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No versículo 1:2 do Gênesis relata que “A Terra estava vazia, disforme e confusa e
existiam trevas sobre o abismo cheio de águas. E o Espírito de Elohim pairava sobre as
faces das águas”. Segundo alguns estudiosos afirmam que este texto se refere a um
estado anterior ao da Criação mencionado na Bíblia em Gênesis 1:1. No processo da
criação Deus criou sete coisas no dia um, a saber: os céus, a terra, as trevas, a luz, as
águas, o abismo e o vento (Gn.1:1-12). Há de se conceituar que foi no dia um e não no
primeiro dia, pois, o “primeiro dia” sugere que há mais de um na ordem da criação,
enquanto que termo “um” implica na unicidade, totalidade e unidade perfeita. A designação
dos dias na forma cardinal (1, 2, 3, 4 etc.) e não na forma ordinal (primeiro, segundo,
terceiro, quarto e etc.) ocorre que na bíblia menciona o dia como Yom ( ) descrevendo
que cada dia da criação e de uma forma individual, que pode ser traduzido por um dia, um
ano, um milhão de anos, etc. então temos o “dia um”, “Yom Echad” ( ) em Gênesis 1:5
e não como um ordenamento do processo criativo.
Então temos:
1 - Primeiro criou Tohu e Bohu dos quais surgiu a terra (Gen.1:1).
Segundo o Zohar, Tohu alude a um local sem cor ou imagem e está excluída do
segredo da imagem. É como que tivesse uma imagem, mas, não pudesse olhá-la, pois
não tem nada. Para cada coisa há uma vestimenta pra usar, mas, exceto para ela.
Quanto a Bohu, tem uma forma e uma imagem, que são pedras afundadas nas
profundezas de Tohu e elas emergem das profundezas onde repousam.
1
Frank, Daniel H.; Leaman, Oliver; Histoty of Jewish Philosophy, Vol II (2007)- Ed. Routledge,
E de lá elas retiram os benefícios para o mundo na forma de vestimentas e retiram os
benefícios de cima para baixo descendo do alto para baixo;
2 - Criou as trevas (Isaías 45:7): “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio
a desgraça, eu sou o Yahweh, que faço todas estas coisas”;
3 - Criou o vento (Ruach ), o espírito de Deus que pairava sobre as águas. A palavra
“Ruach” geralmente significa: vento, sopro, mente, espírito. Em Gênesis 1:2
corresponde a atividade criadora e potência Divina. Ruach geralmente indica
movimento e comunicação e também tem outras significações:
a) É a respiração quer de animais ou da humanidade:
Dos animais:
• Gen 7:15
Va.ya.vo.u El-no.ach El-ha.te.va She.na.yim She.na.yim
Mi.kol-Ha.ba.sar A.sher-bo Ru.ach Cha.yim:
E de toda a carne, em que havia espírito (Ruach) de vida, entraram de dois em
dois para junto de Noé na arca;
• Salmos 104:29 -
Tas.tir Pa.ney.cha Yi.ba.he.lun To.sef Ru.cham Yig.va.un
Ve.el-a.fa.Ram Ye.shu.vun:
Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e
voltam para o seu pó;
• Ezequiel 37:5–
Ko A.mar A.do.nay Ye.ho.vi La.a.tsa.mot Ha.e.le Hi.ne Ani Me.vi Va.chem
Ru.ach Vich.yi.tem:
Assim diz o Yahweh a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito
(Ruach), e vivereis.
d) Na redenção:
• Ezequiel 11:19 –
4 - Criou as águas, pois com a criação da terra teria que haver água.
A palavra “águas” é derivada da palavra hebraica “sham” que corresponde a “lá” e
“maim” que corresponde a “águas”. Portanto, o termo “Shamayim” deveria ser “lá águas”
ou que contém águas, cheio de águas. O vocábulo “céus” não existia até aparecer no
versículo 8 do Gênesis, quando Deus chamou do firmamento de Céus. Então os Céus e
a Terra significam “Universo”.
5 - Criou o abismo, para que as águas tivessem uma profundidade e uma submersão;
6 - Criou a luz (Gen.1:3). Para a criação do mundo foram necessárias quatro coisas:
ordem, trabalho, determinação e a proclamação;
No princípio da criação a terra estava informe (sem forma), vazia e coberta de trevas
(Gen 1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada. O mundo estava
vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa
inicial, Yahweh criou a luz para dissipar as trevas (Gen.1.3-5), deu forma ao universo
(Gen.1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (Gen. 1.20-28)
Em Isaías 45:18 lemos: “Porque assim diz Yahweh, que criou os céus - Ele é Deus, que
Ele a estabeleceu, não criou como um vazio, mas a formou para ser habitada: Eu sou o
Yahweh, e não há nenhum outro”.
Deus criou a Terra não para que fosse um caos, mas, para que fosse habitada. Muitas
pessoas acreditam que “sem forma e vazia, em “Gênesis 1:2”, é uma referência a
restauração de um mundo que havia sido criado previamente e que fora, por alguma razão,
destruído. Esta restauração é denominada de Tikun ( ).
No pensamento luriânico (Itzchak Luria), ele apresenta três temas centrais ou etapas no
pensamento cabalístico, o Tzimtzum (contração ou restrição da Luz), o Shevirat HaKelim
(o rompimento dos vasos) e o Tikun (reparação). Estes três são um grupo de inter-
relacionados, e contínuos no processo da criação e dentro desse processo ocorre o Tohu e
Bohu.
Na primeira etapa, o Tzimzum, descreve o primeiro passo para o processo pelo qual Deus
começou o processo de criação, retirando sua própria essência de uma área, criando uma
área em que a criação pudesse começar. Os sábios ensinam que antes da criação do
nosso mundo, Deus criou e destruiu outros mundos, eventos pelos quais a Cabala fala sob
o título de "vasos quebrados”.
Na verdade, a Cabala ensina que o primeiro ato de criação conhecido como " Tzimtzum "-
a retirada da Luz Divina em um espaço finito - estabeleceu uma fronteira e demarcação,
que em si é uma expressão da essência Divina. Assim, desde o início mostrou-se os
elementos da Essência Divina. No segundo ato, o Shevirat HaKelim, descreve como, após
o Tzimtzum, Deus criou os vasos (HaKelim) no espaço vazio, e quando Deus começou a
derramar sua Luz para os vasos, os mesmos não eram fortes o suficiente para manter o
poder da luz de Deus e se quebraram (Shevirat). No terceiro ato, temos o Tikun ( ).
Esta etapa estabelece que é o processo de reunir e sensibilizar as centelhas de luz de
Deus que foram emanadas para baixo e que promoveram as quebras dos vasos gerando
cacos a serem retificados.
De acordo com Itzchak Luria, a nossa tarefa consiste em liberar cada centelha de sua
casca e elevá-la ao estado de unificação com a Luz Maior (Or Elion). Nesse sentido, temos
o potencial de elevar as centelhas sagradas por meios de atitudes de bondade, de
harmonia com o universo e por um nível de consciência mais elevado. As oportunidades
de elevar as centelhas são ilimitadas.
Do texto em hebraico do Gênesis 1:2, temos:
O rabino cabalístico Itzchak Luria introduziu um elemento novo e muito importante. Ele
introduziu um complexo processo de Queda na pré-criação e Restituição, mostrando
semelhanças com algumas escolas de Gnósticas helenísticas. De acordo com o
pensamento luriânico as Sefirot (Esferas) foram originalmente de natureza de pura luz não
manifestas. Elas só adquiriram “vasos” ou características para se manifestar, no mais
baixo dos mundos do Adam Kadmon, o mundo da fala, ou o Mundo das Ligações, assim
eram chamadas porque todas as suas Dez luzes residiam em um único vaso.
Este foi apenas o primeiro passo para o "Mundo do Caos" (Olam Ha-Tohu) ou "Mundo dos
Pontos" (Nekudot), o primeiro mundo a ser emanada de Adão Kadmon e, assim, a
existência para uma manifestação real.
A palavra Tohu se refere ao estado original das Sefirot (Esferas) como pontos sem forma e
desordenado e decorre da citação em Gênesis 1:2: "E a terra era sem forma e vazia, e
havia trevas sobre a face do abismo". O "Mundo dos Pontos" era assim chamado porque
neste momento as Sefirot não se relacionavam entre si, mas estavam na forma
desorganizada (caótica) numa separação atomística, daí o termo do Mundo de Pontos.
A escuridão é por muitas vezes associada com o mal ou a maldade ao Divino como reporta
em Isaías 45:7 em que diz: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio a
desgraça, eu sou o Yahweh, que faço todas estas coisas”, indicando que Deus criou tanto
a luz assim como as trevas.
Tohu va bohu ( ) descreve a condição da terra antes de Deus expressar: "Haja luz".
A tradução precisa da frase é difícil, pois apenas a primeira palavra, “Tohu", parece ter
qualquer significado independente. A palavra "Tohu," é encontrada dezenove vezes na
Bíblia hebraica no Antigo Testamento e é usada para significar "vão" ou "resíduos” e
"Bohu" só aparece três vezes, sempre em conjunto com "Tohu ".
O primeiro estado da criação é que do universo do Caos ou Tohu e se refere aos primeiros
recipientes (vasos) que foram quebrados e Bohu aos vasos que foram restaurados e
corrigidos. Este estado é aquele em que se formam as Sefirot (Esferas) primitivas para
receber a Luz Divina, mas, não podiam nem ir para frente e nem interagir umas coma as
outras, e, portanto não poderiam “dar” qualquer coisa uns aos outros. Tudo o que podiam
fazer era receber de Deus. Isto é uma dificuldade para cumprir sua missão, então, os
vasos foram quebrados. Se Deus é doador final, enquanto o vaso só faz receber, em
seguida, os dois são opostos absolutos. Portanto, para que um recipiente (vaso) receba
adequadamente, ele também deve dar. O conceito acima nos conduz a idéia de que o
“Vaso final” é a humanidade.
Segundo o livro da Iluminação (Há Bahir), o Caos ou Tohu é o lugar das Sefirot antes da
ruptura dos vasos. Na terminologia cabalística (conforme o Ha Bahir), o conceito de
doação é "Luz" enquanto que estiver recebendo denomina-se de “Vaso”. As Sefirot
receberam a Luz mas não doaram e acabaram provocando a ruptura dos vaso. Este
episódio é chamado de Há Shevirat Há-kelim (Ruptura dos Vasos).
No entanto, a quebra das Sefirot de Tohu não é coincidência, nem significa uma falha no
processo criativo. Pelo contrário, ele serve a um propósito muito específico e importante:
levar a um estado de separação ou separação da luz em diferentes qualidades e atributos
e, assim, introduzir diversidade na criação. Pois a finalidade da criação não é permanecer
em um estado de separação e diversidade, mas sim para alcançar a unidade e harmonia>
A separação provocada pela quebra de vasos em Tohu que são regularizados em Tikun
( ), que significa "retificação", "restauração", ou “reforma", também significa a sínteses
e re-unificação da diversidade e da fragmentação introduzida pelo rompimento dos vasos
de Tohu. Tohu é o Estado do caos em que o mundo já existia há muito tempo, após suas
primeiras criações em trevas, submersa na água. Através da ação do fogo e da operação
combinada do espírito divino, os elementos constitutivos se diferenciam. 3
2
Kaplan, Arieh: Sêfer Ietsirá (2002) – O Livro da Criação, Ed. Sêfer;
3
Kaplan, Arieh. Sepher Há-bahir
No Sêfer Yetsirá registra que Tohu e Bohu menciona a um estado inicial da Criação e
declara que a substância foi formada do caos Tohu. Há uma conotação que esta
substância não contém informação. Logo se conclui que Bohu é a informação pura, não
relacionada com qualquer substância. Com a informação (Bohu), as letras do alfabeto
puderam ser gravadas no Tohu (substância). 4 As letras faladas surgem do fôlego (Ruach).
Menciona-se que a água (Chochmah) se interage com a terra que pertence a Malchut. E
se associa ao barro. O barro consiste fundamentalmente em terra e representa o domínio
de Malchut. A água é base de toda criação física e conforme é mencionada no Sêfer
Yetsirá (1:11) é a mais primitiva raiz espiritual da água, tal como existe no universo da
emanação (Atzilut) e foi daí que se formou o primeiro estágio da matéria, o “Caos” (Tohu).
Então, a partir desse “Caos” se formou a matéria.
No livro da Criação (Sêfer Yetsirá) menciona que as letras faladas surgem do fôlego
(Keter), mas para que existam as letras escritas deve haver um fluido com o que escrever,
tal como a tinta. Isto supõe um estado líquido do qual o protótipo é a água (Chochmah). A
lama consiste fundamentalmente em água e representa o domínio de Chochmah. O barrão
consiste fundamentalmente em terra e representa o domínio de Malchut. Portanto, a “lama”
é o fluído de escrever e o “barro” é o meio sobre o qual se escreve. 5 Além do mais, Keter
representa a “Inspiração Divina” que pode ser outorgado por Deus, porém a Sabedoria
(Chochmah) pode ser alcançada por si mesmo.
4
Kaplan, Arieh: Sefer Yetsirá, Capítulo1:11, Ed. Sêfer, 2002;
5
Kaplan, Arieh: Sefer Yetsirá (2002), Capítulo1:11, Ed. Sêfer;
6
Edwards, Larry D.: The Twelve Generations of the Creation (A Phisician”s perspective on the Book of Genesis), 2006;