Lori Foster - Ultimate 01 - Sem Limites (ARE)

1
Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

2

3
Revisão Inicial: Ju Miranda

Revisão Final: Roze Are
Formatação: Roze Are

4
Uma herança inesperada reúne um lutador de artes marciais

mistas com a mulher que ele nunca esqueceu, no primeiro livro de uma
nova série ardente da autora de best-seller Lori Foster.
Sinopse:
Cannon Colter é todo herói por excelência: queixo cinzelado, corpo

definido. Ele também é o cara que salvou Yvette Sweeny de
sequestradores, foi quando pôs fim a seus sonhos românticos. Hoje em dia,
ela está mais velha, mais inteligente, determinada a enfrentar a sua
maneira o que a vida jogar, mesmo a perspectiva de compartilhar uma
casa e negócios com Cannon.
Cannon sabe que Yvette o queria há três anos. Mas ela era jovem e
algumas coisas valem a pena esperar. Trabalhando juntos pelo legado de
seu avô, ele percebe o quão profundas são as cicatrizes de Yvette, e quanto
o perigo espreita em sua cidade tranquila. Quando o desejo reprimido
explode entre eles, protege-la torna-se a única luta que importa. E ele vai
quebrar todas as regras para isso...

5
Índice
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capitulo Nove
Capítulo Dez
Capitulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capitulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro

6
CAPÍTULO 01
Muito tenso, Cannon sentou-se na cadeira de couro em frente à mesa
do advogado com impaciência. Da cabeça aos pés seu corpo doía, mas no
momento, sua mente estava focada em questões menos físicas. Depois de
finalmente voltar aos Estados Unidos, ele planejou passar o dia na
banheira de hidromassagem, e a noite, na cama com companhia feminina o
suficiente para ajuda-lo a esquecer do quão perto ele estivera de perder a
sua última luta.
Três dias atrás, ele tinha enfrentado o maior desafio da sua carreira,
sua luta mais divulgada no grupo principal para o Campeonato Supremo
de Batalha no Japão com uma casa cheia e muita expectativa por parte da
organização.
Embora ele tenha tomado muitos golpes, ele estava batendo o seu
adversário por pontos... E então ele tinha fodido tudo.
Depois de levar um chute no fígado, ele perdeu o ar, a dor era

excruciante, e estava indo para baixo. Apenas por puro instinto lançou um
último soco quando o seu adversário estava pronto para acabar com a luta.
Aquele soco aterrou no meio do queixo de vidro do pitbull. As luzes

apagaram.
Ele esforçou—se para ficar de pé enquanto o outro homem voltava, a

luta tinha terminado com ele como o vencedor. Mas maldição, foi perto, e
sendo o vencedor não negou os ataques e chutes que ele absorveu. Ele
precisava de um pouco R & R1.
No entanto, todos os seus planos para ficar tranquilo deram errado

quando ele foi chamado de volta para Warfield, Ohio. Foi uma viagem de
três horas e, normalmente quando ele fazia a viagem, ele visitava os
amigos em primeiro lugar.
Desta vez, porém, ele esperou ao lado de um advogado afobado

folheando a papelada e uma assistente lhe encarando.
— Ah, aqui estamos, ― disse o advogado, sacudindo seus malditos

papéis e olhando para ele sobre a parte superior de seus óculos de leitura.
— Peço desculpa pelo atraso. Desde que esperava você ontem, pegou-me
desprevenido.

7
A repreensão foi desperdiçada com Cannon.
— Como eu disse, eu estava fora do país. ― Droga, ele tentou não

recuar diante de suas muitas dores.
— O Japão, sim?
Recusando-se a incentivar mais bate-papo, ele deu um único aceno de

cabeça.
Novamente observando os documentos, o advogado disse:
1. R&R: Rest and Recuperation – Descanso e Recuperação
— Você é um lutador? Não é verdade?
— Sim.
— A SBC?
— Sim! ― Inferno, ele tinha o logotipo do clube de luta em sua

camiseta. Ele sentou—se para frente, seus antebraços sobre as coxas. Ele
não tinha ideia do que se tratava, mas ele queria chegar lá. — Olhe! Quanto
tempo isso vai levar?
Frank Whitaker estava dividido em três pilhas de papéis.
— Eu só preciso de um momento para me organizar.
Organizar o quê? Ele sabia que isso tinha algo a ver com Tipton
Sweeny, proprietário de uma loja de penhores local, que havia falecido
recentemente.
— Se eu não tivesse viajado para fora do país, eu teria participado do

funeral, e talvez visto Yvette, neta de Tipton. ― Só de pensar sobre ela
atiçou sua tensão.
Sem tirar os olhos de seus papéis, o advogado disse:
— Eu tenho certeza que todos entendem.
Cannon conheceu Tipton como um empresário local, um membro na

comunidade que ele amava. Sua neta, Yvette frequentou a escola com a
irmã de Cannon. Isso foi onde qualquer relacionamento real terminou.

8
Só que Yvette sempre flertou com ele, ele sempre a evitou... Até o dia
em que ele a beijou, o dia em que ele queria beijá-la e muito mais, depois
de ajudar a resgatá-la de bandidos pervertidos.
Merda, merda, merda.
Ele não queria pensar sobre isso, sobre ela. Tanto tempo se passou, e
ela ainda tinha a capacidade de explodir a sua compostura.
— Como ela está? Ainda na Califórnia, aparentemente, ou ela seria a

única aqui lidando com o... O que tenha que ser tratado.
— Não, Tipton tem outros parentes?
— Sim, eu tenho certeza que ele tem.
Então como diabos ele foi envolvido nisso?
Cannon assistiu a assistente entrar empinando seus grandes seios.

Uma onda de perfume aflorou dela. Ela entregou mais documentos junto
ao processo desorganizado e, em seguida, sorrindo para Cannon, ficou
perto o suficiente para encostar sua coxa contra ele. Sorrindo para ele, ela
tocou em seu joelho.
—Gostaria de refrigerante? Café?
Tentando não ser muito óbvia, afastou-se. Ele sempre teve o poder de
fazer com que as mulheres ficassem quentes perto dele.
Exceto por Yvette.
— Água seria bom. Obrigado.
— Claro. ― Ela colocou a mão em seu ombro, acariciou, sentiu seu

músculo sob o algodão macio de sua camiseta desbotada e então sumiu.
— Eu vou pegar isso agora.
Sendo homem, Cannon a olhou mais de perto como ela permitia. Ela
tinha uma daquelas figuras com muitas curvas que foram reforçadas com
um terno justo, saia e blusa macia. Sapatos de salto alto mostravam bem a
curva de sua bunda. Seios grandes, quadris cheios, cabelo loiro pálido. Ela
tinha uma sexualidade latente, quase sufocando com seu interesse, seus
olhares manhosos, o lamber ocasional de seus lábios vermelhos brilhantes.

9
Mulheres darem em cima dele não é grande coisa. Mas nunca no

escritório de um advogado e nestas circunstâncias.
Ela estava provocando o advogado? Eram seus flagrantes olhares para

fazer ciúmes para Whitaker? Cannon olhou para o homem mais velho,
perguntando se ele notou a dúzia de maneiras diferentes que sua
assistente usava para mostrar seu interesse por ele.
Não que ele fosse cínico ou qualquer coisa. E não que ele não estivesse
mordendo.
Pelo menos... Ele não achava que ele era. Ainda assim, quando ela
voltou e inclinou-se mais longe do que o necessário para entregar-lhe o
copo de água gelada e guardanapo, Cannon foi em frente e deu uma olhada
em seu decote. Sua pele parecia suave, mas o perfume muito forte agrediu
suas narinas até que ele desviou o olhar.
O advogado perdido em seus papéis tirou os óculos.
—Obrigado Mindi. Eu vou deixar você saber se precisarmos de mais

alguma coisa.
Assentindo, ela balançou a cabeça.
— Eu vou estar na minha mesa. ― Atrás do advogado, Mindi parou na

porta, fez um show de olhar para Cannon dos ombros aos joelhos, seu
olhar sensual persistente em sua virilha. Ela deu outra lambida lenta de
seus lábios e... Sim, tudo bem, ele ficou um pouco interessado.
Inferno, ele tinha estado tão envolvido no treinamento, viajando para

a luta e, em seguida, a luta em si, ele tinha sofrido o celibato autoimposto
por muito tempo.
Mas, por agora, Cannon está dando toda a sua atenção de volta para
Whitaker. O que poderia o homem querer com ele, com todos estes papéis
e notas?
Finalmente, sombrio em sua preparação, o advogado cruzou as mãos

e olhou diretamente para Cannon.
— Você herdou bens e fundos do Sr. Sweeny.
Uau!!!! A onda de medo trouxe Cannon para frente. Seu coração batia
fortemente em seu peito.

10
— Aconteceu alguma coisa com Yvette?
Juntando as sobrancelhas espessas, o advogado deslizou seus óculos

de volta, vasculhou os papéis malditos e balançou a cabeça.
— Você está falando da Srta. Sweeny, a neta?
— Sim.
— Ela herdou, também.
Alívio enviou oxigênio em seus pulmões. Jesus!!! Cannon beliscou a

ponta de seu nariz machucado, irritado com a reação dele. Mas então, com
Yvette sempre tinha sido assim.
O advogado continuou.
— E, na verdade, o Sr. Sweeny dividiu uniformemente seus bens entre

vocês dois.
De jeito nenhum!
— Entre Yvette e eu?
— Sim.
Cannon sentou-se na borda de seu assento e tentou entender, sem

sucesso.
— Eu não entendo. Por que ele faria isso?
— Ele deixou uma carta. ― O advogado entregou um envelope. — Eu

acredito que irá explicar o que eu não posso. Mas o que eu posso explicar é
que o Sr. Sweeny veio a mim há três anos, com instruções muito
detalhadas sobre a distribuição de seus bens, em caso de sua morte. Ele
me visitou uma vez por ano para alterar e ainda esclarecer como a sua
situação financeira flutuou. Eu o vi pela última vez há dois meses, quando
sua saúde começou a declinar.
— Ele teve um acidente vascular cerebral?
O advogado assentiu, hesitou, em seguida, novamente cruzou as mãos

sobre a mesa e deixou cair à formalidade de advogado:

11
—Tipton se tornou um amigo. Ele estava sozinho e eu tinha acabado

de perder minha esposa... ― Whitaker deu de ombros.
— Sinto muito.
Ele inclinou o queixo para reconhecer isso.
— A pressão sanguínea de Tipton estava alta e ele sabia que não

estava bem. Ele parecia negar o primeiro golpe, mas o próximo foi pior e o
terceiro pior ainda. Foi quando ele, finalmente, fechou a casa de penhores.
Então, ele não tinha fechado a loja há três anos, após os ataques
violentos, como Cannon sempre tinha assumido.
— Ele estava sendo tratado, vendo o especialista em uma base

regular, mas ele achava que era apenas uma questão de tempo...
Ver a tristeza no rosto do advogado enviou culpa através de Cannon.

Droga, ele deveria ter ido visitar Tipton mais vezes. Ele sabia sobre o
primeiro acidente vascular cerebral, mas não os dois depois disso e, em
seguida, ele esteve no Japão, quando o corpo de Tipton desistiu da luta.
— Yvette estava com ele?
Balançando a cabeça, Whitaker disse:
— Ele não queria sobrecarrega-la. ― A medida da facilidade mostrou

em seu rosto quando ele recolheu seus pensamentos. — Eu reuni todos os
que compartilharam uma experiência com ele, Tipton nunca compartilhou
os detalhes, mas eu suponho que era algo que tenha mexido com a sua
vida, ― ele não esperou por Cannon para dar detalhes. — Sua neta se
afastou por causa disso e Tipton não queria forçar para trazê-la de volta,
não, ― disse ele ― quando ele sabia que as coisas estavam difíceis para ela.
Ele queria que ela voltasse em seus próprios termos, não por um senso de
obrigação.
Bombardeado com emoções desconfortáveis, Cannon levantou-se e

andou pelo pequeno escritório. Sim, ele imaginou Yvette lutando muito,
nenhuma garota nunca deve ter que sofrer o que ela sofreu. Houve
momentos em que as lembranças o atingiram como uma besta selvagem,
deixando-o tonto, irritado, em um suor frio.
E ele não era o único que foi ameaçado da pior maneira possível.

12
Lembrando, suavizou sua voz.
— Ela não sabia que Tipton estava doente?
— Como você, ela sabia do primeiro acidente vascular cerebral. Mas

Tipton decidiu carregar seu fardo sozinho. ― Decepcionado, o advogado
sacudiu a cabeça. — Ele queria você para compartilhar sua carga. Ele disse
que você poderia lidar com isso. ― O advogado apontou para a carta. —
Está aí dentro.
Um fardo? Mais confuso do que nunca, Cannon bateu a carta em sua

coxa.
— Então, quais são as demais notícias?
— Bem... Extratos bancários, dívidas a pagar, fundos de

aposentadoria. ― Ele balançou dois conjuntos de chaves fora de um
envelope almofadado. —Responsabilidades.
Mastigando seu lábio superior, Cannon olhou para os papéis com um

desejo horrível de devolver a carta. Estava com tantas coisas a fazer, não
precisava de mais responsabilidades. Ele poderia lidar com isso...
Com Yvette.
Ele poderia lidar com ela, do jeito que ela o afetava?
Mais um ponto, ele poderia resistir a ela agora, que ela precisava
dele? Só de pensar sobre ela, ouvir seu nome, teve seus músculos
apertando dessa forma familiar.
— Você disse chaves?
— Uma da casa, uma do negócio.
— A casa de penhores?
— Sim.
— A última vez que eu soube, ― Cannon admitiu, — ele estava indo

vendê-la. ― Depois do que tinha acontecido, ele esperava que Tipton fosse
vender a casa, mas ele ficou onde estava.

13
— Não. Ele continuou a trabalhar até que os problemas de saúde o

forçaram a se aposentar. Disse que era saudável para ele ficar ocupado. Ele
também redecorou a casa.
Casa. Cannon assentiu em entendimento. Sua mãe havia sentido o

mesmo, recusando-se a ceder a sair de sua casa no bairro, mesmo depois
que tinha perdido seu pai para os agiotas.
Sua insistência em ficar foi um dos inúmeros motivos para Cannon

aprender a lutar. Ele havia perdido seu pai, então, ele ficou determinado a
proteger sua mãe e irmã. E ele tinha, até que sua mãe havia falecido com
câncer. Agora, era apenas ele e sua irmã e... Seja lá o que for que Tripton o
tenha envolvido.
Mais do que um pouco intrigado, Cannon perguntou:
— E agora?
— Você assina alguns papéis e toma posse ao lado Srta. Sweeny. Meio
a meio. Os dois podem decidir ficar, vender ou comprar outra.
Cannon balançou a cabeça.
— Você já viu Yvette? ― Ele não podia imaginá-la querendo a casa,

mas mesmo que ela não quisesse, de onde ela iria retirar renda? Ela tem...
Vinte e três anos, agora. Ainda jovem para tais responsabilidades.
Mas, finalmente, idade suficiente... Para ele.
— Ela veio ontem.
Yvette esperava que ele fosse lá, também? Olhou para frente? Ou
talvez estivesse com medo? Ele odiava o pensamento de que ele poderia
vir a desenterrar um passado que era melhor ser esquecido.
Whitaker virou os papéis, colocou uma caneta de tinta em cima e

empurrou-os para Cannon.
— Se você não se importa?
Ele não estava prestes a assinar nada até que ele lesse tudo.
O advogado suspirou, empurrou a cadeira para trás e se levantou.

14
— Leia a carta de Tipton. Tenho certeza de que tudo vai fazer sentido,
então.
— Você sabe o que está nela?
Whitaker desviou o olhar.
— Não, claro que não. Tipton me deu lacrada.
As suspeitas aumentaram.
Limpando a garganta, o advogado encontrou seu olhar.
— Eu sei... Que Tipton tinha uma mente forte até o fim. Ele sabia o que
estava fazendo, o que ele queria.
E ele queria algo de Cannon.
Vindo em torno de sua mesa de trabalho, o advogado apertou seu

ombro.
— Eu vou dar-lhe alguns minutos. ― E com isso ele saiu do escritório,

fechando a porta atrás de si.
Andando até uma janela, Cannon inclinou um ombro na parede e

estudou o envelope. Ele estava selado, tudo bem, fechado com fita
enrolada completamente em torno dele. Arrancou uma das extremidades
do envelope. Com um sentimento de mau presságio, ele tirou duas folhas
ordenadamente digitadas, abrindo ele a deslizou pra ver a assinatura de
Tipton na parte inferior.
Voltando à primeira página, ele começou a ler. Cada palavra fez seu
coração bater mais pesado com ansiedade e expectativa.
Sim, Tipton sabia o que queria. Ele tinha escrito tudo detalhadamente.
Um parágrafo específico chamou a atenção Cannon.
— Esta é a sua casa, Cannon. Não importa o que, ela deveria estar aqui,
eu sempre confiei em você e você esteve sempre lá, um menino tão bom.
Apesar da enormidade do que queria Tipton, um toque de humor

curvou a boca de Cannon. Sendo que ele tinha vinte e seis, apenas um vovô
iria chama-lo um menino.

15
Eu sei que é pedir muito, especialmente depois que você já arriscou sua
vida por nós. Mas ela é muito cautelosa agora, também assustada. Se você
concordar, eu sei que você pode libertá-la dos pesadelos para que ela possa
ser despreocupada e feliz, novamente.
Queria dizer Tipton pesadelos literais? Ou apenas as memórias

desagradáveis de ser atacada, ameaçada com o pior que uma mulher
poderia sofrer?
Não, ele não queria pensar nisso agora; ainda o enfurecia o

desamparo, o medo que sentira ao ser um espectador disposto à
crueldade.
O advogado voltou e Cannon o ignorou enquanto terminava de ler.
Se for necessário, se sua vida é agora muito ocupada, ou se ela não

concordar, vá em frente e venda ambos os lugares com a consciência limpa.
Mas a venda vai exigir esvaziar a casa, o que vai trazer problemas diferentes
para ela.
O que isso significa? Que tipo de problemas teria ao finalizar uma

venda?
Em meu coração, eu sei que ela vai ser mais feliz aqui em Ohio, em
Warfield, do jeito que ela jamais poderia ser na Califórnia.
Qualquer coisa que você decidir, Cannon, por favor, não diga a ela sobre
esta carta. Ainda não. E, por favor, saiba que independentemente, você terá
sempre a minha mais profunda gratidão.
Atenciosamente,
Tipton Sweeny
Sentimentos familiares despertaram, sentimentos que ele tinha há

muito tempo socado e depois esquecido. Ou tentado esquecer. Deus sabe
que ele fez o seu melhor para demoli-los, a suá-los no ginásio, combate-los
no ringue. Parafusá-los com mulheres dispostas. Mas porra, toda e cada
sensação que Yvette inspirou ainda estavam lá, profundamente
enraizadas, com antecipação ele perguntou:
— Onde está Yvette agora?

16
— Eu não tenho certeza. ― disse o advogado. Ele ficou atrás de sua

mesa, mas não tomou o seu lugar. —Ela tomou um molho de chaves, por
isso, talvez ela deva estar em casa.
Desassossego chutou Cannon internamente, somando-se as dores que

sobraram de sua luta recente. Yvette está lá sozinha? Ele deu de ombros,
forte era o desejo de correr em seu socorro. Mais uma vez. Ele tinha feito
isso uma vez e, em seguida, ela se afastou.
Afastou-se.
Para o outro lado do país, Califórnia.
Ele puxou sua orelha, desconfortável com o ressentimento latente.

Yvette não foi o que o manteve afastado. Ela não era uma oportunidade
perdida. Ela era apenas uma menina que tinha chegado a conhecer melhor,
sob circunstâncias terríveis, extremas. A garota que ele queria, mas era
muito nobre para tocar, muito...
Mas ela tinha ficado debaixo de sua pele e mesmo depois de três
longos anos, ele ainda a queria.
Foda-se. Ele atravessou uma luta após outra para tornar-se um

candidato principal para o cinturão, mas resistir à tentação de finalmente
ter Yvette, era uma luta que ele sabia que não podia ganhar.
Ele fitou Whitaker com ansiedade mal disfarçada:
— Onde eu assino?
***
YVETTE estava na porta da casa de seu avô. Ontem, após a longa

viagem de volta da Califórnia, ela escolheu pôr de lado a visita. Em vez
disso, ela foi ver o advogado e, em seguida, se hospedou em um hotel e
tentou dormir um pouco. Impossível. O peso do que a esperava fez com
que virasse de um lado para o outro a noite toda.
Não era apenas o medo de estar em casa, não! Era o medo de ver
Cannon Colter, novamente, e cair por ele, como quando era uma
jovenzinha sensível e inocente.
Seu avô queria que ela ficasse em Ohio. Voltar para o funeral foi difícil
o suficiente. Mas viver aqui?

17
Ela finalmente aprendeu a esconder sua covardia e, mais

recentemente, a aceitar os limites de sua capacidade romântica. Sendo que
em qualquer lugar perto de Cannon sua determinação estava ameaçada.
Por agora, pelo tempo que levaria para resolver suas obrigações com
seu avô, ela realmente não tinha escolha. Ela estaria em Warfield.
Deixando de lado o medo, ela entrou na casa e fechou a porta atrás

dela. O clique soou tão definitivo que seu coração perdeu uma batida. Até
que ela olhou em volta. Em seguida, o pulso acelerou.
Luz solar derramando através da janela, iluminando o interior,

apresentando as muitas mudanças. Desde o tapete, a pintura das paredes,
até mesmo as lâmpadas nas mesas, tudo era diferente. Seu avô redecorou
com itens usados, provavelmente da casa de penhores, mas ficaram ótimos
juntos.
Por ela.
Através de uma névoa de lágrimas, ela viu as mudanças, Deus, ela

perdeu muito dele.
Forçando um pé na frente do outro, ignorando o arrepio que correu

pela sua coluna, ela atravessou a sala de estar, a sala de jantar e entrou na
cozinha, moveis familiares nas paredes, mas papel de parede e piso
emborrachados novos, ele alterou, também, esta parte da casa.
Acendendo as luzes, ela explorou a casa e todas as mudanças. Apesar

de tudo parecer diferente, a casa vazia ainda tinha o cheiro de Old Spice,
loção pós-barba de seu avô.
Assim é como funciona a memória do beijo de Cannon.
Mesmo enquanto chorava sua perda, uma onda de calor invadiu seus
membros, sempre que pensava nele. Ela sentiu novamente o toque de
proteção, lembrou-se do gosto de seu beijo quente. Ela tinha construído
algumas fantasias elaboradas em torno daquele breve momento no tempo.
Mas agora ela não tinha certeza se Cannon ainda poderia fazer a diferença
para sua alma ferida. Sabendo que não iria impedi-la de querê-lo, e isso a
assustava mais que qualquer outra coisa.
Vergonha veio rapidamente, porque ela tinha acabado de perder seu

amado avô, um parente que não desistiu dela, que a tinha criado depois da

18
morte de seus pais e fez o seu mundo melhor. Ela deveria manter ele e
seus desejos em primeiro lugar em sua mente.
Quando ela viu o quarto dela, lágrimas brotaram. Novas roupas de

cama e cortinas fez parecer diferente, mas todos os seus pertences mais
pessoais estavam como ela os deixou. Ela tocou uma fita de cabelo sobre a
cômoda, uma boneca antiga de carnaval, que ele ganhou por ela.
Lentamente, ela se sentou na beirada da cama.
Cannon perdeu a reunião no escritório do advogado.
Por mais de três longos anos ela aperfeiçoou sua fixação sobre ele,
usou-o para ajuda-la através de tempos difíceis, usando o exemplo dele à
espera de se tornar uma pessoa melhor. Ele era tudo o que ela não era,
tudo o que uma boa pessoa deve ser. Generoso, protetor, carinhoso. Ele
tinha o corpo de um atleta, a força de um lutador e coração de um anjo,
tudo embrulhado num corpo lindo. Cada garota da vizinhança o queria.
Depois de meses de ignorá-la, dizendo que ela era muito nova, ele
veio em seu socorro quando ela mais precisava dele. E, depois, ele sentiu
pena da menina patética que ela era.
Ele finalmente enxergou-a, mas como uma vítima.
Bem, ela era mais forte agora, e ela ia provar.
Ela observou cada luta da SBC, absorveu cada menção dele na internet
e em inúmeras entrevistas. Para o público em geral Cannon tinha sido
apelidado de “o santo”, em parte devido à sua atitude filantrópica e o
comportamento sempre calmo. Nada e ninguém nunca abalaram a sua
compostura.
No entanto, afirmou que o apelido tinha mais a ver com o seu

tratamento suave com as mulheres. Ele ficou muito ocupado para se
envolver em relacionamentos românticos em longo prazo. Enquanto ele
manteve as coisas breves, a maioria das mulheres que conheceu se
tornaram suas amigas, sem ressentimentos, não tendo nada além de coisas
boas a dizer sobre ele.
Yvette poderia atestar a sua preocupação gentil e cuidadosa

consideração. Por mais difícil que ela saiba que será para ela, ela espera
que ele ainda a considerasse uma amiga, também.

19
Era preciso vê-lo, quanto mais cedo melhor. Mas primeiro... Ela
aprendeu que gastar energia a ajudava a superar suas reservas. Antes de
enfrentar Cannon, ela faria o que pudesse para sacudir o nervosismo e o
mal-estar de estar de volta em Ohio.
Com esse objetivo em mente, ela esvaziou suas malas e, fazendo seu
melhor para bloquear as memórias desagradáveis do que aconteceu nesta
casa, preparou-se para sair para noite.
Cannon sem dúvida iria ao bar do Rowdy, onde ele costumava

trabalhar. Ela ia encontra-lo lá e lhe mostraria que ela não era mais uma
garotinha assustada. Ela não era patética. E ela não ia se jogar para ele. Ela
ia convencê-lo que ela era uma pessoa diferente agora.
E, então, talvez ela fosse capaz de convencer a si mesma, também.
***
Cannon assinou todos os documentos, o advogado se levantou e

pegou uma maleta lotada de papéis.
— Eu sinto muito, mas eu estou atrasado para o tribunal. Espero que

entenda.
— Claro! ― Ele não tinha motivo para ficar de conversa fiada,

especialmente quando ele tinha tanta coisa para pensar.
— Tipton era um bom homem, amigável, sincero. ― Whitaker apertou

sua mão. — Se você precisar de alguma coisa mais, qualquer coisa, ligue
para Mindi e ela pode atendê-lo completamente.
— Obrigado. ― Com tudo agora em um envelope grande, Cannon

seguiu até a porta.
Antes que ele pudesse sair com o advogado, Mindi reapareceu.
— Você não está correndo fora, não é?
Isso Whitaker notou, e depois ignorou a sua assistente e continuou o

seu caminho, à esquerda de Cannon.
Sua linguagem corporal, a forma como ela olhou para ele e sua
inclinação de seus lábios, tudo o convidava para ficar. Mas se ela e o
advogado estavam envolvidos... Sim, ele não tinha interesse em ficar preso
no meio disso.

20
— Desculpa. Eu tenho uma dúzia de coisas para fazer ainda hoje.
Fingindo fazer beicinho, ela chegou mais perto.
— Mas nós temos o escritório todo para nós. ― Deliberadamente

reduzindo a distância, ela o alcançou, passou por ele e virou a fechadura da
porta da frente. — Eu lhe disse que sou uma grande fã?
Seus seios roçavam o peito, ele podia sentir sua respiração em sua
garganta.
— Aprecio isso. Obrigado. ― Ele manteve as mãos ao lado do corpo e

tentou não respirar muito profundamente seu perfume. — Talvez em
outra ocasião, no entanto.
Ela brincou com a ponta do dedo de cima para baixo em seu decote, e,
caramba, ele olhou.
Encorajada, ela provocou colocando o dedo em seu peito, subindo

sobre a clavícula para entrelaçar um braço em volta do pescoço.
A tentação o puxou. Ele olhou para trás e não viu ninguém fora do
escritório. Depois de ler a carta de Tipton, sentia-se tão amarrado que a
liberação seria bem-vinda.
— Ele não vai estar de volta, ― disse Mindi. Corajosamente, ela se

inclinou para ele... E acariciou sua virilha. — Não se preocupe com ele.
Deus, ele precisava da distração. E seu corpo gostava do toque dela,

era agradável o suficiente.
Mas sua cabeça não estava ali.
Ele tem certeza de que ela e o advogado tinham alguma coisa. Além
disso, pode até ser que fosse lidar com ela de novo. Ele nunca faria nada
para fazer esta nova transição mais difícil para ela do que já seria.
E depois havia o fato de que ele esperava finalmente ter Yvette... Sim,
para seu cérebro, transar com Mindi parecia uma ideia muito ruim.
— Desculpe querida, mas eu não estou para isso.
— Forte... ― Mindi sussurrou. Seus olhos ficaram pesados, a

respiração mais superficial, enquanto ela o acariciava. — Você é muito
gostoso.

21
Seu toque e suas palavras apenas o divertiram
— Vamos apenas dizer que partes de mim não tem nenhum sentido.
― Especialmente com sua pequena mão habilmente trabalhando no pênis
dele. O resto de mim, ele admitiu para si mesmo, quer Yvette, e só Yvette.
Ela pressionou a parte inferior do corpo contra sua coxa.
— Eu só ia precisar de dez minutos.
Ah, agora teria que pegar leve. Gentilmente, porque odiava insultar
qualquer mulher, Cannon tentou aliviar sua volta.
— Tenho certeza de que você merece mais do que dez minutos.
— Mais tarde, ― ela sussurrou enquanto acariciando seu pescoço, ―

quando você tiver mais tempo, você pode fazer isso para mim.
Seus dentes afiados roçaram a garganta. Droga, ele estava começando

a se sentir incomodado.
— Ouça...
Ela abriu a boca sobre ele e Cannon precisaria obter o controle das
coisas antes de acrescentar um chupão para suas outras várias contusões.
Segurando seus ombros, ele a moveu, dizendo com insistência firme.
— Hoje não.
Magoada, ela se afastou dele. Mãos ao rosto, ela deu uma risada
nervosa.
— Uau! Isso é embaraçoso.
Mesmo irritado, Cannon simpatizava com ela.
— Não se sinta constrangida. Sinto-me lisonjeado.
Ela balançou a cabeça.
— E você não tem interesse nenhum...
Ficando tenso atrás dela, ele segurou seus ombros.

22
— Você tinha suas mãos em mim, então você sabe que não é verdade.
― Ela sentiu sua ereção. Seu pau gostava muito dela. — Mas a minha
última luta me exauriu, eu só tenho força para ir pra casa, eu tenho uma
carga de responsabilidades legais para cuidar.
— Isso é tudo o que é? ― Ela olhou para ele com esperança. — A

sério?
Não a ponto de comprometer-se, ele deu de ombros.
— Tudo o que sei é que isso não estará acontecendo agora. ― Pronto
para fazer a sua fuga, ele se virou e abriu a porta. Ele chegou até a
caminhonete quando ela o chamou.
Olhando para trás, viu-a equilibrada na porta.
— Vou dar um tempo, para você se instalar, mas eu não vou desistir.
Ele não podia deixar de sorrir para ela. Desde que ele duvidava que
frequentassem os mesmos círculos, ele não estava preocupado em vê-la,
novamente. Com uma saudação, ele ficou atrás do volante, ligou o motor e
foi embora do prédio.
Não importa quantas vezes isso acontecia, ele ainda era uma coisa
desejada. Não importa que parte do apelo fosse o seu status na SBC.
Um pensamento levou a outro e ele tinha que saber, Yvette iria ficar
impressionada? Mesmo antes de ter sido pego pela organização da luta de
elite, ela olhava para ele com adoração de ídolo, como se tivesse a resposta
para cada pergunta.
Mas isso foi há anos. Tudo o que ele sabia, ela poderia estar envolvida,
mesmo casada agora. Imaginou-a como se lembrava dela: jovem e
inocente, com pernas bem torneadas e um corpo doce, agora deve estar
madura, mais saborosa, desejável...
Inquieto com emoções conflitantes, Cannon dirigiu à casa de Tipton,

mas quando ele bateu ninguém respondeu. Ele tinha uma chave, mas isso
não parecia certo, entrar sem antes falar com Yvette. Ele passou pela casa
de penhores a seguir, estava escura e vazia. Como ele, Yvette
provavelmente encontrou um quarto de hotel.
Ele ia localizá-la em breve e, então, eles poderiam se reencontrar.

23
Porra, mas ele mal podia esperar.

24
CAPÍTULO 02
Ela saiu há horas. Depois de fazer uma breve parada na casa de

penhores, decepcionada ao ver a forma em que se encontrava, Yvette foi
comprar mantimentos básicos que sabia que ia precisar. Depois disso, ela
comprou alguns novos dispositivos de segurança, preparando-se o melhor
que pôde para a sua estadia na casa.
Ansiedade ainda agitava dentro dela, mas isso não importava. Ela
havia superado aquela menina tímida embaraçosamente chorona.
Nunca mais.
Ela se concentrou em apresentar-se como uma mulher moderna,

adequada, usando essa fachada para esconder a verdade. Tantos sonhos
morreram, mas ninguém mais precisava saber disso.
Preparando-se para ver Cannon, ela se fez tão educada quanto

possível e, em seguida, partiu.
Por causa da onda de calor de meados de agosto, ela usava uma blusa
branca com seus jeans skinny e sandálias. Ela puxou o cabelo lavado em
um rabo de cavalo alto que pendia entre os ombros
Na passarela fora do bar de Rowdy, ela hesitou. A julgar pelo barulho,

o lugar estava lotado. Estar em um ambiente tão lotado ajudaria a manter
sua atração em segredo. Tinha que vê-lo, mas ela queria fazer sem
embaraçar a si mesma de forma alguma.
Um trio de homens saiu, deu-lhe duas olhadas de canto de olho. Ela

ouviu: ― Bem, Olá, e ― Caramba, ― junto com um assobio baixo do terceiro
indivíduo.
Yvette faz questão de não incentivar esse tipo de coisa, realmente

qualquer tipo de coisa com homens, então ela apenas balançou a cabeça e
entrou. O lugar parecia exatamente como ela se lembrava, com as pessoas
rindo, uma pequena multidão dançando ao som da jukebox, cada assento
que reveste o bar tomado com um corpo.
Mais homens, ela ficou se perguntando se parecia tão fora do lugar

como se sentia, ela alisou as palmas das mãos sobre as coxas. Só em

25
ocasiões muito raras ela ia a bares. O bar de Rowdy era diferente da

maioria, mais amigável, uma parte da comunidade que ela ainda amava e
perdeu, mas sua memória disse que estava tudo a mesma coisa.
Rowdy estava trabalhando no bar essa noite, e quando ela viu um

flash de cabelo vermelho, Yvette sabia que ele tinha a sua esposa ao seu
lado. Ouviu-o rir de algo que sua esposa disse e ela sorriu com eles.
Cannon trabalhou aqui, até sua carreira de lutador decolar. Ela sabia,
sempre que ele vinha para a cidade, ele parava para visitar, por isso ela
esperava encontra-lo aqui esta noite. E se não, então, certamente alguém
poderia dizer-lhe onde ele estaria.
Antes das pessoas começaram a se perguntar se ela havia se perdido,

ela começou a procurar pela sala, fazendo seu caminho, passando as mesas
da frente, a pista de dança e, finalmente, ela encontrou Cannon nas mesas
de sinuca na companhia de homens e mulheres igualmente.
Como se seu corpo tivesse fome dele, uma dúzia de emoções fez seus
músculos fracos. Ele parecia ainda melhor do que se lembrava. Em outra
sala escura, lâmpadas fluorescentes sobre a mesa de bilhar acrescentou
destaques azuis de seu cabelo escuro indisciplinado, ainda um pouco longo
demais, enrolando nas extremidades. Quando ele se inclinou para dar uma
tacada, a camiseta esticou sobre aqueles ombros impossivelmente largos e
fortes. Músculos flexionados, fazendo seu corpo vibrar e seus músculos se
apertarem.
Essa reação em particular a Cannon não era nova.
Uma mulher estava caída sobre ele, sussurrando em seu ouvido e ele
sorriu, seus olhos azuis brilhantes. A senhora beijou sua mandíbula e deu
um passo para trás.
Batendo na bola, deu uma tacada e afundou três bolas.
Yvette nunca aprendeu a jogar bilhar, mas dada a forma como os

outros reagiram, deve ter sido uma boa tacada.
Rindo, dois amigos de Cannon entregaram dinheiro e as mulheres

foram para seus braços. Parte da aposta, talvez?
Ou apenas porque tudo o que elas queriam era uma desculpa para
tocá-lo? Ela apostaria no último.

26
Assistindo tudo, Yvette observou a sombra de algumas contusões

coloridas que escureciam seu belo rosto. Ele sempre teve uma construção
forte, magra, mas agora ele estava trabalhado positivamente, seus
músculos mais volumosos e mais definido, e nem um kg de peso extra em
seu grande corpo.
Pensando no número de lutas que ele teve em um tempo tão curto, ela
sorriu. Era uma piada corrente na SBC que, se uma luta se tornasse
disponível, se outro lutador ficasse doente ou ferido e tivesse que sair,
Cannon estava sempre lá, pronto para lutar. O proprietário da SBC ficara
satisfeito, até agora, Cannon sempre venceu.
Ele tomava golpes, mas cada vez ele conseguia sair. Essa última luta...
Ainda lhe surpreendia como ele conseguiu terminar a luta antes que a luta
terminasse com ele, foi por pouco.
Deslocando para perto da porta e ocupando um local desocupado

contra a parede sombria, ela estudou-o por um tempo, se familiarizando
com a forma como ele mudou e como seus lábios formaram aquele sorriso
arrogante particular. Não que ela realmente esqueceu. Ele atraía as
pessoas como moscas ao mel e ocupava a sala toda com a sua presença.
Pensando nas artimanhas que seu avô fez, suas sobrancelhas se

contraíram juntas. Cannon já tinha muito mais experiência que ela, esteve
fora da cidade, ele viajou por todo o mundo.
Ele tinha que estar se perguntando como ele iria encontrar tempo
para assumir ainda mais. Logo, Yvette iria aliviar sua cabeça. Ela sabia que
seu avô sempre se sentiu seriamente endividado com Cannon. Mas esta
não era a maneira de retribuir. Como um fã favorito no esporte, ele fez
uma quantidade considerável de dinheiro a cada luta. Contratos estavam
fazendo fila para sua aprovação. Ele apareceu em alguns comerciais, fez
alguns comentários para a TV. Ele não precisava da escassa herança de seu
avô.
Ele ganhou, ela nunca iria contestar isso, mas ele não deveria ter que
manobrar através do atoleiro das responsabilidades que seu avô tinha
descarregado em cima dele.
Embora ela quisesse que fosse de outra forma, ela ficaria em torno
apenas o tempo suficiente para vender duas propriedades, dar a Cannon
sua parte e, em seguida, seguir em frente.

27
Mas antes dela fazer isso, ela queria mostrar que ela deixaria de
correr atrás dele como um cachorrinho perdido implorando por afeto,
especialmente quando ela não podia fazer nada sobre isso.
Ela sabia que não conseguiria. Diferente do momento de inspiração e

simpatia, após a ameaça ser removida, ele fez o seu desinteresse bem
conhecido.
Pouco a pouco, Cannon limpou a mesa. Com apenas a bola branca e os

outros dois restantes, ele riscou sua vara, procurando por uma posição
melhor, curvando para a tacada, ele congelou quando sua atenção se
concentrou em seu corpo.
Yvette prendeu a respiração, especialmente quando esse olhar azul

elétrico deliberadamente fixou-se até nos mínimos detalhes, de suas coxas
para seu estômago, os seios e, finalmente, o rosto dela.
Seus olhares se encontraram.
Seu coração balançou quando, com uma expressão fixa, ele se

endireitou lentamente à sua altura impressionante. Nenhum sorriso,
apenas aqueles olhos azuis intensos a consumindo.
Com seu potente olhar fixo, Yvette levantou a mão para mexer os
dedos em uma pequena onda.
De repente, ele entrou em movimento. Dizendo algo para o cara ao

lado dele, Cannon entregou-lhe o taco. Os outros homens, alguns deles
lutadores pela aparência, brincando protestaram. Uma das mulheres,
sorrindo muito amplamente, agarrou seu braço com argumentos
interessantes.
Depois de um sussurro em seu ouvido e um beijo em sua bochecha,

Cannon separou-se dela. Ele puxou um maço de notas do bolso, jogou-os
sobre a mesa para apaziguar todos e se afastou.
Sabendo que ela causou uma cena, o calor foi levado às pressas para o
rosto de Yvette. Ela podia sentir todos olhando para ela agora; a fim de
lidar, ela manteve seu olhar somente em Cannon. Respiração mais difícil,
ela conseguiu localizar seu passo em torno das mesas, em torno de pessoas
e cadeiras deslocadas, em um caminho para alcançá-la.

28
Deus, ela pensou que se lembrava, mas a maneira poderosa como ele
a afetava era inteiramente nova. Ela mordeu o lábio inferior duramente,
lutando contra o desejo de fugir ou lançar-se sobre ele.
E, de repente, já era tarde demais para fazer qualquer coisa. Cannon a

alcançou, ainda sem dizer nada, enquanto sua atenção se movia sobre ela
novamente, desta vez com mais familiaridade. A realidade dele era muito
melhor do que a memória de sua altura, como seus ombros largos
bloqueavam a visão do resto da sala... Às vezes, o resto do mundo.
Ela viu como sua respiração se aprofundou inchando o peito, a forma

como ele segurou seus longos braços musculosos, a forma intensa como a
observava.
Estar próximo a ele retirou seu equilíbrio. O silêncio a deixou mais

nervosa ainda, então, ela lambeu os lábios e sussurrou:
— Cannon...
Um canto de sua boca se curvou quando ele tocou seu rosto, alisou as
pontas dos dedos ao longo de sua mandíbula. Então, como se tivesse
acontecido o tempo todo, ele a puxou para seu peito e abraçou-a e tirou
seus pés do chão.
***
Não conseguia parar de olhar para ela. Porra, ele se lembrava dela tão
bonita, mas ela amadureceu, estava mais linda, ele parecia não conhecê-la.
O rosto de um anjo junto com a guarnição, uma figura mais curvilínea, e
sim, ele tinha certeza de que todo cara no lugar já estava fantasiando.
Muito ruim, porque nenhum deles iria tocá-la.
Se ele tivesse alguma dúvida sobre deseja-la, elas foram colocadas de

lado em grande forma. Em vez de três anos, parecia uma década que ele
estava esperando por ela. Sim, ele a queria. Ele a teria, também.
A única questão era se ia demorar muito.
Algumas semanas atrás, ela tinha perdido seu avô e ela,

provavelmente, precisava de tempo para se aclimatar, para estar em casa
em torno das lembranças desagradáveis. Ele adoraria fode-la já, mas ele
também gostava de apenas olhá-la e falar com ela.

29
Bebericando sua Coca-Cola, Yvette roubou uma olhada para ele. Cílios
longos cobrindo aqueles grandes olhos verdes que lembrava tão bem,
olhos que costumavam olhá-lo com paixão inocente, mas agora parecia
cautelosos. Ela ficou em pé, há uma distância adequada, falou com cuidado.
Evitado o olhar direto.
Como Tipton havia dito, ela estava se resguardando.
Ela usava maquiagem, mas não muito. Mesmo em um rabo de cavalo,

seus longos cabelos escuros o fizeram pensar neles derramados, soltos em
seu travesseiro ou deslizando sobre o seu peito.
Ou as coxas.
E suas roupas, tão casuais o deixavam com vontade de despi-la.
Repetidamente.
Sabendo que tinha que começar, ele perguntou:
— Você está com fome?
— Mas, por favor, vá em frente e coma se quiser.
— Eu estou bem. ― Braços dobrados na parte superior da cabine, ele

sorriu. — Eu não consigo parar de olhar o quanto você mudou.
Isso agradou, ele poderia dizer.
— Tem sido quase três anos e meio.
Tempo suficiente para ela colocar o passado para trás? Para coloca-lo
para atrás? Não, ele não iria deixa-la.
— Eu sinto muito sobre Tipton.
— Obrigada. ― Ela colocou a bebida de lado, em seguida,

nervosamente puxou seu dedo através do anel úmido que o vidro tinha
deixado no topo do balcão. ― Eu queria falar com você sobre isso. Cerca
de...
— Hey Santo. ― Dois caras aproximaram—se da mesa. — Podemos

ter uma foto?

30
Cannon forçou seu olhar longe de Yvette.
— Claro. ― Ele nunca iria deixar de lado um fã, mas porra, o tempo
poderia ser melhor. Yvette foi impedida de dizer alguma coisa. Agora ele
tinha que saber o que.
Saindo da cabine, ele se inclinou um pouco para se colocar mais em

linha com os caras, e com um duplo polegar para cima, sorriu para a
senhora gorda que usou seu telefone celular para tirar algumas fotos.
Isso só pareceu chamar outros fãs e antes que ele percebesse, ele
estava posando com homens e mulheres. Alguns queriam abraça-lo, alguns
o queriam na posição de um lutador, alguns só queriam que ele virasse
para a câmera. Antes que ele pudesse ter um controle sobre as coisas, ele
tomou cerca de vinte fotos e assinou mais de uma dúzia de autógrafos.
Yvette assistia a tudo com um olhar de indulgência fascinada. Quando

pareceu haver uma calmaria, ele disse.
— Me desculpe por isso.
— Você é popular, eu entendo. ― Seu longo rabo de cavalo brilhante

derramado sobre seu ombro quando ela inclinou a cabeça para estuda-lo.
— Eu assisto as lutas.
Isso o agradou mais do que deveria.
— Sim? O que você acha?
— Você é incrível.
Ele segurou seu sorriso.
— Eu faço meu melhor.
Que ganhou uma risada curta.
— Não é de admirar que eles te chamem de santo.
Ele raramente ouvia sua risada antes, e ouvi-la agora fez coisas
engraçadas para ele. Foi legal. Rico. Sexy
— É um nome idiota, mas eu não tenho muito a dizer do mesmo.
— Você prefere outro?

31
Claro que ele preferia, mas admitindo soaria infantil...
— Não importa. Do que eles me chamam não é tão importante.
— Ser lembrado por fazer uma boa luta. E você sempre faz. ― Ela se
inclinou um pouco, provocando-o. — Isso não é apenas a minha opinião
tendenciosa. Ouvi dizer o mesmo dos comentaristas, li em artigos e ouviu
outros fãs dizendo isso.
— Sim? Quando foi isso? ― Será que ela foi a uma luta?
— Eu moro em Cali. No ano passado você estava a apenas três horas

de distância, por isso fiz a viagem.
— Só três horas, hein? ― Droga, por que não lhe disse? — Eu consegui
um nocaute no primeiro round dessa luta.
— Todo mundo estava em pé gritando. Muito emocionante. ― Ela

sorriu. — Um cara atrás de mim derramou sua cerveja em minhas costas.
Cannon estremeceu.
— Idiota.
— Eu o perdoei, uma vez que ele estava torcendo por você.
Em sua experiência, a maioria das mulheres que participaram das

lutas ao vivo, ou ficavam na marca, ou com um namorado. Ele não gostava
de qualquer possibilidade de Yvette estar lá sozinha.
— Então, quem foi para a luta com você?
— Apenas eu.
Ela tinha ido sozinha? Por alguma razão, aquilo partiu seu coração.
— Que diversão é essa?
A covinha apareceu em sua bochecha direita.
— Você deu um nocaute no primeiro round. Acredite em mim, foi

divertido.

32
— Eu gostaria que você tivesse me dito que estava lá. ― Ele tinha
pensado sobre a tentativa de procura-la, mas a Califórnia não era um
estado pequeno, e havia tanta coisa para fazer.
Além disso, ela tinha sido a pessoa que se afastou...
Como se tivesse lido seus pensamentos, ela se endireitou, os ombros

para trás.
— Eu não poderia ser tão ousada. Você estava ocupado. Não teria
razão para incomodá-lo.
Ele não a queria tão tensa com ele. Uma vez, há muito tempo, ela não
era.
— Teria sido bom ver você.
Um flash saiu atrás deles e Yvette virou-se para ver uma mulher tirar
outra foto. Ao contrário das outras mulheres, a intrusão não parecia
incomodá-la, e a atenção não parecia excitá-la.
Permanecendo pronta, ela disse,
— Talvez eu devesse ir. Há um monte de pessoas esperando por você.
— Eu prefiro que você não vá. ― De jeito nenhum que ele queria que
coisas terminassem tão rapidamente. — É mais fácil eu expulsá-los e você
ficar.
— Você quer afastá-los?
— Eu gosto do meu tempo de folga como qualquer outro cara. ―

Especialmente com ela tão perto.
— Isso acontece em todos os lugares que você vai?
A popularidade inerente ao esporte ocasionalmente o fez

desconfortável. Este era um desses momentos.
— Mais ainda no ano passado, mas sim, eu às vezes sou reconhecido.
— E você apenas aceita a fama, ― pegou em sua bolsa o telefone e

levantou—o para alto. — Se importa se eu tirar uma foto também? Vou
adicioná-la ao meu Facebook.

33
Uma boa desculpa para fazer a sua jogada.
— Só se você estiver nela comigo. ― Rapidamente saiu do seu assento

e foi para o seu lado da cabine, ele deliberadamente tomou um espaço para
que eles se sentassem juntos. Ele colocou um braço sobre os ombros
estreitos, mantendo-a perto e pegou o telefone dela. — Meu braço é mais
longo.
Yvette ficou muito quieta, quase congelada, quando ele se inclinou,

perto o suficiente para sentir as curvas flexíveis de seu corpo, o calor
perfumado que ela irradiava.
Esticando o telefone na frente deles, ele disse:
— Diga-me quando estiver pronta.
Reunindo-se, ela levantou os lábios em um sorriso praticado, disse:
— Vai. ― e então prendeu a respiração.
Consciência sexual desenrolou lentamente dentro dele. Seu longo

rabo de cavalo provocou a pele de seu braço, seu corpo pequeno doce
dobrado contra o seu.
Era como se os anos nunca tivessem passado, exceto que agora ela
estava mais madura e mais velha, o suficiente para aumentar seu
interesse.
E, no entanto, algo o deteve. Talvez sua nova reserva.
Depois de tirar algumas fotos, Cannon entregou-lhe de volta o seu

telefone e ficou onde estava. Ele iria devagar, mas ele não iria recuar.
Ele queria acariciar seu pescoço, beber na fragrância leve de seu

shampoo e o cheiro quente de sua pele. Se ela fosse qualquer outra
mulher, ele ia sussurrar uma sugestão ou duas em seu ouvido. Mas esta era
Yvette, e eles tinham um monte de coisas pra conversar.
— Então.
Concentrou-se na adição da foto em sua página do Facebook,

juntamente com a localização do bar de Rowdy.
— O quê?

34
Eu quero ficar nua.
— Como é que você foi para a luta sozinha? ― Deixando seu braço ao
redor dela, Cannon deixou as pontas dos dedos provocar a pele quente e
elegante de seu ombro. —Seu namorado não gosta de MMA?
Depois de espreitar para ele, ela disse:
— Se eu tivesse um namorado, eu estaria sentada aqui assim com

você? ― Convencida de que ela tinha marcado a imagem corretamente, ela
colocou o telefone longe, em sua bolsa.
— Por que não? ― Ele apertou a coxa dela. — Nós somos amigos.
Ela parecia preocupada com a leitura da frente de sua camiseta.

Depois de respirar trêmula, ela desviou o olhar.
— Eu não tenho um namorado, mas se eu tivesse, duvido que ele

gostaria que eu ficasse tão perto de você.
— Sem namorado. ― Ele passou a mão pelo seu rabo de cavalo e

encontrou seu cabelo tão sedoso como ele se lembrava. Respirando com
luxúria fez sua voz mais baixa e rouca. — Os caras da Califórnia são cegos?
— Eu estava namorando, mas... ― Ela reorganizou sua bolsa, sua

bebida, olhou em volta como se procurasse uma distração.
Cannon teve um sentimento de que ela se manteve ocupada apenas

para evitar seus olhos.
— Mas o que?
Ela cruzou as mãos sobre a mesa.
— Nós nos separamos um pouco antes de eu comprar a entrada.
Por motivos que ele não queria explorar demais, ele estava feliz em
saber que ela não estava com ninguém. Ele deu-lhe um puxão suave no
rabo de cavalo.
— Sinto muito.
— Está tudo bem. As coisas não estavam indo bem de qualquer

maneira, então, eu estou feliz que eu não desperdicei a experiência com
ele.

35
Ele gostava de como ela colocou, como se o ver lutando fosse especial.
— Minha melhor amiga queria ir, mas ela não podia sair do trabalho.
Então, eu fui sozinha. ― Ela levantou os ombros estreitos. — Nada demais.
— Assentos baratos?
— O quê? ― Confusão trouxe seu olhar de volta para seu.
Ele se lembrou dos olhos como um verde impressionante, mas ele

tinha esquecido como o olhar dela o fazia sentir quando olhava
diretamente para ele. Ela tem aquele olhar aquecido que uma mulher tem
enquanto corre em direção a um orgasmo.
Droga. Ele soltou uma respiração cuidadosa, determinado a conseguir

manter o seu desejo em segredo.
— No local do evento. Quão longe você ficou da ação?
— Oh. ― Uma vez mais fascinada com o logotipo em sua camiseta, ela
murmurou ― Assentos da arquibancada. Eles não são muito ruins.
Sem sequer pensar nisso, Cannon continuou a brincar com seu cabelo.
— Eu poderia ter dado a você assentos na primeira fila, se quiser ir

me avise.
— Não seria certo pedir um favor assim! E, além disso, os assentos da

primeira fila não me agradam.
— Como assim? ― A maioria das pessoas que ele conhecia cobiçava o

ponto de vista limitado.
— Parecia que eles tinham sua própria festa. Ninguém estava

realmente assistindo as lutas. Os caras estavam todos indo e voltando para
bebidas e as mulheres todas flertando.
É verdade. As mulheres mostraram-se muitas vezes vestida para uma

atmosfera de festa.
— Acho que você não planejava flertar?
Ela lhe lançou um olhar de culpa que ele não entendia.
— Eu nunca flerto.

36
— Nunca, hein? ― Isso é uma vergonha. Ele se lembrou dela como

sendo realmente boa no que fazia. Colocou a mão em seu ombro
novamente. — Por que parou agora?
— Porque estava errado! ― Como se ela não tivesse a intenção de

dizer isso, ela virou o rosto. Mesmo na penumbra do bar, Cannon podia ver
o blush nas bochechas. Segundos se passaram antes que ela falasse de
novo, desta vez mais silenciosa, mais composta.
— Eu sei que eu costumava ser uma terrível namoradeira.
Isso foi tão oposto do que ele estava pensando, ele sorriu.
— Nada mal nisso. ― Ela havia acabado de sair da escola, embora na

época ele não tenha percebido que ela estava atrasada e era mais velha do
que a maioria dos diplomados. —Todo mundo flerta com essa idade.
Balançando a cabeça, ela negou isso. Nervosa, ela puxou o rabo de

cavalo por cima do ombro para que ela pudesse brincar com uma mecha
de cabelo, enrolando-a repetidamente em torno de dois dedos.
— Eu era ruim, sempre de olho em você como eu fiz.
— Hey. ― Espremendo seu ombro, ele a abraçou um pouco. — Eu

gostei.
Seus lábios macios ajustados para o lado.
— Você não fez. Você me evitava o quanto podia, e quando você não
conseguia, tinha o cuidado de não ser muito próximo. Eu entendo o porquê
agora. Mas naquela época...
Delicadamente, ele tocou-lhe o queixo, erguendo o rosto para que ela

encontrasse seu olhar.
— Você é uma das mais bonitas, a mulher mais sexy que eu já conheci.
Claro que eu gostava quando você olhava para mim. ― Mas pensava que
ela era muito jovem, e ele estava tão determinado a fazer sucesso no MMA
que, como ela disse, ele a evitou.
Ela parecia tensa quando ela sussurrou:
— Obrigada.

37
Observando seus dedos em torno do seu cabelo fez pensar sobre ele
provocando-o da mesma forma.
Ele se perguntou o que ela estava pensando, se sua mente vagava na

mesma área sexual quanto à dele.
— Eu não quero dar desculpas.
— A cerca de?
— Como eu... Fui para você. É que depois de tantos anos de incerteza,
eu finalmente terminei a escola e fui capaz de ter um pouco de
independência. Não que eu estava planejando deixar o vovô.
— Eu sei. ― Ela estava muito dedicada a Tipton, e vice-versa.
Seu olhar se afastou.
— Eu o amava muito.
— Ele amava muito você, também.
Abrindo um sorriso frágil.
— Ele costumava ficar atrás de mim quando eu estava querendo sair

sozinha. Ele disse que eu era um convite a problemas.
Na época, Cannon o tinha considerado seu problema.
— Eu sempre achei que você tinha dezoito anos. ― Mais tarde, antes
de partir, ela lhe disse que tinha quase vinte anos.
Isso fez com que ela se lembrasse de tudo, o prazer dela desapareceu.
— Não é que fosse burra ou que eu estraguei tudo quando saí da

escola.
— Eu sei disso. ― Porque os seus pais morreram quando ela tinha

treze anos, ela passou o resto daquele ano escolar de luto e reprovou.
Então, para o ano seguinte, diferentes parentes estiveram tentando cuidar
dela em diferentes lugares do país, ninguém queria mantê-la.
Até que ela desembarcou com Tipton Sweeny. Mas, novamente, ela
perdeu tanto tempo de escola...

38
— Eu me senti idiota. ― ela admitiu. — A maioria dos alunos sabia

que eu era mais velha. Especialmente os meninos.
Cannon poderia imaginar como eles iam pra cima dela. Com a forma
que ela parecia, ela teria sido o sonho molhado de cada menino de escola.
Ela puxou a mecha de cabelo um pouco mais antes de virá-lo de volta

por trás do ombro e colocar as duas mãos sobre a mesa.
Ela fez isso muitas vezes, travava-se e voltava atrás dessa máscara de
mulher madura...
— Você era tão diferente, ― disse ela. — Eu acho que é por isso que eu
sempre me senti segura brincando com você.
Segura. Uma palavra estranha para usar.
— Se serve de consolo, tive que me concentrar, realmente foi difícil

resistir a você.
Mordendo uma risada, ela cutucou.
— Você é tão forte!
— É verdade. ― E agora, sendo mais velha, ela ficou ainda mais

atraente. E ele não tinha mais porque resistir.
Talvez lendo seus pensamentos, ela sentou-se em silêncio por um

momento. Tipton queria que ele estivesse com ela, para facilitar as coisas,
por isso Cannon esperou pacientemente, dando-lhe tempo, estranhamente
só para estar com ela.
Quando ela olhou para ele, desta vez, ela manteve o olhar
deliberadamente direto.
— Depois disso, eu provei o quão covarde eu sou. ― Tristeza soou em

seu tom. — Isso foi ainda pior do que o flerte infantil.
Ele estava aqui para Tipton, Cannon lembrou a si mesmo. Mas Tipton
estava longe de sua mente quando as pontas dos dedos roçaram seu
queixo, seu polegar roçando sobre o rosto macio.
— Isso não é verdade.

39
Afastando-se de seu toque, ela se inclinou para frente, seus braços

sobre a mesa, sua cabeça caindo.
— Todos vocês eram fortes, corajosos e tudo que fiz foi desmoronar.
― Rindo, ela cobriu o rosto.
— Ouça-me, Yvette. ― Ele colocou a mão em torno de sua nuca, sua

voz baixa, íntima. — Você era jovem e com medo. Ninguém iria culpa-la
por isso. Mas você não ficou histérica. Você não saiu quebrando as coisas.
Então, você derramou algumas lágrimas. E daí? Inferno, eu estava
tremendo, eu estava tão chateado.
Virando, ela o encarou, no processo ela conseguiu se afastar algumas

polegadas.
— Você tremeu com raiva, eu tremia de medo. ― Por um breve

momento, os olhos fechados. — Eu me lembro daquele dia como se tivesse
acabado de acontecer. Aqueles homens invadindo a casa de penhores, me
ameaçando e prejudicando vovô, abusando daquela mulher...
— Shh. ― Cannon se lembrava de tudo em detalhes, também. Se ele

vivesse até os cem, ele nunca iria esquecer. Quanto pior deve ser para ela?
— Eles vão passar o resto de suas vidas podres na prisão.
— Graças a Deus.
— Sim. ― Os policiais eram conhecidamente corruptos e violentos.

Eles eram conhecidos por pornografia ilegal, forçando as mulheres em
situações sexuais e gravando-as para seu próprio prazer. Eles haviam
usado a casa de penhores para fazer um de seus vídeos, deixando Yvette e
Tipton apavorados, ameaçando queimá-los com querosene. Não porque
eles precisavam do local, mas porque era parte da emoção para eles.
Yvette estava preocupada de ela ter sido uma covarde; admirou-se

que ela ainda era capaz de sorrir com tanta facilidade.
— Eles nunca vão machucar mais ninguém. ― ela disse em voz baixa.
— Não. ― Os dois que sobreviveram iriam morrer na prisão. — Eles

se foram para sempre. ― Antes de ser pego, eles foram duas vezes atrás de
Yvette, invadindo a casa de Tipton com dois propósitos em mente.
Eles queriam estuprar Yvette, usando-a no vídeo pornô.

40
E eles queriam prender os policiais que foram atrás deles.
Ela apertou as mãos sobre a mesa.
— Eu quero ver a tenente enquanto estiver aqui em Ohio.
— Tenho certeza que ela gostaria disso. ― Cannon continuou amigo

da tenente e dos detetives que interviram naquele dia. Foi essa amizade
que o levou para a casa de Tipton ao mesmo tempo em que os detetives.
Ele foi uma parte de tudo, experimentar em primeira mão o desamparo e
medo de como os bandidos repetidamente explicaram seus planos para
matar os policiais e usar Yvette.
Felizmente, a polícia chegou e o tiro tinha saído pela culatra. Cannon

acompanhou a ação, viu que o ataque terminou com um deles morto e os
outros dois presos, mas não antes que Yvette sofresse horrores. Não, ela
não foi violada, mas ela foi molestada, ameaçada, aterrorizada e forçada a
assistir o tormento dos outros.
Cannon lembrava muito bem sobre esse dia, o quanto ele queria
protege-la. Ele evitou se envolver com ela, mas quando ele a viu tão
indefesa, quando ele sentiu o medo de perdê-la, tudo tinha se tornado
muito pessoal para ele.
E de alguma forma, através da passagem de três longos anos,

manteve-se pessoal. Sua mão enrolada em um punho.
Inclinando-se para ele, Yvette abaixou a cabeça e cobriu a mão dele

com a sua.
— Sinto muito. Eu não deveria ter tocado no assunto.
— Nós dois estávamos pensando sobre isso. ― Ele virou a mão e

entrelaçou os dedos com os dela. — Nós realmente não conversamos
desde então. Melhor apenas colocar para fora. E, em seguida, esperamos
poder deixar pra lá. ― Ele não queria que este episódio tão ruim estivesse
sempre entre eles.
Ele queria que, eventualmente, pudesse ser para ela mais uma
lembrança de um pesadelo.
— Na verdade, é por isso que estou aqui. ― Cuidadosamente, ela

soltou a mão dele, endireitou-se, sentou-se corretamente.

41
— Aqui, em Ohio?
— Eu achei que você estaria aqui, no Rowdy. ― Erguendo os ombros.

— Eu quero que você saiba que eu sou diferente agora. Eu não vou estar
em seu caminho. Eu não vou ser um incomodo pra você.
Cannon franziu a testa.
— Eu nunca disse...
— Eu posso cuidar de tudo, para que você não precise estar

envolvido.
Ele não a entendia. Pior, ele não entendia a si mesmo.
— E se eu quiser ser envolvido?
Isso foi frustrante pra ela.
Seus lábios se separaram, mas as palavras não saíam. Ela cravou os

dentes em seu lábio inferior, e antes que ele pudesse pensar melhor, ele
segurou seu rosto na palma da mão, usou seu polegar para esfregar o lábio
exuberante.
A respiração dela veio um pouco mais rápido.
Tempo para respirar, ou ele estaria beijando-a aqui mesmo na cabine

e isso seria melhor começar em um lugar mais privado.
— Temos muito sobre o que falar, eu sei. Mas você parece exausta.
Quanto tempo você está na cidade?
— Eu vim para o funeral há duas semanas, mas depois tive que voar
de volta para Cali, para cuidar de algumas coisas.
— Isso é um monte de milhas viajando. Quando seu voo chegou?
— Eu cheguei aqui ontem. ― Ela se sentou muito quieta até que ele
tirou a mão. ― Mas eu não voei desta vez. Eu dirigi.
De jeito nenhum!!
— Da Califórnia?!!!

42
— Não há como dizer quanto tempo vai demorar em que as coisas se

estabeleçam, então, eu trouxe um monte de coisas minhas e meu carro.
Não foi um problema. Eu gosto de dirigir.
— E dormir em hotéis?
— Às vezes.
Não admira que ela parecesse tão cansada.
— Quanto tempo demorou?
— Mais do que deveria, mas eu só poderia dirigir algumas horas sem

ficar sonolenta. Parei duas vezes para alugar um quarto para a noite. — E,
em seguida, com um sorriso insolente, ela acrescentou: — Eu não sou um
lutador, por isso não há hotéis de luxo para mim.
Ele não tinha ideia do que ela fazia para viver, com que vivia na
Califórnia, ou se a viagem pesou em seu orçamento. Mas eles poderiam
conversar tudo isso mais tarde.
Ele estava prestes a recomendar que eles fossem embora, pensando

que ele poderia leva-la para seu quarto de hotel...
Ela falou antes que ele pudesse fazer a sugestão.
— Você parece um pouco cansado mesmo. Eu sei que você acabou de

voltar do Japão.
— Me desculpe, eu perdi o funeral.
— Vovô teria entendido. ― Ela estudou seu rosto.
— Não dê atenção para as contusões. Elas parecem piores do que são.
— Se você diz. ― O olhar dela foi para o queixo, e depois para sua
boca.
Sua inspeção íntima quase o consumiu, ele se afastou.
— As lutas parecem diferentes na TV. Menos violentas. Eu estou

realmente feliz que eu vi uma luta ao vivo, mas eu não sei se eu vou de
novo.

43
— É uma atmosfera carregada, ― ele concordou. ― A música, as luzes.

Todo mundo está muito empolgado.
— Eu gostei de tudo isso, na verdade. E me deu um bom motivo para

usar a minha camiseta. — Ela cutucou com o ombro. — Não deixe que isso
suba à cabeça, mas a camiseta tem sua foto nela.
Ele gostou quando ela relaxou o suficiente para brincar.
— Qual camiseta? ― Não importa o que ela usasse, os homens a

teriam notado. Mas ele gostou.
— Ah!! Uma com você em uma posição de combate.
Lembrou-se do patrocinador da camiseta, foi bem no início de sua

carreira. Isso significava que ela estava prestando atenção em sua carreira
o tempo todo?
— O quê? ― Perguntou ela quando ele não pode conter o sorriso.
— Eu estava imaginando você com a camiseta... Comigo sobre o seu

peito.
Descartando qualquer interesse real de sua parte, ela riu. Ela

conseguiu desviar sua atenção, tratando-o como uma brincadeira.
— Sério, eu estou lisonjeado. ― E, caramba, mais do que um pouco

ligado, mesmo que ela pareça alheia a ele.
— Deixe-me dizer que não foi tão legal quando o cara despejou
cerveja em minhas costas. ― Olhos brilhantes sorrindo, ela se inclinou,
como se para compartilhar um segredo. — Eu tive que ir para casa assim.
Eu estava com tanto medo que um policial pensasse que eu estava
embriagada com base no cheiro de cerveja.
A vontade de beijá-la puxou para ele, mas ela se recostou em seu

assento.
— Você não quis ficar para conhecer outros lutadores?
— Não. Havia uma enorme multidão tão barulhenta, e eu tinha uma

viagem de três horas, portanto, parecia mais inteligente ir para casa.
Vários homens riram alto, estavam jogando sinuca e se dirigiram em

direção a eles.

44
— Bem, você está prestes a conhecer alguns agora.
Ela olhou com surpresa, assustada.

45
CAPÍTULO 03
Cannon observava, Yvette forçou uma expressão de respeito educado,
ajustou sua postura e alisou o cabelo. Para fazer uma boa impressão? Com
seu grupo de amigos, ela não deveria ter se incomodado, com o rosto e
corpo que tem, ela só precisava se sentar lá e eles todos estariam babando
por ela, falando com ela, e se ele não definisse alguns limites, eles
provavelmente dariam em cima dela, também.
De pé, novamente, seu corpo a bloqueando, Cannon perguntou:
— Então, quem ganhou?
Armie Jacobson, um bom amigo e parceiro do dia-a-dia no centro de

treinamento, que Cannon tinha fundado após ter assinado com a SBC,
tomou um ar dramático.
— Perguntou seriamente?
— Eu devia ter adivinhado. ― Armie era bom em tudo que fazia,

incluindo conquistar mulheres.
— Eu acho que você deve se curvar a mim...
Olhar escuro de Armie, um contraste com o cabelo muito curto, saltou

para Yvette com apreço.
E agora começa, Cannon pensou.
Parando ao lado de Cannon, Armie murmurou:
— Eu diria que você foi recompensado o suficiente. ― Ele estendeu a

mão para Yvette. — Cannon não vai nos apresentar, porque eu sou melhor
na arte da sedução do que ele.
Cannon bufou, mas como Yvette tomou a mão de Armie, disse a ele:
— Yvette Sweeny...
— É um prazer conhece-lo, Sr. Jacobson.
Ouvindo o tom formal, a testa de Armie se enrugou. Ele segurou a mão

dela suavemente.

46
— O prazer é todo meu. Você tem que deixar o senhor pra lá, apenas
Armie ou algo mais perverso que queira me chamar.
— Perverso?
— Sim, como touro, ou garanhão, ou...
Cannon o empurrou.
— Pare de ser um idiota.
Armie se endireitou
— Por que eles te chamam de Santo? Eu nunca vou entender.
— Porque eu tenho que ser um santo para aguentar você.
— Sim, talvez. ― Armie sorriu. — Vamos ver você no centro de

treinamento amanhã?
— Eu estarei lá. ― Cannon apontou para frente e para trás de Armie

para si mesmo. Pronto para treinar.
Gemendo, Armie agarrou seu peito, como se estivesse ferido e se

virou para Yvette.
— Você vê querida, isso significa que eu estou prestes a obter um

golpe pra me deixar de costas no chão.
Yvette e Cannon riram dele.
— Não é engraçado! ― E então, sua voz ainda muito suave, Armie

disse: — Você deve passar por aqui e visitar-nos, talvez você possa
suavizar o velho Santo, então, ele vai estar bem comigo.
O olhar dela disparou sobre Cannon como se esperasse que ele

protestasse. Mas o inferno, ele gostou da ideia.
— Sim, você deve. Posso mostrar-lhe ao redor.
— Eu estive lá... Uma vez.
Ignorando todos os outros, Cannon assentiu.

47
— Eu me lembro. ― Foi a noite em que ela foi dizer adeus antes de ir

para Califórnia.
Á noite em que ela o deixou.
Ou assim se sentia, mesmo que eles nunca tiveram realmente um

relacionamento.
Porque ele se esquivou dela todo tempo.
— Isso deve fazer tempo, Armie disse: — agora é diferente. Nosso

garoto aqui nos trouxe um monte de patrocínios. Todo mundo quer um
pedaço de Cannon.
— Principalmente as mulheres, ― brincou Miles, e Stack o apoiando

nisso. Algumas piadas obscenas foram surgindo.
Yvette ouviu os comentários com indulgência, via os grandes

lutadores duros como estudantes indisciplinados.
Denver chegou mais perto dela, algo que Cannon não deixou de notar.
Com uma mão no assento da cabine atrás de seu ombro, ele sorriu para
ela.
— Assim, você gosta de lutadores, hein?
— Eu gosto do esporte, ― explicou ela com diplomacia. — Mas

Cannon é o único lutador que eu conheço.
E Cannon decidiu que ele seria o único lutador que ela conheceria.
Embora ele certamente entendesse o significado do que ela disse,

Denver não recuou.
— Precisamos resolver isso.
— Obrigada. Eu gostaria de conhecer mais. ― Ela olhou para Cannon

esperando as apresentações.
Durante a conversa, os caras a olharam descaradamente, mas ela não

retribuiu a não ser para ser cordial, assim Cannon cedeu.
Ele começou com Denver, que estava mais próximo a ela, e trabalhou
seu caminho de volta para os outros. Cada um deles a avaliava curioso,

48
principalmente porque ele nunca esteve com uma mulher tão normal, ele
não se importou. Mas esta era Yvette, e isso fez uma diferença enorme.
Ele precisava fazê-los irem embora rapidamente.
Armie assistia a tudo com olhos penetrantes, como se ele já tivesse

entendido que Cannon a queria para si mesmo. Então, novamente, ele e
Armie se conheciam bem o suficiente para que eles raramente discutissem
por alguma coisa.
Cada homem a cobriu de elogios, palavras com segundas intenções,

mas bem humoradas. Ele sabia exatamente o que eles estavam pensando.
Porque ele estava pensando isso, também.
Yvette era muito sexy. Seus olhos eram marcantes, a boca exuberante,
um olhar... E aquele riso macio, contido... Ele deixou escorrer o riso sobre
ele.
Só que agora ela estava rindo com outros homens, caras que não
precisam de muito incentivo para se intrometer.
Sem mostrar um único sinal de consciência para o flerte, Yvette falou

com cada um deles.
Denver mesmo tomou o assento de Cannon ao lado dela. Phil sentou

em frente a ela. De uma forma ou de outra, cada um inclinado para perto
dela até que ela foi cercada por dois grandes e musculosos lutadores.
Não parecia incomodá-la, no entanto.
Armie, o único pendurado para trás agora, deu uma cotovelada em

Cannon.
— Você foi excluído.
— Ela é uma amiga.
— Não me diga!! Posso ser seu amigo, também?
— Não.
Armie riu.

49
Cruzando os braços sobre o peito, Cannon continuou a observá—la

enquanto Armie a estudava.
— Ela não é o seu tipo.
— Significa que ela é agradável em vez de desagradável?
— Muito bem! ― Cannon o olhou.
— Você não deveria estar entretendo uma menina mais tarde hoje?
— Sim. ― Ele olhou para o relógio. — Na verdade, eu já estou

atrasado.
Armie não era conhecido por sua consideração para com o sexo frágil,
exceto talvez na cama.
— Ela vai esperar?
Ele deu de ombros.
— Se ela não esperar, não esperou.
Houve momentos em que Cannon não entendia seu amigo. Mais do

que frequentemente Armie parecia manter as mulheres à distância.
Falando alto o suficiente para que todos possam ouvir, Cannon disse:
— Hora de vocês pegarem a estrada.
Stack se inclinou para Yvette.
— Isso significa que ele quer você só para ele.
— Egoísta ― Miles adicionou. — Isso é o que você é Cannon.
— Pelo menos quando se trata das meninas bonitas, ― explicou

Armie. ― Caso contrário, ele é um 'santo', você não sabe?
Denver concordou, e disse:
— Agora, eu não posso culpá-lo.

50
O jeito que ela olhou para eles de seu assento fez seus olhos
parecerem ainda maiores e mais inocentes. Ela baixou os cílios e todos eles
pareciam prontos para cair a seus pés.
Não compreendendo o quão tocado todos eles estavam, Yvette

brincou.
— Será que todos os lutadores são assim?
Isso começou uma nova rodada de piadas, Armie disse com uma
cadência provocante.
— Tchau, Yvette.
Ela sorriu.
— Tchau.
Quando o último cara se afastou, Cannon sentou-se ao lado dela.
— Ai está. Agora você está bem familiarizada com a psique deformada

dos lutadores.
—Eu os chamaria de divertidos, não deformados.
— Isso é porque você é uma boa pessoa.
Ela deu de ombros.
— Eu tento ser. ― Antes que ele pudesse questioná-la sobre isso, ela
disse: — Será que eles lutam profissionalmente, também? Eu não
reconheço qualquer um deles.
— Em diferentes níveis, sim. Bom, Armie poderia estar competindo

com a SBC, se ele realmente almejasse. Mas ele também é ótimo com
crianças e ele ama treinar, ele dirige o centro de treinamento para mim em
torno de lutas em mais locais, organizações menores.
— Ele tem um monte de tatuagens interessantes.
— Não muitas como alguns dos lutadores. ― As tatuagens de Armie

estão principalmente nos antebraços, com uma no meio de suas
omoplatas. — Ele está na arte, no entanto.

51
— Será que elas têm um significado especial?
— Ele nunca disse. ― Em geral, eles não falam sobre significados

especiais com o outro. Sorrindo, ele disse a ela: — A mulher que está
vendo agora tem mais tinta do que ele, juntamente com uma grande
quantidade de joias.
Yvette inclinou a cabeça de forma curiosa.
—Quer dizer, como piercing de umbigo?
Cannon puxou sua orelha.
— Sim, e muito mais. Ela não foi tímida sobre as várias partes do
corpo que ela perfurou. Armie jurou que era quente.
Ao invés de falar tudo isso, ele disse:
— Denver já está com a SBC, mas ele está entre as lutas agora.
— Ele é o com o cabelo mais longo marrom, certo?
— Sim, é ele. Ele tem que coloca-lo em um rabo de cavalo quando ele
luta.
— Ele usa lentes de contato?
Ah, então ela tinha notado!! A maioria das mulheres comenta sobre o
olhar predatório de Denver, geralmente Denver também fala sobre isso.
Cannon ficou satisfeito que Yvette não reagiu como outras reagiam.
— Não, essa é a sua cor natural do olho.
O telefone dela fez um som; ela olhou para ele, enquanto dizia:
— Ele tem os olhos de um animal selvagem.
Cannon admitiria, a cor era diferente, uma espécie de marrom—

dourado brilhante.
Ela franziu a testa para o telefone antes de coloca-lo fora.
— Alguma coisa importante?

52
— Não, ― ela disse muito rapidamente e sem convicção. Quando ela

não entrou em detalhes, Cannon deixou pra lá. Por hora.
— Miles é bom, também, está fazendo um nome para si. E Stack está
chegando lá. Ele ajuda Armie no centro algumas vezes por semana.
Como se estivesse olhando para uma mudança de assunto, ela

perguntou:
— Como está o centro?
—Ótimo. Ocupado. Venha amanhã e veja por si mesma.
Ela assentiu com a cabeça, começou a dizer algo e, em vez disso,

bocejou.
— Desculpa. Tem sido um longo dia.
Eles tinham conversado bastante, conversa fiada e cheia de

interrupções. Tudo é muito superficial, quando estar com ela não era. Ele
pegou a mão dela.
— Você parece bem, Yvette.
— Para alguém que faz cross-country? ― Ela sorriu. — Obrigada. É

claro que você sabe que você é muito bom de olhar. Você sempre esteve
incrivelmente em forma, mas agora...
— O que agora?
Apertando sua mão, ela se afastou e olhou ao redor do bar.
— Toda mulher aqui está de olho em você.
Ele duvidou que fosse verdade e mesmo que fosse, ele não se
importava.
— Os homens estão todos observando você.
Ela alisou seu rabo de cavalo.
— Provavelmente se perguntando como eles podem vir e tirar uma

foto com você.

53
Mais se perguntando como eles poderiam leva-la para cama. Mas

dizer isso pode ser indelicado demais.
— Quanto tempo você vai estar na cidade?
Ela pegou o lábio inferior entre os dentes, visivelmente incomodada

e, finalmente, levantou o olhar para ele.
— Eu quero que você saiba que eu vou cuidar de tudo.
— Tudo?
— Todo o material legal. ― Nervosismo apressou-a em uma longa

explicação. — Eu só posso imaginar o quão ocupado você está agora com a
sua carreira de lutador e o centro de treinamento e tudo que você faz para
a comunidade. Você tem a sua irmã e seus amigos e todo aquele
treinamento e viagens. Eu quero que você saiba que você não precisa se
preocupar com nada.
Ele já disse a ela que queria estar envolvido. Não há razão para tentar
fazê-lo desistir. Ela ia descobrir logo que ele não ia recuar.
— Eu pretendo falar com um corretor de imóveis amanhã para que eu

possa obter as propriedades listadas imediatamente. Espero que
possamos ter uma venda rápida. Nesse meio tempo eu vou cuidar de...
— Você quer vender?
A pergunta a pegou desprevenida antes dela se recuperar e dizer:
— É claro. ― Ela respirou com cuidado. — Eu realmente não posso

pagá-lo de outra forma.
— Pagar-me para quê?
— Sua metade da herança.
Droga. Ele não queria nada disso. Mas Tipton havia confiado nele para
dissuadi-la de vender. Seu avô queria que ela ficasse em Warfield, para
reivindicar como seu lar. E agora, depois de vê-la novamente, Cannon
queria o mesmo.
Eles precisavam conversar. De nenhuma maneira ele se sentia no

direito a sua herança; a única coisa que ele iria tirar dela era o seu tempo,
sua atenção.

54
Seu interesse sexual.
Sim, ele queria isso. Mais ainda em segundo plano.
Ele começou a chegar para a mão dela novamente, e uma mulher se

inclinou para baixo, entrelaçando os braços em volta de seu pescoço.
— Aí está você. Eu me perguntava para onde tinha ido.
Bem, inferno. Ele tinha esquecido completamente que ele tinha feito
planos alternativos.
No início da noite, pensando que ele não iria ver Yvette até amanhã, e
estava no limite, ele fez um arranjo anterior.
Mas uma vez que ele viu Yvette, ele esqueceu tudo sobre a mulher
agora se agarrando a ele. Ele tinha que descobrir uma maneira de se livrar
dela sem muito insulto, porque nenhuma maneira no inferno que ele
estava deixando Yvette ir até terem algumas coisas resolvidas.
***
YVETTE olhou para a mulher bela pressionando-se contra o ombro

sólido de Cannon, uma mão em seu peito, a outra em seus cabelos e ela
queria fugir. Infelizmente, a menos que rastejasse sobre ou sob a mesa da
cabine, Cannon a prendia em seu assento.
A outra mulher era chique e refinada de uma maneira que Yvette

nunca poderia ser. Cabelo castanho caindo em ondas, uma blusa
transparente e salto alto só a fazia mais atraente, deixou Yvette sentindo-
se mal vestida e fora do lugar. Ela veio para o bar para dar a Cannon uma
mensagem, para liberá-lo de quaisquer obrigações e em vez disso ela tinha
acabado... Gostando de estar com ele.
Quando tantos outros queriam seu tempo e atenção, as ações dela

cheiravam a egoísmo, fazendo seu estômago queimar. Cannon tinha
acabado de chegar à cidade, mas não só ela o arrastou para longe de seus
amigos, ela, aparentemente, interrompeu seus planos românticos.
Yvette endureceu seu sorriso, fazendo-o sentir-se desajeitado e muito

óbvio sobre a maneira como ela aceitou as circunstâncias.
Enquanto ele disse:
— Desculpe... ― Como se tentasse lembrar o nome da mulher.

55
— Mary, ― ela informou com uma risada, o abraçando com mais força,
correndo os dedos sobre seus bíceps sólidos.
Porra, mas Yvette invejava isso. Mais de uma vez esta noite ela queria
fazer o mesmo. Cannon tinha um corpo que implorava para ser tocado. Ela
queria explorar todos aqueles músculos salientes e duros planos.
Uma lição de frustração, com certeza.
— Certo, Mary. ― Mesmo em pé, ele ficou perto do banco de modo que
Yvette não poderia deslizar para fora. ― Sim, eu sinto muito, mas meus
planos mudaram.
Yvette olhou. Ah, não. De jeito nenhum que ele iria cancelar algo por
causa dela. Ela queria que ele a visse como uma pessoa melhor agora, não
uma pessoa que incomoda.
Determinação a fez agir e ela deliberadamente deslizou em direção ao

final do banco.
— Eu realmente deveria ir.
— Ah, que bom, ― disse Mary. — Eu estava com medo que vocês dois
estivessem juntos.
— Nós não estamos ― Yvette assegurou.
Ao mesmo tempo, Cannon disse:
— Nós estamos. ― enquanto ele continuou a bloquear sua saída.
Ambas as mulheres olharam para ele, Mary com consternação, Yvette

com descrença.
— Yvette e eu somos velhos amigos. ― Nem um pouco incomodado

por sua negação, Cannon desgrudou Mary de seu corpo. ― E eu não a vejo
há anos.
— Amigos? ― Perguntou Mary, esperançosa.
— Na realidade...
— Sim, apenas amigos. ― Yvette conseguiu falar com insistência

amigável, mas não foi o seu melhor esforço. Para Cannon, ela disse: — Nós
vamos ter muito tempo para recuperar o tempo perdido. ― Ela queria

56
estar longe desta situação desconfortável, mas seu grande corpo

permaneceu no caminho.
— Você não precisa...
— Eu quero. ― Com uma mão no ombro dela, ele a manteve no lugar.
— Temos muito que conversar. ― E antes que Yvette pudesse recusá-

lo novamente, ele disse a Mary: — Eu tenho certeza que você entende.
Começando a olhar aborrecida, Mary apoiou as mãos nos quadris.
— Não, eu não tenho certeza.
Oh, Deus, depois de estar no centro de uma das maiores cenas que a
cidade já tinha conhecido, ela odiava estar causando mais transtorno e ela
odiava especialmente se sentir culpada.
— Realmente, Cannon, ― ela insistiu — está tudo bem.
Ele ignorou o protesto de Yvette e, sendo franco, disse a Mary:
— Me desculpe, mas eu estava prestes a sair com Yvette. ― E, então,

descartando Mary, ele perguntou Yvette: — Onde está ficando?
Sentindo-se ridícula, Yvette evitou olhar para Mary.
— Eu estou em casa.
As sobrancelhas de Cannon subiram.
— Sozinha?
Oh, agora ela se irritou. Ela ergueu o queixo.
— Por que não? É a minha casa agora. ― Ela não era uma criança que
precisava de supervisão de um adulto. E se as memórias voltassem pra lhe
atormentar, bem, ela lidaria com elas.
— Parte minha. ― Cannon corrigiu suavemente e, em seguida — Eu só

perguntei por que eu planejei ficar lá, também.
Esse anúncio inesperado lhe deixou de queixo caído.

57
— Você vai? ― Nem uma única vez ela considerou essa possibilidade e
nem faz sentido. — Você tem uma casa já.
Em resposta negligente, ele rolou um ombro.
— Rissy vive lá agora. Eu dei a ela. Um par de meses atrás, ela trouxe
um colega de quarto.
— Tenho certeza que sua irmã ainda gostaria de vê-lo!
Na sua voz levantada, a boca de Cannon curvou em um sorriso torto.
— Sim, ela vai. Mas ela foi para o Japão comigo e ela ainda está lá,
esticando o período de férias. Eu duvido que sua colega de quarto, que é
mulher ― e também está no Japão, mas Yvette não precisa saber — iria
apreciar eu me movendo sobre ela. ― Foi apenas uma pequena articulação,
e Cannon não se importava em ocultar as coisas um pouco para conseguir
o que queria.
Em vez de sair, Mary ainda perto, fez Yvette ficar mais perturbada.
— Cannon... ― começou ela, sem saber o que dizer.
— Yvette. ― respondeu ele, copiando seu tom de voz e fixando a sua

vontade sobre ela. — Eu vou ficar na casa.
Mary finalmente falou.
— Oh, meu Deus. ― Ela apontou um dedo indicador em Yvette. —

Você é aquela mulher.
Ah não. Calor inchou do estômago revolto de Yvette ao peito e,

finalmente, estabeleceu-se em seu rosto, fazendo-a tonta. Não, não, não. A
vontade de fugir enviou palpitações em seu coração.
— Mary, ― Cannon disse: — Não vamos falar aqui? ― Ele tentou leva-
la para longe.
Ela resistiu.
— Você é aquela mulher que foi estuprada, aquele que quase foi
incendiada.
— Eu não fui estuprada. ― Yvette chiou, sua voz muito fraca.

58
— Aqueles homens... Saiu em todas as notícias locais e todo mundo

estava falando sobre isso. ― Mary deu de ombros tirando a mão de Cannon
quando ele novamente tentou puxá-la para longe. — Eles fizeram você
assistir enquanto eles violentavam outra mulher. Você assistiu ao vídeo! ―
Ela abriu a mão sobre o peito. — Oh, coitadinha.
— Isso é o suficiente, ― Cannon disse em voz baixa.
Mary, porém, não parou. Yvette não poderia dizer se ela estava
excitada ou verdadeiramente simpática. Ou querendo irritar.
Em um sussurro escandalizado, Mary perguntou:
— Será que eles realmente jogaram querosene e ameaçaram queimá-

la viva?
Memórias penetraram, trazendo consigo sentimentos antigos de

pânico. Embora seus pensamentos saltassem descontroladamente em uma
busca frenética, Yvette não poderia vir com uma única resposta adequada
para dar.
— Desculpe-me. ― Avery, a esposa de Rowdy, entrou na linha de visão

de Mary. — Sinto muito interromper, mas, Cannon, Rowdy quer falar com
você. Ele está na sala de descanso. Oh, e Yvette, ele adoraria ver você,
também. ― Com isso, ela virou-se para Mary, movendo seu pequeno corpo
tão perto que Mary não teve escolha, mas procurou por algum espaço. —
Antes dele ser famoso, ― explicou Avery com falso entusiasmo — Cannon
costumava trabalhar aqui. Ele é como da família ainda. Eu tenho certeza
que você entende.
Mary protestou que não, ela não entende nada, mas Cannon já havia
puxado Yvette fora do assento da cabine. Mantendo-a firme em seu braço,
agarrou sua bolsa e empurrou-a para frente.
Em uma ofuscação chocada, ela permitiu, tropeçando as pernas na

madeira.
Corpos lotavam o bar, mas Yvette mal notou. De forma mecânica, ela
manteve o queixo para cima, mesmo quando as palavras de Mary
reverberaram em seus pensamentos uma e outra vez. De alguma forma,
elas pareciam duas vezes mais condenáveis quando se fala em voz alta. Ela
tinha sido coagida a assistir outra mulher ser brutalizada. A realidade
espremeu todo o ar de seus pulmões.

59
Quando saíram da pista principal por um corredor privado, o barulho

de conversa, música e risos foram diminuindo. Cannon se inclinou mais
perto, seu hálito quente escovou as voltas sensíveis de seu ouvido quando
ele sussurrou:
— Quase lá.
A preocupação em seu tom deu o pontapé inicial em seu orgulho.

Engolindo em seco, ela piscou várias vezes e limpou a névoa da vergonha.
Ela tinha sido uma vítima, ela se lembrou. Realisticamente, ela sabia,
mas não tinha nada a ver com o emaranhado de emoções, que às vezes a
bombardeava com vergonha, sempre na vanguarda.
— Aqui. ― Cannon disse, puxando-a através de uma porta para uma

sala privada, que abrigava uma longa mesa rodeada de cadeiras, uma
cafeteira e copos de papel, armários e algumas máquinas de venda
automática.
Ele enganchou uma cadeira com o pé e puxou para fora da mesa.
— Quer beber alguma coisa?
Sabendo que ele esperava que ela sentasse, em vez disso ela se
defendeu. Não com raiva, mas com determinação.
— Você não precisa me mimar. ― Não mais. Nunca mais. — Estou

bem.
Isso o levou ao redor, os olhos apertados e queixo duro.
— Besteira.
Ouvi-lo amaldiçoar a chocou, mas não era nada comparado ao inferno

em seus olhos. Ela havia mudado, assim, aparentemente, ela teria que ser
forte.
Ele se aproximou, alto, poderoso. Indomável.
— Você não tem que fazer isso, Yvette. ― Ele procurou seu rosto. —
Não comigo.
Um pouco em pânico, ela disse:

60
— Eu não sei o que você quer dizer. ― ela tentou colocar sua máscara
de contentamento de volta no lugar.
A borda de seu punho tocou sob seu queixo, erguendo o rosto para
que ela não pudesse evitar seu escrutínio de sondagem. Assim, muitas
sensações irromperam: nervosismo, excitação, necessidade. Ela mordeu o
lábio inferior e literalmente sentiu quando seu olhar se transferiu para a
boca.
Calorosamente, ele olhou, então, inalou uma lenta e profunda

respiração e recuou.
— Aquela mulher a incomodou.
— Aquela mulher? ― A expressão a sufocou. — Você teve um

encontro com ela e você não lembra o nome dela?
A acusação reuniu suas sobrancelhas escuras juntas.
— Mary ou algo assim. Quem se importa? E não era um encontro.
— Soou como um encontro para mim.
— Então, você não esteve em muitos encontros nos últimos três anos.
― Ele indicou a cadeira. — Vamos conversar.
Ela teve bastante conversa por uma noite. Agora ela só queria fugir...
Todas as lembranças e insultos de Mary, o carinho sedutor de Cannon, a
exposição de velhas feridas. Mas fuga seria covarde e, por Deus, ela não
iria regredir.
Deixando cair sua bolsa sobre a mesa comprida, ela se sentou.

Teimosa. Irritada.
E, caramba, a diversão substituiu o descontentamento quando

Cannon tomou o seu próprio assento.
— Eu estou te segurando de algo importante?
— Não.
Ele acenou para o telefone dela saindo de sua bolsa.
— Alguém entrou em contato com você antes. Algum homem?

61
Ela pensou em mentir, mas não, ele merecia mais dela.
— Aquilo não foi nada... Importante. ― Inclinando para frente, para

convencê-lo, ela disse: — Eu quero ir para casa e dormir um pouco. Tem
sido uma longa viagem e hoje foi tudo... ― Insuportável — desconfortável.
— O ponto é que... ― O oposto dela, ele andou atrás em seu assento.

Ele continuou a estuda-la, até que, muito suavemente, ele disse: — Eu
sinto muito.
Agora, por que fazer a viagem do coração e os olhos queimarem?
— Por quê?
— Pelo momento ruim? ― Durante a coleta de seus pensamentos, ele

olhou para nada em particular. — Eu conversei com Mary antes de saber
que você estaria aqui. ― Seu olhar voltou-se para apanhar o dela. — Mas
agora que você está aqui, eu...
Sua risada forçada cortou.
— Você não me deve nada.
— Não se trata de dívida. ― Sua mão direita trabalhou, fechando em

um punho imponente, em seguida, relaxou novamente. — Nós temos
muita coisa para endireitar.
— Podemos conversar amanhã.
— Conte com isso, mas hoje à noite...
Rowdy entrou em cena, uma coca em cada mão. É evidente que ele e
Cannon se falaram anteriormente, dada à forma descontraída que eles se
cumprimentaram.
— Melhor? ― Perguntou Rowdy.
— Muito. Obrigado. ― Ele aceitou a coca. — Por isso, também.
Rowdy colocou a outra bebida na frente dela.
— Yvette Sweeny, certo?

62
— Hum, sim. Oi. ― Por um momento, sua língua ficou presa. Rowdy
Yates era tão... De jeito nenhum ela teria se esquecido dele, mas... — Eu
estou surpresa que você se lembra.
Soltando as palavras sem perceber, ela estremeceu. Claro que ele se

lembrava. Como Mary tinha dito, detalhes de toda a provação foram
jogados nos noticiários. Ela recusou todas as entrevistas, mas ela sabia que
seu rosto apareceu muitas vezes.
Sua atenção, tão amigável quanto poderia ser, não ajudou a acalmar o
batimento de seu pulso.
— Você não é alguém que a gente esquece.
Balançando a cabeça, ela disse em tom de desculpas.
— É claro que você está certo.
Levantando uma sobrancelha, ele sorriu.
Oh, Deus, cada vez pior. Yvette tentou um olhar sobre Cannon, mas de
alguma forma, ele parecia mais divertido do que Rowdy.
— Eu quis dizer por causa do julgamento e tudo. Eu às vezes esqueço

quantas vezes meu rosto patético apareceu nas notícias.
— Não foi isso que ele quis dizer, ― Cannon repreendeu.
Suavemente Rowdy olhou com ternura.
— Não, não é. ― Felizmente, ele deixou ir quando ele se virou para

Cannon. — Faça uso do bar como quiser.
Querendo saber o que isso significava, Yvette assistiu Cannon, mas ele
apenas balançou a cabeça.
—Obrigado.
— Eu vou deixar você voltar para o seu bate-papo privado em apenas

um segundo. Mas, primeiro, um monte de pessoas está chamando,
perguntando se você está realmente aqui. A notícia está se espalhando. Eu
suspeito que vamos ser cercados muito em breve.
— Maldição. ― Cannon esticou suas longas pernas e balançou a

cabeça. — Me desculpe por isso.

63
— Não é um problema para mim. Nós gostamos do negócio. ― Depois

de um olhar para Yvette, Rowdy disse: — Eu estou supondo que você
pretende encerrar a noite?
— Sim, me desculpe.
— Não se preocupe. Compreendo.
Bem, ela não. Mais uma vez, ela quis protestar, mas com Rowdy entre
eles, seria rude interromper.
— Como você se sentiria sobre anunciar uma noite que você vai estar
por aqui? Pode ser em uma semana ou duas? Isso vai dar tempo a você
para se adaptar, e esperamos evitar aglomerações nesse meio tempo.
— Uma ou duas semanas? ― Seu tom chocado caiu sobre sua fachada
educada. — Você vai ficar todo esse tempo?
— Sim, eu vou. ― O olhar fixo aquecido de Cannon nivelou seus

escondidos significados para ela decifrar. — Finalmente.
Felicidade floresceu, mas ela negou. Ok, isso seria fantástico. Ainda
era inesperado. Ela havia assumido que ele faria isso num par de dias, no
máximo, tempo suficiente para ela explicar que ela iria lidar com tudo, em
seguida, enviar-lhe o seu cheque uma vez que as coisas fossem resolvidas.
Ele disse que sua irmã ainda tinha a casa da família aqui, e ela sabia que ele
visitou muitas vezes, mas pelo que ela entendeu, sua vida estava agora em
Harmony, Kentucky.
— E sobre o seu treinamento?
— Acabei de terminar uma luta, a menos que a SBC diga de forma

diferente, eu vou ter alguma folga. ― Seus olhos escureceram. — Além
disso, eu tenho pesos, posso treinar no porão.
— Q... Que porão?
— Nosso porão.
Oh, meu Deus. Agora ele considera a casa de seu avô deles? Claro,
tecnicamente era, mas ela não esperava ele fazer valer os seus direitos,
além de querer uma rápida venda das propriedades.
Cada pergunta dela soou rude.

64
Aparentemente se adequava aos homens muito bem.
— Eu poderia jogar alguma promoção, fazer um grande negócio disso.

― Rowdy apoiou um quadril na mesa. — Pense se você poderia estaria
aqui para autógrafos e fotos?
— Certo. O que você quiser. Talvez eu pudesse até mesmo trabalhar

nessa noite, como eu costumava fazer.
Rowdy riu.
— Eu não pediria para fazer isso.
— Eu estou oferecendo. Seria divertido. ― Ele olhou ao redor da sala

de descanso. —Para ser honesto, eu perdi a prática.
— Tempos mais fáceis?
— Algo assim.
Com os dois homens olhando para ela, Yvette quase se contorceu. Eles
estavam insinuando que ela havia complicado as coisas? Ha! Ela fez o seu
melhor para tornar mais fácil para Cannon. Ele foi o único a ser difícil.
Batendo-lhe no ombro, Rowdy disse:
— Se você tiver tempo, venha amanhã. Podemos falar mais depois. E

hei, se precisar de ajuda com qualquer coisa, me avise.
— Pode deixar.
No segundo que Rowdy deixou o quarto, Yvette se levantou. Cannon

não se mexeu. Ao contrário, ele se recostou mais, sua postura indolente
lembrando-a de um, musculoso gato selvagem.
Apenas esperando uma oportunidade para atacar.
Ferida demais, além de cansada, ela esfregou sua têmpora para se

defender de uma dor de cabeça se aproximando.
— Solte seu cabelo, ― Cannon sugeriu, mas a maneira como ele disse,
fez soar sexual em vez de sensato.
— Está tudo bem. ― Ela deixou cair sua mão, então, foi direto para sua
principal preocupação. — Você realmente tem a intenção de ficar em casa?

65
Cruzando as mãos atrás da cabeça, ele assentiu.
— Aham.
Manter sua atenção em seu rosto, em vez de seu físico impressionante

se revelou impossível. Essa posição em particular coloca os bíceps em
exposição e puxava sua camiseta de algodão macio sobre a superfície
sólida de seu peito e barriga rígida.
Só de olhar para ele a fez respirar mais fundo. Depois, pensando sobre
ele fazendo isso com ela, também essa proximidade pessoal com ele, vendo
seu sorriso fácil e atitude modesta, foi o suficiente para mantê-la corada
com curiosidade sexual.
Deus, o homem estava bem. Os ombros largos e sólidos, quadris

estreitos e seu... Ela engoliu em seco e ignorou seu olhar, passando de seu
colo para suas pernas longas e sólidas.
Pare, ordenou a si mesma. Só uma masoquista continuaria

provocando a si mesma quando ela não podia fazer absolutamente nada
sobre isso.
Lembrando-se de seu cansaço, Yvette pegou sua bolsa e colocou a alça

sobre o ombro.
— Tudo bem, então. Acho que vou vê-lo lá.
Com todos os tipos de suspeita, Cannon sentou-se para frente.
— Você está indo para lá, também?
Ah, então ele esperava encontrar uma maneira altruísta para poupá-la
de ficar na grande casa onde todo o seu trauma havia ocorrido.
Seu lábio quase enrolou com o autoescárnio.
— Sim, eu vou. ― Ele tem que perceber, ela não precisa ser salva. —
Isso é um problema?
Talvez agora ele fosse se curvar.
Em vez disso, ele desenrolou aquele corpo longo, alto, até que ele
estava sobre ela. Muito perto. Tão perto que ela sentiu o calor que irradia
fora dele.

66
Ele continuou fazendo isso, entrando em seu espaço de uma maneira

íntima. Fazendo seu coração acelerar. Fazendo-a querer coisas que ela não
poderia ter.
Ele tocou-lhe o queixo.
— Não para mim.
Oh. A maneira como ele disse, como se esperava que fosse um

problema para ela... E seria. Um torturante, frustrante problema que ela
teria que lidar por conta própria.
— Há três quartos e dois banheiros, então, você deve ficar bem.
Com intensa sondagem, seu olhar se moveu sobre seu rosto.
— Se você diz.
Discrição seria a melhor parte da coragem, ela decidiu recuar.
Pegando seu braço antes que ela desse um único passo, Cannon usou
seu polegar para acariciar sua pele.
— Vamos ser apenas nós dois sozinhos lá, juntos.
— Bem, eu espero que sim. ― Ela ainda não tinha considerado a

alternativa, mas talvez ela devesse ter. Possíveis possibilidades
desagradáveis. — Você não pretende levar qualquer outra pessoa, não é?
Mary ou alguma outra mulher?
Ele riu antes de pegar seu braço.
— Não ― não mostrando sinais de ofensa, ele pegou seu outro braço,
também. — Apenas você e eu.
A maneira como ele olhava para sua boca a levou a lamber os lábios.
Má ideia, dado o alargamento em seus olhos azuis.
— Eu vou, ah, dar privacidade a você. ― Levou toda a sua convicção

para não se inclinar para ele, para resistir à tentação de sua proximidade.
— Se é isso que você está preocupado.
— Nem mesmo perto.

67
As palavras ásperas aveludadas enfraqueceram sua resolução.
— Então...
— Minha preocupação é um homem e uma mulher sozinha com

camas próximas. ― Ele a puxou para cima, na ponta dos pés. — A menos
que isso seja o que você quer.
Ela não podia pensar.
— O quê? ― Ela sussurrou.
Sua respiração brincou sobre seus lábios.
— Nós, juntos. ― Sua voz era mais profunda, mais áspera. — Fazendo
uso das camas.
Quando ela só olhou para ele, ela viu o sorriso em seus olhos
segundos antes que sua boca tocou no canto da dela.
— Sexo ― ele respirou.
— Oh. ― Ele queria ter relações sexuais com ela. — Você está dando
em cima de mim?
Humor irônico apareceu no canto de sua boca.
— A sério? Você não pode ver? Eu devo estar perdendo o jeito.
Não, seu jeito era mortal, aquecendo-a com consciência escaldante.
— Mas você acabou de enviar Mary embora!
Como se ela devesse ter entendido, ele disse:
— Você não é Mary.
A surpresa borbulhava como uma pequena risada. Horrorizada com

ela mesma, Yvette colocou a mão em seu peito. Ela pretendia alavancar a si
mesma a distância, mas em vez disso, envolveu os dedos contra os
músculos sólidos.
— Não, ― ela disse como um pedido de desculpas. — Eu não.
Seus polegares começaram a ser maligno acariciando novamente.

68
— Estou feliz.
Só porque ele não entendeu a diferença principal: Mary poderia

acomodá-lo, ela não podia.
Sabendo que ela tinha que ser justa, Yvette tentou explicar.
— Você pode querer repensar as coisas. Com Mary, quero dizer. Veja...
Eu não... ― Haveria uma maneira educada para colocá-lo? Não, não havia.
— Faço isso.
Sua expressão mostrou uma confusão cômica.
E não admira. Ela parecia tão perplexa.
— Ou seja, eu não vou... Eu não posso...
— Não pode? Não vai? ― Ele procurou seu rosto. — Escolha uma.
Ela soltou um suspiro.
— Não. ― Agora ela afastou-se dele, mas pousando de volta em seus

próprios pés sem apoio a deixou trêmula. — Eu não. ― Gesticulando, ela
explicou, — faço isso.
Duvidoso, seu olhar vagou sobre ela da cabeça aos pés e vice-versa.
— Você não faz sexo?
— Não. ― E agora, com ele tão perto e tão... Focado, ela se arrependeu
mais do que nunca.
— Você não é virgem.
Ela cuspiu sobre a maneira acusadora que ele disse isso.
— Não, mas isso foi naquela tempo, e agora... ― Ela esfregou a testa.
— Desculpe se estou confundindo você. Mas eu não faço nada disso mais.
Quero dizer, namoro, sexo ou qualquer coisa. Então, de qualquer maneira,
você vê, não há problema. ― O sorriso dela caiu. Mais discussão não ia
fazer nada disso melhor. Sabendo disso, ela recuou um passo, depois
outro. — Eu vou sair agora.
O descontentamento franziu as sobrancelhas, fazendo com que seus

olhos azuis incendiassem.

69
— Você vai dizer isso e sair em seguida, apenas?
Definitivamente. Avançando em direção à porta, ela balançou a

cabeça.
— Eu estou exausta. ― Para dar crédito a essa desculpa, ela encenou

um enorme bocejo. — Eu preciso dormir. Você provavelmente deveria
fazer o mesmo.
Ele não se moveu.
— Então... Eu vou ver você lá. Sempre. Não se apresse por minha
conta, no entanto. ― Ela voltou pela porta. — Eu acho que Mary ainda está
esperando por você.
A carranca ficou mais escura.
— Esqueça Mary.
— Ok, certo. ― Ela continuou se afastando. — Você tem uma chave

para entrar, certo?
Cruzou os braços musculosos sobre o peito e olhou para ela.
— Sim.
— Ok, então, eu vou deixar a chaves da porta fora.
—Chaves da porta?
— A segurança adicional. Você sabe... Aqueles trancas que... Não

importa. Eu vou te mostrar. Mais tarde. ― Ela limpou a garganta. —
Quando você estiver lá. Embora, provavelmente, não até amanhã, porque
eu estou indo direto para cama...
— Estou indo agora. ― Ele começou a ir em direção a ela.
— Você não tem que! ― Mais do que qualquer coisa, ela queria evitar
outro confronto até que tivesse sua inteligência de volta e pudesse falar
sem soar como uma idiota. Ela poderia conseguir isso estando em seu
quarto com a porta fechada, antes que ele aparecesse. Amanhã de manhã...
Bem, ela iria se levantar cedo, como de costume, talvez ir para uma
caminhada, para limpar a cabeça e ajudar a recolher seus pensamentos.

70
Ela não esperava que ele fosse querer continuar de onde tinham
parado.
Três anos se passaram!
Mas desde que ele fazia, e uma vez que ela não podia, ela tem que
descobrir uma maneira de explicar tudo a ele, sem realmente desnudar
sua alma.
Ainda recuando, ela quase esbarrou em alguém, olhou por cima do

ombro e pediu desculpas à esposa de Rowdy.
— Não me importo, ― disse Avery, com os braços carregados de

copos sujos, depois de limpar mesas. Ela continuou como se fosse uma
noite normal. Como se Yvette não estivesse se afastando do supermodelo,
que inexplicavelmente queria envolvimento sexual com ela. A noite estava
se classificando como um das menos normais que ela teve, desde que se
separaram pela distância.

71
CAPÍTULO 04
CANNON estava sobre ela no momento em que ela desviou o olhar de

Avery.
Olhos verdes se arregalaram quando ela percebeu que ele pretendia ir

com ela, permanecendo ao lado dela com a mão enrolada ao redor da nuca,
debaixo de seu longo rabo de cavalo.
Inexplicavelmente provocante, ele sussurrou: — Vamos.
Os seus pés permaneceram colados ao chão. Apertando os dedos, ela

piscou para ele. — Você não tem que fazer isso.
Ele flexionou o pescoço para aliviar os músculos tensos lá.
— Isto?
— Seguir em meus calcanhares.
Isso o irritou. Até ela esclarecer:
— Me proteger.
Não, talvez ele não fizesse. Mas ele queria. Muito. Inferno, ele estava
meio duro e tudo o que ele conseguiu dela foram negações, rejeições e
divertimento ao seu interesse.
E aquela estória estranha sobre ela não ter relações sexuais. Ele
colocou a para frente, e ela relutantemente cedeu.
— Isso é inútil.
Determinado a provar que ela estava errada quanto a isso, ele

começou a caminhar.
Ela se deteve, dizendo:
— Eu não vou enganá-lo.
Mesmo no bar barulhento lotado, algumas pessoas olharam, incluindo

Mary, que estava entre um pequeno grupo de homens.

72
Dirigindo Yvette para o lado, Cannon disse:
— Calma, vamos.
Consternada, ela olhou ao redor, mais chateada do que ela deveria

estar. Ela ergueu o queixo e os ombros e a máscara implacável caiu no
lugar.
Agora, em um tom muito mais suave, ela disse:
— Me desculpe, mas eu quero que você saiba. Assim que eu vender

tudo, vou enviar-lhe a sua metade. Você não tem que ficar em volta. Tenho
certeza que você tem outras coisas mais importantes para fazer.
Ele queria estar com ela, e isso era tão importante, ele ficaria. Ela
pode não perceber isso, mas quanto mais ela tentava correr dele, mais
determinado ele estaria em ficar.
— Entenda uma coisa, Yvette.
Um pouco cautelosa, ela perguntou:
— O que?
Sorrindo para suavizar o tom inflexível, ele se inclinou mais perto.
— Eu não estou indo a lugar nenhum.
Bufando, ela cedeu, não lutaria mais com ele enquanto caminhavam,
mas ainda mantinha sua mão tensa.
Ainda bem que ele tinha um ego saudável. Ele a sentiu querendo
evitar algo, mas ele não estava convencido de que era ele. Havia algo mais
acontecendo. Ele planejou descobrir.
— Ísso é ridículo, ― ela murmurou.
— Vamos conversar quando chegarmos em casa. ― Eles estavam

quase na porta quando uma mão pesada pousou em seu ombro.
Sentindo o formigamento, Cannon virou, então, se abaixou fora do

alcance quando alguém jogou um nocaute selvagem.
Protegendo Yvette atrás dele, ele disse:

73
— Que diabos?
Bafo de cerveja explodiu seu rosto quando um homem balançado em

direção a ele gritou:
— Você a insultou.
Olhando além do idiota que balbuciava as palavras, Cannon viu Mary

observando, com a mão sobre sua boca, consternada. Merda. Ele odiava o
drama sobre as mulheres.
— Nenhum insulto foi feito.
O cara não iria deixa-lo ir.
— Você é uma estrela, uma pessoa importante?
Suspirando, Cannon sentiu os olhares fascinados da multidão. O cara

o desafiando era grande e musculoso, mas não uma ameaça real em
qualquer momento. Seria homicídio, se ele levasse a diante.
— Olha, ― Cannon disse: — por que você não me deixe chamar um

táxi?
— Foda-se! ― Ele cutucou o peito de Cannon. — Você foi um merda

com ela.
Cannon pegou sua mão, empurrou-o para frente, em seguida, o

prendeu. Seria tão fácil colocar o cara para dormir... Mas isso não parece
justo. Ele olhou para Mary.
— Feliz agora?
Ela engasgou.
— Eu não sabia que ele iria atrás de você!
Sem muito esforço, Cannon se continha de socar selvagemente o

homem que ele segurava e disse a ela:
— Você não o mandou fazer isso?
— Não! Eu nunca faria isso.

74
Ele não tinha certeza se acreditava nela ou não, mas isso realmente
não muda nada, de qualquer maneira.
— Você o conhece?
Miserável, ela balançou a cabeça.
— Ele é um amigo...
— Então, o faça chegar em casa. ― Cannon soltou o homem, em

seguida, teve que empurrá-lo de volta quando o idiota estendeu a mão
para ele novamente. Apontando para ele, Cannon disse: — Não mais.
Bêbado demais para ouvir, o cara se abaixou e avançou.
Merda, merda, merda. Puxando o braço, tanto quanto pôde, Cannon

atingiu—o com um certeiro soco de direita, e o assistiu afundar,
desmoronando, para o chão.
Entrando à frente da multidão, Rowdy observava o idiota bêbado.
— Desculpe, eu cheguei aqui o mais rápido que pude.
— Aconteceu rápido.
— Brigas de bar costumam ser assim.
Cannon bufou. Não houve nenhuma luta para ele.
— Obrigado por ir fácil sobre ele.
— Sem problema.
Balançando a cabeça, Rowdy disse:
— Você é assustadoramente calmo.
Com um encolher de ombros, Cannon disse:
— Nem sempre, mas eu não estou indo sobre um bêbado. ― Ele se

virou e não viu Yvette. Ele procurou em toda a sala.
— Ela se foi, ― Rowdy disse a ele. — No segundo que você esteve

ocupado.

75
Agora, ele se irritou. Em meia voz baixa, ele murmurou:
— Foda-se.
O idiota bêbado gemeu. Juntos, Cannon e Rowdy o ajudaram a ficar

em pé.
— Todos vocês, ― Rowdy disse ao pequeno grupo. — Hora de ir. ―

Eles resmungaram, mas seguiram Rowdy quando ele foi para a porta.
Como se eles não estivessem escoltando um cidadão sangrando pelo nariz,
Rowdy perguntou: — Você planeja se mudar para ela?
Em mais de um sentido, dando de ombros, Cannon manteve a porta

aberta quando o pequeno grupo partiu com seu amigo.
— Eu disse a você, metade de tudo é meu.
O último homem, em seu caminho para fora, entregou a Rowdy algum

dinheiro para cobrir as despesas.
— Me desculpe por isso.
— Se isso acontecer novamente, ele será proibido de voltar.
O que causou mais resmungos, mas um segundo depois eles foram

todos embora.
Ainda na porta, Rowdy descansou as costas na parede. Ele olhou em

direção a Mary, que já havia se mudado para uma mesa cheia de diferentes
homens.
— Ela é um problema.
— Você poderia ter me avisado antes.
— Você é um menino crescido. ― Quando Ella, a garçonete, veio,

Rowdy entregou o dinheiro a ela. — Além disso, ela só tem problemas
quando encontra um idiota para ajuda-la a realizar.
Ella levou um minuto para saltar o seu olhar para trás entre eles,
antes de suspirar dramaticamente.
— Vocês vão causar um tumulto, se continuarem olhando-a com se

fosse tão esplêndida. ― Ela deu um tapinha em cada um deles no peito e
dirigiu-se para a caixa registadora.

76
Cannon sorriu atrás dela. Ele e Ella se deram bem desde o início,
quando ele trabalhava no Rowdy. Ela brincou, mas nunca, nem uma vez,
realmente deu em cima dele. Ele estava disposto a apostar que o mesmo
era verdade para seu tratamento com Rowdy.
— Então, você pretende reivindicar sua herança, hein?
Apenas ouvindo metade do que falou, Cannon assentiu.
— No momento sim. ― Se ele recusasse como ele poderia proteger

Yvette?
— O que ela acha disso?
— Ainda não sei. ― Ele deveria ir para casa? Yvette foi clara sobre
suas preferências. Ela não o queria lá.
— Você a desafia muito?
— Isso não foi um desafio. Isso foi apenas estupidez bêbada.
— Eu acho que outros caras teriam autopreservação o suficiente para

não ir lá, hein?
Cannon deu de ombros.
— Talvez eu seja apenas um cara legal. ― E talvez Yvette realmente

não precisasse dele mais...
Rindo, Rowdy cutucou.
— Sim, você é legal o suficiente. Então, aqui vão alguns conselhos bem
intencionados, quando em dúvida, vá com seu intestino.
— Significado?
— Você quer ir para ela. Eu posso ver isso. Inferno, todos aqui podem
ver.
Isso levou Cannon a olhar ao redor, e ele se encontrou especulando o

local. Ele respirou fundo... E cedeu.
Com a nova determinação, ele se afastou da parede.

77
— Sim. ― Ele ia a ela, e se ela já estivesse na cama, provavelmente o

evitando, bem, então, pelo menos ele estaria lá por perto. E pela manhã ele
ia pegá-la para uma conversa longa e agradável, e muito mais. — Obrigado.
— Cannon?
Ele fez uma pausa.
— Vá devagar com ela, também, ok? Acho que ela é provavelmente

mais frágil do que ela está deixando parecer.
Droga, desde que ele sempre confiou na intuição de Rowdy, uma nova
urgência o agarrou.
— Até amanhã.
Pensamentos turbulentos o empurraram a dirigir muito rápido.

Quando chegou a casa, encontrou-a iluminada como Natal, com todas as
luzes ao ar livre. Era, de longe, a casa mais iluminada no local. Lâmpadas
brilhantes decorada de cada lado da porta da frente e ao longo da calçada,
e holofotes brilhava ao longo de cada lado do quintal.
Yvette estacionou na garagem, então, ele parou atrás dela. Se ela

pensasse em deixa-lo antes da parte da manhã, ele saberia, porque ela
precisaria dele para mover seu carro.
Ele se sentiu manipulador, mas o inferno. No momento iria funcionar.
Ele tentou a maçaneta da porta, encontrando-a bloqueada, e cavou a

chave para entrar. Ela estaria enrolada no sofá assistindo TV? Talvez no
chuveiro? Ou será que ela se enfiou na cama? Cada visual era bom, mas ele
preferiu a cena do chuveiro.
Infelizmente, quando ele entrou em cena, silêncio o cumprimentou.

Então, ela se escondeu? Difícil dizer com tantas luzes acesas, mas sim, um
olhar para o corredor e viu a porta do quarto fechada.
Desapontado, ele largou a mala e olhou em volta. A casa estava

diferente, mas como ele se sentia sobre estar lá era a mesma coisa. A sala
de jantar aberta atraiu seu olhar. Levou apenas um nano-segundo para ele
se lembrar de exatamente como Yvette ficou presa contra o corpo do
bandido e como sua impotência virou do avesso. Pensando em quão
diferente naquele dia poderia ter sido agitou sua raiva, novamente.

78
Yvette pode não precisar dele para estar aqui com ela agora, mas ele
precisava.
Fazendo o seu melhor para bloquear os pensamentos negros, ele

vagou pela casa, primeiro indo pelo corredor até o quarto que ele usaria.
Não o quarto do seu avô, mas o quarto mais próximo de Yvette. Ele colocou
sua mochila ao lado da cama e esvaziou os bolsos na mesa de cabeceira. A
cama era a mesma, mas ele conseguiria lidar.
Virando-se para a parede, ele pensou em Yvette no outro lado. Será

que ela dormia de lado, se aconchegando em seu travesseiro? Ou de costas,
com as pernas abertas e relaxadas? Calor rastejou até a volta de seu
pescoço; ele colocou a mão na parede, pensou em tocá-la e teve que lutar
contra o desejo de bater em sua porta.
Deixando seus sapatos ao lado da cama, ele não fez nenhum som
quando ele retornou a sala, parando na porta de Yvette para ouvir, mas
estava tão tranquilo que ele a imaginou segurando a respiração. Por mais
difícil que possa ser ele não iria perturbá-la.
Não essa noite.
Em vez disso, ele foi até a cozinha, onde uma baixa luz brilhou sobre o
fogão. Se ela continuasse com isso, a conta de energia elétrica iria subir.
Mas ele não iria reclamar.
Não com a prova de sua dificuldade lá na mesa da cozinha.
Trancas, grades para as portas e alarmes enchiam a mesa. Vendo

algumas embalagens vazias, ele foi até a janela sobre a pia e encontrou
uma barra estreita firmada no lugar, dando a trava um pouco mais de
reforço para impedir que alguém tentasse entrar. Ele verificou as outras
janelas e encontrou o mesmo. Avançando para a porta do porão, ele
localizou a barra de bloqueio encravada sob a maçaneta da porta,
garantindo que ninguém poderia esgueirar-se, como fizeram há três anos.
Ela tinha tomado medidas de segurança a extremos. Para sua paz de

espírito, ele poderia fazer mais algumas melhorias.
E ele ia ficar perto. Para o futuro próximo, ele iria protegê-la, ela
gostando ou não.
***

79
Vestindo apenas jeans, ainda não havia se barbeado ou tomado

banho, Cannon ficou no meio da cozinha na manhã seguinte e amaldiçoou.
Onde diabos ela estava?
Se ele tivesse alguma dúvida sobre ela se esquivando dele, ela foi
agora confirmada.
A cafeteira permanecia cheia e seu carro ainda estava na garagem.

Mas sua porta do quarto estava aberta e a casa vazia, ela saiu.
A pé? Para onde?
Ele estaria mais preocupado, se não fosse pelo bilhete que ela deixou
em frente à cafeteira que dizia: “Sirva-se”, assinado com um feminino e
encaracolado Y.
Apenas alguns minutos depois das 7h, o sol da manhã invadia a janela
da cozinha, derramando luz âmbar quente ao balcão e chão. Hoje seria um
dia muito quente.
Ele sempre acordava cedo, geralmente para trabalhar fora, muitas

vezes para correr.
Depois de uma noite quase sem dormir, onde ele ponderou uma dúzia
de diferentes cenários, ele havia planejado um confronto com Yvette. Ele
esperava estar lá na cozinha, alerta e pronto para resolver a confusão,
quando ela saísse de sua cama.
Ainda nervoso com a necessidade carnal, ele imaginou pegando-a

semiacordada, talvez em uma camisola, os cabelos caídos, suas defesas
para baixo, quente e sonolenta, sensual e doce...
Em vez disso, ela conseguiu levantar antes do amanhecer, fez café

para ele e, em seguida, pulou para fora.
A ideia de que ela poderia estar fugindo dele formou o desejo cru,
impulsionando para possuí-la. Preenchido com a necessidade predatória
para perseguir e apanhá-la. Ele caminhou, amaldiçoando a si mesmo por
não ter seu número de telefone, mas ele não esperava que ela fugisse na
noite passada, e ele com certeza não esperava encontrar a casa vazia esta
manhã.
Talvez quando se trata de Yvette Sweeny, ele deva parar de fazer

suposições e chegar a uma estratégia em seu lugar.

80
Onde começar? Ideias confusas clamavam em seu cérebro,

impossíveis de resolver. Atraído pelo cheiro, ele decidiu que um pouco de
café não faria mal. Ele não era um viciado em cafeína, e de fato evitava
durante o treinamento. Mas com um desses pequenos deleites ele se
permitiu entre a preparação para as lutas.
Um gosto, ele gemeu. Perfeição. O suficiente sem ser amargo e forte.
Quando Yvette retornasse, ele agradeceria por isso.
Enquanto esperava por ela, ele terminou a sua caneca e despejou

outra. Oito horas. Frustrado, Cannon fez a verificação de todas as facetas
de segurança da casa. Ele queria saber o que era necessário antes dele
fazer algumas ligações.
Como ele já havia notado, a iluminação era acima do nível, ele gostaria
de sugerir sensores de movimento. Com gatos de rua ou algum bicho
ocasional, eles poderiam ser um incômodo, mas seria melhor do que
iluminar toda a vizinhança.
Antes do pôr do sol mais uma vez, ele instalaria os aparelhos

adicionais para ela. Trotando os degraus do porão, ele checou a janela que
foi quebrada há muito tempo. Estava agora fixada com uma grade de
metal, trancada por dentro. Descalço, Cannon cruzou o chão de concreto
frio e tocou as barras resistentes.
A raiva se intrometeu, fixando-se em suas entranhas como chumbo

derretido. Em reação pura, ele enrolou as mãos em punhos poderosos. Se
ele pudesse lutar com o passado, ele o faria. Se ele pudesse voltar e fazer
tudo isso de alguma forma diferente, foder os miseráveis, nunca iriam ver
a prisão.
Em vez disso, Yvette teve de lidar com as memórias, o mesmo para

ele. Se ele vivesse até os cem anos, ele ainda iria se enfurecer de pensar
sobre isso.
Ela podia negar tudo o que ela queria, mas sabia que seria o mesmo
para Yvette. Ou pior. Muito pior.
Tentando aliviar a tensão, Cannon revirou os ombros e olhou ao redor

da área aberta do porão. Sem analisar sua decisão, ele montou um plano
em sua mente, sabendo exatamente onde ele ia colocar cada peça de
equipamento de treino. As vigas do teto poderiam facilmente suportar um
pesado saco, se ele usasse a ferramenta certa.

81
Voltando ao andar de cima, ele ligou para Armie. O telefone tocou seis
vezes antes de seu amigo responder com a respiração rápida.
— Está atrasado.
— E você parece sem fôlego.
— Estou colocando para fora minhas frustrações.
Huh. Isso significava que seu encontro não esperou por ele depois de
tudo? Pronto para marca-lo, Cannon disse:
— Acho que você não conseguiu transar?
— Na verdade, espertinho, eu tive um trio.
— Sim? ― Nada de novo para Armie. Soando tão sério como podia,
Cannon perguntou: — Qual é o nome do outro cara?
— Engraçadinho... não. ― Ele podia ouvir Armie bebendo água antes

dele explicar: ― Desta vez foi Beth e sua amiga Carly.
Ah, então Beth com os muitos piercings e tatuagens não só esperou,

ela trouxe junto reforço. Ele já sabia que não era o primeiro ménage de
Armie, mas se teve o espetáculo, por que ele estava frustrado?
— Na verdade, ― Armie disse, — elas perguntaram sobre você.
Ele? Ele sabia como seria essa conversa, mas ele disse apenas:
— É claro que elas perguntaram.
— Eu disse a elas que você não viria. Disse que você era um virgem.
Cannon não pode deixar de rir.
— Mentira.
— Ok, eu disse a elas que você era um leigo ruim. Tanto faz. Elas se
estabeleceram para mim.
Fico feliz que Armie o conhecia bem o suficiente para não se

incomodar em tentar atrai-lo para uma orgia, ele disse:
— Puxa, obrigado.

82
— Então, há uma razão para esta chamada? Porque você está

interrompendo minha rotina.
Cannon sorriu. Não importa o quão tarde Armie ficou fora durante a
noite, às vezes durante toda a noite, ele ainda aparecia no centro de
treinamento bem cedo, e sempre saltou certinho em seu treino. Ele era
fanático por ficar em forma, sobre ser saudável.
E sem falar de transar.
— Sim, desculpe. Só queria que você soubesse que eu não vou por
mais algumas horas.
— Esquivando-se? Porra, Cannon, eu sei que eu assusto o homem

comum, mas você não precisa se preocupar. ― Com o tom sugestivo, Armie
perguntou: — Ou isso é aquela coisinha doce que você babou na noite
passada, mantendo-o ocupado com outras coisas?
— Sim, mas não da maneira que você quer dizer. ― Difícil dormir com
Yvette quando ele não podia leva-la a ficar em um lugar por tempo
suficiente até mesmo para beijá-la. Talvez da próxima vez que ele a visse,
ele iria cuidar disso direito, em seguida, descobrir o resto. — Tem algum
tempo livre esta semana?
— Mudando de assunto, hein? Deve significar que você bateu para

fora em grande etilo. Você, pobre bastardo.
— Você está ocupado ou não?
Com o novo humor, Armie disse:
— Eu tenho um encontro a cada noite, mas posso reorganizar as

coisas. E aí?
Cannon balançou a cabeça para o porão vazio; Armie cancela

encontros tão facilmente como ele os consegue. — Eu quero montar alguns
equipamentos de treino.
— Vai ficar em torno algum tempo, hein?
— Eu acho que sim. ― Mas de qualquer forma, ele queria se sentir em

casa aqui, para que Yvette não pudesse facilmente arrancar ele fora.
Com indiferença forçada, Armie disse:

83
— Eu pensei que sua irmã transformou o andar de baixo em uma área

separada para a sua colega de quarto.
Desde que Armie o ajudou a expandir o banheiro, ele já sabia a

resposta. Ele estava interessado na companheira de quarto? Cannon a
encontrou em algumas ocasiões, brevemente, por isso tudo o que ele
realmente recordava era cabelo meio loiro, olhos escuros e um bonito
rosto.
Sim, Armie estava, provavelmente, interessado.
Mas isso iria coloca-lo muito perto de Merissa e Cannon não gostava
dessa ideia, então, ele emitiu outra advertência, esse mais direto.
— Eu não quero você andando com a companheira de quarto de

Merissa.
Armie bufou.
— Não se preocupe. Ela não é o meu tipo.
— Que tipo é esse?
— O mesmo tipo de sua irmã, garota agradável.
Cannon rio quando Armie se referiu a “agradável”como sendo uma

fêmea inaceitável. No caso de sua irmã, ele estava feliz. Seria demasiado
desconfortável pensar sobre Armie, com sua sexualidade aflorada, em
qualquer lugar perto de sua irmã mais nova.
— Rissy tem sua própria vida acontecendo e eu não vejo nenhuma

razão para ficar sobre ela. ― Ele respirou e admitiu: — Eu vou ficar com
Yvette.
Silêncio e em seguida:
— Isso foi rápido.
— Mais uma vez, não do jeito que você está pensando.
— Porra, cara, eu estou pensando que ela é gostosa, você é homem e

você está organizando uma grande quantidade de tempo sozinho com ela.
Não me diga que você vai segurar a mão dela e assistir a filmes antigos,
porque eu só poderia vomitar.

84
— É complicado, isso é tudo. ― Cannon levou um minuto para

explicar a situação para Armie.
— Foda-se, ― disse Armie com sentimento. — Eu pensei que ela era a

garota, mas eu não tinha certeza. Deve ser difícil para ela.
— Não tanto quanto você pensa. ― Ou então Yvette fez um ótimo

trabalho escondendo. — De qualquer forma, eu pretendo ficar com ela até
o lugar ser vendido, ou até que eu tenha a certeza que é confortável ela
ficar sozinha.
— Uh-huhm.
Naquele tom de zombaria, os ombros de Cannon ficaram tensos.
— O quê?
— Você é todo nobre, eu não duvido. Isso é apenas você. Mas você
também está observando para começar a atacar, então, apenas admita.
Se fosse qualquer outra mulher que não Yvette, Cannon teria apenas
concordado e deixado ir. Mas com Yvette, o protecionismo sufocando-o era
demasiado poderoso para ele brincar sobre isso com alguém, nem mesmo
seu melhor amigo.
— Armie...
— Dá um tempo, amigo. Eu sei o que sei. Depois de vê-la, eu acho que

seria estranho se você não a quisesse. Mas não se preocupe. Vou ficar
circunspecto e a merda que for, sempre que estiver ao seu redor.
Defensivo, assim como protetor, ele advertiu:
— Eu não quero que ela seja incomodada. Por qualquer pessoa.
— Notável. ― Armie moveu o tema, poupando Cannon de mais

constrangimento. —Que tal você pedir uma pizza e eu passo por aí depois
do trabalho, na sexta-feira? É breve o suficiente para você?
— Sim, com certeza. ― Para ser justo, ele acrescentou: — Obrigado.

Fico devendo.
Armie bufou sobre isso.
— Talvez um dia eu vá cobrar. Até logo.

85
Depois de colocar o telefone de volta no bolso, Cannon verificou o

tempo. Quase nove horas.
Onde diabos ela estava?
Ele não era um homem que ficava tenso. Na SBC ele era conhecido por
sua cabeça fria e forma meticulosa. Mas agora, lidar com Yvette, sua
impaciência rivalizava com uma crescente onda. Ele precisava gastar
energia de alguma forma, seja decolando em seu próprio movimento,
batendo em algo... Ou talvez se entregando a um longo e quente chuveiro.
Ele não queria ter ido embora quando ela voltasse, e ele ainda não
instalou um saco pesado, então, o chuveiro venceu.
Além disso, ele não iria se prejudicar de estar limpo, barbeado e

vestido antes que ela voltasse. Impulsionado por pensamentos do que ele
ia fazer e dizer a ela, Cannon caminhou à esquerda para a porta do
banheiro aberta e manteve os ouvidos alertas enquanto deixava a água
quente aliviar algumas de suas dores residuais da última luta.
Ele tinha acabado de sair quando o telefone fixo tocou.

Apressadamente, envolveu uma toalha em torno de seus quadris, seguiu o
som e localizou o telefone à moda antiga, com fio cacheado na parede da
cozinha. Huh. Cético de que ele iria realmente funcionar, ele o pegou no
quarto toque.
— Olá?
— Cannon? Ah, bom. Eu tinha medo que você não iria responder.
A voz feminina soou familiar, mas ele não estava certo...
— É Mindi, do escritório de Frank.
— Frank?
— Senhor Whitaker.
Reprimindo o gemido, Cannon caiu contra a parede e forçou algumas

palavras em sua saudação.
— Bom dia, Mindi. Como você está?
— Trabalhando, portanto, não se preocupe, estou chamando a todos

em minha verificação de rotina.

86
Apreciando seu humor, ele sorriu com ela.
— Desculpa. Eu só estou muito ocupado, isso é tudo.
— Coitado, tem tanto despejado em cima de você. Como está a neta de

Tipton?
Cannon franziu a testa.
— Estamos bem.
— Trabalhando por tudo?
Ele empurrou para longe da parede.
— Whitaker pediu para me chamar?
Seu riso era para ser provocante, mas em vez disso o incomodava.
— Não, mas eu estou esperando que eu possa ser útil. Eu encontrei

alguém que quer comprar a casa de penhores.
Uma mistura perturbadora de remorso e decisão colou Cannon no

local. Através do aperto em seu peito, ele disse:
— Fale de novo?
Ainda soando alegre e imperturbável com a sua falta de resposta

entusiástica, Mindi explicou:
— Um comprador. Para a casa de penhores.
Cuidadosamente, dando-se tempo para pensar, ele disse:
— Eu não sabia que você estava ajudando com isso. ― Ele tem seus
pés em movimento, mas não podia andar muito, não com o telefone ligado
à parede.
— Oficialmente, nós não estamos. Mas você sabe que Frank e Tipton
eram amigos, então, eu acho que as pessoas sabem que o local está à
venda. Achei que era o mínimo que eu poderia fazer.
Então, ela chamou o advogado pelo seu primeiro nome. Interessante.

De qualquer modo, novamente, isso poderia significar nada. Whitaker
tinha um escritório pequeno e, provavelmente, não exigia formalidades.

87
— Entendo.
— Há um bom momento em que eu possa leva-lo para dar uma

olhada?
Só então, Cannon ouviu um leve ruído na porta da frente. Antecipação

surgiu através dele, obliterando todo o resto.
— Eu vou falar com Yvette e retorno a ligação.
Mindi ainda estava agradecendo quando ele desligou.

88
CAPÍTULO 05
Depois de ver seu carro ainda na garagem, Yvette teve que lutar
contra o impulso de fugir, novamente. Se suas pernas não parecessem
como macarrão e se o suor não embebesse sua roupa, ela seguiria
tentando. Mas após a caminhada estendida no parque, ela comprou café e
rosquinhas, fazendo hora, procrastinado e em tudo foi uma completa
covarde.
Admitir para si mesma não melhorava o erro.
Com toda a sua evasão, ela só conseguia fazer as coisas mais difíceis,
porque agora ela se sentia completamente horrível.
Tentando não fazer um som, esperando que ela fosse capaz de se

esgueirar para o seu quarto, para um banho rápido antes de ver Cannon,
ela virou a maçaneta da porta, enfiou a cabeça dentro e encontrou-o ali de
pé.
Braços cruzados sobre o peito nu. Pernas nuas. Quadris e outras

partes vitais... Mal disfarçado por uma pequena toalha branca.
Bom Deus. Sua mandíbula caiu.
Seu coração deu um soco em sua garganta, e depois caiu duro em sua
barriga.
Ela olhou fixamente sem piscar.
Com a boca arqueada, Cannon disse:
— Você pode muito bem entrar. Eu não vou me mexer.
Ela o fez, rapidamente entrou e fechou a porta atrás de si, depois de

cair de volta contra ela.
— Você está... Nu... Não está vestido.
— Acabei de sair do banho.
Tomou uma respiração profunda antes que ela pudesse chiar:

89
— Oh! ― Essa respiração tinha enchido sua cabeça com o cheiro de

sabão masculino e do sexo masculino quente.
Seu olhar faminto rastreou todo o corpo, absorvendo tudo. Esses

elegantes ombros, duros. Seu peito largo, meio escondido por braços
musculosos, arrogantemente dobrados. Abaixo sua caixa torácica sólida e...
Hummm.
Esses abdominais!
As contusões, algumas delas realmente graves, não atrapalhavam a

perfeição. Uma trilha de seda de cabelos escuros dividia seu corpo,
brincava ao redor de seu umbigo e desaparecia na toalha enrolada
frouxamente.
Não havia oxigênio suficiente no ar, para mantê-la bem ventilada.
— Yvette.
Sua voz tinha deixado cair uma oitava, puxando seu olhar ao dele.
— Hum?
— São apenas contusões.
Ele pensou que era por isso que ela olhava? Bem, sim, as contusões
eram horríveis. Mas ela já viu o suficiente de fotos de lutadores para saber
que não era incomum ostentar evidências da batalha.
O maior hematoma também era o mais escuro preto no meio, então,

sumindo no roxo e lilás, espalhados ao longo de suas costelas. Por ser uma
desculpa melhor do que a verdade, ela disse:
— Parece que você deve voltar... Para a cama. ― Percebendo

claramente a armadilha verbal, ela emendou, — descansar.
Como se conhecesse cada pensamento, ele sorriu.
― Eu posso quase sentir aquele olhar, e eu não me importo de dizer,

ele está tendo um efeito.
O que fez parecer mais difícil, e com certeza, a toalha embrulhada

agora mostrou coisas que seria melhor ela não ver.
— Yvette, ― disse ele de novo, desta vez com insistência grave.

90
Compreensão de sua descortesia bateu e ela girou rápido para

enfrentar a porta. Mas... E depois? Ela enfrentou uma porta fechada.
Estúpida, estupida, estúpida.
— A visão traseira é boa, também.
De jeito nenhum ela poderia ignorar que a admissão era tentadora.

Mas quando ela olhou por cima do ombro para ele, ele ainda olhava para
ela.
— Eu não posso ver a parte de trás.
— Não. ― Em uma risada baixa, ele acenou para ela a extremidade

traseira. — Eu quis dizer a sua.
Batendo as mãos sobre seu bumbum, ela se virou novamente. Sem

nada mais, ela escondeu o rosto corado, impedindo-a de molestá-lo
visualmente.
E, maldito ele, agora ela se tornou o destinatária de um olhar quente.
— Isso não é nada bom.
— Lembro-me de um tempo, ― disse ele, mais perto dela, — quando

você não era preocupada sobre ser boa.
Ela era jovem e tola.
— Eu não deveria olhar e eu sinto muito.
— Não sinta. Eu não.
Sabendo que ela tinha de se apossar de si mesma e da situação, ela

encenou uma expressão amigável e cautelosamente se voltou para ele.
Utilizando esforço hercúleo, ela manteve a atenção acima de seu esterno.
— Não é minha culpa com você ali, se exibindo assim.
— Eu não estou me exibindo. ― Ele fez um som rude de negação. — Eu

só estou aqui de pé.
Parecendo como ele, foi o suficiente.
— Você não está vestido decentemente.

91
— Eu acabei de sair do banho quando o telefone tocou.
— Bem. ― Ele ofereceu-lhe a desculpa perfeita para fugir. — Eu vou

deixar você terminar de se aprontar...
Antes que ela pudesse dar um único passo, ele se virou, e ela ficou
presa observando os músculos em seu corpo definido quando ele fechou a
pequena quantidade de espaço deixado entre eles.
Ela estava quente, suada e de repente muda.
Quando ele estendeu a mão, ela se chocou contra a porta e quase

gritou, tão surpreendida.
— Você tem medo de mim?
A sua vez de zombar.
— Não. Nunca.
Cannon parou por apenas um segundo antes de concordar com

satisfação.
— Bom. ― Gentilmente pegando a mão dela, ele puxou-a para frente e

começou a ir direção à cozinha.
Indo sem reclamar, Yvette tentou se recompor, mas não conseguiu.
Ele estava certo, a visão traseira era incrível, fazendo-a pirar.
Músculos longos mudavam com cada passo que dava. Água brilhava
em seus ombros. Seu cabelo ainda molhado enviando gotas em um
profundo sulco de sua espinha.
E aquela pequena toalha úmida... Como ela a invejava. Envolvida em

torno de seus quadris, abraçando seu bumbum, mostrando os músculos
apertados lá.
A grande bolha de calor estalou dentro dela, liberando todo o seu

corpo.
— Hummm, o que estamos fazendo?
— Indo para a cozinha.

92
— Por quê?
— Nós precisamos conversar. ― Ele olhou por cima do ombro para

ela. — E eu não quero você escapando, novamente.
— Eu não me esgueirei. - “Mentirosa”. — Eu só fui para minha corrida

matinal.
— Por mais de duas horas? ― Puxando duas cadeiras cobertas de vinil

da mesa de cozinha reformada de seu avô, ele fez um gesto para que ela se
sentasse.
Com suas pernas tremendo de exaustão, pronta para dar o fora de

qualquer maneira, ela caiu.
— Eu não sabia que você corria. ― Seu olhar azul brilhante se moveu
sobre ela, provavelmente vendo a roupa encharcada de suor e a brilhante
pele corada. — Precisa de algo para beber?
Ela precisava que ele vestisse umas calças antes que ela desmaiasse.
— Não, eu estou bem. ― Determinada a ser tão segura como ele, ela
desabotoou o cinto da bolsa em volta da cintura, removendo a garrafa de
água vazia, colocando isso e seu telefone celular sobre a mesa.
Cannon lhe deu um longo olhar, virou-se para a geladeira e tirou uma
garrafa gelada de água. Ele tirou a tampa e colocou-a na frente dela.
— Você está muito suada. Beba.
Suada era uma boa maneira de coloca-lo. Lembrando-se de como

miserável ela parecia, ela começou a se levantar.
— Eu preciso de um banho.
A mão em seu ombro apertou suas costas. Com seu tom de voz até
mesmo legal, Cannon disse:
— Vamos conversar primeiro.
Ele, literalmente, pairava sobre ela com toda essa carne nua próxima
e tão íntimo. Os olhos dela no nível de seu pequeno mamilo marrom, com o
pelo escuro escasso em seu peito. Ela podia sentir seu sabão e algo mais.
Algo quente e sexy do sexo masculino.

93
Enrolando as mãos em punhos, ela resistiu ao impulso poderoso para

tocá-lo. Mas isso não a impediu de olhar em sua garganta, sobre sua
clavícula, esse pescoço esculpido...
— Você está fazendo isso de novo.
— O quê? ― Ela respirou em um sussurro estrangulado.
Sua outra mão achatada sobre a mesa ao lado dela, prendendo—a.
— Comendo-me com esses olhos verdes bonitos.
Ela preferia comer com os dentes e língua...
— Se vista com mais roupas e eu não vou olhar!
Contentamento mostrou em seus olhos.
— Eu irei.
“Graças a Deus”.
— Depois que conversarmos.
Tentando tirar a tensão de sua espinha dorsal, ela endireitou-se na

cadeira e colocou uma mão em seu peito quente, duro peito nu.
Alavancando-o de volta algumas polegadas.
— Você está agindo muito familiar, Cannon. ― Ela teve que se

concentrar muito, para manter seus dedos sem acariciar. — Como se
estivéssemos envolvidos ou algo assim.
No segundo que ela o tocou, ele estava parado, em seguida, seus olhos
se estreitaram e sua mandíbula flexionou.
— Nós estivemos envolvidos por mais de três anos. ― Muito sério, ele
cobriu a mão dela com a sua, mantendo-a presa contra seu corpo. Seu
cabelo no peito envolvendo a palma da mão fez a respiração mais difícil
ainda. — Não importa quanto tempo tem sido ou quão longe você esteve.
Há algo entre nós.
Sufocando um gemido, ela ofereceu um acordo.

94
— Diga o que você quer. ― Inspirando uma dose de razão em seu tom
de voz, ela disse: — Se vista enquanto eu tomo banho e, em seguida,
continuamos...
— Não vai acontecer.
Por que ele sempre tem que soar tão controlador e intimidador?
— Será que mais quinze minutos realmente importa?
— Sim, desde que você tem me evitado. Dando uma chance, você pode
decolar novamente.
— Cannon... ― Ela realmente, realmente precisava que ele entendesse

o suficiente para deixa-la se abrir. — Você não pode esperar que eu faça
isso com você nu!
Finalmente, ele se afastou, olhou para si mesmo, em seguida, apertou

tanto a toalha e sua boca.
— Tudo está coberto.
— Na verdade... ― “Pare de comê-lo com os olhos”. — Ainda há um

monte de você a mostra.
Sua boca não sorriu, mas, caramba, ela poderia dizer que ele gostava
de sua reação extrema.
Quando ele continuou a observá-la, ela trocou seus pés, tentou cruzar
os braços, mas não havia maneira de esconder.
— Eu estou uma bagunça miserável, ― ela murmurou com embaraço.
— Não, ― ele afirmou, — você não está. ― Ele arrastou uma cadeira
perto dela e sentou-se.
Em. Uma. Toalha.
Com os joelhos quase tocando os dela, ele olhou para as pernas, seu
short confortável e a camiseta úmida.
— Se você quer a verdade...
— Eu não tenho certeza se eu quero. ― disse ela rapidamente.

95
— Eu não consigo parar de imaginar você, sem a camiseta e o short.
Sua admissão sem corte a deixou em branco.
— Com tênis de corrida?
Sua boca se curvou.
— Ok, você talvez perca os sapatos, também. ― Seu foco agora em seu
peito, ele continuou. — E você sabe, eu estou apostando que o sutiã
esportivo não faz o suficiente para evitar que fique sexy.
— Cannon, ― ela gemeu, levantando os braços para envolver em

torno de si mesma.
Ele pegou os pulsos dela, mantendo-a imóvel.
— Incomoda-me pensar em todos os caras que provavelmente viu

você correr e imediatamente começou a imaginar algo mais.
O coração dela tentou dar um soco para fora do peito.
— Ninguém...
— Porque é isso que estou fazendo.
Embora a boca aberta, nada mais saiu. Levou três batimentos

cardíacos rígidos antes de pensar o que dizer:
— Bem, apenas pare!
— Eu vou tentar. - Soltando-a, ele disse baixinho: — Se você vai ficar e

falar comigo.
— Mas...
— Não vai demorar muito.
— Nem o meu chuveiro, ― ela resmungou, começando a sentir posto

para fora pelo seu modo insistente.
— Pode ser. Mas com a maneira que você mantém se esquivando, eu

não confio.
Seus olhos se estreitam.

96
— Você quer dizer que você não confia em mim.
Dando de ombros, ele apoiou os cotovelos nas coxas e deixou suas

mãos pendurar livremente entre os joelhos.
— Perto o suficiente.
Com o insulto, deveria tomar precedência, mas por um segundo,

parecia que ele poderia perder a toalha, o que aniquilou qualquer outro
pensamento. Ela prendeu a respiração, mas não ficou onde estava.
— Yvette.
— Você está tão machucado. ― Ela queria tocá-lo, de alguma forma,

fazer suas costelas melhorar. Ele levou um chute na luta e quase perdeu.
Mas de alguma forma ele conseguiu lançar um último e suficiente soco. —
Dói?
— Não muito, por isso não mude de assunto.
Quando ela mostrou sua expressão determinada, ele balançou. Nunca

queria que ele a visse como nada além de autoconfiante, madura e
equilibrada. Sua melhor aposta agora seria conseguir falar sobre qualquer
coisa e parecer apresentável.
— Tudo certo. Vou ouvir.
Em vez de se lançar em sua importante conversa, ele respirou mais

fundo, se concentrou em sua boca sussurrando:
— Primeiro uma coisa em primeiro lugar.
Yvette não tinha ideia do que ele queria dizer com aquilo, até que ele
veio para frente e pôs a boca direito na dela. Quase lá. Tocando levemente
em uma tentativa.
Ela congelou, a sua respiração suspensa e seu corpo tenso. Somente

seu coração parecia funcionar quando ele saltou para horas extras.
Quando ele não se afastou, seus olhos se afundaram fechando.

Compartilhando a respiração com ele, afogando-se debaixo de uma corrida
de intimidade, ela fez um pequeno som.
Ele retribuiu tocando sua língua contra ela, movendo-se suavemente

sobre os lábios, traçando a costura onde ela mantinha fechada.

97
Em uma voz escura e rouca, ele sussurrou:
— Abra-se para mim, querida.
O comando sexy a fez ofegar, o que era apenas a oportunidade que ele
queria.
Ainda lento e fácil, ele brincou em seu caminho como se estivesse

saboreando a experiência.
Ela esqueceu que estava um desastre, esquecer isso poderia levar a

lugar nenhum, esqueceu... Tudo.
Com um suave grunhido, ele ajeitou em um melhor encaixe. Sua boca

cutucou a dela para abrir mais. Uma de suas mãos pegou seu rabo de
cavalo, inclinando a cabeça para trás. A outra apoiou na parte inferior das
costas, trazendo-a para a borda do assento. Ele a trouxe para dentro do
suporte sólido de seu corpo grande, em torno dela, de muitas formas. Sem
decisão deliberada, ela deslizou as mãos até os ombros, e, oh Deus, ele era
incrível, tão bom como ela sempre imaginou.
Cada terminação nervosa saltou na consciência.
Fazia muito tempo desde que ela tinha sido beijada, especialmente
desde que ela tinha sido beijada assim.
A última vez foi há três anos, com Cannon.
Ela esqueceu-se sobre o seu estado terrível de suor e roupas

amassadas, o rabo de cavalo emaranhado pelo vento, o qual ele segurava.
Ele afundou sua língua, saboreando—a mais profunda, mais quente.

Sua mão esquerda de volta para deslizar corajosamente em sua coxa nua,
logo acima do joelho, os dedos fortes envolvendo-a, cercando sua perna.
Quando ele deslizou a mão para cima, para a beira de seu short, ela
finalmente recuperou seu juízo.
Ela empurrou de volta tão rápido que ela quase caiu da cadeira. Por
uma fração de segundo, eles olharam um para o outro, seu olhar ardente, o
dela - embora provavelmente não soubesse - cheio de remorso. Ambos
respiravam muito rápido.
Movendo seus pés, Yvette chegou até a porta da cozinha antes de

Cannon a pegar.

98
Seus dedos fortes tocaram seus ombros, sua respiração pesada, o

único som no local. Depois de vários momentos tensos, ele
deliberadamente afrouxou seu abraço e aliviou suas costas em seu peito.
Ela poderia ter pensado que ele tinha se acalmado, exceto que ela sentiu
seu coração furioso contra as omoplatas.
— Não fuja de mim, ― ele disse baixo, a boca tocando seu ouvido. —
Juro por Deus, Yvette, só me faz querer persegui-la.
Se ele realmente a pegasse, ela não teria nenhum problema com isso.
Mas ela sabia o que ele não faria, então, ela tem que ser a única a parar.
— Isso foi um erro.
— Senti como um inferno de muito mais.
Não se inclinar contra ele tomou cada milímetro de sua força de

vontade.
— Eu vou tomar banho e me trocar e, em seguida, vamos falar tudo o

que quiser. ― Agora que ela percebeu como quente as coisas poderiam ser,
ela sabia o que eles precisavam para limpar o ar. Ela precisava que ele
entendesse que nada aconteceria.
Ela poderia até admitir que ela estivesse quebrada.
Por um pequeno grau, as mãos abertas em seus ombros, ele deu um

passo para trás. Finalmente, ele disse:
— Eu sinto muito.
— Não sinta. ― Sabendo que não seria capaz de lidar com isso se ele
ficasse em sua toalha maldita, ela perguntou:
— Só... Se vista, ok?
— Se você prometer me esperar.
Uma negociação? Então, ela teria que negociar para tê-lo vestido? A
ironia a atingiu: a maioria das mulheres estaria tentando roubar sua
toalha, não insistindo para colocar sua roupa.
Quando ela descobriu o que seu avô fez, não teve uma vez que ela não
imaginou essa cena como uma consequência. À exceção de um momento

99
de fraqueza de Cannon durante o período mais escuro de sua vida, ele se

manteve trancado e platônico, à distância. Ela esperava mais do mesmo.
A lógica a fez pensar que Cannon, agora uma estrela mundial, com
muitas exigências sobre seu tempo e sua escolha de mulheres, faria um
rápido acordo para deixá-la cuidar dos negócios. Para o bem de seu
coração ferido, ela contava com o seu único envolvimento, que é aquele de
papéis e assinatura e, em seguida, aceitar o que era dele.
Em vez disso, ele se mudou com ela, por quanto tempo? E usou seu
corpo para insultá-la, para tentá-la em algo que ela já sabia que não
poderia ter.
Com um aceno afirmativo, ela disse:
— Dê-me quinze minutos.
***
Nada disso foi como ele planejou.
Bem, teve partes. Como sua fusão.
Como o sabor dela.
A suavidade de sua pele e a maneira como seu cabelo cheirava.
Seu impacto sobre ele foi o mesmo que três anos atrás, quando ele a
beijou pela primeira vez. Ela começou uma coceira que nunca foi embora,
e em vez disso tinha crescido e quase o consumiu. Agora, ele não tem a
desculpa de consolá-la, de tentar distraí-la da dura realidade.
Não, ele só a queria. Muito.
Mas ela se esquivou como uma virgem. Ou pior, como uma mulher
ferida. E por alguma razão, caramba, que o fez agir como um Neandertal
maldito, quando ele nunca foi tão intenso em seus encantos com as
mulheres.
Sua reação o torturou, fazendo-o querê-la sexualmente ainda mais,

mas também deseja-la de outras formas menos familiares.
Maneiras que ele ainda não queria nomear. Inferno, eles só tinham se
reunido por um dia. Menos, considerando que ela tinha passado grande
parte desse tempo evitando-o.

100
Quando o telefone que ela deixou sobre a mesa fez um barulho, olhou
para ele.
Um alerta do Facebook. Não dando à mínima, ele leu a tela.
Facebook 1 min atrás
Heath: Com quem diabos você está na foto?
Humm. Um comentário sobre a imagem que ele tirou com ela? Ele
queria saber, mas não queria invadir a privacidade dela o suficiente para
verificar o telefone por mais detalhes.
Para evitar a tentação, ele desceu o corredor e foi para o quarto em

frente ao dela. Ele abriu a maleta e tirou as roupas frescas. Empurrando
seus pés em seu favorito par de jeans desgastados, Cannon amaldiçoou.
Ele tinha um tesão, nenhuma mulher poderia sanar. Apenas uma

mulher tão arisca e indecisa, uma mulher que o tinha devorado com seu
olhar.
Cuidadosamente, ele abrandou o zíper enquanto ele pedia ao seu

corpo para se acalmar. Sabendo que ela estava tão perto, ele teve pouco
sucesso com isso.
Ele estava sentado na beira da cama, amarrando seus tênis, quando a

porta do quarto se abriu.
Fiel à sua palavra, ela tomou banho e se trocou em tempo recorde. Na

porta do quarto aberta, ela espiou e viu que ele estava vestido e deixou
escapar um suspiro tenso.
Se fosse qualquer outra pessoa que não Yvette, seria divertido ficar
com seu peito e pernas expostos para instigar. Ele não conseguia se
lembrar de qualquer outra mulher exigindo que ele se vestisse. Inferno, se
ela assistiu as lutas como alegou, ela muitas vezes o viu em nada mais do
que calções.
Claro, que não era tão de perto e pessoal. Não estava perto o
suficiente para sentir a sua luxúria e sentir a sua necessidade.

101
Ao contrário dela, ele queria deixar a maldita toalha, ter as mãos

sobre ela, talvez tirar fora desses shorts úmidos que usara, para que ele
pudesse revelar o corpo aquecido por baixo...
— Cannon?
Ela trocou o sexy shorts de corrida por um jeans skinny desbotados e

substituiu o sutiã esportivo por um top vermelho. Seus pés estavam nus,
seu cabelo molhado, com o rosto limpo de maquiagem e ainda teve um
inferno de um tempo mandando seu pau se comportar.
Ele estava segurando seu olhar.
— Sente-se melhor?
— Sim. ― Sua mão tremia quando ela enfiou o cabelo molhado atrás
das orelhas.
O desejo de despi-la pulsava dentro dele. Ele manteve a distância,

trabalhando para obter esses loucos impulsos esmagadores sob controle.
— Você comeu?
— Um donut no parque.
Seu humor suavizou, passando de pura luxúria em brasa para algo

ainda mais desconfortável, algo parecido com ternura.
— Foi por isso que você ficou fora por mais tempo?
Mudando, ela enrolou os dedos dos pés contra o tapete.
— Eu corro para ajudar a descontrair. Sempre que eu começo a ficar

muito tensa, posso suar fora a tensão. ― Ela olhou para baixo do hall, um
movimento no ombro. — Esta manhã, demorou um pouco mais do que o
habitual.
Desde que ele fazia o mesmo, ele entendeu. Ele caminhou até onde ela
estava, resistindo ao instinto de tocá-la.
— Da próxima vez que você desejar correr, deixe-me saber. Eu vou

com você.
Seu olhar subiu para dele.

102
Ela parecia tão horrorizada que ele levantou uma sobrancelha. Ele
pensou que ficar na casa, nesta casa, a incomodava. Mas talvez não.
— Ou eu sou a razão que você estava tensa?
Desapontada, ela começou a descer o corredor.
— Você era parte dela, sim.
Assistindo o balançar contido de sua bunda sexy, ele a seguiu até a

cozinha. Ela estava ligando-o de novo, mas ele deixaria ir agora.
— Um donut não é um almoço. Está com fome?
— Um pouco.
— Depois de trabalhar algumas coisas, nós poderíamos ir para o

Rowdy, para almoçar.
Ela sentou-se na mesma cadeira de antes.
— Eu não quero me intrometer.
O que diabos isso significa?
— Você não está. ― Como ela poderia se intrometer quando ele queria
passar todos os momentos disponíveis com ela? Sem pensar ele tomou o
seu telefone do bolso. — Antes que eu esqueça, qual é o seu número? Eu
não gosto de não ser capaz de chegar até você.
Levantando o queixo, ela perguntou:
— Será que eu vou ter o seu número, também, então?
— Sim.
— Oh. ― Claramente isso a surpreendeu. — Eu apenas assumi... Quero

dizer, você é famoso, agora. Eu não acho que você iria querer o seu número
por aí.
Ele lançou lhe um olhar de lado.
— Sim, não publique no Facebook ou qualquer coisa assim.
— Eu não faria isso!

103
Sentando em frente a ela, ele manteve um pouco de distância entre

eles, desta vez. Caso contrário, ele não tinha certeza se seria capaz de
manter suas mãos para si mesmo.
Aquele beijo... Não deveria ter sido um grande negócio, mas ele
perdeu completamente a si mesmo. Ele tinha a intenção de tornar a ter
uma pequena amostra, para provocá-la, para apaziguar a sua curiosidade.
Em vez disso, ele brincou e sua curiosidade estava agora a um passo

da febre.
Com pouco envolvimento da parte dela, ele esqueceu tudo, exceto

Yvette, seu gosto, seu toque, o conforto de tê-la perto.
Inquietante, para falar a verdade.
Tudo o que ela fazia, cada expressão facial, cada pequeno gesto,
parecia projetado especificamente para transformá-lo. Ele sabia que não
era deliberado.
E só isso tornou mais preocupante.
— Falando de Facebook...
Ela franziu a testa.
— Estávamos?
— Quem é Heath?
Ela deu uma dupla piscada.
— Como você...
Não há razão para mentir sobre isso.
— Um alerta apareceu em seu telefone.
Carrancuda, ela pegou o telefone da mesa, bateu a tela algumas vezes,

leu rapidamente e, em seguida, ficou imóvel com determinação
inquietante.
— Yvette?

104
Esse falso sorriso deslizou de volta no lugar, liderando o caminho em

direção à compostura fingida. Ela inalou, soprou, como se preparando.
— Ele não é alguém importante. Um cara que eu namorei por um

tempo.
Besteira.
— Ele é o cara que você disse ter rompido antes de ir para a luta?
— Não, esse era outra pessoa.
Ciúme arrepiou, caramba. Então, ela deu a volta. Ele tinha imaginado
muito. Só de olhar para ela, mesmo com ela tentando não mostrar o seu
melhor, ele sabia que caras iriam correr para ela.
Na esperança de esclarecer isso, ele disse:
— Deixou um monte de corações quebrados para trás, hein?
— Não. Nenhum coração estava envolvido. ― Ela mordeu o lábio

inferior, em seguida, lançou-se em mais explicações. — Eu encerrei as
coisas com Heath muito antes de o vovô ir. Aquilo não estava funcionando.
— Como assim?
Ela parou, novamente.
Deixando-o um pouco maluco, ela mordeu o lábio de novo, no que ele

agora reconhecia como nervosismo. Cannon não conseguia parar de
estender a mão, alisando com o polegar, libertando a carne macia da
mordida afiada de seus dentes.
Com os dedos, embalou seu rosto e seu polegar vagou sobre sua boca.
Contra seus dedos, seu rosto se aqueceu.
Deslizando a mão em seu cabelo úmido, ele saboreou o calor e a

suavidade de seu pescoço.
— Você pode me dizer qualquer coisa, você sabe disso, certo?
Seu riso forçado o incomodava mais do que sua incerteza.

105
— Não há nada para dizer. ― Ela pegou seu pulso. — E realmente,

Cannon, eu continuo dizendo a você que eu não sou mais aquela garota
assustada e pegajosa.
Eles se sentaram assim durante vários segundos, sua mão curvada em

torno de sua nuca, seus dedos finos prendendo o pulso grosso. Com mais
uma carícia, ele recuou. — Mas, se acontecer alguma coisa, eu estou aqui.
— Aqui, em casa.
Aqui, em sua vida, se ela quisesse aceitar ou não.
— Desde que nós estamos compartilhando a casa agora, devemos

saber sobre os planos um do outro, você não acha? Se nós estivermos em
lugares diferentes, eu vou dizer-lhe quando eu volto. - Dessa forma, ela não
estaria assustada quando o ouvisse chegando.
— Você não é responsável por mim.
Droga, por que ela insiste em lutar com ele sobre cada pequeno
detalhe?
— É ser atencioso, ― ele disse a ela. — Eu espero que você faça o

mesmo.
Enquanto pensava nisso, ela lambeu os lábios e ele teve que engolir
um gemido. Porra, mas ele queria beijar essa boca novamente, saboreá-la
mais profundamente, mais tempo.
Por toda parte.
Ele esfregou na parte de trás do seu pescoço.
— Seu amigo, Heath.
— Não é meu amigo. ― Ela colocou o telefone em cima da mesa. — O

que tem ele?
— Ele não estava feliz em vê-la em uma foto comigo.
Ela encolheu os ombros como se isso não importasse.
— Ele tentou voltar comigo algumas vezes.

106
A maneira discreta, ela explicou o que ela significava para ele.

Aparentemente o velho Heath ainda estava preso a ela. Não que Cannon
pudesse culpa-lo.
— Você não está interessada?
Ela bufou uma risada curta.
— Não. Definitivamente não.
Recusando-se a deixa-la ir, Cannon continuou.
— Ele parecia irritado.
— Acho que ele entendeu mal a foto.
— Não, ele não entendeu mal.
Seus olhos se arregalaram bloqueado com o seu. Ela começou a

responder, mas parecia ter ficado sem palavras.
Cannon não se importava de explicar a ela.
— Os caras têm um sexto sentido sobre coisas como esta. Pobre

Heath, sabe o que eu quero e ele não está feliz com isso.
— O que você...? ― Ela limpou a garganta, franziu a testa. — Não seja

ridículo. ― Então, se preocupando um pouco, sua voz baixa e hesitante, ela
perguntou: — O que é que você quer?
— Você.
Como se a declaração de uma só palavra a tivesse agarrado, ela

apertou-se na cadeira e trancou as mãos no assento em ambos os lados de
seus quadris.
— Eu beijei você, Yvette. Não foi um beijinho amigável, de qualquer

maneira. ― E ela o beijou de volta com entusiasmo, até que ela se conteve.
Ele estreitou os olhos, determinado a fazê-la aceitar a verdade. — Minha
língua estava em sua boca, e nós dois gostamos.
Mais calor e suas bochechas coraram; o pulso foi à loucura em sua

garganta pálida.
Interessante.

107
— Você tinha que saber.
Pior do que negá-lo, ela disse:
— Não importa.
O inferno que não.
Intrigado com a reação dela, mas não excessivamente preocupado,

Cannon inclinou a cabeça para estuda-la. De uma forma ou de outra, ele
iria conquista-la. Para o futuro próximo, ele estaria sob o mesmo teto com
ela, em estreita proximidade. Qualquer coisa pode acontecer.
Ele a veria.
Eventualmente, ele iria encontrar a garota que o adorava, aquela que

queria o suficiente para confiar nele, confiar nele completamente.
Mas, por enquanto, ele esperava aceitar suas negativas, sem assustá-
la.
— É importante para mim.
— Cannon, por favor. ― Ela pressionou os dedos nas têmporas. —

Você está jogando muito em mim ao mesmo tempo.
Verdade. Ela tinha acabado de perder seu avô. Mudou-se da

Califórnia. Herdou uma casa e um negócio.
Em cima de tudo isso, ele se moveu sobre ela. Para o mundo ele
poderia alegar motivos amigáveis e carinhosos. A necessidade de protegê-
la do medo, das lembranças feias, definitivamente existia.
Mas sendo honesto consigo mesmo, ele teve que admitir que sua
intenção se centrava principalmente em leva-la para cama. Se não
estivesse tão crua sua necessidade dela, se ele não se sentisse como se
tivesse sofrido três anos de preliminares pesadas, ele poderia ter recuado,
dado a ela algum espaço.
Mas ele não podia.
Ele poderia, no entanto, abrandar as coisas e dar-lhe um pouco mais

de espaço para respirar.

108
— Vamos começar com a troca de informações. ― Depois que ela

ficasse confortável com ele por perto, então, eles poderiam passar a ter
mais. Muito mais. — Se acontecer alguma coisa com a legalidade da
propriedade, vamos precisar ser capazes de encontrar um ao outro, certo?
— O que viria depois?
Não há tempo como o presente. Ele só esperava que ele pudesse

dirigi-la na direção certa.
— Mindi Jarrett ligou.
Com um brilho quase imperceptível, seus olhos passaram de

cauteloso para antagônico.
— Quem?
Ciúme soou na pergunta. Agradável. Ele odiava sofrer sozinho.
— A assistente do advogado.
— Oh. ― Por um breve segundo, seus cílios grossos foram para baixo
quando ela fechou os olhos. Quando os abriu novamente, ela murmurou.
— Desculpe.
Ocultar a sua risada não foi fácil.
— Ela tem uma oferta para nós.
— Uma oferta para...?
— A casa de penhores. Eu não perguntei o quanto. Ela queria vir vê-la,

mas eu disse a ela que eu ia falar com você e nós iriamos. Eu deveria
chama-la de volta.
Ela levantou.
— Eu não esperava uma oferta tão rápida. Fui lá apenas uma vez. Eu
realmente não sei o quanto vale ou...
— Ou, se você quer vender?
Ela sinalizou uma mão no ar.

109
— Nós temos que vender.
Pode ser. Recostando-se contra a mesa, Cannon cruzou os tornozelos

e viu seu passo nervoso em torno da pequena cozinha.
— O que você faz?
— Faz?
— Para ganhar a vida.
— Ah, certo. ― Ela foi até a pia, tão longe dele quanto ela poderia, sem
realmente sair da cozinha. Recostando-se em uma pose semelhante à sua,
ela disse: — Eu sou uma vendedora eBay. ― Sem ele perguntar, explicou.
— Eu aprendi muito trabalhando na casa de penhores, e o eBay parecia
uma maneira fácil de usar o que eu sei. Eu coloco as coisas de outras
pessoas para leilão com uma comissão paga para mim. Mas eu também
compro coisas de quintal e mobiliários a vendas, e itens de fim de estoque
para revender.
— Você ganha a vida fazendo isso?
— Eu não estou ficando rica, mas eu sou capaz de viver por conta
própria e economizar para um dia chuvoso. ― Inquieta, ela saiu de perto
da pia e começou a andar de novo. — Minha amiga Vanity trabalha comigo.
Ambas podemos fazer qualquer trabalho, mas principalmente eu cuido de
adquirir e catalogar as coisas com as fotos, e ela manda e-mails ou faz a
entrega, após a venda. Na verdade, ela vai continuar a fazer isso com o
meu estoque remanescente na Califórnia.
— Vanity? ― Nome incomum para uma menina.
Yvette assentiu enquanto caminhava o perímetro da cozinha, bem

como um animal de estimação enjaulado. Sua longa passada atraiu seu
olhar repetidamente para as pernas e os pés descalços. Sua energia
vibratória era outra nova faceta que ele gostava.
— Vanity Baker. Ela é linda, você gostaria dela.
— Você é linda. - “E eu gosto mais de você”.
Um sorriso brincou em sua boca.
— Obrigada, mas Vanity é diferente. Ela é uma surfista da Califórnia,

estereotipada. Alta, tonificada e bronzeada, com o cabelo louro muito

110
longo e... Bem, ela é legal. Ela poderia ser uma boneca Barbie, exceto
porque ela despreza qualquer coisa rosa.
Não obtendo a referência, Cannon perguntou:
— Rosa?
— Sim, você sabe. Barbie tem um carro-de-rosa, uma scooter rosa,

uma casa rosa com móveis cor de rosa e assim por diante. ― Ela torceu o
nariz. — Tudo é rosa.
— Nunca percebi.
Ela lançou um olhar.
— Sua irmã não gostava de Barbie?
— Eu não sei. Talvez. ― Ele queria que ela entendesse uma coisa. —
No entanto, você acha que sua amiga é...
— Ela é além de bonita, acredite em mim. Homens param e olham.
Ele balançou a cabeça.
— Eles fazem isso para você, também, Yvette.
— Não realmente. ― Encostou-se na pia novamente, ela apertou as

mãos e sacudiu o cabelo para trás. — Eu acho que você apenas tem que
conhecer Vanity para saber o que eu quero dizer.
Sem planos de ir para Cali em breve, ele descartou essa possibilidade.
— Vamos voltar para o número de seu telefone. ― No segundo que ele

disse isso, seu telefone soou com uma mensagem de texto.
Eles olharam um para o outro.
Não fazendo nenhum movimento para verificar a mensagem, Yvette

disse.
— Você está pronto? ― E ela lhe deu o número dela.
Depois de salvar em seus contatos, ele olhou para o telefone.
— Quer que eu coloque o meu número no seu para você?

111
Ela tem seus pés em movimento.
— Não, eu posso fazer isso. ― Ela pegou o telefone, leu a mensagem,

em seguida, clicou sobre para uma nova tela. — Ok, qual é?
Ao recitar o número, Cannon se aproximou. Quando ela terminou, ele

levantou o queixo dela.
— Agora. Sobre esta noite.
Seu olhar caiu para a boca, depois o peito, até seu abdômen e além.
— Hoje à noite?
Controlando-se, ele pensou, “e eu não vou durar passado os próximos

cinco minutos.”

112
CAPÍTULO 06
Sem perceber, Yvette ficou na ponta dos pés, olhando para Cannon,
chegando mais perto.
A borda áspera do polegar brincou sob o queixo, em seguida, até o

lábio inferior novamente. Ele fez um som baixo de encorajamento.
— Você está implorando para ser beijada.
Esse tom profundo a afetou e acariciou, até que ela percebeu o que ele
disse. Seus calcanhares aterrissaram no chão de linóleo com dissonante
impacto.
— Eu o quê?
Sua boca se curvou sexy em sua confusão.
— Mindi ligou, lembra? Você quer se encontrar com ela esta noite?
Humilhação atingiu-a como uma pitada de água gelada. Grande

sofrimento, ela mandava tantos sinais mistos, o pobre rapaz deixaria de
funcionar antes que ela viesse para ele.
— Certo, desculpe.
— Pensando bem... ― Ele a pegou de surpresa e tomou sua boca em

um beijo breve abençoadamente quente. — Eu gosto da sua ideia.
Como ela poderia resistir a tantas tentações?
Ela podia, porque ela não tinha escolha.
— Cannon...
Ele a silenciou com outro mais longo beijo.
Com ele movendo-se em alta velocidade, ela não conseguia pensar

com clareza, especialmente quando seus ossos se transformaram em
manteiga e o seu cheiro a deixou tonta e ele tinha um sabor muito bom.

113
Levou seus braços frouxamente em torno de sua cintura, ele afastou-

se, mas manteve-a contra ele.
— Você quer um pouco de tempo, não é?
Uma eternidade, mas grata pelo adiamento, ela só assentiu com a

cabeça.
— Eu vou tentar. Certo? ― Seu próximo beijo aterrissou em sua testa.

— Não vai ser fácil, no entanto.
Ela sempre soube que Cannon era uma rocha sólida e mais sexy do
que qualquer cara deve ser. Mas ela não tinha percebido que ser um
lutador iria aumentar sua já considerável confiança e aprimorar sua
apelação, tanto emocional e físico.
— Eu poderia dizer duro.
— Essa deve ser a minha linha. ― Ele empurrou para ela. — Mais
beijos e eu vou ter uma ereção completa.
O que ela sentia não era plenamente certo?
— Mais uma vez ― acrescentou.
Certo. É claro que ela tinha notado antes. Impossível de ignorar,

realmente, embora ela tivesse tentado.
Sua diversão chutou a outro patamar.
— Olhando para mim, não está ajudando.
Percebendo que ela estava olhando para ele enquanto pensava sobre
sua ereção, Yvette tentou sair de seus braços.
Cannon não a deixou.
— Acalme-se. ― Ele a puxou para mais perto, uma mão entre as

omoplatas, a outra logo acima dela. — Nós temos um lote de terreno para
cobrir ainda, e para ser honesto, eu prefiro resolver assim. ― Ele esfregou
contra sua têmpora, mandando arrepio para cima e para baixo dos braços.
— Ok?
— Eu posso dizer uma palavra sobre isso?

114
— Claro. ― Ele a inclinou de volta, sua expressão séria. — Estou

ouvindo.
O que ela poderia dizer? “Eu não quero começar algo que não posso
terminar?” Isso iria levar a mais perguntas e ela não tinha respostas
suficientes.
Sem querer, ela alisou as mãos sobre o peito. Havia tantos lugares
maravilhosos para tocá-lo, cada um mais atraente do que o outro.
— Eu preciso saber como vamos resolver isso.
— Isso, ou seja, a gente?
— Isso, ou seja, nós aqui nesta casa juntos. ― Ela inclinou a cabeça
para analisar a reação dele. — Eu estou bem com a gente sendo atencioso.
É verdade que eu ainda estou um pouco nervosa sobre estar aqui e eu
apreciaria saber quando esperar você, ou quando... Quando eu poderia
estar aqui sozinha.
— Idem.
Certo. Certamente, Cannon não esperava que ela acreditasse que estar
na casa o perturbava. Ele era muito mais forte do que ela.
— Mas eu não quero pisar em seus dedos do pé.
— Eu não sei o que isso significa, querida.
Seu uso de palavras carinhosas a manteve de jogar-se.
— Isso significa que você está de volta na cidade e muitas mulheres

querem sua atenção. Esta é legitimamente sua casa...
— Yvette...
— E se você se hospedar aqui, é inevitável que você possa querer

trazer para casa... Companhia. ― Bastava dizer que fazia seu estômago
doer. — Quando você o fizer, você deve se sentir confortável com isso.
Suas mãos se moveram para o rosto dela, segurando-a firme em seu

olhar intransigente.
— Vamos esclarecer uma coisa e deixar claro daqui para frente.

115
Ele tinha essas grandes mãos que a deixaram se sentindo pequena.

Não era um sentimento totalmente desagradável, não com Cannon.
— Ok.
— Eu não quero você se arrastando em outros caras.
Espere, o quê? Isso foi mais longe do que ela esperava e ela ficou em
branco.
Ele deu um grunhido suave, beijou-a duro e rápido e, finalmente,

libertou-a para passar uma mão sobre seu cabelo escuro.
— Você está planejando ver outros caras?
Outros caras, que significam homens além dele?
— Eu não estou vendo ninguém.
Seus olhos azuis ficaram petrificados.
— Nós vamos viver juntos, então, você estará me vendo.
Não do jeito que ele implicava.
— Compartilhando a mesma casa, não é...
— Compartilhar a mesma cama? Nós veremos.
Sua boca se abriu, mas nenhum protesto surgiu.
— Ainda. ― Ele mastigou o canto da boca enquanto formava sua

resposta. — Pode ser desconfortável para nós dois. Você não acha?
Com nenhuma ideia do que ele queria dizer, ela balançou a cabeça em
confusão.
— Você com outra pessoa, eu com outra pessoa. Não é legal, certo?
Certeiro, não era como se ela quisesse vê-lo com outra mulher!
— Pode ser desconfortável, sim. ― Sua insistência começou martelar

sua cabeça. —Mas o que dizer de Mary?
— Esqueça-a.

116
— Haverá outras mulheres.
— Esqueça-as, também. ― Ele desenhou uma respiração lenta. — Eu

deixei isso tão claro quanto eu pude, querida. Eu não me importo de lhe
dar algum tempo, mas você precisa entender os fatos. A única mulher que
eu estou interessado no momento é você.
Isso foi tão impetuoso, tão ousado, que ela recuou um passo.
—Desde quando?
— A verdade? ― Ele se inclinou para perto, inclinando o corpo para a

dela, nariz com nariz, agressivo e irritado. — Desde que você saiu de perto
de mim, três malditos anos atrás.
***
ARMIE ficou olhando enquanto Cannon e sua garota entraram no

centro de treinamento. Problemas no paraíso, pensou, notando a diferença
na forma como os dois se mantinham hoje.
Engraçado.
Ontem Cannon foi tão territorial, que esperava que começasse a

empurrar os outros caras para fora da porta. Claro, isso só deixou Stack,
Denver e Miles mais interessados.
Agarrando uma toalha para enxugar o suor do seu rosto, Armie

estremeceu. Seu rosto ferido como um filho da puta e seu lábio inchado
ainda ardiam. Ele cutucou o corte dentro de sua boca com a língua antes de
dizer para Denver:
— Conclua, em seguida, oriente alongamento. Eu vou estar de volta

em poucos minutos.
Denver seguiu a direção de seu olhar e sorriu. Com seu longo cabelo
marrom metade para fora do prendedor, ele parecia mais um bárbaro do
que um bom instrutor para as crianças.
— Cannon parece um pouco fora de sorte, não é?
— Sim. ― Armie atirou a toalha em volta do pescoço. — Acho que vou

ver o que posso fazer para ajustar seu mau humor.

117
— Você tem um desejo de morte. ― disse Denver com uma risada

antes de voltar para os jovens que estava treinando, mostrando-lhes a
maneira correta de chutar um saco pesado.
Pisando fora das esteiras, vestido apenas com shorts, Armie andou a
frente para encontrar seu amigo.
Yvette, olhou para ele e fez uma careta.
— Uau! Você está bem?
— Tudo bem. ― Ele olhou para Cannon. — Demorou, cara. Você está
apenas quatro horas atrasado.
Em vez de responder à provocação, Cannon olhou para ele, olhando

todas as contusões. Ele levantou uma sobrancelha com sua consulta.
— Eu sinto muito. ― Yvette levantou uma mão delicada. — É minha

culpa.
Ignorando a curiosidade de Cannon, Armie voltou sua atenção para

ela.
— O que?
— Cannon estar atrasado.
Tentando não sorrir, Armie perguntou:
— Ah é, como assim?
Cannon lhe deu um empurrão.
— Não é o que você está pensando.
Com todo o seu corpo espancado, Armie quase gemeu. Mas nunca na
frente de uma garota. Ele riu de Cannon.
— O que eu estava pensando?
Cannon olhou para Yvette, e, caramba, ele parecia faminto.
Ok, então talvez ele não tivesse aproveitado isso ainda. Pobre coitado.

118
Não tendo consciência da corrente ou fingindo adequadamente,

Yvette explicou.
— Eu fui correr esta manhã, sem perceber que Cannon queria falar
comigo. Ele esperou que eu voltasse.
Hum. Armie olhou para o amigo.
— Por que você não apenas correu com ela?
— Ela não me disse que estava indo.
Yvette corou, mais por ter sido dedurada do que por

constrangimento.
— Eu não sabia, na época, que teríamos que fazer o check-in um com

o outro.
Oh cara. Isso foi hilário.
— Então, me deixe ver se entendi.
Movendo-se, Cannon disse baixo:
— Foda-se, Armie.
Imperturbável, Armie disse:
— Você e Cannon são... O quê?
Parecendo não ter certeza de como responder, Yvette olha para

Cannon.
Inarticulado, Cannon compartilhou com ela o peso de seu

descontentamento.
— Você não tem hematomas suficientes? Quer ter um pouco mais?
— Não. Curiosidade, isso é tudo.
Cannon parecia pouco à vontade, mas só por um segundo. Ele não era
um homem que sofria com inseguranças de qualquer tipo. Ele se virou
para Yvette.

119
— Você quer olhar ao redor? Sala de descanso é por essa porta de

trás. John está por lá, também. Parece que Denver está ensinando uma
classe. Você pode assistir por alguns minutos, se quiser. Vou estar com
você em breve.
Armie sorriu.
— Sim, olhe tudo enquanto Cannon cuida de seu mal humor.
Ela inclinou a cabeça, estudou cada um deles e deu o seu sorriso

sereno, deve ter decidido que eles estavam brincando.
— Não tenha pressa.
Ela sabia que os lutadores muitas vezes brincavam com seus punhos.
E a sério, Armie não se proibia de um pouco de prática um a um com
Cannon, mas ele realmente não era para ele, se quisesse evitar perder a
face.
Yvette tinha acabado de se distanciar para poder ouvir, quando

Cannon disse:
— O que diabos aconteceu com você?
Fingindo não entender, Armie perguntou:
— O que?
— Alguém, talvez uma pequena multidão pela aparência das coisas,

bateu muito em você.
Desistindo, em pelo menos essa pequena coisa, Armie admitiu:
— Havia quatro deles.
Descrença estreitou os olhos de Cannon.
— Apenas quatro, hein?
— Eu fui pego de surpresa pelo primeiro. Antes que eu percebesse,

eles estavam em mim.
— Eu espero que você os tenha enviado mancando para longe.

120
— Praticamente. ― Mas não antes de tomar uma boa dose de punição.

— Agora vamos falar sobre você.
— Eu não terminei com você, ainda. ― Ele cruzou os braços sobre o

peito. — Quem e por quê?
Droga, ele não queria entrar nesta. Ele não podia entrar.
— Eu estava bisbilhotando, se você quer saber.
— Bisbilhotando onde?
Perto de sua casa.
— Vamos apenas dizer que eu suspeitava que uma mulher estivesse

sendo usada por um nojento que não é bom o suficiente para ela.
Inalando, Cannon disse:
— Usando, na forma como você costuma usar...
— Ei, eu estou sempre na frente evitando a monogamia. ―

Vangloriando um pouco, ele acrescentou: — E ambos sabemos que as
mulheres me usam em troca.
Desde que ele não podia negar, Cannon apenas disse:
— Vá em frente.
—Esta é diferente.
Uma das sobrancelhas de Cannon subiu.
— Significa?
Sim, idiota. Explique. Armie levou um minuto para esfregar o seu rosto
com a toalha.
— Você sabe o que estou dizendo.
— Ela é uma boa garota?
Realmente linda. A mais legal. Demasiadamente boa para ser usada.

121
— Algo como isso.
As sobrancelhas levantaram quando Cannon o estudou.
— Desde quando você se preocupa com garotas?
— Ei, eu durmo com elas, mas não significa que eu quero que elas
sejam abusadas.
Cannon ficou olhando para ele.
— O que foi, diabos?
— Eu estou tentando imaginá-lo como um cavaleiro branco, mas a

imagem não está vindo. Excesso de oxidação no metal.
— Foda-se. ― Desapontado sobre a interrupção, Armie bufou. — Você

quer ouvir isso ou não?
— Sou todo ouvidos.
Imbecil. Ele era todo sorrisos.
— Então, eu estava fazendo uma vigilância...
— Sozinho?
Ele trabalhou sua mandíbula.
— Se interromper mais uma vez e eu juro por Deus...
Cannon gesticulou para ele continuar.
— Eu estava sozinho, verificando sobre as coisas, e eu acho que o

bastardo me viu. Só que em vez de me enfrentar de homem para homem,
enviou os seus camaradas em cima de mim. Um deles me bateu na parte de
trás da cabeça com força suficiente para que eu visse estrelas e...
Cannon agarrou sua orelha, torcendo-a para que ele pudesse

investigar.
— Porra, Cannon. ― Vacilando, Armie se esticou todo. Sua cabeça

ainda sentia como se fosse fraturar em pedaços e as têmporas pulsavam.

122
— Pare de choramingar. ― Cannon procurou por seu cabelo,

pressionando, assobiou baixo e o deixou ir. — Tem certeza que você não
tem uma concussão?
— Eu poderia ter, depois disso! ― Alisando o cabelo para trás sobre o

enorme ovo de ganso, Armie fez uma careta novamente. — Eu não sei com
que me bateu, mas ele me deixou atordoado tempo o suficiente para que
os outros me jogassem no chão. Em meio a um monte de botas pesadas e
más intenções.
— Eles não mataram você, ― Cannon disse — então, eu suponho que

você conseguiu algo?
Mais por instinto, ele fez o que tinha que ser feito para sobreviver.
Lembrar que tem musculos pode muitas vezes ser um salva-vidas.
— Sim. Eu chutei um joelho. ― Esse cara estará mancando por um

bom tempo. — Derrubei o outro, porra.
— Bom para você.
— O terceiro quase colocou fogo em minhas costelas antes que eu

pegasse o seu pé e conseguisse derrubá-lo no chão comigo. ― E, em
seguida, Armie o fez lamentar o erro de enfrenta-lo.
Lembrar trouxe um pouco de satisfação. Ele estalou os dedos

doloridos.
— Dê-me alguns nomes.
Oh, merda, Cannon soava furioso, o que não era um bom presságio
para ninguém.
— Deixe-os ir. É o meu negócio.
Isso o animou.
— Pessoal? ― E, então, com mais descrença. — Sobre uma mulher?
Armie deu-lhe um olhar mortal. — Sim, imagine isso.
Balançando a cabeça, Cannon disse:
— Não é possível.

123
O antagonismo rachou, e Armie acabou rindo. Sério, ele não se

envolvia não tinha interesse em um relacionamento, e evitava mulheres
agradáveis como se tivessem espinhos.
— Sim, eu também. Vamos apenas dizer que eu senti vontade de

arrebentar algumas cabeças e quase fui pego com mais do que eu poderia
lidar.
— Quatro contra um é uma merda.
— Não foi tão ruim assim.
Cannon fez tranquilamente a maldita leitura irritante dele,

arrastando-a até Armie sentir vontade de se afastar.
Finalmente, ele disse:
— Eu não me importaria de arrebentar algumas cabeças, também.
Vestido e de banho tomado depois de seu treino, se dirigindo para a

porta da frente, Stack ouviu Cannon e parou ao lado deles.
— Quais cabeças nós precisamos arrebentar?
Cannon acenou para Armie.
— Os que fizeram isso com ele.
Bufando, Stack disse:
— Eu acho que foi o seu último namoro duplo que fez isso nele. ―
Com provocação deliberada, ele perguntou para Armie.
— Você disse a Cannon sobre o chicote da senhora?
— Chicote?
Armie revirou os olhos.
— Eu já lhe disse que era apenas um adereço.
Cannon olhou de Armie para Stack.
— Vamos ouvi-lo.

124
— Na noite de sua luta, tivemos uma festa aqui para comemorar.

Armie saiu com duas mulheres que pareciam estar mais uma na outra do
que nele.
— As aparências, obviamente, são enganosas. ― disse Armie com

satisfação presunçosa.
— Uma tinha um chicote em seu cinto. ― Stack sorriu enormemente.

— Bizarro.
— Só parece bizarro a primeira vez. ― Armie disse a ele, totalmente

inexpressivo.
Cannon voltou para Armie.
— As duas que você mencionou?
— Sim, e daí? Elas gostaram bastante e voltaram para repetir.
— Você não me disse sobre o chicote.
— Porque não quis dizer nada. Era como... Eu não sei. Joias ou algo
assim.
Stack riu.
— Diz o homem que parece que alguém bateu o inferno ida e de volta.
Cannon estreitou os olhos.
― Ele diz que quatro caras fizeram isso com ele.
— Caramba!
— Boca grande. Eu disse para anunciar? ― Armie não precisava de

seu negócio privado espalhado ao redor.
Stack assobiou baixo.
— Não me diga? Bem, inferno homem, se vamos retaliar, conte

comigo.
— Aqui, também. ― Cannon se ofereceu.

125
— Quatro contra três? Desde quando vamos pra cima de idiotas?

Seria um massacre e nenhum de nós quer isso, então, esqueça. ― Buscando
Yvette com seu olhar, Armie encontrou-a na parte de trás, entrelaçando os
dedos, muita atenção enquanto ouvia Denver explicando algo para ela. As
crianças, na faixa etária de 10-16, a estudavam com os olhos arregalados.
— Chega de falar de mim. O que há de errado com você?
Quando Cannon olhou para ela, ele começou a respirar mais fundo.
— Nada.
— Sim, certo. ― Foi tudo que Armie podia fazer para não rir. — Você
parece que vai saltar em seus ossos a qualquer segundo.
Para surpresa de Armie, Cannon rosnou, trancou as mãos atrás do

pescoço dele e caminhou em direção à recepção.
Uau. Armie e Stack trocaram um olhar. Sabendo que Stack estava

saindo, Armie disse:
— Eu entendi.
— Vá devagar com ele.
— Isso não é o que ele precisa. ― Depois de Stack assentir com a

cabeça e sair, Armie foi atrás de Cannon. — É tão ruim assim, hein?
— Foda-se.
Vendo como seu amigo vibrou uma ameaça forçada, ele comentou.
— Você ficou sem antes da luta, não é?
Cannon não precisou responder. Armie sabia como ele ficava

obcecado quando se preparava para uma luta, especialmente nas últimas
semanas. Apesar da lenda urbana de que atletas se abstinham, a maioria
dos caras que ele conhecia nunca recusou sexo. Inferno, abordado pela
mulher certa, ele estaria batendo as botas na noite anterior, usando o sexo
para sacudir o nervosismo que vinha com uma grande luta.
Mas não Cannon. Ele era também extremamente seletivo, e para

chegar aos finalmentes, era francamente exigente. Ele dispensava muito
mais mulheres do que ele recebia.

126
Nisso, eles eram opostos totais. Era muito raro Armie negar uma
mulher a si mesmo.
Foi preciso uma mulher ainda muito rara para ele querer defender
sua honra. Estúpido, estúpido, estúpido.
Em vez de ir por esse caminho e talvez trazer o interesse de Cannon

novamente, Armie o distraiu.
— Pensando dessa maneira quase custou a menina de Gage.
— Harper?
— Sim. ― Todo mundo sabia que os dois eram um casal. Deus sabe,
Gage quase estragou tudo. Armie sorriu, lembrando-se. — Eles estavam
aqui na noite das lutas, também, mas eles estavam tão ocupados dançando
em torno de si, que eles perderam mais do que viram. ― Ele se inclinou,
balançando as sobrancelhas. — Gage arrastou-a para o escritório e eles
não apareceram até depois que sua luta terminasse. Harper tinha a
aparência de uma senhora bem-composta, e ela concordou em morar com
ele, então, Gage nos fez orgulhosos.
Cannon aliviou-se o suficiente para sorrir.
— Bom para eles.
—Sim. — Armie concordou, mas acrescentou: — Se você estiver em

uma coisa de compromisso.
— Eles estão.
Ele concordou novamente. — Falando de compromisso... — Ele se

concentrou em Yvette. — Eu acho que Denver vai mostrar-lhe um
movimento.
Canon deu um salto tão rápido, que Armie quase foi atingido com uma
cotovelada.
Aparentemente indiferente ao suor que cobria o peito de Denver,

Yvette lhe permitiu manobrá-la em um mata-leão em pé. Ele colocou um
braço sob o queixo com a mão em seu braço oposto acima do cotovelo, sua
outra mão na parte de trás de sua cabeça, na posição certa para aplicar
pressão.

127
Yvette colocou automaticamente as mãos sobre o antebraço

musculoso em torno de seu pescoço. — Uau — Armie disse: — Eu não
posso acreditar que ele...
Rosnando, Canon se afastou.
— Maldição. — Vendo a posição dos ombros de Cannon, Armie seguiu

após ele.
Quando ele chegou ao seu lado, ele disse — você sabe que vai fazer de
você um idiota, certo?
Cannon continuou andando sem responder.
— Poderia fazer um idiota dela, também.
Ele se virou tão rápido, que Armie recuou.
— Apenas dizendo. — Ele ergueu as mãos. — Denver não vai

machucá-la, você sabe disso. Não há razão para ir todo King Kong e essa
merda.
Naquele exato momento, ambos ouviram Yvette rindo. Eles olharam

para cima para ver Denver esparramado dramaticamente no chão
enquanto Yvette segurava seus dedos torcidos.
—Não é nem um domínio real — Cannon reclamou.
Armie não conseguia parar de sorrir. As crianças, todas elas carentes

de uma forma ou de outra, riam e davam uma cotovelada em si e todos
tiveram um bom momento na exibição absurda.
Denver fingiu estar em agonia, que era bastante ridículo, já que Yvette
agora mal segurava o dedo mindinho. Ela, também, continuou rindo, seus
longos cabelos derramando para frente, uma bunda muito encantadora em
exposição quando ela se inclinou em direção a forma deitada de Denver.
Um dos meninos saltou, ajudando a erguer Denver de volta aos seus

pés para que ele pudesse tentar escapar. Com o cuidado que ele teve com
Yvette, Denver colocou o garoto no estrangulamento.
Bufo de Cannon trouxe Armie de volta.
— Você, meu amigo, está muito mal.

128
— Sim, — Cannon concordou. — Eu estou.
— Então, vá buscá-la.
Ele se chocou quando Cannon disse: — Estou trabalhando nisso, — e

em seguida, com a frustração —, mas ela precisa de algum tempo.
—Por quê?
Ele balançou os ombros. — Ela acabou de perder seu avô, mudou-se,

não tem me visto em anos.
Para as mulheres que Armie conhecia, nada disso teria importância.

Sexo seria a cura, o alívio, a fuga, sempre. Mas ele poderia dizer que Yvette
era um tipo diferente de senhora.
Diferente do que ele preferia.
Diferente de como Cannon sentia por ela.
Ela era o tipo que Armie sempre evitou. — Tudo certo. Portanto, dê-
lhe algum tempo. — Ao ver a carranca de Cannon, ele perguntou: — Ou
isso é um problema?
— Ela tem um cara que continua chamando-a.
Concorrência? As coisas estavam ficando interessante. — Quem?—

Ele colocaria seu dinheiro em Cannon.
— Ela diz que é seu ex.
Talvez não seja tão interessante. — Ele está aqui?
Balançando a cabeça, Cannon disse: — Na Califórnia.
Armie só olhava para ele.
Cannon olhou para trás.
Sim, agora seria um momento de merda para rir. Pode até mesmo
brincar com ele. Então, ao invés disso, Armie pigarreou. — Se ele está tão
longe, eu não vejo como...

129
— Eu não quero sua atenção dividida. — Cannon abriu e fechou os

punhos em frustração. Voz baixa, quase torturada, ele disse: — Eu a quero
cem por cento focada em mim.
— Posso oferecer uma sugestão?
Cannon estufou, trabalhou sua mandíbula e finalmente disse com

calma enganadora ― Vamos ouvi-lo.
— Primeiro, abaixe a bola. Cara, você está seriamente exigente como

um homem das cavernas e isso simplesmente não é como você. Isso está
me fazendo inquieto, e você não me quer foder. Eu só posso imaginar
como a pequena senhora se sente.
Mãos de novo bloqueiam em punhos enormes, Cannon estufando um

pouco mais.
Reprimindo um grande sorriso, Armie deu alguns, o que ele

considerava, bons conselhos. — Em segundo lugar, por que não usar o
tempo de que ela precisa para conquista-la? Vocês estão na mesma casa,
certo? Então, vão ter um monte de tempo sozinhos. Tome a rédea, tire
proveito da proximidade e ela vai ser a única a naufragar. Depois, é só ir
para baixo com ela, em vez de deixá-la se afogar em paz.
— Suas metáforas estão ficando mais confusas a cada minuto.
Armie coçou o queixo e tentou esclarecer. — É a velha-escola, eu sei,

mas você pode tentar seduzi-la. Você vai ter tempo e oportunidade. Isso é
tudo que estou dizendo.
Cannon transferiu seu olhar de volta para a senhora. Ela era estava
ocupada olhando com satisfação para o bíceps de um garoto, em seguida,
ouvindo atentamente quando um dos meninos mais velhos disse a ela uma
piada. Ela riu, bagunçou seu cabelo, e Cannon apertou todo.
— Eu gosto dela, — Armie afirmou. Ele bateu Cannon na parte

traseira. — Chegue junto, faça a sua coisa, seja você mesmo irresistível de
costume como com todas as outras senhoras, ela vai implorar por você em
um momento.
— Deus, eu espero que sim, — Cannon disse-lhe em voz baixa. —

Porque eu não sei quanto tempo eu posso esperar.

130
Ele saiu para recolher Yvette, por isso ele não viu a surpresa de
Armie.
Huh. Cannon raramente falava sobre sexo. O máximo que o bastardo

fazia era sorrir quando perguntavam. Então, Yvette era única.
Agradável.
Ele espalhou a notícia. Ele não iria parar qualquer um dos caras
provocando Cannon quando podiam, mas eles também sairiam de seu
caminho para ajudar sempre que possível.
Tendo Cannon de volta na cidade por um tempo prolongado, seria

ainda mais gratificante do que ele assumiu, antes.
Agora, se ele pudesse resolver seus próprios problemas...

131
CAPÍTULO 07
Enquanto Yvette observava todas as melhorias no centro de

recreação, Cannon examinava as coisas na sua cabeça.
Eu não posso, me desculpe.
Mais e mais, Cannon ouvia estas palavras sussurradas suavemente.

Ele não comprou. Não pode? O que diabos isso significa? Ela podia. Ela
certamente o faria.
Com ele.
Mas como Armie havia sugerido, ele provavelmente deveria arrefecer

um pouco antes de assustá-la demais.
Ela havia concordado, sob coação, sobre discutir a sua afirmação

estranha mais tarde. Ela alegou estar sobrecarregada com todas as
mudanças. Ele poderia comprar isso.
Mas quando ela o beijou, o jeito que ela olhou para ele, ele sabia que
eles estavam na mesma página.
Por alguma razão, ela não queria estar. Por alguma razão, ela queria
negar a ambos.
Duas vezes mais, seu ex tinha tentado contato com ela. Mais uma vez
por texto, uma vez por um telefonema, que ela deixou ir ao correio de voz.
A ideia de que ela poderia estar presa a algum outro homem o fez mais do
que um pouco maluco.
Inferno, ele não gostava de ver Denver tocá-la, mesmo de brincadeira.

Ele definitivamente não queria confusão com algum idiota que ela se
preocupava em ficar ocupada.
Virando a cabeça em direção ao seu ombro, Cannon estralou seu

pescoço. Tanta tensão fez que seus músculos estivessem presos.
Antes de vir para o centro de recreação, tinham parado no Rowdy

para o almoço. Felizmente, tinha uma multidão mais leve e as mulheres
eram em sua maioria mães com seus filhos, ou mulheres com seus

132
namorados. Yvette tinha relaxado, conversando com Rowdy e Avery,

elogiando-os pela comida, respondendo a perguntas sobre sua vida na
Califórnia.
Ele queria ficar sozinho com ela, mas por agora, com a sua política de
não intervenção, estar fora de casa era mais seguro.
— O local era ótimo quando eu vi pela última, mas agora é incrível.
— Obrigado. — Ele, também, olhou ao redor, tentando vê-lo como ela

o fazia. A maioria dos lutadores vinha de manhã e início da noite, o que
deixava a tarde livre para as crianças do bairro e a multidão, depois da
escola. — Armie tinha feito uma série de melhorias.
Ela lhe deu uma cotovelada de leve. — Não seja modesto. Ele disse
que a maioria do equipamento veio de patrocínios que você tem.
É verdade, mas não é o ponto. — Ele coloca as coisas em bom uso.
Eles se dirigiram para a sala de descanso juntos. No caminho eles

passaram por Armie, que saudou um menino alto de escola, que tinha
acabado de entrar, vestido para um treino. — O que ele está fazendo
agora?
— Ele trabalha com alguns dos lutadores para ajudá-los com suas
técnicas e mostrar-lhes como luta livre pode ser bem utilizado no SBC.
— É o mesmo que luta?
— De algumas maneiras. Tomar um tiro, estatelar-se para evitar um.

Fazendo um desvio ou deslocando uma meia, a mudança para um Double
Leg. Um elevador de gancho, ou um suplex... — Quando ela deu a ele um
olhar vazio, ele sorriu. — Desculpa.
— É interessante, quando eu entendo.
— Luta livre é uma grande ferramenta para trazer para o MMA. Mas o
ponto da luta livre é ter o seu adversário nas costas. Um monte de
lutadores entra naturalmente em pânico quando isso acontece. Mas para
uma verdadeira concorrência no SBC, estar em suas costas é apenas outra
posição ofensiva. Há uma série de apresentações que podem ser feitas a
partir de suas costas. — Casualmente, Cannon alisou o cabelo, em seguida,
colocou-o de volta atrás da orelha. Ele sentiu o silêncio que caiu sobre ela,

133
mas fingiu que não. — Armie trabalha com os caras para mostrar-lhes
como fazer a transição de movimentos de luta em habilidades de MMA.
Ela limpou a garganta, respirou e se concentrou novamente em

Armie. — Quantas horas por dia ele passa aqui?
— Mais do que devia. — À medida que entramos na sala de descanso,

Cannon colocou a mão na parte baixa das costas e até o toque de sua mão
nela, através da roupa, a sentia em toda parte. — Ele gosta muito das
crianças.
— Engraçado. — Ela tomou um assento. — Ele disse o mesmo sobre

você.
— Sim. — Se pudesse, Cannon sabia que ele iria salvar cada criança
no bairro. Salvá-los da pobreza, de negligência, do abuso.
A partir dos valentões que gravitavam para gangues e os bastardos

que vendiam drogas.
Ele não era um super-herói, então, ao invés disso, ele fazis o que
podis. Por sorte, caras como Armie transportam mais de uma carga
completa de responsabilidade. Denver, Stack, Miles, Gage... Todos eles
emprestam uma mão.
Cannon pega para ambos uma Coca-Cola. — Você foi muito boa com
os meninos.
— Eu amo crianças. — Ela tomou um gole, virou a lata, passou o dedo

através da condensação. — Quando eu estava na escola, eu costumava
pensar sobre ser uma professora.
— Sim? — Ele se recostou em seu assento para vê-la.
— Depois de tudo o que aconteceu, entretanto...
Ele não a pressionou, não tentou preencher o silêncio. O zumbido de

vozes, de socos contra o saco pesado e música de um CD, estavam em
torno deles.
Seu olhar se esquivou do seu. Ele não se importava. Ele gostava só de

olhar para ela.
Calmamente, ela explicou: — O que aconteceu mudou muito meus

planos.

134
Verdade. Mas ela estava aqui, agora. Com alguma sorte, ela ficaria. —
O importante é que você não deixe que ele te mude.
Ela deu uma risada sem alegria, que ela rapidamente sufocou.
Mais uma vez, Cannon apenas esperou.
— Qual vai ser sua rotina enquanto estiver aqui?
Evasão? Ele deixou-a fugir com isso, por enquanto.
Ele deu de ombros. Sua rotina seria acomodar a dela, mas ela
provavelmente não queria ouvir isso. — Eu estava pensando que eu iria
conversar hoje à noite com os caras. — conversa foi sua desculpa para
escapar do bairro, para garantir que tudo permanecesse certo e apertado
em seu próprio cantinho do mundo.
— Eu pensei que você disse que costuma correr realmente no início

da manhã.
— Duas vezes por dia, todos os dias. É parte do que eu faço para ficar
em forma. Mas eu não vou ficar fora até tão tarde. — E no caso de ela
pensar em se esquivar-se novamente, ele acrescentou: — E eu sempre
acordo bem cedo, não importa o quão tarde eu fique acordado.
Denver entrou, viu e parou. — Ei. Desculpe. — Ele começou a recuar.
— Está tudo bem, — Cannon disse a ele. — Nós não vamos ficar muito
mais tempo.
Ainda assim, Denver rastejou ao redor como se tivesse medo de

acordar os mortos. Carregando uma toalha branca, usava bermuda
confortável e nada mais. Suor umedeceu seu peito e seu longo cabelo. A
atividade havia deixado o seu rosto corado. Ele avançou em silêncio em
direção à máquina de água.
Cannon encontrou o olhar de Yvette, e ambos sorriram.
Ele e Denver compartilhavam uma altura semelhante, mas Denver

tinha 9 quilos a mais que ele, tornando-o um dos pesos pesados, em vez de
um meio-pesado. —Eu estava apenas dizendo a Yvette que vamos ficar
juntos, hoje à noite.

135
Relaxando um pouco, agora que ele tinha sido incluído, Denver

assentiu. — Parece bom para mim. Lá pelas nove? Encontramo-nos à
frente do Rowdy?
— Isso funciona. Pergunte ao redor e veja quem quer se juntar a nós.
— Gage está fora. — Denver despejou uma garrafa de água e bebeu

até a metade. Quando ele terminou, ele enxugou o rosto com a toalha,
novamente. — Ele e Harper estão incendiando os lençóis em algum lugar.
Compensando o tempo perdido ou algo assim, Harper me disse.
Cannon reparou como Yvette tentou não olhar. Mas uma e outra vez,
seu olhar passou por cima de Denver. Ele não viu o calor de interesse em
seus olhos, apenas a boca aberta de uma mulher surpreendida por estar
perto de um homem quase nu, com os músculos latejantes de um treino.
Ele supôs que, se uma mulher ficasse na frente dele vestida da mesma
forma, ia distraí-lo, também.
— Soa como Harper.
— Eles são tão nauseante sobre isso, você acha que eles são recém-
casados.
Para Yvette, Cannon explicou, — Gage era para lutar no Japão,

também, mas ele levou uma cotovelada no olho, na prática, e depois de
muitos pontos ele foi considerado inelegível para participar.
— Uau —, disse Yvette com simpatia. — O que deve ter sido uma
desvantagem para ele.
— Parece que Harper está ajudando-o a superar isso.
— Que é o jeito dela — Denver puxou uma cadeira e sentou-se,

apoiando os braços ao longo das costas, segurando a garrafa de água
livremente em uma mão, jogou a toalha por cima do ombro. — Ele vai lutar
de novo e ele sabe disso. Mas eu vou sentir falta de sua disputa verbal.
— Eles colocam faíscas um do outro, — Cannon disse a ela. — Muito

engraçado, extremamente divertido na maior parte do tempo.
— Então, uh... — Denver novamente bebeu da garrafa, acabando com

ela. — Cherry está no Japão com Merissa?

136
Caramba. Ele não queria Yvette sabendo que a sua casa estava vazia, o
que torna o local perfeito para ele ficar. Agora é tarde demais, no entanto.
Mas antes que ele desse tudo, ele atirou um olhar à Denver. — Porque
pergunta?
— Sem razão.
— Tente novamente.
Indo estranhamente defensiva, Denver resmungou, — Só por

curiosidade, ok?
Yvette olhou para frente e para trás entre eles.
— Cherry vive com a minha irmã. — Cannon lembrou-lhe em voz

baixa.
— Sim, sem brincadeira. Não é um segredo.
— Não, mas se você está farejando Cherry, então se torna o meu

negócio.
Denver empurrou a cadeira para trás. — Era uma pergunta simples

Santo. Não há razão para ficar todo louco sobre isso.
Cannon de pé, também. Porra, Denver queria ligar com Cherry. Ele fez
uma careta. —Você já deu em cima dela?
— Cherry não é sua irmã, então, recue.
— Isso nos traz de volta ao início, desde que Cherry está vivendo com
a minha irmã.
— Então, o que, cara? Não é como se eu pretendesse realizar uma

orgia danada com sua irmã como público.
Ouvir a palavra orgia na mesma frase com sua irmã fez Cannon rígido
de suas sobrancelhas até seus tornozelos. — Você...
De repente, Armie estava lá, levado por Yvette.
Ambos, Denver e Cannon, olharam para eles.

137
— Sim, — disse Armie, acariciando a mão de Yvette em seu braço. —

Eu estava em busca de um árbitro para que dois grandes idiotas não
mutilem um ao outro na frente da senhora.
Yvette olhou inquieta, mas determinada.
Forçando-se a relaxar, Cannon olhou para Yvette. — Você pensou que

chegaríamos às vias de fato?
Ela puxou discretamente a mão que Armie continuou a segurar na

dobra do seu braço. — Eu não tinha certeza.
Vendo a inquietação de Yvette, Cannon transferiu seu olhar para

Armie. — Você pode deixá-la ir agora.
Sorrindo, Armie fez exatamente isso, mas, em seguida, disse: — Você,

— apontando para Denver, — mantenha suas perseguições românticas
para si mesmo.
Cannon começou a falar, mas Armie apontou para ele ao lado.
— E você. Cristo, oh homem, sua irmã não é um bebê. — Antes que

Cannon pudesse responder, ele disse: — E Denver não é o Chester
Molester.
— Obrigado, — Denver disse em uma voz ridiculamente altiva.
— Não, mas eu o conheço. Eu conheço todos vocês.
— Então? — Perguntou Denver.
— Então, eu sei como você pensa, e eu sei o que você quer.
O pé de Yvette começou a tocar. — O quê? O que é que ele quer?
Seu tom não augura nada de bom para ninguém. — Vamos apenas
dizer que não é o romance.
— Então?
— Então, as mulheres gostam de ser cortejadas.
Revirando os olhos, Yvette disse: — Algumas fazem. Algumas não.

Talvez Cherry seja de desfrute — um resplendor vermelho se levantou em
seu rosto, mas ela terminou com — Tanto faz, se Denver planejou.

138
— Jesus — disse Denver. — Será que todo mundo acha que eu estou
planejando merda pervertida ou o quê?
— Nada de errado com um pouco de perversão, — Armie cortou. —

Mas a principal coisa aqui é que Denver é um cara confiável. Inferno,
Cannon, eu acho que você gostaria de ter alguém como ele pendurado em
torno do lugar, dado que duas meninas vivem lá sozinhas.
— Mulheres. — Yvette interveio na sala tensa.
Todos os olhos se voltaram para ela.
Seu pé parado tocando e ela disse novamente, — Elas são mulheres,

não meninas.
— Obrigado, Gloria Steinem1. — Armie espetava cada um dos caras

com sua carranca. — O meu trabalho aqui está feito?
— Eu não estava indo mutilar ele. — Cannon disse a Yvette.
Denver bufou. — Não, ele definitivamente não estava.
Seus olhares se enfrentaram, novamente.
— Eu não sou tão radical como Gloria, — disse Yvette, um pouco alto
e muito rápido, e seus esforços para distrair tornou-se perfeitamente claro
para todos. — Mas elas são mulheres e não meninas.
Balançando a cabeça, Armie riu.
Yvette apoiou as mãos nos quadris. — Bem, como vocês se sentiriam

se eu chamasse vocês homens de meninos?
— Não me importaria, — disse Denver.
Cannon deu de ombros. — Quem se importa?
— Está vendo? — Armie disse a ela. — Nada demais.
— Sim, bem, todo mundo sabe que caras são densos. — Com irritação,
fez seu giro ao redor e saiu da sala de descanso.
1
Gloria Steinem é uma jornalista estadunidense, célebre por seu engajamento com o feminismo e sua atuação como
escritora e palestrante, principalmente durante a década de 1960.

139
— Eu acho que ela está fugindo. — Armie disse à Cannon, olhando

para ela.
— Eu vim dirigindo. — explicou Cannon. — Ela não vai chegar longe.

— E, em seguida, para Denver, — Armie está certo. Eu não tenho
quaisquer objecções pessoais contra você.
Denver ergueu as mãos. — Ótimo. Então, eu estou liberado para

pouso?
— Não, inteiramente, não.
Armie deu uma gargalhada, mas Denver reclamou.
— Vá atrás de Cherry se você quiser, mas somente se você está sério

sobre ela.
— Como diabos vou saber se estou falando sério quando nós não
tivemos uma conversa privada ainda?
— Você sabe o que quero dizer. — Cannon não queria mal-

entendidos. — Ela está vivendo com Rissy, por isso, se você está apenas
querendo ficar com alguém, procure outro lugar. Cherry fora da lista de
somente uma noite.
Denver elevou descuidadamente um ombro, que não enganou

ninguém. — Eu estou bem com isso, se ela estiver.
— Como Yvette disse: — Armie entrou na conversa, — Cherry pode

só desejar uma noite com ele.
Agora eles estavam apenas o atormentando. Cannon não lhes daria a

satisfação de reagir a isso. — Basta manter as coisas respeitáveis em torno
de minha irmã.
Denver quis protestar novamente, mas Cannon virou para Armie. —

Minha vez, agora.
Armie tentou fazer uma retirada estratégica. — Desculpe, cara. Tenho

de voltar para...
Cannon deu a volta na frente dele, bloqueando-o com seu corpo.
— Tudo bem, — Armie reclamou e, em seguida, — o quê?

140
— Você me diz.
— Não tenho ideia do que você está falando.
— O inferno que não. Algo está acontecendo, e eu tenho um

sentimento que pode ter algo a ver com a minha irmã e Cherry vivendo
sozinhas.
Armie olhou-o nos olhos. — Isso era só preocupação aleatória.
— Você é tão cheio de si.
Com os olhos apertados, Armie se apoiou nele. — Por que você não
troca por um short e podemos trabalhar com isso na esteira?
Ambos os homens foram surpreendidos quando Yvette, de repente,

voltou e de alguma forma se meteu entre eles. Única reclamação de
Cannon com sua tática era que ela enfrentou Armie.
— Ele não pode, desculpe. — Yvette disse, um pouco sem fôlego dado
que Cannon tocou ao longo de suas costas.
— Não? — Armie não tenha feito backup em tudo, assim Cannon não
tinha dúvida de que eles tocaram um pouco na frente, também. — Por que
não?
Yvette ergueu os ombros. — Ele tem que me levar para a casa de

penhores.
— Aw, agora, boneca, você está roubando meu trovão.
Gentilmente, com as mãos espalmadas no peito nu de Armie, Yvette o

afastou. — Não agora, ok?
Cannon olhou para o alto da cabeça. — Yvette?
Sem olhar para ele, ela perguntou: — Hmm?
— Você está me protegendo? — E com desdém exagerado, — de

Armie?
Cannon sabia que ela não podia perder o grande sorriso de Denver e
Armie, mas ela não tinha ideia de que, literalmente, ganhou a atenção de
todo o ginásio até que ela se virou e encontrou todo mundo olhando.

141
Seu rosto ficou quente. — Não, — ela sussurrou baixo. — Claro que
não.
— É desnecessário, você sabe.
Ela passou toda afetada e adequada. — Bem, é claro que dois homens
adultos não iriam entrar em uma briga real sobre algo tão bobo.
— Sim, — disse Armie. — Tão bobo.
Revirando os olhos, Cannon colocou um braço em volta dos ombros e

ancorou-a perto enquanto falava com Armie. — Você vai com a gente hoje
à noite?
Armie assentiu. — Isso aí.
— Bom. — Ele deu um sorriso que foi apenas parcialmente amigável.

— Nós vamos terminar nossa conversa depois. — Tomando Yvette, ele
saiu.
— Oh, Deus, — disse ela, vendo todo mundo ainda olhando para ela.
— É como se andar fosse um desafio.
— Sorria, — aconselhou Cannon. — Isso vai confundi-los.
Para sua surpresa, ela fez. Ela ainda acenou.
E todos os caras no lugar acenaram de volta.
***
Eles chegaram à casa de penhores apenas vinte minutos depois. Com

cada hora que passava, a inquietação de Yvette crescia. Um crime vicioso
tinha ofuscado todas as suas memórias maravilhosas de trabalhar com seu
avô lá e ela odiava isso.
Era possível recuperar as boas lembranças? Para usá-las para

extinguir a feiura que havia ocorrido nas mãos de loucos?
— Você está bem?
Cannon era uma pedra completa, que em comparação sentia-se como

uma covarde completa.
Então, ela mentiu.

142
— Claro. — O sorriso dela poderia não ter sido tão brilhante como ela
pretendia, mas estava lá. — Posso te perguntar algo?
— Qualquer coisa. — Depois que ele parou no meio-fio e colocou seu

caminhão no parque, ele se virou para encará-la.
Seu exame minucioso, formado com simpatia, só a fez se sentir mais

agitada. — Vocês não estavam realmente com raiva, estavam?
—Armie e eu? Não, claro que não. — Sorrindo para a pergunta dela,
ele saiu e caminhou em torno do capô da caminhonete.
Yvette abriu a porta. — E você e Denver?
Porque seu caminhão era alto, longe do chão, ele a ajudou a sair e, em
seguida, permaneceu com as mãos na cintura dela, seu corpo bloqueando
sua visão da casa de penhores, perto o suficiente para ser um tampão da
escuridão que tentava insinuar-se.
— Nós discordamos em algumas ocasiões, mas você não precisa se

preocupar com nós realmente chegando às vias de fato. Não com raiva, de
qualquer maneira. Inferno, nós lutamos para viver. Nós treinamos quase
diariamente. Acredite em mim, sabemos a diferença entre o esporte e a
vida.
— Pareciam tão... Com raiva.
— Apenas homens sendo homens.
— Ou lutadores sendo lutadores?
— Pode ser. Mas tenha em mente que os atletas profissionais,

especialmente no MMA, são extremamente disciplinados. Nós podemos
desabafar de vez em quando, sem deixar que as coisas fiquem fora de
controle.
— Vou tentar me lembrar disso.
Sua boca se contorceu em um sorriso. — Foi bonito como você tentou

tomar conta das coisas.
Coisas sendo grandes, musculosos, homens capazes. Gemendo, ela

cobriu o rosto. Que bobagem, ela devia ter pensado melhor.

143
Cannon riu e abraçou-a em seu peito. — Tenho certeza que chamou a

atenção de todos.
Ela pensou novamente em todos os homens olhando para ela, e

golpeou Cannon. — Pare. — Mas ela também sorriu.
Sorriso desaparecendo, Cannon levantou o queixo dela. — Quer que

eu vá em primeiro lugar?
Ela balançou a cabeça. — Não, está tudo bem. — De alguma forma, ela
faria isso.
Depois de uma respiração profunda, ela pisou em torno dele e

encarou o prédio. Cortinas a impedia de ver através das janelas sujas,
escuras, que costumavam ser iluminadas com sinais de néon e exibições
orgulhosas. Sem manutenção semanal de seu avô, ervas daninhas secas
cresceram em blocos ao longo da fundação onde a calçada da frente tinha
rachado, afastando-a. Folhas e lixo se reuniram nos cantos da porta,
levadas pelo vento, selados pela chuva.
Tantas vezes que ela veio aqui depois da escola, e um de seus

primeiros empregos foi varrer a calçada. Seu avô tinha insistido em tudo
estar sempre bem organizado, inclusive ela. Ele tinha dado a ela seus
limites e finalidade.
E tanto amor.
Ela não percebeu quanto tempo estava ali de pé, até as mãos de
Cannon repousar sobre seus ombros e se inclinar para pressionar sua boca
em sua têmpora.
Não a apressando. Apenas oferecendo compreensão.
Com as chaves já em sua mão, ela começou a abrir a porta. Ela

apreciou como próximo Cannon ficou em suas costas, seguindo-a, de modo
que ela não tenha que enfrentar o interior almiscarado sozinho. Sem ar-
condicionado, cada respiração que enchia seus pulmões era grossa, quente
e sufocante.
Ela acendeu as luzes do teto. Tudo parecia tão... Gritante.
As prateleiras e armários vazios. Os assoalhos desencapados. As

paredes lascadas de tinta.

144
Quando Cannon abriu a porta mais larga para deixar entrar a brisa
úmida, Yvette caminhou até uma estante de metal, que era utilizado para
armazenar coleções de moedas. Em seguida, ela se virou para os balcões
de vidro, que seu avô tinha usado como uma área de recepção. Ele estava
estéril agora, mas ela ainda podia imaginar como relógios de ouro e prata e
uma variedade de joias tinham brilhado com as luzes fluorescentes.
Foi quando bateu nela, o calor ocupando lugares que não sabia que
ainda estavam tão vazios.
Com o coração batendo rápido em exuberância, ela virou um círculo,

tomando as dimensões da grande sala da frente. Ela queria enchê-la,
novamente. Ela queria trazer este edifício e as boas memórias de volta à
vida.
— Lá, — ela disse — é o lugar onde eles montaram a sua câmera de

vídeo.
Em vez de acompanhá-la, Cannon apoiou um ombro contra a parede.

— Eu sei.
Claro que sabia. Ele tinha conhecimento de cada detalhe do que eles
tinham feito. Mas algo dentro de si exaltava as palavras, como se as
dizendo novamente, de alguma forma as levaria embora. — A mulher
estava drogada quando eles entraram. Nós só estávamos fechando. Eles
sacaram suas armas, fecharam as cortinas.
Embora ele continuasse em silêncio, sua presença por si só lhe deu a

segurança que ela precisava para reviver o passado.
Que dia terrível, tinha sido apenas o início de seu pesadelo. Depois
que ela e seu avô tinham sido mergulhados em querosene, eles não
tiveram escolha a não ser assistir impotente, o estupro da mulher dopada,
tudo ao mesmo tempo, imaginando o que aconteceria com eles. Ela nunca
tinha visto seu avô tão impotente e com tanto medo. Por ela.
Mas quando os três homens tinham acabado com seu jogo doente,
eles fizeram as malas para ir, depois de advertir Yvette e Tipton sobre o
que aconteceria se eles chamassem a polícia.
Eles não tinham chamado, mas Cannon notou que as coisas estavam
erradas. Ele era assim, sempre tão vigilante quando se tratava de seu
bairro e os proprietários de pequenas empresas, que ele se importava. Ele

145
trouxe dois amigos, ambos detetives, para a loja e encontrou Yvette e

Tipton.
A memória era tão vívida, Yvette colocou os braços em volta de si.
Empurrando fora da parede, Cannon abordou-a. — Às vezes me

pergunto se eles teriam vindo atrás de você em casa, se eu não tivesse
interferido.
Ainda estudando o interior e layout, Yvette disse: — Você nunca

poderia interferir, e sim, eles teriam vindo para mim de qualquer maneira.
Eu sabia o tempo todo, embora eu tentasse me dizer que não. Eu tentei
acreditar que tinha terminado. Mas eu sabia. —Falar sobre isso enviou um
arrepio na espinha, apesar do calor sufocante. — Eu acho que eles sempre
tinham planejado voltar para mim.
E eles tinham. Ela tinha sido agredida na casa de penhores, em

seguida, novamente em sua casa. Ambas às vezes, Cannon tinha feito todo
o possível para protegê-la. — Se não fosse por você, eu teria sido
estuprada naquele dia em casa. Eu sei, também.
Não havia uma maneira suficiente para sempre agradecer-lhe, mas

seu avô tinha tentado. Olhando para cima, para Cannon agora, Yvette
perguntou: — Você quer vender?
— Não.
Esperança apertou sua garganta. — Você tem certeza? Porque,

Cannon, eu devo a você.
— Você não deve. — Ele segurou seu rosto, suas sobrancelhas

desenhadas em seriedade. —Não fale assim.
Mas ela sabia a verdade, quer ele aceitasse ou não. — Eu vou vender
em um piscar de olhos, se é isso que você quer. Podemos chamar o
escritório de Whitaker e...
— O que você quer?
Uma pergunta tão carregada. Ela poderia dizer-lhe que ela queria ser
inteira novamente, que ela queria sentir, experimentar esse ponto
culminante especial quente do envolvimento sexual.
Que ela queria ser uma mulher, novamente.

146
Mas isso seria colocar demais sobre ele. E, como outros homens
haviam feito, ele tomaria isso como um desafio para consertá-la. Ela não
podia suportar ir por esse caminho novamente.
Não com Cannon.
Seus polegares roçaram ao longo de sua mandíbula. — Diga-me a

verdade, Yvette.
Ela adorava quando ele a tocava desse jeito, quando sentia sua força
misturada com gentileza. Era um macho potente, combinação quente, e
ninguém nunca tinha possuído a mesma capacidade de fazê-la sentir
tantas coisas.
Envolvendo as mãos sobre seus pulsos, ela olhou para ele. — Eu

quero dar-lhe tudo o que você deveria ter.
Seu olhar caiu para a boca. — E se eu devesse tê-la?
Sua respiração ficou presa. — Cannon — ela repreendeu.
Prazer mostrou em seus olhos azuis. — Yvette.
Ela limpou a garganta, determinada a fazer a coisa certa. — Meu avô

queria recompensá-lo.
— Seu avô queria que você fosse feliz, — disse ele quando ela se
preparava para discutir. — Você sabe tão bem quanto eu, por isso não vá
lá. Em vez disso, seja honesta comigo. Diga-me o que faria você feliz.
Ela não podia, não sobre tudo.
— Yvette. — Ele usou seus polegares para virar o rosto. — Se cada

opção fosse aberta para você, o que você mais gostaria de fazer? Bem aqui,
agora. — Ele manteve preso em seu olhar. — Diga-me a verdade.
Possibilidades brincavam com ela e ela sorriu incerta. — Eu... Eu

gostaria de reabrir a loja.
Com seu sorriso aliviado no lugar também. — Sim? Ainda seria uma
casa de penhores?
— Ou uma loja de revenda de alto padrão. — O entusiasmo

expandido. — Vovô me ensinou muito, e eu usei o que aprendi para o meu
negócio on-line, mas também para comprar coisas que eu sabia que

147
poderia vender para obter um lucro. Eu tenho um monte de ações, coisas

que eu poderia colocar aqui. E é o momento certo do ano para eu comprar
mais de vendas de quintal.
Cannon pressionou um beijo rápido e firme em sua boca. — Eu gosto

disso.
Seguindo com a ideia, e aquele beijo tentador, ela respirava mais

rápido. — Em um momento eu poderia ter este lugar parecendo tão bom
como ele costumava fazer. Eu poderia talvez até ter Vanity vindo para uma
visita, para ajudar a obter tudo arrumado.
— Conte comigo para entrar. E alguns dos outros caras, também.
Uau. Sorrindo como uma garota animada na manhã de Natal, ela

balançou a cabeça. —Eu não posso impor-lhes. Ou você. — Ela girou para
longe, vendo tudo com novos olhos. A realidade do que tinha acontecido
aqui permaneceu, mas a promessa do que ela poderia fazer cutucou as
lembranças feias para o canto de sua mente. — Eu vou desfrutar de cavar e
reorganizar as coisas.
— Você sabe, Tipton colocou coisas no armazenamento, também.

Talvez você já tenha um monte.
— É isso mesmo! — Ela voltou para o balcão de vidro, pensando em

como ele ficaria, depois que ela desse uma boa lavagem. O chão parecia um
pouco áspero, mas esfregar, encerar e adicionar alguns tapetes coloridos
pode corrigir isso.
— Você sabe tudo o que vai ter que ser feito?
— As coisas podem ser um pouco diferentes aqui do que eram na

Califórnia, mas eu deveria ser capaz de ter tudo pronto dentro de um mês
ou dois.
— Então, nós estamos mantendo a loja.
Nós. Essa única palavra parecia carregar tanto significado. Yvette

tentou acalmar a súbita batida do seu coração. Virando-se de volta para
Cannon, ela disse com leveza forçada — Eu prometo comprá-la assim que
eu puder.
— Ou nós poderíamos ser parceiros.

148
Como ele tinha chegado tão perto sem fazer um som? Ela se virou e
ele estava bem ali, frente a frente com ela.
— Não que eu diria a você como fazer as coisas. Mas eu não me

importaria de tomar parte quando eu puder.
— É isso que você quer? — Ela poderia lidar com isso, talvez dar-lhe
uma porcentagem de lucros.
— Eu achei que você teria descoberto até agora. — Sua boca se

estabeleceu na dela novamente, mais desta vez, mais profunda e mais
quente até que ter um pensamento claro se tornou impossível.
Relutantemente, ele terminou o beijo, mas manteve o rosto virado

para cima dele. — Eu gosto da loja e a casa é agradável. Mas acima de tudo,
eu quero você. — Como se isso não fosse grande coisa, ele sorriu. — Eu
vou continuar dizendo até você acreditar.
E até que ela o quisesse de volta?
Yvette balançou a cabeça. Ambos sabiam o que tinha acontecido há

mais de três longos anos.

149
CAPÍTULO 08
Amanhã, Cannon decidiu, ele chamaria Mindi para dizer a ela que eles
estavam mantendo a casa de penhores. Hoje à noite, ele queria garantir
que as coisas fossem resolvidas com Yvette.
Depois que ele se declarou, novamente, na casa de penhores, ela tinha

ficado tão quieta que o preocupava, embora ele tentasse não deixá-la.
Ele disse a ela várias vezes agora, sempre com o mesmo resultado. Ela
o queria. Ele tinha certeza disso. Eventualmente ele a conquistaria.
Depois de pegar o jantar, eles tinham ido para casa em relativo

silêncio. Yvette usou seu telefone para procurar números e localizações
necessárias para ter as coisas que rolam na loja. Ela fez duas chamadas e
acrescentou notas para o calendário em seu telefone.
Enquanto a ouvia criando raízes, cavando com a intenção de ficar por

aqui, uma sensação de paz tomou conta dele. Ele a queria de volta em casa
para sempre, ele percebeu.
Se ele tivesse alguma dúvida sobre ela ser feliz aqui, ouvindo-a agora,
colocou as dúvidas para descansar.
Seu avô estava certo. Este era o lugar onde ela pertencia.
Em vez de comer os hambúrgueres apimentados, um deleite para ele,

na mesa, eles dois se sentaram no sofá e assistiram TV.
Yvette surpreendeu-o com seu apetite. Para uma mulher pequena

como ela, ele esperava que escolhesse uma salada, não devorasse um
hambúrguer, batatas fritas e milk-shake de chocolate.
Olhando-a agora, enrolada na outra extremidade do sofá, com os pés

dobrados ao lado dela, um travesseiro no colo, ele a queria mais do que
nunca.
Ela mordiscou suas últimas fritas e ele a queria.
Ela chupou o canudo em sua bebida e seus músculos apertaram.

150
Mas ele podia esperar pelo momento certo e, como Armie sugeriu,
talvez colocar algum esforço para seduzi-la. Esse pensamento o fez sorrir.
Ela olhou para ele. — O quê?
Cannon balançou a cabeça. — Apenas pensando.
Sobre sedução.
Tornou-se uma arte perdida. Mesmo antes de entrar no SBC, as

mulheres não tinha sido uma dificuldade para ele. Agora, mais
frequentemente do que não, as mulheres vêm fáceis para ele.
Mas não Yvette.
Ela franziu a testa para ele com desconfiança e com relutância, voltou
sua atenção de volta para a TV.
— Quando você quer conferir o estoque que Tipton deixou para trás?
Ela tomou outro gole longo de seu shake, acabando com ele, então se
levantou para recolher as suas embalagens vazias. — Eu não me
importaria de verificar de imediato, apenas para que eu saiba o que tenho
para trabalhar. Talvez em algum momento amanhã. — No seu caminho
para a cozinha, ela acrescentou, — Eu vou ligar para Vanity em breve,
também.
Ele gostava de seu entusiasmo, especialmente por que quanto mais

enredada ela estiver, melhor as chances de ela ficar para sempre.
Cannon desligou a televisão e caminhou até a cozinha atrás dela. —

Eu vou com você.
Ela fez uma pausa no meio de colocar o lixo na lixeira, debaixo da pia.
— OK.
A mensagem soou em seu telefone. Sem olhar para ele, ela voltou para
onde tinha deixado sobre a mesa, olhou para a mensagem e desligou o
telefone sem responder.
Seu namorado de novo? Ex-namorado, ele lembrou a si mesmo.
— Tudo certo?

151
Olhando um pouco culpada, ela deu um sorriso brilhante, mas falso.

— Certo.
Quando ela começou a voltar para a cozinha, novamente, Cannon a

deteve. Sedução, ele lembrou a si mesmo, e ele inclinou-se, falou mais
baixo. — Então, o que você tem planejado esta noite?
— Hoje à noite?
Ele tocou seus cabelos, alisando-os, em seguida, deixou as pontas dos

dedos trilhar por cima do ombro e para baixo do braço. — Lembre-se, eu
estou saindo em breve para encontrar os caras.
Ela se lembrou, em seguida, sacudiu-se. — À conversa com velhos

amigos?
Isso e muito mais. Mas ele só assentiu com a cabeça. — Eu vou ficar
fora por algum tempo. — Ele colocou as duas mãos na cintura dela e
puxou-a para mais perto. — Você pretende ficar em casa? — Esperando
que ela pense sobre ele, sinta a falta dele um pouco.
Ela vacilou. — Eu ainda não tenho certeza.
Não é a resposta que ele estava esperando. Onde é que ela pensa em
ir? Não voltaria para o bar de Rowdy. Será que ela tinha outros amigos na
cidade?
Ou ela estava nervosa sobre estar sozinha em casa? Talvez ele

devesse cancelar seus planos e ficar por aqui. — Se você preferir...
— Eu prefiro não ser um incômodo. Vá. Divirta-se. — Com o telefone

na mão, ela se lançou ao seu redor como se procurasse escapar.
Mais uma vez, ele arrastou-a para a cozinha. Felizmente a casa não
era grande, desde que Yvette parecia determinada a fazê-lo persegui-la.
Ela tinha colocado seu telefone em cima da mesa enquanto ela tirava
o saco de lixo da lata. Dane-se se outra mensagem não veio.
Yvette a ignorou, então ele tentou, também. — Você tem alguns

amigos que está indo reencontrar?
— Na verdade, não. Depois que me mudei para longe, eu não fiquei

em contato com qualquer um aqui. — Ela amarrou o saco fechado e
sacudiu para fora outro para substituí-lo.

152
Ela estava deliberadamente evasiva? — Então, para onde você iria

hoje à noite?
— Eu não sei. — Espanando suas mãos, ela evitou seu olhar. — Eu

poderia talvez assistir um filme ou algo assim.
Ele deve definitivamente cancelar esta noite. Ele nunca ouviria o fim
de tudo dos caras, mas ainda assim, a ideia dela sentada em um cinema
sozinha...
Seu telefone tocou.
Eles olharam um para o outro, até que parou.
Cannon levantou uma sobrancelha.
Levantando o saco, ela saiu da cozinha.
Ele parou com uma mão em seu braço. — Vou leva-lo até a garagem.
Ela não soltou. Em um tom muito grosseiro, ela rosnou, — eu sou

mais do que capaz de tirar o lixo.
Retirando as mãos, Cannon juntou-as em súplica. — Me desculpe.
Deixando escapar um suspiro de frustração, ela desviou o olhar.

Depois de três batidas de silêncio, ela recuperou a sua atitude calma. —
Não é um grande negócio, isso é tudo que estou dizendo.
— Bem. Então, me deixe fazer isso.
Indecisão mostrou sua cara feia de novo antes dela empurrar a bolsa
para ele. — Bem. Divirta-se.
— Fraseando, querida. Nunca diga para um lutador ser nocauteado.

— Ele roubou um beijo rápido da boca teimosa, então, assobiou em seu
caminho para a garagem. As coisas que a deixavam espinhosa o divertiam,
e da forma como ela reagia a cada momento ao seu beijo o faz querer
apressar as coisas, apesar de suas boas intenções.
Apressá-las mais do que já estava, porque a sério, ele vem como um

rolo compressor e ele sabia disso. Ele provavelmente deveria pedir
desculpas e explicar que é provável que isso aconteça novamente.

153
A lata na garagem já estava cheia com as embalagens vazias de seus

pacotes adicionais, lembrando-lhe quão difícil isso tudo seria para ela. Ele
colocou o lixo para baixo na lata, recolocou a tampa e se dirigiu de volta.
Ele encontrou Yvette encostada ao balcão, seu telefone na mão

enquanto ela lia uma mensagem.
— Quem continua chamando?
Ela, na verdade, pulou, então, franziu a testa na acusação. — Quando

você disse que iria correr lá fora, eu não sabia que você queria dizer
literalmente.
Observando todas as nuances de sua expressão, Cannon viu não

apenas o temperamento irascível, mas a preocupação também. — Eu não
corri. Você só está distraída. — Ele se aproximou. — Eu realmente gostaria
de saber o que está errado.
Seu telefone soou de novo.
Yvette mordeu o lábio. — Ele diz que está vindo visitar.
Intranquilidade arrepiou sob a pele de Cannon. — Ele quem?
— Heath.
Heath, seu ex. — Quando?
— Eu não sei. Pode ser apenas uma ameaça. — Ela suspirou, em

seguida, tomou uma decisão. — Ele é um pouco obsessivo.
— Sobre você?
— Sobre tudo. É parte de sua personalidade. Ele quer continuar com

as coisas e eu não, então, eu o tenho ignorado.
— Seus telefonemas?
— E seus textos e e-mails e mensagens de Facebook. Provavelmente é

por isso que ele diz que está vindo para cá. Para eu falar com ele. Eu
duvido que ele queira dizer isso. Ele está apenas esperando que eu canse e
responda.
— Ele deixa você nervosa?

154
Ela balançou a cabeça com força. — Eu não tenho medo dele.
— Ok. — Ela era tão defensiva sobre não ter mais medo. — Pega leve.
— Eu só... — Ela colocou o telefone de lado e esfregou as têmporas. —

Eu não quero relembrar o passado. Nós já fizemos isso várias vezes. É
sobre se ele aceita ou não.
— Hey. — Cannon pegou as mãos dela, substituindo-as pelas suas. —

Eu não vou deixar ninguém te machucar.
Ela riu, inclinou-se contra ele e lhe deu um abraço apertado.
Cruzando os braços em torno dela, Cannon tentou não ficar ligado. Ela
queria afeto, não uma ereção.
Foi bom ela ter iniciando o contato desta vez. Esperemos que, como
ele, ela tenha começado a se sentir confortável, como se os três anos de
distância nunca tivessem acontecido.
Ele se sentiria melhor sobre as coisas se soubesse exatamente o que

estava acontecendo entre ela e seu ex. — Por que você terminou com ele?
Ela se moveu contra ele, mas não se afastou. — Eu quebrei as coisas

com Heath pela mesma razão que eu não posso começar nada com você.
— Não estamos começando nada, — ele gentilmente explicou. — Nós

estamos pegando onde paramos.
Em um suave gemido, ela colocou sua testa contra o peito e olhou

para... Bem, talvez a braguilha, mas o mais provável seus próprios pés.
Em um sussurrar, ela disse: — Isso seria o marco zero, porque nunca

houve nada entre nós.
De jeito nenhum ele poderia deixá-la escorregar; havia sido quase

demais para ele compreender até que ele a tinha visto novamente e tudo
tinha chegado correndo de volta. — Eu sei que você já passou por muita
coisa, mas...
— Cannon, — ela sussurrou, interrompendo-o. — Será que você faria

algo para mim?
Em tão pouco tempo, ele estava começando a pensar que faria

qualquer coisa por ela. — Certo.

155
Quando ela se inclinou para trás e olhou para ele, ela usava um
sorriso sincero. —Prometa?
Deus, o que esta mulher fez para ele. — Sim.
— Por favor, vá ver seus amigos. Vá e se divirta. E não se preocupe

comigo. Apenas... Apenas finja que sou outra mulher. Não a mulher que foi
ameaçada e ferida. Não a menina que chorou e se deixou ser uma vítima.
— Ele começou a falar e ela colocou um dedo em sua boca.
E mesmo isso o excitava.
— Não associe cada pensamento de mim com o passado, certo? Você

pode fazer isso por mim?
Por que ela não pedia algo fácil como a lua?
Segurando sua cintura, ele levantou-a e sentou-a sobre o balcão. Ela

agarrou seus ombros para se firmar, e ele se colocou entre as pernas, em
seguida, deslizou as mãos até os quadris magros e aconchegou-se perto,
virilha a virilha, seios no peito. — Eu irei. E eu vou tentar não me
preocupar. Mas, querida, de maneira nenhuma posso pensar em você
como qualquer outra mulher. Goste ou não, você é especial para mim.
Ela tem o olhar — aww — em seus olhos novamente.
Sedução, ele tinha que se manter lembrando. Talvez com Yvette

viesse mais naturalmente do que ele percebia, porque ela com certeza
parecia seduzida.
— Você vai me prometer uma coisa, também?
— Tudo certo.
— Prometa que você vai me dizer se Heath se tornar um problema.
— Eu posso lidar com ele.
Reconhecendo que sim, com um aceno de cabeça, ele disse: —

Prometa-me de qualquer maneira.
— Tudo bem.
— Eu vou manter meu telefone comigo. Chame-me se alguma coisa

assustar você.

156
Ela tocou sua garganta, sua clavícula. — Que tal eu te ligar se eu

realmente achar que há uma ameaça? Depois de eu chamar a polícia. Será
que funciona?
Significava que muitas vezes ela ficava assustada e não estava

confiante sobre seus instintos mais. — Eu devo voltar tarde. Meia-noite,
talvez uma.
Ela fingiu um bocejo. — Eu vou estar a muito tempo na cama até lá.
Cannon poderia dizer que ela estava tramando algo, ele só não sabia o
quê.
— Você poderia me deixar saber quando você chegar em casa, no

entanto. Só assim eu não vou ouvir coisas e achar...
Ele tomou sua boca, longe de ser breve, longe tanto quanto ele queria.
— Eu aviso você.
Um pouco atordoada, ela olhou fixamente para sua boca, em seguida,

sacudiu-se. —Você provavelmente deve parar de fazer isso.
Ele deu-lhe a verdade. — Eu não sei se eu posso.
Seu sorriso cintilou no lugar, e ela o surpreendeu dizendo com

suavidade, — Eu não deveria estar, mas estou meio feliz.
Seu coração deu um salto. Para o inferno com sair. Se ela quisesse...
Pressionando contra seu peito, ela disse: — Agora vá.
Droga. Cannon não lhe disse que ela estava empurrando-o para fora
da porta uma hora mais cedo do que o necessário. Ela alegou que não
poderia haver nada entre eles, mas ela tinha ido toda suave e disposta por
um simples beijo. Ele queria tempo para pensar, e ela parecia como se
quisesse alguma privacidade.
Ele a colocou de volta em seus pés e desceu o corredor para se trocar.

Quando ele voltou, ela estava na mesa da cozinha com papéis espalhados.
— Coisas do seu avô?
Ela assentiu com a cabeça. — Eu não achei que eu precisava com o

que o advogado nos deu, mas lembrei-me que o avô sempre manteve a
papelada no cofre.

157
Por cima do ombro, Cannon viu as receitas amarelas enrugadas e

algumas páginas rasgadas.
— Não está tão organizada como de costume, mas eu posso resolver o

problema. Ele tem três unidades de armazenamento diferentes. Pode levar
algum tempo para passar por tudo e tê-los inventariados.
— Soa como um passeio. — Ele poderia ir com ela, parar para pegar
as coisas que ele achasse necessárias para a segurança da casa, talvez mais
alguns mantimentos, também. Seria um dia inteiro, especialmente se ele
fosse instalar tudo.
— Pensei em algo. — Sorrindo, ela se virou, viu-o em sua calça jeans,

uma camiseta preta em sua mão, e ela parou.
Apreciando a forma como seu rosto ficou rosado e ela respirou mais
fundo, Cannon tomou seu tempo puxando a camiseta.
Quando ele terminou, o queixo subiu. — Eu gosto de correr mais cedo.
— Sim, eu também.
Ela acenou com a mão em seu corpo. — Mas você está saindo de uma
longa viagem e você vai estar fora tarde, então...
— Não se preocupe. Eu dou conta disso.
Ela nivelou uma carranca de preocupação sobre ele. — Você ainda

está machucado e se recuperando da última luta e...
De jeito nenhum ele quer que ela liste seus ferimentos, para
mencionar como ele tinha ferrado, ou como ele poderia ter quase perdido.
— Não é grande coisa.
— Mas se eu acordar antes de você amanhã, eu não quero acordá-lo.
— Que horas você costuma acordar?
Ela apertou sua boca. — Seis?
— Você não sabe? — Ou ela estava fazendo um tempo na esperança

de colocá-lo fora?
— Seis.

158
— Boa. Seis será. Usualmente eu durmo até às cinco e meia. — Na

verdade, ele estava ansioso para dormir durante a sua visita, mas por
Yvette, ele poderia lidar com um pouco menos de sono. — Algo mais?
— Bem... — Ela soltou um suspiro. — Há outra coisa.
—OK.
Outra respiração e ela desabafou: — Eu não gosto disso.
Agora, por que ela estava corando? — Isto?
—Isso... Que eu sou especial para você. — Ela continuou. — Eu sei que
é por razões horríveis, que o que aconteceu parece que nos amarrou
juntos, mas... Eu ainda estou contente de tê-lo como um amigo.
Amigo, o inferno. Ele vai desiludi-la dessa noção muito em breve. Mas
não agora, quando ele estava saindo. — Eu também. — Tão natural quanto
ele conseguia, ele foi até ela e deu um beijo de adeus. — Não deixe de me
chamar de manhã.
— Se você tem certeza...
— Eu tenho. — Mais do que isso, a cada minuto que passava com ela.
E se ele não fosse agora, ele não iria mais, então, ele se virou e saiu.
***
Os minutos, as horas, arrastaram-se em ritmo de caracol até que

Yvette não pudesse mais suportar a sua própria companhia. Ela tentou TV.
Tentou encher o rosto com pipoca, e depois chocolate. Mas estar sozinha
na grande casa vazia a fazia ouvir coisas que não estavam lá. Ela precisava
sair por um tempo, para fazer algo para mantivesse seu cérebro ocupado.
Ela não era burra o suficiente para correr sozinha esta hora da noite, e
como ela disse a Cannon, ela não tinha amigos ao redor. A ideia de ficar
sentada no cinema sozinha não teve um apelo a ela, então, em vez disso ela
decidiu alugar um DVD. Ela empurrou os pés em sandálias e enfiou os
ombros em uma camisa de botão sobre a camiseta. Dentro de um único
minuto ela estava fora da porta, trancando-a firmemente atrás de si.
Era sensato, ela disse a si mesma, que uma mulher sozinha estivesse
nervosa quando saía na rua depois do anoitecer, não importava que postes
altos mantivesse a área bem iluminada. Depois de dirigir em direção à

159
pequena área comercial, ela procurou a loja de aluguel que ela se

lembrava, mas que tinha sido substituída por uma loja de roupas de
segunda mão. Ela seguiu em frente, passando o bar de Rowdy até que,
mais abaixo na estrada, ela encontrou uma loja de vídeo.
Ela estacionou no meio-fio, saiu e trancou a porta do carro, em

seguida, manteve suas chaves apertadas na mão. Ela sabia exatamente
onde encontrar o bastão em sua bolsa e fez questão de digitalizar aos
arredores quando atravessou a rua e entrou na loja correndo um pouco.
A inquietação pulsava sob sua pele, mas ela disse a si mesma para
ignorá-la. Se ela alguma vez quiser superar o passado, ela tem que se
empurrar além dos seus medos ridículos.
Para se dar um momento para descobrir o layout, ela estudou o

interior. Parecia haver apenas homens dentro, cinco deles, sem contar com
o funcionário. Prateleiras empoeiradas prendiam DVDs datados e
separados por gênero na frente da loja. Luzes rodeavam uma porta
traseira, que levavam para outra sala, mas Yvette fez um caminho mais
curto para os filmes de ação à sua esquerda.
Infelizmente, dois homens estavam parados ali, conversando entre si.

Não foi até que chegou mais perto deles que ela se perguntou se eles
estavam fazendo uma transação de droga, dada a estreita conversa
tranquila combinada com seus olhares deslocados.
À procura de algo para capturar seu interesse, Yvette fingiu ignorá-los

enquanto examinava as prateleiras. Eles ficaram quietos, observando-a de
uma forma tão calculada, que ela realmente podia sentir a sua atenção
movendo-se sobre ela. Crescente nervosismo fez com que as suas mãos
ficassem úmidas.
Ansiosa para estar no seu caminho, ela pegou um filme mais velho de
Tom Cruise e se dirigiu para o registro. O atendente era mais jovem, sua
cabeça raspada tatuada, mas foi a maneira como ele sorriu para ela que a
fez querer bater nele.
Controle-se, disse a si mesma. Você está em um lugar público. A porta

da frente está aberta. As pessoas estão na rua...
— Mais alguma coisa? — Ele perguntou com uma sugestão

desdenhosa.

160
Ela pulou ao som de sua voz profunda. — Não, obrigada. — O mais

rápido possível, ela terminou. Não foi até que ele lhe entregou o filme que
ela viu a pilha de DVDs devolvidos por trás dele.
Vídeos de sexo.
Pornôs.
Ela se virou para olhar para aquela maldita porta iluminada no fundo
da sala
Como podia ter sido tão estúpida?
Vendo o seu entendimento, os dois homens olharam para ela.
Ela girou para sair e bateu de cara em um corpo alto e duro. O cara
pegou seu braço para firmá-la. — Hey agora. Suave.
Ela olhou nos olhos castanhos profundos e quis derreter. — Armie.
O choque no rosto poderia tê-la divertido em qualquer outro

momento. — Yvette? — Ainda segurando seu braço, ele olhou ao redor da
sala, o que significa encarando todos os outros clientes.
Todo mundo se virou.
Com voz baixa, perguntou: — O que diabos você está fazendo aqui?
Ela levantou Tom Cruise e viu o tremor em sua mão.
Sua boca achatada com desaprovação. — Você não deveria estar aqui.
— Eu não sabia que...
Ele olhou por cima do próprio ombro, em seguida, de volta para ela.
— Cannon vai virar um elefante
Ela quase engasgou com sua risada. Sério, Cannon era a menor de
suas preocupações. Livrando-se do aperto de Armie, sentindo-se muito
valente agora com a sua presença, Yvette relaxou os músculos contraídos.
— Então, o que você está fazendo aqui?
— Comprar pornô.

161
Agora ela se sufocou. — Não, eu quis dizer... — Ela revirou os olhos.

Armie era um daqueles caras sexualmente ultrajantes, que nenhuma
mulher poderia levar a sério, mas que toda mulher provavelmente se
sentia segura com ele. — Eu pensei que você estava com Cannon hoje à
noite.
— Sim, eu estou. Ele parou para visitar alguns, ah... — Ele esfregou as
costas de sua cabeça, fazendo seu já espetado cabelo loiro mais bagunçado.
— Algumas pessoas locais, então, eu vim na frente para fazer o meu
negócio. — Claramente tentando distraí-la, ele deu um sorriso vergonhoso.
— Eu estou entretendo uma senhora amanhã, que vai à loucura com
alguns recursos visuais.
Yvette cruzou os braços e bateu o pé, e se dane se Armie não se

contorceu. — Então, — disse ela, apertando os olhos. — Cannon está
visitando algumas mulheres?
— Não da maneira que você está dizendo, não. Quero dizer, ele
poderia visita-las dessa forma, porque elas estão com todos os tipos de
vontade, você sabe. Mas ele está se esquivando durante anos.
Do jeito que ele se esquivou dela, anos atrás? — Quem são elas?
Agora que ele tinha confessado parcialmente, ele pulou com os dois
pés. — Dançarinas de topless. Costumavam trabalhar no bar do Rowdy
antes que ele comprasse. Rowdy se livrou do pole e todas, menos uma das
moças, mudaram-se para outro lugar, para que elas pudessem manter os
clientes que elas fizeram trabalhando os seus produtos.
Uau. Yvette não tinha palavras. Apenas... Uau. Por que Cannon estava
visitando-as, se ele não estava interessado? Ela duvidava seriamente que
eles discutiriam o tempo.
Finalmente, quando Armie disse: — Existem cinco delas. — ela

encontrou sua língua.
Cinco? — Maravilhoso. Tenho certeza que elas apreciam sua atenção.

— Ela fez um movimento em torno de Armie e ele, o idiota, acertou o passo
com ela.
— Pronta para ir, né? Não há mais compras a fazer? Tem tudo o que
precisa?
Yvette não respondeu, mas isso só o incentivou.

162
— Você quer ir para o quarto dos fundos? Não? É uma visão. Eles têm
brinquedos pendurados no teto.
A pura surpresa a fez tropeçar e ela parou para olhar para ele. —
Brinquedos?
— Sim, você sabe. Vibradores diferentes em tamanho, alguns

grampos, uma variedade de dil...
— Não! — Ela começou a andar de novo, um pouco mais rápido desta

vez. — Apenas cale-se.
Sorrindo, ele disse, — ok. Mas eu vou levá-la.
Ficou feliz pela companhia depois de ficar abalada, ela ainda disse: —
Você não está se esquecendo do filme pornô?
— Ele não vai a lugar nenhum.
Yvette podia ouvir o riso em cada palavra sua. Ela suspirou.
— Eles têm muito para escolher.
— Eu não sei. Eu fui apenas até a seção de ação.
— Oh, eles têm ação. Ação nua. Ação a três. Ação disciplina-e-
escravidão. Ação traseira. Ação médico-e-enfermeira. Todo tipo de ação
que você poderia pensar.
Ele não podia saber sobre seu passado. Sobre os animais que a tinham
forçado a assistir enquanto tinham filmado uma mulher drogada. Os
cretinos doentes que tinham ameaçado ela...
— Não é tudo assim, você sabe.
Ok, dada a delicadeza do seu tom de voz, talvez ele saiba. Ela deve ter
sido óbvia sem querer ser. Yvette não tinha certeza o que dizer, então, ela
desviou o olhar.
Ele baixou a cabeça em sua linha de visão. — Às vezes—, continuou

ele, agora todo provocações e bobo, as sobrancelhas erguidas, — é
divertido ser apenas sujo.
— Armie.

163
Satisfeito que ele tinha sua atenção novamente, ele se endireitou. —

Sim, boneca?
— Este é o meu carro.
Seu sorriso era tão grande que ele quase a fez sorrir, também. — Não
é possível fazê-la corar, hein?
Cannon a faz corar o tempo todo. Ela deu outro suspiro. — Não sobre
algo tão bobo.
— Então, talvez eu precise tentar mais.
Abriu a porta do carro. — E por que você iria querer fazer isso?
Agora sendo super sério, ele olhou para ela e falou com uma voz
calma, sincera. —Porque Cannon se preocupa com você, e ele é como um
irmão para mim, então, isso significa que eu me importo, também.
Agora ela corou.
E Armie adorou. — Lá vai você, — disse ele em voz baixa. — Cannon

estará aqui ao longo de qualquer segundo, se você quiser esperar.
— Não. — A última coisa que ela queria fazer era entrar em sua noite
fora com seus amigos. Ela tocou o braço de Armie. — Você não tem que
falar para ele que eu...
— Foi alugar um filme na lendária sex shop local? Sim —, disse ele
com uma risada, — Eu definitivamente farei. Verdade, eu não posso
esperar.
Ela olhou, mas isso só divertiu Armie mais. — Idiota.
O insulto enviou as suas sobrancelhas para cima. — Não sei por que
estou surpreendido com o xingamento, — ele murmurou enquanto a
observava entrar em seu carro. — Quero dizer, depois de pegar você na
loja de vídeo pornô, nada deveria ser um choque, certo?
— Adeus, Armie.
Ele sorriu. — Tchau, Yvette.

164
A maneira como ele disse isso, todo doce, provocante e cheio de

maldade, bem, Yvette podia ver por que as senhoras impertinentes o
amavam.
Mas ela estaria disposta a apostar que as senhoras não tão

impertinente foram sorteadas, também. Apenas não ela.
Ela já tinha se apaixonado por Cannon.
E dado o que Cannon tinha dito anteriormente, e que Armie tinha

acabado de confirmar, ela precisava estar ao mesmo nível dele.
Já era ruim o bastante que ela tivesse que ser infeliz.
Não há razão para fazer Cannon dessa forma, também.

165
CAPÍTULO 09
Depois do que Armie disse a ele, Cannon encurtou sua noite. Ainda
era tarde, mas não tão tarde quanto ele tinha imaginado que chegaria. Ele
durou apenas uma hora mais e, em seguida, não conseguiu mais.
Os caras riram quando ele se separou deles, mas ele não se importava.
Com seus sentidos de humor distorcidos, eles encontravam um monte de
merda torcida hilariante. Eles continuaram pelo bairro e ele cortou através
de alguns terrenos vazios para chegar onde tinha estacionado sua
caminhonete.
A viagem para casa o levou para além da casa de penhores, e foi

quando ele viu o cara correndo para longe da porta da frente. Ele teria
estacionado e perseguido, mas o clarão de um fogo o deteve.
Mantendo um olho para fora, para uma emboscada, ele se aproximou

e viu o fogo em um balde de lixo colocado perto da porta da frente.
Provavelmente apenas vandalismo, mas, caramba, o momento era ruim
desde que Yvette tinha apenas decidido reabri-la. Ele o apagou antes que
qualquer dano fosse feito e, em seguida, sabendo que Rowdy ainda estaria
trabalhando no bar, ele o chamou.
Ella respondeu, significando que Avery deve estar em sua pausa.

Quando ela colocou o telefone para baixo para chamar Rowdy, Cannon
podia ouvir o barulho da multidão barulhenta no fundo. A sala lotada.
Cannon odiava incomodá-lo.
Meio minuto depois, Rowdy respondeu com um intuitivo, — O que há

de errado?
— Talvez nada. — Andando ao lado de seu caminhão, mantendo um

olho em alguns jovens na rua, ele disse a Rowdy o que tinha acontecido. —
Eu só convenci Yvette para reabrir o lugar, mas com um fogo maldito... Eu
não sei. Eu não quero que ela se assuste.
— Primeiro, eu vou dar a Logan uma chamada e deixa-lo saber, só

assim ele pode ter alguns oficiais mantendo um olho no lugar. Você pode
querer colocar algumas câmeras, talvez um alarme ou dois.

166
— Sim. Eu vou fazer na casa de qualquer maneira, posso incluir a loja.

— O que significava que Yvette com certeza gostaria de saber sobre o fogo.
— Inferno.
— A segunda coisa, — disse Rowdy, facilmente interpretando sua

maldição, — ela não é feita de porcelana.
— Não, ela não é. — Cannon concordou. — É que realmente me

surpreendeu, o quão forte ela é. Mas a ameaça de um incêndio tem que
bater nela de forma diferente.
— Você estava lá, também, foi ameaçado tanto quanto Yvette e você
não está assustado com um balde de trapos velhos. Não assuma que ela vai
se assustar. A primeira coisa é dizer a ela sobre isso. — Rowdy aconselhou.
— Deixe-a decidir se vale a pena combater algum vandalismo ou se ela
prefere deixar as dores de cabeça para trás.
Era ela deixar ou não ele para trás que estava preocupando com
Cannon. Ele queria uma chance de conhecê-la outra vez, em todos os
sentidos imagináveis.
Ele queria uma chance para cumprir essa fantasia particular.
— Só mais uma coisa. — disse Rowdy.
— Sim?
— Se ela não está com você, isso significa que ela está sozinha?
Porque tanto quanto eu assumo que foi apenas vandalismo, não posso
descontar o passado.
— Penso o mesmo, — Cannon admitiu, que era o ponto crucial de sua

preocupação. — Em todo o tempo que ela não estava aqui, ninguém tinha
incomodado a loja. Eu sei, porque eu verifiquei de vez em quando, quando
estava na cidade.
— Idem, — disse Rowdy.
Não surpreendeu Cannon que Rowdy tinha mantido um olho. Sua

série de protecionismo corria profundamente em seus ossos. — Estou indo
para lá agora.
— Se eu não ouvir de você, eu vou assumir que está tudo bem.

167
— Sim. E, Rowdy? Obrigado. — Cannon colocou o telefone longe

enquanto corria ao redor do capô da caminhonete e entrou. Ele estava a
menos de dez minutos da casa, mas pareceu uma hora.
Quando ele parou na calçada, tudo parecia seguro, com luz suficiente
para guiar um navio. Um pouco da apreensão saiu, mas ele se sentiria
melhor depois que visse Yvette.
Partindo do princípio de que ela estaria na cama, ele silenciosamente

abriu a porta e entrou sem fazer barulho.
— Hey.
Seu olhar se concentrou nela. A luz azul da televisão silenciosa

tomava conta de onde ela estava sentada enrolada no sofá, em uma
camisola branca e calças listradas de pijama de algodão, seu cabelo
trançado sobre um ombro.
— Hey. — Ele fechou e trancou a porta. — Eu pensei que você já

tivesse ido para a cama.
Um ombro nu levantou. — Se você não estiver muito cansado, eu

pensei que talvez pudéssemos... — As palavras caíram e ela desviou o
olhar.
Seu pênis se contorceu em antecipação do que ela dizia. — Eu não

estou nada cansado. — Na verdade, ele estava de repente tão ligado, que
sabia que não seria capaz de dormir.
Respiração a deixou em um suspiro melancólico. — Isso é... Estranho

para mim.
Certificando-se de não sobrecarregá-la, Cannon se juntou a ela no

sofá. — Sou somente eu. Não há razão para se sentir estranha. —
Enquanto ele se sentava ao lado dela, a almofada afundou, rolando seu
quadril mais perto dele.
Tentando ser sutil, ele inclinou-se para encher-se com o cheiro dela,
uma combinação de shampoo, loção e Yvette, quente e doce pra caralho.
Suas calças de pijama eram listradas com cores de doces, longas e

soltas, quase cobrindo os pés pequenos, onde ela tinha-os dobrados ao
lado dela. Mas sua camisola... Senhor.

168
O material elástico branco abraçou seus seios e mostrou seus

mamilos como pequenas sombras. Não tocá-la era impossível, mas ele
dirigiu suas mãos para os ombros. — Você está bem?
Ela assentiu com a cabeça. — Queria dizer que estou. Mas eu não
estou.
Ele não tinha ideia do que ela estava dizendo, mas ele tinha que beijá-
la. Agora. Ele tentou resistir e perdeu. Inclinando-se, ele tocou a boca na
dela, mal encostando, saboreando o momento.
Yvette deslizou seus braços apertados em volta do pescoço e puxou-o

para mais perto.
Um convite irresistível.
Virando a cabeça, ele cutucou os lábios abertos, tomou sua boca com a
língua, e, Deus, ela tinha um gosto bom. Ele pressionou as costas no sofá,
com uma mão curvada em torno de sua nuca, a outra escorregando para a
curva de sua cintura. O tecido não substancial da camisola macia tornava
fácil para ele conseguir a mão por baixo e para a pele mais suave.
Ele acariciou para cima e Yvette puxou para trás. — Uau, eu sinto
muito. — Tremendo, ela afundou no canto do sofá... Longe dele. Com os
olhos arregalados, seus dedos tocaram sua boca.
— Yvette?
Ela balançou a cabeça. — Eu não deveria ter feito isso.
Cannon se controlou. O desconforto tomou precedência sobre a

modéstia, assim, ignorando o olhar fixo, ele ajustou-se em seus jeans. Com
isso feito, ele sentou-se, com um braço ao longo do encosto do sofá quase a
tocando. — OK. Vamos conversar.
— Isso é o que eu queria fazer. Quero dizer, é por isso que eu esperei
acordada.
Portanto, não para o sexo. Droga. — Armie me contou o que

aconteceu.
— O quê? Oh, não. — Rejeitando sua suposição, ela balançou a cabeça.

— Ele me disse que iria. Não é isso que eu quero falar.
— Ele não te aborreceu?

169
— Eu me senti como um idiota por não perceber que tipo de loja de

vídeo era e, com certeza, uma vez que eu percebi me deixou
desconfortável. Havia clientes masculinos lá e eles me encararam. Mas eu
estava prestes a sair quando Armie apareceu.
Desde que ele ainda estava duro, ele não estava com vontade de
provocá-la como Armie tinha feito. — Você assistiu ao filme?
Franzindo a testa, ela disse, — Não é pornografia.
Ele sorriu. — Eu sei.
— Oh. — Ela assentiu com a cabeça. — Eu assisti a maior parte dele.

Eu ouvi você chegando, porém, e desliguei o som. — Dizendo isso, ela
pegou o controle remoto, parou o filme e, em seguida, desligou o aparelho.
— Há outra coisa que eu quero falar.
O zumbido repentino de seu telefone soou obscenamente alto. —

Droga. Desculpe. —Recuperando-o do bolso, ele verificou o identificador
de chamadas. — É Mindi. — Antes que ela pudesse perguntar, ele disse: —
A assistente que trabalha com Whitaker.
— Eu me lembro. — Torcendo para ver o relógio na parede, Yvette fez

nota do tempo e levantou uma sobrancelha.
Supondo que sua única razão para chamar tão tarde seria um convite,
Cannon colocou a mão na coxa de Yvette para mantê-la perto e atendeu a
chamada.
— Eu estava prestes a desligar. — disse ela. — Estou chamando tarde

demais?
— Está tudo bem. Eu ia chamar você de qualquer maneira.
— Diga.
Determinada a manter breve, ele disse, — Estamos mantendo ambas

as propriedades.
— Ambas?
— A casa e a casa de penhores. Compreendo que você estava disposta

a nos ajudar, mas informe o seu comprador que não estamos interessados.

170
— Mas... — Mindi gaguejou antes de o aborrecimento assumir. —

Como isso é possível? Tudo na casa de penhores se foi.
— Yvette tem coisas de seu antigo emprego. — Cannon controlou o

olhar matador de Yvette com uma piscadela. — E aparentemente Tipton
tem coisas que ele tinha guardado, também.
Mindi ficou em silêncio, então murmurou: — Eu não sabia.
— Sim, aparentemente ele encheu várias unidades de

armazenamento. — Quando ela não disse nada, Cannon acrescentou: —
Obrigado mais uma vez. — e começou a desligar.
— Espere. — Ele sentiu sua hesitação antes de finalmente dizer: — Se

você está indo passar por tudo isso... — Ela fez uma pausa para o efeito. —
Eu ficaria feliz em emprestar-lhe uma mão.
Sim, ele tinha acabado de apostar que ela faria. A mão dela, a boca... —
Não, não é um problema, mas obrigado.
— Realmente, Cannon, se você precisar de alguma coisa, qualquer

coisa, me avise.
Cannon esfregou seu polegar em pequenos círculos sobre a coxa de

Yvette. — Vou fazer. Tome cuidado, Mindi. — Ele colocou o telefone na
mesa de café. — Ela queria oferecer sua ajuda.
Yvette bufou. — Okay, certo. Ela queria oferecer-se a si mesma, você

quer dizer.
Desfrutando de seu show de ciúme, Cannon sorriu. — Um pouco

disso, sim. Mas eu rejeitei-a por você.
Ela mordeu o lábio. — Assim como você rejeitou as dançarinas?
Ele teria que chutar o traseiro de Armie mais tarde. — Quer que eu
devolva o filme para você, amanhã?
— Obrigada, sim.
Ele se inclinou para beijá-la. — As mulheres, às vezes, ouvem coisas

acontecendo no bairro. Elas dão informações sobre isso quando elas
podem.

171
— Mais uma vez, — disse ela — esperando que elas possam dar-lhe
mais.
Não há razão para negar. — Às vezes, sim. Mas não é por isso que eu
as visito. Como Armie pode te dizer, eu sou exigente.
Sua boca se curvou. — Não há dançarinas de topless?
Ele rolou um ombro. — Se eu gostasse dela e fosse atraído, também,

eu não teria isso contra ela.
Empinando o queixo, Yvette olhou com descrença. — Bobagem.
Sim, ela o tinha lá. — Ok, então, eu provavelmente gostaria que ela
fizesse algo mais, se eu começasse a ficar sério. Sem a partilha dos bens,
sabe? Mas se fosse em seu passado... — Para provoca-la, ele perguntou: —
Por que você pergunta? Você tem alguns movimentos de dança no pole
que você quer compartilhar?
— Dançar não é o meu forte.
— Elas provavelmente poderiam lhe ensinar. — Ele a olhou,

imaginando. — Eu gosto de assistir as aulas.
Ela deu um soco de leve seu ombro, em seguida, esfregou o local. —

Está ficando tarde e eu estava esperando para acabar com isso.
Isso soou bem sinistro. — Ok. — Será que ela já decidiu voltar para
Cali? Com Heath? Seus olhos se estreitaram. — Seu ex chamou de novo?
Entrelaçando os dedos, ela revirou os olhos e disse: — Várias vezes.
— E?
— Eu escrevi de volta uma vez só para dizer, mais uma vez, que tudo
estava acabado e que não tinha nada para falar.
— Aposto que ele tomou muito bem.
Sua boca se torceu com humor irônico. — Na verdade, ele explodiu

todo o meu Facebook, então, eu disse que não queria ser mais amiga dele.
— Boa jogada.
— Eu conversei com Vanity.

172
Era estranho o quanto ele gostava de estar lá com ela, apenas

conversando, embora parte desse bate-papo fosse sobre seu ex. bundão —
Será que ela vai ser capaz de vir?
— Eu a convidei, então, vamos ver. Mas ela realmente me ligou para

dizer que Heath está postando mais um disparate. Não que eu me importe.
Não temos os mesmos amigos, então, que diferença isso faz?
Ela disse tudo isso como se realmente não se importasse, por isso, por
que Cannon quer encontrar o puto e ensinar-lhe algumas lições de boas
maneiras?
— O que ele disse?
— Um monte de coisas desagradáveis, que não vale a pena repetir. É

só que, bem, o Facebook é aberto ao público, por isso é possível que ele
possa bombardeá-lo com sua conversa fiada.
— Eu vou bloqueado, também.
— Obrigada. — Com uma respiração profunda, ela se aproximou,

estendeu a mão para tocar seu antebraço. — Eu esperei, porque eu queria
falar sobre... Nós.
Sim, ele poderia lidar com isso. — Vá em frente. — Ele esperou, mas
ela parecia estar preparando-se para...
— Eu tenho sido tão injusta com você.
O comentário brusco arremessou Cannon. — Volte novamente?
— Eu me deixei esquecer a verdade das coisas em que eu não deveria

ter. Você é... Bem... — Ela deixou escapar um suspiro, em seguida, olhou-o
nos olhos. — Eu só tenho que dizer.
— Sim, faça.
— Você é uma fantasia para mim. Você sabe que sempre foi.
Duas vezes Cannon começou a falar, mas com ela olhando para ele tão
fervorosamente, ele não tinha ideia do que dizer. Ele se estabeleceu no
sofá. — Até agora eu não vejo o problema.
Felizmente, ele era a sua fantasia, porque ela era sua.

173
— É verdade, ― disse ela, como se ele não tivesse falado, — sendo que
a distância por três anos não mudou isso. A forma como eu me sinto é a
mesma, mas agora estou diferente.
— Mais velha e mais madura. — Não mais fora dos limites.
— É verdade, mas também, eu não posso...
Ele esperou, viu a luta dela, e incentivou-a. — Você não pode o quê?
Ela parecia tão machucada, que o incomodava.
— Aqui. — Ele pegou-a em seu colo e, em seguida, segurou-a lá

quando ela começou a automaticamente se arrastar para sair. — Você não
está confortável?
— Eu estou.
— Eu te assusto?
— Eu já lhe disse que não.
— Então, me deixe ouvir o que é que você não pode fazer.
Ela ficou imóvel, mas manteve-se firme.
Cannon manteve seus braços frouxamente enrolados em torno dela

quando o que ele realmente queria fazer era trazê-la para perto, tão perto
quanto ela podia conseguir. —Incomoda eu segurar você?
— Sim, mas não pela razão que você pensa.
Alisando a mão sobre seu cabelo e, em seguida, para baixo na sua

trança, ele perguntou: — Como é que te incomoda?
— Isso me faz querer ainda mais.
Ele nunca tinha tido um problema com paciência antes. Mas agora
com Yvette, imaginando-a, a paciência estava no limite. Ele queria correr
para a linha de chegada, para que pudessem passar para mais coisas
físicas.
Tal como o sexo.

174
Abrindo a mão na parte inferior das costas, esfregou, acalmando-a. —

Mas você não pode... Por quê?
Cedendo, ela ficou tão perto quanto ele queria, enrolada nele, a cabeça
debaixo do queixo contra seu peito. Em um sussurro atormentado,
explicou ela, — Eu não posso... Terminar.
Sem a menor ideia do que isso significava, Cannon manteve o silêncio.
Ela brincou com o algodão de sua camiseta, os dedos nervosos

arrancando o material e, em seguida, alisando-o. — Algo em mim está
quebrado. Quando eu faço sexo, eu quero dizer.
Pareci como se um punho aterrissou em seu intestino. Cannon se

esqueceu de respirar quando ele desmontou o que ela disse. Em sua
mente, ele percorreu um cenário absurdo após o outro e ainda não
conseguiu.
Ele tentou inclinar o rosto, mas ela se aproximou, escondida, um

pouco desesperada.
Para tranquilizá-la, ele beijou o topo de sua cabeça e abafou uma onda
de ciúme. — Eu quero entender, ok? Então, eu vou fazer algumas
perguntas. Está tudo bem?
Ela assentiu com a cabeça.
— Não se sinta constrangida comigo, ok?
Seu riso era cru, desprovido de humor. — É claro que eu estou

envergonhada. É um problema embaraçoso.
Ele a abraçou mais apertado, seus braços ao redor do seu corpo

esbelto. Ele não conseguia pensar em uma maneira delicada de dizer,
então, ele apenas perguntou. —Você está dizendo que você não pode
gozar?
Ele ouviu a captura de sua respiração, sentiu a forma como ela baixou
o rosto mais. —Sim, isso é o que estou dizendo.
— Durante o sexo?
Um aceno de cabeça.

175
Então, ela estava com algum idiota egoísta? E daí? O que não era o
caso dele. Inferno, ele amava empurrar senhoras sobre a borda, sentindo-
as apertar, ouvindo os sons que elas faziam, como elas respiravam e
gritavam e a forma como elas mudavam.
Com Yvette, sim, ele poderia ficar duro novamente só de pensar em

algo quente.
E falar sobre quente... Ele baixou sua boca para sua testa. — E quanto
a você mesmo?
Uma pausa tensa e longa e então... — Não.
Droga. Visualizou-a tentando.
Seu pequeno punho pegou em suas costelas machucadas. — Pare com

isso, Cannon.
Escondendo seu estremecimento, ele disse: — Não é possível. —

Embora ela resistisse, ele emoldurou seu rosto, trouxe-a e beijou-a
novamente, um beijo assassino que os deixou sem fôlego. E, caramba, ela
não respondeu como uma mulher com problemas. Ela deu a volta, pegou e
apreciou. Talvez não tanto quanto ele fez, mas dado o quanto ele a queria,
não dava pra comparar.
Quando ele parou o beijo, ele a manteve ali, olhando para ele. — Você
podia gozar antes?
Calor se apressou em seu rosto, fazendo seus olhos verdes mais vivos.
— Antes de eu sair daqui? Sim.
O que significava, antes que ela fosse tão abusada pela escória que a
tinha agredido, mostrando coisas que nenhuma jovem deveria ter que ver.
— Mas, desde então?
Ela mordeu o lábio e balançou a cabeça.
Classificando as coisas em sua cabeça, ele lembrou a ela: — Você

gosta de me beijar.
Gentilmente, seus dedos tocaram sua boca. — Beijar não é um

problema para mim. Nem tocar. Eu gosto disso. — Seu olhar se levantou
para o seu. — Muito mais com você.

176
Cannon estava ciente de seu traseiro firme em seu colo, com os seios
pressionados contra aquela camisola fina, seu cheiro e seu calor. Foi a
coisa mais estranha estar tendo esta conversa. Ele tinha que pensar que,
uma vez que ficassem juntos, tudo estaria bem. Ele obliterou suas
preocupações com prazer em brasa.
Mas ele queria que ela soubesse que levava suas preocupações a
sério, que não era só sexo que queria, então, ele se conteve e escutou.
— Isso é o que eu queria explicar-lhe. — Seus dedos passaram de seus

lábios para sua mandíbula, raspando sobre sua sombra de barba. —
Quando eu não posso... Não posso reagir da maneira que deveria, eu não
quero que você pense que reflete em você.
Ela não podia estar falando sério. — Então, se eu conseguir o meu e

você não obter o seu, não seria minha culpa? — Por pura força de vontade,
ele escondeu a incredulidade de sua expressão. — Isso é o que você está
dizendo?
— Eu estou dizendo que eu não consigo... Isso, não importa o quê.

Então, você não teria a culpa. Há apenas algo quebrado em mim.
— Yvette...
— Você precisa entender, para que lá na frente você não se

decepcione.
Então, ela tinha feito em sua mente que eles estariam juntos? Sabendo
que ela atingiria o clímax, porque ele iria garantir isso, ele disse: — Você
nunca poderia me decepcionar.
— Até agora eu decepcionei todo cara com quem eu já estive.
Sim, algo que ele não queria pensar. — Você já me disse que eu sou
diferente.
Seu sorriso era triste e fugaz. — E por causa disso, eu ainda gosto de
estar perto de você, ficar... Com você. Então, se você quiser... — Ela olhou-o
nos olhos. ― Eu estou disposta...
Disposta? Mas não ansiosa. Ela esperava ser um sacrifício.
Dane-se isso.

177
— O que eu não quero, — ela continuou, — é você pensando que se

você tentar duro o suficiente, se você for paciente o suficiente, vai fazer a
diferença. Desculpe-me, mas eu não posso passar por isso, novamente.
Torna-se ainda mais frustrante.
As palavras afundaram. Eu não posso passar por isso novamente. — Me

conte.
Com dois dedos ansiosamente ela brincou com uma mecha de cabelo
solto que tinha escapado da trança. — Eu namorei caras que eram
arrogantes o suficiente para pensar que só tinha de insistir nas coisas um
pouco mais e eu milagrosamente lançar-me-ia em um clímax gritando.
Ele endureceu. — De quantos caras estamos falando?
Defensivamente, ela disse: — Eu estava tentando encontrar um que

iria conseguir!
Ele riu, mas ela com certeza não achou graça.
Insultada, Yvette começou a empurrar fora de seu colo.
Imediatamente ele lamentou a reação dele. — Eu sinto muito. — Ele

segurou, e quando ela continuou a empurrar para sair, ele disse
novamente, — Eu sinto muito! Juro.
Há uma polegada de seu rosto, ela rosnou: — Não é engraçado.
— Não, não é. — Ele passou as mãos para cima e para baixo nos
braços em pedido de desculpas. — Isso foi mais um som de ciúme do que
humor de qualquer maneira.
— Ciúme? Caia na real. — Ainda irritada, ela cutucou seu peito. —

Você é o único que estava com cinco mulheres mais cedo.
Sua sobrancelha subiu. — Não estava com elas. Não diga isso assim.
Eu estava apenas conversando com elas. Não me confunda com Armie.
Em um sussurro chocado, ela perguntou: — Cinco? A sério? Quer

dizer, eu sei que ele vai além, mas...
— Eu estava exagerando.
Um pouco decepcionada, ela disse, — oh.

178
— De volta aos trilhos agora, ok? — Ele a encostou contra ele,

arranjou-a do jeito que ele queria, com ela se aconchegando perto. E ela foi
junto com ele, com a cabeça na curva de seu ombro, suas longas pernas
cobertas sobre o lado de sua coxa.
— Você tentou com esses outros caras, mas não deu certo?
— Nós tivemos sexo. Estava tudo bem. Mas eu não consegui...
— Gozar. — Ele não podia imaginar o que seria percorrer as emoções,

mas nunca encontrar a libertação. — Você contou sobre o seu passado?
— Não. Eu nunca discuti isso com ninguém.
— Nem mesmo Heath?
— Ele sabe apenas o básico, o que foi notícia. Ele sabe que você me
salvou. Mas é isso. — Ela soltou um suspiro. — Eu nunca estive confortável
falando sobre isso com os outros.
Apenas ele. Ele abraçou-a por isso. — Então, eles pensaram... O quê?
— Um cara disse que eu não estava me esforçando o bastante.
Que idiota.
— Outro achou que eu não estava sexualmente atraída por ele.

Decidiu que devia ir com mulheres no lugar. — Sua mão apertou em sua
camisa. — Uns dois não se importaram o suficiente para se preocupar com
isso.
Porra, ouvir isso parecia outro soco. Ele não se ressentiu por ela
buscar o prazer. Ela era jovem, saudável, bonita. Mas agora que ela estava
de volta, agora que ele estava com ela novamente, ele a queria apenas com
ele, e vice-versa. — Mesmo que você não goze, você gosta de sexo em
geral?
— Até certo ponto. Mas fica frustrante. — Ela se inclinou para trás
para vê-lo. — Heath disse que eu deveria pelo menos fingir, fingir por
causa dele, mas eu não poderia fazer isso.
Jesus. — Heath é um idiota do caralho. — Não, ele não queria que ela
fingisse nada. Ele queria o negócio real e ele iria obtê-lo.
Não há dúvidas.

179
— Em sua defesa, ele foi paciente por um tempo muito longo. E ele
tentou, muito mais do que os outros caras fizeram. — Ela torceu o nariz. —
Foi apenas...
Cannon colocou os dedos sobre a boca. Deus Todo Poderoso, a última

coisa que ele queria ouvir era histórias de sexo sobre ela e Heath. — Ele...
Ou qualquer um dos caras... Sabiam que eles estavam em um teste?
— Eu não sei o que você quer dizer.
Tempo para falar de forma mais simples. — Você disse que estava
tentando encontrar um cara que iria fazê-la funcionar.
Ela rolou em seus lábios. — Deus, isso soa tão horrível, não é?
Não, ela parecia desesperada. —Todas as mulheres são diferentes,

doçura. Algumas gozam fácil, outras não. Algumas gostam lento, algumas
gostam de bruto. Talvez você apenas não tenha encontrado o seu caminho
ainda.
Ela ouvia, com os olhos arregalados, o rosto quente.
E se alguém tivesse se dado ao trabalho de realmente descobrir o que

Yvette gostava? Será que ela mesma sabe? Se ela imediatamente assumiu
que ela tinha um problema, talvez ela tenha se focado tanto sobre isso, que
inibiu a si mesma.
— Eu sei que você não discutiu o passado, mas você disse a qualquer
cara que você tinha dificuldade para chegar ao grande final?
Seu pescoço endureceu e ela abaixou-se contra ele, não querendo

encontrar seu olhar. — Não é exatamente uma conversa inicial. Quando
exatamente você acha que eu teria trazido isso?
— Logo depois que ele gozou e você não.
A risada dela não tinha nenhum humor. — Não. Isso teria soado muito
parecido como se estivesse culpando-o.
Porque teria sido, os fodidos egoístas. Um homem deve sempre

assegurar o prazer de uma mulher pela primeira vez. Cannon roçou o
polegar sobre sua bochecha quente, pensando no que ele faria e como ele
faria isso, uma vez que ele a tivesse sob ele...

180
Ela colocou os dedos em torno de seu pulso e puxou sua mão para
baixo. — Entenda, Cannon. Às vezes, eles foram egoístas, mas nem sempre.
Outros foram pacientes e eles tentaram.
Outros que não eram ele, e como Yvette tinha dito, ele era sua
fantasia. Isso tinha que contar para alguma coisa.
Como ela o via sempre tinha contado muito para ele. Quando Yvette
olhava para ele com seus grandes olhos verdes, ele sentia-se com cerca
três metros de altura, e invencível, também.
Ele se perguntou sobre as preliminares, sobre sexo oral, se ela tinha

experimentado em diferentes posições.
Ou ela simplesmente tinha aceitado a crença de que a tragédia tinha

alterado para sempre a vida dela?
Não querendo um relatório tintim por tintim sobre amantes do

passado, ele fez a sua cabeça para fazer a sua própria experiência com ela.
Ele iria descobrir o que ela gostava e não gostava, lentamente,
pacientemente, metodicamente, e no processo ele a conquistaria.
Com essa decisão, ele beijou sua testa, a ponta do nariz, até a sua boca.
— Aqui está o que vamos fazer.

181
CAPÍTULO 10
Yvette ouviu os planos de Cannon, que incluía ficar com ela, namorar
com ela, divertir-se com ela; beijando e tocando e fazendo um ao outro
louco.
Mas nada de sexo.
Ela ficou maravilhada, porque mais uma vez ele a surpreendeu.
— Eu não entendo, — disse ela. — Eu pensei que você queria...
— Isso mesmo. Mas eu não sou uma pessoa egoísta.
— Eu já sei disso.
— Então, você deve saber que eu não quero fazer coisas que vou
desfrutar de um inferno de muito mais do que você vai.
Isso significava que ele iria ter seu prazer em outro lugar? Com uma
mulher que seria menos problemática?
— Você gosta de me beijar. — disse ele. — Eu acho que você vai

gostar de me tocar também, mas não esta noite. Nós dois estamos
cansados. Vamos facilitar o contato.
— Você está me tocando, agora. — ela sentiu-se compelida a apontar.
Sua boca levantou em um sorriso arrogante. — Não, eu quis dizer

tocar nu. Em seus seios e mamilos, sua bunda e entre as pernas.
Sua mandíbula soltou. Tal discurso estrondoso... Bem, ele elevou sua
temperatura e colocou seu coração acelerado. — Eu, ah, vejo...
Sorrindo de orelha a orelha, transformou-se num lobo, ele trouxe seu

rosto perto do dela para que ela sentisse sua respiração quente quando ele
sussurrou — Eu prometo que você vai adorar quando eu tocá-la.
Ela acreditou nele. Mas... — Será que apenas não nos frustraremos?
— Sim. — Sua boca se moveu sobre a dela, sua língua tocou, brincou,
se retirou. —Vai ser como no ano de calouro, tudo de novo.

182
Ela havia passado seu primeiro ano morrendo por ele, e ele mal a
tinha notado. —Você realmente acha que vai ser o suficiente?
Outro beijo, um pouco mais profundo, definitivamente mais quente.

Ele se acalmou, mas apenas até a sua garganta, onde ele murmurou contra
sua pele, — Eu gosto de estar com você. — Então, ele abriu a boca, sugou
gentilmente, e fez seus dedos dos pés se enrolaram.
— Para... — Yvette engoliu a seco. Quando Cannon fez isso - oh, e isso
- para ela, se tornou difícil. Ela afundou os dedos em seu cabelo escuro. —
Por quanto tempo?
— Eu vou deixar você saber se eu começar a rachar. — Sua boca

úmida se moveu sobre ela, deixando um rastro de formigamento de sua
garganta a sua clavícula, ao oco sensível de seu ombro. — Você sempre
teve um gosto tão bom?
Ela deixou a cabeça cair para trás. — Eu não sei.
— Eu aposto que sim. — Ele deu uma mordida de amor suave no

músculo do seu ombro, fazendo-a ofegar quando ele acalmou-a com sua
língua quente. — Eu aposto que você é doce por toda parte.
Levou um segundo para compreender o que ele tinha dito. Uma vez
que ela fez, sensação se espalhou como um incêndio florestal. — Cannon.
— Yvette. — Ele beijou o queixo, o nariz e sua boca, novamente. De

pé, ele pegou suas mãos. — Sabe o que eu quero fazer?
Seus joelhos sentia-se como macarrão e ela se agarrou a ele para o

equilíbrio. — Você não foi tímido sobre dizer-me!
Rindo, ele a puxou para cima e sobre o ombro, em seguida, começou a

descer o corredor.
De sua posição vergonhosa, ela assistiu os músculos mudando em seu

bumbum firme. — Cannon!
— Talvez um pouco de tocar. — disse ele enquanto sua mão se moveu

sobre ela na parte de trás.
O material de algodão fino de suas calças de pijama não fez nada para
diminuir o calor de sua palma da mão ou as pontas dos dedos explorando,
especialmente quando ele fez o contorno de sua calcinha fio dental.

183
— Lindo. — ele sussurrou, e a beijou no quadril.
Apoiando as mãos contra as costas, Yvette disse: — O que estamos

fazendo?
Ele virou para o quarto dela. — Chamamos de dormir, portanto, não

fique animada.
Muito tarde. Ela estava animada desde o seu primeiro beijo. —

Entendo. — Decepção brotou, mas ela manteve-a para si.
Com uma mão ele puxou de volta seu edredom, depositou-a

gentilmente contra os lençóis, em seguida, sentou-se no lado do colchão.
Por um momento atordoado ela ficou apenas lá, mas quando ele se
inclinou para desamarrar os tênis, ela saiu em disparada em uma posição
sentada.
— Cannon? — Ela disse novamente, desta vez com a confusão.
Retirando cada sapato e tirando as meias, colocou-as ao lado de sua

mesa de cabeceira. — Eu vou dormir com você, ok? — Não esperando por
ela para negar, ele chegou para trás e puxou a camiseta sobre a cabeça. Ela
caiu sobre uma cadeira.
Yvette olhou. Como um lutador, ele estava tão fisicamente apto e

francamente perfeito, que não era de admirar que uma queimadura lenta
começasse em sua barriga.
Especialmente quando suas mãos foram para o botão da calça jeans.
Ela sentia como se devesse fazer algo... Mover-se, falar. Encorajar.
Tudo o que ela conseguiu foi uma respiração pesada.
Empurrando seu jeans para baixo, mas ficando em suas boxer azul
escura, ele sorriu para ela. — Apenas dormir.
Certo. Não haveria nenhum apenas e não com um homem como

Cannon.
Ela ainda estava sentada lá sem palavras quando disse: — Ok.
Em seus boxers.

184
Mostrando toda essa carne maravilhosa. Esses músculos trabalhados.

E o cheiro dele...
Ela fugiu.
Ele estendeu-se de frente para ela, um braço atrás da cabeça, o outro

toca em sua face. — Então, como você dorme?
— Sozinha.
— Não essa noite. Ou amanhã. Ou... Eu acho que não importa quanto
tempo você me deixar ficar.
Para sempre. Não, ela não poderia dizer isso. Eventualmente ele iria
querer algo que ela não poderia dar. Quando afundasse que ela não era
muito divertida de ir para cama, então, ele estaria feito. Mas até lá... —
Geralmente de lado.
— Esquerda ou direita?
Seu coração batia muito rápido e sua boca estava seca, mas ela não
era um manequim. Ela não estava disposta a deixar passar a melhor oferta
de sua vida. Como ela disse a ele, ele era sua fantasia.
E ele queria dormir com ela, abraça-la durante toda a noite.
— Que tal assim? — Lentamente, Yvette deitou-se, em seguida,

enrolou-se contra ele, com a cabeça na dobra do braço, a mão descansando
protetoramente em suas costelas machucadas. E, oh, Deus, me sentia bem.
— Esta tudo bem?
Sua voz ficou rouca e profunda. — Melhor do que bem. — Ele a puxou
para mais perto, beijou a cabeça e estendeu o outro braço para apagar a
luz.
A escuridão os envolveu, fazendo tudo parecer mais íntimo.
Cannon arrastou as pontas dos dedos para cima e para baixo no seu
braço nu. — Eu quase me esqueci de te dizer. Houve uma tentativa de
vandalismo na casa de penhores.
Ela tentou levantar-se para vê-lo, mas ele disse, — shh. Sem danos.
Apenas uma criança sendo um idiota. Eu corri com ele.

185
Prevendo pichações nas paredes, ela suspirou. — Eu acho que com ela
estando vazia, era previsto.
— Provavelmente. Então, eu estava pensando que a nossa prioridade

deve ser a colocação de mais luzes e talvez um sistema de alarme.
Apreciando a novidade da conversa na cama enquanto abraçava o

corpo duro de Cannon, ela deu-lhe um pensamento rápido. — Vovô deixou
algum dinheiro. Poderíamos usar...
— Eu tenho.
Confortável como ela estava, ela sabia que tinha de tomar uma
posição. — Se nós não estamos usando o dinheiro que nos resta, então, eu
vou ter que insistir em pagar a minha metade.
Ele se acalmou, mas não por muito tempo. — Eu acho que você tem
um ponto. Nós provavelmente precisamos nos sentar e passar por cima de
tudo que Tipton deixou. Veja quais são as nossas opções.
— Obrigada.
Sua mão continuou a deslizar para cima e para baixo no braço dela em
uma carícia suave. — Yvette?
— Hmm?
— Nós vamos resolver isso. Tudo. A casa. A loja. — Ele se mexeu,

puxou-a por cima da sua coxa e se estabeleceram mais confortavelmente.
— Nós.
Ela entendeu tudo então.
Cannon tinha vindo em seu socorro no passado; ele queria salvá-la

novamente. Velhos hábitos, ao que parecia, eram difíceis de quebrar.
Ela deu um pequeno aceno de cabeça, e sussurrou: — Tudo bem, — e

fez o seu melhor para esconder a decepção, com ela mesma.
Aparentemente, três anos realmente não tinham mudado nada, afinal.
***

186
Impressionante a rapidez com que você poderia se acostumar com

algo. Fazia apenas cinco dias, mas ela e Cannon tinha rapidamente
começado uma rotina constante.
Eles corriam juntos no período da manhã, em seguida, muitas vezes,

se separavam para a tarde, embora, por vezes, se encontravam para
almoçar no bar do Rowdy. Ele fazia suas coisas, ela fazia as dela, então, se
encontravam novamente à noite.
E dormiam juntos todas as noites.
Ela adorou. Mas tanta proximidade a mantinha no limite. Talvez a ele,

também. Ambos ficavam tão ocupados quanto possível durante o dia.
Cannon tinha trabalhado na mudança de alguns dos recursos de

segurança em casa e adicionou outros para a casa de penhores. Uma vez
que estava feito, ele e Armie tinham montado um mini ginásio no porão.
Sua resistência estava alta. Ele nunca parecia cansado, tinha energia
ilimitada e era a pessoa mais dedicada que ela já tinha conhecido. Apesar
de ingerir fast food às vezes, ele estava preso a um programa de dieta e
exercício saudável, tanto no centro de recreação com os outros caras como
em casa.
Na verdade, havia algumas manhãs quando ele levantava da cama e

suava no porão antes de ela sequer despertar.
Embora Cannon parecesse estar lidando com as coisas muito bem, a

novidade de tudo isso a mantinha um pouco fora de equilíbrio. Tomar
banho com Cannon em casa. Ao vê-lo em suas boxers de manhã quando ele
saía da cama. Observando-o se barbear. Ao vê-lo suar quando ele fazia um
treino duro.
Cada noite eles jantavam juntos, então, se distraíam à noite com um

filme ou jogos em seu Wii.
Até que ele a levava para a cama.
Dormir.
Oh, ele a tocava. Muito. Beijava-a, também.
Mas não o tipo de tocar que ele tinha insinuado.

187
Nunca antes tinha desfrutado desse tipo de familiaridade confortável,

mas carregada com um homem. Com Cannon ao redor, fazendo novas
memórias, as velhas lembranças não tiveram chance de se intrometer.
Um texto soou em seu telefone. Ela olhou para ele, mas era Heath.
Mais uma vez. Cannon sabia que seu ex ainda estava incomodando e ele
não gostou, mas ela disse-lhe que estava lidando com isso, e ela faria. Ao
invés de responder o texto de Heath, Yvette apenas empurrou o telefone
no bolso e se dirigiu para a garagem.
Às cinco horas, com o sol alto no céu, sem uma nuvem à vista, o calor
era suficiente para manter a maioria das pessoas dentro de casa. Na
garagem era ainda pior, então, ela lutou até a velha pesada porta, na
esperança de pegar uma brisa perdida.
Para ajudar a evitar ficar louca, ela tinha trabalhado seu caminho
através de muitas das coisas que seu avô tinha guardado. Até agora,
inventariara o conteúdo de duas unidades de armazenamento e só restava
mais uma. Ela encontrou um método para seu estilo organizacional,
percebendo que as coisas grandes e volumosas estavam em uma unidade,
itens caros em outra instalação mais cara, mas também mais segura.
Ela não podia esperar para ver o que ele tinha colocado no último.
Mas apenas uma hora atrás, várias caixas tinham chegado de Vanity.
Yvette queria saber exatamente o que ela tinha antes de se organizar, para
garantir que ela não tenha que mover as coisas muitas vezes. As caixas de
Vanity eram de bom tamanho, mas ela assumiu que sabia o que eram
alguns itens, joias menores, bugigangas, jogos, esse tipo de coisa.
Foi quando ela estava abrindo caixas na garagem, que ela notou a
nova escada dobrável sobre o teto da garagem. Huh. Ela não se lembrava
de ter visto isso antes. Uma corda pendurada da escada, presumivelmente
para puxá-la para baixo e dar acesso ao sótão da garagem. Mas ela não
podia alcançá-la.
Ela estava ali de pé, olhando para a escada, quando o telefone tocou.
Novamente era Heath.
Cansada dos jogos, Yvette pegou o telefone e disse a título de

cumprimento, — o quê é?
Silêncio cumprimentou-a.

188
Bem. Ele queria fazer beicinho? Ele poderia fazer isso sozinho. — Eu
vou desligar agora.
— Não. — A voz de Heath, grossa, gritou para ela. — Não.
— Você tem que parar de me chamar, Heath.
— Eu não posso.
Sua respiração irregular roubou um pouco da sua raiva. Ela tinha

saído com esse homem há meses, ela tinha sido tão íntima com ele como
ela era capaz de ser, de algum modo o nível de compaixão permanecer. —
Você está bem?
— Venha para casa, Yvette.
Seus ombros caíram, aliviados. Obviamente, ele não tinha deixado a

Califórnia como tinha prometido, ou ele não iria querer que ela voltasse
para lá. Ela sabia que a melhor coisa que podia fazer por ele era fazê-lo
entender que as coisas acabaram. Gentilmente, mas com insistência firme,
ela disse, — eu não posso.
Derrota deixou o seu tom, substituída por uma explosão

surpreendente de raiva. — Ou você não quer?
Estava tão cansada da sua ira, de seu humor balançando da adoração

ao ódio. — Ambos. Mas, Heath, não importa. — Tão calmamente quanto
pôde, ela colocou para ele. — Mesmo que eu estivesse lá, não estávamos
mais juntos. Nós nunca estaremos juntos novamente. Por favor, acredite
em mim. Acabou.
Uma risada assustadora soou através do telefone. — Você pode ser

essa puta, às vezes.
— Heath.
— Será que o seu novo namorado sabe disso? Será que ele sabe que
você é uma péssima mentirosa? Será que ele percebe que seu coração é tão
foda congelado que tudo que você faz é ficar lá e...
Respirando com dificuldade, sua compaixão foi embora, Yvette

desligou o telefone. Tremendo toda, ela queria muito jogar o telefone, mas
que bom seria fazer isso?
— O que foi isso?

189
Ao som da voz de Cannon, ela gritou e pulou de um pé. Quando ela se

virou, Cannon estava lá na porta da garagem aberta, seu olhar muito
astuto.
— Querido Deus, você me assustou.
Ele não se moveu em direção a ela. — Isso foi Heath?
Expulsando um grande fôlego, ela balançou a cabeça. — Sim. Ele

estava... Infeliz. —Ela quase bufou de si mesma. Tal eufemismo.
— Quantas pessoas têm o seu número?
— Não muitas. Vocês. Vanity. — Ela fez uma careta. — Heath.
— Vamos pegar um telefone novo e um novo número.
Desde que ele não veio para ela, ela sentiu que seu humor era incerto.
Sempre, a cada momento, Cannon saudou-a com beijos suaves e sorrisos.
— Eu posso apenas bloqueá-lo.
Suspeita iluminou seus olhos azuis. — Então, por que não fez?—
— Ele não era tão desagradável antes.
— E você sente pena dele?
Mais como culpa, mas não mais. Suor reuniu entre os seios e na parte
baixa das costas. Cabelos soltos de sua trança presa às têmporas.
Cannon estava praticamente da mesma forma, a camiseta marcava a

sua pele em vários lugares, o seu brilhante cabelo escuro molhado de suor.
Colocando o telefone de lado, Yvette puxou sua camiseta, deixando

um pouco de ar entrar por baixo. — Será que você consegue se exercitar
com este calor?
Sua atenção se aguçou quando ele a olhou. — Não. — Ele tirou sua
camiseta e usou-a para passar sobre o peito. — Eu costumo tomar banho
no centro de recreação, mas estava lotado hoje, então, eu preferi tomar
banho aqui em vez disso.
Apesar do ataque recente de Heath, um sorriso puxou sua boca. —

Mais caras estão aparecendo porque você está lá.

190
— Sim. — Ele caminhou para mais perto, seu olhar fixo no dela. —
Armie diz que eu sou bom para os negócios. Eu acho que ele inscreveu dez
novos caras, hoje.
Do que ela entendia, quanto mais devotos de MMA se inscreverem,

mais programas poderiam oferecer as crianças em risco no bairro.
— Isso é bom.
Focada nela, ele se aproximou.
Ela tentou puxar seu olhar para longe, mas não conseguiu. —
Cannon...
Ele parou na frente dela, conferindo tudo sobre ela, especialmente em

sua camiseta, onde marcava seus seios. — Está quente como o inferno
aqui.
Olhando para ele, de repente sem fôlego, ela sussurrou: — Não há

circulação de ar.
Com um toque de temor, Cannon arrastou as pontas dos dedos

ásperos em sua garganta, e para trás sobre sua parte superior do tórax, em
seguida, brincou abaixo, em seu decote. — Como você pode parecer sexy
pra caralho, mesmo agora?
Ele raramente amaldiçoava na frente dela, e ouvi-lo agora com sua

voz grossa a sacudiu. — Eu não. Estou uma bagunça.
— Não. — Ele se inclinou para abrir a boca em sua garganta, seus

lábios persistentes contra sua pele quente e úmida. Uma mão aberta em
sua cintura, e em seguida, lentamente, tão maldita lentamente, moveu-se
sob sua camiseta e para cima, até que ele cobriu seu peito.
Ambos imóveis, Yvette respirando pesadamente, Cannon roncando

suavemente.
Um ar quente e úmido, ardente, pesava em torno deles. Fora da

garagem, um pássaro piava. Em algum lugar próximo ouvia-se a porta de
um carro fechando.
Com o rosto ainda contra sua garganta, Cannon moveu seu polegar
para cima e sobre o mamilo.

191
— Espero não estar me intrometendo, — disse uma voz feminina

divertida.
Yvette tentou se afastar, mas Cannon manteve imóvel por um

instante, depois se virou, colocando-a atrás dele.
— Hey, — ele disse a sua visitante. — Não estava esperando você.
Yvette espiou sobre o ombro nu de Cannon e viu a assistente do

advogado. Apesar da onda de calor, ela estava com maquiagem completa,
incluindo os lábios vermelhos brilhantes. Debaixo de uma blusa azul de
seda, sem mangas, saia feita sob medida e sandálias de salto alto, ela
parecia fresca e chique.
E mesmo com Yvette olhando para ela, ela olhava com interesse a
parte superior do corpo nu de Cannon.
Depois de uma lambida lenta de seus lábios brilhantes, ela murmurou,

— você se curou muito bem, embora eu ainda possa ver algumas
contusões desbotada.
O cabelo de Yvette quase ficou em pé. Mindi já tinha visto Cannon sem
camisa? Já esteve com ela?
— Você deveria ter visto como estava isso antes. — Cannon disse a
ela, aliviando a preocupação de Yvette, mesmo sem saber. — Eu estava
muito colorido por um tempo. Mas sim, eu curo rápido. — Ele inclinou a
cabeça. — Então, como vai?
— Desculpa Cannon, mas você não retornou minha ligação.
Outra chamada? Yvette deu a volta em frente a ele.
Mindi deslizou seu olhar sobre ela, absorvendo todo o suor e poeira
com desdém mal velada. — Senhorita Sweeny.
Tentando não parecer territorial, não importa como ela se sentia,

Yvette disse,
— Senhorita Jarrett.
Mudando de tática, a mulher colocou um rosto simpático e

cantarolou:
— Como você está querida?

192
O tom humilhante que significava “pobre menina perdida” cortou

direito através de Yvette, deixando uma amostra de dor em seu rastro. —
O que você quer dizer? — O quanto do seu passado a assistente sabe?
— Você perdeu seu avô, mudou-se... Eu tenho certeza que tem sido
difícil.
O tremor interno se acalmou e a constrição deixou seus pulmões.

Então, sua fachada de simpatia não era sobre o passado, mas do presente.
— Estamos bem, obrigada. — Ela ressaltou a palavra nós.
Ainda com pena exagerada, uma mão ao peito, Mindi perguntou: —

Não há maus momentos?
Com a indignação crescente, Yvette endureceu. — Com licença?
— Estar de volta aqui, nesta casa? Eu entendo que você sofreu um

trauma grave.
Oh, Deus. Cannon tinha lhe contado tudo? Seu coração despencou e
traição doente levantou-se para queimar a garganta.
— Eu não sei os detalhes, é claro, mas seu avô deu uma pista...
— O quê? O que ele te disse? — Ela se recusou a acreditar que seu avô
tenha discutido algo com essa mulher.
— Oh, querida, — ela sussurrou. — Eu não queria incomodá-la.
Colocando as mãos em seus ombros, Cannon perguntou: — O que

podemos fazer por você, Mindi?
Irritada, Yvette não poderia perder como familiarmente se dirigiam

um ao outro. Ela era senhorita Sweeny, mas ele era simplesmente Cannon.
— Nós deveríamos conversar. — Mindi pisou dentro da garagem,

deixando o sol atrás dela para fazer um halo brilhante de seu cabelo loiro
pálido e sua figura bem torneada.
Yvette não gostava dela, mas não tanto quanto ela não gostava da
situação.
Ela não seria uma pessoa fraca.

193
Levantando o queixo, ela enfrentou Mindi. — O que há para falar? O

Sr. Whitaker enviou você aqui por uma razão? — Não, ela pensou. Lide com
isso.
O sorriso de Mindi endureceu. — Frank sabe que estou aqui, se é isso

que você quer dizer. — Ela se virou para Cannon. — Você não ligou de
volta.
— Não há nada mais para falar, — disse Cannon, suas mãos agora
massageando os ombros de Yvette. — Nós vamos ficar.
Mindi abanou a mão na frente do rosto, tentando agitar o ar pesado.

— Mas eu expliquei que meu amigo tinha elevado sua oferta.
— Não muda nada, — disse Cannon.
Outra oferta? Isso era novidade para Yvette. Quantas vezes tinha
Mindi o chamado? Não que isso importasse, Cannon estava certo sobre
isso. Quanto mais tempo ela permanecia, mais ela queria que fosse para
sempre.
— Você não ouviu a oferta, — disse Mindi, agora arrastando as pontas

dos dedos bem cuidados ao longo das muitas caixas em destaques na
garagem.
Yvette escondeu as mãos atrás dela, até que ela percebeu que as
colocou direto sobre a braguilha de Cannon. Sua única reação foi apertar
seu domínio sobre seus ombros.
Corando, ela puxou-as para frente novamente, curvando as mãos para

esconder as unhas curtas. — Eu não estou vendendo.
Sorrindo, Cannon repetiu: — Nós não estamos vendendo.
O doce aroma do perfume caro de Mindi dissipava na garagem

mofada. — Você percebe que ficar aqui, nesta casa, não requer que você
mantenha a casa de penhores. — Quando Mindi disse, ela olhou para
Yvette. — Você tem uma grande carreira, que deixa pouco tempo para
distrações sem importância.
Obtendo a mensagem não tão sutil que ela era uma distração sem
importância, Yvette brilhou com raiva. — Vou administrar a loja.

194
— E você pode comprar a parte de Cannon? — Mindi levantou uma

tampa de caixa de espreitar para dentro, mas o plástico escondeu o
conteúdo. — Porque eu sei que metade de tudo é dele.
— O que é meu, — Cannon disse com firmeza, pisando em torno de

Yvette para fechar a caixa novamente, — não é nenhum do seu negócio.
Ambas as mulheres olharam para ele. Surpreendeu Yvette que ele

pudesse dizer algo tão insultuoso, sem qualquer sinal de raiva. Ele soou
quase educado, como se ele tivesse dado à mulher um elogio.
É claro que ela sabia que ele tinha uma reputação de fazer amizade
com todas as mulheres que ele conhecia, mas ela nunca o tinha visto em
ação antes.
— É verdade, é claro. — A boca de Mindi franziu e aborrecimento

estreitou em seus olhos. — Me desculpe se eu estou ultrapassando, mas...
— Está tudo bem, — Cannon cortou, em seguida, acrescentou, —

contanto que você pare agora.
Um silêncio palpável pulsava no ar.
Mindi sorriu. — Sim, claro. Peço desculpas. —Em vez de se retirar, ela
andou na garagem desordenada. — Então, o que é tudo isso?
Sabendo que Mindi se dirigia a Cannon, não parou Yvette de

responder. —É inventário para a loja.
— Sobras de Tipton? — Ela olhou para a caixa mais próxima a ela. —

Você encontrou alguma coisa interessante?
— Muito disso veio de um negócio que eu tinha.
— Oh. — Ela fechou a caixa. —Você não passou por unidades de

armazenamento de Tipton ainda?
Não gostando da curiosidade, ou a maneira familiar que ela usou o

nome de seu avô, Yvette ficou muda.
Cannon preencheu o silêncio, dizendo vagamente: — Uma coisa de

cada vez.
— Entendo. — Ela sorriu para Cannon. — Bem, eu deveria ir agora. Se

você mudar de ideia sobre qualquer coisa, por favor, me avise.

195
Cannon mudou-se para o lado dela e tomou-lhe o braço. — Eu vou

leva-la para fora.
Oh, agora espere um minuto! Yvette quis protestar, mas Cannon olhou
por cima do ombro para ela. — Volto logo.

196
CAPÍTULO 11
De tudo... Mais do que um pouco furiosa por ter sido dispensada,

Yvette passou pela porta interior para dentro da casa, mas resistiu ao
impulso de batê-la fechada. Ela não queria Mindi sabendo que ela estava
incomodada.
Optando por não esperar Cannon terminar a sua conversa particular,

ela entrou em seu quarto, trancou a porta, em seguida, foi para o banheiro
para uma ducha fria.
Ele poderia falar com Mindi durante o tempo que ele quisesse. Ela não
se importava.
Ou melhor, ela não queria se importar. Caramba.
Sabendo que ela nunca pareceria tão elegante quanto Mindi, ela nem
sequer tentava. Depois de secar-se, ela passou loção, desfez a trança no
longo cabelo e vestiu-se com uma camiseta e shorts.
Quando ela saiu do quarto, ela encontrou Cannon na cozinha, também

de banho recém tomado e vestido com shorts e uma camiseta. Ambos
estavam com os pés descalços. Mas era aí que as semelhanças terminavam.
Ao contrário de sua camiseta que caía solta em torno de seu corpo,

seu torso musculoso ajustava a sua com perfeição.
Considerando que seus shorts eram curtíssimos, seus shorts cargo

caíam pelos joelhos.
Com a trança desfeita, seu cabelo caía em longas ondas. Ele penteou
com os dedos o cabelo preto molhado, deixando-o amassado.
Dada à forma como sua mandíbula parecia suave, ele poderia ter
raspado.
Enquanto ele picava uma cebola, ela observava o movimento dos

músculos em suas costas e ombros. Era seriamente injusto que qualquer
homem pudesse parecer tão bom.

197
— Venha, — disse ele. — Eu vou ter o jantar pronto em poucos

minutos.
Yvette foi para a geladeira pegar uma Coca-Cola, mas quando ela viu
seu grande jarro de chá gelado sem açúcar, ela preferiu.
Seus bons hábitos eram contagiantes.
— Me de um copo, também, sim?
— Claro. — Tentando uma nota de diplomacia, ela perguntou: —

Então. O que você e Mindi tem para falar?
— Disse-lhe que eu tinha que renegar a sua oferta, isso é tudo. — Ele
usou a borda da faca de açougueiro para empurrar as cebolas fora da placa
de corte e em uma frigideira quente com azeite de oliva.
— Uh-huh.— Dando-se um minuto para pensar, ela serviu o chá, pôs o

seu ao lado dele e tomou um longo gole do seu próprio. — Renegar a sua
oferta para quê, exatamente? — Ele disse a ela que não iria ver mais
ninguém, a menos que eles tinham algum negócio importante a discutir
que...
— Sexo.
Engasgando, ela colocou as costas da mão na boca e ofegou por ar.
Cannon olhou em sua direção. — Você está bem?
Balançando a cabeça duramente, ela fez um gesto para ele continuar.
— Ela bateu em mim no escritório do Whitaker quando voltei para

casa.
Finalmente, capaz de ter uma respiração estrangulada, ela murmurou,

— No escritório do Advogado?
— Sim. Whitaker teve que sair para tribunal, estávamos sozinhos, ela
estava interessada e não me importo de dizer isso. — Ele ergueu um
ombro em desinteresse. — Eu recusei a oferta, porém, porque, bem, você
sabe, eu estava muito machucado, e a ideia de Tipton me deixando metade
do seu material realmente me jogou fora do passo. Então, eu me encontrei
com você novamente e... — Seu olhar mergulhou em cima dela, fixando por
um momento sobre as coxas. — Não estou interessado em Mindi.

198
Inchando com ressentimento, Yvette arremessou o copo sobre a

mesa. — Ela ainda está interessada.
Ele lhe deu um sorriso. — Sim, eu sei. Ela disse que sim. Entendi tudo
quando tentou me agarrar e fazer coisas ali mesmo na calçada.
Magoada e furiosa, Yvette olhou para ele. Orgulho assumiu. — Eu

espero que você não a tenha recusado por minha causa.
— Você sabe que eu fiz.
Lutando mais do que Cannon, ela disse: — Eu disse que não podia...
— Eu me lembro do que você disse. — Ele começou a cortar um

tomate. — Você disse que ia tentar.
Será que ele quer que ela faça isso? Agora? E se assim for, por que ele
parece tão sucinto quando disse?
Seu coração sentia-se muito pesado para ficar em seu peito. — Sim.
Mas isso foi quase uma semana atrás.
—Você mudou de ideia?
Ressentindo-se do que ela tinha para oferecer novamente, ela ergueu

o queixo. — Não.
— Bom, porque eu só quero você.
Então, por que ele ainda está esperando? — Você tem certeza disso?
Ele riu. — Positivo. Então, por que eu mexeria com Mindi?
Talvez porque Mindi não tem nenhum problema?
— Eu não faria isso, — disse ele, respondendo à sua própria pergunta.

— Mas, aparentemente, ela não pegou isso ainda, então, agora parecia um
bom momento para esclarecer as coisas. Eu não vejo nenhuma razão para
ser cruel sobre isso, especialmente depois que deixei-a pensar que eu
poderia estar disposto. Antes de você.
— Então, você explicou a ela?
Ele assentiu. — Ela entende, agora.

199
Sim, claro que ela fez.
O silêncio se estendeu para fora até que Yvette se sentiu compelida a

dizer alguma coisa. — O que posso fazer para ajudar?
— Com Mindi? Eu cuidei dela.
Ela rangeu os dentes. — Com o jantar.
Mal suprimindo seu humor, Cannon ergueu um sorriso. — Oh, certo.

Peguei você.
Caramba. Estava quente demais para cozinhar e ela não estava com
vontade de ser provocada. — Esqueça isso. — Ela colocou o copo vazio na
pia e teria saído, mas Cannon antecipou seu temperamento envolvendo
aqueles braços fortes ao seu redor e prendendo-a contra o balcão.
— Você está me matando, você sabe disso, certo? Estes shorts... Você
poderia ser letal.
Ele pressionou seus quadris contra ela, por trás do jeans.
— Eu quero você sem parar. Somente você. — Ele esfregou contra o

lado do seu pescoço, efetivamente derretendo sua raiva, se não sua mágoa.
— Mesmo quando você está confusa sobre as coisas. — Um beijo úmido. —
Ou com ciúmes?
— Cannon. — Sua força de vontade diminuiu, mas ela saiu do

protesto. — Eu estou brava.
— Não esteja. — Ele brincou com o nariz atrás de sua orelha. —

Porra, você sempre cheira tão bem, ainda mais cedo quando você estava
suada.
É preciso tão pouco para ele transformá-la. — Eu não.
— Eu quero respirar você por toda parte.
Antes que ela pudesse ficar muito animada sobre isso, ele deu a ela
uma de suas suaves mordidas de amor em seu músculo do ombro.
Como de costume, seus dedos curvaram e sua barriga deu uma

cambalhota.

200
Como se ele soubesse, ele abriu uma mão firme sobre seu estômago,
acima da cintura do short abraçando o quadril. Através do algodão da
camiseta, ela sentiu o calor de sua palma. — Sabe o que eu quero fazer?
Ela tinha uma ideia, mas ainda perguntou: — O que?
— Primeiro eu quero beijar sua loucura para longe, ou a sua confusão

ou ciúme ou o que quer que seja que você esteja sentindo.
Todas as alternativas acima, na verdade, e sim, ele beijando-a parecia

uma excelente ideia. De olhos fechados, ela suspirou. — E em segundo
lugar?
— Quero desfrutar de um jantar com você.
Seus olhos se abriram de novo. Ela estava esperando algo

completamente diferente dele. — Jantar? Mesmo? Oookay.
Sorrindo contra seu pescoço sensível, ele acrescentou: — E, então... —

Sua mão se arrastou de volta até seu peito, desta vez por fora da sua
camiseta. Enquanto abraçava e acariciava, disse ele em um silencioso,
sussurro rouco, — eu quero tocar em você um pouco mais. Como agora,
mas sem sua camiseta no caminho.
O gemido veio por sua própria vontade.
— Esse short sensual tem-me fantasiando todos os tipos de coisas.
Ainda bem que ele gostou de seu short, porque ela sabia que os usara
especificamente para ter de volta o seu pensamento, ela o pressionou de
volta.
— Sim? Curtiu isso?
Sua mão era grande, dura, quente, e a forma como a palma da mão
raspou sobre seu mamilo endurecido tornava a respiração difícil. — Você
quer que eu te toque, não é?
— Eu quero, mas...
— Diga que sim, Yvette.
Para incentivar a resposta certa, ele pegou seu mamilo, puxando

suavemente, rolando, de modo que seu — Sim — saiu como um gemido
trêmulo.

201
— Lá vai você. — Sua mão foi até a coxa. — Vai ser muito ter minha
mão debaixo da bainha desfiada deste short. — Para provar seu ponto, ele
afiou as pontas dos dedos ásperos ao longo de sua coxa, mais e mais até
que ele escorregou sob a franja...
— Cannon... — Ela o queria tanto, mas ela não queria deixá-lo

desapontado quando as coisas não corressem como ele esperava. — Eu
não tenho certeza...
— Só tocando. — Puxando-a para encará-lo, Cannon tomou sua boca

em um beijo demorado. Uma mão emaranhada em seus cabelos, a outra
bem aberta em seu traseiro para mantê-la pressionada apertada contra
ele. Contra sua boca, ele disse: — Eu posso lidar com isso, se você puder.
Levou duas respirações trêmulas antes que ela fosse capaz de

responder. — OK.
Satisfação, e algo mais, brilharam em seu olhar hipnotizante. Ela

olhou para ele, sabendo que seria pura agonia ter suas mãos sobre ela, sem
nunca realmente chegar à liberação. Ela não estava certa que poderia
suportar, mas negar-lhe, ou a si, só seria pior.
Com a interrupção de um telefone tocando, Yvette percebeu que ela

tinha deixado o celular na garagem. Ela ficou aliviada com a pausa e
frustrada que não conseguiu descobrir onde o momento levaria.
Quando ela estava lá, Cannon roçou as costas dos seus dedos sobre
sua bochecha. —Quer que eu o pegue?
Ela queria que ele continuasse tocando e brincando com ela.
— Não. — Ela passou a mão sobre o peito, para baixo de seu

impressionante abdome, então, pôs os pés em movimento, mesmo que
suas pernas estivessem fracas e ela assumiu que seria apenas Heath
importunando-a, novamente. — Eu já volto.
— OK. Eu vou terminar o nosso jantar.
Aquecida de dentro para fora, Yvette se perguntou sobre o novo plano

de Cannon, e se o seu distanciamento era parte ou não desse plano, ou se
ele poderia realmente fazer isso e permanecer tão inalterado.
Porque ela não podia.

202
Assim que ela alcançou a garagem, o telefone parou de tocar. Claro

que era Heath novamente. Sua mensagem foi para o correio de voz. Ela
ouviu o discurso retórico sobre amá-la, ao mesmo tempo amaldiçoando-a
por não amá-lo de volta. Aliviada de que ele estava na costa oposta, ela
eliminou a mensagem vil e bloqueou seu número.
Cannon fechou e trancou a porta da garagem para que seus pacotes

ficassem seguros. Antes que ela começasse a passar por tudo de novo, ela
lutou para abrir a janela poeirenta ao lado da porta interior, de modo que
o ar podia se mover um pouco. Talvez, então, não fosse tão ruim.
Ela, também, pode descobrir como puxar para baixo a escada, para
que ela pudesse verificar o espaço de armazenamento ao longo do teto.
Ela voltou para a cozinha a tempo de ver Cannon colocar macarrão

cabelo de anjo em cima das cebolas com azeite de oliva, misturando tudo e
adicionando o queijo parmesão fresco.
Cheirava celestial.
Ele olhou para ela colocando o telefone sobre o balcão. — Heath de

novo?
Não há razão para aborrecê-lo com os detalhes feios. — Sim, mas eu o

bloqueei. — Pegando os pratos e reabastecendo os copos, ela pôs a mesa. E
o simples ato de arrumar dois lugares em vez de um, a encheu de emoção.
Tomando-a de surpresa, Cannon acariciou seu traseiro e murmurou

— Irresistível. — em seguida, deu a volta nela para carregar os pratos. —
O que você está pensando tão a sério?
Ainda em estado de alerta depois dessa carícia casual e elogio incrível,

ela sorriu para ele. — Eu não tenho feito isso desde que eu me afastei. —
Ela indicou a mesa. —Sentar-me com alguém para uma refeição caseira,
noite após noite.
Ele colocou tomates cortados sobre o macarrão. — Tipton era um

bom cozinheiro?
— Comida regional. — Muito diferente das coisas saudáveis que

Cannon preferia. —Quase tudo que ele preparou foi uma refeição de um
pote, com frango e bolinhos sendo sua especialidade.

203
Um cavalheiro até o fim, Cannon puxou sua cadeira. — Ele a ensinou a

cozinhar?
— Sim. — Yvette percebeu que ter alguém para conversar,

principalmente sobre seu avô, era tão pungente como os jantares
agradáveis juntos. — Guisado, sopa, chucrute e costelas, presunto e
repolho. — Ela sorriu. — Todas as coisas que você não come.
— Todas as coisas que eu amo. — Ele se sentou em frente a ela, em

seguida, estendeu as pernas compridas, de modo seus pés enjaulassem os
dela. — Mamãe era uma cozinheira regional, também. Eu comecei a correr
cedo na vida, apenas para que ela não me engordasse.
— Mentiroso. ― Desde que ela conhecia Cannon, ele tinha sido um

espécime. — Eu não estou acreditando nisso.
Ele sorriu com ela. — Sopa de feijão com presunto e pão de milho era
um dos meus favoritos. Eu conseguia acabar com a metade do pão de
milho, tudo por minha conta. Rissy tinha um ataque quando ela queria e
em segundos ele tinha ido.
— Quando ela e sua companheira de quarto chegam em casa, está

próximo?
Ele ficou imóvel, tornando Yvette sacudir a cabeça.
— O que? Você achava que eu não estava prestando atenção? Eu sei

que você queria estar aqui, então, aqui está. Mas você tinha opções.
— É verdade. — Ele olhou ela dar uma mordida, então, gemer de

prazer. Seus olhos escureceram. — Estou feliz por ter gostado.
— É incrível.
Dá mesma forma casual que ele acariciou seu traseiro, ele disse: —
Você vai gostar de me tocar, também.
A sua tentativa de mudar de assunto, ainda não dissuadiu Cannon em

tudo.
— Mas se há algo que você não gosta, eu quero que você me diga. Ou
se há algo que você desfrute especialmente...
Já superaquecida, ela o interrompeu. — Nós estávamos falando sobre

sua irmã.

204
— Assunto mais seguro, hein? Ok, eu posso trabalhar com isso. — Ao

observá-la atentamente, ele deu outra grande mordida antes de responder.
— Eu poderia ter ido para Rissy, é verdade, mas é o seu lugar agora, não
meu. Eu respeito a sua privacidade e com ela e sua companheira de quarto
fora da cidade, não parecia certo para apenas fazer-me em casa.
— Ela não iria recebê-lo lá?
— É claro que ela faria.
— E quanto a sua colega de quarto?
— Peyton Cherry. Eu não a conheço bem, mas ela parece boa o

suficiente. Denver poderia estar interessado, lembra?
— Sim. — Denver estava definitivamente interessado, pelo o que ela

podia dizer.
Lembrando-se do passado, Cannon acrescentou: — Há sempre o

Colonial. Eu fiquei lá antes.
Ela deu um sorriso apertado. — Mary esperava encontrar você em um

hotel. — E se Yvette não tivesse aparecido no bar naquela noite, ele teria
levado Mary de volta para seu quarto com ele.
— Esqueça Mary, — disse ele. — Esqueça Mindi. Eu queria estar aqui.

Com você.
Ciúmes nunca tinha sido seu caminho. Porque ele era tão especial
para ela, Cannon merecia a verdade. — Estou feliz que funcionou dessa
maneira.
Ele pegou a mão dela e beijou-lhe os dedos. — Agora, se isso está

resolvido, vamos comer. Quanto mais cedo acabarmos, mais cedo eu posso
colocar minhas mãos em você.
Com o garfo a meio caminho da boca, ela fez uma pausa.
Ele olhou para o relógio. — É cedo. Nós vamos ter horas para brincar
antes de deitar. Eu já estou meio duro só de pensar nisso. — Ele engoliu
mais uma grande mordida de massa.
Luxúria, aparentemente, não diminuía seu apetite. Mas então, ele era
mais ativo do que qualquer pessoa que ela conhecia.

205
Por sua parte, Yvette queria derreter direto de sua sede. — Você sabe
que eu não posso...
— Gozar? — Mais suavemente, ele disse: — Está tudo bem. Tocar, isso
é tudo que vamos fazer, lembra?
Mas por quê? Certamente ele iria querer mais do que isso. Só porque
ela não podia não significa que ele...
Em seguida, ele terminou dizendo: — Hoje à noite, de qualquer

maneira. Eventualmente, eu vou querer tudo de você.
Pensando nisso, ele sobre ela, nela, enviou um aperto doce de desejo
em cada músculo. — Ok. — ela sussurrou.
Olhando de forma severa de brincadeira, ele disse: — Mas não esta

noite. Esta noite é para tocar somente. Tocar e beijar e ficar um pouco
maluco. — Ele prendeu a respiração lenta. — Então, terminar. Eu me
torturando o suficiente.
***
Yvette ficou tranquila pelo resto do jantar e a limpeza depois.
Talvez se sentindo um pouco nervosa, assim que o último prato foi

guardado, ela recolheu a roupa suja e desapareceu no porão por uma hora.
Recusando-se a apressá-la, ele usou o tempo para fazer outra limpeza.
Quando ela ouviu o aspirador, ela subiu de volta os degraus.
Era meio engraçado como ela reagiu. Mesmo depois que disse a ela
que ele era uma aberração pura e podia muito bem lidar com as tarefas
domésticas, ela parecia esgotada. Relutantemente ela guardou a roupa e se
sentou, principalmente para que ele pudesse sentar-se, também.
Quando ele se juntou a ela, seu olhar ficou atento e cauteloso.
Ela esperava que ele saltasse sobre ela? Retirasse sua camisa e
começasse a apalpá-la? Se assim for, ele iria desapontá-la, indo tão lento,
ela seria a única pedindo-lhe para tirar a camisa fora dela.
Eventualmente, ela pediria por tudo.
Mas, como ele disse a ela, esta noite seria uma doce tortura. Ambos
acabariam frustrados, mas ela se sentiria confortável com ele.

206
Eventualmente confortável o suficiente para deixar-se ir.
Ela colocou o celular na mesa de café, então, ele fez o mesmo, em

seguida, colocou a sua carteira e as chaves lá, também.
Ela ficou com os olhos arregalados, talvez pensando que ele ia parar.
O inferno que ele pararia, porque ele adoraria ter as mãos em cima dele,
mas ainda não. Seu controle de ferro, forte como poderia ser, tinha limites.
De frente para ela quando ele se sentou, um braço ao longo das costas
do sofá para que pudesse brincar com seu cabelo longo, Cannon fez o seu
melhor para parecer casual em vez de ferrado. — Eu disse-lhe que Rowdy
e eu concordamos que vou trabalhar no bar no sábado? Ele anunciou por
toda a semana. Deve ser uma grande paixão.
— Sábado?
— Sim. — Entrelaçando os dedos no cabelo dela, ele usou para puxá-

la para mais perto. — Você vai estar lá, certo?
Seus lábios se separaram e ela respirou fundo. — Eu não sei.
Bem, ele sabia. Ela iria com ele, e eles teriam uma explosão. Era
importante para ela entender que a química entre eles não era apenas
sexual.
Quando ele se inclinou em direção a ela, seus grossos cílios escuros

baixaram sobre os olhos. Grandes, bonitos, olhos verdes.
Mas, então, ele achava tudo sobre ela atraente.
Tomando-lhe a boca suavemente, ele beijou seu lábio inferior, em

seguida, seu superior antes de alinhar suas bocas perfeitamente em um
beijo suave, com fome.
Agradando-lhe, encorajando-a, quando ela derreteu contra ele.
Certamente uma mulher que reagia tão facilmente poderia ser levada
no limite para o grande O. Com o homem certo.
Ele.
— Eu quero você lá. — ele disse a ela, enquanto beijava um caminho

para sua orelha.

207
— OK.
— Eu não me importo se outras mulheres flertarem...
Ela começou a se afastar, mas ele a manteve perto.
― Desde que elas compreendam os limites. — Ele lambeu sua orelha

com a ponta da língua e sentiu-a tremer. — Vê-la ali comigo vai fazer os
outros entenderem.
Suas mãos seguraram em sua camiseta quando ela se apoiou nele. —

Entender o quê?
— Que nós estamos juntos. — Ele beijou atrás da orelha, até sua nuca.
— Os caras vão estar lá, também. Mas eles já sabem como é.
— Outros lutadores?
— Mmm, — respondeu ele ao abrir a boca contra sua pele. — Sobre o

tocar...
Sua respiração presa. — Sim?
Ele pegou sua mão e levou-a para baixo, para sua ereção. Ele já estava
inchado, pulsando. Mas dar um tempo não ajudou com seu controle.
Não, ele só tinha feito mais urgente.
— Você pode ir primeiro.
Agora, ela respirou fundo. A mão dela era pequena, seu toque
hesitante enquanto traçava ao longo do seu comprimento.
Morrendo um pouco, Cannon encorajou-a com palavras murmuradas

de prazer. Ela colocou os dedos em torno dele tanto quanto podia através
do material de seu short, então apertou.
— Maldição. — Manteve-se ainda um momento até que ele assumiu o

controle, em seguida, tirou a mão. — Espere um segundo querida.
Ela observou com intensidade enquanto ele tirou a camisa e a jogou

de lado. —Vamos tentar isso de novo, acima da cintura desta vez.
Sem hesitar, ela colocou as duas mãos sobre ele, acariciando dos seus
peitorais para os ombros, em seguida, novamente para baixo, para

208
examinar silenciosamente cada músculo abdominal. Quando ela se

inclinou em sua direção, ele congelou, o seu coração batendo duro.
O primeiro contato da sua boca testou sua resolução. Ela roçou os

lábios suavemente sobre cada contusão desaparecendo, esfregou sua
bochecha contra seu cabelo no peito, respirou profundamente, bebendo
em seu perfume.
Atando uma mão em seu cabelo, Cannon disse: — Você deve saber
meu bem, tudo o que você fizer para mim, eu tenho que pagar na mesma
moeda.
Seu olhar aquecido se levantou para o dele. Enquanto eles se

encaravam ela colocou as duas mãos sobre seus mamilos, suavemente
arrastou as unhas sobre ele, então, se inclinou para apertar novamente
com a língua.
Jesus. Ele a deixou jogar mais um minuto, em seguida, abruptamente

disse: — É a minha vez. — Não era fácil lembrar-se do seu plano com seu
coração tentando perfurar suas costelas, mas ele conseguiu.
— Eu gosto de tocar em você.
— Sim? — Ele voltou a beijar seu pescoço, até a parte superior de

seus seios.
— Você me disse para lhe dizer o que eu gosto. Eu gosto disso.
— Que tal isso? — Cuidadosamente, ele fechou os dentes no mamilo

coberto pela camiseta, em seguida, pressionou com sua língua, deixando o
tecido fino úmido.
Suas mãos se apertaram em seu cabelo, e quando ele se mudou para o

outro seio, ela levou-o a ela, se arqueou contra ele. Antes de beijar seu
mamilo, ele perguntou: — Você gosta disso, Yvette?
— Sim.
— Isto? — Perguntou ele, sugando suavemente através do material —

ou isso? — Ele apertou com os lábios.
E, em seguida, com os dentes.
Contorcendo, ela suspirou, — sim.

209
Manteve-se usando a boca para provocar um mamilo, seus dedos para

rolar o outro até que ela sussurrou asperamente, — Cannon...
— Conte-me.
Em vez disso, ela se afastou e quase o empurrou quando tirou sua

camiseta.
Deus Todo Poderoso, ela estava tão quente que ele não sabia o quanto
mais ele poderia tomar.
Seus mamilos suaves e rosados estavam apertados, seus seios pálidos

estavam cheios e corados. Ela respirava rapidamente, observando-o,
ansiosa.
Saboreando o momento, Cannon colocou a mão na sua cintura

estreita. Sua pele era tão sedosa e incrivelmente quente. Aquele short
pecaminoso estava abaixo nos quadris. Ele mal cobria a calcinha.
Ele usou dois dedos para acariciar do seu osso do quadril até o
umbigo, ficando mais quente ainda quando ela se mexeu. — Sensível?
— Sim.
Ele não podia esperar para ver como ela reagiria quando ele
acariciasse com os mesmos dois dedos profundamente dentro dela.
— Venha aqui. — Sentando-se para trás, ele a levantou em cima dele

para que ela montasse em seu colo, de frente para ele. Sem os seus shorts,
ele poderia entrar nela desse jeito. Esse pensamento testou sua
determinação, especialmente agora que as coxas abertas repousavam
diretamente sobre o topo de sua ereção.
Ela se moveu contra ele, rolando seus quadris até que ele abraçou-a
para mantê-la quieta.
Dada à dificuldade que ela tinha admitido, ele esperava que ela fosse
mais reservada.
Em vez disso, ela parecia carente de libertação, o que, também, ateou

fogo ao seu sangue.
Cobrindo ambos os seios com as mãos, ele a beijou de novo, longo e

profundo, leve e fácil, usando a língua, os dentes, até que ambos estavam

210
ofegantes. A cada segundo, ele estava ciente dela, suas reações, avaliando o
que ela gostava, e o que ela amava, o que mais a transformou.
— Cannon, — ela gemeu. — Minha camiseta está fora agora.
Uma dica? — Acredite em mim, baby, eu sei. — Ele brincou com os

mamilos da mesma forma que ele provocou sua boca, primeiro roçando
levemente, em seguida, puxando insistentemente.
Será que ela disse a ele que ela queria mais?
Esperançoso, ele tomou sua boca novamente em um beijo profundo,

ao mesmo tempo suas mãos se moviam sobre ela, para cima e para baixo
do comprimento tonificado de suas costas estreitas, até o suave inchaço de
seus quadris, do topo de suas coxas sedosas para os joelhos e para as
costas novamente.
Colocando um braço ao redor da sua cintura, a outra sob seus quadris,

ele a arqueou para frente e percorreu beijos quentes pela garganta até o
topo de seus seios.
Com sua língua, ele zombou dela, chegando perto de seu mamilo, mas
nunca tocando, não importa como ela se movia, tentando dirigi-lo.
— Cannon.
— Diga-me
Ele sentiu a urgência de suas respirações profundas, a indecisão que a

segurava, até que ela segurou uma pequena mão ao redor de seu pescoço e
puxou-o para frente, dizendo asperamente: — Eu quero a sua boca em
mim.
— Onde? — Aproveitando-a assim, ele lambeu sua garganta. — Aqui?

— Abaixou-se ao seu decote, onde ele mergulhou sua língua. — Assim? —
Mais abaixo, tocando levemente seus lábios no seu mamilo. — Ou aqui
mesmo? — E com isso, ele a sugou.
Ela gritou, os seus quadris pressionando seu abdome, as coxas ao seu

redor, apertando-o com os dedos tão apertados em seu cabelo que ardia.
Aproveitando-se da sua posição de joelhos, seu corpo tenso, ele

trancou-a com ele e puxou até que ela estava montando ritmicamente
contra ele.

211
Assim mesmo, ele pensou, mais convencido do que nunca que seu
único problema era estar com o homem errado.
O que significava qualquer outro homem além dele.
Ele mudou para o outro peito, beijando ao redor do mamilo latejante,

enrolando a língua ao redor dela, puxando e lambendo antes de leva-la por
outra longa e vagarosa mamada.
Sua reação era a coisa mais quente que ele já tinha experimentado.
Com a cabeça inclinada para trás, seu longo cabelo caído sobre seu
antebraço e seus seios erguidos. Com seus quadris abertos, suas pernas
longas e finas tremiam. Ela engasgou com cada respiração, chorando,
gemendo.
Ele adorava vê-la assim, um pouco perdida, totalmente ligada.
Ela não tem nenhum problema, não com ele.
Inicialmente, ele pensou em arrastar isso por horas, e em seguida por

dias, até que ela estivesse pronta. Mas ele nunca tinha visto uma mulher
mais pronta do que Yvette estava agora.
Mesmo quando ele advertiu a si mesmo para não apressá-la, ele abriu
o botão desse short curto e sensual, então aliviou o zíper para baixo, para
que ele pudesse colocar a mão dentro.
Ele colocou-a sobre a calcinha e ainda podia sentir o calor úmido de

sua excitação.
Endireitando-se, ela ficou completamente imóvel, exceto para os

berros de suas respirações profundas.
Sempre tão levemente, ele a tocou enquanto ainda preguiçosamente

puxava seu mamilo.
Gemendo, suas unhas mordendo seus ombros, ele olhou para cima
para ver a cabeça dela caindo para frente, seus olhos apertados fechados.
Seu cabelo escuro caindo em torno de seu rosto como uma cortina.
Ela sentia-se pressionada, ele percebeu, e já estava se preocupando

com o tocar. Ele a queria de volta ao prazer sem sentido, então, ele
redirecionou seus pensamentos.

212
— Basta tocar, — ele sussurrou para ela.
Ela deu um aceno trêmulo, e disse: — Eu não sei se eu posso suportar

isso.
— Eu sei que é difícil para você, mas eu adoro tocar em você, Yvette.
Aqui, — ele disse, lambendo o mamilo. — E aqui. — Ele apertou seus
dedos para seu sexo, capaz de sentir os lábios inchados através do
material colante de sua calcinha.
Seus quadris balançaram uma vez, então, se acalmou.
— OK?
— Eu... — Ela tremeu quando ele mergulhou um pouco mais

profundo, traçando sua vulva.
— Por mim, — ele pediu a ela, arrancando o mamilo com os lábios. —

Diga-me que está tudo bem.
Em vez de falar, ela balançou a cabeça.
Ele retirou a mão da frente de seu short e colocou-a debaixo da parte

de trás, movendo-a sobre sua bunda perfeita.
Ela usava uma tanga.
Gemendo, ele puxou seu mamilo mais forte enquanto explorava

aquela carne firme e suave. Como ele havia dito a ela, as pernas soltas de
seus shorts tornavam fácil colocar a mão dentro. Ele puxou-a para cima e
para frente, e pôs seus dedos em sua carne lisa, quente...
Sedosa e molhada.
Inchada com a necessidade.
Deixando seus mamilos molhados e apertados, ele tomou sua boca

novamente, drogando ambos com um beijo devorador, enquanto mal
entrava com um dedo. Ela tentou pressionar contra ele, mudando,
querendo mais, mas ele a ultrapassava a cada vez. Não era fácil lembrar-se
do seu propósito agora, não quando ele a queria por tanto tempo e ela
estava tão incrivelmente quente.
— Calma, — ele disse a ela.

213
Mas ela o surpreendeu por beijá-lo novamente, em seguida,

sussurrando: — Você me disse para lhe dizer.
Curioso com a sua coragem, ele acenou com a cabeça. — Sim.
Ela olhou fixamente em seus olhos. — Então, eu quero os seus dedos

dentro de mim. Tão profundo quanto você pode ir.
Porra. Controlando-se, Cannon colocou a cabeça para trás contra o

sofá e puxou-a para frente. — Coloque suas mãos sobre meus ombros.
Com urgência, ela fez, o que a fez ficar de joelhos.
Segurando seu olhar, ele separou-a, testou-a suavemente, em seguida,

lentamente colocou dois dedos dentro dela.
Ofegante, ela inclinou-se, esfregando o rosto contra a garganta e

contorcendo os quadris. — Deus, Cannon, isso é tão...
— Bom?
—Tão bom.
Ele sabia o que a faria se sentir melhor, mas, caramba, ele estava com
medo de explodir o momento. É melhor deixá-la liderar o caminho agora.
— Beije-me, querida.
Ela o fez, os dedos em seus cabelos, seus seios esfregando contra seu
peito, seu corpo apertando para baixo em seus dedos, apertando cada vez
que ele se retirava, ficando cada vez mais úmida, ele pressionou-os
novamente.
Ela era tão apertada, tão quente.
Ele roçou o polegar para cima e encontrou seu pequeno clitóris já

distendido, frisado, apertado. Provocando sobre ele trouxe um fôlego
engraçado para sua respiração. Ele sentiu a maneira como ela tremia, e ele
tinha que acreditar que ela estava perto.
Ele se moveu sobre e em torno desse pequeno broto sensível uma e

outra vez, alisando sua própria umidade sobre ela, atormentando.
— Oh, Deus.

214
Agora, ele decidiu. Tinha que ser agora. — Você confia em mim,
Yvette?
Ela beijou seu ombro, mordeu o peito. Sua voz rouca — sim, —
seguindo por um urgente, — por favor, — assegurou-lhe que tudo ficaria
bem.
— Bom. — Levando a mão entre suas pernas, ele virou-a de costas no

sofá. — Então, como se sente sobre nós perdemos os shorts?
Seu cabelo caiu em torno dela. Luxúria deixou seus olhos escuros e
pesados, seus lábios macios e inchados de tanto beijar. Enquanto ele
observava, lágrimas brilhavam em seus olhos, mas ela balançou a cabeça.
Sem perder tempo, ele arrastou os shorts para baixo e fora de suas
pernas, deixando-a em nada mais do que uma tanga preta minúscula. Ele a
queria fora dela também, mas primeiro...
— Isto é para mim, — ele lembrou. — Então, basta relaxar. — Em

seguida, ele se inclinou e apertou a boca aberta no material úmido entre as
pernas.

215
CAPÍTULO 12
A sensação tão penetrante deveria ser dolorosa. Em vez disso, era um

prazer quase insuportável. Já com Cannon ela sentia coisas que nunca
tinha sentido antes. Coisas surpreendentes.
Promessas escaldantes que a empurravam para mais perto de algo

que ela queria muito.
Ela pairou perto, rolando sobre ela em ondas cada vez maiores,
apenas para recuar novamente.
— Eu preciso te provar.
Seus dedos longos enganchado no cós da calcinha e retirou-as e ela

não se importava. Ela queria que ele a visse.
E, Deus, sim, ela queria a sua boca nela.
Ela estava quase desesperada para isso.
Por um longo tempo ele apenas olhou para ela, e isso também era
indescritível, também. Um calor incandescente iluminou seus olhos azuis
vívidos. Cada músculo em seu torso parecia mais definido, como ela tinha
notado durante suas lutas, quando seu sangue bombeava mais difícil de
esforço. Sua expressão era tão concentrada, tão possessiva, que ele a fez se
sentir sexy quando ela sempre se sentia arruinada em vez disso.
Observando-o, ela sussurrou, — Cannon?
Ele abriu as pernas para que ela se sentasse entre elas. Suas mãos
grandes e ásperas pareciam escuras contra sua pele pálida, passando
sobre ela em uma varredura lenta que envolvia os ombros, os seios, onde
ele se demorava em seus mamilos, então sua cintura, até os quadris e suas
coxas, onde ele abriu as suas pernas mais amplas ainda.
As narinas dele abriram. Ele respirou fundo.
Estreitando os olhos, ele virou a mão contra ela, à palma para cima.
Ela o sentiu separando-a, então, a pressão de dois dedos grossos

216
empurrando. Isso era o bastante, mas então ele fez algo, entortou os dedos
de certa maneira e atingiu um local...
— Ooh. — Automaticamente seus quadris levantaram para que a

sensação permanecesse.
Seu olhar se aproximou até ela, sondando, interessado, então, de volta

para onde os dedos trabalhavam nela.
Ela trocou suas pernas, atordoada com a pressão de escalada dentro

dela, a dor que crescia mais apertada, mas era tão doce. Não poderia ser
tão fácil. Não depois de tanta decepção. Não depois...
— Fique comigo, querida. — E então, — você vai gostar disso.
Com a expectativa se construindo Yvette observou-o curvar-se até

que sua cabeça escura estava entre suas coxas, seu hálito quente, sua boca
mais quente.
Ele inalou o cheiro dela, e gemeu.
Ela não conseguia ar o suficiente para fazer um único som.
Usando os polegares para abri-la, ele lambeu corajosamente sobre ela,

nela, com a língua áspera.
Incrivelmente emocionada, tanto física como emocionalmente, Yvette

colocou as mãos em seu cabelo preto acetinado, acariciando, incentivando.
Ele enganchou os braços sob seus pés, ancorando-a com as mãos em

seus seios, e continuou a comê-la até que soube que aconteceria. Cada
impulso de sua língua lhe dizia isso.
Especialmente desde que ele seguia cada impulso com um movimento

para cima e sobre o clitóris. Ela pegou-se antecipando aquele toque
indescritível, estendendo a mão para ela, tentando seguir com seus
quadris. E cada vez que isso acontecia, ela apertava mais, até que ela
pensou que poderia quebrar.
Ela queria. Muito mesmo.
Olhos fechados em concentração, absorvendo cada sensação ao

máximo, ela sussurrou seu nome, implorando para o que ela esperava que
ele pudesse dar.

217
— Isto, — ele rosnou. — Diga-me se você gosta disto. — Em vez de

apenas brincar com a língua, ele fechou a boca em torno de seu clitóris,
sugando suavemente.
A sobrecarga de estimulação deixou seu corpo tenso. Ela torceu em

reação, mas com a forma que ele a segurava ela não podia se mover muito.
— Por favor, — ela sussurrou, com medo que de alguma forma o

prazer escaparia dela. Ela segurou-o mais perto, cega de necessidade. —
Por favor, Cannon, por favor...
— Calma querida, — ele murmurou.
Ela sentiu sua mandíbula contra suas coxas, seus dedos sobre os
mamilos, o calor da sua boca sugando. — Não pare. — Ela sabia que
lágrimas rastreavam suas bochechas, mas ela não se importava. — Por
favor, não.
— Não, eu não vou. — Ele se moveu de modo que ainda a segurava

com uma mão espalmada em seu estômago, e com a outra ele acariciou
seus dedos de volta nela, alcançado o mesmo local mágico.
— Ah — mais e mais, enrolando, apertando... — Cannon.
Ele fez um som estrondoso de profunda satisfação e o orgasmo a

levou.
Consciente apenas da liberação impressionante, ela se entregou a ele,

indiferente de como ela se moveu ou quão alto ela gritou. Cannon ficou
com ela, implacável, tirando dela até que ela não tinha mais nada.
À medida que a tensão gradualmente desenrolava, levou sua força,

deixando-a mole no sofá.
Quando Cannon beijou sua boca, ela abriu os olhos. Ele estava em
cima dela, entre suas pernas, e olhando para ele, ela sabia que ele ainda
não havia acabado.
Ela queria tocá-lo, mas, honestamente, seus membros estavam muito

pesados.
Parecendo fascinado, ele escovou as lágrimas de suas bochechas e

sorriu para ela. — Oi.

218
Uau. Ela realmente tinha feito isso. Ou melhor, ele tinha feito isso. Um
pouco confusa, ela olhou para ele. — Eu gozei.
A ternura voltou seu sorriso para outros cem watts. — Sim, eu sei. —
Provocando-a, ele disse, — eu ouvi.
No momento, ela não se importava com a provocação, não de todo.

Ela estava confusa demais para se importar. — Mas... Eu não entendo.
— Você é tão perfeita como eu sabia que você seria. E juro por Deus,
meu bem, eu me sinto como o melhor amante na terra agora.
— Você é, — ela disse a ele, significando exatamente isso.
Ele não estava tão sério. — Eu não tinha planejado ir tão longe hoje.
Desde que ele ainda não tinha obtido alívio, ela não achava que ele
tinha ido longe o suficiente. — Estou tão feliz que você não parou.
— Eu também.
Ela podia sentir sua latejante ereção contra ela, mas ele não fez
nenhum movimento para entrar nela. Na verdade... Ela mudou sua perna
contra ele e sentiu o material.
Ele ainda usava o shorts.
— Você não quer ficar nu, também?
Ele a beijou tão gentilmente, que mais lágrimas tentaram encher seus
olhos.
Quando o telefone tocou, Yvette disse: — Ignore-o.
— Planejando isso. — Seus polegares esfregavam suas têmporas

enquanto ele continuava a colocar beijos de borboleta em seu rosto. Ela se
sentia querida, o que tornava difícil deter o transbordamento emocional.
Um segundo depois, o telefone tocou. Ele colocou sua testa contra a

dela com uma maldição tranquila.
Yvette apertou ao redor dele. — Ignore-o, também.
— Sim. — Ele sentou-se, mas logo a ergueu em seu colo. — Hora de

dormir.

219
Ah, bom. — Ok. — Ela agarrou seus ombros enquanto se levantava.

Ela não era uma pessoa grande, mas ainda assim, ela impressionava-se
como ele poderia leva-la tão facilmente. Ele poderia muito bem estar
levando um travesseiro. — Você é tão forte.
Seu sorriso entortou. — É verdade, mas você não pode me julgar por
isso. Você pesa nada.
Cinquenta e quatro quilos não era “nada”, mas ela entendeu o seu
significado.
Ele colocou-a na cama, recuou e tirou os calções.
Mas não as suas boxers.
— Injusto. Você ainda...
Resoluto, ele alembrou, — Apenas tocando.
Intrigada, ela considerou coisas. — Você quer que eu faça para você o
que você fez para mim?
Uma mistura de surpresa e fome o congelou. Ele soltou um suspiro.

Fechou os olhos. Ficou ali, imóvel e rígido, as mãos apertando, até que ele
parecia ter se composto. — Eu quero que você me deixe te abraçar
enquanto dormimos.
Oh, de jeito nenhum.
Pensando que ele só precisava da confirmação dela, ela veio em um

cotovelo. — Não seja bobo. Eu quero você. — Acenando a cabeça para suas
boxers que parecia uma tenda, ela disse: — E você me quer.
— Não me empurre Yvette. Isso é novo para você e nós vamos levar
lentamente mesmo que me mate.
— Mas...
— Não faça isso mais difícil do que tem que ser, ok?
Ele apagou a luz e se deitou na cama ao lado dela. Atolada em

pensamentos conflitantes, Yvette tentou decidir o que fazer.

220
Ele tomou a decisão dela, puxando-a para perto para que ele pudesse
ficar de conchinha com ela, uma mão grande sobre o seu seio. Depois de
um beijo superficial no topo da sua cabeça, ele disse, — durma.
O aborrecimento afastou seu humor suave, mas ela não tinha ideia de
como proceder. Parecia que ele tinha feito a sua mente. Ainda assim, ela
tentou. — Eu estou nua.
— Mmm. — Sua mão afagou o peito por apenas um segundo, mas

dado o quão sensíveis os mamilos estavam agora, ele a fez estremecer. —
Eu gosto de você nua.
Acalmando seu coração, ela disse razoavelmente, — Mas você não

está nu.
— Eu estar nu não seria uma coisa boa.
Ela pensou que seria uma coisa muito boa. — Por quê? — Então,
pensando que ele não entenderia, ela esclareceu: — Por que temos que
esperar?
Ele ficou em silêncio por tanto tempo, que as dúvidas começaram a se

infiltrar. No começo, ela não tinha se preocupado muito, exceto em atingir
o inatingível, que era o orgasmo incrível.
Mas agora... Bem, talvez ela tenha feito algo errado. Ficou muito
entusiasmada ou gritou muito alto. Desligou-o de alguma forma. Pode ser...
— Pare de analisar tudo, querida. Compartilhar isso com você foi tão
quente quanto parece.
O alívio fez com que ela caísse de volta contra ele. — Então...
— O fato é que eu quero mais do que sexo com você. — Ele a rodeou,
abraçando-a com seus braços musculosos, alinhando suas fortes pernas
peludas contra as dela. Seu aroma e calor embalando-a; a maneira doce
que ele beijou seu ombro fez seus olhos se sentirem pesados. — Quanto
mais... Isso é algo que vamos ter que resolver. Mas eu sei que vai ser
melhor se chegarmos lá um passo de cada vez.
Com a mão sobre a sua, esfregou os nós dos dedos. Surpreendeu-lhe

como um homem tão capaz de um nocaute brutal em um soco poderia ser
tão sem reservas e gentil ao tocá-la. — Eu não quero que você esteja
desconfortável.

221
—Porque eu tenho uma ereção, você quer dizer?
Ela assentiu com a cabeça.
— Eu dou conta disso.
Ela gostaria de ver isso.
Ele apertou-a. — Mente fora da sarjeta, querida.
Ouvir sua diversão a fez sorrir, também. — Desculpa.
— Vá dormir, e tenha bons sonhos.
Enquanto tanta confusão atormentasse seu cérebro, ela não achava

que pudesse, mas com Cannon segurando-a, a exaustão venceu. Ela fechou
os olhos e escutou suas respirações uniformes, relaxadas, sentiu o forte
bater de seu batimento cardíaco contra suas costas. Ela percebeu que se
sentia segura, protegida. Não nada específico, mas em termos gerais.
Até que ela sentiu agora, com Cannon, que ela não tinha percebido o
quão insegura ela se sentiu por tanto tempo.
A sensação de bem-estar autorizou a exaustão a rastejar dentro.

Quando ela deslizou no sono, ela realmente sonhou com Cannon.
E nenhum deles pensou em seus telefones.
***
Cannon sentiu seu corpo afundar contra o dele, sua respiração se

aprofundou quando ela adormeceu. Graças a Deus. Se ela lhe pedisse ainda
mais uma vez para leva-la, ele teria desmoronado. Mas tão cru como ele se
sentia, tão desesperado como estava para estar dentro dela, ele sabia que
não seria capaz de se controlar.
Ela negava, mas ela precisava de gentileza, confiança, um amante

atencioso.
No momento, ele não era capaz disso.
Deixando escapar um suspiro reprimido, ele abraçou-a com cuidado,

de forma protetora.
O que diabos ele estava pensando?

222
Ele queria seduzi-la docemente, para facilitar sua relação sexual.
Em vez disso, ele perdeu a cabeça e colocou-a na frente dele. Nu.

Enquanto ele ainda usava seus shorts.
Ele tinha caído sobre ela como se comê-la em seu sofá fosse uma
ocorrência cotidiana em vez de uma fantasia que ele tinha assumido que
nunca iria acontecer.
Apertando os olhos, pensou em seu gosto doce, em como estava

molhada para ele, como ela tinha levantado para o golpe de sua língua.
Seus gemidos quebrados.
A tensão dos seus pés magros, suas mãos em punho. Como as suas
costas tinham arqueado e a barriga tinha entrado.
As lágrimas nos olhos depois de sua libertação diminuíram, deixando-

a macia, abalada e atordoada.
Como ela tinha olhado para ele com admiração... Apenas do jeito que
ela costumava fazer.
Ele deu-lhe dez minutos para se certificar de que ela não iria
despertar, então, sabendo que ele não seria capaz de dormir, escorregou
da cama, saiu do seu quarto e foi para o seu, para se aliviar. Não demorou
muito, e não com o cheiro dela ainda agarrado a ele.
Quando ele voltou para ela na cama, menos nervoso, mas ainda na
necessidade dela, ela se moveu em seu sono, virando-se para encará-lo,
aconchegando-se contra seu peito.
Levou muito tempo para conseguir dormir, mas ele nunca desfrutou
de uma noite sem dormir mais, ou por uma razão melhor.
***
Merissa não se permitiu tempo para dúvidas. Qualquer desculpa em

uma tempestade. Sim, ela sabia que não era como dizia o ditado, mas para
ela e sua finalidade original, funcionou.
Ela subiu os degraus de dois em dois, porque se ela hesitasse, iria

acovardar-se. Pela décima vez ela olhou para o relógio. Apenas dez e meia.
Não muito tarde. Mas apenas no caso... Quando chegou à porta da direita,

223
ela bateu suavemente. Se ele estivesse na cama, bem, então não há razão
para acordá-lo.
Ela apenas baixou a mão antes que a porta se abrisse, e lá estava

Armie. Corado, com o cabelo despenteado. Tronco Nu. Descalço. O botão e
zíper da calça abertos para revelar uma trilha feliz.
Seu coração gaguejou e quase parou.
Até que ela notou a ruiva caída sobre o ombro.
Assim que percebeu, ele deu de ombros à mulher, pisou na soleira e

fechou a porta atrás dele.
Eles olharam um para o outro... E lentamente, uma carranca

substituiu a surpresa em seus olhos castanhos escuros. — Que porra é
essa, Rissy. — Ele olhou em volta, como se procurasse alguém. Quando ele
percebeu que ela estava sozinha, ele parecia ainda mais furioso. — Eu
pensei que você fosse Kelli.
Significava que ele não teria aberto a porta quase completamente nu,
se ele soubesse que era ela? — Kelli? — Ela tinha dificuldade em manter
seu olhar fora de seu corpo.
— Sim, ela é uma amiga de Avril... — Ele parecia horrorizado consigo

mesmo, o que esfriou seu temperamento e deixou-o como uma nuvem de
tempestade se formando, uma nuvem de tempestade que tinha acabado de
ser chafurdar na atividade carnal. — O que você está fazendo aqui?
Quase ao mesmo tempo, ela perguntou: — Kelli e Avril?
A porta se abriu atrás dele e a ruiva, sorrindo para ela perversamente,

perguntou: — Será que ela está se juntando a nós ou não?
Merissa tropeçou para trás.
Juntos, ela e Armie ambos disseram, — não.
A mulher usava apenas a camisa de Armie com sandálias de tiras

altas. Fazendo beicinho, ela chegou em torno dele, para a braguilha, sua
mão mergulhou no interior do cós aberto. — Então, onde está Kelli?
Armie pegou seu pulso e segurou sua mão ainda maior contra sua
pele nua e esticada.

224
O coração de Merissa bateu em ressentimento doente. Ela lambeu os

lábios secos e começou a vir com qualquer desculpa para sair. — Então, eu,
ah...
Por trás dela, uma mulher disse: — Eis-me aqui!
Ela se virou. A loira. Com mais peitos mostrando do que ela tinha
coberto. Ela carregava uma garrafa de vinho em uma mão, suas sandálias
na outra, e ela parecia pronta para... Festa.
Os olhos se estreitaram, o conjunto de mandíbula apertou, Armie

abriu a porta e disse às mulheres: — Esperem dentro. Eu estarei lá em um
minuto.
As duas mulheres se cumprimentaram com um beijo. Armie assistiu

sem interromper, e quando finalmente elas saíram do caminho, ele fechou
a porta novamente.
Rissy tinha dificuldade de respirar. Certo, certo, ela tinha ouvido falar
sobre os excessos de Armie, assim como ela tinha ouvido falar sobre sua
aversão às mulheres agradáveis. Talvez agradável significasse qualquer
uma que não acomodasse o apetite sexual exagerado.
Por muito tempo ele olhou para o chão e, então, finalmente se virou
para ela. — Por que você está aqui?
Ela já não se lembrava da desculpa. — Vocês...? Elas...?
Ele trabalhou sua mandíbula. — É um ménage à trois. Nada demais.

Não desmaie.
Armie ostentava o fato de que ele era um hedonista e sexual e muitas

mulheres amavam isso nele.
Ela não era uma delas.
Finalmente encontrando sua voz, ela disse: — Eu não garanto.
Olhando-a, ele deu um passo para frente. — Merda. Você parece

pálida.
Com vergonha! — Eu não posso acreditar que você...
Através da porta, uma mulher gritou em uma voz melodiosa, —

Apresse-se, Armie, ou vamos começar sem você!

225
Armie esfregou a boca, depois baixou a mão. — Ai está. Parece que eu

sou necessário lá dentro, assim que você chegar ao motivo para essa
pequena visita inesperada.
Não. Isso foi um grande erro; nenhuma razão para torna-la pior com
desculpas esfarrapadas. — Não importa. — Abraçando-se para afastar o
frio da humilhação, ela virou-se para ir.
Armie pegou seu braço. — Oh, não, você não vai. — Muito perto, atrás
de sua orelha, ele rosnou — não me deixe em suspense.
Ela sentiu o calor de seu torso nu ao longo de suas costas. Sua altura o
colocava apenas uma polegada mais alto. Mas onde ela era magra, ele tinha
o volume e os músculos de um lutador.
Quando ela permaneceu muda, ele não se afastou. Ele poderia até
mesmo ter cheirado seu cabelo.
— Você me choca, — ela admitiu em um mero sopro de som.
— Você também.
Merissa libertou-se e virou-se para encará-lo. — Isso é uma piada?
Balançando a cabeça, ele acompanhou seu olhar sobre ela. Ao

contrário de suas amigas, ela estava completamente vestida em jeans e
uma blusa azul-bebê sem mangas.
Quase a contragosto, ele deixou escapar, — Toda merda de vez, que te

vejo.
Sua mandíbula soltou. — Meu Deus! Você tem duas mulheres

esperando lá dentro por você.
— Provavelmente não esperaram mais. — Seu sorriso zombou dela.

— Elas são do tipo impaciente.
― E você ainda flerta comigo?
Seus ombros nus amontoados. — Eu não estava.
Oh. Sua confiança sofreu, mas ela fingiu, lançando para trás seus
longos cabelos e olhando-o nos olhos. — Eu pensei...

226
Um grande passo trouxe-lhe peito a peito com ela. Ele irradiava raiva
quente e muito mais. — Você veio até mim, garotinha.
Ela não deixaria Armie desanimá-la. Em um sussurro, ela perguntou:

— Por que você está louco?
Seu olhar procurou o dela, e ele se sacudiu com uma maldição,

virando-se, com as mãos nos quadris, a cabeça inclinada para frente. Os
músculos se contraíram. Seu peito repetidamente se elevava com
respirações lentas e profundas.
Merissa olhou para suas longas costas, sua pele escurecida pelo sol
em contraste atraente com seu cabelo claro. O sulco profundo de sua
espinha dividia todo aquele músculo firme e sem sequer pensar nisso, ela
o seguiu até a pele mais pálida de sua tensa parte traseira exibida pelas
calças de brim, afrouxadas e penduradas.
Pegando-se, ela puxou seu olhar de volta para a tatuagem de um

coração alado embrulhado em arame farpado que descansava entre suas
omoplatas. Sem cor. Apenas negro e... Triste...
As tatuagens em seus braços eram diferentes, simples desenhos

tribais coloridos, que elevavam seu representante mauzão. Duvidava que
significassem algo. Mas esse coração...
Ele esfregou a parte de trás de seu pescoço e os músculos se

deslocaram por toda parte, acendendo um calor secreto dentro dela.
— Eu sinto muito por ter vindo assim, — ela disse suavemente.
Por cima do ombro, ele fez uma careta para ela, em seguida,
lentamente encarou novamente.
— Eu estava procurando por Cannon, mas, obviamente, ele não está

aqui. — Ela não podia imaginar seu discreto irmão participando de um
ménage à trois. Se o fizesse, ninguém jamais saberia sobre isso, e
definitivamente não seria com essas mulheres extrovertidas, que podem
beijar e contar.
Profundos olhos castanhos de Armie olhavam com uma espécie de

ameaça escaldante, e ela limpou sua garganta. — Eu tentei ligar para ele,
mas ele não respondeu, e ele não está no hotel. Pensei talvez...
— Ele está com Yvette.

227
Por que Armie sempre mantêm à distância? E por que, pelo amor de
Deus, isso só a faz querer mais dele? — Yvette quem?
— Sweeny. Você sabia quem é ela, eu acho. Ela...
— Eu faço! — Uau, ela se perguntou se Yvette nunca voltaria. Um

milhão de perguntas passaram por sua mente, mas ela se estabeleceu em
uma em particular. — Por que é que Cannon está com ela?
Armie levantou uma sobrancelha.
— Oh. — Wow novamente. Cannon e Yvette? Ainda? Isso foi... O quê?

Três anos. De forma rápida, ela foi pela linha do tempo, recordando como
Yvette sempre foi atraída por Cannon e como Cannon ajudou a resgatá-la e
como ele tinha ido lutar na SBC e ela tinha ido viver na Califórnia. —
Entendo.
— Eu tenho companhia me esperando, por isso Cannon pode encher-

lhe sobre tudo, mas ele está na casa de sua família com ela. Vivendo com
ela, na verdade.
As surpresas continuaram a vir. — Desde quando?
— Desde o começo, tanto quanto eu posso dizer. — Pela primeira vez

naquela noite, Armie deu um sorriso sincero. —Ela chegou e ele mudou-se
para lá.
— Isso foi rápido.
— Lento, se você perguntar a Cannon.
Quando Armie sorria, ele era o homem mais bonito que ela
devastadoramente já tinha visto. — Lento?
— Parece que ele está esperando por ela por um tempo.
A porta se abriu novamente, e desta vez a ruiva e a loira usavam

apenas sua calcinha.
— Oh, pelo amor de... — Merissa virou-se, ansiosa para evitar mais
constrangimento.
Por trás dela, ela ouviu as palavras sussurradas de Armie, lamentando

as palavras das mulheres, e pensou sobre furar os dedos em seus ouvidos.
Em vez disso, concentrou-se em sair.

228
Ela desceu dez passos quando Armie agarrou-a, novamente.
— Espere, caramba.
— O quê? — Ela perguntou quando se virou para encará-lo.
Seu temperamento aparentemente esfriou o dele. Ele se tornou

paternalista. — Eu estou andando com você até o carro.
— Ha! De jeito nenhum. — Ela começou novamente.
Ele não discutiu, mas maldição, ele a seguiu do mesmo jeito.

Praticamente nu. Aqueles jeans desgastados, desbotados e abertos,
descendo sobre seus magros quadris.
Usando as duas mãos, Merissa abriu as portas de entrada duplas e

entrou no ar úmido da noite. Luzes de segurança afastaram qualquer
perigo imaginário, exceto pelo perigo de Armie em suas costas.
Perigo para a sua paz de espírito. — Vá embora, Armie.
Zombando dela, ele perguntou: — Por que você está tão brava?
— Eu não estou.
Ele bufou e puxou uma mecha de seu cabelo. — Você tem vapor
saindo de sua bunda.
Ofegante, ela se virou para ele. — Eu não!
Ele examinou-a. — Talvez de seus ouvidos, também. E onde diabos

você estacionou?
— Lá. — Ela apontou para seu pequeno e antigo carro azul.
Com as mãos nos quadris, Armie olhou onde ela indicava. —No
escuro. Longe do prédio. — Seu olhar se inclinou. — Onde diabos está seu
namorado?
Ela encolheu os ombros. Não sabia e não se importava. Ele deveria

busca-la no aeroporto, mas ele não tinha aparecido. O que estava bem para
ela. Ele não era seu namorado tanto quanto... Conveniente. Agora que ele
não era tão conveniente, bem, então, ela não tinha nenhuma razão para
continuar a vê-lo.

229
Sabendo que ela teria que explicar isso a ele, porém, ela disse: — Eu
vou ligar para ele amanhã.
Ambas as sobrancelhas levantadas. — Ligar?
— Eu não quis dizer isso. Quis dizer me encontrar. — Ela balançou a

cabeça para ele. — Nem todos nós somos macacos obcecados por sexo.
— Eu não sou um macaco.
Ela notou que ele não negou a parte obcecados por sexo. — Adeus,
Armie.
Ele a seguiu. Mais uma vez. Ainda.
— Você não está preocupado que suas amigas vão terminar sem
você?
— Se elas fizerem isso, eu vou leva-las a começar novamente. Eu sou

bom nisso, você sabe. Ao acelerar o motor e...
Quando ela olhou para ele, ele reclamou, então murmurou, —

maldição.
— O quê?
— Eu não deveria falar assim com você.
— Você fala assim com todas.
Ignorando a interrupção, acrescentou, com mais calor, — você não

deve deixar-me falar assim. Inferno, você não deveria estar aqui.
Esmagada, novamente. De todos os modos imagináveis, ele a deixava

saber que ela não era bem-vinda.
Enquanto tentava pensar em uma réplica adequada, Merissa abriu a

porta do carro e entrou. O interior estava abafado, então, ela abriu a janela,
ligou o motor e levantou o ar.
De repente, Armie estava lá, as mãos apoiadas em cima da moldura da

janela quando ele se inclinou para baixo, com o rosto sombrio, seu humor
importuno.
— Nunca mais faça isso de novo.

230
Por que a vista de suas axilas a deixou nervosa, ela não sabia, a não
ser que a forma como ele estava e o que ele mostrou enfatizava sua
masculinidade em grande forma.
— Rissy? — Ele sussurrou, parecendo triste.
Ela tinha ouvido o apelido a maior parte de sua vida. Soou muito
diferente vindo dele, de alguma forma mais pessoal. Preparando-se para o
seu impacto, ela encontrou seu olhar.
Quando ela olhou para ele, o encontrou com o rosto endurecido. —

Nunca mais. — Ele se endireitou. — Bloqueie suas portas, — ele ordenou
antes de se afastar.
No meio-fio, ele olhou para trás com impaciência.
Segurando as mãos em pedido de desculpas, Merissa fechou a janela e

bateu as travas automáticas que fechava todas as portas.
Ele balançou a cabeça e saiu.
E a cada passo arrogante que ele tomou, ela o queria mais.
Fique longe? Ela duvidava que ela pudesse.

231
CAPÍTULO 13
Entrando no prédio, Armie ficou de lado nas sombras e esperou até

que o carro de Rissy passou. Jesus. Deixando escapar um suspiro apertado,
ele caiu de costas contra a parede. Seu pênis doía e não tinha nada a ver
com as duas gatas nuas seguindo sem ele em seu apartamento.
Na verdade, agora que ele tinha visto Merissa, ele tinha menos do que
zero interesse em qualquer uma delas. Ele sabia que ela estava voltando
para casa hoje e essa foi a única razão que ele tinha convidado Avril em
primeiro lugar, como uma distração. Tinha sido ideia de Avril misturar as
coisas e convidar Kelli para participar. Inferno, quanto mais escandaloso
que ele era, mais algumas mulheres competiam para ficar com ele.
Mas não Rissy. Não, ela parecia partes iguais de chocada, revoltada e
envergonhada. Por ele.
Ele bateu a mão contra a parede.
Meninas agradáveis estavam fora de sua lista, e Rissy era melhor que
a maioria. Acrescentando o fato de que ela era irmã de Cannon e ele não
tinha nenhum negócio maldito que colocar pensamentos sobre ela.
Mas ele faria de qualquer maneira.
Ele preferia se masturbar pensando em seus grandes olhos azuis e

sua boca aberta em surpresa ao encontra-lo com seu jeans aberto do que
ser usado pelas duas ninfetas.
Merda, merda, merda.
Ele olhou para as escadas. As mulheres não iriam gostar, mas sorte
para ele, ele era homem o bastante para enviar-lhes para casa de qualquer
maneira. Decidido, ele correu até a escada.
Para sua paz de espírito, ele esperava que Merissa mantivesse

distância.
Porque ele certo como a merda não podia contar com seu próprio
controle. Não com ela.

232
Não quando todo santo dia ele a queria mais.
***
Cannon despertou com uma cabeça batendo e os braços cheios de

uma mulher suave e quente. Mas não qualquer mulher. Yvette.
O cheiro dela faz coisas insanas para ele; seu hálito quente em seu
peito o afetou como um golpe.
Ele já estava tão duro que machucava.
Felizmente, ela parecia morta para o mundo. Ela nem sequer se

moveu quando ele a ajudou a ficar de costas. Seus cílios deixaram sombras
em suas maçãs do rosto. Apenas os lábios entreabertos pediam atenção, e
porque ele não podia resistir, ele se inclinou para um beijo de borboleta.
Seus cabelos longos derramaram sobre seus ombros, fazendo um
contraste áspero contra seus peitos pálidos. E aqueles pequenos mamilos
cor-de-rosa...
Porra, mas ele queria colocar a boca sobre ela, para sugar suavemente
até que seus mamilos apertassem e doessem.
Até que ela acordasse querendo ele tanto quanto ele a queria.
Quando ela fez um som em seu sono, seu coração bateu fortemente,
seu pau se contraiu.
Mas ela só suspirou e dormiu.
Droga, ele não tinha nada que fazer isso, atormentando-se como um
masoquista. O mais silenciosamente possível, ele saiu da cama, encontrou
seus shorts no chão e puxou-os. Com um último olhar demorado em seu
corpo, em seguida, em seu belo rosto relaxado, ele se esgueirou para fora
da sala.
Ele era um lutador, maldição. Ele tinha o controle. Ele tinha força de
vontade.
Ele entendia a motivação e manteve o curso, apesar do desconforto

para o seu corpo. Ele podia e faria isso e, no final, ele iria obter o prêmio.
Yvette.

233
Vinte minutos mais tarde, ansioso para correr, os impulsos tensos

antes de enfrentá-la de novo, Cannon saiu pela porta. Ele usava shorts e
tênis, mas ele tinha o seu telefone com ele, no caso de Yvette acordar e
chamá-lo antes que ele voltasse.
Ele viu a escrita em seu caminhão empoeirado, logo que ele chegou à
calçada. — Rissy esteve aqui.
Seu típico MO (Modus Operandi). Ele tinha encontrado

frequentemente notas similares dela, sempre curtas e sucintas, quando ele
perdia suas visitas. “Rissy esteve aqui”. Essa era a deixa para entrar em
contato.
Ele sorriu. Então, sua irmã estava em casa. Ele checou seu celular e
com certeza, a chamada que ele não havia respondido a noite passada foi
dela. Ele imediatamente chamou de volta.
Ela respondeu no terceiro toque com um gemido exagerado. — Nem

todos nós levantamos a bunda da cama de madrugada, Cannon.
— São sete e meia.
— Não foi isso que eu disse?
Amava-a muito, ele sorriu. — Você escreveu no meu caminhão.
— Eu escrevi em sua poeira. Sério, limpe a coisa.
Ele circulou o caminhão e notou pegadas que não poderia pertencer a

sua irmã.
-Tenho estado ocupado.
— Sim. — Sons dela sentando infiltraram através da linha. — Eu ouvi.
Olhando ao redor da área e não encontrando nada mais suspeito do

que um casal de idosos se beijando na varanda do outro lado da rua, ele
perguntou:
— De quem?
Silêncio. Um silêncio longo, cheio de tensão.
— Rissy?

234
— Fofocas dos lutadores. Você sabe como são os caras.
Ele riu. — Você é doida.
— E quanto ao café da manhã? Você esta livre?
— Claro. — Ele queria vê-la. — Eu posso ignorar minha corrida.
— Não, não agora. Por volta das dez?
— Isso é maldito perto de almoço, mas claro. Eu vou te buscar.
— Não, seu caminhão apenas acomoda dois e eu quero que você traga
Yvette. Venha para casa. Eu vou cozinhar.
Ele fez uma pausa, franzindo a testa. Então, ela sabia sobre Yvette,
hein? Talvez os caras estivessem fofocando como um bando de galinhas
velhas.
Em vez de explicar por telefone, ele disse, — Você simplesmente voou

do Japão. Em vez de cozinhar, tome o dia de folga. Por minha conta. — Eles
poderiam passar a manhã juntos e ele poderia explicar... O quê? Que ele
tinha manipulado uma má situação para que ele pudesse tirar proveito?
Ela bufou. — Será que você tirou um dia depois que chegou em casa?
Esfregando a parte de trás do seu pescoço, Cannon andava pela casa,

verificando cada janela, mas não viu nada de errado. — Isso é uma longa
história.
— E eu não posso esperar para ouvi-la. Então, você está tendo uma
pausa? Eu posso cozinhar um pequeno café da manhã à moda antiga ou
panquecas, o que eu preciso fazer para fazê-lo vomitar tudo?
Sorrindo para suas palhaçadas, Cannon disse: — Eu mataria por

algumas batatas fritas caseira e bacon.
— E biscoitos de pingo de mel? Yum. Eu estou nisso. Dez horas, ok?

Não se atrase.
Ele terminou a chamada e prendeu o telefone na sua cintura, mas

antes que pudesse decolar, ele sentiu olhos nele.
Virando-se, ele encontrou Yvette na porta da frente. Quando seu olhar

encontrou o dela, ela corou vermelho brilhante e olhou para seus pés.

235
A luz do sol matutino derramava sobre ela, fazendo sua pele clara
dourada e mostrando destaques avermelhados em seu cabelo escuro. Ela
usava apenas uma camisa, deixando suas belas pernas em exibição. Ele
sabia que ela não estava usando um sutiã, e como ela puxou a barra da
camisa, ele supôs que ela tinha deixado a calcinha para trás, também..
Foda-se a corrida. Um triathlon não diminuiria a necessidade

inspirada pela luxúria de se torcer por ele.
Olhando para seu corpo, ele voltou a caminhar. — Bom dia.
Seus pés descalços se moveram. — Você ia sem mim?
— Você parecia com muito sono quando eu saí da cama. — Quando

ele a alcançou, ele alisou o cabelo comprido. Sua pele estava quente,
cabelos emaranhados, os olhos pesados e seu pênis engrossando com
desejo. — Dormiu bem?
Balançando a cabeça, ela perguntou: — Você?
Mal piscando os olhos, ele mentiu. — Sim. — Ela não encontrou o seu
olhar, e ele sabia que era constrangimento. Ele nunca deveria ter
apressado as coisas. — Eu vou esperar, se você quiser ficar pronta.
Só então percebeu como ela se segurava. Não apenas envergonhada,

mas defensiva. Preocupada. Incerta.
— Hey. — Ele levantou o queixo dela. — O que foi?
— Eu quero... Eu quero ser totalmente sincera e honesta. Sobre tudo.
— Sim. — Ele queria isso também. Empurrando-a para dentro e fora

da vista dos transeuntes, ele concordou. — Sempre.
Ela mudou seu peso de um quadril para o outro, chamando a sua

atenção para as pernas novamente. Como um flashback fundido, ele se
lembrou das coxas macias contra sua mandíbula, o gosto inebriante dela,
como ela tinha se movia e os sons provocantes que ela tinha feito.
— Isso foi tão... Inesperado.
— O que foi?

236
— Como você me fez... Vir.
Levantou seu olhar fora de seu peito e levou ao seu rosto a tempo de
ver sua língua lisa sobre seu lábio inferior.
Ele mal conseguiu conter um gemido. Droga, ele estava no limite

incerto de novo. Se ela o tocasse apenas uma vez, ele explodiria como uma
celebração de Quatro de Julho.
Desde que ela ainda estava mexendo com a bainha da camisa, ele
tomou-lhe as mãos e tentou parecer razoável em vez de ligado. — O que
está em sua mente, querida?
Em uma corrida repentina, ela desabafou: — Eu espero que você

acredite em mim. Quero dizer, você fez parecer tão fácil, que agora estou
um pouco envergonhada por fazer um grande negócio disto. — Ela
respirou mais rápido, as mãos apertando as suas. — Mas eu juro, até
ontem à noite, eu não podia... Eu não tinha...
— Nós somos bons juntos, — ele disse a ela com satisfação. E ele sabia
que, mesmo se ela não acreditasse, uma vez que ele estivesse dentro dela
seria nada menos do que alucinante.
— Não. — Ela balançou a cabeça. — Foi você.
— Fomos nós.
— Mas eu não fiz nada! — E com a acusação, — você não me deixou.
Ele absolutamente não podia pensar nela fazendo algo agora, não se
quisesse manter qualquer aparência de controle. — Eu ajudei você, é
verdade. É chamado de preliminares, e eu adorei. Mas nunca houve nada
de errado com você.
Afastando-se, ela passou os braços em volta de si mesma. — Mas você

não vê, havia. É... Eu... Eu não sei. — Ela girou de volta para ele. — Eu não
quero que você pense que eu estou exagerando.
Agora ele estava realmente perdido. — O quê?
— Não pense que eu estava de alguma forma usando o meu... ― Ela

procurou uma palavra ― minhas questões, para usá-lo. Que eu só estava
dizendo-lhe coisas para obter piedade ou para coagir você.
Ela pensou que ele iria acusá-la de inventar isso? — Yvette...

237
— Não é um segredo que eu sempre o quis, — ela continuou em uma

corrida. —Naquela época, e antes... antes que acontecesse, eu teria feito
muito para chamar sua atenção.
Ele estendeu a mão para ela, mas ela esquivou-se. — Eu não usaria o
cartão de simpatia, no entanto, eu juro. Eu nunca faria algo tão patético
ou...
— Pare com isso. — Empurrado longe demais, Cannon pegou seus

ombros e a trouxe ao redor. — Você acha que eu iria acusá-la disso?
Suas sobrancelhas se ergueram diante da sua raiva. — Eu não sei.
— Bem, eu não o faria. Jesus, Yvette, eu não sou um idiota.
— Eu nunca disse...
Ele a beijou, mas apenas por um segundo, porque, caramba, ele tinha
muito a dizer. — E você não é tão manipuladora.
A respiração a deixou em um suspiro e ela tocou seu peito nu. ― Você

não pode saber isso, Cannon, porque você realmente não me conhece.
Você nunca fez, mas agora, depois de tanto tempo, bem, eu mal cheguei em
casa há uma semana, então como você pode?
Ela estava errada. Em algum nível elementar, ele tinha sempre a

conhecido. — Eu conheço as mulheres. — Beijando-a novamente, ele
apoiou-se na parede, se inclinou para ela e continuou a beijá-la até que
suas mãos estavam agarrando seus ombros e sua boca estava se movendo
sob a sua, faminta.
Ele colocou uma coxa entre as pernas dela, em seguida, levantou a

cabeça para sugar o ar, porque ele tinha acabado de verificá-la.
Sem calcinha.
Lentamente, arrastando o suspense, ele deslizou suas mãos até os

quadris, mantendo-a imóvel enquanto ele se aproximava mais perto dela.
Ela olhou para ele todo, exceto para sua coxa, seu olhar esfumaçado,
os lábios entreabertos.
Ele lutou... E perdeu. Mantendo-a presa à parede, ele chegou sob a

camisa solta para encontrar a carne quente. Trazendo as mãos para cima

238
de seu corpo, ele levantou a camisa de modo que seu abdome rígido estava
contra sua barriga lisa, e, Deus, era doce.
— Eu conheço as mulheres, — ele repetiu contra sua garganta. — As

fanáticas que vêm atrás de todos os lutadores. Mulheres que querem
apenas um bom tempo. Mulheres que esperam para me amarrar.
— Eu não quero ouvir falar delas, — ela sussurrou, movendo

sutilmente, já despertada.
Colocando as mãos em ambos os lados da camisa, ele puxou-a mais

até que seus seios estavam à mostra.
— Eu sei como ler as mulheres. Eu sei como ler você. Você é diferente
de todo o resto. — Ele respirou fundo, então, se inclinou para lamber sobre
um mamilo.
Yvette reagiu imediatamente, arqueando as costas, afundando as

mãos em seu cabelo. Indo por instinto carnal básico mais do que bom
senso comum, ele passou um braço sob sua bunda e levantou-a.
Ela enrolou as pernas em volta dele.
Não era uma provocação lenta. Ele chupou seu peito, saboreando seus
gemidos quebrados, enquanto ela torcia contra ele.
Apoiando uma das mãos na parede perto da cabeça, ele moeu contra
ela.
— Oh, Deus, oh, Deus, oh... — Sua voz se levantou. — Cannon.
Ele estava prestes a arrancar seus shorts e para o inferno com

consequências quando o telefone de Yvette tocou.
O som não inteiramente cortou a luxúria, mas desacelerou-a.
— Não, — ela disse, com tom suplicante. — Cannon, por favor.
O telefone parou de tocar.
Ele tinha acabado de se convencer a selar o negócio quando começou

novamente.
Então de novo.

239
Ela gemeu alto.
— Deve ser importante, — ele argumentou. — Você bloqueou Heath,

certo?
Ela parecia à beira das lágrimas. — Sim.
Dilacerado sobre o que fazer, ele afastou-se da parede, ainda

segurando-a, e foi para o sofá. Ele se sentou com ela no colo dele, de frente
para ele e agarrou o telefone com uma mão.
Usando o polegar, ele respondeu. — Olá?
Silêncio, antes de uma mulher ultrajada exigir com um toque de

pânico —, onde está Yvette? Ela está bem? Quem é você?
— Ela está bem aqui. — Cannon acalmou. — Ela está bem. Muito bem.
Quem está chamando?
— Eu perguntei primeiro.
Então, ele teve que jogar? — Cannon Colter.
— Oh.
Ela sabia sobre ele? — Sua vez.
— Vanity Baker.
Ah, sua amiga de Cali. Querendo saber o quanto Yvette tinha dito a
ela, ele disse: ― Prazer em conhecê-la, mesmo que apenas via telefone
celular.
— O prazer é todo meu. — Ela fez um som de assobio, então disse, —

Yvette está aí ouvindo?
— Bem aqui, sim. — Tão perto como uma mulher vestida poderia
estar.
— A coisa é... Eu tenho notícias sobre um ex-idiota, então, me faça um

favor e fique por aqui, ok?
Cannon gostava de sua proteção, mas não o seu timing.

240
Ou talvez tenha sido bem na mosca. Considerando que ele tinha

acabado de dizer a si mesmo para se mover com mais cautela, o que com
certeza não inclui batê-la contra a parede, com muito pouco tato.
— Eu não vou a lugar nenhum, — disse à Vanity.
— Sim? Bom saber.
Yvette observava a troca com interesse mínimo. Claro, ela montava

seu colo e ainda estava respirando com dificuldade, então... Ele segurou
seu seio e observou os olhos dela afundarem fechados.
Ela estava tão excitada quanto ele, evidenciado pela forma como ela
ficou se contorcendo em sua ereção.
Mas, caramba, ele não queria deixa-la quebrada com a necessidade.

Com pesar, ele organizou sua camisa para que ela a cobrisse totalmente de
novo.
Yvette gemeu, novamente.
— Então, Cannon, — disse Vanity. — Minha garota me disse que você

é um lutador mauzão ou algo assim.
Ele sorriu. — Ou algo assim.
— Você também é heroico, certo?
Yvette estava começando a parecer desconfiada, então, Cannon

sugeriu: — Por que você não me diz o que está em sua mente, Vanity?
—Deixe-me falar com Yvette em primeiro lugar.
— Espere. — Ele segurou o telefone contra o sofá. — É sua amiga

Vanity.
Yvette começou a sair do seu colo, mas ele não estava pronto para
deixá-la ir ainda. Com uma mão em seu quadril, ele a manteve, então
acariciou. — Eu gosto de te segurar.
Ela mordeu o lábio, pegou o telefone dele e levantou-o para sua

orelha. — Hey, Vanity.
— Por que você não respondeu ontem à noite?

241
Desde que ela acidentalmente colocou o telefone no viva-voz, Cannon

ouviu Vanity alto e claro.
Corando, Yvette disse: — Eu estava...
— O quê? O que você estava fazendo? O.M.G.( Oh my God - Oh meu

Deus). Você fez o desagradável, não é? — Ela gritou. — Conte-me. Detalhes.
—Vanity.
Ela engasgou. — Você está na cama com ele agora, não é? É por isso
que ele respondeu? — Outro guincho. — Foi quente? Você já foi
convertida? Você está agora entre a maioria da população?
Yvette parecia tão perturbada que Cannon sorriu. Claramente Vanity

conhecia alguns dos detalhes.
— Sua voz é sonhadora, — Vanity continuou antes que Yvette

pudesse dizer uma palavra. —Diga-me que igualou as partidas.
Yvette revirou os olhos. — Está acabado.
Ela disse: — Sim! — Como um grito da vitória.
Apressando-se, Yvette disse: — Mas nós não fomos... Nós não ter...
— Bem, maldita. Por que não?
— Principalmente porque você interrompeu - disse Cannon. — Mas

eu vou perdoá-la apenas uma vez.
Fechando os olhos, Yvette disse: — Você está no viva-voz, Vanity.
Silêncio. Então, em um sussurro escandalizado, — ele estava ouvindo

o tempo todo?
— Aham.
— Bem. — Sacudindo o constrangimento, Vanity disse: — C'est la

vie.(Viva a Vida). Recuso-me a corar. Na verdade, pule em seus ossos, eu
digo. Ele parece valer a pena.
— Vanity.
— Esse é o seu tom de aviso, Cannon, só para você saber.

242
Cannon gostava de Vanity mais a cada momento. — Obrigado.
— E agora aqui está o meu aviso, seja bom para ela.
— Nós já trabalhamos isso, não é?
— Talvez. Yvette não iria deixa-lo perto dela se você não fosse um dos
caras bons. É por isso que o velho Heath foi arrancado. Mas eu quis dizer
sexualmente. Ela merece
— Vanity!
Lutando contra uma risada, Cannon disse: — Concordo.
— Eu poderia visitar.
— Você seria mais do que bem-vinda para ficar com a gente.
— Nós? — Mais silêncio e, em seguida, — Yvette, sua vadia. Você foi

morar com ele? Por que você não me ligou para contar?
— Estamos compartilhando a casa de seu avô, — explicou Cannon.
— Diga-me que só há uma cama, um chuveiro...
— Eu vou matar você, a próxima vez que encontrá-la. — Yvette pegou

o telefone para tirá-lo do viva-voz.
Vanity disse rapidamente: — Espere! Eu quero que Cannon ouça isso.
— Se é conselho...
Vanity bufou. — Se ele precisar de um, então, você deve seguir em

frente.
Embora as recentes ações não pudessem provar isso, Cannon disse, —

eu não.
— Não pensei que sim. Mas apesar de qualquer coisa, eu queria dizer
a você sobre Heath.
Cannon estava sentado um pouco mais reto, um braço indo ao redor

de Yvette. Ele tinha um sentimento muito ruim. — O que tem ele?

243
— Ele pulou em um avião na noite passada e, infelizmente, ele está

indo em sua direção.
— Não, — disse Yvette. — Isso é... Louco!
— O que descreve Heath perfeitamente. Ele postou no Facebook que

ele estava indo, em seguida, fez uma atualização de status no aeroporto. E
seguindo isso, ele disse que vai atrás do que é seu. No caso em que não seja
claro o suficiente, significa você, boneca.
— Ele quer dizer eu. — Yvette repetiu, olhando pasma.
— Percebendo a diferença de horário e tempos de voo, eu estou

pensando que ele, provavelmente, já está aí. Então, você pode querer
manter um olho nisso. Você se lembra que bundão que ele era antes de
sair...
— Obrigada por me dizer, — Yvette interrompeu enquanto se

afastava do colo de Cannon.
O que fez Cannon se perguntar exatamente o que Heath tinha feito, e

por que Yvette não queria que ele soubesse.
Uma mão em seu cabelo, Yvette disse: — Eu o bloqueei do meu

Facebook e do meu telefone, então, eu não tinha ideia.
— Ele está seriamente desequilibrado. Vou vigiar e se eu vir alguma

coisa mando um texto para você.
— Faça-me um favor, — disse Cannon. — Se você ver alguma coisa

estranha, copie e envie para mim. Vou te dar minha informação de contato.
— Você vai chutar a bunda dele?
Ele não tinha ideia de qual é a resposta certa, então, ele disse: — Eu
não vou deixar nada acontecer com ela.
Yvette apoiou as mãos nos quadris. — Pare com isso, vocês dois. Eu
sou uma menina grande e eu posso cuidar de mim mesma.
O silêncio que se seguiu a essa afirmação só a enfureceu mais. Ela deu

um som baixo de frustração. — Vanity, obrigada. A sério. Você sabe que te
amo.
Vanity fez sons de beijos no telefone.

244
— Mas talvez seja melhor se nós apenas ignorarmos Heath...
— Oh infernos, não. Tentei isso da última vez e veja onde isso nos
trouxe.
Ela fez uma careta, provavelmente porque ela percebeu que Cannon
iria insistir em saber agora.
Graças a Vanity, ele nem sequer tem que perguntar.
— Ele invadiu, — Vanity afirmou. — Ele vasculhou suas coisas. Ele é

um pervertido desequilibrado, Yvette e você não deve esquecer.
***
Eles não conseguiram correr, não depois que Vanity falou sobre
Heath. Mas Cannon entrou em seu exercício, seguindo-a pela casa e vigiou
cada detalhe.
Ele andava ao redor dela enquanto ela bebia o seu café e comeu um
muffin, encostou-se na pia enquanto ela escovava os dentes, não se mexeu
quando ela trocou por roupas limpas, mas no chuveiro, ele cedeu e deu-lhe
um pouco de privacidade.
Quando ela saiu, vestida e ligeiramente refrescada, Cannon estava em

um laptop checando tudo o que pudesse encontrar sobre Heath. — Eu não
posso ver muito, desde que não são amigos no Facebook, — ele disse, —
mas eu me conectei com Vanity.
O que significava que ele agora podia ver suas fotos e ele sabe o quão
linda ela era. —E?
— E o quê? — Ele fechou o laptop e se levantou, o seu olhar passando

por cima dela dessa forma aquecida.
— Será que você viu suas fotos?
— Eu vi algumas suas com ela. — Aproximando-se, ele disse: —

Incluindo uma sua em um biquíni.
Isso era o que ele tinha notado? Próxima à Vanity, tudo sobre ela
desaparecia, ou assim ela pensava. — Vanity estava em um biquíni,
também.

245
Ele segurou seu rosto e inclinou-se para a boca em um beijo suave. —

Me desculpe, eu corri com as coisas novamente.
A mudança repentina no tema sacudiu a sua cabeça. — O quê?
— Mais cedo. Antes de Vanity chamar. — Outro beijo, desta vez um

pouco mais fundo, mas também contido, como se ele se mantivesse em
cheque. — Eu espero que você ainda esteja com fome.
O que ele quer dizer com isso? — Umm...
Sorrindo para ela, ele beijou o nariz e deu um passo atrás. — Minha
irmã ligou esta manhã. Ela nos convidou para o café da manhã.
Oh. Sabendo que ele quis dizer com fome de comida real em vez de
sexo, deixou-a murcha, prova de que Cannon tinha virado sua vida de
cabeça para baixo.
— Eu iria gostar disso. — Ela e Rissy se conheceram na escola, tinham

sido amigas casuais naquela época, mas não estiveram perto o suficiente
para ficar em contato.
— Bom. No caminho, você pode me dizer mais sobre a invasão de

Heath.
Em poucos minutos eles estavam na estrada, mas seria uma viagem

curta, de modo que era melhor começar. Esperando que seu negócio
privado permanecesse privado, ela queria terminar essa discussão antes
de chegarem a sua irmã. — Não tenho certeza o que mais eu posso te dizer,
Cannon, mas vou tentar.
—Você disse que chegou em casa e o lugar estava destruído. Você

tinha coisas faltando.
— Não foi dinheiro ou qualquer coisa valiosa. Todos os meus

produtos eletrônicos ainda estavam onde eu tinha deixado, mas alguém
tinha olhado meus e-mails e meu Facebook. Minha, um... — Sabendo como
Cannon iria reagir, ela decidiu apenas dizer. — Mexeram na minha gaveta
de calcinhas.
Suas mãos apertaram no volante, mas ele não disse nada.
— Eu costumo comprar sutiã e calcinha combinando, foi assim que eu

percebi que algumas peças estavam faltando.

246
— Ele parece doente e desesperado.
Isso o cobria, e foi por isso que ela se recusou a aceitar seus
telefonemas.
― Ele devolveu tudo.
Incrédulo, Cannon olhou para ela. — Você está dando desculpas para
ele?
— Não! É só que... Bem, foi meio patético. Desesperado, como você

disse. — E ela teve que admitir, para si mesma, se não fosse por Cannon,
ela se sentiria culpada por machucá-lo tanto.
— Eu estou supondo que ele não pegou um tempo?
— Ele nunca foi preso.
Mais compressão do volante. — Por que não?
— Eu sabia, quando eu vi a bagunça, que foi Heath. Eu estava tão

furiosa, que eu liguei para ele e coloquei-o em linha reta.
Cannon grunhiu, fazendo sua opinião, de suas táticas para lidar com
ele, compreendida.
Defendendo-se e as suas decisões, ela continuou. — Ele confessou, se

desculpou, devolveu as minhas coisas e, na maior parte, deixou-me
sozinha.
— Pela maior parte?
Ela odiava como o dia tinha azedado, especialmente quando ele tinha
começado com aquele beijo incrível e a promessa de mais.
Contra uma parede.
Presa lá pelo corpo quente e duro de Cannon.
Ela sentiu o corpo formigando de novo só de pensar o quão urgente

ele tinha sido. Ela queria ter relações sexuais. Ela queria saber tudo.
E, em vez disso, ela estava presa falando sobre Heath estúpido.
Ela precisava que o dia melhorasse.

247
Ela precisava... de Cannon.
Distraidamente envolvendo dois dedos em uma longa mecha de

cabelo, ela tentou acalmar o seu humor. — Como você já sabe, ele começou
a enviar texto ressentido, ocasionalmente. Eu pretendo ignorá-lo. Somente
ignorá-lo. Eu espero que você faça o mesmo.
Cannon entrou na garagem da casa modesta de sua família, agora a

casa de sua irmã, estacionou o caminhão e desligou o motor. Os segundos
passavam em silêncio antes que ele tirasse as chaves e deslocasse em
direção a ela, seus olhos azuis brilhantes sob o sol da manhã.
— Eu vou pensar sobre isso. — Ele gentilmente desembaraçou os

cabelos de seus dedos, em seguida, levantou a mão para beijar os nós dos
dedos. — A menos que ele apareça aqui e tente perturbá-la. Então, todas
as apostas estão fora.

248
CAPÍTULO 14
Armie não podia acreditar que tinha sido convocado para a casa de
Rissy. Porra e maldição, ele não queria vê-la novamente. Não tão cedo.
Não importa que ele tinha chegado cedo ao ginásio, que ele levantou
pesos, feito cardio e batido o saco pesado até que estivesse encharcado de
suor, ele ainda não tinha se recuperado desse encontro com ela ontem à
noite.
Quando ele parou no meio-fio, viu Cannon, Yvette e Rissy em pé ao

lado do caminhão de Cannon. Rissy usava bermudas, por isso a sua
atenção se agarrou a ela até que ele se conteve. Não importa que os
tempos fossem empurrados acima de meados dos anos noventa. Ele sabia,
por que, de repente, estava muito quente e que não tinha absolutamente
nada a ver com o clima.
Quando saiu, Yvette se aproximou. — Oi.
— Oi, Yvette. — Ele não se esforçou para olhar para além dela em
Rissy. — E aí?
Comprimida com preocupação, ela apontou para o caminhão. —

Vandalismo.
Todos os quatro pneus estavam no chão.
Cannon agachou-se pelo pneu traseiro do passageiro. — Pregos em

todos eles.
Com um longo assobio, ele se juntou a Cannon. — Você dirige pelo

meio de um canteiro de obras?
— Não.
— Huh. — O olhar que Cannon deu-lhe falou alto, ele achou que
alguém tinha fodido com seu caminhão. Alarme levou Armie de volta aos
seus pés. — Isso aconteceu aqui, ou na casa de Yvette?
— Eu estou supondo que em casa. — Cannon também se levantou. —

Se os pregos estivessem frescos, os pneus ainda não estariam no chão. Mas

249
nós chegamos aqui para o café da manhã por volta das dez, então... — Ele
deu de ombros.
Um par de horas atrás, então, uma vez que agora era meio-dia. —
Ainda assim, — disse Armie. — Eu estou pensando que poderia ser uma
boa ideia colocar algumas câmeras de segurança aqui.
Cannon caminhou até o outro lado do caminhão, longe das mulheres.
Isso servia perfeitamente para Armie. Foda-se, ele não podia sentir
Rissy ali, a poucos passos de distância. Quanto maior a distância que ele
colocava entre eles, mais fácil de respirar.
Ele olhou para Yvette. — Pode me pegar algo frio para beber?
Yvette disse: — Oh, uh... — Ela olhou para Rissy.
Ela não fez.
— Eles querem privacidade, — disse Rissy com um bufo. — Ele sabe

que é melhor não me mandar fazer uma tarefa, mas eu acho que ele acha
que você é mais fácil de enganar.
— Ou apenas mais agradável, — ele se ouviu dizer. Em seguida, ele

amaldiçoou em voz baixa.
Do outro lado do caminhão, Cannon tentou jogar de árbitro. — Jogue

limpo, Rissy.
Ela fingiu confusão inocente, fazendo um O com sua boca e batendo os

cílios de uma forma exagerada. — Mas eu pensei que você queria a ajuda
de Armie? E se eu sou boa, não iria assustá-lo na próxima semana?
— Rissy, — Armie advertiu, sem efeito algum.
— Ele é suscetível de gritar de terror e fugir, então, como ele pode

ajudá-lo?
— Na verdade, — Cannon disse, salvando sua bunda de dizer algo que

ele mais tarde se arrependeria, — estou com sede, também. Assim que tal
um par de coisas frias?
— Para você, com certeza. — Ela enganchou seu braço no de Yvette e

arrastou a pobre garota confusa junto com ela.

250
Armie assistiu-as ir embora, até que Cannon deu-lhe um empurrão,

meio derrubando-o na lateral do caminhão.
Ele ainda não tinha notado Cannon chegando perto novamente. —

Que diabos?
— Você estava imaginando outro trio, e merdas como essa só poderia

fazê-lo morto.
Apavorado, Armie se endireitou com os punhos atados. — O inferno

que eu estava! Uma delas é sua irmã. — E ele nunca iria envolvê-la em
qualquer coisa sórdida, nem mesmo em sua imaginação. Quando ele
pensava sobre sexo com Rissy, e sim, ele pensava, eram apenas os dois. —
A outro é sua namorada. Eu vou admitir que eu seja um canalha, mas eu
não sou tão baixo.
Cannon considerou o que ele dizia, em seguida, encostou os ombros e

rolou a cabeça como se estivesse tentando soltar os músculos enrolados.
— Desculpa.
Sentindo pena dele, Armie iluminou seu tom. — Na verdade, eu estava

me divertido com as diferenças. Quero dizer, com Rissy tão malditamente
alta. E Yvette tão pequena. Além do longo cabelo escuro, elas são tão
incompatíveis como poderiam ser.
— Sim. — Cannon passou as mãos pelo cabelo e se afastou.
Cruzando os braços e inclinando-se para trás no caminhão, Armie leu

sua agitação. —Então, o que realmente está acontecendo?
— O ex-namorado fodido dela pode estar na cidade.
— Não me diga?
— Sua amiga ligou ontem à noite e disse que Heath tinha pulado em
um avião. Ele postou alguma bobagem em seu Facebook sobre recuperar o
que é seu.
— Você acha que ele já está aqui? — Ele acenou para os pneus. —
Você acha que ele fez isso?
— Não faço ideia, mas eu não gosto disso.
— O que posso fazer para ajudar? Além de dar-lhe uma carona hoje,
quero dizer.

251
— Você se importaria de me ajudar a colocar as câmeras de segurança

extra aqui, que você mencionou?
Oh infernos, não. Ele engoliu em seco. — Aqui?
—Sim. — Cannon observou a porta. —Eu não quero alarmar Rissy ou

Yvette, mas eu tenho um mau pressentimento sobre as coisas.
— Seu ex é tão ruim assim?
— Pode ser. Pelo que Yvette me disse, ele é o tipo perseguidor. Mas eu
juro, parece mais do que isso.
Rissy trabalha durante o dia. Ele poderia chamar Stack ou Miles para
cobrir as coisas no centro de recreação e, em seguida, passar por aqui para
que ele não tenha que bater de frente com ela.
Assim, ele não tem que resistir a ela.
— Sim claro. Fico feliz em ajudar. Você sabe disso. — Armie imaginou
que poderia colocar em apenas algumas horas. Certamente não demoraria
muito tempo.
— Olá pessoal.
Ambos olharam para ver Cherry Peyton se aproximando com duas

latas de Coca. Seus cabelos loiros escuros balançavam enquanto ela
caminhava e o rímel estava manchado sob seus olhos castanhos.
— Cherry. —Agora, havia uma mulher que ele poderia cobiçar, Armie
pensava. — Será que a acordamos?
Ela torceu o nariz. — Rissy fez. Batendo armários e amaldiçoando

você.
Ele recuou. — Eu? O que eu fiz? — Mas sim, ele sabia.
Brincando e flertando, ela se inclinou. — Agora, Armie, o que você não

fez?
O sorriso deslizou sobre ele. — Você me pegou. — Ele tomou uma

Coca-Cola dela.
Ela entregou a outro para Cannon.

252
— Obrigado. — Cannon bateu na guia. — Dormiu tarde esta noite?
Cobrindo um bocejo que estendia mandíbula, ela balançou a cabeça.

— Chegamos tarde, — disse ela em torno de sua mão. — Então, eu não
conseguia dormir. Sacudi e virei-me e, finalmente desmaiei esta manhã.
Encantado por ela, Armie sorriu. Sim, ele sabia que Denver estava
sobre ela, portanto ele não iria ultrapassar. Mas ele poderia divertir-se um
pouco. — A bebida poderia ter ajudado.
— Tentei isso, na verdade, com um copo de vinho.
— Então, talvez um homem fosse necessário.
Cannon advertiu-o com uma carranca.
Rindo, Cherry bateu em seu braço, em seguida, admitiu: — Talvez, —

antes de vaguear fora novamente.
Em seu shorts de dormir confortável e um top colado, estava sexy o

suficiente para manter seus pensamentos ocupados observando-a
caminhando.
Quando ela desapareceu pela porta da frente, Cannon abriu a boca e

Armie disse: — Pare. É tarde demais. Eu já tenho essa fantasia trancada.
— Armie, — alertou.
— Foda-se, Cannon. — Sem qualquer animosidade real, ele disse: —

Ela não é sua irmã, não é sua namorada, e minha imaginação não está sob
sua alçada. Eu posso muito bem fantasiar sobre ela, se eu quiser.
— Ouça você falando sobre fantasia.
Armie congelou, estremeceu e se virou para ver Rissy parada lá. Com
os olhos apertados. Os braços cruzados. Uma batida de pé.
Maldição, ela estava sexy. — Hey, dê um tempo. Isso é maneira de se

esgueirar sobre um cara?
Depois de um olhar ardente, ela o dispensou. — Eu tenho que sair. —

disse ela a Cannon.
—Você está trabalhando hoje?—

253
— Não, eu não começo até segunda-feira, mas eu recebi um

telefonema de Steve. Ele deveria me pegar ontem à noite e não apareceu.
Cherry e eu levamos uma hora para pegar um táxi.
— Por que você não me ligou? — Perguntou Cannon.
— Eu fiz, lembra? Você não respondeu. — Sorrindo, ela dispensou a

sua desculpa automática. — Chegamos em casa sãs e salvas, nada demais.
De qualquer forma, Steve acabou de ligar. Ele disse que está de cama. Algo
sobre tropeçar e cair.
Não foi fácil, mas Armie conseguiu manter seu rosto em branco,
mesmo quando Cannon olhou para ele. Steve era um mentiroso maldito,
mas seja o que for.
Rissy não parecia realmente preocupada com a situação de seu

namorado, observou ele. —Você está indo brincar de enfermeira, hein?
Parece bizarro.
Cannon empurrou-o, novamente.
Mas Rissy antecipou o temperamento de seu irmão, dizendo: — Na

verdade, estou lá para dizer a ele que acabamos.
Enquanto Armie cambaleou, pelo menos figurativamente, Cannon

perguntou:
— Por quê? O que aconteceu?
— Nada realmente. Eu só percebi que eu não senti a falta dele,

enquanto eu estava no Japão. Eu me diverti mais com Cherry do que eu
teria se Steve tivese ido junto. Isso é bastante revelador, você não acha?
Sempre o irmão mais velho, Cannon disse: ― Eu acho que você é

inteligente o suficiente para saber o que está fazendo.
Ela encolheu os ombros. — Espero que sim, porque não existem

quaisquer outras perspectivas atualmente no horizonte.
Armie trabalhou sua mandíbula. Ela estava insinuando? Para seu

benefício?
Ha. Não vai acontecer. Ele não era louco. E ela sabia muito bem como
ele se sentia...

254
— Eu odeio fugir. — Ela se preocupou com a alça da sua bolsa. —

Você ainda tem a chave?
Cannon assentiu. — Não se preocupe, querida. Estamos decolando de

qualquer maneira.
— Bem, se você precisar voltar, Cherry estará aqui, mas acho que ela
pode voltar para a cama. ― Ela apontou para Armie. ― Nem uma palavra
de você.
Esquecendo o que ele estava prestes a dizer, algo a ver com Cherry e
uma cama e não dormir, Armie fechou a boca.
Mantendo um olho cauteloso sobre ele, Rissy moveu lentamente seu

olhar de volta para Cannon. — Se você encontrar-se com tempo livre extra,
dê-me uma chamada.
Cannon a abraçou. — Vou fazer.
Ela inclinou a cabeça contra ele. — Eu gosto dela, Cannon. Não

estrague tudo, ok?
Rindo, Cannon despenteou o cabelo de sua irmã, beijou a testa dela e

deixou-a ir.
Armie fez questão de não olhar para ela. Inferno, ele tentou não olhar
para Cannon, também. Mas Rissy não tinha se afastado do meio-fio quando
Cannon olhou para ele.
Cannon era bom nisso, mas, então, Armie também. — O quê?
— Por que diabos você não me disse que foi com Steve que você
lutou?
Não vendo nenhuma razão para negar, Armie bufou. — Não houve
luta para ele, é por isso. Ele e seus amigos punk saltaram em mim, deram
algumas lambidas e, em seguida, saíram mancando. Você ouviu Rissy. O
covarde ainda está descansando na cama, sem dúvida exagerando para seu
benefício. — Desapontado com a ideia, ele murmurou, — o bastardo
provavelmente está esperando para apelar ao seu lado mais suave.
— O que você sabe sobre o lado mais suave da minha irmã?
— Só que ela o esconde bem. — Ele bateu Cannon no ombro. — Nós

vamos chamar alguém sobre os pneus ou o quê?

255
— O serviço de guincho está a caminho. Assim que eles chegarem aqui

podemos sair. Eu só preciso que você deixe a mim e a Yvette em casa.
Vamos usar o carro dela para ir para o centro de recreação. Stack quer que
eu conheça algumas das novas crianças. Como está, eu estou mantendo-a
próxima.
— Vamos chegar a ela, então.
— Certo. — Cruzando os braços sobre o peito, Cannon foi todo severo

e insistente. —Assim que você me dizer o que aconteceu com Steve.
— Eu já fiz.
— Não a sequencia toda.
Conhecia Cannon bem o suficiente para saber que ele não o deixaria
ir, Armie deu de ombros. Por que não? Ele o censuraria de forma adequada
e Cannon iria agradecê-lo. — Ouvi-o disparando sua boca, isso é tudo.
Sua expressão ficou escura. — Sobre Rissy?
Balançando a cabeça, Armie disse: — Não. — Ele teria feito mais do

que derrubá-lo ao redor se fosse isso. — Sobre a outra garota que ele está
batendo. Como dormindo com outra enquanto Rissy estava no Japão.
Os braços de Cannon caíram. — Ele estava traindo?
Apenas pelo ressentimento Armie contaria. — Sim, e pelo que ele

disse, já aconteceu antes. Ele entrou em uma quantidade nauseante de
detalhes sobre como a garota estava desesperada e fácil e terminou por
dizer que com Merissa fora da cidade, ele teve que ter o seu prazer, onde
ele podia.
— Então, ele falou sobre ela.
Correndo, Armie disse: — Você não precisa fazer nada.
— Porque você já fez?
— Uh... — Sim, isso o cobria. Mas ele não queria dar a impressão
errada. — Você ouviu Rissy. Ele já é um cão espancado. Por que sujar as
suas mãos acabando com ele?
Cannon parecia estar considerando as coisas. — Eles não estavam

realmente presos.

256
— Não o defenda.
— Não. — Ele olhou para Armie. — Eu só estou dizendo, que Rissy

não gosta de ficar muito presa com ninguém. Eles podem ter tido um
entendimento, eu não tenho certeza sobre isso. Mas qualquer cara que iria
se gabar para seus amigos é um idiota de qualquer maneira.
— Exatamente. ― Ele tinha seguido o puto, não confiava nele depois

que ouviu, também, ele fazer algumas brincadeiras sobre como ter a
mulher alta e precisando abastecer seu suprimento antes que Merissa
voltasse para casa.
Infelizmente, Steve era um puto paranoico, por isso, quando ele sentiu
que estava sendo seguido, ele reagiu para ter seu círculo de amigos em
torno de Armie.
— Quão ruim você o machucou?
— Ruim o suficiente.
— Detalhes.
— Eu posso ter quebrado sua mandíbula, provavelmente um dedo ou

dois. Possivelmente até mesmo sua mão. — Armie pensou um pouco. — Eu
não estava exagerando sobre ele mancar também, mas seu joelho deve
estar bem. Apenas dolorido por alguns dias.
— Jesus. — Cannon se engasgou com uma risada. — Algo mais?
Armie estreitou os olhos. Como o inferno poderia Cannon encontrar

algum humor nisso? — Eu enterrei um chute no saco também, por isso,
mesmo que Rissy faça as pazes com ele, ele não vai ser útil para ela por um
tempo.
O que limpou todos os sinais de humor. — Eu não quero pensar sobre

isso.
— Você é um covarde, também.
— Diz o cara sem uma irmã. — Cannon começou a mover as coisas do

seu caminhão para o SUV de Armie. — Eu tenho que dizer, porém, que
você jogou de irmão mais velho, também. Agradeço por olhar por ela.
Sim... Pensamentos fraternais nunca haviam ocupado sua mente, não

onde Merissa Colter estava envolvida. — O prazer é meu.

257
— Eu estou querendo saber agora, no entanto, se devo contar a ela

antes que ela o veja.
— Naw. — Rissy era inteligente. Ela veria através da besteira de

Steve, se ela já não tivesse. — Se ela de repente ficar com ele, então tudo
bem, vamos dizer a ela. — Ou melhor, Cannon podia dizer a ela. Porque ele
estaria mantendo distância.
No momento em que terminou a conversa fiada e moveram as coisas

para o carro de Armie, o serviço de guincho apareceu. Enquanto Cannon
falava com eles, Armie entrou para chamar Yvette.
Ele seguiu o som de risos femininos para a mesa da cozinha. Yvette e

Cherry se sentaram juntas discutindo lutadores, e ele ouviu sem um pingo
de remorso.
Ainda rindo, Cherry disse: — Rapazes só me quebram.
— Eles mantêm as coisas interessantes, — Yvette concordou.
Agora, o que era aquilo? Armie escutou, mas aparentemente ele tinha
perdido a piada.
— É muito ruim você não ter ido para o Japão com a gente. Nós
tivemos um grande momento.
— Eu aposto. Eu só vi uma luta ao vivo.
Armie estava bastante certo de que Cannon iria mudar isso. Se ele
conhecia seu amigo, e ele o fazia, Cannon gostaria de tê-la por perto a
partir de agora.
— Espero que Cannon tenha algum tempo antes que ofereçam a ele
outra luta.
Yvette recostou-se na cadeira, as pernas longas cruzadas, um braço

dobrado sob os seios, a outra mão brincando com as pontas dos cabelos.
Era um daqueles hábitos femininos que Armie adorava. Mulheres

como Yvette poderiam ser tão malditamente sexy, sem sequer perceber.
Ele gostava de ver uma mulher pintando as unhas, reaplicando o batom,
alisando a saia justa... Claro, ele nunca viu Rissy fazer nada disso e ele
estava quase cego de desejo por ela.

258
— Deve ser pelo menos alguns meses, — disse Yvette, — mas até
agora nunca parece funcionar dessa maneira para ele.
— Rissy diz que ele é rápido em aproveitar todas as oportunidades

para lutar.
— E ele é o favorito dos fãs. — Yvette sorriu. — Ele ama o esporte.

Mas então, eu também. Comecei a assistir por causa de Cannon, mas agora
estou viciada.
— Eu gosto dos lutadores e os seus corpos quentes, — Cherry admitiu

com um sorriso. — Mas o esporte real me confunde. As classes de peso, as
regras, os movimentos. Às vezes parece como se um cara está perdendo e,
em seguida, de alguma forma ele ganha. Ou um cara que parece realmente
difícil não é, e vice-versa.
— É mais coração do que físico. — Yvette soltou um suspiro

dramático. — Felizmente, Cannon tem ambos.
— O corpo de Denver... — estremeceu Cherry. — Ele é muito quente,

você não acha?
— Inferno, eles todos são.
— Estou curiosa para saber se eles são deliciosos por toda parte.
— Provavelmente. Eu não vi um fracasso no grupo. — Como se em

pensamentos profundos, Yvette deu um gole em sua bebida fria. — Eles
todos parecem muito bons, também. Mas Cannon é especial.
Cherry brincou com ela, dizendo ―Você deve saber, desde que você
tem a visão de perto e pessoal.
— Talvez, — Yvette brincou de volta.
— Eu amo os ombros de Denver. E as coxas dele.
Armie estava prestes a rir.
Depois acrescentou: — E os braços de Armie. E o peito de Stack. Eles

são todos tão sexy.
Pobre Denver. Ainda não roubou o show. Embora ele tivesse adorado
ouvir um pouco mais, Armie anunciou-se tocando na parede. — Toc Toc.

259
Ambas as mulheres se viraram para olhar para ele, surpresa

rapidamente transformando-se em culpa.
Ele colocou seu sorriso perverso. — Peguei vocês fofocando, não foi?
E sobre o material superficial como o corpo de um cara. — Colocando a
mão sobre o coração, ele estalou. — Eu estou esmagado. Eu pensei que as
mulheres eram mais esclarecidas, cuidando apenas de sentimentos e
merda como essa.
Calor mortificado floresceu no rosto de Cherry, transformando suas

bochechas em vermelho brilhante.
Yvette balançou o dedo para ele. — Você tem um mau hábito de

aparecer em momentos inoportunos.
— E eu aqui pensando que meu timing foi perfeito quando eu

encontrei você no local de por...
— Armie!
Sorrindo, ele cedeu. Oh, ele a provocaria sobre a loja pornô de agora
até a eternidade, poderia até comprar alguns pornôs para seu aniversário,
mas na frente dos outros ele se conteria.
Ele gostava de provocar, mas ele realmente não queria envergonhá-la.
— A próxima coisa, — Armie brincou, tomando um caminho

diferente, — você vai me dizer que o tamanho não importa.
Recuperando o aprumo, Cherry lentamente se levantou de seu

assento. — Oh, eu não sei. Igual aos peitos, maior é melhor. — Ela colocou
os ombros para trás, o que fez com que a atenção de Armie caísse em seu
peito. — Mas eu digo que é mais sobre como você usá-lo.
— Sim? Conte-me mais, e não deixe de fora nenhum detalhe.
Com um sorriso forçado, Yvette empurrou a cadeira para trás e se

levantou. — Eu estou indo ver se Cannon precisa de ajuda.
Então, o flerte ocasional a incomodava? Armie observou-a sair da

cozinha, sem saber o que ele poderia dizer para deixa-la mais à vontade.
Ele se voltou para Cherry. — Você quer ver de perto o físico de um

lutador, hein?

260
Ela hesitou, as suas provocações esgotadas. — Por quanto tempo você

estava bisbilhotando?
—Tempo suficiente para ouvir sobre a sua curiosidade. E eu tenho

uma solução. — Só para perturbá-la, ele tocou a pressão em seu jeans.
A reação dela foi inestimável.
Ele não podia esperar para contar a Denver sobre isso.
— Relaxe. — Tocando em seu queixo para fechar a boca, ele disse: —

Eu não estou planejando mostrar para você.
— Uau. — Ela ficou mole com alívio, mas disse: — Na verdade, estou
um pouco decepcionada.
— Não fique. — Cherry era inteligente, ele daria isso a ela. Sagacidade
e coragem, cabelos loiros, olhos castanhos e definitivamente uma cabeleira
agradável. Não é de admirar que Denver fosse atingido. ― Tenho certeza
absoluta que Denver iria felizmente dar-lhe um show, e ele é o melhor no
grupo. ― Ele piscou e saiu.
Deixando Sra. Cherry Peyton sem palavras atrás dele.
Quando ele olhou para trás, ele a viu cair em seu assento, olhos
fechados, uma mão em seu peito, a outra abanando seu rosto.
Se ela mordesse a isca, Denver iria lhe dever um grande momento.
***
No geral, Yvette sentia como se o dia tivesse voltado ao caminho

certo.
Gostava muito da irmã de Cannon. Rissy não mencionou o passado,

embora, naturalmente, ela estava ciente de tudo o que tinha acontecido.
Afinal, seu irmão tinha desempenhado um papel importante em seu
resgate. Mas Rissy foi calorosa e acolhedora, focada no presente, em vez do
passado e abertamente ansiosa para conhecer Yvette de novo.
Elas conversaram principalmente sobre a luta. A irmã de Cannon

sabia quase tanto quanto. E desde que Yvette entendia um pouco, ela tinha
desfrutado de cada palavra.

261
Em meio a seus protestos, Rissy deu uma visão sobre a vida

doméstica de Cannon. Embora todos estivessem rindo, Yvette tinha que
admitir que ele parecia ser um excelente irmão mais velho. Capaz e
protetor e amoroso.
Elas concordaram em se encontrar novamente, em breve.
Depois que Armie os levou para pegar seu carro, eles se dirigiram
para o centro de recreação.
Ao longo do caminho, Cannon parecia distraído, olhando

alternadamente a estrada e... Tocando-a. Sua mão, o joelho.
Outros lugares, mais tentadores.
Ele estava atento a ela, mas não tão focado como de costume.
Ela entendeu que ele estava preocupado com os danos em seu

caminhão, e rezou para que Heath não tivesse nada a ver com isso. Quando
ela mencionou pagar pelos danos, apenas no caso, Cannon recusou, em
seguida, mudou de assunto.
— Você se divertiu?
— Sua irmã é formidável.
Ele sorriu. — Sim.
— Eu gosto de Cherry, também.
— Aparentemente todo mundo faz, especialmente Denver.
Será bom ter algumas amigas. — Nós três poderemos ir às compras,

no final da semana.
— Parece bom. — Ele olhou o espelho retrovisor novamente, em

seguida, disse: — Nós poderíamos convidar todos durante uma noite,
também, se você quiser.
Sua própria pequena festa. — Eu iria gostar disso. — Em tantos

modos sutis, Cannon a fez sentir parte de sua vida.
Ele parou em frente do centro de recreação. — Nós vamos ficar aqui

por um tempo. Se você ficar entediada ou precisar sair, deixe-me saber
primeiro, ok?

262
— Eu não vou. — Então, ela repensou. — Contanto que eu não esteja

no caminho...
Inclinando-se, Cannon pegou sua nuca e puxou-a para um beijo

persistente. ― Você não vai estar.
No caminho, Stack bateu na janela do motorista. — Obtenham um

quarto.
Sorrindo, Cannon disse: — Ignore-o. Ele está verde de inveja.
Depois que eles entraram, Yvette sofreu algumas provocações, mas

tudo era bem-humorado e ela não se importava.
Os rapazes eram todos tão diferentes em alguns aspectos, mas muito

parecidos em outros.
Eles gostavam de tentar fazê-la corar.
Como Cannon tinha dito, eles ficaram no centro de recreação durante

todo o jantar. Yvette apreciava conhecer mais sobre o mundo de Cannon.
Ele era ótimo com as crianças. Todos os caras eram, mas Cannon era o
lutador mais conhecido lá e os meninos o idolatravam.
A multidão mudou no final da tarde, com meninos mais velhos

chegando, mais homens que pagavam pelo treinamento, algumas
mulheres. Cannon ficou ocupado com treinamento individual em primeiro
lugar, depois, liderando uma classe. Entre tudo, conversou com os fãs,
tirou fotos, assinou alguns autógrafos e a verificou muitas vezes, não
importa quantas vezes ela lhe assegurasse que estava bem.
Ela adorava vê-lo, ver sua força misturada com gentileza. A maneira
fluida como seu musculoso corpo se movia, quer ele estivesse
demonstrando para os meninos mais velhos ou se debatendo com os mais
jovens. Quando ele ria, seu coração batia mais forte e emoção crescia
dentro dela.
Ela estava parada ao lado agora, conversando com os avós de dois dos
meninos. Eles adoravam Cannon, não apenas sobre como ele havia
influenciado seu neto de uma forma positiva, mas como ele tinha ajudado
com o seu negócio, com sucesso e de forma pacífica, fazendo os traficantes
de drogas se afastarem.
Ela não tinha direitos reais, mas o orgulho quase lhe tirava o fôlego.

263
Ela estava perdida em pensamentos sobre Cannon, de sua presença

esmagadora, quando atrás dela uma voz masculina grossa sussurrou: —
Olá, Yvette.
Choque enviou tensão para baixo de sua espinha, e ela girou para ver
Heath parado lá. Sorrindo, um sorriso tímido, um sorriso feliz, nada
ameaçador, mas porra, ela o conhecia. Ele realmente fez isso, na verdade, a
seguiu.
Da Califórnia.
Estendendo a mão, tocou-lhe o cabelo quase com reverência, alisando

uma longa mecha atrás da orelha. — O gato comeu sua língua?
O casal de idosos se afastou, dando-lhes privacidade, e quando eles

fizeram, Heath a envolveu, abraçando-a, apesar de sua falta de boas-
vindas.
Ela tinha que fazer isso. Agora. — Heath. — Com as mãos em seus
ombros, ela se afastou.
Com evidente relutância, ele deixou-a colocar distância entre eles.
Yvette deu um passo para trás. Heath Nordan em nada se

assemelhava a um rastejante perseguidor. Com 1.80 de altura, seu corpo
atlético visível debaixo de uma camisa polo cara e calças plissadas, seu
cabelo escuro bem aparado e seu sorriso brilhante, com boas-vindas, ele se
encaixava bem com os outros homens no centro de recreação.
Grande, bonito, musculoso. Feliz.
Para vê-la.

264
CAPÍTULO 15
YVETTE balançou a cabeça para limpá-la. Ela não se incomodou em

esconder sua frustração. — O que você está fazendo aqui?
Como se devesse ser óbvio, ele disse: — Eu vim para ver você.
Oh, Senhor. Ela se recusou a olhar para trás, para Cannon. Ela sabia
que se o fizesse, se ele encontrasse o olhar dela, ele se arrastaria para seu
drama pessoal.
Yvette colocou uma mão no braço de Heath, empurrando-o para o

lado oposto do ginásio, e esperançosamente fora da vista dos lutadores. —
Quando você chegou aqui?
— No início desta manhã.
Então, ele poderia ter sido aquele que danificou os pneus de Cannon.
Pequenas destruições era certamente a sua coisa.
Agora, a alguma distância, do outro lado da área da recepção, ela

novamente se moveu alguns passos dele. — Como você me encontrou?
Ele riu, e o fato de que sua risada soou tão normal, simplesmente
divertida, em vez de insana, não a tranquilizou.
— Não foi difícil. — Mais uma vez, ele estendeu a mão para tocá-la,
mas Yvette se esquivou, ganhando uma ligeira careta. Mostrando seu
desapontamento com ela, ele deixou cair sua mão. — Você está saindo com
um lutador famoso, que fica por aqui. — Ele rolou um ombro. — Não é
preciso um detetive para descobrir que você estaria aqui.
Mas como ele sabia que ela estaria aqui agora? A ideia de ele talvez a
observando, seguindo-a, era tão repugnante, que ela não tinha certeza de
como proceder.
— Diga alguma coisa, — ele disse a ela, provocando, esperando.
Ela tentou suavizar sua carranca, mas não conseguiu e isso o fez
franzir a testa. — Heath.

265
— Não me diga para ir.
Ah. Era aquela voz desequilibrada que ela estava esperando. Ele
cheirava a demanda e desespero, coberto de raiva fervente.
— Isso é o que você tem que fazer e você sabe disso. Você tem que ir.
Ele estendeu a mão novamente, e desta vez esquivando-o não lhe fez
nada de bom. Ele trancou aquela mão grande e dura em seu braço e, oh,
Deus, ela sentiu, sua determinação. Sua intenção.
Muito apertado. Inquebrável.
Ele nunca a machucou. Mas, novamente, ele teve uma série de textos
desagradáveis para deixa-lo neste ponto.
Com um pequeno puxão, ele a trouxe para mais perto, para que ela
quase batesse nele. — Eu sinto a sua falta, — ele insistiu, como se ela
devesse estar feliz em ouvir isso. — Eu sinto falta de nós.
Forçando a distância, Yvette declarou: — Não há nenhum nós. — Ela

tentou se afastar, mas ele só apertou mais forte até que ela estremeceu.
— Não diga isso. — Seu olhar era um pouco selvagem. — Nunca diga
isso. Você sabe que você não quer dizer isso.
Se ela não estivesse em um lugar público, ela cederia ao desejo de

lutar. Um grito e os homens estariam lá para ajudá-la, Cannon na frente.
Ela sabia disso, e isso ajudou a acalmá-la.
Neste momento, ela principalmente queria evitar uma cena. Ela tinha
estado na frente de notícias muito feias já. — Ouça-me, Heath...
— Aí está você. — Vestindo apenas calções de boxe e luvas sem

dedos, o seu cabelo loiro espetado com suor, Armie invadiu seu espaço.
Será que o homem morava no centro recreação?
Ele estava com seu olhar escuro em Heath, e quando ele olhou para
ele, suas sobrancelhas levantaram.
— Armie, — disse ela com alívio. — Oi.

266
— Oi, Yvette, — disse ele, dessa forma provocante que ela já tinha se
acostumado. Ainda com uma sobrancelha arqueada, ele meditou: — Você
tem um tipo, não é, boneca? Grande, escuro... — Ele balançou a cabeça. —
Por alguma razão, eu esperava que ele fosse diferente. Mais suave, menor.
Parecendo idiota.
Então, Cannon tinha dito a Armie sobre Heath?
— Quem é você? — Heath perguntou. — Outro namorado?
— Naw. Eu sou apenas o cara que vai quebrar alguns de seus

membros, se você não soltá-la realmente rápido.
Nem uma única nota de raiva pode ser ouvida em seu tom. Na
verdade, Armie poderia estar discutindo o tempo.
— Você não está saindo com ela?
— Não. — Ele tomou um gole de sua garrafa de água. — Vou contar

até três, meu homem. Um, dois...
Para sua surpresa, Heath deixou-a ir.
Como se não esperasse nada menos, Armie tomou outro gole.
Yvette resistiu ao impulso de esfregar seu braço, não querendo fazer

nada que possa irritar Armie. Afastando-se dele, ela disse em uma voz
baixa, — Hora de você ir, Heath.
— Eu vim até aqui para vê-la. Eu não vou embora até conversarmos.
Armie olhou para ela. — Você está interessada em falar com o seboso?
Ou eu devo colocar sua bunda na calçada?
Caramba. Armie estava entrando para uma luta, e isso só iria chamar
a atenção de todos no local.
— Acalme-se, Armie. Por favor. Eu quero evitar causar uma cena, se

eu puder, ok?
Ele riu. — Agora, querida, você tem que saber que eu não me importo
com uma cena.
Com a boca apertada ela disse, — Você pode não se importar, mas eu
sim.

267
— Então, eu não posso irritá-lo?
Heath trabalhou sua mandíbula. — Eu tenho permissão para estar

aqui. É um lugar público.
— Não, realmente não, — Armie disse a ele.
Rapidamente, Yvette interrompeu. — Se você tem algo a dizer, Heath,

diga e, em seguida, saia. — Se Armie dissesse que Cannon era o
proprietário do centro de recreação, ele só poderia tornar-se vítima de
vandalismo. Ela não podia suportar trazer mais problemas para ele.
Ela já tinha feito o suficiente.
Heath se eriçou, Armie sorriu maliciosamente para ele e ela estragou

seu cérebro para encontrar uma maneira de acalmar as coisas sem que
Heath interpretasse mal suas intenções.
De repente, um braço deslizou ao redor dela e o calor familiar de

Cannon a envolveu. Na frente de Deus e Heath e todos os outros, ele
levantou o queixo dela e colocou a boca na dela. Ele não prolongou as
coisas, mas também não foi um simples beijinho.
Contra seus lábios entreabertos, ele perguntou: — Por que não fui
convidado para esta pequena festa?
Em um gemido silencioso, Yvette fechou os olhos.
Sua respiração tocou seu ouvido, e ele disse tão baixinho que só ela
podia ouvir. — Tenha um pouco de fé, querida.
Então, ainda com um braço afagando-a, ele estendeu a mão para

Heath. — Eu sou Cannon.
Olhos brilhantes de ódio, Heath olhou para ele. — Eu sei quem você é.
Cannon não perdeu uma batida. — Heath, certo? Como você está?
Aborrecido, Heath olhou para a mão estendida... E cautelosamente

aceitou. Não houve nenhuma habilidade, sem apertos de quebrar a mão ou
qualquer coisa além de uma saudação amigável.
Cannon foi a personificação de legal.

268
— Eu estou bem. — O olhar de Heath passou de Armie para Yvette e

para Cannon. Ele enfiou as mãos nos bolsos. — Cansado de fato, depois da
minha viagem. Eu gostaria de falar com Yvette antes de eu voltar para o
meu quarto para descansar.
Armie fez um show de estalar os dedos e o pescoço. O homem das

cavernas.
Por apenas uma fração de segundo, Cannon sorriu para o amigo. — Eu

tenho isto, Armie. Por que você não vai terminar a demonstração para
mim?
— Você nunca me deixa ter alguma diversão. — Armie saiu com a

mesma atitude fácil que ele tinha usado para se aproximar.
Inchando de raiva, Yvette olhou para os dois homens. Além de querer

evitar um confronto público feio, ela não queria que Cannon lutasse as
suas batalhas.
— Então. — Permanecendo relaxado, não ameaçador, Cannon deu de

ombros. — Ela não quer falar com você.
Heath endureceu de novo. — Você não fala por ela.
— Nem sequer tente, — disse Cannon. — Ela fala por si mesma, e

ambos sabemos que ela tem sido clara.
— Mais do que clara, — disse Yvette. — Várias vezes.
Recusando-se a aceitar isso, Heath nivelou seu olhar mais intimidante

sobre ela. — Você ficou terrivelmente maluca.
Ambos os homens olharam para ela, Heath com raiva, Cannon com
apoio. — Estou farta, Heath. O que mais posso dizer? Estamos terminados
e não há mais nada para falar.
— Você tem certeza que quer dar esse tom? — Ele ignorou Cannon e
focou apenas nela. — Depois de tudo?
Quando Cannon apertou, ela colocou a mão sobre ele para deixá-lo
saber que ela poderia lidar com isso. Claro, ela estava tremendo.
Mortificada. Nervosa. Mas ela não deixaria que Heath a intimidasse. — Eu
vou usar qualquer tom que for necessário para você entender.

269
Heath começou a dar um passo mais perto e Cannon se moveu em seu

caminho. — Não.
Em torno dele, Heath disse, — Eu te conheço melhor do que ninguém.

Eu conheço você melhor do que ele jamais poderia. Você pode querer se
lembrar disso.
Seus lábios estavam rígidos, com os olhos ardendo. — Você não

poderia estar mais errado.
— Sim, certo. — Seu olhar zombando foi para Cannon. — Ela te

contou tudo sobre seus deslizes?
— Isso não é da sua conta, — disse Yvette.
— Tanto quanto eu posso dizer, — Cannon acrescentou: — ela é

perfeita.
Heath ficou vermelho de raiva, uma raiva que apontou para Yvette. —
Então você está transando com ele?
Ela se encolheu em sua voz elevada. Se ela olhasse, todos no local

estariam olhando para eles?
— Whoa. — Cannon moveu-a para trás dele. — Já chega.
— Foda-se você, também!
Como ela o tinha visto fazer antes, Heath passou de zero a oitenta em
um piscar de olhos.
— Aqui está a coisa, — Cannon disse, ainda calmo, com uma

autoridade tranquila que enervou Heath mais do que um jogo de gritos
poderia. — Você não vai falar com ela sozinho. Não hoje, nem nunca. Se
você quiser falar com ela de qualquer forma, vai ser quando você estiver
calmo, e eu estarei lá. Mesmo assim, ó se Yvette concordar. Neste
momento, ela não faz.
— Ela nunca faz!
— Com a forma como você está agindo, você pode culpa-la? — Ele
deixou afundar, em seguida, acrescentou: — Eu sei que você não quer
perturbar qualquer das outras pessoas agradáveis que estão aqui, muitas
delas crianças.

270
Como se só então se lembrasse do local público, o olhar de Heath

esquadrinhou o ambiente.
—Nós não queremos ninguém chamando a polícia, certo? Assim, que

tal você esfriar e pensar sobre as coisas?
Heath se apertou e sacudiu, mas por algum milagre, ele manteve-se

sob controle.
— Onde você vai ficar? — Perguntou Cannon. — Perto? Perto o

suficiente para que possamos nos encontrar e conversar mais tarde?
Entendendo por que ele perguntou, Yvette ficou quieta.
A suspeita aumentou a cor de Heath. — Nós?
— Você e eu.
Ele olhou para além de Cannon para onde Yvette estava de pé, os
braços cruzados, o rosto quente.
Cannon entrou em sua linha de visão. — Olhe para mim, Heath. Não
ela.
— Estou no Colonial.
— Eu sei onde é, — disse Cannon. — Eu fiquei lá antes, quando eu

visitei a cidade.
— Você não vive aqui?
— Não em tempo integral. — Cannon começou a leva-lo em direção a

porta da frente. — Você tem um cartão ou qualquer coisa? Vou dar-lhe
uma chamada e podemos arranjar um tempo para sentar e resolver isso. O
que você acha?
Com o pronunciado, Heath olhou para trás, tentando vê-la, mas

Cannon manteve sua atenção com a mão em seu ombro. — Café da manhã,
talvez? Ou o almoço?
Manobrando, Heath assentiu. — Claro, isso seria ótimo. — Ele cavou

um cartão de sua carteira e entregou-o, mas, em seguida, plantou os pés na
porta. — Entenda, porém, eu vou falar com ela. — Ele olhou para Yvette
novamente. — Eu lhe dei tempo. Eu tentei ser compreensivo. Você se
esquivou por tempo suficiente.

271
E com isso, ele bateu para fora.
Congelada, Yvette admirou o quão bem Cannon tinha tratado isso. Ao

contrário dela, ele não ficara perturbado. Ele não tinha partido para o
contato físico também, como Armie queria fazer.
Talvez fosse a extrema habilidade de Cannon que o impedisse de

reagir. Ele poderia lidar com o que Heath fizesse e sabia, então, por que
ficar irritada sobre isso?
Quando Cannon ficou na porta, certificando-se de que Heath

realmente foi embora, ela se esquivou ao virar a esquina e se dirigiu para a
sala de descanso. A cada passo ela sentia os olhos nela, todo mundo
olhando, todos especulando.
Mais uma vez.
Mantendo a cabeça para cima e seu olhar para frente, ela tentou não
correr para longe. Cannon merecia muito mais do que os problemas que
ela trouxe. Ele merecia mais do que um espetáculo.
Droga, ela estava trabalhando nisso. De jeito nenhum que ela iria
deixar Heath arruinar seu progresso.
***
Fazendo o seu melhor para esconder sua raiva, Cannon assistiu Heath
ir até seu carro, notou a marca e modelo, as placas, e esperou até que o
filho da puta desaparecesse na esquina.
Ele se virou e não ficou surpreso ao ver que Yvette tinha ido e Armie
estava lá.
— Ela está na sala de descanso, — disse Armie baixo. — Ela saiu como
uma rainha, mas ela está chateada. Faz-me querer sufocar aquele bastardo.
— Sim, eu sei, mas eu vou lidar com isso, — disse Cannon.
— Qualquer coisa que eu posso fazer?
— Chame o Colonial e peça por Heath Nordan. Veja se você pode

deixar uma mensagem para ele. Eu quero ter certeza de que é o lugar onde
ele está.

272
— Claro que sim. — Armie manteve o ritmo ao lado dele. — Aposto

que ele foi o único que mexeu com seus pneus.
— Se não foi, então eu tenho mais do que um problema, não é? — Ele

deixou Armie na recepção para fazer a chamada e se dirigiu para a sala de
descanso.
Stack cortou. — Ela está bem?
— Ela vai ficar. — Depois que ele a tranquilizasse sobre o que ele
planejava fazer no momento.
Denver bloqueou seu caminho. — Você precisa de alguma coisa?
Ele balançou a cabeça. — Está tudo coberto, obrigado.
Miles e Brand chegaram, também. Cannon quase riu. Yvette tinha um

exército inteiro à sua disposição, se ela percebesse ou não.
— Basta manter um olho nas coisas, — Cannon disse a eles, já

sabendo que fariam. Eles fizeram isso por toda a vizinhança.
Eles com certeza seriam mais vigilantes para um dos seus próprios.
E ela era. Yvette pode não perceber isso ainda, mas ela tinha sido
aceita no círculo interno, mesmo que não tivesse sido a sua intenção.
Encontrou-a sentada à mesa, a coluna reta, os ombros para trás,

posando tão orgulhosa quanto ela poderia fazer.
Por alguns segundos, ele apenas ficou lá olhando para ela,

contemplando suas feições, aquele cabelo comprido, o corpo esguio. Em
muitas maneiras, mais do que apenas o físico, ela excitava-o.
Ela não tinha se incomodado em pegar algo para beber. Suas mãos
descavam, calmas e ainda sobre a mesa, mas ele viu o pulso batendo em
sua garganta, a maneira que ela respirava profundamente.
Agora que ele tinha conhecido Heath, ele entendeu melhor por que ela
pensou que tinha um problema. Em uma dúzia de maneiras diferentes,
assim que for humanamente possível, ele iria mostrar-lhe de novo, que ela
não tinha.
Não com ele.

273
— Ei.
Ao som da sua voz suave, ela olhou para cima. Seus olhares se
encontraram. — Ele se foi?
— Sim. — Cannon entrou, mas ele não se sentou. Em vez disso, ele a
puxou para cima e para fora de sua cadeira e em seus braços.
Ela resistiu. — Você perguntou onde ele estava hospedado para que
você possa verifica-lo, não foi?
Ele assentiu.
— Você realmente não vai se encontrar com ele, você vai?
— Eu duvido que ele vá concordar com isso, mas se ele fizer, com
certeza. — Com um dedo, ele tocou sua boca. — Que melhor maneira de
tornar as coisas claras para ele.
Ela abaixou a cabeça. — Nós precisamos conversar.
— Ok. — Ele afrouxou seus braços, e quando ela inclinou o rosto para
cima, ele tomou sua boca, beijando-a com todo proteção possessiva
produzida dentro dele.
No início, ela ficou imóvel, mas quando ela finalmente cedeu,

afundando contra ele, ele segurou o rosto dela e suavizou o beijo, em
seguida, colocou sua testa na dela.
Toda a raiva que ele tinha mantido à distância soou em seu tom agora.
—Eu queria mata-lo. Você sabe disso, certo?
De olhos fechados, ela engoliu em seco e deu um pequeno aceno de

cabeça.
— Mas eu nunca iria deliberadamente envergonhá-la. Você precisa

saber isso também.
— Obrigada. — Ela começou a se virar, mas ele a pegou pela cintura e

a sentou na mesa, então achatou as mãos em ambos os lados de seus
quadris.
— Entenda, Yvette. No segundo que eu te vi, eu sabia o que você

estava sentindo.

274
Seus olhos verdes olharam para os dele. — Vergonha?
Isso o fez franzir a testa. — Preocupação.
— Eu estava sentindo os dois, na verdade.
— Você escondeu bem. Estou orgulhoso de você.
Agora, ela franziu a testa.
— Você pode confiar em mim. Apoiar-se em mim. Você sabe disso,

certo?
— Eu sei. — O sorriso demonstrava tristeza. — Mas eu não quero ser

mais aquela pessoa.
— A pessoa que precisa de mim? — Porque, porra, ele queria que ela
fosse isso e muito mais.
— A garota que você carrega.
Ele soltou um suspiro. — Agora, você está apenas tentando me irritar.

— Antes que ela pudesse se ofender por isso, ele a beijou novamente.
Ela colocou a mão na sua mandíbula, acalmou ele e sua raiva. — Todo
mundo lá fora estava olhando.
— Eles sabiam o que estava acontecendo, sim. Isso é sobre Heath, não
você.
— Eu não quero que todos eles pensem que eu sou patética.
Ele balançou a cabeça. Ela tinha tão sido ferida, e não importa o
quanto ela tentasse esconder, o quanto ela era determinada como um
soldado, as feridas ainda não curaram. — Não seja boba, ok? Ninguém aqui
está te julgando. Na verdade, qualquer mulher em sua posição teria a
mesma consideração e preocupação dos caras.
Obtendo seu bom senso de volta, ela empurrou para fora da mesa. —
Eu não quero isso.
— Sério? — Ele pegou sua mão e segurou-a. — Bem. Você vai ter que
dizer há um monte de lutadores que eles não precisam notar quando
algum idiota vem e incomoda uma mulher metade de seu tamanho.
Continue. Veja a reação que você recebe.

275
Desta vez, humor verdadeiro provocou sua boca. — Pare com isso. —
Ela caiu contra ele com um gemido. — Você sabe que eu não vou voltar lá
fora ainda.
Ele esfregou as costas para acalmá-la. — Em cerca de dois minutos

você estará, porque vamos embora. — Este era o seu mundo, sua família.
Ele queria que ela fosse confortável nele, sob quaisquer circunstâncias. Ele
queria que a sua família fosse sua família.
— Você ainda está trabalhando com as crianças, — ressaltou. — E

você ainda não tomou banho.
Dada a forma como ela estava abraçada nele, ela não se importava
que ele estava um pouco suado. — Armie vai terminar com as crianças e
eu posso tomar banho em casa. Na verdade, eu estava pensando que
talvez...
Armie pigarreou.
Os dois se viraram para a porta.
Ao lado de Armie estava um cara grande que superava até mesmo

Cannon por algumas polegadas. Seu nariz tinha sido quebrado várias
vezes, sua orelha direita engrossada de golpes demais. Tanto o
cavanhaque e seu Mohawk precisavam de um bom corte.
Yvette se afastou, mas Cannon colocou um braço ao redor dela,

mantendo-a ao seu lado. — Justice. Como vai? — Ele se inclinou para um
aperto de mão.
Sorrindo, Justice tirou-o de Yvette e agarrou-o em um abraço de urso

gigante. — É bom ver você, Santo. — Ele bateu duro em Cannon na parte
traseira.
Depois de sofrer o abraço, Cannon recuou e flexionou os ombros. —

Porra, cara, não há razão para quebrar minha espinha. — Ele desenhou
Yvette a frente. — Querida, este é Justice.
Ela estendeu a mão pequena. — Um lutador, eu acredito.
— Ah, aposto que as orelhas me entregaram, hein?— Como ele tinha

feito com Cannon, ele ignorou a mão dela e puxou-a para um abraço muito
suave, então, a manteve presa ao seu lado, com o braço enorme sobre os
ombros. — Esta é sua nova adição, não é, Santo? Cada uma melhor que a

276
última. — Ele apertou-lhe. — Não sei como você faz isso, mas eu aprovo,
eu aprovo.
Yvette apenas riu quando ela se desvencilhou. — Bom te conhecer.
Armie inclinou-se no batente da porta. — Justice tem algumas

novidades para compartilhar.
— Sim? — Cannon indicou as cadeiras. — Quer sentar-se?
— Na verdade, eu prefiro uma olhada no seu bar aqui, se você não se

importa.
— Fique à vontade.
Armie engasgou, mas Cannon não tinha ideia do por que.
Com outro sorriso, Justice disse: — Seu filho está estrangulando a si

mesmo, então, eu também posso lhe dizer.
— Estou ouvindo.
— Estou abaixando uma classe de peso. Já arranjei uma merda com o

chefe, então, iremos na próxima ― ele apontou um dedo para frente e para
trás entre seus peitos ― seremos você e eu. O vencedor ganha um título. O
que você acha disso?
Pegou Cannon de surpresa. Não que ele estaria lutando pelo título. Ele
estava esperando por isso.
Mas inferno, Justice tinha perdido apenas uma luta como um peso
pesado, embora o homem para quem ele tinha perdido tinha sido um
inferno de uma barreira para o campeonato, por isso fazia sentido mudar
de categoria. — Eu acho que você escolheu um caminho muito difícil,
porque nós dois sabemos que eu vou rasgá-lo em pedaços.
— Ho! — Justice riu alto, fazendo Armie achatar sua boca. — Então,
porra de arrogante.
— Linguagem, — advertiu Cannon sem qualquer calor.
Ele tirou um chapéu imaginário. — Desculpas, senhora.
Yvette não entendia. Ela olhou entre eles. — Vocês vão lutar um com o
outro?

277
— Assim ele diz. — Cannon conhecia a arrogância quando ele via, e

Justice pode querer parecer como se ele pensasse que seria uma vitória
fácil, mas ele não era um manequim. Ele faria um esforço para golpeá-lo.
— Como está o trabalho? — Ele perguntou a Justice.
— Em andamento. Matchmaker aprovou. Provavelmente três ou

quatro meses a partir de agora, no entanto. Você deve estar recebendo
uma chamada hoje. — Em voz baixa, disse ele para Yvette, — espero que
você não esteja esperando que ele fique muito bonito, porque eu pretendo
machucá-lo um pouco.
Inclinando a cabeça, ela enviou seu longo cabelo derramando sobre

seu ombro. — Você é muito grande. Quanto você vai ter que perder?
— Quarenta quilos, mais ou menos.
Ela inclinou a cabeça para o outro lado, estudando Justice. — Você é

tão rápido quanto Cannon?
Justice puxou uma orelha. — Provavelmente.
Seu sorriso lento alegou “besteira”, apesar de que Yvette nunca diria
isso.
— Você parece um atacante. Como está o seu jogo de chão?
— Muito bom.
—Não é ótimo, não é? — Ela fez um som de arrependimento.
O sorriso de Justice foi torto quando ele lançou um olhar em Cannon.

— Porra, Santo. Eu gosto dela.
— Quer dizer que ele sabe que seu jogo no solo é péssimo ― disse
Cannon com nervosismo.
— Eu estou trabalhando nisso. Eu estou trabalhando nele. — Ele se

virou para Armie. — Então Rápido, uma vez que você parece um cão de
guarda.
— Rápido? — Yvette levantou as sobrancelhas. —Esse é o seu nome

de luta, Armie?
A forma como suas orelhas ficaram vermelhas tiveram tanto Cannon

como Justice gargalhando.

278
— É, — confidenciou Justice, — mas não por causa de seus nocautes

rápidos.
Cannon lhe deu um abraço de um braço só. — É principalmente uma

piada...
— Completamente uma piada—, Armie protestou. —E está

fodidamente ficando velha.
― Arrumou na juventude, quando fui um pouco demasiado rápido no

sorteio com as mulheres.
— Uma senhora, caramba. — Armie ergueu os braços. —E eu fiz as

pazes com ela mais tarde!
Confusa, Yvette olhou para cada um por sua vez. — Eu não entendo.
Isso só fez Justice rir com tanta força que ele caiu contra a parede.
Adorando-a mais a cada minuto, Cannon se inclinou para sua orelha.

— Ele saiu um pouco rápido demais, como, ele acabou antes mesmo que as
coisas realmente começassem.
— Oh.
Armie olhou para ela. — Eu estava na escola, pelo amor de Deus.
— Ah, Rápido, algumas coisas nunca são esquecidas. — Depois de

limpar os olhos, Justice sorriu para ele. — Então, eu ainda sou bem-vindo
para usar o local?
— Fique o tempo que quiser. — Armie fez um show de indiferença. —

Se Cannon pode suportar você, acho que eu posso, também.
— Já está. — Ele se virou para Cannon. — Venha me mostrar ao redor,

Santo.
— Eu vou fazer isso, — disse Armie, já sabendo que Cannon queria

ficar com Yvette.
— Obrigado. — E, em seguida, à Justice, Cannon acrescentou: — Eu

vou me juntar em breve.
— Tem um pouco de beijo para fazer, hein? Entendi. Não posso dizer
que eu o culpo.

279
Armie saiu, assim Justice apressou-se a segui-lo. — Diminua a

velocidade. Oh, espere, eu esqueci. Você é o único veloz.
O que Armie disse em troca não estava apto para os ouvidos

humanos.
Quando eles desapareceram, Cannon percebeu que ele ainda estava

sorrindo. Estar em casa sempre parecia certo, mas nunca mais do que
agora, com Yvette aqui.
— Você gosta de luta, não é?
Ele a puxou para um gosto, boca a boca, língua fazendo uma incursão
rápida. Ao redor dela, ele não pôde resistir. — Amo isso. — Mas não tanto
quanto ele amava... Não, ele não poderia começar a pensar nela dessa
maneira. Ainda não. Mas em breve ele estaria a apressando assim. — Eu
também adoro um desafio.
Mas, caramba, Yvette foi o maior desafio que ele já enfrentou. Um

desafio para o seu controle, sua paz de espírito. Seu coração.
Armie enfiou a cabeça para dentro. — Eu dei o grande macaco para

Stack. Queria te dizer, eu fiz aquela chamada e está checado.
— Perfeito, obrigado. — Antes que ele pudesse sair de novo, Cannon

disse: — Armie?
— Sim?
— Está tudo bem com Justice. Convide-o a ficar por perto e fazer uso
do lugar, ok?
— Claro. — Armie começou novamente. — Eu já estava planejando

dar-lhe uma recepção adequada.
Cannon riu, e quando Yvette olhou para ele em confusão, ele disse, —
Armie vai se oferecer para treinar com ele.
— Isso é loucura. Quanto Armie tem? Um e oitenta e dois?
— Um e oitenta e cinco. Eu sei. Grande disparidade de tamanho. Mas

acredite em mim, ele pode lidar com ele. Poderia muito bem quebrar
Justice.

280
Agradecida por algo mais para se concentrar, Yvette perguntou: — Se

Armie é tão bom, por que ele não luta pela SBC?
— Ele tem seus motivos, mas a falta de talento não é um deles. —

Cannon inclinou um quadril na mesa. — Assim. Sabe o que eu acho que
devemos fazer?
— Ir para casa, assim você pode tomar banho?
A maneira como ela disse isso, seu olhar quente descendo seu corpo,
ele sabia que ela esperava ficar íntima novamente. E ele estava pronto
para essa ideia. Mas primeiro... ― Precisamos ir ver o tenente.

281
CAPÍTULO 16
Tenente Margaret Peterson-Riske era tão impressionante como

Yvette lembrava. Um dínamo que exalava confiança, controle e
feminilidade. Dash, seu marido muito adorado, parecia cada bocado atento
como ela se lembrava, mesmo que tenha passado anos.
Depois que Cannon telefonou, Margaret tinha insistido que eles

passassem aqui e por isso eles estavam em sua casa, com sua preciosa filha
pequena, Bethany, subindo em Cannon e gritando seu nome.
Cannon pegou a criança e segurou-a ao nível dos olhos. — Hey,

Button. Você estava com saudades de mim?
Ela gritou de novo e beijou sua bochecha, fazendo Yvette sorrir.
— Bethany, — disse Margaret, — esta é Yvette, amiga de Cannon.
― Vette, — disse Bethany, olhando-a com cautela.
Cannon segurou-a perto de seu peito e alisou o cabelo escuro

encaracolado, assim como sua mãe, embora ela tivesse os olhos escuros de
seu pai.
— Oi, Bethany, — disse Yvette.
Quando a menina apenas fez uma careta para ela, Cannon disse: —
Vamos lá, Button. Seja legal.
Em vez disso, a menina escondeu o rosto no pescoço de Cannon,

enquanto estendeu a mão para Yvette.
Encantada, Yvette falou. — Você é muito bonita.
— Como Mama, — disse Bethany.
— Exatamente, — disse Dash. — Ela ouve quando lhe convém. Mais

uma vez, igual a mãe.
Margaret lhe lançou um olhar. — Silêncio, papai.
Rindo, Cannon beijou o topo da cabeça de Bethany.

282
— É hora de seu banho, querida. Você pode ver Cannon mais tarde.
Porque ela amava os banhos ainda mais do que Cannon, Bethany foi
de boa vontade, mais ou menos se lançando dos braços de Cannon em seu
pai. — Eu quero bolhas. E o meu barco, e Bob Esponja e Barbie, e...
Eles desapareceram no final do corredor com Bethany ainda

anunciando seus brinquedos. Bob Esponja e Barbie, o casal misto.
Margaret os sentou à mesa da cozinha, ofereceu bebidas, em seguida,

foi direto ao assunto.
Cannon tinha dito a ela um pouco sobre Heath no telefone.

Incomodava Yvette que ela não tenha sido a única a fazer a chamada, mas
conhecia a tenente melhor do que ela.
Ainda esperando para lidar com Heath sem causar muito barulho, ela
estava hesitante em ter os policiais envolvidos. Mas ele estava fora de
controle hoje, e ela sabia disso. Isso significava que ele poderia ser uma
ameaça para Cannon ou o centro de recreação, não só para ela.
Então, eles tinham se comprometido, e estavam falando com Margaret

fora da estação.
Mas, infelizmente, isso só significou que tinham invadido o seu tempo

livre. Yvette detestava o drama. — Sinto muito incomodá-la com isso,
especialmente em casa.
— Bobagem. Cannon tem grandes instintos. Se ele está preocupado,

então, eu estou feliz que você entrou em contato comigo. — Ela se se
sentou à mesa em frente a eles. — Eu tenho pensado muito em você. É
bom te ver de novo.
— É bom ver você também. — Ela parecia sincera o suficiente, assim,

Yvette tentou relaxar. — Sua filha é preciosa.
— Sim, ela é. — Sua felicidade veio através de um sorriso sereno. —

Dash é hilário com ela. E os homens! Como você acabou de ver, ela adora
Cannon, mas também Reese e Logan. ― Ela se inclinou para frente. ― E, oh,
meu Deus, Rowdy. É revoltante como ele se derrete por ela.
Yvette não poderia imaginar os detetives, muito menos o grande e

malvado Rowdy, brincando com uma pequena menina. Claro, parecia
bastante natural para Cannon cuidar dela.

283
— Ela se esquiva de mulheres, — disse Cannon. — Mas ela espera que

todo cara que ela conhece dobre-se a sua vontade.
— E eles fazem, — Margaret disse a ela. — Mesmo o filho de Reese,

Marcus. Ela o trata como um reverenciado irmão mais velho e ele se
apaixonou por ela.
Cannon tinha contado a ela sobre Marcus sendo adotado pelo detetive
e sua esposa, depois que seu pai abusivo foi para a prisão e sua mãe
morreu de uma overdose. Pensando nisso agora a deixou com um humor
melancólico. Ela não tinha nenhum negócio em ser tão fraca, quando uma
criança como Marcus poderia ser tão forte.
— Então. — Margaret sentou-se. — Seu ex veio da Califórnia apenas

para incomodar você?
— Eu suponho que sim, embora ele provavelmente vá ter uma

desculpa para estar aqui. Ele viaja muito com seu trabalho, então eu não
ficaria surpresa se ele tem uma razão arranjada para estar aqui além de
mim.
Yvette passou algum tempo respondendo a perguntas, explicando o

trabalho de Heath como um representante de vendas para uma empresa
de remédios, quanto tempo o tinha conhecido, quando tinham começado a
se encontrar, bem como, quando e por que eles tinham se separado.
— Ela pode mostrar uma foto dele, — disse Cannon.
Yvette puxou seu telefone. — Eu observei que seu cabelo está um

pouco menor agora, mas fora isso, ele parece o mesmo.
— Se importa se eu enviá-lo para mim mesmo para ter na mão?
— Claro que não. — Yvette realmente odiava lavar sua roupa suja,
mas porque ela e Cannon já haviam discutido o assunto, e ela concordou,
ela compartilhou o resto. — Eu tenho e-mails, textos e posts no Facebook,
dele. Além disso, a minha amiga disse que ele está postando sobre mim em
sua página.
— Se importa se eu vir às mensagens agora?
Sim, ela se importava. Nenhuma pessoa em sã consciência iria querer

compartilhar a feiura de sua raiva. Mas ela aceitou que a melhor maneira

284
de proteger todos os envolvidos era compartilhar tudo, então, ela puxou as

mensagens e entregou o telefone para Margaret.
Claramente Cannon queria lê-las também, mas ela não ofereceu, e ele
não perguntou.
Margaret sentou-se em silêncio, lendo, sua expressão ameaçadora.

Quando ela terminou, ela devolveu o telefone para Yvette.
— Eu sei, — disse Yvette, conversando através de seu embaraço. —

Ele é desagradável. Mas ele realmente...
— Sim, ele é. — Ela perguntou a Cannon, — Você já leu alguma das

mensagens dele?
Ele pegou a mão de Yvette, seu polegar roçando seus dedos. — Não
muito.
— Eu tenho certeza que não é o tipo de coisa que qualquer senhora

quer passar. Basta dizer que ele é muito torcido e tem um problema
definido. Então, aqui está o que eu quero que você faça. — A tenente pegou
um papel e caneta da gaveta e fez uma lista. —Em primeiro lugar,
mantenha a sua distância dele. Você, também, Cannon. Evite-o se você
puder.
Cannon fez uma careta sobre isso, mas Yvette deu-lhe um olhar de “eu
avisei”.
— Você vai precisar de uma ordem de restrição. Isso vai estar no topo
da lista na segunda-feira. Infelizmente, não é válida até que ele tenha sido
notificado. Se ele ainda está no hotel, nós vamos chegar a ele. Mas,
enquanto isso, se você está sozinha e ele se aproxima de você e não vai
embora, chame alguém imediatamente. Mesmo 911, ok?
Agora, ela sentiu-se alarmada. — Você realmente acha que é tão ruim
assim?
— Eu já vi muitos bastardos doentes, então por que arriscar? Em

segundo lugar, mantenha todas as mensagens que ele enviou. Imprima-as
e traga-me uma cópia. Tenha a sua amiga imprimindo tudo o que ele está
postando em sua página. Certifique-se de que tudo tem data.
Com cada palavra que ela disse, o humor de Cannon escureceu mais.

285
— Eu sei que você foi franca, e isso é bom. Mas não jogue de legal
mais. Não diga a ele que não é uma boa ideia serem amigos. Diga-lhe que
nunca mais será sua amiga e você não quer que ele entre em contato com
você por qualquer razão.
Sabendo que só iria leva-lo a ser mais mordaz, o que definitivamente

poderia causar uma cena, Yvette temia-o, mas ela concordou. Ela não era
uma boneca. A tenente sabia o que ela estava falando. Ela tinha experiência
com perseguidores. Tudo o que ela disse para Yvette fazer, ela faria.
— Eu sei que ser mau não vem naturalmente para a maioria de nós.
Mas você não quer que ele entenda mal. Ele não pode pensar que ele pode
ser capaz de convencê-la, ou que se Cannon estiver fora, você estaria mais
inclinada em aceitá-lo de volta.
Fora da imagem? O medo bateu nela. — Você não acha que ele...
Gentilmente, Margaret disse: — Eu não sei o que ele poderia fazer, e

nem você. Dado o que eu li, ele é claramente ruim da cabeça. Nenhum
homem são diz essas coisas sobre uma mulher que ele diz amar.
Cannon afastou-se da mesa e foi inclinar-se sobre a pia. Ela raramente

o via zangado, mas agora todo o seu corpo emanava ameaça.
Um grande fôlego não aliviaria o mal-estar, mas Yvette assentiu. —

OK. Sim, claro.
— Mantenha o seu telefone celular com você em todos os momentos.

Certifique-se de que sua casa é segura.
— Nós já fizemos isso, — disse Cannon.
Margaret torceu o olhar para ele. — Nós?
— Eu estou vivendo com ela.
Yvette sentiu seu rosto ficar quente, mas Margaret apenas balançou a
cabeça. — Bom. Você pode querer pensar sobre a obtenção de um cão,
também. Algo com um grande latido. — Ela continuou listando suas
instruções. — Quando você começar a trabalhar na loja, evite qualquer
cronograma definido. Não deixe a casa na mesma hora todos os dias ou
feche a loja quando você estiver lá sozinha.

286
Gradualmente raiva superou todas as outras emoções. Como Heath se

atreveu a fazer isso com ela?
— Minha última sugestão, — disse Margaret, pegando sua mão, — é

me deixar ir falar com ele. Nós sabemos onde ele está, mas não sabemos
quanto tempo ele estará aqui. E se ele permanece uma semana, um mês ou
mais? Nunca é demais para um perseguidor saber que os policiais estão
observando.
Cannon virou, com os braços cruzados sobre o peito, com os olhos

semicerrados, silenciosamente pedindo-lhe perdão.
Yvette leu a emoção lá, mas ela não entendia.
Até que ele disse a Margaret, — Ela está preocupada em chamar a

atenção de novo.
Yvette estava sentada um pouco mais reta. — Está tudo bem, — ela
sublinhou, esperando que Cannon deixasse ir.
Ele não o fez.
— Da última vez que ela esteve aqui, ela estava no meio de uma
investigação macabra com todos os jornalistas querendo a sua história. —
Ele caminhou de volta para ela, com a mão no ombro dela. — Seu rosto
estava no noticiário a cada hora, para que possa entender por que ela
prefere evitar a publicidade.
— O que esses homens fizeram, — disse Margaret, — abalou toda a

nossa comunidade. Com a investigação e o julgamento, foi notícia de
primeira página por um tempo muito longo.
— As pessoas nunca vão esquecer, — Yvette concordou.
— Mas a verdadeira história, a única que importa, é que todos nós

sobrevivemos. Independentemente do que qualquer outra pessoa pensa,
isso é o que você deve se lembrar.
— Eu entendo. — Ela realmente faz. E ela estava grata. Mais do que

ninguém poderia saber. — É só que... Eu detestava ser o centro das fofocas
e especulações.
— Qualquer um faria. Mas eu prometo, eu posso ser discreta.

Enquanto ele não sair dos trilhos, ninguém precisa saber que eu fui vê-lo.

287
— Obrigada.
Margaret deu-lhe um último aperto de mão. — A primeira coisa que

farei de manhã, será cuidar dele.
Quando a tenente se levantou, assim fez Yvette.
Cannon colocou-a ao seu lado.
Margaret pegou sua mão de forma familiar e sorriu. — Você sabe,

enquanto você está aqui, eu estive pensando em outra coisa.
Dada a forma hesitante que ela tentava dizer, Cannon arqueou uma
sobrancelha. — O que está em sua mente, Tenente?
— Você faz tanto no centro de recreação que eu hesito em falar sobre

isso.
— Eu tenho muita ajuda, então, se sinta livre.
— Tudo bem. — Ela empurrou sua cadeira, então ficou atrás dele. —
Você já pensou em dar aulas de autodefesa para as mulheres? — Então, ela
acrescentou: — Há um monte de mulheres do bairro que se beneficiariam.
E um monte de mulheres, Yvette pensou com um sorriso, que se

inscreveria apenas para estar com os lutadores.
Primeiro surpreendido, e, em seguida, pensativo, Cannon assentiu. —

Na verdade, essa é uma ótima ideia.
— Eu ficaria feliz em entrar e ajudar você a começar.
— Sim, claro, nós poderíamos usar alguma direção. — Entortando o

sorriso. — Eu estou supondo que os movimentos que uma mulher precisa
saber pode diferir de alguns do que eu faço em uma competição.
Margaret levantou seu punho. — Mãos pequenas, estrutura óssea

menor. A maioria das mulheres não será capaz de perfurar para fora de
um ataque. Mas existem maneiras.
Com um estremecimento de dor fingida, Cannon colocou uma mão

sobre sua virilha. —Aposto que eu sei o que você está pensando, também.

288
Ela riu. — Há sempre essa. Mas outros movimentos são eficazes,

também. Eu posso demonstrar e vocês podem seguir adiante. Como isso
soa?
Concordando, ele disse: — Deixe-me saber quando você estiver

pronta.
— Você estará na cidade por um tempo?
Yvette se perguntou a mesma coisa. Até agora Cannon não tinha dito
quanto tempo ele planejava ficar por aqui, embora ela agora soubesse que
ele ia ter outra luta chegando.
Ela franziu a testa quando ele balançou a cabeça sem esclarecer por
quanto tempo “um tempo” poderia ser.
Houve um grito no corredor e um segundo depois, um bebê muito nu

veio dobrando na esquina.
Correndo atrás dela com uma toalha, sua camiseta e calça jeans
molhadas, Dash chamava, — Bethany Marie Riske.
Um gato que Yvette não tinha notado correu pelo corredor atrás
deles, mas fugiu debaixo do sofá quando ele percebeu que tinha
companhia.
— Meu gato é bagunceiro, — explicou Margaret. — Ele é velho, cego e

ele ainda tenta manter-se com Bethany.
— Ama ela, — Dash disse, e ele fez uma careta para a filha.
Ela torceu o nariz, cruzou os braços e fez uma careta de volta.
Sorrindo, seu humor melhorou, Cannon pegou-a. — Button, o que

você está fazendo correndo pela casa?
— Vamos tomar um banho comigo.
— Uh, não. Desculpe. — Ele beijou a ponta do nariz e entregou-a

Dash, que envolveu a grande toalha macia em torno dela.
— As meninas não devem fugir antes de se vestir, — Dash a

repreendeu. Então ele beijou a bochecha dela e a sua orelha e em segundos
ela estava rindo.

289
Segurando-a debaixo do braço como uma bola de futebol, ele voltou

para o corredor. Bethany rindo histericamente e o gato seguindo.
Margaret balançou a cabeça, mas ela sorriu também. — Não saia antes
que ela vista a camisola. Ela vai ficar desapontada se ela não chegar a
dizer-lhe adeus.
Demorou apenas mais dois minutos antes de Betânia, agora vestindo

uma longa camisola amarela e arrastando um cobertor, aparecer. Ela se
arrastou até Cannon novamente, deitou a cabeça no ombro dele e parecia
pronta para encerrar a noite.
Lentamente, para não assustá-la, Yvette estendeu a mão para alisar

uma onda de cachos.
— Você está pronta para a cama, Button? — Perguntou Cannon

suavemente.
— Mamãe vai ler para mim.
— Sim, Mama vai, — disse Margaret, e ela levou sua filha, abraçando-
a. — Diga adeus a Cannon e Yvette, querida.
Em torno de um grande bocejo, ela disse: — Tchau, Cannon e — Vette.
Margaret tocou no braço de Yvette. — Vamos conversar novamente

em breve. Tenha cuidado, ok?
— Obrigada.
Cannon envolveu tanto Margaret quanto Bethany, em um abraço. —

Obrigado, Tenente.
Ela deu um tapinha no peito. — A qualquer hora. Você sabe disso. —

Então, mais suavemente, — leia algumas dessas mensagens, ok?
Depois que ela foi embora, Dash perguntou: — Resolveram tudo?
— Sim, obrigada, — disse Yvette. — E novamente, eu sinto muito por

incomodar...
— Não incomodou, —, ele interrompeu. — Margo prospera com este

material. Ela é especialmente sensível sobre idiotas incomodando as
mulheres.

290
— Você é um homem de sorte, — Cannon disse a ele.
— E eu sei disso. — Ele caminhou até a porta, mas depois parou

Yvette de sair com um toque de seu braço. — Chame a qualquer momento,
ok? Eu prometo a você, Margaret prefere ser acordada a descobrir mais
tarde que algo aconteceu. Eu não sei se ela lhe disse, mas ela sente como se
todos nós tivéssemos uma ligação, dado o que passamos juntos.
Yvette não conseguia entender o que ela tinha feito para merecer
essas pessoas maravilhosas. Eles todos foram corajosos, mesmo heroicos,
e ela tinha sido... Uma covarde completa.
Sendo honesta, ela disse, — Deste jeito não é como eu queria que
alguém me visse quando eu voltei.
Dash balançou a cabeça. — Sabe o que eu vejo? Uma mulher que

deveria ter rachado sob a pressão e em vez disso é inteligente o suficiente
para lidar com as coisas da maneira certa.
— A maneira certa é envolver a sua esposa?
Dash sorriu. — Ela é boa no que faz.
— Muito boa. — Cannon pôs um braço ao redor dela, puxando-a para

o seu lado. — Ela é um inferno de uma aliada.
— Todos nós precisamos de aliados, — concordou Dash. — Ambos,

cuidem de suas costas, ok? E se precisarem de alguma coisa, avise-nos.
Não foi até que eles estavam em seu carro e fora da garagem que
Cannon falou. — Você pode confiar em todos eles.
No começo Yvette não entendeu. — Quem? — Então, ela percebeu o

significado. —Você está falando de Margaret?
— E Dash. Rowdy, Avery, Logan, Reese... — Dirigindo com uma mão,

ele passou a mão direita sobre o joelho. — Eu tenho contado com todos
eles muitas vezes, e vice-versa.
Nunca que ela choraria a seus amigos, à procura de ajuda. Se isso

acontecesse, ela voltaria para a Califórnia. Mas ela era uma otimista, então,
ela tinha que acreditar que ia dar certo, de alguma forma.
Agora que ele tinha dado a entender, virou-se em seu banco e deu
lugar a sua curiosidade. — Quando você toma aquelas longas caminhadas

291
à noite com os seus amigos, as conversas com as dançarinas de pole, todos

as pessoas de empresário, é porque você está verificando seu bairro.
— Algo parecido.
— Um casal de idosos me disse que você correu os traficantes de

drogas longe de sua loja.
Modesto ao extremo, Cannon levantou um ombro. — Eu sugeri

fortemente que eles se movessem.
— Certo. Tenho certeza de que isso é tudo que você fez. Um bom bate-
papo amigável.
Ele esboçou um sorriso rápido. — Antes de nos encontrarmos com

Rowdy e toda a sua comitiva, fizemos as coisas acontecerem apoiando o
que dissemos. E sim, antes que você pergunte, isso significa que eu entrei
em um monte de lutas. Chegamos ao ponto em que era mais fácil para os
bandidos de rua evitar-nos do que engajar.
— Parece perigoso.
— Foi algumas vezes. — Seus dedos brincaram sobre o seu joelho, em

seguida, por trás dele. Ele soltou um suspiro. —Há muito tempo, meu pai
morreu resistindo a extorsão de um grupo local.
O coração de Yvette afundou. — Eu sinto muito.
— Como eu disse, isso foi há muito tempo.
Cobrindo sua mão com a dela, sabendo que havia mais, ela esperou.
— Depois disso, alguns punks tentaram dar a Merissa um momento

difícil. Eu decidi que não ia acontecer. — Suas sobrancelhas apertaram um
pouco ao recordar aqueles longos dias sombrios. Apenas alguns segundos
depois, ele sacudiu o humor. — Foi quando eu soube que eu poderia lutar.
— Ele olhou para ela com um sorriso rápido. — E que havia espaço para
melhorias. Eu comecei a treinar, me envolvi em alguns lugares pequenos e
acompanhei a rede de vizinhança.
Yvette entrelaçou os dedos com os dele. — Você é incrível. Você sabe

disso, certo?

292
Ele levou a mão à boca para beijar os nós dos dedos. — Não sou
incrível, querida. Apenas aprecio o que eu tenho e as pessoas que eu
conheço. Incluindo você. E isso nos traz em um círculo completo.
— Eu deveria estar tonta?
— Se por algum motivo você não puder nunca chegar a mim, bem,
Rowdy é o cara durão mais honrado que eu já conheci, seguido de perto
pela tenente.
Rindo, Yvette disse: — Um cara duro, hein?
— Ou apenas difícil. E definitivamente honrado. Dash e os detetives...

Eles são realmente bons homens. — Ele a soltou e colocou as duas mãos
no volante. — Mas você pode sempre ir para Armie, também, ou Denver ou
Stack ou...
— Uau. — Reunindo uma risada, Yvette caiu para trás em seu assento.
— Você está esperando que eu desperte um grande caos em cada turno?
Porque a sério, Cannon, eu estou esperando que Heath decole e tudo isso
só desapareça, nesse caso, por que eu iria precisar de todo este excelente
backup?
— Eu estou esperando que você seja bonita e quente e mantenha-me

louco com luxúria.
Wow novamente. Ela não tinha nada a dizer sobre isso, exceto que
talvez fosse melhor se ela apaziguasse sua luxúria. Como... Esta noite.
— Mas eu sou o tipo cauteloso, — disse ele, — e eu acredito em estar

preparado. Então, me satisfaça, ok?
Demorou um minuto para pôr seus pensamentos em ordem, então ela

se inclinou e acariciou seu ombro. Seu corpo era tão incrivelmente
musculoso. Ela adorava a sensação dele sob a camiseta de algodão macio.
Mas ela gostava de tocar sua pele quente ainda mais, assim, ela deslizou os
dedos debaixo de sua manga.
Ele ficou alerta de uma maneira muito masculina.
— Eu não quero que você se preocupe, Cannon. Eu não vou deixar

Heath ditar as minhas decisões, mas eu não vou fazer nada tolo. — Ele
começou a dizer alguma coisa, mas ela não tinha terminado. — A coisa é,
eu realmente não quero que isso se torne seu problema. Sim, estamos na

293
mesma casa. E sim, eu quero... — Como colocar? —Você. — Isso parecia

bastante claro. Mas só para ter certeza, ela acrescentou: — Em todos os
sentidos.
— Droga, querida. — Ele mudou de posição, endireitando uma perna,

puxando a calça jeans.
— Eu aprecio como você lidou com Heath hoje. Ele me pegou de

surpresa e eu estava envergonhada. Mas não importa o que ele dissesse ou
fizesse, eu não teria ido a lugar nenhum sozinha com ele. Ele poderia ter
ficado ainda mais embaraçoso, mas eu poderia ter lidado com isso.
Isso só fez Cannon olhar mais determinado. — Fico feliz em ouvir

isso.
De nenhuma maneira ele parecia convencido, e isso a preocupava. —

Eu espero que você tenha ouvido o que disse Margaret. Você não precisa
procurar Heath. Você não precisa defender a minha honra.
— Eu não, hein?
Agora, ele soava quase irritado. Ela olhou para ele. — Eu não estou
dizendo que você tem que ignorar os insultos de Heath, se esbarrarmos
com ele.
— Caramba, obrigado.
— Mas você pode tentar me deixar lidar com ele antes de você entrar
no meio.
Ele resmungou sobre isso.
— Principalmente, — disse ela, — Eu quero agradecer a você.
Isso chamou sua atenção. — Pelo que?
— Por se oferecer para me apoiar. — Mais uma vez. — Por cuidar. —

Deus, ela esperava que ele o fizesse. — Por... Tudo. — Na maior parte, por
ser você.
Ele ficou quieto por um tempo muito longo, e isso fez com que Yvette
se tornasse ainda mais incerta sobre seus sentimentos. Cannon era um
cara ótimo para todos. Ele era conhecido por sempre tratar as mulheres
com respeito, mesmo às mulheres que ele recusou. Desde que ela o
conhecia, ele tinha sido um defensor... De todos.

294
Ela sabia que ele se importava com ela, mas, em seguida, ele se
importava com um monte de gente.
Droga, ela queria ser especial.
Porque ele era muito especial para ela.
Finalmente, ele disse: — Eu vou deixar o meu caminhão na Rissy até

que a garagem seja limpa. Então, nós dois poderemos estacionar dentro.
Eu não quero deixa-lo estacionado lá fora como isca.
— Isso faz sentido. — Outro pensamento lhe ocorreu. — Você passa a

maior parte de seu tempo em Harmony, Kentucky, certo?
Desconfiado, ele perguntou: — Por quê?
— Você tem uma casa lá?
— Sim. — Ele olhou para ela. — Eu vou mostrar para você um dia, ok?
Não é tão longe de carro. Talvez três horas.
Percebendo que ele tinha uma vida inteira montada em outro lugar,
fez muito para amortecer o seu humor. Em caso de necessidade, o seu
tempo aqui teria de ser limitado. — Gostaria disso. Obrigada. — Voltando
ao seu pensamento original, ela perguntou: — Sua casa tem uma garagem?
— Três carros, sim. — Mais uma vez ele olhou para ela. — E uma
piscina. Eu adoraria vê-la em um biquíni.
Ela devia ter sorrido ao ver o modo como ele dizia isso, mas a culpa
tinha um estrangulamento nela, novamente. — Se você não estivesse aqui,
brincando de casinha comigo... - Provavelmente porque ele se preocupava
com ela estar sozinha. ― Então, seu caminhão já estaria trancado em
segurança em uma garagem em vez de...
— Não pense assim. — Franzindo o cenho novamente, ele trabalhou

sua mandíbula. — Estou feliz que você está aqui, caramba. Apesar de tudo
que está acontecendo, eu quero que você seja feliz, também.
Como ele poderia não saber? Ela estava tão feliz de estar em casa.
Para estar com ele.
Mas ela queria tanto que fosse diferente.

295
Porque ela não poderia fazer muito sobre Heath agora, ou sobre seus
pneus, ajustou a sua atitude em vez disso, sorrindo, inclinando-se em
direção a ele, para voltar a acariciar seu ombro duro. — Eu estou. Muito.
Brevemente, ele virou a cabeça para beijar-lhe o pulso.
— A primeira coisa que farei amanhã é trabalhar no resto das caixas.

— Ela estava ansiosa para ver tudo o que tinha, e para ter o melhor
material para a loja. Embora ela amasse todo o tempo que passava com
Cannon, que era o seu tempo para treinar, a sua contribuição para o centro
de recreação, seus amigos. Ela não estava acostumada a estar ociosa por
muito tempo. Ela precisava estar ocupada.
Uma vez que ela abrisse a loja, ela estaria de volta ao balanço de
trabalho. O que iria fazer muito para ajuda-la a recuperar o equilíbrio
emocional.
— O que você acha sobre um cachorro?
— Eu não tenho certeza. — Ela sempre quis ter um, mas seu
apartamento na Califórnia não permitia animais de estimação. E mesmo se
permitisse, seu espaço era pequeno demais para caber um animal.
Mas um animal de estimação... Era um sinal de permanência. Não era?

Ela cercou, dizendo: — Eu gosto de animais.
— Eu também. Com a minha viagem não foi possível, mas você vai
ficar agora, certo?
— Sim.
— E o quintal é grande o suficiente. Eu poderia até colocar uma cerca.
Mais e mais ele fez planos que pareciam tão permanentes, sem nunca
realmente dizer a ela sua intenção de longo prazo. Mas, apesar das coisas
da vida, ela adoraria ter a companhia de um cão. — Ok.
— Ótimo. — Decisivo, ele disse: — Que tal visitar o abrigo no

domingo, depois que eu trabalhar no Rowdy?
Pensando em tomar um passo tão grande com ele a deixava nervosa,

insegura e totalmente eufórica. Ela começou a sorrir e não conseguia
parar.
Quando ela olhou para Cannon, ele estava sorrindo, também.

296
— Feliz? — Perguntou ela.
— Muito.
Eles viraram a esquina para a casa dela. Os últimos raios de sol do

verão espirrando cores brilhantes sobre o horizonte.
Com seu foco em Cannon, pensando em muitas coisas, ela viu o

momento exato em que ele franziu a testa. — Qual o problema?
Suas mãos flexionadas no volante. — Você sabe que há algo entre nós,
certo?
Assim que ele acabara de dizer isso, ela conjecturou — Luxúria? —

Ela estava apenas meio provocando.
—Isso aí. A luxúria está lá. Eu penso em você e quero você. Eu vejo
você e eu te saúdo.
Confusa, ela repetiu, — Saúda?
— Meu pau se levanta e toma conhecimento.
— Oh. — Seu olhar automaticamente foi para o seu colo, e seus olhos
se arregalaram.
— Mas é mais do que isso, também.
Era o tom, mais do que qualquer coisa, que atraiu sua atenção para o
seu rosto.
O calor encheu seu coração. Recordando como paciente ele tinha sido,
mesmo quando ela lhe contou sobre seus problemas, ela mordeu o lábio.
— Mais?
Parecendo muito sombrio, Cannon disse: — Não importa o que, eu

quero que você se lembre disso.
O que ele queria dizer? Ele parecia querer uma resposta, então, ela
balançou a cabeça. —Tudo certo.
Com uma atitude de determinação, ele entrou na garagem, desligou o

motor e olhou para a porta da frente.

297
Yvette seguiu seu olhar e empalideceu com o que viu. Fúria misturada
com derrota.
A mensagem pintada com spray destruiu a porta da frente. Sangue

vermelho gotejava, se arrastando até a pequena varanda.
Vá para casa, cadela.
Balançando a cabeça, ela negou o comando.
Alguém queria que ela fosse, quando ela tinha acabado de decidir
ficar.

298
CAPÍTULO 17
Juntos, eles saíram e se aproximaram.
Evitando a tinta ainda fresca e pegajosa, Cannon destrancou a porta

da frente e ajudou-a a entrar. — Fique aí um segundo, ok?
Com um aceno de cabeça, ela ficou ali, olhando um pouco dormente,

muito desafiadora.
Tão orgulhosa.
Ele fez uma rápida varredura na casa, mas tudo estava em ordem. Ele
verificou na garagem, o pequeno quintal, cada janela.
Quando voltou, ela tinha seu telefone celular em sua mão. Sem ele ter
que pedir, ela disse: — Eu estava pronta para pedir reforços, se
precisássemos.
— Inteligente. — Desejando que ele pudesse tê-la protegido disso, ele

esfregou seu polegar sobre sua bochecha. — Nada mais parece
perturbado, no entanto.
— Bom. — Afastando-se, ela deixou cair sua bolsa no sofá e caminhou

até a cozinha. Ele ouviu água corrente e, incomodado pelo modo como ela
estava tão contida, seguiu-a.
Ela tinha um balde na pia, enchendo com água e sabão.
Cannon chegou ao seu redor, desligou a água, e puxou-a até seu peito.
— Isso só vai manchá-la e torna-la pior. Com este calor, ficará seco em
outra meia hora. Então, eu posso lixá-la.
— A porta estará arruinada.
— Então, vamos substituí-la.
— Está por toda a varanda, também.
— Uma máquina de lavar potente vai tirar isso.

299
Através de uma risada tensa, ela recostou-se contra ele. — Você tem
uma resposta para tudo?
— Para coisas de merda como essa eu faço. — Mantendo-a perto, ele a

virou em seus braços. — Você não vai a lugar nenhum.
Ela olhou para ele com aqueles grandes olhos verdes ao mesmo
tempo tristes e doces, e como cada indivíduo em todos os lugares, sua
reação foi uma agitação dolorosa.
— Prometa-me, — disse ele.
— Eu não vou mexer. — Acariciando seu peito, ela se afastou. —Mas

eu não vou deixar a pintura lá fora, para todos os vizinhos ou qualquer um
verem.
— Eu posso encobrir.
— Eu vou tirar uma foto primeiro. — Solene, lembrou a ele —

Margaret queria que documentasse tudo.
Então, ela achava que era Heath, também? — Tudo certo.
Juntos saíram para frente e cuidaram disso.
Após relatar o vandalismo à Margaret, ele lixou o máximo da pintura

quanto podia. Parecia terrível, mas agora ninguém saberia o que tinham
escrito.
Yvette trouxe uma folha e colou-a sobre a frente da porta enquanto

ele teve um rápido bate-papo com os seus vizinhos mais próximos.
Infelizmente, a maioria deles era idosa e não tinham visto nada.
Ou eles não queriam se envolver.
Se qualquer um dos vizinhos tinha negócios na área, ele teria um

problema. Mas eles eram pessoas tranquilas, aposentados que queriam
evitar problemas.
Não era um problema. Ele tinha uma rede que poderia cobrir um
monte de terreno. A partir desta noite, ele colocaria tantas pessoas na rua
quanto fosse necessário.
— Nada? — Perguntou Yvette, quando ele voltou para ela.

300
Ele balançou a cabeça. — Eu deveria ter colocado uma maldita câmera

de segurança aqui, também.
Embora ela tentasse esconder, ele podia dizer que a brincadeira do

doente havia afligido Yvette. — Sou eu quem deveria ter percebido o
quanto Heath poderia fazer. Eu nunca imaginei que ele me seguiria da
Califórnia. Por que ele de repente está sendo tão persistente, eu não tenho
ideia.
Cannon sabia que era por causa dele. Heath provavelmente tinha
assumido que ela ficaria disponível até que ele pudesse descobrir uma
maneira de convencê-la a voltar para ele.
Agora, com outro homem na foto, ele se sentiu ameaçado.
— Nós dois seremos mais cuidadosos a partir de agora. — Ele colocou

seu braço ao redor dela. — Vamos.
Uma vez lá dentro, ele tentou uma atitude casual para esconder sua
raiva. — Enquanto eu tomo um banho, por que você não arruma algo para
nós comermos?
— Tem alguma preferência?
Você. Não, ele não deve pensar assim. Especialmente não com ela
observando-o assim, com tanta expectativa. Ele precisava lidar com as
coisas no chuveiro. — Algo leve. Talvez um sanduíche?
— Eu posso lidar com isso. — Novamente, ela bateu no peito dele e,

caramba, me senti muito ligado. — Quinze minutos?
Ele não era uma garota. — Faço-o mais como sete.
Recusando-se a deixa-la sozinha por muito tempo, ele agarrou roupas

limpas e correu para uma lavagem da cabeça aos pés. Mesmo como um
idiota rápido, ele estava fora do chuveiro um minuto a mais dos sete que
tinha designado.
Ele tinha tirado a luxúria, mas nem sequer chegara perto de abalar a
possessividade.
Alguém, provavelmente Heath, queria assustar Yvette. Dada a

obsessão do homem, ele pode até querer machucá-la.
Não aconteceria.

301
De uma forma ou de outra, Cannon sabia que tinha que pôr fim ao
assédio.
Ela estava em seu local de sempre no sofá, uma bandeja de comida na

mesa de café. Cannon absorveu todas as nuances de seu humor quando ele
se juntou a ela. Enquanto preparava a comida, ela tomou banho e trocou-
se em uma longa camisola. Agora, sentada estilo yoga nas almofadas
fundas, ela puxou o cabelo sobre o ombro e com velocidade e destreza,
trabalhou-o em uma trança. Ela segurava uma faixa em seus dentes e
quando ela alcançou as extremidades de seu cabelo longo, ela o prendeu.
Seus cílios varreram quando ela olhou para ele. — Eu não tinha
certeza se você iria querer fritas ou pickles. Quero dizer, por causa de seu
treinamento.
Tinha tanto na bandeja, então, ele pegou uma fatia de pickles. — Isso
está bom, obrigado.
Ela cortou os sanduíches em pequenos triângulos. Fofa. Ele comeu o

primeiro em uma mordida.
Ela mordiscou o dela e uma vez que ela não era uma comedora
meticulosa, ele tomou isso como um sinal de que ela ainda estava
perturbada.
— Quer que eu vá para a loja de pornô pegar um filme?
A provocação quase a fez sorrir, mas em vez disso ela transformou-o

em um olhar de “se comporte”.
E isso o fez sorrir. Assumindo que ele teria que sofrer com algum
drama sentimental, ele disse: — O que, então?
Pegando o controle remoto, ela encontrou um velho filme de terror.

— Que tal isso?
Porra, ela faz parecer fácil gostar dela. — Parece bom.
Eles se instalaram para o filme, e graças a uma série de efeitos

especiais de sangue e o monstro do filme horrível, ela acabou enrolada
contra seu lado.
Ele a queria pra caramba, mas não sabia uma maneira fácil de seguir
com a sedução.

302
Ele estava deitado de costas, pernas esparramadas, Yvette um peso

quente e suave contra ele, quando o filme terminou. Ele começou a se
mover e percebeu que ela tinha adormecido.
Cuidadosamente, não querendo acordá-la, ele a ajeitou para que sua

cabeça descansasse em sua coxa. Jogou seus dedos ao longo de sua trança,
então sobre seu ombro. De seu lado, ele mergulhou de seus ombros para
aquela cintura pequena, então de volta para seu quadril arredondado e
para baixo do comprimento longo de suas pernas delgadas e bem
torneadas.
Por mais que a quisesse nua e sob ele, também queria que ela se
sentisse segura e protegida quando estivesse com ele.
Ele queria que ela se apoiasse nele.
De jeito nenhum ele se mexeria.
***
Toda vez que ela olhava para Cannon, sua temperatura aumentava.
Desapontamento parcial, necessidade desesperada parcial.
Ela adormeceu nele ontem à noite.
A última coisa de que me lembrava, era estar esperando por ele fazer
um movimento. Mas ele não tinha. E, tanto quanto ela o odiava por isso, ela
tinha que saber que ele tinha segurado por consideração a ela, talvez,
pensando que ela precisava de mais tempo.
Ou porque ele precisasse.
Ela acordou esta manhã quando se esticou e só então, ela percebeu

que eles ainda estavam no sofá. Surpreendida, ela se encolheu
bruscamente e acidentalmente a cabeça o golpeou. Ambos gemeram, ele
esfregando a mandíbula, ela esfregando o topo de sua cabeça.
Cannon sempre parecia digno de baba, mas não mais do que nas
manhãs com restolho de barba e cabelo escuro, cara amarrotada de sono e
pesados olhos azuis sombreados por cílios longos.
Quando ele presenteou-a com aquele pequeno, sexy sorriso... Sim, ela
quis exigir que ele a satisfizesse. Bem ali e depois.

303
Em vez disso, ela ficou muda até que ele a beijou suavemente e se
dirigiu ao banheiro.
Lembrando, ela queria gemer, novamente.
Depois disso, ele tinha recebido um telefonema de um de seus

treinadores, um cara chamado Havoc, que lhe deu mais detalhes sobre a
próxima luta. Ela tinha feito café enquanto escutava.
Ele lutaria novamente, logo após o Dia das Bruxas.
Isso significava que ele teria que voltar a treinar de forma mais
rigorosa em breve. Tempo integral. Em Kentucky.
Longe dela.
E, caramba, ela sentia falta dele já!
Com uma urgência quase desesperada, queria aproveitar o tempo que

lhe restava. Mas logo após a corrida, ele ligou para Armie, dizendo-lhe
sobre o vandalismo, e a próxima coisa que ela sabia era que os caras
estavam lá. Caras, plural. Armie, Stack e Denver. Faltavam apenas Miles e
Brand, deixados para trás para gerir o centro de recreação.
Eles se revezavam abraçando-a, lastimando, oferecendo-se para

quebrar as cabeças para ela e, inadvertidamente, impedindo-a de saltar
nos ossos muito sexys de Cannon.
Eles eram todos protetores, hilariantemente assim, mas depois que

Margaret ligou para dizer que Heath aparentemente já tinha saído, Cannon
se tornou sombrio. A tenente explicou que ela tinha ido ao hotel, a
primeira coisa naquela manhã, mas ele não estava mais registrado lá.
Ou ele tinha ido de volta para casa, ou ele se mudou de local.
Não havia muitos lugares para ficar na pequena cidade de Warfield,

mas apenas fora do seu município, nos limites da cidade, havia uma
variedade de hotéis para escolher.
Se Heath não tinha voado de volta para casa, pelo menos ele não
estava mais tão perto, o que lhe deu conforto.
Para colocar Cannon mais à vontade, ela chamou Vanity e pediu uma
atualização se Heath postou qualquer em seu Facebook. Até agora, ele não
tinha.

304
Ela poderia dizer que preocupou Cannon, que por sua vez se fez mais
demonstrativo. Ele continuamente a tocou, a beijou, e a observou.
Agora, no final da tarde, ela ainda estava sentindo a necessidade.
Enquanto Denver e Cannon trabalharam para ter a nova porta

instalada, Armie e Stack terminaram de carregar o último das caixas da
garagem para o caminhão de Cannon. Ela estava apenas no caminho
naquele momento, assim, ela entrou para pegar mais bebidas.
Com todos eles ajudando, a loja agora estava pronta para arrumar as
coisas, a garagem estava quase vazia, a varanda da frente não tinha sinais
de tinta e... E ela sentiu vontade de chorar sem nenhuma boa razão.
Preocupação? Alívio? Um acúmulo de tudo, começando com a perda do
vovô e terminando com um vândalo desconhecido?
Talvez a falta de alívio sexual? Ela soprou o cabelo fora do seu rosto.
Sim, poderia ser isso, porque ao redor do Cannon ela ficava tensa.
Quando Merissa e Cherry entraram, Yvette as ouviu antes de vê-las.

Merissa começou a dar instruções a alguém, e Cherry estava flertando,
dizendo aquelas coisas provocantes que pareciam vir tão naturalmente
para ela, mas sempre consternava Yvette.
Depois de acrescentar mais gelo ao jarro, ela se serviu de um copo

alto. Trabalhar com os caras a tinha deixado suada, empoeirada, suja e
muito emocional.
— Ei.
Ela olhou para cima, para ver Armie entrando, seu semblante
sombrio.
Abaixando o copo, ela perguntou: — O que há de errado?
— Eu ia te perguntar a mesma coisa. — Ele deu um passo em torno

dela para encher sua própria bebida, e depois tomou como um homem
morrendo de sede.
— Eu teria levado isso para você.
— Eu precisava de descanso. — Ele puxou uma teia de aranha de seu

cabelo. — Por que você está se escondendo aqui, afinal?

305
— Eu não estou me escondendo. — Não exatamente. Mas para

impedi-lo de cavar, ela levantou uma sobrancelha e perguntou: — Por que
você está aqui se escondendo?
Ele começou a responder, mas se fechou quando Merissa entrou,

resmungando, ― Covarde.
Ela também foi para o chá gelado.
Como um veado apanhado nos faróis, Armie congelou e apenas seus

olhos se moveram enquanto ele seguia sua aproximação. Assim que ela
passou por ele, Yvette viu sua atenção cair para o sul, para sua parte
traseira mostrada em shorts apertados.
As narinas dele abriram.
Uau. Será que Cannon sabia que seu melhor amigo tinha um caso de
amor importante por sua irmã? Duvidoso.
Armie empurrou o copo em direção a Yvette. — Obrigado, boneca. É

melhor voltar ao trabalho. — E com isso, ele literalmente fugiu da cozinha.
Tentando esconder o seu sorriso, Yvette disse: — Então, o que foi

tudo isso?
Para sua surpresa, Merissa caiu. — Ele me despreza, por alguma

razão, embora, eu não tenho ideia do por que.
Yvette só podia olhar. A sério? Era isso que Merissa pensava?
Se assim for, ela era ainda mais sem pistas sobre caras do que Yvette.
— Eu não acho...
Cannon entrou. — Você quer ir até a loja e talvez dar alguma direção
sobre onde colocar o resto das caixas? Ou você só quer que os caras as
soltem e nós podemos arranjar as coisas quando tivermos uma chance?
— Eu irei. — Ela precisava de mais tempo para ficar juntos, de

qualquer maneira. Hoje à noite eles estavam indo para o bar do Rowdy e
provavelmente ficariam lá até tarde.
O que significava que ela ainda não teria a chance de explorar essa
intimidade emocionante com Cannon. Seria melhor se ela ficasse ocupada
em vez de se deter sobre oportunidades perdidas.

306
Merissa disse: — Quem está indo?
— Denver vai ficar e me ajudar a terminar a porta, mas o resto está

indo para lá.
Ela finalizou sua bebida. — Eu vou junto, também, então. —

Conectando o braço pelo de Yvette, ela disse, — feliz em dar uma mão.
Cannon pegou Yvette antes que ela pudesse sair. Sua atenção foi em
seu cabelo despenteado, as bochechas ruborizadas. Ele limpou a poeira da
ponta do nariz. —Seja cuidadosa.
Ela achou difícil provocar com sua consciência dele tão afiada. ― Tem
medo que um dos caras deixe cair alguma coisa em mim?
Usando o máximo cuidado, ele alisou o cabelo. — Deixe-os fazer o

trabalho pesado.
— Ei, eu não sou uma covarde completa.
— Você não é uma lutadora, também. — Ele a puxou para cima e

contra o seu peito e sua boca tocou a dela, seu coração agitou como uma
tempestade.
Quando a soltou, ela tocou seus lábios.
Que o levou a beijá-la, novamente. — Nós temos que sair para o bar
do Rowdy às seis. — Ele segurou seu queixo com dois dedos por baixo, seu
olhar quente de admiração. — Se de muito tempo para fazer o que você
quiser para se preparar.
— Você não quer que eu vá assim?
Dando um pequeno aceno de cabeça, ele sussurrou: — Você ia

começar um motim.
Agora, o que isso significa? Ela era uma completa bagunça e sabia
disso. Ela torceu o nariz. — Vai demorar pelo menos uma hora, então, eu
não vou demorar.
Ainda mantendo-a perto, ele estudou o rosto dela, enfiou a mão

quente ao redor de sua nuca.
Oh, ela conhecia aquele olhar...

307
Com certeza, ali mesmo com Merissa protestando, ele a beijou

novamente, desta vez mais e mais quente. Exatamente o que ela não
precisava, já que não podiam seguir.
Embora tivesse que admitir, ela nunca recusaria a oportunidade de

saboreá-lo.
— PDAs2, —reclamou Merissa —, especialmente na frente de sua

irmã, não é muito bacana.
Cannon sorriu quando ele a deixou ir. — Em torno de Yvette, eu não

posso evitar na exibição ocasional de afeto.
— Eu gosto dela, — disse Merissa, — então, você está perdoado.
Yvette se perguntou se ambos queriam dizer isso. Se Cannon sentia

algum afeto real por ela, Rissy ficaria bem com isso?
Depois que Merissa entrou no carro com Yvette, Armie tentou trocar
de lugar com Denver. Mas Cherry tinha decidido ficar para trás, de modo
que Denver não se mexeria.
Foi tudo muito divertido e definitivamente perturbador.
Na loja, todos se moveram e não só conseguiram que as caixas fossem

descarregadas do caminhão, como também muitas delas foram esvaziadas
nos estojos de vidro e nas prateleiras, que ela já havia arrumado ao redor
da loja.
Agora que ela tinha esfregado o chão limpo e colocado os tapetes na

área, tudo parecia incrível, ela disse isso a si mesma.
Assim que ela obtivesse sua licença de negócio, esperava que dentro
das próximas duas semanas, ela seria capaz de fazer uma grande abertura.
Assim que eles terminaram, ela notou algumas meninas,

provavelmente colegiais, olhando na grande janela da frente. Quando ela
olhou para trás, Yvette viu tanto Stack quanto Armie como as meninas
provavelmente os viam.
Grandes, construídos e sem camisa.
Ela sorriu e cutucou Merissa.
2
Demonstração publica de afeto (Public Displays of Affection)

308
— O quê? — Merissa perguntou enquanto quebrou uma caixa vazia.
Yvette acenou com a cabeça na janela.
Bufando uma risada, Merissa também olhou para os rapazes. Ou mais

especificamente, para Armie. Sem saber do seu público, principalmente
porque ele estava fazendo seu melhor para ignorar Merissa, ele esticou os
braços para cima, as mãos entrelaçadas e se espreguiçou.
Merissa suspirou.
As meninas lá fora bateram na janela e acenaram. Quando Armie

olhou para elas, elas acenaram e flertaram e uma parecia estar ajustando
sua camisa para mostrar mais decote...
Sorrindo torto, Armie balançou a cabeça, e quando ele desviou o

olhar, o olhar pegou Merissa. O sorriso desapareceu sob uma carranca.
Merissa enfiou as mãos sob o queixo e zombou das garotas, rindo

como elas, batendo os cílios, agindo como uma tola.
Yvette e Stack riram.
Mesmo Armie esboçou um sorriso.
— Nosso adorável fã-clube, ― disse Stack. ― Pena que elas não são
moças de vinte e um anos de idade, em vez de adolescentes.
Yvette se lembrou de um momento em que ela tinha sido adolescente,

descaradamente dando em cima de Cannon.
Descartando o ato, cruzando os braços e visando sua ira em Armie,

Rissy disse: — Ou o quê? Você teria ido de fininho lá fora e oferecido a si
mesmo?
— Algo parecido com isso, — respondeu Armie com desafio idêntico.
Stack levantou a mão. ― Eu faria, sim. ― Ele olhou novamente para as

meninas, uma sobrancelha levantada em especulação. ― Diabos, se eu
soubesse com certeza que tinham dezoito anos...
Ofegante, Merissa ergueu as mãos. — Vocês são sem vergonha!
Em um aparte para Armie, Stack perguntou: — Será que ela acredita

que seu irmão realmente é um santo?

309
Não querendo ouvir sobre qualquer uma das escapadas de Cannon,

Yvette interrompeu. — Eu não posso agradecer a todos vocês o suficiente.
Basta olhar para este lugar agora. — Ela virou um círculo tonto com
exuberância. — Está quase cheio e eu ainda tenho mais caixas.
— O que mais você precisa fazer? — Perguntou Stack.
— Nada mais, hoje. — Um olhar sobre a hora em seu telefone lhe

disse que ela precisava ir para casa e ficar pronta.
— Bem, se você precisar de mim, é só me avisar.
Ela sorriu para Stack.
— O mesmo aqui, — disse Armie.
Maravilhada com sua generosidade, Yvette assentiu. — Vocês são...

Maravilhosos.
— É assim que funciona, — Armie disse a ela. — Cannon salvou a

minha bunda mais vezes do que posso contar.
— Eu também, — disse Stack.
— Eu sei sobre você, — disse Rissy para Stack antes de ela se virar
para Armie. — O que ele fez para você?
— Não é o seu negócio, Stretch. — Ele puxou sua camisa. — Vamos

apenas dizer que somos uma família, está bem?
— Não você e eu—, disse Rissy.
Ele fez uma careta para ela. — Eu estava falando sobre Cannon e eu.
— Eu sou sua irmã.
—Isso é uma notícia?
Falando sobre eles, Stack disse: — Eles brigam como irmãos, não é?
— Com um braço ao redor de Yvette, ele disse: — Se todos nós acabamos
aqui, eu preciso voltar para o centro de recreação.
Armie disse: — Merissa está indo para lá. Ela pode leva-lo e eu vou
com Yvette.

310
Merissa abriu a boca para discutir, mas deve ter mudado de ideia. —
Certo. Vamos, Stack. Conversaremos. Sobre as coisas. — Ela lançou um
olhar para Armie, assim ele saberia exatamente o que ela queria discutir.
Sorrindo, Stack murmurou, — Oh, as histórias que eu posso dizer...
Quando eles desapareceram pela porta, Yvette esperou Armie

explodir, mas em vez disso ele riu.
— Você não está preocupado? — Apagando as luzes, em seguida,

escavando as chaves de sua bolsa, Yvette se juntou a ele.
— Não. — Ele pegou as chaves dela e, depois que saíram, trancaram

tudo. — Stack gosta de me agulhar, mas ele nunca diria qualquer coisa que
não deveria. Ele é tão confiável como se vê.
— Um segredo tão grande. — Yvette meditou. — Agora eu estou

morrendo de curiosidade.
Não pegando a isca, ele abriu a porta do caminhão para ela. — Quer
saber, né?
— Oh. — Ficando surpreendida com a forma como ele disse isso, ela
balançou a cabeça. — Não, eu estava apenas... - Ele fechou a porta e
caminhou até o lado do motorista.
—Você percebe que grande cara Cannon é, certo?—
— Absolutamente. — Estendendo a mão, Yvette colocou a mão em

seu antebraço. —Mas, Armie, realmente, eu não estava curiosa. Foi uma
piada de mau gosto.
— Está tudo bem. — Ele ligou o caminhão, mas ainda não se afastou.
Olhando para frente, ele disse: — Eu uma vez fui acusado de alguma
coisa... Muito ruim. O tipo de coisa que nenhum cara quer ser acusado de
ter feito.
Sentindo sua distância emocional, Yvette recuou. — Sinto muito, —

disse ela novamente.
Ele mordeu o lábio, depois balançou a cabeça e colocou o caminhão

em marcha. Depois de um rápido olhar para a estrada, ele se afastou do
meio-fio. — Eu não fiz isso, só para você saber.
Ela não tinha ideia do que "poderia ser", mas ela concordou. ― OK.

311
— Cannon sabia disso, também. Sem perguntas. Sem dúvida. Ele

acreditou em mim cem por cento.
Soou como Cannon. Ele era um homem de convicções muito fortes e,

obviamente, um grande juiz de caráter. — Eu estou feliz que ele estava lá
para você.
— Se ele não estivesse... Eu não sei. Teria ficado muito feio. Mas
Cannon fez o que sempre faz. Ele se envolveu. Encontrado as pessoas
certas que poderia me limpar, levantou-se por mim, mesmo quando outros
não. — Ele flexionou os ombros, quebrando seu pescoço. — Sinta-se livre
para perguntar a ele sobre isso, se quiser.
— Eu não preciso. — Ela poderia dizer que foi um incidente muito

privado, ainda doloroso para ele. — Eu confio em Cannon, e se ele confia
em você, isso é bom o suficiente para mim.
Armie relaxou o suficiente para piscar para ela. — Veja, é por isso que
você se encaixa bem.
Ela faz? Ela esperava que sim. Ao redor dos amigos de Cannon, ela se
sentia mais em casa, desde que se mudou para a Califórnia... — A coisa é,
isso é entre você e Cannon. Isso não obriga você a mim por extensão.
— Claro que faz.
— Não...
— Se Rissy precisasse de algo, você tentaria ajuda-la, certo?
Sem pensar, ela disse: — É claro.
Satisfação enrolou sua boca. — Porque ela é a irmã bebê de Cannon, e

você se preocupa com Cannon.
Que Deus a ajudasse, ela adorava Cannon. Sempre adorou e

provavelmente sempre o faria. Não havia muito que ela não faria por ele.
Limpando o caroço de sua garganta, ela guinchou, — sim.
— Ai está. Aceite a mão amiga quando qualquer um de nós oferecer,

ok? Nós vamos ficar ofendidos, caso contrário. E a sério, somos todos
chatos como merda quando estamos ofendidos.

312
Ele falou “deles” e “nós” como se os lutadores que utilizavam o centro

de recreação fossem uma só mente. E, talvez, quando se tratava de certas
coisas, como Cannon, eles fossem. Ela realmente não sabia o que dizer,
então, ela disse simplesmente: — Eu agradeço.
— E divertido, certo? Todo mundo gosta de sair juntos. Não é como se

pendurar uma porta ou mover algumas caixas, leve todo esforço.
— Eu me diverti.
— Bom.
Ele desceu a rua em direção a casa dela. Eles viram que a porta estava
colocada, e parecia ótima. Melhor do que a porta velha. Provavelmente
mais segura, também.
— Canalha.
Yvette tinha estado ocupada assistindo Cannon substituir

ferramentas na garagem, mas naquele sentimento rosnado, ela olhou para
Armie. — O quê?
— O covarde que fez merda com a sua porta. Eu odeio essa porcaria
sorrateira.
Ela praticamente odiava isso também. — Incomoda-me muito que os

meus problemas estão transbordando e afetando Cannon. Se eu pudesse,
eu iria mantê-lo totalmente alheio.
Armie bufou. ― Um conselho de amigo, não diga isso a Cannon.

Nenhum sujeito envolvido gostaria de ouvir, mas Cannon fica mais
envolvido do que a maioria.
Sabendo que ele provavelmente estava certo, ela disse em uma voz
baixa, — Eu só queria dizer não envolvido com o problema. — E antes que
ele a fizesse se sentir ainda pior, ela explicou: — Eu queria que ele me
visse de maneira diferente, desta vez.
Com isso, Armie riu abertamente.
Insultada, ela estreitou os olhos para ele. — Por que é tão engraçado?
— Como diabos você quer que ele te veja? O pobre rapaz está de
cabeça para baixo em cima de você. — Ele arqueou uma sobrancelha. —
Principalmente na luxúria.

313
— Armie, — alertou.
Mas ele já tinha seguido em frente. — Ele gosta de você, também. Não
teria trazido você em torno do centro de recreação se fosse o contrário. E
claramente ele gosta de você. Não pense que eu já vi o cara tão meloso, e
sempre sorrindo. —Balançando a cabeça, ele perguntou: — Você gostaria
que ele fosse alheio?
— Claro que não. — Ela queria que ele ficasse... Bem, impressionado.
E isso não fez com que ela soasse superficial?
— Então, eu diria que ele está vendo você exatamente como deveria.
— Suavizando, indo mais sério, ele disse: — Mas, querida, eu entendo o
que você está dizendo. Você queria mostrar-lhe que você está livre do
passado.
Exatamente! — Sim, é isso que eu quis dizer.
— Só que ninguém nunca está. Nem eu, nem Cannon. — Ele olhou
para ela. — Nem você. Algumas merdas entram, ficam embaixo de nossa
pele, e enquanto nós podemos nos acostumar com isso, não podemos nos
livrar delas. Faz parte de tudo o que fazemos, e de cada decisão que
tomamos.
Será que o passado de Armie se apresenta em sua ousadia?

Provavelmente. Ela esfregou uma mancha de sujeira em seus jeans. — A
coisa é... Cannon foi puxado para dentro de todo o meu caos antes de eu
me afastar. Então, assim que eu cheguei em casa, eu descobri que meu avô
tinha mais ou menos o grudado comigo. Eu estava lidando com isso, mas
agora Heath está aqui, causando mais problemas. — A mancha de sujeira
permanecia, bem como seus problemas.
—Eu digo que você vá com ele.
Ela desistiu de suas roupas bagunçadas e, em vez isso, encarou Armie.

— Vá com ele como?
— Pare de lutar contra o destino. Pare de lutar contra o Cannon.
— Eu não tenho!
—Teimosa. Eu vejo isso, então, eu garanto que ele vê isso. ― Ele a

puxou para a entrada, e Cannon começou a sair da garagem aberta para
cumprimentá-los.

314
— Você está aqui, — acrescentou Armie. — Parece-me que você vai

ficar. Então, salte com os dois pés. Na ponta dos dedos nunca vai conseguir
nada.
Ela não teve tempo de assimilar isso antes que Cannon abrisse a
porta, puxou-a e cumprimentou-a com sua boca sobre a dela.
— Façam me fazer sentir como uma terceira roda, — Armie reclamou.
Cannon manteve seu braço em volta da cintura. — Todo mundo sabe

que você gosta de coisas em grupos de três.
— Não quando eu sou apenas um espectador. — Sorrindo para o

rubor de Yvette, Armie acrescentou, — Mudamos e trancamos tudo
novamente, antes de sairmos.
—Ótimo. As bebidas são por minha conta.
Quando os dois riram, Yvette disse: — Por que é uma piada?
—Porque nenhum de nós vai beber. — Ele roubou outro beijo, pegou
a mão dela e começou a ir para a garagem. — Eu tenho que mostrar o que
encontramos. — Ele olhou para trás. — Vamos, Armie. Você vai querer ver
isso, também.
No meio do chão havia um cofre de tamanho médio. Yvette olhou para

cima e viu um painel faltando no teto. — Estava lá em cima?
—Sim. Centrado em dois por quatro através das vigas. A maldita coisa
pesa cerca de quase cinquenta quilos. Levamos um tempo para trazê-lo
para baixo.
— Nós? — Perguntou Armie, caminhando ao redor do cofre.
— Denver ajudou. Ele mal se encaixa através da abertura, por isso era
muito estranho.
— E se você cometesse um deslize, você e o cofre teriam caído através

do teto.
Yvette ajoelhou-se para olhar para as fechaduras. — Por que o vovô

teria isso lá em cima?

315
— Não tenho ideia, — disse Cannon. — Mas com as duplas

fechaduras, vamos precisar da chave e o código de acesso para abri-lo. —
Ele se agachou ao lado dela. — Você lembra-se de alguma dessas coisas?
— Não tão longe, não. Mas eu posso ficar de olho.
— Até então, eu acho que eu vou trazê-lo para dentro, apenas no caso
de ele ter alguma coisa valiosa lá. Duvido, dado o que ele tinha
armazenado, mas... — Cannon deu de ombros. — Pode ser que o que está
lá dentro é tão importante que ele não queria deixa-lo em lugares óbvios.
— Um mistério. — Armie esfregou as mãos. — Agora você me tem

interessado.
— Aonde você quer que eu o coloque? — Perguntou Cannon.
— Nosso... — Ela olhou para Armie e emendou, — meu quarto, eu

acho.
Embora Armie não dissesse nada pelo seu deslize, teve que apertar
sua boca para não sorrir. — Acho que devo ir. Vou ver vocês dois no
Rowdy's.
Depois que ele saiu, Cannon levantou o cofre para carregá-lo e Yvette
segurou a porta aberta. Ele colocou-o dentro de seu armário para guardá-
lo.
Yvette verificou as várias chaves e documentos que tinham obtido de

Whitaker, mas não havia nada para o cofre. Ela olhou para o relógio e sabia
que tinha que correr para ficar pronta.
Hoje à noite, quando eles voltassem do Rowdy, ela faria uma pesquisa
para ver se ela poderia encontrar uma maneira de acessar o cofre.
Ela observou Cannon retirar sua camiseta e dirigir-se para o chuveiro

do corredor e decidiu que o cofre poderia esperar. Assim que chegasse em
casa, ela iria deixá-lo saber que ela estava pronta. Além de pronta.
Ela esperou tempo suficiente.

316
CAPÍTULO 18
O bar estava incrivelmente lotado. Todas as mesas, cabines e bancos

do bar estavam tomados, restando apenas lugares em pé. Denver, Armie,
Stack e alguns outros tinham mesas na parte de trás, deixando as da frente
para os fãs de Cannon e, felizmente, tinham lhe guardado um lugar.
Depois de vê-la em sua mesa, Cannon segurou seu rosto. ― Eu

provavelmente estarei ocupado por algumas horas, mas vou continuar
verificando você.
Para que? Se Heath ainda estiver por perto, ele não poderá incomodá-
la em um lugar tão congestionado com espectadores. — Eu vou ficar bem,
— prometeu ela. — Vá e se divirta.
Os clientes começaram a cantar o seu nome, deixando-o contrariado.

Ele tocou sua boca com as pontas dos dedos, inclinou-se para um beijo
demonstrativo, que deixou claro que eles estavam juntos, em seguida,
virou-se e se dirigiu para frente.
Ao longo do caminho, os fãs do sexo masculino cumprimentaram-no

com os golpes de punho, os high fives e as palmadas ocasionais no ombro.
Fãs do sexo feminino eram mais escandalosas, correndo os dedos ao

longo de seus ombros ou braços quando ele passava, soprando-lhe beijos,
fazendo o que podia para ganhar atenção.
Totalmente em seu elemento, Cannon retribuiu a multidão, parando

para fotos.
Rowdy e sua esposa, Avery, ficaram ocupados enchendo bebidas por

trás do bar, com Ella e duas outras garçonetes indo repetidamente pela
multidão com bandejas.
Quando Cannon alcançou a frente, Rowdy fez uma pausa para sacudir
a camiseta do bar do Rowdy e, com o bando de mulheres assobiando e o
aplaudindo, entregou a Cannon.
Yvette mal podia ver, mas quando ouviu o novo rugido, ela ficou na
ponta dos pés para espreitar.

317
À vontade, Cannon ficou lá em apenas jeans.
Seu coração tropeçou, especialmente quando viu Mary bem na frente,

brindando com uma cerveja.
Ele puxou a camisa preta, que servia como um uniforme para o bar, e
os aplausos se transformaram em protestos tristes. Sorrindo, Cannon
abanou o dedo na multidão.
Inclinando-se para sua orelha, Armie murmurou: — É melhor se

acostumar com isso. É uma pré-visualização da luta, que vai ser ainda pior.
E depois da festa? Esqueça. As mulheres tentam molestá-lo.
Yvette levemente lhe deu uma cotovelada, o que só o fez rir.
A noite rolou agradável o suficiente. As mulheres que não estavam

flertando com Cannon flertavam com Armie, Denver e Stack.
Armie parecia resistente, o que lhe disse que ele era o seu cão de
guarda para a noite. —Chovendo no seu desfile, não estou?
— Naw. Eu precisava de um tempo de qualquer maneira.
Ela riu com ele.
Cannon veio ao redor, trazendo-lhe um copo de vinho, cerveja para

Denver e Stack, água com gás para Armie.
E mais uma vez ele a beijou. — Se divertindo?
— É fantástico, — ela disse a ele. Uma mão no peito, alisando sobre o

logotipo de Rowdy, Chegando perto, ela perguntou: — Como você está?
Sua mão enrolada sobre sua nuca. Ele colocou a boca na sua garganta,
sua mandíbula, até sua orelha, onde ele sussurrou, — Eu sinto sua falta.
Ela sentiu-se corando. Todos olhavam para eles. — Você está

quebrando tantos corações esta noite.
Seus dentes pegaram sua orelha, sua língua tocou e ele respirou, —
Eu estou desestimulando todos os caras que estão procurando o seu
caminho.
Um riso surpreso explodiu, e ela o abraçou. — Não seja bobo.

318
— Bobagem, né?
— Você é o centro das atenções, — ela disse a ele. —Ninguém está

prestando atenção em mim.
Como se estivesse perplexo, ele estudou seu rosto, seus olhos azuis
escuros na penumbra, seus cílios deixando sombras exageradas sobre seu
lindo rosto. — Incrível.
— O quê?
— Você realmente não percebe. — Ele balançou a cabeça, voltou para

sua orelha e sussurrou: — Eu amo a sua modéstia. É tão sexy quanto o
resto de você.
Coração batendo, lábios entreabertos, Yvette o assistiu terminar de

circular pela sala.
Ela saltou quando Armie cutucou.
— Um centavo pelos seus pensamentos.
Seu rosto ficou quente. De jeito nenhum que ela iria dizer a ele como a
palavra “amo” tinha feito seus joelhos vibrarem, ou como o toque breve de
sua língua quente tinha começado uma queimadura lenta, inadequada à
situação.
Um brilho malicioso entrou em seus olhos. — Eu já ouvi tudo isso

antes, você sabe. Fiz isso, também. Você não vai me chocar.
Muda, ela balançou a cabeça.
— Que bom, hein? Droga, garota, você sabe como despertar o

interesse. E eu estou apostando que tudo o que eu imagino vai ser mais
explícito do que a verdade.
Quando Denver riu, os dois se viraram para ver Cherry, agora sentada
em seu colo. O que, entretanto, não a impediu de desfrutar de brincadeiras
sugestivas com todos os caras.
Cherry realmente era um flerte de classe mundial, Yvette pensava.

Talvez ela devesse ter aulas. Dessa forma, em vez de congelar até quando
Cannon brincava com ela, ela poderia provocar de volta.

319
Outra hora se passou sem Cannon voltar para eles. Entre as bebidas
que servia, ele deu autógrafo e posou com os fãs. Um cara não gostou de
como seu encontro encarava Cannon. Já bêbado e, obviamente, estúpido,
ele tentou desafiá-lo, mas Cannon riu dele, esquivando-se fora do alcance
de um soco selvagem jogado em seu rosto.
Rowdy escoltou para fora tanto o homem quanto sua amiga,

protestando.
Não muito de uma bebedora, Yvette estava apenas em seu terceiro,

era seu terceiro? De qualquer maneira, outro copo de vinho quando ela
notou Armie olhando para além dela, seu interesse flagrante. Esperando
ver Merissa, ela seguiu seu olhar e viu Mindi.
Em vez de seus ternos de negócio, a assistente do advogado tinha

mudado por um vestido sem mangas abraçando seu corpo e sandálias de
tiras. Seu cabelo loiro solto pendurado em cachos macios. Seus olhares se
encontraram. Yvette queria desviar o olhar, mas por alguma razão não
podia.
Depois, sorrindo e balançando a cabeça, Mindi cravou em Cannon.

Seus olhos se estreitaram com a intenção sensual, um sorriso satisfeito
levantando apenas os cantos dos lábios brilhantes.
Cada indivíduo em sua mesa notou Mindi, assim, Yvette só podia

supor que Cannon a achava atraente. E por que não? Independentemente
da personalidade cruel de Mindi, Yvette tinha que admitir que Mindi
parecia incrível.
Ela lamentou estar vestindo a camiseta SBC com Cannon na parte

dianteira, sobre jeans skinny e sandálias sem saltos. Ela estava pensando
apenas em apoiá-lo, se divertir e estar confortável.
Ela deveria ter usado seu próprio vestido sexy, droga. Mas... Só não
era ela. E por que ela deveria se esforçar tanto de qualquer maneira? Ela
não quer ou precisa competir com Mindi. Ela não tinha feito uma promessa
a si mesma de independente e corajosa? Isso incluía levantar-se para si
mesma.
Ela drenou o copo, colocou-o sobre a mesa e se levantou de seu

assento. — Eu vou me espremer um pouco lá na frente.
Com um braço em torno da Cherry, Denver brindou-a com sua

cerveja. — Vá pegá-lo, Yvette.

320
Ela olhou para Armie. — Por que ele está bebendo se você e Cannon
não estão? — Stack tinha jogado para trás um par de longnecks, também,
como tinha a maioria dos homens.
Ele ficou de pé com ela. — Cannon raramente faz, mas ele

definitivamente não faz durante o trabalho, certo? E desde que eu tenho
uma luta em três semanas, eu sou o motorista preso para levar os bêbados
para casa.
Maneira de deixar cair uma bomba! Ela encostou-se à mesa. — Você

está lutando? Desde quando?
Ele olhou. — Desde que... Eu não sei. Um par de meses atrás?
Ela empurrou seu ombro. — Por que você não disse nada?
— Eu apenas fiz.
— O Armie não gosta de qualquer alarde, — Denver ofereceu

prestativamente.
— Mantenha para si mesmo: — Stack acrescentou, em seguida, fez um

som de “shh” com o dedo à boca. — Não diga. Não quero que ninguém
descubra, você sabe.
Yvette perguntou se isso tinha alguma coisa a ver com o seu passado.
— Onde?
— Onde o que?
Ela cruzou os braços e bateu o pé. — Onde você estará lutando?
— Apenas um lugar local. Nada demais.
Claro que era, ainda mais agora, que ela sabia que ele mantinha
segredos. — Eu quero assistir.
Ele rolou um ombro como se isso não importasse, mas, em seguida,

esfregou o pescoço desconfortável. —Bem. Tanto faz. Cannon vai estar lá.
Pegue uma carona com ele, se quiser.
— Eu não estava pedindo permissão. — Ela suavizou, bateu em seu

peito, em seguida, lembrou que Mindi estava se fechando sobre Cannon. —
Mais tarde.

321
Ele agarrou a parte de trás de sua camisa, trazendo-a de volta.
Ela ficou um pouco mais instável do que ela deveria e saltou para
dentro dele.
Firmou-a, então franziu a testa. — Por que a pressa?
Batendo as mãos dele, ela olhou para ele.
Armie apenas arqueou uma sobrancelha dessa forma como se

perguntasse “o que” que era só dele.
Então, por que não dizer a ele? Talvez fosse o vinho fazendo-a sentir-
se mais aberta, mas ela gostava de Armie, sentia-se confortável com ele
como um amigo. E ele poderia dar uma grande visão sobre Cannon.
— Essa loira que você estava saltando os olhos sobre ela?
— A pretensiosa que entrou pavoneando “as coisas dela”?
Ela se empertigou, inferno. — Você estava comendo-a com os olhos

como quaisquer outros?
— Praticamente todos eles, querida.
O que a abalou, mas só por um segundo. — Ela trabalha para o

advogado que tratou das propriedades do meu avô, e ela deixou claro o
que ela quer de Cannon.
Com um rolar de olho exagerado, Armie a pegou pelo braço e foi com
ela em direção ao bar. — Você está bêbada?
—Um pouco, bem pouquinho embriagada. — Ela se inclinou para

confidenciar: — Eu nunca bebo.
— Não? Sério?
Ele estava sendo jocoso? — Vanity diz que eu não posso segurar
minha bebida. Ela é minha amiga.
Ele riu. — OK.
— Mas o vinho não tem nada a ver com isso.

322
—Sim, é verdade, porque você deve saber que você não tem que
preocupar-se sobre...
Ela entrincheirou-se, atrasando seu progresso. — Mary, porém, está

aqui esta noite, também!
— Quem?
— Guarde isso, está bem? Ela é a mulher com quem Cannon estava
indo dormir, exceto que eu apareci e acidentalmente descarrilei seus
planos. — O que fazia ela agora contente. —Tenho certeza que ela está
esperando para reconectar...
Armie soltou um suspiro, e sorriu. — Detesto desapontar você,

querida, mas Mary e Mindi vão ter que esperar na fila.
Eles pararam na frente da multidão, e Yvette encontrou Cannon com

um bando de senhoras abraçando-se a ele para uma foto.
Outras senhoras esperavam, e como Armie havia dito, era uma linha
desorganizada e enlouquecida.
Assim, muitas mulheres.
Ela murchou.
— Ele não trai — disse Armie em seu ouvido para que apenas ela iria
ouvir.
Ela sabia disso, mas ela não queria que ele fosse tentado tanto, talvez
a ponto de lamentar a sua decisão de morar com ela.
Observando a maneira indulgente, confortável, que Cannon interagia

com as mulheres, colocava seu estômago em nós. Estas senhoras eram
simples, sem complicações; elas o queriam, e ele poderia tê-las. Qualquer
uma delas poderia chafurdar na sua atenção e no prazer que receberiam.
Quando alguém se apertou do seu outro lado, ela prestou pouca

atenção. O lugar estava tão congestionado que o espaço pessoal estava em
falta.
Em seguida, o perfume caro bateu nela e ela queria gemer. Ela virou a
cabeça e encontrou o sorriso condescendente de Mindi.
— Olá, Yvette.

323
Armie também olhou para ela, depois para longe. Talvez, Yvette
pensou, eles poderiam evitá-la e ela acabaria indo embora.
Esse plano foi frustrado quando Merissa acenou para eles do outro
lado da sala. Yvette acenou de volta, mas Armie, depois de um gemido
abafado, deliberadamente pisou para o lado dela e corajosamente correu
seu olhar sobre Mindi, do topo da cabeça até os dedos dos pés e de volta
para seu decote. — Mindi, certo?— Ele perguntou aos seus seios.
Com o sorriso lento e cheio de prazer, Mindi assentiu. — É isso

mesmo. — E para Yvette, ela disse, — Você seguiu em frente, eu vejo.
Não entendendo, Yvette levantou as sobrancelhas.
— Eu estou surpresa, — ela murmurou, dando a Armie um estudo

recíproco, — uma vez que eles são tão diferentes.
— Oh. — Ela realmente acreditava Yvette deixaria Cannon por Armie?

Absurdo. —Não, eu não sou... Isso é...
— Eu sou um amigo em comum, — Armie acrescentou. — Nada mais.
Ouvindo aquele tom suave e sedutor, Yvette girou lentamente para

olhar Armie. Diante de seus olhos, ele se transformou em um homem
fabricado.
Fascinada, Yvette estava ali, com os olhos arregalados. Isso foi porque
Mindi o excitava, ou porque Merissa estava assistindo? Ela olhou para o
lado, pegou a mágoa no rosto de Merissa.
— Eu entendo totalmente o que você está apresentando aqui, —

Armie murmurou, — e eu aprovo.
Suas palavras sedutoras recapturaram a atenção de Yvette.
Mindi se envaideceu.
— Diga-me que você veio aqui sozinha.
Yvette queria amordaçá-lo. Na verdade, ela poderia ter feito, dada a

forma como Armie sorriu e esfregou seu ombro.
Interesse acelerou a respiração de Mindi. — Eu estou sozinha, sim.

324
Ele, de alguma forma, ficou entre Yvette e Mindi, sem seus

movimentos serem notados. ― Você não vai sair sozinha.
— Eu não vou?
Firme, confiante, ele declarou: — Você vai voltar para casa comigo.
— Oh. — Mão ao peito, Mindi se inclinou para ele, então se conteve.

— Mas eu vim para ver Cannon.
— Olhe para ele o tanto que você quer querida, eu não me importo.
Mas é o mais longe que isso vai. — Ele tocou sua clavícula, e ambas, Mindi
e Yvette, prenderam a respiração. Mas ele apenas afastou seus dedos por
cima do ombro, em uma pretensão de mover seu cabelo para trás.
Bom Deus. Isso era pior do que assistir a um filme pornô, porque era
perto e pessoal. Yvette precisava ficar longe deles antes que ela visse mais
do que ela queria.
— O que você me diz? — Armie perguntou a ela.
O olhar de Mindi passou de Armie para Yvette e de volta. — Você me

convenceu.
— Havia alguma dúvida?
Tão arrogante. Yvette balançou a cabeça. Ia precisar de uma mulher

muito forte para colocar Armie na linha. E pensar que... Ela procurou
Merissa e, finalmente, localizou-a na sua mesa, na parte de trás, com os
outros lutadores. Ela se afastou de Armie.
— Há um esmagamento na frente, — Mindi ronronou. — Você se

importaria de me arrumar um copo de vinho? Então, podemos nos
conhecer melhor.
— Vamos fechar o negócio primeiro. ― Armie mergulhou e tomou a

boca dela, sem tocá-la em nenhum outro lugar e Mindi afundou como uma
pedra. Ela se inclinou sobre ele, agarrou seus ombros, passou na ponta dos
pés...
Armie aliviou-a para longe com um sorriso. — Não vá há qualquer

lugar, agora. — Quando ele começou a ir em direção ao bar, Yvette tentou
um high five com ele.
Ele riu, apertou sua mão e saiu andando.

325
Bem, se ele comemorou com ela ou não, ela apreciou como ele tinha
dado Mindi um novo foco.
Um foco que não era Cannon.
Mindi parecia estar tentando se reagrupar, o que Yvette tomou como

um bom momento para escapar.
Até que Mindi paralisou-a dizendo, — Eu queria falar com você sobre
Cannon. — Cutucando Yvette para um canto mais calmo, ela acrescentou:
— Mais especificamente, sobre você e Cannon.
— Eu não posso imaginar por que. — Elas tiveram que pisar próximo
da linha de Cannon. Ele estava agora servindo bebidas para senhoras que
agitavam seu dinheiro no ar.
Seu olhar a tocou e ele franziu a testa.
Invocando seu sorriso mais brilhante, Yvette balançou os dedos em

uma onda e fez seu melhor para deixá-lo saber que tudo estava bem. A
última coisa que ela queria fazer era colocar uma nuvem em sua diversão.
— Então, você ainda está com ele?
Ela se afastou de Mindi e recostou-se na parede. Não que ela

precisasse do apoio, mas ela definitivamente sentia o zumbido. — Como é
que isso é da sua conta?
Mindi colocou em seu rosto compaixão. — Oh, querida, quanto tempo

você acha que isso pode eventualmente durar?
— Eu repito, não é sua preocupação, Sra. Jarrett.
— É só que eu odiaria ver você se machucar, novamente. — Ela alisou

o braço de Yvette, meio que a acariciando com compaixão.
A pele de Yvette arrepiou.
— Pobre menina, você já passou por tanta, tanta coisa.
O gelo descia a espinha de Yvette e fez muito para limpar a cabeça. —

Todo mundo, eventualmente, perde um membro da família.
— Sim, mas não é disso que eu estou falando. Finalmente se

retirando, Mindi cruzou as mãos na frente dela. Ela continuou com a

326
máscara da piedade, como se ela se preocupasse apenas em proteger

Yvette. ― Cannon contou-me tudo.
Como um punho gigante apertando seu coração, dor ampliado no

diafragma de Yvette. O orgulho ajudou a manter seu tom fresco. — Tudo?
Mindi acenou com a cabeça, olhou ao redor e empurrou mais perto. —

Ele é um grande cara, todo mundo sabe disso. Mas... - Ela mordeu o lábio
com hesitação atípica, ― ele ainda é um cara.
A ideia de que Cannon poderia ter confiado nessa mulher a devastou,

não que ela alguma vez demonstraria isso, definitivamente não a Mindi.
Com o pescoço rígido, a garganta apertada e os olhos ardendo, ela
perguntou: ― Seu ponto?
— Eu entendo que vocês eram namorados antes de se afastar?
Dificilmente. Cannon se esquivou dela em cada turno. Isso foi até que
ela quase tinha sido morta.
— Ele salvou você, eu sei. — As palavras de Mindi foram suaves e

gentis. — Ele disse que, porque você ser tão jovem, você o adorava por
isso.
Cada palavra cortava mais profundo. Ela tinha sido apaixonada por
ele muito antes disso. Mas sim, tê-lo vindo em seu socorro significava que
ele tinha roubado seu coração para sempre.
— Os homens adoram ser macho, — Mindi disse a ela. — Um homem

como Cannon mais do que a maioria. Agora que você está de volta, ele está
atraído por toda a adoração doce do herói.
Yvette queria vomitar.
Ou, pelo menos, sair do bar lotado para que ela pudesse resolver
através de sua mágoa, sozinha.
Com nenhum incentivo dela, Mindi continuou, — Você tem que ser
realista querida. Você sabe que ele tem uma vida para voltar. Uma carreira
grande e muito exigente.
Verdade.
— Ele vive em Harmonia, Kentucky, agora.

327
— Eu sei disso. — Assim como ela sabia que, eventualmente, ele teria
que voltar para lá.
—Se você sabe disso, então, porque você está criando uma vida aqui,
uma vida que eu sei que você quer com Cannon? Isso é apenas estar se
preparando para dor de cabeça.
Incapaz de evitar, ela procurou-o com o olhar. Cannon estava sentado

em um banquinho de bar, rindo com dois homens, cercado por mais fãs,
todos eles admirando-o.
Se ele soubesse que Mindi estava repetindo tudo para ela, ele viria em
seu socorro. Mais uma vez.
Como Mindi tinha acabado de explicar, ele ainda a via como uma
imatura menina carente, incapaz de cuidar de si mesma.
— Eu sei que nós começamos com o pé errado, — continuou Mindi. —

Principalmente porque nós duas queremos ele. A diferença é que eu sou
realista. — Ela tocou o braço de Yvette. — E você não é.
Ela precisava ir. Ela tinha que ir. Agora.
Ela tinha ido lá com Cannon, mas ela não iria perturbá-lo. Não para
isso.
Talvez porque ela o observava, ele olhou para cima e seus olhares se
chocaram. Embora ele sorrisse para o homem falando com ele, ela ainda
sentia seu escrutínio. Seus lábios rígidos formaram um sorriso e ela
conseguiu um aceno de cabeça.
Infelizmente, isso só aguçou sua atenção. Ele deu um passo para longe
da multidão e Mary o bloqueou.
Era demais. Ansiedade queimou seus olhos, deixando seu pulso

tropeçar. ― Estou tocada por sua preocupação, Mindi, realmente estou.
Mas eu posso cuidar de mim mesma.
— Isso não é o que Cannon me disse.
Ela respirou fundo, nivelada por aquela traição.
— Ele está convencido de que você precisa dele. Por que você acha
que ele foi morar com você?

328
— Minha vida é minha. Faça-me um favor e ponha sua bunda para

fora. — Cega com mágoa, ela olhou ao redor, considerando suas opções.
Mary segurou a atenção de Cannon.
E agora Armie estava caindo sobre eles.
— Adeus, Mindi.
— Você está indo embora? — Perguntou Mindi com triunfo mal

velado.
Yvette não respondeu.
— Continue querida. — Mindi reajustou o V de seu vestido sobre seu

decote. —Eu vou deixar Cannon saber.
Não havia nada que Yvette poderia adicionar a isso, então ela se virou
e começou a empurrar o seu caminho através da multidão. Ela ouviu
Denver chamada por ela. Stack olhando para ela.
Eles estavam todos preocupados por ela e, caramba, ela não queria
isso.
Ela saiu, puxou uma respiração calmante do ar da noite e se

recompôs.
Ela não sairia. Se ela fizesse, ela só arruinaria a diversão de Cannon.

Ela estaria fugindo, quando ela tinha prometido a si mesma que nunca
faria isso novamente.
Outros saíram, alguns bebendo, a maioria conversando, alguns

fumando. O tráfego passou, os faróis saltando fora dos edifícios
circundantes. Do outro lado da rua, um grupo de jovens riu alto demais.
Lá em cima, um milhão de estrelas e uma lua crescente descansou

contra o cobertor manchado de tinta do céu noturno.
Yvette desviou o olhar de dois homens que olhavam para ela. Indo
para a parede mais próxima da porta, ela descansou para trás, as palmas
das mãos plana contra o tijolo áspero. Cinco minutos, isso era tudo que ela
precisava. Cinco minutos para limpar a cabeça e recuperar seu equilíbrio.
Então, ela voltaria e mostraria a todos... O quê? Que ela não se

machucou, que não foi afetada pela traição de Cannon?

329
Sim. Ela seria legal e educada e, caramba, ela riria e se divertiria. Ou

pelo menos fingiria.
Decidindo que já estava se sentindo melhor. Ela podia lidar com isso,
e ela faria.
Armie empurrou a porta aberta, procurando.
Yvette disse atrás dele, — Procurando alguém?
Ele empurrou ao redor, vasculhando seu olhar sobre ela e

rapidamente escondeu sua raiva. — Oi, Yvette.
Sorrindo, um sorriso sincero, ela disse: — Oi, Armie.
— Então. — Ele mais uma vez verificou a área. — O que estamos

fazendo?
— Eu estava tomando um fôlego de distância de seu encontro. Você

estava me cuidando para me salvar de mim mesmo.
— Sim. — Ele esfregou as costas de seu pescoço, um sinal revelador

de seu desconforto. — Achei que você estava correndo.
— Não. — Não mais correndo para ela. — Apenas tomando uma

pausa rápida.
— Mindi foi entediante?
— Você não tem ideia.
— Sim, bem. Não estava planejando falar muito com ela, de qualquer
maneira.
Ela balançou a cabeça para ele. — Eu prometo que vou voltar em

breve.
Com grave suspeita, ele perguntou: — Quanto tempo é breve?
Seu sorriso se alargou, se transformou em uma pequena risada. Armie

era tão engraçado.
E Cannon... Ele era o amor de sua vida.
Ela não iria correr. Não dele.

330
Nunca mais.
Se eles tivessem problemas a superar, bem, então, ela esteve

trabalhando problemas a maior parte de sua vida. No mínimo, eles seriam
amigos. Mas espero que amantes, também.
— Eu disse a mim mesma, cinco minutos. Então, talvez mais dois ou

três? — Ele abriu a boca e ela disse, — Sozinha. Por favor.
Ele não queria deixá-la.
— Eu estou bem, eu prometo. Por favor, informe a Cannon para que

ele não abandone os seus fãs. — Ela tocou o pulso de Armie. — Eu vou
morrer se eu jogar uma esquisitice nos trabalhos.
— Tudo bem. — Antes de sair, ele apontou para ela. — Se você deixar
uma cadela como Mindi incomodá-la, eu vou estar muito decepcionado
com você.
Armie engraçado.
Cannon maravilhoso.
Ohio... Casa.
Então, muitos pensamentos, preocupações, emoções correram ao

redor de sua cabeça. Mas o mais comum de todos era o amor. Por Cannon.
Quando Mary saiu do bar, Yvette deixou escapar um longo suspiro.

Talvez ela não precisasse desses três minutos de qualquer maneira. Tudo
o que ela realmente precisava era de Cannon.
Ela afastou-se da parede e o poste enviou a sombra em seu caminho.
Com um pavor sinistro, ela olhou para cima.
Como se genuinamente satisfeitos por vê-la, como se fossem velhos

amigos que haviam acabado de encontrar um ao outro em vez de um
assediador que encontra sua presa, Heath sorriu para ela. — Yvette.
Então, ele não tinha ido embora, depois de tudo. O medo tentou se
intrometer, mas eles estavam em público. Pessoas ao seu redor. Edifícios
iluminados. Tráfego.

331
Lembrando o que Margaret tinha dito, Yvette balançou a cabeça. —

Você não deveria estar aqui.
— Mas eu estou. — Ele se aproximou de modo que ela estava presa

entre a parede de tijolo e seu corpo grande.
Preocupada com seu estado de espírito, ela tentou passar por ele.
Seu sorriso desaparecendo, ele a bloqueou. — Você acha que eu iria

embora sem nós nos falarmos?
— Você fez check-out do hotel!
Ele procurou seu rosto. — Como você sabe disso? — O desespero

obscureceu seus olhos; anseio suavizou sua voz. — Você foi me procurar?
— Deus, não. Enviei um policial para falar com você, para dizer-lhe
para me deixar em paz.
Um flash de raiva manchou sua pele. Agarrando-se, ele se inclinou tão

perto que sentiu sua respiração quente em seu rosto. — Você acha que eu
sou um idiota? É isso?
Sua voz era um assobio baixo, não excessivamente perceptível aos

outros nas proximidades. — Eu acho que você deveria me deixar em paz.
— Ela novamente tentou passar por ele, mas ele a agarrou pelo braço. Era
o mesmo inquebrável aperto, que ele tinha usado no centro de recreação.
— Pare!
— Eu pensei sobre por que seu novo namorado perguntou onde eu

estava hospedado. Eu sabia o que aquele bastardo queria.
Ela se esforçou para se afastar da ameaça de seu tom baixo, seu corpo
grande. — Ele quer que você me deixe em paz, o mesmo que eu.
Compreensão tinha os seus olhos vacilando. — Você está bêbada.
— Eu não estou. — No momento, ela sentia-se muito lúcida, e muito

preocupada. Como ela poderia neutralizar essa situação sem gritar
assassino sangrento?
Sua mão apertou ainda mais. — Será que aquele filho da puta te
deixou bêbada?

332
— Pare de ser um idiota! — Já era bastante ruim que isso tivesse

acontecido no centro de recreação. Para que isso fosse repetido aqui,
enquanto Cannon entretinha seus fãs.
— Eu cheiro isso em sua respiração.
— Saia do meu espaço e você não vai. — Ela empurrou com força
contra seu peito, mas com muito pouco esforço ele puxou-a perto de seu
corpo, apertando-a com tanta força, que ela não conseguia respirar.
— Não, — ela murmurou, o único protesto que conseguiu.
Ninguém interveio. Ninguém disse uma palavra.
Enquanto apertava a mão, a escuridão entrava em torno de sua visão.

Ela tentou combate-lo, lutar com ele.
Ele silenciou, alisando o cabelo dela, sussurrando: — Está tudo bem,

querida, apenas relaxe. — Os dedos dos pés mal tocavam o chão com a
forma como ele segurava-a presa ao seu lado.
Para os observadores, ele provavelmente parecia um namorado

preocupado ajudando uma namorada bêbada ir para a casa. — Nós
precisamos conversar. — Ele olhou por cima do ombro enquanto ele
continuava a arrastá-la para longe. —E é melhor ser feito em privado.

333
CAPÍTULO 19
Após grotescamente empurrar seu caminho para frente, Mary

agarrou seu braço. — Cannon?
De novo não. Ele tinha acabado de afastá-la tão educadamente quanto

pôde, mas ela não tinha ido embora dois minutos antes de retornar.
Ele já havia dito que não haveria nada entre eles. Ele não sentia
vontade de refazer novamente tão cedo.
Facilmente esquivando-se com a maneira como os outros queriam

sua atenção, ele lhe deu as costas.
Mas ela emaranhou uma mão na parte de trás da sua cintura e deu um
puxão. Quando ele olhou para ela em descrença, ela disse: — Eu sinto
muito, — disse, em seguida, novamente para o jovem casal que tinha
estado a ponto de servir. — Eu não iria interromper, exceto que isso é
importante. Pelo menos, eu acho que é.
Algo em seu tom lhe fez parar, e isso fez com que ele
automaticamente varresse o bar a procura de Yvette.
Ele não a viu. Armie tinha afirmado que ela só estava recebendo ar e
estaria de volta.
Mas, então, onde ela estava?
Mary puxou-o novamente, e quando ele se inclinou mais perto, ela

sussurrou, — Eu só quero ajudar, eu prometo.
Ajuda com o quê? Ele entregou a bandeja sobre o bar para Rowdy. —
Eu estou fazendo uma pausa.
— Claro. — Ele pulou a sua atenção para Mary, mas não fez nenhum
comentário. —Você necessita de qualquer maneira.
— Obrigado. — Prometendo que ele estaria de volta, ele desculpou-se

com a multidão. Buscando um mínimo de privacidade, ele puxou Mary um
pouco longe. — Tudo certo. O que é isso?

334
— Sua... Eu acho que sua namorada?
— Yvette?
Como se isso confirmasse algo para ela, ela soltou um suspiro

desapontado. Ele teria comentado sobre isso, mas ela imediatamente
reagiu com determinação.
— Eu a vi lá fora.
Sim, ele sabia disso. — Ela está pegando um pouco de ar fresco. —

Impaciência e algo mais, algo turbulento, agitou dentro dele.
— Eu... Eu acho que ela precisa de você.
Precisava dele porque ela estava chateada? Ou algo mais?
Querendo ver por si mesmo, ele acenou para Mary. — Obrigado. —

Ele começou a se afastar, mas novamente ela segurou.
— Ouça-me, está bem? — Consciente da multidão, ela baixou a voz. —

Quando eu saí, ela estava ali sozinha. Mas, em seguida, um cara entrou em
seu espaço, e eu não a conheço bem, mas conheço homens insistentes.
Aquele cara era agressivo. — Mary ergueu os ombros. — Eu poderia dizer
que ela não gostava dele.
Heath? Não, não podia ser.
Não aqui, em um lugar público lotado. Provavelmente apenas algum

idiota flertando com ela. Mas, caramba...
Cannon rapidamente beijou a bochecha dela. — Obrigado, amor.

Agradeço. —Apreensão pulsava nas têmporas. Ele cruzou o bar em passos
largos, trilhando seu caminho através dos clientes com pressa, incapaz de
responder a saudações e ignorando as perguntas.
Ele sabia que Mary o seguia, talvez alguns outros, também. Droga,
Yvette odiava cenas. Se ele fosse lá fora, a metade do maldito bar iria com
ele.
Ele provavelmente estava exagerando; ele não podia imaginar

qualquer cara vê-la e não fazer um avanço.
Isso não era motivo para fazer um tumulto.

335
Mas o seu coração batia mais forte e uma mistura perigosa de fúria e
medo se acumulava dentro dele.
Ele empurrou as portas, e rapidamente escaneou os grupos de

pessoas vagando por aí. Ele não a viu e o pânico entrou. Ele se virou,
procurando cada canto escuro do beco, e finalmente olhou para o outro
lado da rua.
Um trio de rapazes, que ele conhecia, o avistou e por suas expressões

ele só sabia que algo não estava certo.
Correndo, dirigiu-se em direção a eles. Uma buzina soou; um

motorista o amaldiçoou.
Não o cumprimentaram como de costume, não sorriram diante de sua

presença. Eles eram jovens, mas tinham visto brutalidade suficiente para
reconhecê-la em um nível de intestino.
— Você a viu? — Cannon perguntou antes mesmo que ele os

alcançasse.
— Ela está com você, então? — Perguntou um deles.
Porra, porra, porra. — Onde ela está?
O mais velho dos meninos, provavelmente apenas dezesseis anos,

virou a cabeça para o lado e para trás.
Cannon olhou através da escuridão entre edifícios altos, para um

monte de cascalho atrás deles, e viu Heath e Yvette ao lado de um carro. A
linguagem corporal dizia que estavam ambos chateados. A voz de Heath
soou indistinta, mas zangada.
As crianças se mexeram inquietas, foram ensinadas a permanecerem

desinformadas, mas influenciadas por Cannon para fazer exatamente o
oposto. Era uma batalha diária que lutavam entre apatia social e justiça
educada. — Nós estávamos tentando decidir se devíamos ir buscar você.
Heath abriu uma porta do carro e Yvette protestou. Ela se virou para
sair, mas Heath agarrou-a de volta.
Cada sensação que Cannon sofreu de repente se tornou combustível e

ele inflamou, então soprou. Esquecendo-se dos meninos, ele saiu correndo,
a fúria se expandindo com seus passos apressados.

336
Tudo se desvaneceu de sua periferia, exceto Yvette. Seus olhos se

arregalaram de medo, quando ela se afastou de Heath. O ruído que suas
sandálias faziam à medida que escorregava no cascalho.
— Deixe-a ir. — A ordem letal deve ter dado a Heath uma pausa,
porque ele hesitou. Yvette quase se afastou, mas Heath pegou na parte de
trás de sua camiseta. Ele rasgou a partir do ombro.
Sem se importar com quem pudesse ouvir, Cannon lhe disse: — Você
está tão fodidamente morto.
Com isso, Heath empurrou-a para o lado e carregou.
Ele só teve um segundo para olhar para Yvette, para ver que ela
estava bem, antes que Heath estivesse lá, bem na frente dele.
Cannon o encontrou com um punho que bateu sua cabeça para trás.
Outro para seu intestino. Quando Heath voltou, Cannon chutou as costelas.
A batida soou como uma explosão, e ele sabia que ele tinha acabado de
quebrar uma costela ou duas.
Em um gemido selvagem, Heath jogou seu corpo contra Cannon e

ambos caíram.
Não foi um problema.
Apesar da sobrecarga de emoção, Cannon se movia com precisão.

Heath pensou que ele tinha a vantagem, por estar por cima. Permitindo-
lhe levantar um pouco, Cannon esperou ele dar um soco, então, isolou seu
braço. Demasiado rápido para Heath vê-lo chegar, ele usou suas pernas
para prender a cabeça e parte superior do corpo, uma perna sob o queixo
de Heath, a outra em seu peito com seu braço entre elas. Levantando seus
quadris, ele estendeu o braço de Heath até que ele estourou seu ombro.
Em seguida, estourou de novo, garantindo que ele tinha deslocado a

articulação.
Heath deu um rugido de urso ferido. O segundo em que Cannon o

soltou, ele tentou enrolar-se em si mesmo.
Não estava acontecendo.

337
Ainda impulsionado pela fúria, Cannon socou o rosto presunçoso de

novo, socos pesados, punho direito, depois à esquerda, à direita
novamente...
— Chega. — Armie o afastou de Heath e ambos desceram sobre o

áspero cascalho. Quando Cannon instintivamente lutou contra ele, Armie
disse novamente, — basta.
Cannon quis dizer o que ele disse. Queria matar Heath.
Os braços travados em torno do tronco de Cannon, Armie disse em

um sussurro rouco, — Este não é um ato que você quer realizar com uma
audiência.
A nuvem negra dissipou-se e a realidade afundou. Rostos familiares

do bar os rodeavam, entrando, conversando, tirando fotos com seus
telefones celulares.
Respirando com dificuldade, Cannon facilmente deu de ombros a

Armie.
Fácil só porque Armie não estava lutando com ele. Era mais uma
questão de impedi-lo de matar o imbecil.
— Rowdy chamou Logan, — Armie disse a ele. — Desculpa.
— Não importa. — Seu corpo ainda cantando com a necessidade de

violência, ele empurrou para seus pés. Os flashes de uma dúzia de
telefones com câmera continuou a iluminar a noite. — Porra.
— Respire, — Armie aconselhou.
Ele tentou. Mas o que sentia naquele momento, sede de sangue puro,
era noite e dia de uma luta sancionada onde ele usava a calma para vencer.
Diferente da defesa que ele ofereceu aos negócios da vizinhança para
combater os criminosos. Diferente de... Qualquer coisa que ele já conheceu.
Isso era quente, cego e... Estrangulando a porra dele..
Ficando atento, talvez no caso de ir atrás de Heath de novo, Armie

disse: — Ela poderia usar um pouco desse controle, que você é conhecido
por ter.

338
Ele vinha evitando olhar para Yvette, só porque naquele momento ele
não conhecia a si mesmo. Ele lutou em muitas competições. Lutou por
justiça. Lutou por amigos.
Três anos atrás, ele tinha lutado com o filho da puta fodido que tinha
tentado estuprar Yvette, que provavelmente a teria matado. Isso tinha sido
devastador. Para ela e para ele.
Mas isso era muito mais pessoal, porque na época ela tinha sido uma
menina doce do bairro. Jovem demais. Intocável.
E agora... Agora ela era sua.
Ele nunca lutou por algo tão importante.
No momento em que seu olhar a encontrou, parada bem longe do

carro de Heath, segurando um braço e olhando perdida em vários níveis,
ele teve que tocá-la.
Precisava.
Ele se aproximou. Para sua surpresa, ela chupou, ergueu os ombros e

veio encontrá-lo no meio do caminho. Quando estavam pertos, mordeu o
lábio, indecisa.
Ele decidiu por ela, aproximando-a, seus braços se fechando ao redor

dela, segurando-a, mas consciente de seu braço.
Levou um pouco, mas ele perguntou: — Você está bem?
Ela deu um pequeno aceno de cabeça. — Eu sinto muito.
Por apenas um segundo mais, ele a manteve contra ele, absorvendo

seu perfume e maciez e a batida constante de seu coração. Mas, caramba,
ela tinha os meios para coloca-lo no fogo com necessidade, e para irritá-lo
com a confusão. Sem sequer tentar, ela o deixava desfeito e em pedaços.
Outra respiração ajudou, mais uma, e na terceira, ele conseguiu

recuperar a sanidade novamente.
— Primeiro — ele dalou, a sua voz rouca, — seu braço?
— Estou bem.

339
Sua mandíbula se flexionou até as têmporas doerem. — Deixe-me ver.

— Ele tentou agarrar seu braço, mas ela resistiu.
— Cannon. — Em um sussurro silencioso, quebrado, ela disse a ele: —

Minha camiseta está rasgada, — como se ela tivesse cometido um pecado.
— Eu vou dar-lhe outra camiseta. Inferno, eu vou te dar cinquenta

camisas fodidas. — Ok, então, talvez sanidade não fosse completamente
atingível apenas ainda. Mais uma respiração profunda, e mais firme desta
vez, — Deixe-me ver seu braço.
Ela abaixou seu rosto e conseguiu segurar as peças da camiseta juntas

enquanto o deixava ver.
Contusões já púrpuras manchavam sua pele, e caramba, se isso não

jogou nas brasas fumegantes de seu temperamento. — Eu deveria ter
quebrado a perna, também. Ou a porra do pescoço.
— Não. — Sua respiração engatou, um pouco alta demais e fina. —

Você não devia nem mesmo estar envolvido nessa confusão.
Foi à coisa errada, a pior coisa para dizer a ele.
Afastar-se dela parecia sua melhor escolha, mas ele só conseguiu dois
pés antes de voltar. — Eu estou envolvido porque estamos envolvidos.
Os olhos se arregalando, os lábios se separando, ela acariciou-o como

um cão mestiço. ― Eu sei, ― ela disse suavemente, seu tom calmante, ― e
eu estou contente.
Feliz? Ela estava fodidamente contente?
— Mas você não tem tempo para...
— O quê? Você?
Nenhuma resposta, apenas um monte de incerteza vacilante. Ele

deveria recuar, ser o que ela tão obviamente necessitava agora, mas ele
não podia.
— Sexo? — Ele enfiou uma mão em seu cabelo, ancorando-a para ele.
— Um relacionamento?
Ela piscou os olhos grandes, perplexos. — Eu não sei.

340
— Bem, eu faço. — Ainda se sentindo como um estranho em sua

própria pele, ele puxou a cabeça para trás, com o rosto para cima, até que
seus lábios se abriram para ele.
Então, ele tomou sua boca. Duro.
Ela não lutou com ele, apenas ofegou de surpresa. Ele afundou em sua
língua, roubando o som.
Provando-a.
O vinho que ela tinha bebido, seu medo.
Sua confusão.
Usando seu braço livre para arqueá-la mais perto, ele virou a cabeça,
consumindo-a, saboreando seus pequenos gemidos, a aceitação no seu
gemido suave.
Armie bateu-lhe com força nas costas, retornando-o para o aqui e

agora. — Você pode querer colocar os freios na luxúria, Santo. Parece que
você esqueceu, mas você está longe de uma cama.
Jesus.
Cannon libertou a boca, mas a manteve encostada em seu peito. Ela

obedeceu, agarrando-se a ele, talvez se escondendo. Impiedosamente, ele
remexeu as partes mais escuras de sua raiva. — Eu acho que eu ainda
tenho uma plateia?
— A maioria das mulheres já desmaiou, mas sim, ainda estão lá.
Contra o peito dele, ele ouviu Yvette rindo.
De jeito nenhum. Ele inclinou a cabeça para trás para tentar vê-la, mas
ela gritou e apertou-o novamente.
Ela tinha acabado de passar por um inferno. Abordada.
Por Heath, e por ele.
Ele esfregou as mãos para cima e para baixo das suas costas. — Você
está histérica?

341
Seu bufo grosseiro o surpreendeu. — Sentindo um pouco de mim

mesma desmaiar, isso é tudo.
Armie riu.
— Não me afaste, — ela disse quando ele tentou mais uma vez ver o
rosto dela. — Minha camiseta está rasgada, lembra? Eu estou usando você
como um escudo.
Incrível que ela poderia manter-se equilibrada, dado tudo o que tinha
acontecido. Mas a maneira como ela se manteve o incomodava. Ela se
agarrou a ele, ela o beijou de volta, mas, caramba, ele sentiu... Algo. Alguma
distância. Alguma fachada forjada de autodomínio.
Para os seus espectadores?
Ou por ele?
— Yvette... — O momento não era bom, admitiu. E ainda assim ele

queria despir esse manto intocável.
Ela deu-lhe um tapinha. — Nós já causamos bastante confusão sem eu

dar uma visão às massas.
E o suficiente de rumores sem ele forçando questões, que era melhor

deixar para resolver na privacidade. — Deus, querida, você está me
destruindo.
Ela ficou quieta naquele momento, então, ele suspirou e imaginou que
ele só precisaria corrigir, assim que eles estivessem sozinhos. E pensando
nisso... Ele virou a cabeça, procurando. — Onde está Heath?
Armie olhou para onde ele estivera, mas um mar de corpos agora
enchia o espaço.
— Maldição. — Armie pisou naquela direção, assim como as sirenes

da polícia dividiam a noite.
Acompanhado por dois policiais uniformizados, Detetive Logan Riske

fez o seu caminho através da multidão.
Tudo foi por água abaixo.
***

342
Yvette sentia-se como o Pied Piper3 quando todos eles voltaram para
o bar do Rowdy, seguido pelos clientes. Armie tinha lhe dado sua camiseta
para cobrir a rasgada, mas ela ainda era uma bagunça, ainda o centro de
sussurros e olhares curiosos e especulações. Ela odiava.
Cannon pediu a todos os espectadores para recuarem, e ele afirmou

que não haveria mais imagens.
Com desculpas murmuradas, a multidão se dispersou.
Mesmo durante esta nova crise, o respeito que ele tem daqueles ao
redor dele, a fez orgulhosa.
Rowdy abriu o caminho para a sala de descanso, puxando uma

cadeira para ela na mesa comprida.
Cannon sentou ao lado dela. Armie ficou de lado.
Tanto o detetive Riske, que também era apenas o cunhado de Rowdy,

e o oficial Huffer permaneciam em pé.
Rowdy colocou xícaras de café para todos, em seguida, obteve uma

bolsa de gelo para seu braço.
Quando ela ignorou o café, Cannon colocou-o em sua mão. — Beba um

pouco. — A ideia de consumir qualquer coisa fez seu estômago dar um
giro, mas ele parecia tão chateado que ela concordou, apenas para
satisfazê-lo.
Mas isso também o fez ranger os dentes.
Sua posição era tão insustentável, que ela não tinha certeza do que
fazer ou dizer. Ela sentiu, como todos os homens a observavam. Sua
preocupação queimou de dentro para fora, deixando seu rosto quente e
sua garganta apertada.
Por que ela tinha ido lá fora?
Mindi. O ciúme e a mágoa tinha anulado o seu julgamento.
Por que não fugira imediatamente de Heath?
33
O Flautista de Hamelin - é um conto folclórico, reescrito pela primeira vez pelos Irmãos Grimm e que narra um desastre
incomum acontecido na cidade de Hamelin, na Alemanha, em 26 de junho de 1284.

343
Arrogância. Ela realmente pensava, que com outras pessoas ao redor,

ela poderia manter sua dignidade intacta e apenas ir embora.
Assim, tão burra. E agora toda essa confusão. Por que ela não tinha...
— Um pouco mais, — Cannon disse, mais uma vez pressionando o

café adoçado em suas mãos trêmulas.
— Obrigada. — Sentindo-se como um espetáculo completo, ela

obedientemente bebeu.
O silêncio encheu a sala até que Cannon se levantou e foi para Logan.
Ela podia ouvir as vozes abafadas, mas não exatamente o que foi dito.
Seja o que for, o quarto começou a esvaziar. Em seu caminho para

fora, Armie apertou seu ombro, e inclinou-se para colocar um beijo no
topo de sua cabeça.
Rowdy disse: — Se você precisar de alguma coisa é só me avisar.
— Obrigado. — Cannon recuperou seu assento ao lado dela, meio

virado para ela. Seu joelho bateu com a sua coxa, a mão direita repousou
em seu ombro.
O oficial Huffer não disse nada, apenas levou seu café e

silenciosamente saiu.
Com a mão livre, Cannon segurou o bloco de gelo para os escuros

hematomas de onde Heath a tinha agarrado.
Ela pensou nisso, como estava assustada, em como ela foi estúpida, e
as lágrimas ameaçaram. Respirando fundo, ela lutou contra elas.
A grande mão de Cannon se abriu sobre suas costas, esfregando

suavemente.
Ela odiava isso, tudo isso. A preocupação cuidadosa. Os olhares

preocupados. O afagar. Por que ela tem que continuar sendo uma vítima?
— Diga-me o que aconteceu, disse Logan. — Leve o seu tempo, e não

deixe de fora nenhum detalhe.
Balançando a cabeça, ela passou por toda a história, explicando como

Heath a tinha abordado, como ele tinha a levado para longe, não parando
até que ele chegou ao seu carro.

344
Uma questão após a outra interrompeu a narração.
Sim, ela tentou escapar, mas ele a conteve, implorando com ela antes
de entrar em um acesso de raiva.
Não, ninguém parecia notar ou se importar que ele estivesse

praticamente arrastando-a. Talvez eles pensassem que ela estava bêbada.
Ou apenas não queriam se envolver.
Sim, ele tentou coloca-la em seu carro. Foi assim que o braço ficou
ferido, sua camiseta rasgada.
Tudo tinha acontecido tão rápido.
Ela contou-lhes como Armie a tinha verificado e sobre sua promessa

de entrar logo.
Ela não sabia sobre Mary até que Cannon explicou como ele soube
que havia um problema, porque ele tinha ido em busca dela.
A próxima vez que Yvette a visse, ela tinha que lhe agradecer.
Oh, a ironia nisso.
Droga, ela não iria continuar a ser tão patética.
Levantando o copo de isopor, ela terminou o café. Não foi fácil, mas
ela se forçou a sentar um pouco mais reta, para parar de evitar o contato
visual.
— Mais alguma coisa?
— Sim. — Logan apoiou um quadril na borda da mesa. — Você está

bem?
— Sim, eu estou bem. — De alguma forma ela faria isso, porque

choramingar estava fora de questão. — Obrigada por terem vindo. Sinto
muito...
— Nada disso. — A voz de Logan era gentil, mas firme. — Huffer

começou a entrevistar testemunhas. Eu já coloquei um ATL.
Quando ela balançou a cabeça, sem entender, ele esclareceu, —

Tentativa de localizar.

345
— Você acha que eles vão encontra-lo?
— Depende do que ele fizer. Temos seu carro, marca e modelo, uma
boa descrição dele. E Cannon diz que ele está ferido.
— O ombro deslocado, — disse Cannon sem inflexão. — Nariz

quebrado, espero que costelas explodidas.
Com um som evasivo, Logan bebeu mais café. — Então, ele vai
precisar de cuidados médicos?
— Provavelmente.
Logan esperou, com uma sobrancelha levantada.
— Eu sei como colocar o meu ombro no lugar, — disse Cannon. —

Nariz, também. Costelas só precisam curar. Mas ele não é como eu.
Yvette olhou para ele, horrorizada. Não, Heath não estava nem perto
de ser Cannon. Mas ele era insano.
Logan só concordou com ele. — Ok. Então vamos alertar os grandes

hospitais, mas se ele for diretamente para uma unidade de cuidados
urgentes... — Seu ombro levantou. — A coisa com um ATL é que um oficial
tem que realmente se deparar com ele. Ele não tem uma residência
conhecida aqui, não temos certeza de onde ele está hospedado, por isso, se
ele ficar escondido, poderia ser difícil de alcançá-lo.
Cannon observava. Seu olhar enigmático a impedia de saber seus

pensamentos. Ele era... Intenso, mas com raiva? Preocupação? Ela
simplesmente não podia dizer.
Logan queria que ela fosse pela história de novo, apenas para garantir
que os detalhes permaneciam o mesmo e ela não tinha esquecido nada.
Dizer uma segunda vez não foi nada fácil.
— Levará alguns dias para que o mandado de prisão saia. — Com o

copo agora vazio, Logan esmagou e jogou-o na direção de uma lata de lixo.
— Você teve um RO contra ele na Califórnia? Se assim for, nós precisamos
notificá-los.
Outro olhar vazio dela.
— Ordem de restrição, — explicou Logan.

346
— Não parecia necessário. Ele... — Ela odiava ter que se defender. —

Ele não era assim, ou seja, este extremo, até depois que eu saí. Eu poderia
simplesmente ignorá-lo.
— Não mais. — Ele olhou para ela e para Cannon de volta. — É uma
boa ideia se você não ficar sozinha.
Cannon empurrou a cadeira para trás. — Ela não vai ficar.

347
CAPÍTULO 20
Cannon não queria sair, nem mesmo por um segundo. Mas ele
também se recusou a deixá-la desprotegida.
Eles só tinham estado na sala de descanso por quarenta e cinco

minutos, menos de uma hora que parecia como dez, quando ele ouviu a
sua voz trêmula, viu as mãos tremendo e testemunhou sua humilhação.
Ela não entendeu que ninguém a culpava. Porque ela se culpava.
Ninguém esperava que ela se mantivesse inteira.
Mas ela fez.
Ele seguiu Logan até a porta, agradecendo-lhe novamente. Era uma

coisa boa ser amigo de policiais.
A multidão no bar não havia se diluído muito. Mesmo da sala de

descanso ele podia ouvir a risada ruidosa e o falatório alto. Alguém
colocou a jukebox para tocar; garrafas de cerveja batiam ruidosamente.
Ele esfregou a ponta de seu nariz, mas rapidamente fez a sua cabeça.
— Fique aí um minuto.
Girando ao redor, um pouco em pânico, ela perguntou: — Onde você

está indo?
— Eu não vou sair. — Ainda. — Você vai ficar aqui?
Ela parecia ferida que ele tivesse que perguntar. — Sim.
Balançando a cabeça, ele saiu da sala para procurar Rowdy e

encontrou-o na cozinha. — Eu preciso de um favor.
Secando as mãos, Rowdy assentiu com a cabeça e afastou-se com ele.

— Você quer que eu coloque para fora algumas antenas?
O que a polícia não conseguisse encontrar através dos canais legais,

Rowdy geralmente poderia conseguir... Do outro lado.
— Sim. Mas eu também estarei fazendo minha própria coisa.

348
— Observar a vizinhança?
Ele assentiu. — Você pode ficar com ela enquanto eu vou falar com
Armie? Então, eu só vou precisar de dez minutos para ter as coisas
alinhadas.
—Não é um problema.— Sabendo que o tempo era curto, Rowdy

entrou.
Cannon o deteve com a mão em seu braço. — Ela é... — Estoica além
da razão. — Isto é...
— Eu sei. — Ele apertou o ombro de Cannon. — Apresse-se, está

bem? Não importa o que ela diz ou faz, ela precisa de você muito mais do
que ela precisa de qualquer outra coisa.
Com a névoa vermelha de raiva ainda pulsando em suas veias, Cannon

se perguntou se isso era verdade. Até onde ele podia dizer, Yvette se
ressentia de precisar de alguém, inclusive ele.
Mas pensar nisso agora era uma grande distração do que precisava
ser feito.
Ele encontrou Armie exatamente onde ele esperava que ele estivesse:
em uma conversa com os outros caras, fazendo planos. Eles estavam fora
juntos, bem longe dos policiais para não serem ouvidos.
Armie o viu, olhou para ele com preocupação e disse calmamente: —

Eu tenho a bola rolando.
— Obrigado. — Dividido entre onde ele queria estar e o que ele

queria fazer, ele fechou e abriu os punhos. — Eu não posso ir a qualquer
lugar, hoje à noite.
— Isso mesmo, — concordou Stack, seu olhar notavelmente firme

para alguém que tinha bebido. — Fique com ela. Vamos apurar os lugares
de costume.
— E fazer as perguntas usuais, — Denver acrescentou. — Qualquer

coisa de concreto que aparecer, nós vamos deixar você saber.
— Caso contrário, você vai ouvir falar de mim na parte da manhã. —

Armie flexionou os ombros nus. — Se ele estiver em qualquer lugar por
aqui, nós vamos saber.

349
— Eu quero um segundo par de olhos sobre ela. — Cannon conhecia

sua própria capacidade consideravelmente. Ele poderia lidar com
qualquer confronto físico. Mas se Heath decidisse começar a caçar, bem,
quem diabos sabia o que poderia acontecer? De jeito nenhum ele a
deixaria sozinha com o bastardo.
Neste bairro há muitos caras jovens à procura de um dinheirinho

rápido. Ele investiu muito tempo e energia em direcioná-los longe das
drogas e gangues. O centro de recreação ajudou muito com isso. Alguns
deles tinham ainda obtido empregos legítimos, mas não todos.
Quando convinha a seus propósitos, Cannon não se importava de usá-

los. Ele pagava e os impedia de fazer algo ilegal. Ele nunca iria entregar a
proteção da linha de frente de Yvette, mas como um reserva? Como um
observador extra?
Sim para ambos.
— Então. — Armie enfiou as mãos nos bolsos. — Você ainda está com
os olhos vermelhos e com uma aparência feroz.
As mãos nos quadris, a cabeça baixa, Cannon admitiu o óbvio. — Eu

nunca estive tão...
— Fora de controle?
Cannon fechou os olhos, arrastando uma respiração profunda do ar

grosso da noite. —Eu queria matá-lo.
— Sim, eu estava lá. Eu vi. — Ele cutucou Cannon com o ombro. —

Mas não vai ser mais divertido ter a porra apodrecendo na cadeia?
— Não.
— Olhe isto deste modo, — disse Armie, nunca desistindo. — Será que
você realmente queria que Yvette testemunhasse você eviscerando ele?
Um som relutante, meia risada, meio gemido, escapou dele. — Ela

provavelmente agiria como se isso não fosse nada, também.
— Ho. O que é isso? Você queria que ela começasse a berrar e ficasse
histérica? Porque eu tenho que dizer, eu odeio essa merda.
— Idem, — disse Stack.

350
— Mesmo aqui, — Denver concordou.
Ele lançou seu cenho ao redor em cada um deles e percebeu que suas
noites haviam sido queimadas, também. — Desculpa.
— Para? — Perguntou Armie.
— Vocês todos tinham encontros e agora...
—Não eu, — disse Stack. — Eu bati fora.
Todos olharam para Denver, mas ele balançou a cabeça. — Não.
— E quanto a Cherry? — Cannon tinha visto ela no colo e só assumiu...
— Ela flertou com uma dúzia de caras diferentes. — Denver olhou

para Stack. —Incluindo você.
— Ela estava apenas brincando.
Denver balançou a cabeça novamente e se virou para Armie. — Eu vi

você com uma loira.
Ele deu de ombros. — Ou ela vai esperar ou ela não vai. Nada demais.
— Ele apontou para Cannon. — Mas você já ganhou o prêmio, então, por
que perder tempo aqui com a gente? Nós temos tudo sob controle.
Cannon bloqueou as mãos atrás da cabeça e caminhou em agitação. O

que ele queria?
Yvette, sim. Mas por quanto tempo? Para sempre?
Provavelmente.
Será que ele queria que ela o necessitasse? Não. Isso nunca. Ele amava
sua força e independência. Mas ele precisava de sua confiança.
Ele precisava que ela fosse ela mesma com ele.
— Uma coisa de cada vez. — Armie aconselhou. Ele se inclinou mais

perto para que ninguém mais ouvisse. — E dado como vocês dois
duelaram de língua antes que os policiais aparecessem, bem, eu estou
pensando que ela tem sua própria maneira de lidar. Seja o herói, o homem.
Leve-a para casa e ajude-a a lidar.

351
Esfregando uma mão sobre o rosto, Cannon riu de novo. — Certo. Fico
feliz que eu sempre posso contar com você para se concentrar nas coisas
importantes.
— Você sabe disso.
Honestamente, era assim que eles lidavam, como eles mantinham as

coisas em perspectiva. Independentemente das piadas, ele sabia que
Armie faria tudo em seu poder para ajudar, assim como Cannon teria feito
por ele. Eles confiavam um no outro, e tinham confiança total.
Agora, se ele pudesse chegar lá com Yvette.
Cannon fez algumas ligações, fez arranjos, depois fez suas próprias
perguntas para as testemunhas. Tudo se resumia ao fato de que Heath
tinha tentado levá-la, ela tinha resistido e o bastardo tinha fugido.
Menos de dez minutos depois, Cannon entrou na sala de descanso.

Rowdy estava apenas no processo de lhe dar um pacote de gelo fresco.
Ela estava no processo de dizer-lhe que não precisava disso.
— Nós vamos levá-lo conosco. — Agora que ele tinha feito tanto
quanto podia, ele queria levá-la para casa.
E, então, ele queria esclarecer alguns mal-entendidos. Quanto mais

cedo melhor.
***
Quanto mais pensava sobre isso, mais Yvette não podia acreditar em
seu próprio comportamento.
Heath tinha tentado forçá-la a entrar num carro.
Cannon tinha literalmente massacrado ele.
E ela reagiu com... Luxúria?
A mulher que não poderia ter um clímax. Ou melhor, não podia, até
Cannon.
Meu bom Deus, em um estacionamento com um público extasiado

observando, em alguns casos gravando tudo?

352
Mesmo agora, sabendo que ele só estava passando um tempo, que ele
havia revelado suas mágoas mais profundas e mais escuras para Mindi, ela
ainda o queria.
Desesperadamente.
Fazia sentido. Cannon era um cara ótimo, respeitado por muitos. Ele
tinha um corpo perfeito, forte.
E seu rosto... Aqueles olhos azul-elétricos, cílios grossos, maçãs do

rosto esculpidas e mandíbula forte.
Seu sorriso sexy.
O calor rastejou pelo pescoço; Ela tinha se esquecido totalmente

naquele estacionamento, tudo porque ele a beijara sem o tratamento de
luva de pelica que ele geralmente destinava a ela.
Pensar nisso enviou calor adicional pulsando entre suas pernas. E sua
barriga. Seus seios. No fundo do seu núcleo.
Ele tinha sido consumido com necessidade... Por ela.
Graças a Deus ninguém lhe pedira para repetir essa parte das coisas.
Ela tinha acabado de dizer que Cannon estava verificando-a e foi assim que
Heath escapou.
Estava acabado e terminado agora, então, ela precisava parar de

pensar nisso. Melhor resolver os problemas.
Como Heath se levantou e saiu depois dessa surra? Testemunhas

disseram que ele tinha ido embora. Que ele parecia terrível. Que seu braço
estava claramente danificado, seu nariz torcido. Um olho inchado. Sangue
por toda parte.
E ainda assim ele fugiu do local.
Ela não sabia onde Cannon tinha ido depois de deixá-la na sala de
descanso. Ele não disse, e ele estava tão distante agora, ela não perguntou.
Tinha sido excruciante, deixar o bar. Muitas pessoas olhando. Quase

todos eles estranhos.
Graças a Deus Armie lhe tinha dado sua camisa para vestir. Isso, pelo
menos, a manteve decentemente coberta, escondendo sua própria camisa

353
rasgada. Ela também era grata que ele tinha parado Cannon de ferir Heath
mais. Não que ela se preocupava com as lesões de Heath, mas ela não
queria que Cannon tivesse que lidar com as consequências por causa delas.
Ela gostava de tudo em Armie, exceto sua apreciação por Mindi.
Ela não via a atração. Mas então, ela não era do sexo masculino.
Homens, ela descobriu, eram difíceis de entender.
E pensando em homens difíceis... Ela novamente olhou para Cannon.

Cada poste que passaram brevemente iluminava seu perfil.
As juntas de Cannon estavam em carne viva, seu olhar ainda mortal.
Dirigindo em silêncio absoluto, ele flexionou várias vezes as mãos no

volante. Ela não sabia se ele fez isso por causa da raiva ou porque suas
mãos doíam.
Ele parecia... Talvez incendiado.
Exaustão, tanto emocional quanto física, a deixou dormente demais

para calcular as consequências, mas nas bordas de sua mente, ela sabia
que era ruim.
Tudo.
Cansada demais para ser discreta, ela perguntou: — Você está

irritado?
— Sim. — Sem hesitações.
Uau. Ela nunca tinha visto ele num estado de espírito como este.
Normalmente, ele era mesmo moderado, a calma personificada, no
controle total.
Incerta de como lidar com ele, ela mordeu o lábio, então, perguntou:
— Comigo?
Intensificando o cenho franzido, ele olhou para ela, antes de levar sua
atenção de volta para a estrada.
Antes que ele pudesse responder, sua tagarelice nervosa entrou em

erupção. — Porque a sério, você sabe que eu não estava indo embora,
certo? Eu não menti sobre isso. Eu só queria um pouco de ar.

354
— Gostaria de ter saído com você.
Naquele momento, ela não o queria. Quando ela pensava nele falando
com Mindi sobre ela, a deixava desolada. Mas entrar em tudo isso agora só
faria uma noite ruim piorar.
E, além disso, ela tinha seu orgulho.
Se tudo o que ele queria era, como Mindi tinha dito, era terminar o
que tinha começado, bem, ela queria isso, também. De alguma forma, ela
tinha que fazer isso ser suficiente, e ele nunca saberia que ela ainda
carregava sua paixão colegial.
Sabendo o que ele esperava, ela veio com a primeira desculpa que
pudesse encontrar sem abrir outra veia. — Você tinha fãs fazendo fila para
vê-lo.
— Recebo pausas, também. — Esse tom calmo gelado era pior do que
um grito. — Ou você achou que eu precisava atender aos fãs durante
quatro horas seguidas?
Ela estremeceu; a maneira como ele disse, a fez soar idiota. — Eu não
queria ser um incômodo.
Ele riu, mas com certeza não estava com humor.
— Eu sei. — Perdendo seu próprio aperto um pouco, ela alavancou-se

no assento para olhar para ele. — Eu acabei de ser um grande incômodo!
— Não coloque palavras na minha boca.
Ela ignorou isso para enfatizar, — Eu não sabia que Heath ainda
estava por perto. Eu não sabia que ele era idiota o suficiente para tentar
me arrastar, com as pessoas ao nosso redor. Até esta noite, ele sempre foi
uma dor, mas não um psicopata total. — Ele tinha escalado para o papel
insanamente obcecado tão rapidamente, ela precisava de tempo para se
adaptar. — Eu não quis sair com ele por vontade própria, você sabe!
Sem sorrir, seu próprio temperamento rachando, Cannon rosnou, —

Eu pensei que talvez você tivesse ido para 'evitar uma cena'.
Até agora, até que ele disse isso, ela nunca o tinha visto ser um idiota.
Ela não podia ter ar suficiente. Voz tensa, ela lhe disse: — Sim, eu odeio
cenas, tudo bem? Eu tenho uma boa razão e você sabe disso!

355
Seu olhar piscou para ela novamente, talvez com remorso, mas não
podia dizer com certeza.
— Quando Heath me pegou, eu queria gritar. — Ela queria muito. Ela

apertou as mãos ainda tremendo. — Mas ele me segurou tão apertado. —
Ela viu tudo de novo, sentiu novamente e pânico borbulhou.
Desesperadamente ela lutou contra isso. Ela não ficaria histérica sobre ele.
— Eu mal podia respirar, — ela sussurrou. — Parecia que ele ia quebrar
minhas costelas...
Fúria amontoou nos ombros de Cannon, apertou suas mãos e virou

sua voz em um grunhido. — Eu deveria tê-lo matado.
Oh, uau. Sem fala, Yvette observou o funcionamento de sua

mandíbula, a maneira como seu olho direito se contraiu. Ele estava ainda
mais volátil do que ela percebera.
Nervosa, entrelaçando dois dedos nas extremidades de seu cabelo, ela

o considerou, em seguida, chegou a uma decisão. Se fosse Heath, ou
qualquer outro homem, estaria preocupada com o nível de sua raiva.
Mas este era Cannon, e não importa o que, ela sempre se sentiria mais
segura com ele, nunca ameaçada.
Ela entendeu que sua fúria era em seu nome. Deixando de lado
quaisquer erros de julgamento quando se tratava de Mindi, Yvette sabia
que ele se importava com ela, como ele se importava com todos. Ela não
podia suportar vê-lo assim.
Não havia palavras para tornar a situação melhor. É necessário mais

do que isso.
Ela sabia o que precisava.
Ele era um grande lutador, mau, mas talvez ele precisasse também.
Desenganchando o cinto de segurança, ela se aproximou dele.
— O que você está fazendo? Coloque o seu cinto de volta.
— Não.
Suas mãos apertaram no volante, apertando-o como se fosse quebrá-

lo ao meio. —Yvette, — alertou.

356
Abraçando-se ao seu braço, ela suspirou com o contato com seu corpo
quente. Músculos sólidos como rocha, flexionados sob suas mãos, mais
provas da sua ira. — Eu estou bem, — ela disse-lhe suavemente.
Quando Cannon rosnou: — E se ele tivesse conseguido te levar para o

carro dele?
Ela só podia admitir: — Eu não sei. — Ela tinha se assustado até a

morte, perguntando o que ele faria.
Eles estariam em casa em mais dois ou três minutos. Ela queria uma
tigela de cereais, seus pijamas, Cannon e cama. Não necessariamente nesta
ordem.
Ela colocou a cabeça contra seu ombro. — Ele continuou dizendo que
me amava e só queria falar. — Precisando do contato, ela deslizou os
dedos sob a manga de sua camiseta, abrindo a palma da mão sobre toda
aquela força elegante e quente. Ele tinha os ombros e bíceps mais
surpreendentes, ela queria mordê-lo. Lambê-lo.
Beijá-lo em todos os lugares.
Meditando em voz alta, ela disse, — Talvez eu devesse tentar chama-

lo. Deixá-lo falar...
— De jeito nenhum.
— Ok. — Ela apertou o braço dele, amando a sensação dele, apesar de

tudo o que tinha acontecido.
Amanhã ela iria trazer isso novamente e sugerir que eles

perguntassem a Margaret. Pode ser uma maneira de trazer Heath para
fora. Ela poderia até mesmo dar o número para um deles, para tentar
chamar de seu telefone.
Sabendo que ele se escondia em torno da área, capaz de saltar sobre

ela outra vez, assustava-a mais do que qualquer outra coisa.
Parecia tão quieto, estar na estrada esta hora da noite com apenas um
carro ocasional passando. Ela preguiçosamente acariciava o interior do
braço de Cannon, onde ele era elegante, suave e duro.
— Não fique com raiva de mim, ok? — Ela estava cansada demais
para isso.

357
— Eu não estou. — Ele encolheu os ombros, mas só assim ele pôde

colocar seu braço ao redor dela. — Eu estou com raiva de... Um monte de
merda. Mas você não.
— Você quer me dizer?
— Sim, eu farei. — Ele deu um breve aperto de aviso. — Nós vamos

ter uma boa longa conversa.
Sufocando um gemido, ela perguntou: — Não esta noite, certo?
— Nós veremos.
O que significava que ele planejava falar esta noite. Outro gemido
tentou sair, mas ela engoliu de volta. Se ele precisasse conversar, ela
falaria. Talvez enquanto estivesse sentada em seu colo.
Em seu pijama.
E talvez, nessas circunstâncias, ela seria capaz de evitar a conversa

até de manhã.
Um minuto depois, ele parou na calçada, saiu para abrir a porta da

garagem e puxou para estacionar.
Segurando a bainha da camiseta enorme de Armie, Yvette pulou para

fora por conta própria. Mais do que tudo, ela queria conforto, aconchegar-
se. Sexo.
Ela queria Cannon.
Mas se ele queria conversar em vez disso, ele poderia muito bem
esperar, pelo menos, até que ela conseguisse seu cereal.
***
CANNON observou-a apressar sua bundinha sexy para dentro e soube

que ele tinha a afastado.
Ele lutou com o seu temperamento, sabia que era inútil e considerou
ir direto lá embaixo, para o equipamento de treino no porão.
Não faria mal para ele trabalhar fora alguma raiva antes de confrontá-
la.

358
Louco? Inferno, louco nem sequer chegava perto. Ele foi pego em tal
fúria emocional que era tudo o que podia fazer para não sair e encontrar
problemas. Certamente, alguém em algum lugar do bairro precisava de
uma boa surra. E se fosse mais de uma pessoa, isso lhe serviria muito bem.
Agora ele apreciaria uma boa briga.
Mas ele era respeitado em seu papel auto atribuído como defensor da
paz, em grande parte porque ele não procurava problemas.
Ele só cuidou disso quando aconteceu.
Seria injusto deixar Yvette se perguntando o que ele tinha a dizer,

então ele saiu do carro. A luz de sua porta aberta se espalhava pelo chão de
concreto e pelas paredes quadriculadas, e se refletia na janela aberta da
garagem.
Sabendo que ele a tinha deixado fechada e trancada, Cannon saiu

lentamente. Algo no ar o alertou; ele escaneou a garagem, e em seguida a
janela.
Um painel estava faltando, quebrado, o vidro esmagou sob seus pés.
Quebrado, para que um intruso pudesse entrar e abrir a fechadura.
Ele procurou o interior e notou apenas alguns itens deslocados, a lata

de lixo movida, gavetas de ferramentas abertas, como se alguém estivesse
procurando algo.
Vigilante, ele foi até a janela puxou-a para baixo e, graças a uma lua
brilhante, viu a sombra se movendo do outro lado do gramado.
Alguém ainda estava aqui.
Esperando que fosse Heath, precisando que fosse aquele idiota,

dirigiu fora para investigar, seu passo longo e apressado. Ele tinha acabado
de passar pela porta da garagem quando mais vidro caiu dentro da casa.
Seguido pelo guincho de Yvette.
***
Com o coração ainda alojado em sua garganta, achatando até a

parede, Yvette recolheu os cacos de vidro brilhando em cima da pia, no

359
chão. O item que tinha navegado através da janela? Lá, metade debaixo da
mesa...
Uma rocha do tamanho de um punho grande.
Cannon disparou contra a sala, empurrando-se como um predador.

Seu olhar foi em toda parte em um nano segundo antes de procurar pelo
seu corpo.
— Eu estou bem, — ela disse-lhe rápido, e apontou. — Uma pedra. De

fora.
— Ela não bateu em você? Você não está cortada?
— Não. Apenas... Assustou-me.
Seu olhar se estreitou na janela, frustração visivelmente montada, e

ele começou a sair, novamente.
— Espere!
O olhar bloqueado nela, ele gritou, — o quê?
Ele realmente queria partir alguém, ela podia dizer. Mas ela não
queria ficar sozinha.
Usando a pausa para sua vantagem, Yvette agarrou seu braço. — Não
se atreva a ir lá fora. — Ela preparou uma desculpa para o porquê que ele
deveria ficar, mas a preocupação rapidamente se tornou uma realidade.
Horrorizada com a possibilidade, ela sussurrou: — E se alguém

estiver em casa?
Os olhos de Cannon queimaram. — Chame o 911. — Ele mais uma vez

começou a se virar, mas parou para acrescentar: — Mantenha-se na
cozinha.
Com as mãos tremendo, ela fez a chamada, então se inclinou para fora
da porta da cozinha para ver como Cannon desceu o corredor, desta vez
com mais discrição. Ele verificou a porta do porão, viu que ainda estava
trancada e continuou até os banheiros e quartos.
Quando a despachante respondeu, ela rapidamente explicou a

situação para a senhora muito calma, do outro lado da linha.

360
A despachante assegurou-lhe que um oficial estava a caminho, mas

queria que Yvette ficasse no telefone até que ele chegasse.
Dando um relatório tintim por tintim do progresso de Cannon através

da casa, sem encontrar nada, ajudou-a a recobrar sua calma.
Quando Cannon retornou, Yvette explicou que não encontrara nada.

Quase ao mesmo tempo em que as luzes piscando em vermelho e azul se
mostraram à nossa frente.
Com alívio, ela caiu de costas contra a parede.
Usando sua lanterna, o oficial andou ao redor da casa. Duas luzes de

segurança haviam sido baleadas com uma arma de chumbinho. O policial
encontrou BBs4 no terreno e embutidas ao lado da casa. Ele tomou um
relatório, prometeu atualizar Logan e o oficial Huffman, e tirou uma foto
com Cannon.
Ainda que a sua paciência parecesse tensa, Cannon permaneceu

simpático e sorriu para a foto.
Após o oficial sair, ela limpou o vidro enquanto Cannon assegurava a

janela da cozinha, e quando isso foi feito, ela arrastou-o para a garagem.
— Por que você não vai tomar seu banho enquanto eu cuido disso?
Ela odiava admitir, mas não via uma alternativa. — Eu prefiro

esperar.
Cannon parou no ato de fechar a janela da garagem. Como se sua

vulnerabilidade raspasse uma camada de sua raiva, os ombros aliviaram.
— Tudo certo. Eu só vou levar um minuto.
Ela se sentou no capô de seu carro, joelhos para cima, pulando com
cada som. Quando Cannon martelou uma prancha de madeira sobre a
janela, ela tapou os ouvidos e fechou os olhos.
O barulho terminou, e os seus braços vieram ao redor dela, as mãos

grandes abertas em sua parte traseira. — Você está bem?
Ela não estava, não por um longo tempo, mas ela balançou a cabeça de
qualquer maneira. — Cansada. — Forçando a cabeça para cima, ela
4
Balas de borracha.

361
encontrou seus olhos azuis, agora voláteis com emoções indiscerníveis. —

Você?
Com toda a calma, ele disse, — Fúria assassina.
Por alguma razão, isso a fez sorrir mesmo quando seus olhos
queimavam. —Sinto muito.
— Vamos. — Ele pegou-a contra o peito dele e levou-a para dentro da

casa.
Só por um minuto, Yvette pensou, enquanto descansava sua bochecha

contra seu peito. Então ela recuperaria o bom senso e pararia de deixá-lo
mimá-la.
— O que você quer fazer primeiro?— O queixo roçou sua testa. —

Banho? Comer? Cama?
Você, ela respondeu em silêncio. Eu quero você. Mas, infelizmente, ele

não tinha feito isso uma opção. Alimentos já não apelavam, nem mesmo
uma tigela de cereal frio. Se ela tentasse comer, ela só poderia vomitar.
— Estou cansada. — disse ela com um sorriso falsificado. — Eu só

quero lavar o rosto, escovar os dentes e ir para a cama. — Com você
abraçado apertado em torno de mim.
— Tudo certo.
Ela não protestou quando ele a levou para o banheiro. E quando ele
ficou de modo que eles escovavam os dentes lado a lado, ela estava
agradecida por não estar sozinha.
Mas, então, ele tirou sua roupa enquanto ela lavava o rosto, o que a
fez colocar sabão em seus olhos, porque, sério, como ela não podia
assistir?
Quando ela terminou, ele pegou sua mão e, vestindo apenas boxers
justas, andou com ela de volta para o quarto.
A cada passo que davam, o seu coração batia mais forte, fazendo-a
sem fôlego. Antecipação chiava ao longo de cada terminação nervosa.
Ela precisava disso, ela precisava dele.

362
Ele abriu uma gaveta e tirou outra camiseta da SBC, então, a segurou
no punho enquanto a encarava. — Você não está dormindo com a camiseta
de Armie.
Na verdade, ela tinha esquecido que tinha isso. ― Certo. ― Com

Cannon quase nu, ela não precisava ser convencida. A ideia de estar pele a
pele com ele aumentou sua excitação ainda mais.
Sendo ousada, emocionada com a maneira como ele a olhava, ela

despiu a sua calça jeans, tirou a camiseta de Armie por cima da cabeça e,
então, removeu a camiseta rasgada. Vendo o azul de seus olhos
escurecerem, ela estendeu a mão para o fechamento de seu sutiã.
Cannon fez um som áspero próximo a dor e desviou o olhar.
Com a voz trêmula, ela lhe disse: — Você pode olhar. — Ela o queria.
Ela queria que ele a olhasse, tocasse e beijasse...
— Não. — A pesada carga de rigidez reassentou em seus ombros

largos. — Se eu fizer, eu não vou ser capaz de parar.
Será que ele não entende o quanto ela o queria? — Então, não vamos
parar.
Com os olhos ainda desviados, ele segurou a camiseta para ela. —

Pegue a minha palavra sobre isso, ok? Hoje à noite não é à noite.
Ignorando a camiseta oferecida, ela se moveu contra ele, seus seios

em suas costas nuas. — Por quê?
Ele endureceu. —Yvette...
Com os braços ao redor dele, ela alisou as palmas das mãos sobre seu
cabelo no peito, para baixo naquele abdome sólido. Ele deixou cair à
camiseta e pegou seus pulsos. — Você não sabe o que está fazendo.
— Se eu estou seduzindo você, então, sim, eu sei.
Ele riu, o som tenso. — Sim, você faz. — Ainda apertando seus pulsos,
ele respirou fundo e se virou para ela.
Embora ela usasse apenas uma tanga rosa pálido, sua atenção
permaneceu teimosamente em seu rosto.

363
Ela poderia ter se sentido mais que humilhada, até mesmo magoada,
exceto que ela sabia que Cannon estava tentando ser nobre em seu
benefício. Hoje à noite tinha sido duro e ele pensou que ela precisava de
tempo para recuperar.
Se ela quisesse que Cannon a visse de forma diferente, ela teria que
ser diferente, também.
Mais ousada.
Ela precisava ir atrás do que ela queria. Ele.
Determinada a convencê-lo, ela se aconchegou mais perto.
Seus mamilos, agora endurecidos, escovavam seu peito. Ele gemeu e

tentou afrouxar seu aperto. — Você está ferida.
— Só um pouco.
— Você está chateada, também.
— Eu estou. E eu sei que eu vou me sentir melhor se nós...
—O quê? — Com uma clara reserva, ele segurou seu rosto, levantou-o
para que ele pudesse morder o lábio inferior e depois acalmá-lo com a
língua. — Se eu ficar louco com você? Porque é onde eu estou, querida.
Nenhuma elegância, nenhuma paciência como eu tive na última vez.
— Eu gosto da ideia de você enlouquecendo. — Ela não precisava de

paciência; ela só precisava dele.
Suas narinas abriram. Seus olhos se fecharam. — Eu não sou um

idiota egoísta.
— Não, você não é. Você é doce...
Ele bufou.
― E quente, e eu preciso estar com você.
Resistência desmoronando, ele respirava mais forte. — Eu não posso

garantir que você vai gozar...
Abrindo a boca em seu peito, ela deu uma mordida suave.

364
Ele estremeceu. — Porque eu não posso garantir que vou durar

tempo suficiente.
Ela segurou os testículos através do algodão macio de suas boxers, em

seguida, colocou os dedos ao redor de seu comprimento latejante.
Acariciando, apertando. — Então, vamos pular para dormir até que nós
possamos fazer corretamente.
Sua ereção flexionou e um segundo depois, ele ergueu as mãos para

longe de seu corpo. — Você precisa segurar um minuto.
Atordoada que ele ainda iria negar-lhe, Yvette empurrou para trás
para ver seu rosto. —Eu estou começando a pensar que você é o único com
o problema!
Depois de colocar uma mão sobre o rosto, ele acenou com a cabeça. —
Talvez o meu problema seja com você.
A respiração a deixou, as palavras machucando como um golpe físico.

Pensando apenas em fugir, ela se afastou dele.
Ele puxou-a de volta novamente. Suas mãos em seus ombros estavam

tensas, mas não dolorosa. Parecendo tão angustiado como ela se sentia, ele
colocou sua testa contra a dela.
- Você não confia em mim, Yvette, e eu quero que você faça. Quero
isso tão malditamente.
Confiar nele? — Claro que eu faço.
—Não, você usa essa máscara, escondendo quem você é e o que você
sente. Como você reage às coisas. Você não confia em mim para não julgá-
la. Você não confia em mim para ver a verdade das coisas.
— Que verdades?
— Que você é forte, inteligente e independente. Mas merda acontece a

todos, e todos nós temos que lidar com isso. A coisa é, você não tem que
lidar sozinha. Não quando eu estou aqui. — Ele deu-lhe uma pequena
sacudida, seguido rapidamente por um abraço embalando. — Mesmo
agora, — ele disse, a sua voz rouca, — eu posso dizer que algo está errado.
— Meu ex tentou me sequestrar!

365
— Eu sei. — Ele acariciou seus cabelos, sua determinação

derramando sobre ela. —Você está chateada e um pouco abalada ainda.
Isso é compreensível. Mas isso não é o que está entre nós agora.
Não, ele não poderia ler sua mente tão facilmente, conhecê-la tão
bem. — Eu não entendo você. — De repente, ela se sentia nua, se ajoelhou
e agarrou a camiseta que ele deixou cair no chão.
Cannon estava sobre ela. Ela puxou, mas ele não se mexeu. Ela estava
no nível dos olhos com seu colo, ele vestindo apenas cueca, ela em um fio
dental.
Eles deviam estar tendo sexo, não discutindo. Se fosse qualquer outro
homem, além de Cannon, eles estariam.
Mas se fosse qualquer outro homem, ela não iria querer isso.
O absurdo disso a atingiu, e com ele uma nova onda de indignação.
Ainda ajoelhada diante dele, ela respirava mais rápido... E deixou

escapar, — Mindi disse que você só queria terminar o que tinha começado
há muito tempo.
— Do que você está falando?
— Hoje à noite no bar. Antes que ela ficasse com Armie.
— Mindi e Armie?
Yvette novamente puxou a camiseta; novamente ele não se mexeu. —

Ela disse que uma vez que aconteça, você vai estar terminando comigo. Eu
não sei como isso pode ser, se você se recusa a sempre começar por mim.
Ela desistiu de tentar ter a camiseta e se endireitou novamente,

envolvendo os braços em volta de si para proteger seus seios. Seu olhar
encontrou o dele e parou.
Sua expressão matadora lhe deu uma pausa.
Cannon se aproximou. Voz baixa e ameaçadora, ele disse: — Você

discutiu sobre mim com Mindi?
Ele estava ofendido? Cheio de acusação, ela ficou na ponta dos pés e
inclinou-se em sua raiva. — Você fez! Você disse a ela toda a minha
história!

366
— Nunca aconteceu e você deveria saber disso.
As palavras sussurradas, ditas através de seus dentes, roubou sua

raiva. Ela se deixou cair de volta para os calcanhares. — Mas... Então,
como?
— Nenhum jeito de eu saber. Mas Heath estava no bar. Há a hipótese

de que ele tenha falado com ela.
Todas as suas emoções mais prevalentes, raiva, ressentimento,

mágoa, caíram sobre ela. — Eu nunca disse isso tudo para Heath.
— Ele está aqui. Não é um segredo. Se ele fizesse qualquer escavação...
— Você provavelmente está certo.
Ele pegou os ombros novamente. — Em vez de pensar nisso, você

acreditou automaticamente que eu disse a ela?
— Ela me levou a acreditar... — Yvette esfregou sua testa. De quantas

maneiras ela poderia estragar as coisas em um período de vinte e quatro
horas? — Eu sinto muito. - Quando ele não respondeu, ela acrescentou —
Por tudo.
Esperava, que depois de dormir algumas horas, as coisas ficassem

melhores, porque naquele momento, ela não podia imaginá-las ficando
piores.
Ela ficou ali, sem saber o que fazer a seguir, temendo fazer outro
movimento errado.
— Você acha que eu quero uma transa rápida? — Com uma ternura
que parou o coração, Cannon acariciou seus cabelos, moveu-o para trás
dos ombros para que pudesse ver melhor seus seios. — Você acha que
quando eu estiver dentro de você, eu vou parar?
A maneira como ele olhou para ela agora... Ela balançou a cabeça. Não,
ela não tinha pensado nisso. Não até Mindi ter descrito isso para ela. Em
seguida, tudo parecia muito plausível. — Honestamente, eu não sei mais o
que pensar.
Ele ergueu o queixo. — Acho que só há uma maneira de descobrir

com certeza.

367
As palavras, combinadas com aquele olhar aquecido particular,

deixaram seu pulso pulando. — Você não vai desistir de mim desta vez?
Sua boca se curvou em sua pergunta. — Eu não posso. — Ele a

alavancou para que ele pudesse olhar para cada centímetro dela. Enquanto
a consumia com seu olhar, ele murmurou: — A primeira vez será rápida e
dura. A segunda vez poderá ser melhor. Eu ainda estou no ar sobre isso. —
Ele a puxou para perto e divertidamente mordeu o lábio inferior. — Na
terceira vez, entretanto... Com certeza, vai ser tudo para você.
Oh, Deus, ela mal podia esperar.
Cannon a jogou na cama e ela sabia que não precisaria.

368
CAPÍTULO 21
Suavidade morna, seios firmes, beijos molhados nas depressões e

buracos tentadores, Cannon queria tudo, agora. Com Yvette.
Ele afastou as pernas e se acomodou sobre ela, sua boca em sua

garganta, suas mãos frenéticas em seus seios. O longo dia, o tempo
passado no bar e o tumulto depois, deixaram sua pele rica com seu cheiro
intensificado. Ele inalou e sofreu com vontade dela.
Ele gostava de suas respirações ofegantes, como ela se arqueava

contra ele.
Como ela poderia pensar que uma vez seria suficiente? Ele percorreu
uma gama de emoções hoje, terminando com a raiva entorpecente que o
tinha deixado louco.
Ele ainda estava descendo, com a adrenalina alta, fazendo o possível

para confortá-la, quando ela decidiu fazer tudo sexual.
Boca aberta na pele dela, ele gentilmente fez o seu caminho até seus
seios, chupou um mamilo duro, cuidou dele enquanto puxava o outro com
as pontas dos dedos.
Ela gemeu seu nome, com as mãos em seu cabelo, segurando-o mais
perto.
Não era o suficiente. Nem mesmo perto.
Deixando seu mamilo molhado e ruborizado, ele fez o caminho por

seu tronco, provocando sua barriga plana, os ossos do quadril, parte
interna da coxa, em seguida, pressionando seu rosto contra a virilha com
sua calcinha minúscula.
Aqui, seu almíscar era ainda mais forte, drogando-o.
Seu pau latejava, doía. Queria-a para sempre, negou-se por muito
tempo. Ela já estava úmida e ele a saboreou através da calcinha,
pressionando com a língua, mordendo levemente.

369
Ela tentou se afastar, mas ele manteve os quadris firmes. Ela tinha
sido avisada e ela queria isso, de qualquer maneira.
— Cannon — disse ela em um gemido.
Sentando-se rapidamente, ele ergueu as pernas com um braço, em

seguida, levou a calcinha para baixo e fora. Olhar para ela o atormentava.
Ele se segurou, saboreando a visão dela completamente nua. Ela moveu os
pés, apertou os joelhos.
— Cannon?
Com ambas as mãos, ele abriu suas coxas. Yvette virou o rosto no
travesseiro, com as mãos em ambos os lados de seus quadris.
Uma oferta perfeita.
Seu peito trabalhava com um fole, a pressão aumentando até que ele
tão cuidadosamente separou sua vulva para expor ainda mais dela.
Tão rosa, brilhante molhada. Seus lábios internos inchados. Seu

pequeno clitóris pronto para ele.
Gemendo, ele se inclinou e provou-a profundamente, empurrando

nela com sua língua. Suas narinas se encheram de excitação. Ele chupou,
lambeu e provocou com os dentes.
Ele tentou lutar contra isso, mas com cada pequeno som que ela fez, a
pressão cresceu dentro dele.
Aceitando que era agora ou nunca, ele se afastou para encontrar um

preservativo, em seguida, levantou-se e tirou sua cueca.
Yvette não se moveu, exceto para se contorcer de necessidade. Ele

adoraria ouvi-la gozar, para ver a combinação única de dor e prazer em
seu rosto.
Discutível.
Com sua atenção extasiada estimulando-o, ele rolou o preservativo

em seu eixo e se abaixou metade sobre ela, sua mão indo imediatamente
entre suas coxas para acariciar com dois dedos profundamente.
Tão pronta.

370
Ele se moveu sobre ela, posicionou-se e, com os dentes trancados,

começou a penetrá-la.
Ela inclinou a cabeça para trás, oferecendo seus seios, novamente.
Tão bonita, linda. Não totalmente lá, mas definitivamente quase.

Bruscamente ele abocanhou um mamilo enrugado, então o outro,
castigando-os com a língua, deixando-os vermelho e molhado. Ele
observou-a através de uma névoa de luxúria crescente e necessidade
nítida. Cada respiração que ela tomava, cada arrepio, o rubor em seus
seios, o sedoso de suas coxas internas.
O aperto cremoso de seu corpo em seu pau.
Abaixando-se aos seus antebraços, ele tomou sua boca em um beijo

profundo e com fome.
E pressionou tão profundo quanto poderia ir.
Ela suspirou, virando o rosto, mas ele reconquistou sua boca

novamente, inclinando a cabeça para um ajuste melhor, tomando sua boca
enquanto ele tomava seu corpo. Quadris moendo, a necessidade o
consumindo.
Em um grito lastimoso, ela agarrou seus ombros, suas unhas

mordendo em sua carne.
E ele adorou.
Ele queria ser gentil, mas ao invés disso ele bateu nela, mais duro e
mais profundo até que ela levantou as pernas ao redor dele. Cravando seus
calcanhares nas suas costas, ela combinava com seu ritmo urgente.
Ele lutou para protelar o inevitável.
Uma batalha perdida.
Erguendo-se com um gemido áspero, ele sacudiu sua liberação,

apenas vagamente consciente de Yvette observando-o, suas mãos
movendo suavemente sobre seu peito e ombros.
Sugando o ar, totalmente gasto, ele afundou em seu corpo pequeno,

apenas um pouco de sua tensão tinha ido agora.
Yvette continuou a acariciá-lo.

371
Exteriormente, ela permaneceu imóvel e calma, pacífica no modo

como ela colocou pequenos beijos em sua pele úmida, como ela passou os
dedos pelos cabelos dele.
Mas por dentro, ele a sentiu ainda segurando-o com força. Sentiu as
pequenas ondulações de sua necessidade. O calor de sua pele e o martelar
de seu coração.
A tentativa de limpar a névoa de prazer, ele respirou fundo, mas só o

atormentou com o cheiro de sexo pairando no ar.
Ele tinha o rosto em seu pescoço, então ele esfregou contra ela e a
sentiu tremer.
Ele a tinha deixado à beira da libertação, sem gozar. E ainda ela o

tocou com carinho.
Sorrindo contra sua garganta, ele disse: — Eu disse isso a você.
— Mmm? — Ela o beijou novamente.
E maldito se ele não sentia sua pequena língua quente lamber seu
ombro suado.
Lutando para ficar em seus antebraços mais uma vez, Cannon olhou
para ela. Seus lábios estavam inchados, seus cabelos enredados ao redor
dela. Ela tinha leve corado em suas bochechas e os olhos pesados, de uma
mulher em extrema necessidade.
— Como você está se sentindo?
— Melhor.
O sorriso puxou sua boca. — Sim?
Com um aceno lânguido, ela passou as unhas levemente para baixo de

seus peitorais. —Vibrante. — Voltando-se para os ombros. — Talvez...
Enroscada.
Ele fez uma leve pressão contra ela. — Molhada.
— Isso também. — Ela se mexeu. — Eu desejaria que pudesse sentir

você, e só você.

372
Perigoso. Mas, maldita seja, ela o acendeu, a ideia de levá-la em pelo,

nada entre eles.
Sua carne e a dele.
Ele se inclinou para a boca, beijando-a calmamente desta vez, sua

língua brincando com a dela. — Eu preciso me livrar da borracha. — Em
meio a protestos, ele rolou de cima dela e se levantou.
Ele não poderia ter se preparado para o impacto. Ele olhou para ela
esparramada na cama, sua para ser tomada, e isso fez coisas para ele.
Loucas coisas possessivas.
Coisas que ele percebeu que estava sentindo mesmo antes de ela ir
para a Califórnia. Agora elas estavam amplificadas, mais tangíveis, porque
ele podia tocá-la e prová-la.
Fode-la.
Fazer amor com ela.
Enquanto ele estava ali olhando para ela, ela moveu os pés inquietos,
agarrou as mãos no lençol.
Ele pensou em passar o tempo banhando-a, provocando-a, mas não

podia. Ignorando a borracha no momento, sentou-se ao lado dela na cama
e colocou uma mão entre suas coxas abertas.
Seus olhos se fecharam e ela se levantou para ele.
Observá-la era a coisa mais erótica que podia imaginar. Sem pressa,
ele passou os dedos sobre ela, depois enfiou um dedo nela. Ela se
contorceu, seus quadris torcendo, sua respiração vindo mais rápida.
Vê-la preparada deste jeito agitou-o mais cedo do que ele estava
acostumado.
Ele se afastou, só para afundar dois dedos, curvando-os ligeiramente

para chegar a esse ponto especial para ela. Ela seguiu aonde ele conduzia
sem inibição, ofegando, rolando os quadris, ficando tão perto, mas não
muito lá.

373
Vindo ao lado dela, apoiado em um cotovelo, Cannon beijou na boca,

em seguida, seus mamilos, amamentando um de cada vez, até que ela
morresse de vontade.
Para baixo da sua barriga, novamente.
— Ah, Deus. Cannon, por favor.
— Nós estamos chegando lá.
Ela apertou uma mão no cabelo dele, tentando apressá-lo.
Ele puxou os dedos livres para provocar o clitóris brilhando. — Aqui,

baby? É isso que você quer?
Para uma resposta, ela ronronou e ampliou suas coxas mais.
Ele circulou, espalhando sua umidade em torno daquele minúsculo

feixe de nervos ultrassensíveis, aplicando uma pressão cuidadosa,
puxando suavemente.
— Cannon, por favor...
Ele empurrou seus dedos profundamente novamente e puxou-a em

sua boca.
Dedos ainda trabalhando, ele a acariciou com a língua, raspando

sobre ela, empurrando-a, e dentro de dois minutos ela quebrou. Seus
gemidos eram altos, reais e poderosos o suficiente para levá-lo ao ponto de
partida, novamente.
Ela mal se acalmou, sua respiração ainda estava forte, quando ele se
livrou do preservativo gasto e rolou outro. Não lhe dando tempo para se
preparar, ele colocou as mãos sobre os joelhos, empurrou-os para trás e
afundou nela.
Seu gemido era tanto de prazer quanto protesto.
— Você está tão fodidamente molhada agora. — A fricção lisa

construída. Com cada deslizamento profundo de seu pênis, ela se apertou
mais até que ambos foram pegos no aperto quente da liberação poderosa.
Com o pescoço e as costas arqueadas, ela deu um gemido gutural
profundo, seus músculos apertando como um punho.

374
Enquanto se aproximava, ele manteve seu olhar nela, a visão dela

aumentando seu prazer. Mesmo enquanto ela o drenava, seu corpo
continuava a efervescer.
Longos minutos depois, quando ele finalmente teve a energia para

levantar-se, ele a encontrou dormindo, morta para o mundo.
As coisas que ele sentia... Elas eram muito inquietantes para

contemplar após o dia infernal, em uma hora tão tardia. Incapaz de evitar,
ele a beijou de novo, suavemente, para que ela não despertasse. Seus
lábios entreabertos. Sua garganta.
Seus mamilos suaves.
Ela resmungou um protesto e se mexeu, fazendo-o sorrir, um sorriso

que ele sentia em seu coração.
As contusões em seu braço o destruíam. Preferia quebrar um membro

a vê-la marcada assim. Ele beijou aqueles, também, então, cuidadosamente
se afastou dela, de pé ao lado da cama.
Suas pernas ainda estavam esquisitamente esparramadas, seu sexo

suave exposto. Usando apenas a ponta dos dedos, ele a tocou.
Ela resmungou em seu sono e se virou para seu lado, arrumando uma
perna.
Sim, ele gostava dessa visão, também.
Ele queria tocá-la novamente. Inferno, ele queria beijar pela sua
espinha até a sua bunda perfeita. Mais tarde, ele disse a si mesmo.
Esfregando as mãos sobre o rosto, ele se ajeitou. Ela não precisava ser
molestada em seu sono. Ele puxou as cobertas, levantou-a e a cobriu
novamente.
Levou apenas um minuto para se limpar e, então, ele estava ao lado

dela, girando-a para ele e segurando-a perto.
Sabendo que ele nunca a deixaria ir.
***
Através da escuridão infinita que se aproximava, viu olhos brilhantes

por toda parte, ouviu risadinhas e sussurros. Desesperada para encontrar

375
a luz, ela começou a procurar, tateando cegamente. Ela cheirava

querosene. E a morte.
Outra risada, seguida por um riso suave. Alguém agarrou seu pulso,
dedos duros apertando em um aperto de ferro. Outra mão no ombro dela.
Seu pescoço. Ela lutou silenciosamente. Mas mais mãos se juntaram aos
olhos, os rostos se aproximando...
Yvette acordou em um arranque, ofegante, seus olhos procurando...
— Hey. — Cannon estava em cima dela, a mão em seu rosto. — Você

está bem? — Seus dedos tocaram seu rosto, as sobrancelhas esticadas em
preocupação.
Oh, Deus. Seu rosto estava molhado. Com lágrimas? Humilhação

apertou seu coração. — Eu... Eu estou bem.
Durante muito tempo ele procurou seu rosto até que ela não
conseguia mais encontrar seu olhar.
Ele se virou em suas costas, mas a puxou para cima de seu peito, suas
mãos apertando sua parte traseira. — Você teve um pesadelo.
Negações vieram automaticamente, mas lembrando de sua insistência

na noite passada para ela confiar nele, ela empurrou suas reservas. — Sim.
Talvez surpreso, ficou em silêncio por um momento, então perguntou,

— Ruim?
— Eu tive isso antes. — Muitas vezes. — É... Inquietante. — Ela não

tentou se agarrar a ele, mas os resquícios do sonho, o desamparo e medo
incessante ficaram com ela.
Suas mãos se moveram, abraçando-a por trás. — Quer me contar

sobre isso?
Deus, não. Ela balançou a cabeça.
Ele acariciou-a por trás, assustando-a por provocar ao longo de sua

fenda.
Ela tentou automaticamente deslizar para longe.
Ele segurou seu rosto novamente, reassentando-a. — Eu gosto de

você exatamente onde você está.

376
Ela piscou para ele, um pouco mais incerta, agora que a luz do sol
manhã inundava o quarto.
Claro, Cannon não têm as mesmas reservas.
Olhando para a boca, as mãos novamente apalpando seu traseiro, ele

disse: — Nós nunca tivemos essa conversa na noite passada.
Aturdida do mau sonho seguido de seu toque ousado, ela lutou para
se recompor. —Nós tivemos sexo incrível em seu lugar. — Sim, se ela
pudesse apenas se concentrar nisso...
— Muito incrível.
Agarrando os braços, ela olhou melhor para ele. Cabelo desgrenhado.

Os olhos azuis quentes. Aqueles cílios pecaminosamente longos.
Ela não conseguia parar o gemido de apreciação. Mesmo em repouso,

seus bíceps pareciam incríveis. E seu peito, o pelo encaracolado, a trilha
fascinante...
— O que você está pensando?
— Que eu quero lambê-lo por toda parte.
Com uma expressão tenaz o segurou imóvel por apenas um momento,

então, ele virou-a de costas e desceu sobre ela, prendendo-a no lugar. —
Gostaria disso.
Ela riu. — Bem, eu espero que sim.
—Mas primeiro vamos conversar.
Ela gemeu de novo, por uma razão completamente diferente.
— Nada disso. — Ele tomou sua boca em um beijo que mal estava lá.
— Você quer fazer isso aqui, agora, ou você preferiria usar o banheiro e
pegar um café?
Torcendo, tentou ver o relógio, mas ele não lhe deu muito espaço para
isso.
— São nove e meia.
— Uau. — Muito tarde para ele. — Nós dormimos muito.

377
— Estava quase amanhecendo, quando eu finalmente deixei você cair

no sono.
Estreitando seus olhos, ela perguntou: — Então, você não dormiu,

mas você ficou aqui para que eu pudesse?
— Sim. — Preguiçosamente, ele segurou-lhe o peito, rolando o

polegar sobre o mamilo com o único propósito em sua mente, até que ele
se esticou. Seus olhos se estreitaram com satisfação. — Eu tenho que olhar
para você. Um negócio bastante justo.
Ele assistiu seu sono? Seu rosto esquentou e, então, ela percebeu... —
eu caí no sono.
— Sim.
— Eu quero dizer...
— Logo depois de você gozar. — Ainda em movimento com uma

indolente falta de pressa, ele roçou os dentes sobre o lado do pescoço, do
ombro. Em baixo.
Ela prendeu a respiração... E depois esses mesmos dentes levemente

rasparam o mamilo e a sensação provocante arqueou as suas costas.
— Você é tão sexy. — Sua grande mão esquerda deixou seu peito e,
em vez disso, ele segurou o lado de seu rosto. — Mas nós temos que
conversar.
Isso tinha que ser uma piada. Mas não. Ele parecia muito sério.
Incrédula, ela empurrou seus ombros, mas ele não se mexeu. — Por que
você iria começar tudo se você não planejava que...
— Porque você é irresistível. — Ele beijou sua testa. — E eu não

posso parar de pensar em todos aqueles sexys sons que você fez, como
você parecia e cheirava e como me sentia ao estar dentro de você, com
você apertando-me com força.
Em vez de empurrá-lo, seus dedos se enroscaram contra seus

músculos. — Cannon.
— O sexo não é sempre assim.
Isso é um eufemismo. —Não é para mim, de qualquer maneira.

378
Ele balançou a cabeça. — Não é para mim, também, querida. Talvez

você não saiba, mas somos bons juntos. Melhor do que bom.
Seria bom pensar que eles tinham algo de especial acontecendo,

porque para ela era muito mais do que físico.
Mas como ela poderia ter certeza? —Você sempre gostou de sexo. —
Ele tinha dito isso a ela.
— Verdade. Mas com você é mais. — Juntando o outro seio, ele roçou
os lábios sobre o mamilo, fazendo-a querer muito mais. — Vai ser sempre
mais. — Soprou suavemente contra ela, em seguida, encontrou os olhos
dela. — Eu sei, se você faz ou não.
Contorcendo-se contra ele a fez muito consciente de sua ereção em

sua barriga. Na esperança de evitar o inevitável, ela enroscou os braços ao
redor de seu pescoço e deslizou o pé até sua panturrilha peluda. —
Podemos conversar mais tarde.
Tomando-a de surpresa, ele pegou suas mãos e lentamente estendeu-

as acima da cabeça. Tomou seu tempo, prendendo suas pernas com um
dos seus pés.
Excitação estremeceu através dela. Sim, ela poderia usar uma viagem
rápida ao banheiro. E ela não se importaria de um gargarejo rápido para
garantir que ela não tenha hálito matinal. Mas tudo era secundário à forma
como ele a fazia sentir no momento.
Antecipando o que ele faria em seguida, ela prendeu a respiração e

tentou não se mexer.
— Agora, — ele murmurou, depois de uma sucção suave de seu

mamilo. — Conte-me sobre o seu sonho.
Espere, o que? Experimentalmente, ela puxou seus pulsos; Ele

segurou-a apertado. Franzindo o cenho, ela balançou a cabeça para negá-
lo. ― Foi idiota.
Ele colocou as duas mãos em uma das dele. — Diga-me de qualquer

maneira.
— Por quê?

379
— Porque, — ele disse, então, suavemente sugou seu mamilo até que
sua respiração a deixou em um gemido vibrante. Enrolando a língua em
volta dela, ele puxou, deixando seu mamilo dolorosamente tenso. Ele
soprou contra ela, então sussurrou: — Eu quero saber.
— Você é diabólico.
— Estou incrivelmente ligado. — Seu olhar encontrou o dela. — E

incrivelmente determinado a levá-la a se abrir para mim.
— Se eu te contar, você vai parar de me provocar?
— Eu só vou parar se você não fizer.
Bem. Isso era um incentivo suficiente para levá-la falar. — É

realmente estúpido.
— A maioria dos sonhos parece assim uma vez que você está
acordado. Não tanto quando estão acontecendo.
É verdade. Ela tentou ignorar seu embaraço. — Eu... Eu estava no

escuro. — Seu rosto aqueceu. Como uma mulher adulta, ela não deve ainda
estar com medo do escuro.
Mas às vezes ela estava.
— Continue.
— Eu não podia ver muito, mas eu sabia que as pessoas estavam me

observando. — Não era necessário um psiquiatra treinado para saber por
que ela odiava chamar a atenção. — Eu podia ouvi-los nas sombras.
Cannon a acariciou, sobre seu cabelo, sua mandíbula, seu ombro. —

Isso soa muito horrível para mim.
Tinha sido. Mas ela sabia que Cannon, se alguma vez fosse
confrontado com essa situação, sonho ou realidade, teria bravamente
enfrentado a escuridão. Por fim, ela admitiu a pior parte. — Eu cheirava...
Querosene, também.
— Droga.
Mais do que a maioria, Cannon compreendia o significado disso, como

ela tinha sido ameaçada de ser queimada viva... O sonho, os sentimentos

380
latentes que ele tinha invocado, voltou, e ela começou a tremer, a

respiração tensa.
Ele beijou a bochecha dela, talvez para lembrar-lhe que ela não estava
sozinha, talvez apenas para levá-la a falar novamente.
— Mãos começaram a me agarrar. — Não importava o caminho que

ela virava, eles estavam lá. Ela olhou em seus belos olhos azuis. — Eu
estava pronta para gritar.
Muito gentilmente, ele perguntou: — Por que não?
— Acordei.
Silencioso, ainda acariciando-a, agora por seu lado e por seu quadril,
então de volta ao cabelo dela, Cannon a acalmou. — Todas as coisas
consideradas, isso é um pesadelo muito horrível.
Todas as coisas consideradas. Ela engoliu em seco e assentiu.
— Obrigada por me dizer.
Tão gentil e compreensivo. E tão valente. Sem pensar nisso, ela disse:
— Eu queria ser mais como você.
Ele deu uma risada rouca e se inclinou novamente para o peito. — Eu

sou eternamente ser agradecido que você não é. — Tomando a ponta de
seu mamilo em sua boca, ele tocou a sua língua nele.
Deus, ele era bom nisso. Provocar e acelerar a urgência.
Ela não era tão boa em tomá-lo. Esforçando-se em sua espera, ela
estremeceu. — Se você não vai seguir em frente, então, você tem que parar
com isso.
Para sua decepção, ele a soltou e sentou-se. — Sabe o que eu acho que
devemos fazer?
Sabendo que ela nunca iria entendê-lo, ela balançou a cabeça.
— Vamos pegar uma bebida, um suco para mim e um café para você.
— Ele acariciou a mão sobre a barriga dela, entre suas pernas. —Vamos
deixar as coisas ferverem um pouco.
— Ferver? — Ela já estava transbordando, maldito!

381
— Está quente o suficiente, mas a antecipação irá torná-lo mais ainda.

Podemos tomar banho juntos. O que você acha?
— Você vai fazer sexo comigo de novo?
Ele sorriu. — Conte com isso.
Ela o queria agora, mas ela também precisava ir ao banheiro e escovar

o cabelo, e limpar os dentes. — Eu gosto disso. É um bom plano.
Cético em sua rápida aceitação, Cannon se levantou. — Nós podemos

ir para o abrigo mais tarde hoje, para verificar os cães. E eu quero falar
com Margaret, certificar-me de que ela sabe de tudo o que aconteceu.
Ela pegou a mão estendida e saiu da cama. — Eu estava pensando que

pode não ser uma má ideia falar com Vanity, também. Ela pode ver se
Heath postou qualquer coisa on-line.
— Boa ideia. — Ela pegou a camiseta SBC do chão e puxou-a pela

cabeça, alisando-a no lugar, em seguida, levantou seu cabelo para fora do
decote. Seu olhar aqueceu. — Eu gosto de você na minha camiseta.
Suspirando, absorvendo a visão dele na luz brilhante da manhã, ela

admitiu, — Eu gosto de você nu.
Sem um pingo de modéstia, ele assentiu. — Bom saber.
Seu sorriso fez por ela tanto quanto seu corpo incrível.
— Mas e quanto a jeans até que voltemos para a cama?
Fazendo uma careta, ela disse: — Se você precisa.
Enquanto ele entrou no jeans ele lembrou a ela do que ele queria. —
Acho que poderíamos ter mais conversas feitas dessa maneira, não é? —
Sem se incomodar em puxar o zíper ou fechar a calça jeans, ele colocou um
beijo superficial na testa. — Faça o que você precisa fazer e eu vou pegar o
café que combinamos.
Ela observou-o se afastar, antecipação e pavor lutando dentro dela.

Esta manhã ele tinha as luvas de pelica de volta, mas com um limite. Tudo
essa provocação tinha sido... Ela se abraçou. Deliciosa.

382
De alguma forma ela o convenceu de que não era necessário ser tão
cuidadoso com ela. Ele não tinha necessidade de atender a sua psique,
para entender seus medos e fraquezas.
Em geral, preferia que ele simplesmente os ignorasse.
Talvez, uma vez que ela se abrisse totalmente para ele, ela seria capaz
de levá-lo a tratá-la como qualquer outra mulher.
Ela tinha sido privada por tanto tempo, não seria fácil. Mas ela o
desejava, todo ele, sem se conter.
E com isso em mente, ela decidiu apenas como fazer isso acontecer.

383
CAPÍTULO 22
Cannon parou no banheiro do corredor e apoiou as mãos na borda da

pia. Deus todo poderoso, ela deu um soco poderoso na sua libido. Afastar-
se dela quase tinha levado mais do que ele tinha nele.
Ele quis dizer o que ele disse. O acúmulo seria alucinante. Dada a
forma como ela era nova nisso, a parte do prazer, ele queria garantir que
ela estivesse confortável, tão pronta, quando ele poderia pegá-la.
Ontem à noite... Ele balançou a cabeça. Ele tinha faltado em paciência

e foi alto em luxúria. Não é a melhor combinação para alguém que lutou
para alcançar o auge.
Não que ela tenha lutado muito com ele, mas ainda assim...
Usando água fria, ele lavou o rosto, ignorou a sombra da barba da

manhã e rapidamente escovou os dentes. Sabendo que Yvette iria se
enfeitar um pouco, escovar os cabelos e, provavelmente, vestir calça jeans,
ele se dirigiu para a cozinha. Ele tinha acabado de chegar ao final do
corredor quando uma muito leve batida soou na porta.
Levantando uma cortina da janela, ele viu Armie parado lá. Bom. Com
Armie ele não teria que ser excessivamente educado. Ele abriu a porta
para ele, dizendo: — Você não pode ficar muito tempo.
Uma nota em sua mão, um pé na porta, Armie fez uma pausa. Ele
olhou para além de Cannon e quando ele não viu Yvette, ele sussurrou: —
Quer que eu saia?
— Nah. Cinco minutos está bom. — Sabendo que Armie o seguiria, ele
foi para a cozinha. — Eu queria falar com você de qualquer maneira.
Enquanto Cannon enchia a garrafa na pia, Armie puxou a cadeira da

mesa mais próxima da parede. — Isso estava em sua porta. — Ele
entregou-lhe a nota.
Cannon virou-a leu, “Rissy esteve aqui”. Ele sorriu. — Ela deve ter
vindo esta manhã, assumindo que eu ainda iria correr.
— Mas você não fez.

384
Ele balançou a cabeça. Não, ele ficou lá, apreciando o quão bonita
Yvette parecia em seu sono tranquilo. — Eu acho que quando Rissy não viu
as luzes habituais lá dentro, ela sabia que estávamos dormindo.
Armie esparramou na cadeira, as pernas estendidas, á vontade. — Ela

provavelmente estava preocupada.
— Sim. Eu não tive a chance de falar com ela muito ontem à noite, mas
agora eu sei que ela soube o que aconteceu.
— Ela partiu cedo, — disse Armie.
Cannon lhe lançou um olhar. — Notou isso, não é?
Dando de ombros, ele caiu um pouco mais.
— Eu vou dar-lhe uma chamada mais tarde, talvez levá-la para

almoçar. Acho que algum idiota deve ter ferido seus sentimentos. —
Cannon mediu os grãos de café na cesta. — Quando ela veio me dizer que
ela estava indo embora, ela parecia... Eu não sei. Triste.
Armie estava tão silencioso, que Cannon olhou para ele novamente.
Limpando a garganta, seu amigo estava sentado um pouco mais reto.

—Você a viu com alguém?
— Não, e você?
Armie balançou a cabeça. — Quero dizer, ela se ligou com alguns

caras, mas nenhum deles fez qualquer coisa para aborrecê-la.
— Não, — ele concordou. Todo mundo gosta de Rissy, e por que não?
Ela era engraçada, inteligente e bonita.
Armie sentou-se para frente. — Você não acha que ela se envolveu
com aquele ex idiota dela de novo, não é?
— De jeito nenhum. — Ele se virou para enfrentar Armie. — Ela não é

falsa.
— Certo. — Ele começou a relaxar, novamente.
Vendo o seguimento perfeito, Cannon disse: — Mas, falando de

estúpidos...

385
— Estávamos?
— O que diabos você estava fazendo com Mindi Jarrett?
— Nada.
Ele parecia sério, levando Cannon a bufar. — Essa é a primeira vez

para você, então. — Armie não faz segundos encontros, a menos que ele
conseguisse o que queria e muito mais no primeiro.
— Bem, eu estava planejando todos os tipos de merda divertida,

porém ela me despachou.
Desconforto pesado afundou em Cannon. — Ela não estava com você

na noite passada?
— Você sabe que ela não estava. Inferno, eu estava fora, em frente ao
bar com você, lembra?
Ele acenou que embora. — Depois disso, eu quero dizer. Quando

Yvette e eu saímos.
Armie começou a responder, mas ele recebeu um texto. — Dê-me um

segundo. — Ele se acomodou de novo, lendo a mensagem em seu telefone.
Sabendo que isso poderia ser qualquer coisa, desde negócio com o
centro de recreação, sua próxima luta ou uma mulher, Cannon voltou a
fazer o café. Assumindo que Armie gostaria de algum, também, ele pegou
duas canecas e estava derramando-a quando sentiu duas mãos pequenas e
macias vir em torno dele, indo infalivelmente para sua calça.
Isso foi surpreendente o suficiente, mas então ele sentiu seios nus em
suas costas.
Ele quase deixou cair a garrafa, mas conseguiu colocá-la rapidamente

na pia.
Mais ou menos ao mesmo tempo, a cadeira de Armie bateu no chão.

Cannon girou a tempo de ver Armie virando as costas.
Finalmente percebendo que eles não estavam sozinhos, Yvette gritou,

saltando para trás de Cannon.
Com uma das mãos apoiando na parede, a outra esfregando a nuca,

Armie disse: ― Olá, Yvette.

386
Yvette murmurou, — oh, meu Deus, oh, meu Deus, oh, meu Deus.
— Bundão, — Cannon disse a ele enquanto se aproximava dela, e

percebendo que ela estava completamente nua. — Mantenha seu nariz à
parede!
— Sim, com certeza. — Os ombros de Armie se moveram. — Já vi tudo

de qualquer maneira.
Cannon rosnou. — Cale a boca, porra.
Ele começou a rir silenciosamente.
Para surpresa de Cannon, Yvette fez, também. Entre sinceros “Oh,

meu Deus”, lamentações, ela gemeu e riu, e até mesmo amaldiçoou um
pouco.
— Vamos. — Mantendo-a escondida atrás dele, um olho em Armie, ele

a levou de volta para o corredor. Para Armie, ele disse: — Não se mova! Eu
já volto.
— Será que você não quer que eu saia daqui?
— Fique. — Ele tinha uma dúzia de perguntas para Armie.
Ainda mantendo seu olhar desviado, Armie concordou.
Logo que estavam fora da cozinha, Cannon puxou Yvette em torno

dele para que ele pudesse proteger a parte de trás dela.
E que bela traseira era.
Ela ainda estava rindo, então, ele deu a ela um golpe naquela
deliciosa bunda.
Ela saltou, colocou as duas mãos lá e começou a rugir com o riso. A

boca de Cannon também se contraiu.
No quarto, ele fechou a porta e se apoiou nela. Poderia um homem

estar mais dividido?
Seu melhor amigo tinha acabado de ver Yvette nua.
Yvette queria-o o suficiente para vir até ele, na cozinha, nua.

387
Ele não tinha certeza do que diabos fazer.
Com os braços agora ao redor da sua cintura, ela caiu para sentar na
cama e tentou segurar sua risada.
Maldição, ela estava linda. Seus longos cabelos escuros pendurados

suaves sobre os ombros, ao redor de seus seios, brincando de esconde-
esconde com seus mamilos rosados. O cabelo entre suas pernas era tão
escuro, um forte contraste com sua barriga pálida e parte interna das
coxas. Ela parecia doce e macia por toda parte.
Claramente, ela esperava tirá-lo de sua conversa.
Cannon cruzou os braços. — Armie só acabou de ver sua bunda de

fora.
— Eu sei. — Mais risadinhas a atormentaram. — Ele quase caiu da

cadeira.
Seu sorriso ficou torto. — Nenhum de nós jamais vai ouvir o final
disso.
Enxugando os olhos, ela sorriu para ele. — Você poderia ter me dito
que tínhamos companhia.
— Achei que você nos ouviu conversando.
— Eu estava escovando meus dentes, lavando e usando o meu

secador para alisar meu cabelo. — Seu sorriso brincou. — E pensando em
tudo o que eu queria fazer com você.
Ele não podia esperar para descobrir o que poderia ser.
Embora ela ainda estivesse com a face cor-de-rosa por ter sido pega,
ela ficou de pé, braços ao seu lado, e o deixou olhar para seu corpo. ― Eu
estava esperando para descarrilar você um pouco.
— Eu sei. — Mas ele não iria deixá-la.
— Quer saber como? — Ela lentamente se aproximou dele, aquele

pequeno sorriso sexy ainda no lugar.
— Você está nua. Você tentou agarrar meu pau. — Ele arqueou uma
sobrancelha. —Tenho certeza que posso adivinhar.

388
Quando ela chegou a ele, ela passou as mãos pelo seu corpo.
Suspirando entrecortada, ela sussurrou: — Ontem à noite, o jeito que você
estava...
Enlouquecido de desejo. — Sim?
— Eu realmente amei isso. — Ela se inclinou e beijou seu peito. — Eu

estava indo para fazer um acordo.
— Tudo certo. Vamos ouvi-la. — Melhor agora, com Armie esperando

para que ele não pudesse facilmente desistir. Ter um amigo na distância de
ouvir, praticamente garantia que ele não iria deixá-la torcê-lo em torno de
seu dedo mindinho.
Ainda beijando-o, roçando o nariz sobre seu cabelo no peito, tocando

levemente a língua em seu mamilo direito, ela disse: — Eu vou parar de
tentar... Ser tão fechada com você, se você parar de me tratar como
porcelana fina. — Ela deu uma mordidinha em seu músculo peitoral, em
seguida, olhou para ele com seus grandes olhos verdes quentes e com
fome. — Como posso deixar o passado da garotinha assustada que eu
costumava ser, se você não pode?
Era isso o que ela pensava?
Era assim que ele tinha sido?
Do corredor, Armie gritou: — Eu estava disposto a esperar por vocês

dois pegarem uma rapidinha, mas se você acha que eu estarei esperando
em torno de preliminares prolongada, esqueça.
Sorrindo, Cannon colocou sua testa na dela. Incapaz de se conter, ele

passou as mãos pelo corpo, pela cintura, por cima dos quadris, para cobrir
seus seios. Ele precisava tocá-la pelo menos uma vez.
— Cannon, — ela sussurrou, parecendo escandalizada. — Eu não vou

fazer nada agora, não com Armie lá fora!
O sorriso pequeno se transformou em um sorriso enorme. — Eu não

iria pedir isso para você. Depois que ele sair, entretanto... — Ele a puxou
para cima e tomou sua boca em um beijo, acariciando sua língua
profundamente. — Então, você pode pagar-me todas estas promessas que
você está fazendo. — Ele afastou os dois da porta. — Vista-se, ok?

389
Ela golpeou-o. — Agora que eu sei que não estamos sozinhos, você
pode contar com isso!
Ele beijou-a mais uma vez, um beijo firme e deixou-a, fechando a

porta atrás de si.
Na cozinha, Armie se encostou na pia, bebendo uma xícara de café.

Assim que ele viu Cannon começou a sorrir novamente. — Meu coração
quase parou. Meus olhos ainda estão chamuscados.
— Cale a boca. — Abandonando a ideia de suco, Cannon derramou

sua própria xícara de café. Ele precisaria da cafeína para limpar a cabeça.
— Você tem a minha simpatia, cara.
Perdido em seu significado, Cannon lhe lançou um olhar.
Suave e sensual, Armie cantarolou: — Ela está bem.
Ela estava, mas, caramba, ele não queria discutir seu corpo nu com
ninguém. — Eu lhe disse para calar a boca.
— E aqui está você, preso na cozinha comigo. — Apenas meio

escondendo sua diversão, Armie tomou um gole do café. — Você tem
certeza que não quer que eu tire o rabo daqui?
— Não, eu não tenho. — Indicando a mesa, ele disse: — Sente-se.
Despreocupado, Armie montou uma cadeira. — Suas prioridades são

merda, cara. Eu também estaria assim.
— Você está empurrando a sua sorte.
— Sim, eu quis dizer, se você não tivesse bloqueado, sabe? — Ele

colocou a caneca de lado. — Dado que ela apenas tentou molestá-lo na
cozinha, eu estou supondo que as coisas estão no bom caminho?
Para parar a sua espetada, Cannon sentou em frente a ele e lhe deu
um olhar fixo. — Então, você não estava com Mindi na noite passada?
Tendo deixado algum sentido nele, Armie deixou-o ir e cravou os

dentes em um novo tópico. — A cadela vadia estava toda sobre isso, até
que ela não estava mais lá. Deixou-me sem uma palavra.

390
Novas suspeitas romperam velhas teorias. — Onde você acha que

Heath foi a noite passada?
A interrupção não o perturbou. ― A minha aposta é que ele foi direto

para um médico. Ambos sabemos como é um ombro deslocado. Como o
miserável fodido foi embora... —Armie balançou a cabeça. — Não que
você ou eu não pudéssemos aguentar, mas ele não é treinado. Grande, com
certeza. Parecia que ele treinava num ginásio com frequência suficiente.
Mas eu duvido que ele já tenha quebrado algo ou sido atingido assim antes.
Ele parecia estupidamente atordoado quando você o machucou
Como uma tempestade, um furacão retorceu Cannon mais uma vez.

Ele rolou os ombros, lutando contra o feio aperto de raiva. ― Você não
acha que ele seria capaz de causar mais problemas?
Bufando, Armie disse: — Claro que não. Se ele encontrou alguém para
colocar o ombro no lugar, bem, isso dói, também. E se não, ele
provavelmente está enrolado em algum lugar chorando. Por quê?
Cannon inclinou a cabeça na direção da janela da cozinha. — Você não

está realmente atento hoje, não é?
— Eu vi isso, — ele se defendeu. — Eu só achei que você colocou a

placa para ser mais seguro, ela estando tão nervosa e tudo.
Cara quente e olhar em seus pés descalços, Yvette entrou. — Eu não

estou nervosa.
Ela usava um vestido branco que abraçava seus seios, depois

deslizava cheio de lá até os joelhos. O material girou em torno de suas
pernas quando ela chegou à mesa. Ela parecia suave e fodidamente
virginal e ele a queria mais do que nunca.
Com o sorriso se acomodando no lugar, Armie relaxou mais em sua

cadeira. — Oi, Yvette.
Ombros curvados, a cabeça para baixo, de modo que seu cabelo

escondia metade do rosto, ela disse: — Fique calado, Armie.
— Mas nós somos... Camaradas de bunda agora, certo?
Ela gemeu.
— Quer que eu te mostre a minha bunda, apenas para torná-lo oficial?

391
Ela espiou acima. — Isso é tudo que você viu?
— Não.
Gemendo, ela cruzou os braços sobre a mesa e baixou a cabeça. Cara

abafada, ela perguntou a Cannon, — Você pode calá-lo?
— Claro, se é isso que você quer.
Inclinando-se para ela, Armie disse: — Ele pode rasgar a minha

língua, mas a imagem estará sempre estampada em meu cérebro.
Cannon começou a interceder, mas Yvette o espancou. Ela plantou

uma palma no rosto de Armie e empurrou-o de volta. — Pirralho.
— Gostosa.
— Deus! Desista, Armie. — Ela endireitou os ombros dessa forma

agora familiar. —Nós dois somos adultos.
— E temos visto muitas pessoas nuas?
Ela se curvou novamente e em uma pequena voz perguntou: — Será

que você realmente viu tudo?
Rindo, ele pegou a mão dela e deu-lhe um aperto. — Honestamente,

querida, assim que eu percebi o que eu estava vendo, eu virei tão rápido
que quase acertei a parede.
— Promessa?
— É tudo um borrão. — Levantando as sobrancelhas, ele acrescentou,

— Um vermelho quente, sexy como o inferno borrão, mas ainda assim...
Ela retirou a mão. — Novo tópico! — Em seguida, a Cannon, — Então,

você acha que Heath estava muito ferido para estar aqui quebrando
janelas e me assustando sem sentido?
— Você não estava sem sentido, — disse ele distraidamente, distraído

com o que ele tinha acabado de presenciar. — Você manteve a cabeça fria
e fez exatamente o que deveria.
— Logo depois que eu gritei.
—Sim, depois disso. Mas qualquer pessoa pode ficar assustada.

392
— Ah, querida. — Armie interveio no esforço de tranquilizá-la. —

Você foi uma rocha na noite passada, depois que o idiota tentou agarrá-la.
— Ele apertou seu ombro. —Impressionou-me muito.
Cannon tentou protestar, mas ele tinha que ser completamente justo.
Armie, o cara que nunca chegou perto de agradáveis meninas, nem mesmo
se elas estivessem ligadas a outro homem, obviamente se tornou amigo de
Yvette. Ele estava completamente à vontade com ela, cuidando,
engraçado... como com ele mesmo.
Incrível.
Ah, claro, Armie poderia ser simpático com qualquer um. Ele era bom
para Harper, a namorada de Gage, mas Harper era quase como um dos
caras. Armie manteve suas interações com ela superficiais. E ele sempre
foi respeitoso o suficiente, embora distante, com Rissy.
Mas com Yvette, a mais bonita das meninas agradáveis, ele era o
mesmo bom amigo que Cannon conhecia tão bem.
Yvette tinha feito o que nenhuma outra mulher poderia, ela tinha
chegado perto de Armie.
Armie fez uma careta. — O quê?
Ele se conteve e deu de ombros. — Nada.
— Dane-se isso. Você está olhando para mim como se tivesse crescido
uma segunda cabeça em mim, dissecando-me ou algo assim. Eu quero
saber por quê.
— Você não está dando em cima de Yvette.
Ele achatou para trás em sua cadeira. — O quê? De jeito nenhum! Eu

não faria isso. —Ele olhou para Yvette. — Sem ofensa.
Ela sorriu para ele. — Nenhuma tomada.
— Mas, porra, cara, só porque ela me mostrou os produtos ...
— Armie!
― Não significa que eu faria o impensável!

393
— Sim, isso é o que eu disse. — Cannon sabia 100 por cento. Ele
confiava em Armie sem reservas.
— Então... O quê?— Com a expressão feroz, Armie latiu, — faça

sentido, porra.
—Tudo bem. — Se ele estava certo, eles tinham um grande problema

em suas mãos. —Eu não acho que Heath estava aqui ontem à noite. Acho
que foi Mindi.
Ambos, Yvette e Armie, ficaram boquiabertos.
— Eu sei que parece loucura, mas me ouça. — Inclinando-se para

frente, com os cotovelos sobre a mesa, Cannon detalhou suas suspeitas,
colocando Armie por dentro de tudo o que tinha acontecido. — Ela tem
estado em mim, quente e pesado, de forma irracional.
— É verdade, — Yvette concordou. — Mas eu achei que ela só queria

você, como todo mundo faz.
Armie teve de esfregar seu sorriso sobre isso.
— Eu estava realmente confusa quando ela foi atrás de Armie, na

outra noite.
— Fiquei aliviado, — Cannon disse a ela. — Até que descobri que ela
não estava com ele depois de tudo.
— Concordar em ir para casa comigo significava que ela não estava

tão empenhada em tê-lo, — Armie meditou em voz alta. — Não é
completamente estúpido pensar que você tomaria o segundo saque.
— Eca. — Yvette fez uma careta para ele.
— Não diretamente segundo, — Armie lhe disse com uma risada. —

Eu quis dizer que Cannon não leva sobras de outros homens. Se eu
colocasse as mãos sobre ela, ele nunca faria isso.
— Bastante detalhista sobre as maneiras de Cannon, — ela anunciou,

em seguida, virou-se para Cannon. — Então, você assumiu que ela estava
com Armie noite passada?
— Sim, assim eu nunca a considerei. Mas talvez quando tudo

aconteceu, ela viu sua oportunidade, sabendo que eu estaria amarrado por

394
um tempo. — Ele acenou para o telefone de Armie. — Eu suponho que

eram mensagens dela para você?
— Não, só o promotor. Eles estão indo para fazer o show em estilo

torneio.
Yvette não entendeu, então Cannon explicou, — Ele vai lutar mais de
uma vez.
— Enquanto eu continuar vencendo, — Armie esclareceu.
— Como eu disse. Você vai lutar mais de uma vez. — Ele conhecia a
capacidade de Armie, mesmo que Armie escolhesse minimizar isso. — É
feito como um torneio de luta livre. Vencedores continuam avançando.
Fascinada, Yvette começou a fazer mais perguntas, mas Armie sacudiu

isso.
— Só porque Mindi não estava comigo ontem à noite, não significa

que ela correu até aqui para causar estragos em suas janelas.
— Não. Mas eu peguei o cheiro dela.
Yvette levantou as sobrancelhas.
Armie gargalhou. — Desde quando você é um cão de caça?
— Desde nunca. Mas ela usa aquele maldito perfume avassalador.
Yvette inclinou-lhe um olhar. — Eu acho que é realmente caro.
— Tanto faz. Eu não gosto disso. — Ele tomaria a própria fragrância

pessoal de Yvette qualquer dia. Mas pensar sobre isso, sobre sua pele,
cabelo e excitação, o colocaria em apuros. — Eu particularmente não gosto
de como ela o usa, tão espesso. Logo depois que eu notei a janela quebrada
na garagem, eu senti o cheiro, mas não registrei. Eu estava tão
determinado a pensar que era Heath. que eu perdi totalmente o
significado.
Yvette de repente se animou. — Lembra quando passou aqui? Ela

estava terrivelmente curiosa sobre o que tínhamos nas caixas.
— Eu sei. — Cannon estendeu a mão, satisfeito quando ela colocou a

dela nele. Tocá-la parecia ser um requisito de todas as circunstâncias. —

395
Acho que o seu avô poderia ter tido algo dela, talvez algo penhorado, e ela
está esperando para recuperá-lo.
— De maneira ilegal? — Yvette franziu a testa. — Por que não nos

pergunta?
— Boa pergunta, — disse Armie. Ele levantou. — Eu sei que vocês

dois estavam planejando fazer o desagradável e tudo aquilo...
— Armie!
― Mas o que você diz de darmos outra olhada naquele cofre primeiro?
Em uma reviravolta rápida, Yvette parou de censurar Armie e se

levantou para se juntar a ele. — Ele estava escondido! — Ela puxou a
Cannon. — Eu tinha quase esquecido sobre isso.
Mantendo a mão na sua, Cannon novamente gostou de sua

camaradagem fácil. — Eu acho que nós precisamos descobrir o que está lá
dentro.
— Devo ir ou ficar? — Perguntou Armie.
Lembrando os seus planos, Yvette mordeu o lábio, depois protelou

para Cannon.
Porra, ele a queria, mais do que nunca. Que ela conseguisse que Armie
se abrisse a fazia mais amável. Não que ela precisasse de muita ajuda
nesse departamento.
Quanto mais tempo passava com ela, mais convencido estava de que
ele sempre a amara. Mesmo quando ele se dizia que era muito jovem.
Mesmo quando ele fez o seu melhor para lembrar que ela era uma vítima.
Muito antes de ela ter ido embora. De tantas maneiras, ela sempre tinha
apelado para ele. Ao ser ousada, tímida, determinada ou com medo. Ele
lutou com o inevitável por um tempo muito longo
Agora que ele tinha acabado de lutar, ele não estava prestes a deixar
que nada acontecesse com ela.
— Nós o perdemos de novo, — disse Armie em um sussurro

exagerado. — Então... Eu poderia dar-lhe uma hora.
Cannon ainda não conseguia distinguir as palavras.

396
— Duas horas? — Armie ofereceu, conseguindo parecer

impressionado.
Balançando a cabeça, Cannon disse, — Eu poderia precisar de mais

tempo do que isso.
— Porra, cara, não há razão para se mostrar.
— Eu estava falando de uma vida.
Armie se transformou em sorrisos.
Cannon esperou para ver como reagiria Yvette.
Indulgente, indiferente ao fato de Armie estar ali em alerta e

aparentemente sem medo por sua proclamação, ela se aconchegou em seu
peito. Talvez ela tivesse entendido mal, ou pensado que ele estava apenas
preso ao momento. Talvez ela pensasse que ele falava apenas em termos
sexuais. Mas ela acariciou seu peito e olhou para ele com grandes e
compreensivos olhos verdes. — Podemos nos preocupar com o cofre mais
tarde, se é isso que você quer.
— Bastardo sortudo, — Armie sussurrou.
Livre pela sua própria admissão, Cannon levantou o queixo dela e

beijou-a, mas antes que Armie fugisse, ele terminou. — Vamos ver se
podemos encontrar uma chave e passar o código. Eu quero saber o que
está nesse cofre.

397
CAPÍTULO 23
YVETTE passou por todas as gavetas, em seguida, por trás das

gavetas, tentando encontrar a chave e passar o código. Armie e Cannon
verificaram o topo do buffet e um frigorífico, os armários altos, cada lugar
alto que ela não poderia alcançar. Eles ainda voltaram para a garagem e
para o sótão, para ver se eles tinham perdido alguma coisa lá em cima.
O espaço em cima da garagem estava agora vazio.
Finalmente Armie disse: — Que tal no quarto de seu avô?
Ela e Cannon se entreolharam.
Um pouco constrangida com a verdade, ela balançou a cabeça. — A

não ser de quando voltei pela primeira vez, eu não estive lá. — Ela pensou
sobre isso muitas vezes, mas a perda ainda era muito dolorosa.
Cannon a abraçou. — Eu não estive lá, também. Eu só deixei minhas

malas no quarto de hóspedes.
Deixou as malas... E, então, se mudou para seu quarto com ela.
— O quarto com apenas uma cama de solteiro? — Perguntou Armie,

familiarizado com o layout da casa. — Não ficou apertado?
Mesmo antes que Armie começasse, Yvette mordeu o lábio e seu rosto
aqueceu.
Vendo isso, Armie deu um sorriso. — Ah. Nunca usou aquela pequena
cama, hein? Agradável. — Ele tentou golpear Yvette, mas ela se recusou a
brincar, batendo nele. Ele conseguiu transformar isso em uma batida de
palma, no entanto, e ela acabou rindo.
— Então, não querendo ser desrespeitoso ou qualquer coisa, mas

você acha que nós poderíamos olhar em volta? Quero dizer, se eu tivesse
algo privado, as probabilidades são de que eu iria colocá-lo em algum lugar
no meu quarto.
Concordando, Yvette liderou o caminho pelo corredor. — Não me

lembro de alguma vez vovô armazenar algo relacionado com o negócio em

398
seu quarto antes. Ele sempre manteve a papelada no cofre e buffet, na sala
de jantar. Não que eu estive muito em seu quarto, geralmente apenas se
fosse a minha vez de limpar a casa. Então, eu entraria apenas para passar o
aspirador de pó. — Ela abriu a porta e entrou.
Luz solar derramava através das cortinas sobre a janela, mostrando

partículas de poeira dançando no ar perturbado. Sua cama parecia a
mesma, O chenille5 simples espalhava-se cuidadosamente alisado sobre
dois travesseiros padrão.
Cortes e arranhões, ganhos através de anos de uso, apareciam na

cômoda escura. Um prato raso em cima de uma mesa de cabeceira, tinha
umas moedas e alguns recibos antigos.
Yvette se conteve. — Não tenho certeza se me sinto bem com as

coisas dele. — Como Armie havia dito, coisas pessoais eram armazenadas
em um quarto. Ela não sabia muito sobre a vida privada de seu avô; para
ela, ele só tinha sido um avô. Mas, para o resto do mundo, ele ainda era um
homem.
Seria possível que ele tivesse tido um romance ou dois? Ela sorriu,
imaginando-o com uma revista feminina escondida debaixo do colchão. Ou
uma carta de amor.
Cannon e Armie tanto esperaram ela decidir o que ela queria fazer.
Ela caminhou até uma foto emoldurada sobre a cômoda. — Esta era a
minha avó. Eu nunca a conheci, mas eu sabia que vovô nunca deixou de
amá-la.
Próxima a esta tinha uma foto menor enquadrada.
Cannon levantou, sorrindo. — Você?
— Quando eu vim aqui pela primeira vez. — Ela era tão jovem e tão
incrivelmente perdida. Na foto, ela parecia tímida e um pouco assustada...
Mas seu avô tinha consertado isso. Ele a amava, e lhe dera um lar, um
propósito e um lugar para chamar de seu.
Enfiado na grande moldura do espelho sobre a cômoda, havia mais

fotos dela. Fotos da escola, fotos espontâneas, algumas dela na casa de
penhores.
5
Tipo de tecido.

399
As emoções se transformaram em uma dor física, seu coração

literalmente machucado. — Sinto muita falta dele.
Cannon rodeou-a com os braços e colocou o queixo sobre a cabeça. ―

Quer que Armie e eu examinemos suas coisas? Além de procurar uma
chave, não vamos nos intrometer.
Ela pensou um pouco, mas eventualmente tudo no quarto teria de ser

guardado de qualquer maneira. Era seu dever fazê-lo.
Ela colocou as mãos sobre a dele, se apoiou nele. — Obrigado, mas eu

posso ajudar.
— Tudo bem. — Ele deu-lhe um aperto e se afastou. — Onde devemos

começar?
Considerando isso, ela olhou para Armie... E o encontrou estudando a

lâmpada de cabeceira. — Armie?
— Sim. — Ele sorriu. — Eu voto em começar por aqui. — Ele levantou

a antiquada lâmpada de dois bulbos e mostrou a chave no interruptor de
puxar. Debaixo da lâmpada, enfiada na base de latão, havia um pequeno
quadrado de papel.
Uau. Poderia ser realmente assim tão fácil?
Excitação encheu o ar. Eles estavam super curiosos quanto ao que

eles encontrariam.
Empurrando-a para frente, Cannon disse: — Você deve fazer as

honras.
Hesitante, ela pegou o papel, desdobrou-o com Armie e Cannon

olhando por cima do ombro, e com certeza, o código de acesso estava
escrita na letra ousada de seu avô.
Nesse momento, o toque do telefone celular de Armie rompeu o

silêncio. Assustou-a o suficiente para que Yvette quase pulasse.
— Desculpe, — disse Armie e pegou o telefone do bolso. Ele

respondeu sem verificar o identificador de chamadas, dizendo: — Olá?—
Enquanto observava Cannon desenganchar a chave. — Sim, aqui é Armie
Jacobson. O que posso fazer por você?

400
Quem quer que o cumprimentou o fez enviar as sobrancelhas para o

alto. — Na verdade, você está com sorte, porque ele está aqui. — Ele
estendeu o telefone para Cannon. — Para você. O ex merda.
Em contrapartida de Armie, as sobrancelhas de Cannon caíram em

uma carranca escura. — Como diabos ele tem o seu número?
— Ele chamou o centro de recreação em busca de você, e eles o

colocaram para mim.
Yvette agarrou seu pulso antes que ele pudesse pegar o telefone. O
colocou no viva-voz e, em seguida, entregou a ele.
Cannon aceitou, dizendo com uma inflexão média, — Heath. Como

diabos está você?
Yvette lentamente afundou para sentar no lado da cama.
Ainda segurando a chave, Cannon se juntou a ela em um lado.
Armie sentou no outro.
Embora seu retorno a Ohio estivesse cheio de tumulto, naquele

momento sentiu uma paz tão incrível. Ela tinha muito mais do que muitas
pessoas sempre esperavam obter da vida. Ela tinha uma casa. Ela tinha
amigos incríveis. Ela tinha sido amada por seu avô.
E, pelo menos por agora, ela tinha Cannon.
Inclinando-se para Armie, ela lhe deu um abraço. Ele vacilou, em

seguida, bateu no ombro dela de uma maneira confortável.
Suspirando, ela se acomodou contra Cannon. Ele colocou seu braço ao

redor dela, puxando-a para mais perto ainda.
Depois do que pareceu uma eternidade, Heath disse: — A porra do

meu braço estava quebrado. — e ele parecia um menino petulante.
Intercalado entre homens tão impressionantes, homens de honra e

caráter, como poderia evitar, senão ter pena de Heath?
O sorriso de Cannon se arregalou. — Não quebrou amigo. Eu só

desloquei seu ombro.
— Mesma coisa.

401
—Eu estou supondo que você nunca teve um osso quebrado, certo?
Mas hey, volte e posso mostrar-lhe a diferença.
Através da respiração tensa, Heath disse: — Eu quero falar com

Yvette.
— Não. Algo mais?
— Alguém invadiu a casa onde ela está hospedada.
Seu coração saltando em um galope, Yvette empurrou. Cannon a

apertou para mantê-la quieta.
Como se isso não importasse, ele perguntou: — O que você sabe sobre
isso?
— Eu sei que não fui eu.
Embora ele tenha acabado de chegar à mesma conclusão, Cannon deu

de ombros. — Isso se encaixa no seu modo operandis, cagão.
— Mas não foi eu.
— Como você sabe onde ela está ficando?
Mais respiração. — Logo que cheguei à cidade eu fiz o meu negócio

para saber tudo sobre ela. — Ele deixou escapar, — para protegê-la!
— De quem? Você a está incomodando.
— Obviamente eu não sou o único!
Não o único, então isso significava que Heath admitia que ele era um
problema?
Cannon teve seu braço apertado ao redor dela, sua mão em sua
cintura. E agora Armie acariciou seu joelho.
Será que ambos pensam que ela precisava ser advertida novamente
para ficar em silêncio?
Ela soltou uma respiração lenta e sorriu para deixá-los saber que ela
não era uma idiota.
— Quem mais está, Heath?

402
— Eu não sei, é por isso que eu estou te avisando.
— Avisando-me?
— Deixando você saber, para que você possa mantê-la segura! — Em

uma tentativa de recuperar a calma, ele respirou fundo, uma, duas vezes.
— Passei pela casa só para... Ver como ela estava.
— Uh-huh.
Deus, eles teriam que deixar Margaret saber. Ou talvez ela precisasse
ficar em outro lugar por um tempo.
— Por que eu iria entrar? — Heath desafiou. E, em seguida, levantou a

voz: — Eu quero Yvette, ela, carne e sangue. Não as coisas dela.
Cannon se levantou, com os músculos ao longo de seus braços e

ombros agora apertados. — Aproxime-se dela novamente, ― ele disse em
um sussurro mortal, ― e eu farei mais do que deslocar seu braço de merda.
O silêncio se estendeu até Yvette pensar que Heath tinha desligado.
Cannon, aparentemente, não o fez. — Eu restabeleci meu próprio

ombro algumas vezes, Heath. Você conseguiu isso?
— Não, idiota. Mas eu encontrei alguém que pudesse.
— Sim? Você chorou?
— Foda-se. ― Mais uniformemente agora, Heath disse: — Eu não sou

o único que invadiu. Agora, você vai protegê-la ou não?
— Maldito seja.
— Bom. Então, eu vou para casa. Apenas... Apenas diga a ela. Diga a
ela que eu a amo. Que eu sinto muito. Você vai fazer isso?
Aparentemente Heath tinha usado toda a boa vontade de Cannon. —

Vou dizer a ela que você está fora de sua vida para sempre. Como é isso?
Heath gritou, um som primal de frustração selvagem que fez Yvette

tremer e Armie levantar.
E, então, ele desligou.

403
— Puta merda, — Armie respirava. — Esse cara está seriamente

desequilibrado.
Aturdida, Yvette se levantou e foi para Cannon. Ele manteve suas

costas para ela, seus ombros rígidos, suas mãos grandes apertadas em
punhos.
Incerta sobre seu estado de espírito, ela tocou em seu braço.
Como se isso o tivesse desencadeado, ele a puxou para frente dele,

enlaçou uma mão em seu cabelo, e a atraiu para um beijo quente, duro, que
parou o coração. Quase tão logo começou, ele suavizou, a sua mão
massageando o couro cabeludo.
Ela entendeu. Heath esteve perto da casa. Ele a observou, talvez a

seguiu. Ficou doente em pensar nisso.
Então, eles precisavam pensar em outra coisa.
Inclinando o rosto de Cannon, ela se afastou. — Vamos abrir o cofre.
***
Uma arma, nada sofisticada ou incomum, apenas um revólver Smith &

Wesson 38, armazenado dentro de um estojo. A grande questão, Cannon
sabia, era por que Tipton a tinha guardado com tanta segurança.
Antes de abrir a caixa, ele levou-a até a mesa da cozinha. Agora todos
se sentaram ao redor, cautelosos, curiosos.
Pensou na nota que Tipton tinha deixado. Vender exigirá o

esvaziamento da casa e isso vai trazer problemas diferentes para ela.
Era esse o problema que Tipton queria dizer?
— Vovô nunca pegou armas para a casa de penhores. — Ao lado dele,

Yvette mudou de posição. — Você acha que ele a trancou porque foi usada
em um crime?
— Isso é tão bom quanto qualquer um palpite. — Ele queria verificá-

lo, ver se ele estava carregado, mas na chance que tivesse impressões
digitais sobre ele... O gatilho era preto, o barril polido. Parecia novo, não
ameaçador.
Ninguém o tocaria, apenas no caso.

404
Armie montou uma cadeira. — Acho que nós deveríamos ir ver

Mindi?
— Eu acho, — Cannon disse: — precisamos chamar Logan e Margaret.
Da porta da cozinha, uma voz se intrometeu. — Isso não é necessário.
Como um, eles se viraram para ver Frank Whitaker em pé, em alerta.
Ao contrário de seu escritório, ele tinha um foco nítido agora, e uma Glock
de 9 mm.. Cannon podia ver com clareza e não tinha dúvida de que estava
completamente carregada.
Quando ele acomodou Yvette atrás dele, ele perguntou: — Como você
entrou?
Whitaker levantou uma chave na mão esquerda. — Fizemos uma

cópia. — Em sua mão direita, ele manteve a Glock estável. — Não há
necessidade de procurar Mindi. Ela se foi.
— Foi para onde? — Perguntou Armie, dando um passo para longe de

Cannon.
— Não, não se mexa. — A arma balançou de um lado para o outro,

abrangendo todos eles. Depois embolsando a chave, Frank usou seu
antebraço para limpar o suor da testa. — Eu não quero machucar
ninguém, então, por favor, não me obrigue a fazê-lo.
Mantendo-se na moldura da porta, fora do alcance, a mão da arma

estendida, não totalmente relaxado, Whitaker indicou a mesa. — Sentem-
se. Todos vocês.
Cannon puxou uma cadeira para Yvette, atrás dele. — O que você
quer?
— O estojo, em primeiro lugar. Mindi tinha certeza de que vocês o

tinham, e ela não iria deixá-los. Eu disse a ela que não importava. Eu
implorei que ela deixasse. Mas ela não iria parar...
— Você não a machucou, não é, Whitaker?
— Machucar Mindi? Não, claro que não. Eu a amo.
Cannon sentiu a mão de Yvette em suas costas, assegurando que ela

ainda estava bem. Com tudo o que ela passou, ninguém iria culpá-la se ela
desmoronasse agora.

405
Mas ela não o fez. Ela ficou calma, acariciou seu ombro, e ele estava
tão danado de orgulhoso dela.
Enquanto ela ficasse segura, escondida atrás dele, ele poderia lidar
com qualquer outra coisa. — Onde ela está?
— Ela me deixou.
— Ela estava realmente com você? — Armie olhou para ele, da sua
cabeça careca a sua barriga em expansão. — Cara, sério?
— Ela me amava!
— Foi o que ela lhe disse?
Droga, Cannon sabia exatamente o que estava fazendo Armie.

Atraindo o fogo.
Sacrificando-se, se isso acontecesse.
Recuperando a atenção de Whitaker, Cannon disse: — Eu sabia que

algo estava acontecendo entre vocês dois.
— Claro que você não fez. Mindi me disse que estava ficando mais
perto de você, como uma forma de localizar a arma, é claro.
— Não importa, — Cannon insistiu. — Eu ainda sabia. Suponho que

qualquer um que estivesse ao seu redor sabia disso.
— Como? — Desesperado por uma migalha, Whitaker se aproximou.

— Como você sabia?
— O jeito que ela olhava para você. Era mais familiar do que o de uma
assistente para um chefe.
Amaciando, Whitaker sorriu.
— O que isso tem a ver com qualquer um de nós? — Perguntou

Armie.
— Não tem nada a ver com você. — Ele se dirigiu a Cannon. — Mas
você... Você não vendeu tudo como deveria ter feito. — Ele se inclinou para
o lado para que ele pudesse ver Yvette. — E você. Pensei que você ia voltar
para a Califórnia. Tantas vezes Tipton queria que você ficasse, ele me disse

406
isso, mas você nunca fez. E agora que ele se foi, agora você decide se
instalar?
— Nós todos vamos sair, — Cannon ofereceu. — Você sabe que eu

tenho uma casa em Kentucky. Eu ia pedir a Yvette para se juntar comigo lá.
A mão de Yvette acalmou contra ele.
— Eu gostaria que isso fosse verdade. — Lentamente Frank balançou

a cabeça. — Mas ela está reabrindo a casa de penhores, prova de que ela
pretende ficar. Eu sabia que, eventualmente, ela iria encontrar a arma.
Você não vê, não posso arriscar ser descoberto.
Armie se moveu. — Como o avô de Yvette conseguiu isso, em

primeiro lugar?
Frank parecia como se quisesse atirar em Armie, então, mas ele

inspirou em uma respiração profunda, que testou os botões de sua camisa,
então, exalando isto com uma nova calma. — Tipton e eu éramos amigos.
— Para Cannon, ele disse, — Eu te disse isso.
— Eu lembro.
Ele assentiu. —Depois que minha esposa morreu...
— Depois que você a matou?
— Eu não! — Whitaker pareceu alarmado, insultado. Ele puxou a gola

da camiseta. — Eu disse a você, eu não quero machucar ninguém.
— Então, quem?
— Mindi. Ela disse que minha esposa tinha que ir ou que nunca
seríamos capazes de estar juntos. — Ele engoliu em seco. — Enquanto eu
estava no tribunal, ela... Ela tomou algumas coisas da minha esposa para
fazer parecer um assalto e, então, ela atirou nela.
Inexpressivo, Armie perguntou: — Já ouviu falar de divórcio?
Whitaker balançou a cabeça. — Eu não podia, não sem perder a

metade de tudo. — Ele enxugou o suor de sua testa, seu pescoço.
O homem estava suando como um porco, seu nervosismo

aumentando quanto mais tempo falava.

407
Talvez porque ele pensou que teria que eventualmente matar a

todos?
— Ela se recusou a se divorciar de mim sem me fazer pagar, e Mindi

se recusou a esperar que eu resolvesse isso. — Como se para convencê-los,
Frank disse: — Eu não sou um homem rico! Eu dei um duro danado por
tudo o que tenho, modesto como é. Metade seria apenas... Eu estaria
quebrado!
— De jeito nenhum meu avô o ajudou a encobrir um assassinato
No silêncio de sua voz, Frank olhou além de Cannon para o rosto

irritado de Yvette. —Não. Ele não era assim. Ele era um homem muito
bom.
— Sim ele era.
— Uma coisa que eu não entendo. — Cannon novamente bloqueou

Yvette com seu corpo. — Por que diabos você simplesmente não despejou
a arma em algum lugar?
— Mindi. — Parecendo mais miserável a cada segundo, Frank

assentiu. — Como minha assistente, mas agindo por conta própria, ela
entregou uma caixa selada de bens pessoais da minha esposa para Tipton.
Ela lhe disse que eu estava perturbado e ela estava com medo que eu me
livrasse das coisas, e mais tarde me arrependesse. — Ele olhou para cima,
seus olhos vermelhos. — Ela disse que era um poder, que se eu alguma vez
tentasse entrega-la pelo assassinato, todos saberiam que eu estava
envolvido, também.
Cannon não podia imaginar qualquer homem, muito menos uma

pessoa educada de algum modo, ser tão estúpido.
— E você ainda acha que a ama? — Armie assobiou. — Não há

esperança para você.
— Armie, — Cannon advertiu. Ele não queria ou precisava de seu

amigo para bancar o herói.
Frank não parecia ouvi-lo de qualquer maneira. Ele olhava para eles
sem realmente ver. — Não sabendo o que havia dentro, Tipton concordou
em guarda-lo para mim. Eu estava indo para consegui-lo de volta, mas
depois ele morreu...

408
— Ele sabia, — Cannon disse a ele. — Ele era um homem bom,

honesto, e ele sabia que você tinha se envolvido em algo que você não
deveria ter. É por isso que ele tinha a arma, apenas a arma, Frank, nada
mais, escondida em um cofre fechado no sótão da garagem.
Frank negou. — Não, ele confiava em mim.
― Não, amigo. ― Armie se levantou. ― Ele descobriu, e quem sabe a

quem ele poderia ter contado? Acabamos de encontrar a chave e passar o
código para o cofre, mas pode haver outras notas. Você deve sair enquanto
puder.
Merda. Cannon ficou tenso, pronto para atacar o advogado, se ele

viesse para isso. Ele não deixaria Yvette ser ferida, mas, caramba, ele não
queria que Armie se machucasse.
Alarmado, Whitaker deu um passo mais perto. — Foi na carta que ele
deixou?
— Então, você roubou a chave, mas não leu a carta?
— Eu não podia. — Seus ombros caíram e ele afundou para se apoiar

no balcão. — Tipton a tinha selado, então você saberia...
Bastardo miserável.
— Será que ele pediu para você ficar? — Whitaker olhou de Cannon
para Yvette e de volta. — É por isso que você ainda está aqui? Ele despejou
sobre o crime?
Merda, merda, merda. Cannon disse: — Eu estou aqui porque eu

quero estar, — ao mesmo tempo em que Yvette perguntou: — Que carta?
— Você deveria ter ido! — Afastando-se do balcão em uma onda de

frustração, Whitaker acenou a arma. — Teria resolvido tudo!
— A casa de penhores, — Cannon disse, voltando a pensar no balde

de panos que colocaram junto à porta. — Será que você e Mindi tentaram
colocar fogo para nos mandar embora?
— Eu continuo dizendo a você! — Totalmente perdendo a calma, a

voz de Whitaker subiu para uma ridiculamente oitava alta. — Foi Mindi,
não eu!

409
— Senhor Whitaker. — Depois de alisar a mão sobre as costas de

Cannon novamente, Yvette espiou em torno de Cannon. — Nada disso é
culpa sua.
Ele estava respirando com dificuldade, suor rolando em sua papada.

— Não, não é não.
Voz suave e calma, Yvette perguntou: — Você sabe para onde Mindi
foi?
— Para longe. — Ele parecia perdido, abandonado, e pulou na chance

de um aliado. —Eu não sei onde. — Ele enfiou a mão no bolso e estendeu
uma nota em sua mão trêmula. — Ela me deixou isso.
Cannon entrou em pânico, pensando que Yvette iria mais perto para
conseguir a nota.
Ela não se moveu de seu assento. — O que ela diz? — Ela perguntou
em voz baixa.
A nota amassada em seu punho. — Que ela me ama, mas ela não vai
para a cadeia por mim.
— E você a ama... Mas não há nenhuma razão para você ir para a

prisão, também.
Com medo de que o advogado se quebrasse a qualquer momento,

Cannon se levantou, mantendo-se na frente de Yvette o máximo que pôde.
― É bastante fácil, Whitaker. ― Movendo-se lentamente para não provocar
uma reação, fechou a tampa, apertou a fechadura e estendeu-a. — Pegue.
Ninguém precisa saber.
Indeciso, Whitaker lambeu os lábios. — Eu preciso pensar. —

Levantando a mão da arma, ele usou o antebraço para empurrar os óculos
mais para cima da ponta de seu nariz. Seu olhar fixo em Yvette. — Eu acho
que eu deveria levá-la comigo.
Cannon olhou fixamente para ele, dizendo com tanta intensidade

quanto pôde, — não.
— Se ela estiver comigo, — ele argumentou, — nenhum de vocês vai

tentar me seguir. Você não vai chamar a polícia, também. Você só vai ter
que esperar até que eu a solte.

410
Seu coração trovejou. — Isso não está acontecendo.
Inalando coragem, ignorando o protesto de Cannon, Whitaker

assentiu. — Eu acho que isso é o que vou fazer. — Ele apontou a arma para
Cannon. — Venha, Yvette, ou eu vou ter que matá-lo.
Cannon fechou a mão para ela, mantendo—a de volta. Com os olhos

apertados. Pulso disparado. —Eu já lhe disse, ela não vai a lugar nenhum.
Ele ergueu o queixo. — Eu vou atirar em você.
Ísso era preferível a ele tomando Yvette. ― Ninguém morre de uma

única bala, e é melhor você acreditar que eu fodidamente o partirei antes
de você atirar um segundo tiro.
― Whitaker trabalhou sua mandíbula, em seguida, transferiu o olhar

para Armie. — Tudo bem, eu vou atirar naquele. — Ele trancou sua
mandíbula, o dedo no gatilho...
Braço estendido, Yvette deu um passo para o lado. — Espere.
Cannon pulou para ficar na frente dela.
Whitaker mudou seu objetivo.
E o pandemônio entrou em erupção.
Outro homem entrou em choque na sala, atacando Whitaker

fortemente contra os armários, de modo que sua coluna vertebral se
conectasse com a borda dura da bancada. Eles caíram em uma torção de
braços e pernas, gritos.
A arma disparou duas vezes, o barulho ensurdecedor na pequena

cozinha.
Cannon cobriu Yvette o melhor que pôde enquanto pisava

rapidamente na sala de jantar e em torno de uma parede divisória. Houve
outro tiro, e Armie latiu, — Maldição!
O perfume acre de pólvora queimava o ar.
O medo deixou Cannon sem fôlego. Ele agarrou os ombros de Yvette,

rapidamente olhou para ela, olhos selvagens, lábios entreabertos e um
rosto pálido, ela parecia ileso.

411
Ele se virou para a cozinha, e parou quando viu Armie segurando a

arma e ainda xingando revoltado. Na traseira da calça, pelo lado direito, o
sangue se infiltrava pelo jeans rasgado.
A ferida não parecia ruim; Armie estava em pé, não encolhido de dor.
A mão que segurava a arma estava firme, os pés apoiados.
— Armie?
— Eu estou bem. — Sem tirar os olhos fora dos dois homens, ele
perguntou: — Yvette?
Com a voz trêmula, ela disse: — Eu estou bem.
Com o pior do medo passando, a fúria fria se instalou. Cannon disse a

Yvette, — Fique aí, ok? — E depois de seu aceno, ele se juntou ao seu
amigo.
— Mova-se, — Armie disse aos dois homens. — Por favor, faça um

movimento de merda.
Heath, com a cabeça raspada, o rosto coberto de bigodes e o que

parecia uma tatuagem tribal, estava de costas, ofegante, com o braço preso
ao seu lado.
Maltratado, com o sangue escorrendo no peito, no estômago, e no

ombro, Whitaker gemeu. Seu nariz estava inchado, seus óculos
desaparecidos, seus cabelos esparsos saindo como as penas confusas em
um pássaro bebê.
Armie trabalhou sua mandíbula. — Ligue ― ele gesticulou indeciso ―

para alguém. Policiais, ambulância. Tanto faz. Aquele ― apontou para
Whitaker ― foi o que causou mais problemas. Não tenho certeza se ele vai
conseguir. E este... ― Ele tocou a coxa de Heath, fazendo-o gemer... ―
Praticamente veio em resgate, mas olhe para o bastardo perseguidor, todo
disfarçado.
Por trás deles, Yvette sussurrou, — Eu liguei para o 911 e Margaret.
Agachando-se, Cannon revistou cada homem procurando por armas.

Heath tinha um cortador de caixa totalmente novo em um bolso, um frasco
de pílulas de dor na outra. Ele parecia pálido, em agonia, acabado, mas
Cannon não confiava nele.

412
Mesmo quando ele ligou, alegando que ele iria embora, ele tinha que
estar perto. Provavelmente vigiando a casa.
Esperando por uma chance de ter Yvette.
— Cuidado com ele.
— Com prazer.
Ele se virou para Whitaker. O homem parecia estar desaparecendo

rapidamente, a poça de sangue se expandindo ao redor dele no chão, seus
olhos vidrados, sem ver.
Desejando uma maneira de poupá-la, Cannon girou Yvette.
Ela ficou apenas parcialmente na sala de jantar conectada, o seu lábio

inferior preso em seus dentes.
— Você disse a eles para trazer uma ambulância?
Com os olhos ainda redondos, ela balançou a cabeça. — Eu... — Ela

apontou para o armário. — Eu poderia obter algumas toalhas?
Lágrimas umedeciam seus olhos, mas ela não as deixou cair. Incrível.
— Sim, isso seria ótimo. — Se ela estivesse de pé para ajudar, então, talvez
ficar ocupada faria isso mais fácil para ela. Ela não era um manequim. Ela
também deve ter percebido o significado de Heath estar aqui agora. Mas
ela fingiu de qualquer maneira.
Ele a tinha subestimado tantas vezes. Nunca mais.
Apressando-se para o escritório, ela manteve sua atenção fora de

Heath e em Whitaker enquanto ela cavava uma pilha de toalhas de mão.
Cannon concluiu a revista sobre o advogado. Não há outras armas,

mas ele pegou seu telefone celular e a nota de Mindi. Não foi assinada, mas
certamente eles poderiam combinar com sua escrita.
Heath sussurrou, — Yvette?
Rosto esculpido em pedra, ela se manteve de costas para ele.
— Eu sinto muito, baby. Por tudo.

413
Cannon viu seu lábio inferior começar a tremer, e ele colocou seu
braço ao redor dela. Para Heath, ele disse: ― Se você realmente se importa,
deixe-a sozinha. ― Heath fechou os olhos, deu um aceno curto e desmaiou.
Whitaker fez um som borbulhante... Que não durou muito. Cannon

tinha certeza de que o filho da mãe tinha acabado de morrer.
— Aqui. — Armie empurrou a arma na mão de Cannon, pegou um dos

panos de prato e começou um andar mancando.
— O que você está fazendo?
Ele fez uma pausa, cabeça caída para frente, depois resmungou uma
risada. — Uma dessas balas passou roçando a minha bunda. Não, não é
ruim, e sim, dói como o inferno. Então, se você me dá licença?
Yvette virou. — Armie!
— Não, boneca. Eu estava brincando com você, mostrando o meu só

porque eu vi o seu.
Ela gritou de novo, agora por um motivo diferente. — Armie.
Rindo, ele disse a Cannon, — Eu selaria o acordo se eu fosse você. ―

Então, ele coxeou pelo corredor e bateu a porta do banheiro.
Segundos depois, a polícia, a ambulância e a tenente Margaret

Peterson-Riske apareceram.

414
CAPÍTULO 24
Uma semana depois, no meio do dia, com a luz do sol entrando pelas
janelas abertas do quarto, Yvette ficou de joelhos na frente de Cannon. Não
pela primeira vez.
E ele garantiria que não fosse a última.
Tantas coisas que ele pensou que iria acertá-la, a morte de Whitaker,
o julgamento próximo de Heath que, felizmente, permaneceu atrás das
grades. A prisão de Mindi quando ela tentou deixar o estado.
A carta de seu avô, que ela tinha lido pelo menos uma dúzia de vezes.
Mas ela era muito mais resistente do que ele tinha imaginado. E tão
malditamente sexy, ele não tinha certeza de quanto mais ele poderia
tomar. Com as ameaças por trás deles, ela parecia determinada a desfrutar
de sua sexualidade recém-descoberta ao máximo.
Com ele.
Ela provou ser insaciável, o que só o fez amá-la mais.
— Eu espero — disse ela em torno de mordidas em seu osso do

quadril, — que você esteja pensando em mim e só em mim.
— Você, e tudo sobre você. — Ele enfiou os dedos em seus cabelos

longos, então se forçou a segurar a cabeça dela frouxa, sem pressionar a
boca onde ele mais precisava. Era sua vez de fazer o que ela quisesse, e
como ela quisesse.
Contanto que ela só quisesse com ele.
A cada dia que passava, ela tinha se tornado mais ousada na cama e
fora dela. Saber o quanto Yvette gostava de sexo com ele o fazia se sentir
muito mais como um garanhão chutador de bunda que o SBC já teve.
— Toda vez, — ela sussurrou, arrastando as mãos abertas sobre as

coxas, sua boca aberta sobre o seu abdome, — que eu vejo este seu corpo
incrível, eu quero você.

415
Desde que ela disse enquanto estava nua, e de joelhos na frente dele,
ele não conseguia responder. Inferno, tudo o que podia fazer era se manter
de pé.
Ela segurou suas bolas em uma mão, provocou seu nariz sobre seu
pênis e fez um ronronar de prazer. ― Mas não é só o seu corpo.
Ele nunca sobreviveria a isso. — Baby...
— Shh. — Ela olhou para ele, seus olhos verdes grandes, suaves e
famintos. — Eu quero que você saiba que é você, Cannon. Não apenas o
lutador famoso, não apenas o grande corpo. É tudo sobre você. Eu ouço
você e eu quero você. Eu penso em você e eu quero você. Isso vai acabar?
— Não. — Ele apertou seus dedos em seu cabelo sedoso, então, teve
que trancar os joelhos para evitar forçá-la. Uma respiração profunda não
ajudaria. Ele sabia disso, mas tentou de qualquer maneira. — Eu disse que
somos bons juntos.
Sua pequena mão segurou-o confortavelmente. — Mmm, — ela disse

por meio de reconhecimento e lambeu-o, da base do seu eixo até a cabeça.
Ele estremeceu, esperando agulhadas e sentiu a boca quente apertada

sobre ele.
Ele deveria ter se deitado, ele percebeu enquanto achatava uma mão
na parede para apoiar-se. Olhar ardente, ele a observou trabalhar sobre
ele, sua boca, suas mãos... Ele até sentiu seus mamilos nas coxas.
Perdido, ele pôs a cabeça para trás e lutou contra a liberação. Ele
queria estar dentro dela, e ele a queria com ele quando ele viesse.
Por quanto tempo ele pudesse, ele gostava de suas atenções, até que
soube que não duraria mais um segundo.
— Chega. — Usando seu cabelo como uma coleira, ele a afastou. —

Isso é o suficiente, querida. Não mais.
Ela afundou para sentar em seus calcanhares, lambeu seus lábios e

deu-lhe um sorriso sonhador. ― Fiz algo de errado?
Colocando-a para cima, Cannon caiu com ela de lado na cama. —

Quando estamos nus e você está me tocando, nada que você faz é errado,
eu prometo. — Ele a beijou, deslizando a mão entre as pernas dela,

416
satisfeito de encontrá-la já molhada e quente. — Você gosta de fazer isso

comigo?
— Eu poderia comer você, — ela murmurou, e começou a mordiscar o

lábio inferior, com o queixo.
Deus, ela estava quente. — Devolução é jogo justo. — Beijando para

baixo de seu corpo, com especial atenção para todos os seus lugares mais
sensíveis, ele se moveu para fora da cama e puxou-a para a borda do
colchão. — Coloque os pés sobre os meus ombros.
Por um momento, ela respirou com força, imóvel. Ele envolveu as

mãos ao redor de seus tornozelos, ergueu os pés e arrumou-a como ele
queria, totalmente aberta e esperando por ele.
Em um gemido sincero, ela relaxou as pernas, e Cannon usou sua boca

para levá-la rapidamente com ele.
Quando ela estava perto, ela tentou se afastar, mas ele a manteve
imóvel.
— Não é justo, — ela engasgou. — Você me fez parar.
— Totalmente diferente, querida. — Ele colocou a boca nela

novamente, lambendo, chupando, empurrando-a.
— Da próxima vez, — ela gemeu, cada vez mais perto, — eu não vou
parar, também.
Só de pensar nisso quase o fez entrar.
Seus calcanhares apertavam-lhe os ombros, as pernas enrijecidas, o

pescoço arqueado, e ela gritou, o prazer deixando –o ainda mais quente do
que as suas palavras.
No segundo em que se afastou, ele se levantou sobre ela,

apressadamente rolou um preservativo e, mantendo as pernas altas,
afundou nela.
Na maioria das vezes, o sexo era rápido e frenético, mas Yvette ficou
com ele a cada passo do caminho. Quando ela veio pela segunda vez, ele se
juntou a ela, e ele se perguntou como poderia ser tão incrivelmente
perfeito.
Uma e outra vez.

417
Os minutos passavam, mas ela não queria que ele se afastasse. Ele
relaxou com o rosto contra o pescoço dela, pensando em quão facilmente
ele poderia tê-la perdido.
E como ele uma vez a deixou ir embora.
— Você ainda dá demais. — ela se queixou docemente enquanto

preguiçosamente acariciava sua nuca.
Não é o suficiente, pelo seu cálculo. Ele queria dar a ela tudo. O prazer
sexual, com certeza. Segurança, absolutamente.
Também o amor, o casamento. Uma vida inteira.
Mas ele mencionou uma vida, uma vez já, e ela reagiu com compaixão.
Não é exatamente a resposta que ele estava esperando.
Nunca tinha se declarado a uma mulher. Mas desde que ela retornou,
ou realmente, desde que ela o deixou pela primeira vez, Yvette o manteve
em nós.
Ela falou sobre a paixão que ela tinha tido como uma colegial, o culto
ao herói que tinha tido por ele como seu salvador.
Agora, ela era uma mulher madura, independente e ela o queria

sexualmente, mas ela manteve suas emoções em segredo.
As coisas haviam progredido a um ritmo vertiginoso, ela havia

perdido o avô, mudado de casa, vivido uma crise após a outra, tendo sua
vida ameaçada por múltiplas fontes. Ele tinha que dar-lhe tempo sem
pressioná-la, e ele faria, contanto que ela não tentasse deixa-lo novamente.
Porque se o fizesse, ele ia lutar por ela neste momento.
Deslizando os dedos em seus cabelos, beijou sua têmpora. — Esteja

avisado.
Ele levantou-se para vê-la, olhou para seu cabelo bagunçado e a boca
inchada e teve de beijá-la e depois beijá-la, novamente. — Avisado sobre o
quê?
— De agora em diante, eu vou atrás do que quero.
Ele procurou o rosto dela, sem saber o seu significado.

418
Divertindo-se com sua confusão, ela acrescentou, — De você.
— De mim?— Ela não teria que persegui-lo, ele iria alegremente.
Assentindo lentamente, o prazer provocando seus lábios, ela

sussurrou: — De você. Sobre você e em você. Com você. — Ela comeu-o
com os olhos e suspirou. — Só queria que você soubesse.
Ele começou a pedir detalhes, mas latidos interromperam suas

intenções.
Aquecendo-o com sua felicidade, ela perguntou: — Pronto?
— Não. — Ele rolou para suas costas, levou um segundo para se

orientar, em seguida, sentou-se e encontrou suas boxers.
Rindo, Yvette vestiu uma camiseta e calcinha. — Pelo menos ele

esperou até termos terminado.
Eles nunca terminariam. Mais e mais, ele tinha o impulso impetuoso

de dizer-lhe isso, e a necessidade ainda pior de ouvi-la admitir.
Alheia aos seus pensamentos tempestuosos, parecendo alegre e

amada, Yvette foi abrir a porta do quarto.
Muggles, o vira-lata de tamanho médio e musculoso que adotaram no

dia em que Whitaker morreu e Heath foi preso, entrou em cena. Ele agia
como se tivessem sido dias, em vez de algumas horas, desde que os vira.
De acordo com o abrigo, Muggles tinha sido deixado do lado de fora,

em uma corrente para guardar um trailer. Sua vida não tinha sido fácil, até
que seu proprietário foi preso por fazer metanfetamina e Muggles tinha
ido para o abrigo, à procura de uma casa melhor para sempre.
No dia em que o conheci, babou um pouco demais, rodeou-a com

excesso de energia e Yvette o amou a primeira vista.
Toda vez que Cannon o acariciava, o cão fechava os olhos, lambia os

beiços carnudos e rugiu como um leão.
Gostava que Muggles acompanhasse Yvette onde quer que fosse, o

que incluiria a casa de penhores. Ela estaria pronta para abrir em breve e,
embora, por agora, o perigo estivesse acabado, Yvette fora ameaçada
muitas vezes para que ele jamais pudesse tomar sua segurança como
garantida.

419
Muggles era um amor completo, mas também um cão de guarda

superior, o que o fez perfeito. Ele tem uma ótima relação com as crianças
no centro de recreação, amava os outros lutadores e tinha uma tendência
natural para ser vigilante.
Cannon tinha sentimentos dividido sobre a casa de penhores. Ele

alternava consecutivamente, e Yvette adorava.
Como a amava, e isso a deixava feliz, ele queria que funcionasse. Mas,
eventualmente, ele teria que voltar para Harmony, Kentucky. Duas ou três
vezes por ano, ele estaria lá por longos períodos, para treinar com seu
acampamento.
Quando ele saísse, ele queria Yvette com ele, não amarrada com
responsabilidades.
Ele olhou para ela dizer ao cão: — Você quer ir para o centro de
recreação com a gente? Você? Você, rapaz? Sim, você faz. Como um bom
menino.
Rindo, Cannon tocou o topo de sua cabeça.
Derrubando o queixo, ela olhou para ele. — O que é tão engraçado?
— Você está falando com voz de bebê com Muggles. — E o fato de que
mesmo isso o excitava. — Acha que ele vai deixar-nos tomar banho juntos?
— Claro que ele vai. — Ela segurou o rosto do cão. — Muggles é um

bom menino, não é, Muggles?
Divertidos com a atenção, Muggles agitou e sacudiu seu corpo forte e

agachou por toda parte. ― Continue com isso ― avisou Cannon ― e ele vai
fazer xixi em você.
Muggles os acompanhou até o banheiro, mas ele descansou no tapete

fora da banheira e roncava enquanto tomavam banho. Enquanto ele
pudesse estar perto de Yvette, ele estava feliz.
Desde que ele sentia o mesmo, Cannon simpatizava.
Dentro de uma hora, eles estavam em seu caminho para o centro de

recreação. O torneio de Armie estaria acontecendo em breve e, embora
tivesse acabado com pontos na sua bunda, não tinha abrandado a sua
formação, ou sua determinação para lutar.

420
— Duvido, — ele disse, — que ninguém planeje dar um soco na minha

bunda.
Cannon sabia bem. Armie era tão propenso a receber um chute lá

como em qualquer lugar, mas ele também entendia a necessidade de
Armie para forçar completamente. Felizmente, os pontos estavam fora
agora, e ele tinha limpado o seu físico.
— Eu já te disse ultimamente, — Yvette perguntou: — o quanto eu

gosto de estar no centro de recreação, vendo você trabalhar com Armie e
vendo tudo o que você tem em curso na comunidade?
Muggles deu-lhe um olhar, depois voltou a olhar para fora da janela,

sua língua para fora e batendo sua cauda.
A declaração foi inesperada, deixando Cannon curioso, mas ele disse

apenas: — Eu estou feliz. — Ela pode não perceber isso ainda, mas ela se
encaixava em todos os aspectos de seu mundo, e ele nos dela.
Como ele continuava dizendo a ela, eles eram bons juntos.
Talvez fosse hora de empurrá-la um pouco, afinal.
Eles conseguiriam passar o resto do dia de hoje e, então, esta noite,

quando eles estivessem sozinhos, depois que ele tivesse dado a ela outro
clímax gritando, ele diria a ela que ele a amava.
Em seguida, eles poderiam começar a trabalhar em fazer um futuro

juntos.
***
O suor se erguia nos ombros de Armie enquanto continuava a

trabalhar no saco pesado.
Cannon ficou de lado, observando e decidindo o que fazer com ele.

Quando seu celular tocou, ele o puxou do bolso. — Olá?
— Hey, garanhão.
Vanity? A amiga de Yvette agora chamava com frequência suficiente

para que ele viesse a reconhecer sua voz rouca. — O que há Califórnia?
— Mmm, não muito. Comendo uma banana split.

421
Ele sorriu. — Será que é um código para alguma coisa? — ele nunca
estava muito certo das coisas que ela dizia.
— Sim. A banana, sorvete, chantilly. — Ela fez outro som mmm . — E

a cereja no topo.
— Então, você só me ligou para me dizer isso?— Ele virou o telefone

longe de sua boca e disse a Armie, — pare em dois minutos.
Assentindo com a cabeça, Armie começou a chutar e dar um soco mais

forte, aproveitando ao máximo os minutos restantes. Ao lado, viu Yvette
conversando com Harper, Muggles esparramado de costas ao lado de seus
pés.
— Eu sabia que você estaria no centro de recreação, — disse Vanity.
— Yvette está aqui, também. Você quer falar com ela?
— Será que eu estou chamando em seu celular?
— Não. Você chamou no meu.
— Ai está. Deve ser com você que eu quero falar, hein?
Querendo saber o que ela queria, ele foi andando até o balcão da
recepção. — Então, o que se passa?
— Eu concordo Cannon. Vamos direto ao ponto.
Ele tinha sido rude? — Eu não quis dizer...
— Agora que o Scrot se foi...
— Scrot? — Perguntou Cannon.
—Sim, você sabe, abreviação para o escroto, aka6 Heath.
Ele riu abertamente. — Eu sei o que isso significa, e sim, Heath se foi
como um homem pode ir e ainda respirar.
— Exatamente. Então, de qualquer maneira, uma vez que não preciso

manter o controle sobre seu bumbum desagradável aqui em Cali...
6
É a abreviação para “Also Known As”, uma expressão em inglês que significa “também conhecido como”, é usado para dar
um significado ou nome mais conhecido a uma palavra ou pessoa.

422
— Eu nunca quis prendê-la com isso.
— O prazer foi meu. Agora, você vai deixar-me dizer isso ou não?
— Eu vou, — ele prometeu. — Continue.
— Eu estava pensando em ir visitar, — ela desabafou.
Preocupada com a sua recepção? Inferno, como a melhor amiga de

Yvette, ele queria conhecê-la. Graças às suas conversas telefônicas, ele
sentia como se já a conhecesse. — Você é sempre bem-vinda. — Quando
ele olhou para fora da grande janela da frente, um flash de longos cabelos
loiros chamou a atenção de Cannon.
— Sim? A qualquer hora?
— Absolutamente. — Com um telefone em seu ouvido, a loira pagou

ao taxista, em seguida, jogou algo na grande lata de lixo em frente do
centro de recreação.
Provavelmente outra mulher se inscrevendo para aulas de autodefesa

das mulheres. Eles começariam logo após Armie terminar a sua luta. A
promoção foi ótima, e Denver e Stack se ofereceram para dar uma mão, o
que provavelmente explicou como as mulheres tinham rapidamente
preenchido a lista de alunos.
— Que tal agora?
Perdido em pensamentos, Cannon disse: — Claro. — Esquecendo-se

da mulher na rua, ele pegou a garrafa de água e uma toalha e se dirigiu
para Armie. — Quando é que o seu voo chega? Nós vamos buscá-la.
— Não há necessidade. — Ela limpou a garganta. — Estou aqui.
— Aqui?
— Bem atrás de você, na verdade.
Foi quando ele percebeu como tranquilo o ginásio estava, todo mundo
olhando para a porta.
A loira.

423
Ele se virou, e com certeza, lá estava ela. A sósia da Barbie, como

Yvette tinha dito. Ele não estava tão familiarizado com a Barbie, mas sim,
ele viu.
Vestindo uma saia jeans curta e um colete branco, seu cabelo loiro
pendurado em seu traseiro, suas longas pernas bronzeadas e bem
torneadas, ela guardou o telefone enquanto entrava no centro de
recreação.
O fato de que cada homem a encarava não parecia perturbá-la.
Quando Yvette gritou, o primeiro pensamento de Cannon foi para

outra ameaça. Então, ele a viu correr para Vanity, viu Vanity fazer seu
próprio chiado de garota e correr para encontrá-la a meio caminho.
Elas fizeram alguns círculos, ainda fazendo esse som feminino agudo
de excitação. Muggles dançava em torno delas latindo em delírio maníaco,
embora duvidasse que o cachorro soubesse o que era o barulho.
Cannon sorriu e soube disso. Então ele olhou em volta e viu todos os
outros caras sorrindo, também.
Ao lado dele, ainda bufando, Armie perguntou: — Amiga de Yvette,

hein?
— Vanity. Ela é da Califórnia.
— Ela está pronta para iniciar uma debandada.
Sim, é verdade. Os lutadores estavam todos mais próximos, prontos

para reivindicar introduções.
Ele olhou para Armie. — Não você, embora, né?
Antes de responder, Armie terminou a garrafa de água. — Ela é um

pouco demais para o meu gosto.
Embora ele soubesse que não era o que Armie queria dizer, ele disse,
— Não há tatuagens ou piercing?
— Algodão doce todo o caminho. — Ele bateu nas costas de Cannon.

— É melhor você ir dirigir fora as massas.
Concordando, Cannon se aproximou com a mão estendida. — Vanity?

424
— Oh, pfft. — Ela empurrou a mão de lado e deu-lhe um abraço

caloroso. — Oh, meu, — disse ela, com as mãos passando por cima das
costas e para baixo em direção a sua bunda. — Yvette, você está certa.
Muito gostosão.
Libertando-se com uma risada. — Por que você não nos disse que
você estava vindo?
Yvette estremeceu. — Bem... — Ela olhou para Vanity, em seguida, de

volta para ele. — Eu sabia.
Acanhada? O que ela estava tramando? Se Vanity estivesse aqui

apenas para ajudá-la com a bagagem, elas poderiam esquecer. De alguma
forma, convenceria Yvette a ficar.
As mãos nos quadris, oposição montando ele disse, — Bem, o que?
Revirando os olhos, Yvette tomou sua mão. — É melhor discutirmos

em particular. — E ela o arrastou para fora com muito barulho..
Sem se importar que todos estivessem observando.
Cannon não tinha certeza do que fazer com isso.
Vanity chamou atrás deles, dizendo: — Não se preocupem comigo. —

E ronronando, ela acrescentou: — Eu tenho certeza que eu posso me
divertir.
Esse era todo o convite que ela precisava emitir antes que meia dúzia
de lutadores convergissem para ela. Sabendo que Armie iria supervisionar
as coisas, Cannon foi de bom grado com Yvette.
Na sala de descanso, ela o soltou e, evitando seu olhar, sentou-se à

mesa. Muggles começou a dançar, desejando que ela o abraçasse. Ela
puxou o cão para seu colo.
Cannon não se sentou. Ele cruzou os braços e olhou para ela. — O que
está acontecendo, querida?
Ainda sem olhar para ele, ela respirou fundo, e soprou lentamente. —
Eu estive pensando sobre as coisas. Sobre... O futuro.
De jeito nenhum. Ele inclinou a cabeça, observando-a cautelosamente,

os argumentos já formando por que ela deveria ficar. Para sempre.

425
Com ele.
Dois dedos em seu cabelo, ela sussurrou: — Eu já li a carta de meu avô

tantas vezes.
Culpa suavizou sua postura, mas só um pouco. — Me desculpe, por ter

escondido isso de você.
— Ele pediu para você. E eu entendo o porquê. Desde o início, a minha

única intenção em voltar para casa era cuidar das coisas para que você não
fosse incomodado pelas coisas que ele tinha obrigado você.
Como ela poderia ainda ver as coisas tão erradas? — Eu nunca fui
obrigado. — Embora ele certamente aproveitou o presente que seu avô lhe
dera. — Eu estava aqui por você. — Sempre.
Um sorriso triste cintilou no lugar. — Eu sei. Mesmo depois de tudo o

que você já fez por mim, vovô também o enredou nisso.
— Não. Eu nunca...
— Por muito tempo agora, você tem me protegido.
— Isso mesmo. — Porque ele a amava.
— Mas... — Ela levantou os ombros. — As ameaças acabaram agora,

então você... Você não precisa mais.
Como o inferno. — E quanto ao julgamento? — Ganhando força, ele

lembrou a ela, ― Você odeia ser o centro das atenções.
— Estou ficando melhor nisso. — Ela mordeu o lábio, então limpou a

garganta. — Mas, falando disso... Onde quer que vá, você é o foco, certo?
Ela estava preocupada em ser pega no centro das atenções? Ele não
mentiria para ela, mas ele também não queria dar-lhe reservas. — Muitas
vezes, longe da multidão da luta, ninguém sabe quem eu sou.
— Mas se uma mulher acompanhar você a uma luta...
— Sim. Talvez. — Lutando contra o impulso de levantar ela para cima

e segurá-la perto, ele admitiu: — A câmera pode acha você
ocasionalmente, especialmente durante uma luta pelo título.
Ela sorriu. — O que está chegando muito em breve.

426
Ele assentiu. Não que ele estivesse pensando nisso agora mesmo com
Yvette mantendo-o adivinhando. — Você não deve se preocupar sobre...
— Cannon. — Ela olhou para ele com olhos suplicantes. — Apenas

deixe-me dizer isto, ok?
— Tudo bem. — Determinação pulsou através de seu sangue. — Mas

é melhor você dizer as coisas que eu quero ouvir, querida.
— Você não tem que me proteger mais.
Errado. — Eu sempre vou querer proteger você, porque você é

importante para mim.
Ela respirava mais rápido. — Você tem tantos fãs maravilhosos.
— Verdade. — Ele deu um passo mais perto. — Mas eu quero você.
Risos na sala externa chamaram sua atenção, e ela olhou dessa forma
antes de enfrentá-lo novamente. — E tantos bons amigos.
Outro passo em direção a ela. — Eles são todas as bênçãos. — Mais

suave. — Eu quero você.
— Você tem uma vida agitada, uma carreira próspera, dinheiro e...
— E você. Eu quero você, Yvette.
Ela endireitou os ombros. — Bem, eu quero fazer planos.
Ele abriu a boca para falar, mas ela não lhe deu uma chance.
— Eu quero estar com você. E... E eu não quero que você vá para
Harmony sem mim.
Uau. Depois de tantos golpes retos, ela o encobriu com aquela rápida
combinação. — A loja de penhores...
— É por isso que Vanity está aqui! — Ela se levantou, colocando um

Muggles resmungando de lado. — Ela vai gerenciar para mim quando eu
precisar estar longe.
Ela tinha tudo organizado? — Quando você está longe comigo?
— Isso ficara bem?

427
Melhor do que bem.
— Porque eu sei que tudo isso foi uma espécie de imposição a você...
— Nem perto disso. — Já passou do tempo de ele colocar em linha

reta algumas coisas. —Você sabe que eu dei a Rissy sua casa, certo?
— Sim. Mas o que isso...
— E eu comprei a minha própria casa em Harmony. Livre e claro.
— Uau. — Ela engoliu em seco. — Eu não percebi.
— Eu não preciso de uma parte da casa do seu avô, ou qualquer coisa

da casa de penhores. Mas eu queria estar com você, então, eu fui para o
passeio.
— O passeio?
— Ficar na casa com você. Reivindicando metade da casa de penhores

para que você não pudesse simplesmente vendê-la. — Ele tocou-lhe o
queixo. — Eu usei a desculpa que seu avô me deu para fazer minha jogada
em você.
Ela engasgou com uma risada, viu que ele estava falando sério, e suas
sobrancelhas se ergueram. — Mas... Eu sempre fui louca por você. Você
sabia disso.
Significava que ele não tinha necessidade de fazer um movimento? Ele

balançou a cabeça. — Você nunca quis estar aqui, querida. Você tinha feito
uma vida na Califórnia. Você teria seguido em frente.
Balançando a cabeça, ela sussurrou, — Não. Eu tentei, mas... —

Olhando ao redor, ela se certificou de que ninguém estava perto da porta e
capaz de escutar. — Você sabe que as coisas não... Não funcionaram para
mim, não com qualquer outra pessoa.
— Você sabe por quê, né? — Ele esperou que ela dissesse que eles
eram bons juntos.
Mas ela foi mais longe e arriou seus joelhos, dizendo: — Porque eu te
amo.
Achatando uma mão na parede para se apoiar, Cannon a encarou. Ela

tinha praticamente gritado isso para ele.

428
Estremecendo, Yvette colocou os ombros para trás e disse novamente,

de forma mais uniforme desta vez, — eu te amo.
Droga. —Sim, isso vai funcionar.
— O quê?
Euforia pura colocou um sorriso no seu rosto. — Dizendo coisas que

eu quero ouvir.
— Oh. — Ela fechou um pouco do espaço que os separava. Não se

tocando, mas perto o suficiente para que ele pudesse beijá-la se quisesse.
E ele faria logo que ela terminasse de se declarar.
— Você me ama? — Ele perguntou, sentindo que ela não tinha

terminado.
— Eu faço, — ela respirou. — Muito.
— E sempre que eu tiver que viajar, você vai junto?
— Sim. Quero dizer, isso exigiria sua cooperação, mas eu gostaria. Eu

posso lidar com a atenção. — Seu rosto aqueceu. — Quero dizer, a atenção
de estar com você, o famoso lutador conhecido como o santo.
Ele adorava a maneira como seu rosto ficava colorido, como ela
lambeu os lábios.
— Isso é... — Ela procurou seu rosto. — Se você me quiser lá?
— Inferno, sim, eu faço.
Ela expulsou um suspiro ansioso.
Rindo, Cannon puxou-a em seu peito e deu-lhe um beijo rápido. —

Uma condição.
— O quê?
—Depois que eu passar pela próxima luta, você tem que casar comigo.
Com os olhos arregalados, ela olhou fixamente para ele, seus lábios
trêmulos entreabertos.

429
Cannon sussurrou para ela: — Diga que sim.
— Sim. Sim, sim, sim. — Jogando os braços em volta do pescoço, ela o

beijou com fome, com amor. — Nós não temos que esperar, você sabe. Eu
não preciso de um grande casamento.
Mais risadas vieram do ginásio, seguido pelo barulho de

camaradagem masculina. Sorrindo, Cannon disse: — Você não pode
querer, mas eles vão insistir.
Ela se afundou contra ele. — Armie vai ser um padrinho incrível.
Deus, ele mal podia esperar para ver o rosto de Armie quando
dissesse que ele teria que vestir um smoking.
Yvette tocou o peito, jogou os dedos sobre sua clavícula. — Você me

ama também?
Ele gemeu. — Como você pode não saber disso?
— Eu não sei. Eu te amei por tanto tempo, de tantas maneiras.
— O mesmo aqui, embora eu nem sempre tenha percebido isso. —

Não dando a ela uma chance para negar, beijou-lhe a testa, o nariz, em
seguida, seus lábios entreabertos macios. — Eu fiquei viciado naquela
provocação adolescente, e mesmo quando eu tentei não perceber você, eu
não podia evitar. Então, quando eu vi você ameaçada, querendo mantê-la
segura me consumiu.
— Eu não sabia. — Ela colocou sua bochecha contra seu peito. — Ou

eu não teria ido embora.
— Você ainda era tão jovem. — Ele moveu suas mãos sobre suas
costas. — E eu me envolvi com a SBC.
— O momento foi desligado, — ela concordou. Em um longo suspiro,

ela disse: — Meu avô era tão sábio, obrigando-me a voltar para cá.
— Estou feliz que ele fez, porque eu tenho que dizer que esta é a
atitude de um lutador, tomar posse do que é seu. — Ele inclinou o rosto
para cima. — Quando necessário, eu posso lutar sujo, embora geralmente
eu apenas lute por esporte. Mas quando se trata de você, eu luto para
ganhar.
Ela sorriu. — Eu acho que eu ganhei desta vez.

430
Sorrindo, ele abraçou-a fora de seus pés. — E eu permaneço invicto.
FÍM
Segurando Forte
O lutador peso pesado Denver

Lewis joga muito duro, mas ele não
compartilha. É por isso que ele está
evitando a namoradeira de primeira
classe Cherry Peyton. Mas um homem
só pode resistir a essas curvas
exuberantes por pouco tempo. O
encontro supera todas as suas
fantasias, trazendo impulsos de
proteção a Cherry, e ela precisa disso
mais do que ela imagina...
A combinação de puro músculo e
ternura inesperada de Denver levou
Cherry a um estado selvagem. Contudo,
assim que ela consegue o que deseja,
problemas antigos aparecem em sua
porta. E, desta vez, Cherry não pode se
esconder atrás de uma fachada despreocupada. Porque o homem ao seu lado é
aquele que vai lutar como o inferno para mantê-la segura... se ela conseguir
confiar nele o suficiente para isso...

Lori Foster - Ultimate 01 - Sem Limites (ARE)

Загружено:

Сведения о документе

Оригинальное название

Авторское право

Доступные форматы

Поделиться этим документом

Поделиться или встроить документ

Параметры публикации

Этот документ был вам полезен?

Это неприемлемый материал?

Авторское право:

Доступные форматы

Lori Foster - Ultimate 01 - Sem Limites (ARE)

Загружено:

Авторское право:

Доступные форматы

1

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Revisão Inicial: Ju Miranda

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Uma herança inesperada reúne um lutador de artes marciais

Cannon Colter é todo herói por excelência: queixo cinzelado, corpo

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Capítulo Vinte e Dois

Capítulo Vinte e Três

Capítulo Vinte e Quatro

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Depois de levar um chute no fígado, ele perdeu o ar, a dor era

Aquele soco aterrou no meio do queixo de vidro do pitbull. As luzes

Ele esforçou—se para ficar de pé enquanto o outro homem voltava, a

No entanto, todos os seus planos para ficar tranquilo deram errado

Desta vez, porém, ele esperou ao lado de um advogado afobado

— Ah, aqui estamos, ― disse o advogado, sacudindo seus malditos

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

A repreensão foi desperdiçada com Cannon.

— Como eu disse, eu estava fora do país. ― Droga, ele tentou não

Recusando-se a incentivar mais bate-papo, ele deu um único aceno de

Novamente observando os documentos, o advogado disse:

1. R&R: Rest and Recuperation – Descanso e Recuperação

— Você é um lutador? Não é verdade?

— Sim! ― Inferno, ele tinha o logotipo do clube de luta em sua

Frank Whitaker estava dividido em três pilhas de papéis.

— Eu só preciso de um momento para me organizar.

— Se eu não tivesse viajado para fora do país, eu teria participado do

Sem tirar os olhos de seus papéis, o advogado disse:

— Eu tenho certeza que todos entendem.

Cannon conheceu Tipton como um empresário local, um membro na

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Merda, merda, merda.

— Como ela está? Ainda na Califórnia, aparentemente, ou ela seria a

— Não, Tipton tem outros parentes?

— Sim, eu tenho certeza que ele tem.

Então como diabos ele foi envolvido nisso?

Cannon assistiu a assistente entrar empinando seus grandes seios.

—Gostaria de refrigerante? Café?

Exceto por Yvette.

— Água seria bom. Obrigado.

— Claro. ― Ela colocou a mão em seu ombro, acariciou, sentiu seu

— Eu vou pegar isso agora.

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

Mulheres darem em cima dele não é grande coisa. Mas nunca no

Ela estava provocando o advogado? Eram seus flagrantes olhares para

O advogado perdido em seus papéis tirou os óculos.

—Obrigado Mindi. Eu vou deixar você saber se precisarmos de mais

Assentindo, ela balançou a cabeça.

— Eu vou estar na minha mesa. ― Atrás do advogado, Mindi parou na

Inferno, ele tinha estado tão envolvido no treinamento, viajando para

Finalmente, sombrio em sua preparação, o advogado cruzou as mãos

— Você herdou bens e fundos do Sr. Sweeny.

Lori Foster – Série Ultimate 01 – Sem Limites

— Aconteceu alguma coisa com Yvette?

Juntando as sobrancelhas espessas, o advogado deslizou seus óculos

— Você está falando da Srta. Sweeny, a neta?

— Ela herdou, também.

Alívio enviou oxigênio em seus pulmões. Jesus!!! Cannon beliscou a

— E, na verdade, o Sr. Sweeny dividiu uniformemente seus bens entre

— Entre Yvette e eu?

Cannon sentou-se na borda de seu assento e tentou entender, sem