-sol com
espelho de cortesia dos lados direito e esquerdo Os tecnólogos graduandos em
e tomada de 12 volts. O indicador digital de con- sistemas eletrônicos automotivos,
Eduardo Luciano de Almeida e
sumo instantâneo de combustível e o Indicador Felipe de Freitas, da FATEC de
de troca de marchas também são equipamentos Santo André (SP), desenvolvem um
standard no Fox 1.0l BlueMotion. scanner automotivo como trabalho
de conclusão de curso conforme
padrões internacionais, usando
veículos e sistemas de diagnósticos
fornecidos pela Volkswagen
Capítulo 1: Capítulo 2: Capítulo 3:
Fundamentos Códigos de Geração dos
do diagnóstico a avarias OBD II códigos de
bordo OBD e Lâmpada MIL falhas DTC
Como trabalha o scanner O diagnóstico e detecção de Apresenta a estratégia de
automotivo e o monitoramento avarias, que monitora falhas diagnóstico, os conceitos de
dos sistemas que controlam no curto circuito ao positivo, sensores ativos e passivos, além
e influenciam nas emissões negativo, aberto e plausibilidade das principais causas de falhas
MAIO 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 8 agosto 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 9
 reparação passo a passo

Capítulo 1: Fundamentos
saúde, especialmente quando há altas concen- mando. Para isso deve atender a norma ISO Com motor 1.4 l arrefecido a água o conec-
trações em locais confinados. 15031-3: 2004 que especifica a localização do tor de diagnóstico está posicionado logo abai-
Os hidrocarbonetos (HC) são derivados do conector de diagnóstico e o layout dos pinos xo do instrumento combinado próximo a cen-

do diagnóstico a bordo OBD combustível não queimado ou parcialmente

queimado como parafinas, olefinas e hidrocar-
bonetos aromáticos expelidos pelo motor, prin-
de comunicação.
Esta norma determina que nos veículos de
passageiros e comerciais leves a localização
tral de distribuição elétrica.
4. Fácil acesso pelo assento do motorista.

Apesar de ser conhecido como sistema de autodiagnóstico, o scanner automotivo somente viabiliza
a interface homem e máquina. Esta interface funciona por meio de uma estratégia organizada e
padronizada internacionalmente, com foco nos sistemas que influenciam nas emissões veiculares
executadas por um software dedicado e desenvolvido por sistemistas da área. O conhecimento destas
normas e dos sistemas autotrônicos (eletrônica automotiva embarcada) resulta neste programa que,
atualmente, pode “rodar” num computador pessoal (PC). Porém, a interpretação das informações dos
scanners para a realização do diagnóstico e que resultará no reparo correto e executado rapidamente,
continua dependendo do conhecimento e da experiência do profissional da reparação automotiva
cos como ocorre no sistema da Volkswagen, que
utiliza equipamentos dedicados à elevada tec-
nologia embarcada em seus produtos.
Tudo começou com os gases resultantes da
combustão nos motores, sejam eles produzidos
por motores dos ciclos Otto ou Diesel. Física e
quimicamente a oxidação extrema do combus-
tível deveria resultar nas emissões de dióxido de
carbono (CO2) e vapor d’água (H 2O). Ocorre que,
como todo processo real, uma pequena parte do
volume dos gases que saem pelo escape é resul-
tante de combustões incompletas e/ou produzi-
das sob condições adversas.
A qualidade e a disponibilidade de informação sobre
a tecnologia embarcada pelo fabricante, o scanner Nos motores Otto estes gases são: o monóxi-
automotivo adequado a esta tecnologia e o conhecimento do de carbono (CO), os hidrocarbonetos (HC) e
do profissional da reparação automotiva compõem os o óxido de nitrogênio (NOx). Segundo estudos
requisitos básicos necessários para a qualidade técnica da desenvolvidos no Brasil da década de 1980, nos
reparação veicular
veículos da época, estes gases participavam em
1% do total das emissões veiculares. Apesar de
aparentemente pequena, esta participação re-
sultava em emissões extremamente prejudiciais
à vida no planeta terra. Estudos aprofundados
realizados na Alemanha nesta mesma época in-
dicaram que, apesar de aparentemente pequena
a parcela tóxica de gases no escape, aproxima-
damente 70% do monóxido de carbono expelido
para a atmosfera, 55% dos óxidos de nitrogênio
e aproximadamente 40% dos hidrocarbonetos,
tinham origem no tráfego urbano. Daí a neces-
sidade urgente em criar, mundialmente, parâ-
metros de controle e de redução da carga tóxica
emitida pelos gases de escape.
Que gases são estes? - O monóxido de carbo-
no (CO) é formado a partir da combustão incom-
pleta do combustível. Trata-se de uma substân-
cia inodora, insípida e incolor. Atua no sangue
reduzindo a oxigenação, portanto, pode afetar a
cipalmente em condições em que este trabalha do conector de diagnósticos pode atender qua-
com mistura rica (com falta de ar), ou muito tro posições diferentes:
pobre (excesso de ar), que comprometem a com- 1. Próximo ao assento do passageiro ou do
bustão. motorista.
Os óxidos de nitrogênio (NOx) são uma com-
binação de nitrogênio e oxigênio que não apare-
ce em condições normais. Este gás se forma em
razão da alta temperatura na câmara de com-
bustão, portanto, quanto maior a temperatura
na câmara de combustão, maior será a tendên-
cia á formação do NOx o que, para um motor de
combustão interna, trata-se de um paradoxo,
pois o melhor aproveitamento energético ocorre
com temperaturas elevadas. No Gol e na Parati de Geração 2 o conector de No Passat até a linha 1999 o conector de diagnóstico
diagnóstico estava do lado esquerdo do painel preso à ficava posicionado no console existente entre os bancos
tampa que permite acesso à central de fusíveis
Sistema e conector OBD - A norma OBD (On-
-Board Diagnostics – Diagnóstico a bordo) teve 2. Próximo ao painel de instrumentos
inicio em 1988 com a CARB (California Air Re- Esta norma ISO 15031-3: 2006 também espe-
sources Board) na Califórnia – EUA, e em 1996 cifica que o conector de diagnóstico deve pos-
recebeu diversas melhorias devido, principal- suir 16 pinos de encaixe elétrico de forma que
mente, à rápida evolução proporcionada pela a localização destes pinos no conector atenda
eletrônica automotiva. obrigatoriamente o seguinte padrão de posi-
Esta norma hoje faz parte das legislações re- cionamento:
lacionadas às emissões de poluentes que estão
inseridas no software de funcionamento das No Golf o conector de diagnósticos está localizado na
centrais eletrônicas do motor. Também houve a parte central do painel de instrumentos, logo abaixo dos
padronização de alguns protocolos de comuni- controles do ar condicionado protegido por uma tampa
cação: ISO9141-2; J1850; ISO14230; ISO15765 (ISO -
International Organization for Standardization 3. Distância de 300 mm além da unidade de
Organização Internacional de Padrões), visando comando
estabelecer a comunicação do equipamento de
diagnóstico com a unidade de comando.
O conector de diagnóstico OBD II é o re-
curso que permite a ligação entre o equi-
pamento de diagnóstico e a unidade de co-

O scanner automotivo em comunicação com

a unidade de gerenciamento do veículo en-
volve conceitos que não são explorados e, muitas
Layout padrão do conector de diagnóstico
OBD II de 16 pinos

vezes, nem compreendidos pelos reparadores Ou seja: um sistema de gerenciamento

automotivos. Na essência o sistema de auto-
diagnóstico embarcado nos sistemas de geren-
ciamento eletrônicos para motores (On Board
Diagnose – Diagnóstico a bordo), foram projeta-
dos para permitir a interface homem-máquina
visando o monitoramento dos sistemas que con-
trolam e influenciam nas emissões veiculares.
Tudo para manter o nível dos poluentes dos ve-
ículos automotores dentro de padrões estabele-
cidos pela legislação. A evolução deste conceito
resultou em diversas soluções de autodiagnósti-
O conector de diagnóstico permite comunicação serial
ou por uma rede de dados CAN, com todas as unidades
de comando por meio de códigos de acesso específicos.
Nos anos 1980 os motores eram monocombustíveis e, tanto nos movidos a etanol quanto nos a gasolina, 1% do volume Neste caso a comunicação com o scanner está ocorrendo
dos gases emitidos para a atmosfera era nocivo à saúde sem fio por meio de bluetooth
Na Kombi com motor arrefecido a ar o conector de
diagnóstico está localizado no compartimento do
motor próximo à unidade de comando do sistema de
gerenciamento do motor
eletrônico processa sinais de entrada para
comandar sinais de saída. Estes sinais obriga-
toriamente atendem algoritmos, sequencias e
combinações segundo critérios lógicos. Por-
tanto, utilizando um protocolo de comuni-
cação padronizado, por vias de comunicação
também padronizadas, foi possível desenvol-
ver um software de diagnósticos para fazer
com que as avarias funcionais pudessem ser
lidas ou escritas no mundo externo à unidade
de comando.

10 | NOTÍCIAS DA OFICINA | agosto 2013 agosto 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 11

 reparação passo a passo
Capítulo 2: Códigos de avarias
OBD II e Lâmpada MIL
Diagrama de blocos de funcionamento de um sistema de gerenciamento. As linhas indicadas com asterisco sinalizam retorno de diagnóstico (feedback) para o circuito de processamento
I sto foi possível graças à arquitetura ele-
trônica. Atualmente é inquestionável que
as funções básicas de um veículo dependam
cada vez mais da eletrônica embarcada. Este
fato auxilia na obtenção das funções de au-
todiagnóstico que, associado aos protocolos
de comunicação padronizados pela ISO com
códigos de avarias padronizados pela SAE
(Society of Automotive Engineers – Sociedade
dos Engenheiros Automotivos), bastou acres-
centar ao software de funcionamento do veí-
culo, uma estratégia de autodiagnóstico. Esta,
logicamente, tem como base a eletrônica já
instalada no veículo, que compõem os clássi-
cos sinais de entrada emitidos por sensores,
processamento pela unidade de comando que
encaminha os sinais de saída para adequar o
regime de trabalho por meio dos atuadores.
12 | NOTÍCIAS DA OFICINA | agosto 2013
Os sensores são os sinais de entrada e são
componentes que fazem medições de grande-
zas físicas, posição, status de trabalho (ligado
ou desligado) e ocorrências como detonação
ou qualidade da mistura. Por exemplo: para as
grandezas físicas, temos a pressão atmosféri-
ca, pressão no coletor, temperatura do ar e do
motor e rotação de trabalho. Para representar
um sinal de posição, temos o sinal da posição
da borboleta. Neste caso, a posição angular da
válvula borboleta é convertida em sinal elétri-
co para a unidade de comando.
Como status de trabalho temos como
exemplo o ar condicionado ativado, carga da
direção hidráulica em baixas velocidades, in-
terruptor de embreagem, interruptor do freio,
etc. Em geral estes sinais sinalizam status de
trabalho de sistemas que utilizam a potência
do motor ou que modificam o regime de uso
para estarem em funcionamento exigindo car-
ga adicional a ser compensada pelo sistema de
gerenciamento.
Como exemplo de ocorrências temos as in-
formações do sensor de detonação e da sonda
lambda. Estes sinais exigirão providências di-
ferenciadas da unidade de comando mesmo
considerando o mesmo regime de trabalho.
Um sinal de detonação, por exemplo, significa
a necessidade de reduzir um avanço de igni-
ção mesmo que a carga solicitada esteja exi-
gindo um avanço de ignição adicional.
A estratégia usada pelo sistema OBD II para
detectar e diagnosticar falhas consiste na exe-
cução de testes no circuito dos componentes
do sistema de gerenciamento monitorando
as seguintes falhas: curto circuito ao positivo;
curto circuito ao negativo; circuito aberto e plausibilidade do sinal. Se
uma falha é detectada por qualquer destes testes, um código de defeito
Letra Valor Binário Significado
é copiado do banco de dados que monitora o componente, ou sistema
com funcionamento irregular e armazenado num outro banco de dados
conhecido como memória de avarias. Se a falha influenciar no aumen- C
P 00
01
Motor e Transmissão (Powertrain)
Chassi (Chassis Components)
to das emissões de poluentes imediatamente também é enviado um
sinal para os sistemas de drive control (controle da dirigibilidade), que
B 10 Corpo ou Carroçaria (Body)
sinaliza visualmente o motorista pelo instrumento correspondente. U 11 Rede (Network)
Este sinal luminoso é conhecido como lâmpada MIL (Malfunction In-
dicator Lamp – Lâmpada indicadora de Mal Funcionamento).
Em condições nor- O primeiro dígito numérico após o caractere do alfabeto (um número
mais esta lâmpada de 0 a 3) indica a entidade responsável pela criação do código. Ou seja:
deve acender ao ligar a por meio deste dígito é possível saber se o código em questão é comum
ignição e se apagar as- a todos os fabricantes (ISO ou SAE), ou se é um código específico do fa-
sim que o motor entrar bricante. Os possíveis valores deste código para motor são os seguintes:
em funcionamento.
Quando existe alguma Valor Entidade Responsável
avaria que influen-
cie nas emissões, esta 0 ISO ou SAE
lâmpada ficará acesa 1 Fabricante
enquanto a avaria não
Lâmpada MIL de um Golf. As definições de cor
for corrigida e a me- 2 ISO ou SAE
mória de avarias lim-
e simbologia atendem a norma ISO 2575 (ISO 3 ISO ou SAE, reservado e Fabricante
– International Organization for Standardization – pa. Caso a avaria possa
Organização Internacional de Padrões) causar danos ao cata-
lisador, esta lâmpada O terceiro caractere (segundo valor numérico) refere-se ao subgrupo
piscará na frequên­c ia de uma vez a cada segundo. de funções do veículo, sendo:
Os códigos de avarias ou de falhas são oriundos de uma tabela nor-
malizada pela SAE chamada DTC (Diagnostic Trouble Code – Código Valor Descrição
de Diagnóstico das Falhas) e são compostos por uma letra e uma se-
quência numérica. No exemplo capturado de um sistema de injeção 0 Sistema eletrônico completo
ME7.5.10 de um Polo 2.0l, o código P0304 refere-se a uma falha de ig-
nição no cilindro 4. A letra que inicia o código sinaliza o sistema fonte 1 Controle de ar e combustível
que originou a avaria. Veja:
2 Controle de ar e combustível; Circuito de injeção
3 Sistema de Ignição
4 Controle auxiliar de emissões
Controle da velocidade do veículo e da rotação de
5
marcha lenta
6 Circuitos de entrada e saída da unidade de comando
7 Transmissão
8 Transmissão
Por fim o quarto e quinto dígitos referem-se à falha específica no seu
referido subgrupo normalmente atribuída ao componente ou circuito
com a falha. Veja alguns exemplos de códigos DTC e suas falhas corres-
pondentes.
Os códigos indicados pelos scanners atendem padrões internacionais. Nos casos
apontados lidos num sistema de injeção ME7.5.10 de um Polo 2.0l, o código P0304
refere-se a uma falha de ignição, neste caso, no quarto cilindro
agosto 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 13
 reparação passo a passo
Componente
Corretor da marcha-lenta (V60)
Sinal indicador de consumo de combustível
Sensor da posição da borboleta (G69)
Sensor da pressão no coletor (G71)
Sensor da temperatura do motor (G62)
Sensor da temperatura do ar admitido
(G42)
Sensor de detonação (G61)
Sonda Lambda (G39)
Sensor Hall de rotação (G40)
Tensão da bateria (linha 30)
Transformador de ignição
Sensor do velocímetro
Válvula de limpeza do canister (N80)
Válvula injetora do 1º cilindro (N30)
Válvula injetora do 2º cilindro (N31)
Válvula injetora do 3º cilindro (N32)
Válvula injetora do 4º cilindro (N33)
Relé da bomba de combustível (J17)
Unidade de comando avariada
Vela de ignição 1º cilindro
Velha de ignição 2º cilindro
Vela de ignição 3º cilindro
Vela de ignição 4º cilindro
Tabela de falhas do sistema de gerenciamento eletrônico 1AV que equipou a linha de motores 1.0 l de 16 válvulas do Gol e da Parati
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Tipos de falhas Da unidade de gerenciamento
1AV Magneti Marelli Capítulo 3: Geração dos códigos
de falhas DTC
Plausibilidade do sinal
"Interrupção ou curto
"Interrupção ou curto
circuito ao positivo"
Código DTC"
"Exemplo de
circuito à massa"
da tolerância"
"Curto circuito
"Curto circuito
Saída aberta
"Sinal muito
"Sinal muito
ao positivo"
"Sinal fora
"Ausência
pequeno"
Descrição do código DTC
à massa"
de sinal"
grande"
P
Rotação da marcha-lenta abaixo do ara que o sistema de diagnose interprete a conhecido como memória de avarias.
P0506 X X
esperado necessidade da geração de um código de fa- Para entender esta estratégia de diagnóstico
Volume de combustível com falha no lhas, a informação deve estar pertinente por até é importante entender os conceitos de sensores
P0001
circuito regulador dez (10) ciclos de motor e, de acordo com a classe ativos e passivos. Chamamos de sensores ativos
Mau funcionamento do circuito do da falha, acender a lâmpada MIL. aqueles que funcionam independentes de uma
P0120 X X
sensor Para que o sistema de diagnose interprete alimentação elétrica, realizada pela unidade de
P0106 Pressão no coletor fora da faixa X X X que a falha foi sanada, é necessário que a mes- comando ou o fornecimento de uma tensão de
ma não esteja presente por no mínimo quarenta referência. O sensor de detonação é um exemplo
P0125 Sinal de temperatura insuficiente X X
(40) ciclos de motor. Este fato ocorrendo sequen- de sensor ativo. Neste caso, trata-se de um sen-
cialmente faz com que a falha DTC seja apagada. sor piezoelétrico que transforma as vibrações
P0114 Falha intermitente no circuito do sensor X X
Para apagar a lâmpada MIL são necessários ape- mecânicas do bloco do motor, quando subme-
Mau funcionamento do sensor de deto- nas três (3) ciclos de motor. É importante saber tido às elevadas pressões devido às detonações
P0325 X
nação que um (1) ciclo de motor equivale a ligar o mo- em sinais elétricos para a unidade de comando.
Falha no circuito do sensor da sonda tor, aquecer o motor e percorrer uma distância
P0134 X X pré-determinada com a verificação de todos os
lambda
P0654 Sinal de rotação com falha no circuito X circuitos monitores de avarias ativos.
P0561 Tensão do sistema instável X X
Avaria no circuito primário ou secundá- Sensor NTC da temperatura do motor (Negative Thermo-
P0350 X X
rio Coeficient – Coeficiente negativo de temperatura)
P0503 Sinal do sensor do velocímetro irregular
Funcionamento irregular do circuito de uma queda de tensão, ou um sinal previsível de-
P0441 X P0304 - Cilindro 4 - falsa explosão rivado desta ação. Sensores de temperatura do
purga
detectada ar, do motor, potenciômetros de posição, entre
Circuito da válvula injetora com funcio-
P0201 X X outros, são classificados como sensores passi-
namento irregular
Sensor de detonação e sonda lambda são exemplos de vos.
Circuito da válvula injetora com funcio- A falha P0304 significa falha de ignição do quarto cilindro sensores ativos Com a variação da resistência elétrica ocor-
P0202 X X
namento irregular detectada pelo scanner dos graduandos.
Sendo:
rida em função da temperatura, ocorrerá uma
Circuito da válvula injetora com funcio- P = Motor Um sensor passivo é aquele que depende de queda de tensão. A estes valores de tensão é atri-
P0203 X X
namento irregular 0 = Norma ISO ou SAE uma tensão elétrica de referência fornecida pela buída a temperatura do ar de admissão para de-
Circuito da válvula injetora com funcio- 3 = Sistema de ignição unidade de comando para que esta monitore terminar a densidade.
P0204 X X 04= Cilindro que está com falha de ignição
namento irregular
P0627 Circuito de controle aberto X X Temperatura Resistência - K
Como já explicamos no capítulo anterior, a +/- 10 C Ohms
Falha no circuito serial de comunicação
P0600 estratégia usada pelo sistema OBD II para detec-
(linha K)
tar e diagnosticar falhas consiste na execução de 10 3,24 a 4,39
P0301 Falha de ignição (misfire) testes no circuito dos componentes do sistema 25 1,74 a 2,35
P0302 Falha de ignição (misfire) de gerenciamento monitorando as seguintes fa-
lhas: ausência do sinal; curto circuito ao positi-
40 0,35 a 0,46
P0303 Falha de ignição (misfire)
vo; curto circuito ao negativo; circuito aberto e 85 0,24 a 0,27
P0304 Falha de ignição (misfire)
plausibilidade do sinal. Se uma falha é detectada 100 0,16 a 0,18
Itens não sinalizados não são capturados por esta versão da unidade por quaisquer destes testes, o código de defeito é
Com a variação da resistência elétrica em função da
copiado do banco de dados que monitora o com- temperatura, ocorrerá uma queda de tensão para cada
ponente ou sistema com funcionamento irre- valor encontrado
gular e armazenado num outro banco de dados
agosto 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 15
 reparação passo a passo
Ausência do sinal
As principais causas desta falha são problemas de conexões elétricas ou problemas diretos com o sensor
Vamos conhecer os tipos de avarias que o
sistema monitora:
Ausência do sinal – Este tipo de avaria
ocorre quando a unidade de gerenciamento
não recebe a informação do sensor. Nos sen-
sores passivos a unidade de comando é o for-
necedor da alimentação elétrica necessária
ou de referência. Para caracterizar uma falha
de ausência do sinal, a unidade de comando
deve fornecer a alimentação elétrica ou tensão
de referência e o sensor não envia sinal para a
16 | NOTÍCIAS DA OFICINA | agosto 2013
unidade de comando processar.
Nestes casos as principais causas deste
tipo de falha são problemas de conexões elé-
tricas ou por problemas diretamente ligados
ao sensor.
Curto circuito ao positivo - Chamamos de
curto ao positivo quando a alimentação do
positivo do sensor, por falha direta no compo-
nente ou por falha no isolamento do chicote,
liga uma linha estranha de positivo neste fio
impedindo assim, que o sinal do sensor chegue
Curto circuito ao positivo Curto circuito a massa
Uma linha de positivo estranha ao circuito interfere na tensão de referência fornecida pela unidade de comando Uma linha de negativo estranho ao circuito interfere na tensão de referência fornecida pela unidade de comando
até a unidade de comando ou que a tensão de no sensor eliminando a referência.
referência fornecida pela unidade de comando
não atue no sensor eliminando a referência. Plausibilidade de sinal – Definimos
como plausível aquilo que é aceitável,
Curto circuito a massa - Chamamos de razoável, tolerável ou dentro do previs- Um sinal de temperatura do ar
curto ao negativo quando a alimentação de to. Portanto, quando o sinal perde coe- de admissão de -32ºC não é
negativo do sensor, por falha direta no compo- rência com o funcionamento do veículo plausível em nossas condições
ambientais.
nente ou por falha no isolamento do chicote, dizemos que o sinal perdeu plausibili- Isto ocorre normalmente
liga uma linha estranha de negativo no fio im- dade. Por exemplo: não é razoável que quando os sensores analógicos
pedindo assim, que o sinal do sensor chegue depois de 20 minutos de funcionamen- não apresentam curvas
até a unidade de comando ou que a referência to do motor a temperatura de funciona- características de trabalho
fornecida pela unidade de comando não atue mento esteja fixa em 60ºC.
agosto 2013 | NOTÍCIAS DA OFICINA | 17