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APOSTILA DE

PROJETO DE REDES

Profª. Silvana Corrêa


silvanacscorrea@gmail.com

Escola Técnica Aberta do Brasil - ETEC


Instituto Federal do Ceará - IFCE
Fortaleza - CE
2014

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Sumário
Apresentação ........................................................................ 03
Tópico 1 - Componentes de redes ........................................ 04
1.1 Cabos .............................................................................. 08
Tópico 2 - Utilização dos meios físicos guiados ................... 08
2.1 Tipos de meios físicos guiados ....................................... 10
Tópico 3 - O que é um Sistema de Cabeamento
Estruturado? .......................................................................... 22
Tópico 4 - Um pouco de história do Sistema de
Cabeamento Estruturado ..................................................... 24
Tópico 5 - O porquê da padronização do Sistema de
Cabeamento Estruturado ..................................................... 25
Tópico 6 - Por que usar Sistema de Cabeamento
Estruturado? ......................................................................... 27
Tópico 7 - Estrutura do Sistema de Cabeamento
Estruturado ............................................................................ 29
7.1 Cabeamento Secundário (Horizontal) ............................ 30
7.2 Cabeamento Principal (Vertical, Backbone Cabling) .. 37
7.3 Área de Trabalho (Work Area) ........................................ 40
7.4 Armários de Telecomunicações
(Telecommunications Closets) .............................................. 41
7.5 Sala de equipamentos (SEQ) ......................................... 43
7.6 Entrada de facilidades (Entrance Facilities) ................. 43
7.7 A Importância da Certificação ......................................... 44
7.8 Infraestrutura ................................................................... 47
7.9 Documentação da Instalação.......................................... 56

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Apresentação

Nesta apostila, estudaremos os conceitos que norteiam as


normas de cabeamento estruturado. Essas normas permitem a
confecção de um projeto físico, sem o incômodo de cabos ruins
ou danificados.

O início do assunto mostra a aplicação dos cabos físicos e sua


importância para as normas de cabeamento estruturado. Em
seguida, tem-se a importância de se usar as normas de
cabeamento em um projeto de redes. Por fim, a descrição das
normas juntamente com o processo de certificação, que consiste
na homologação do uso da rede de acordo com as normas
internacionais de cabeamento estruturado.

Objetivos
 Entender a importância das normas de cabeamento estruturado
para uma rede de computadores;
 Conhecer sobre as normas de cabeamento estruturado;
 Conhecer o processo de homologação da rede, conhecido como
certificação da rede.

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Tópico 1 - Componentes de redes

Na teoria verificamos como as redes funcionam. Agora


precisamos saber quais são os componentes que tornam isso
possível. As tecnologias de transmissão evoluem rapidamente e
novos equipamentos surgem a todo o momento.

Inicialmente, daremos uma olhada no hardware de rede, pois há


uma série de equipamentos novos que precisamos definir. No
final, abordaremos o software necessário.

Para que uma rede exista, é necessário que vários componentes


interajam cooperativamente. Essa interação existe graças à
padronização das tecnologias e uso de modelos de camadas,
como o modelo OSI.

Muitos equipamentos precisam estar interligados para que os


usuários das redes usufruam todos os seus serviços fornecidos.
Você pode estar se perguntando: que serviços são estes?

Pode passar despercebido para você, mas todas as redes de


computadores fornecem algum tipo de serviço ao usuário, como
por exemplo uma impressão utilizando a impressora do outro
computador, um acesso a um arquivo no disco de um PC vizinho
ao seu, o acesso à internet etc; tudo isso são serviços oferecidos
pelas redes. Vejamos agora os componentes principais que
fornecem a interação entre os computadores.

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A integração de voz, imagem e dados é uma consequência da
frequente necessidade de comunicação e interação. Para Pinheiro
(2003, p. 2):

É cada vez maior a tendência de interligação entre as redes de


computadores e os diversos sistemas de comunicação e
automação existentes, como as redes de telefonia, os sistemas de
segurança, os sistemas de administração predial etc. Essa fusão
de tecnologias vai mudar a maneira como os ambientes de
trabalho são concebidos nas empresas e mesmo em nossas
casas. A infraestrutura básica para essas novas tecnologias são
os Sistemas de Cabeamento Estruturado (SCS – Structured
Cabling Systems).

Um dado interessante obtido em Pinheiro (2003) diz que cerca de


70% dos problemas da rede estão associados ao cabeamento
que ela utiliza. Entretanto, na maioria das pequenas redes, ainda
é predominante o uso do cabeamento não estruturado.

Um dos fatores que faz com que pequenas e médias empresas


não utilizem o cabeamento estruturado é o custo. A
reestruturação do cabeamento torna o orçamento mais caro.
Entretanto, ao analisar a composição dos custos totais do projeto,
percebemos que o custo do cabeamento representa apenas cerca
de 10% do total do orçamento da rede (incluindo equipamentos e
mão de obra).

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Esse percentual não leva em conta ainda o custo do tempo que a
rede ficará inoperante devido aos problemas causados pelo
cabeamento não estruturado.

Pela figura observamos uma área de trabalho conectada por


cabos estruturados de rede, em que existem elementos como:
tomadas de rede, rack (que agrupa os equipamentos), cabos de
par trançado e cabos de backbone (que têm função de transportar
grandes volumes de informações da rede).

O cabeamento muitas vezes é chamado de “mídia física” ou “meio


físico”. Os componentes que são utilizados no cabeamento variam
de acordo com a mídia utilizada. Por exemplo, um cabo de fibra
óptica utiliza conectores diferentes dos cabos do tipo par
trançado.

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De acordo com as características da rede, uma mídia (cabo)
diferente deve ser escolhida. Os fatores que mais influenciam na
escolha do cabo são: o comprimento da rede (em metros ou
quilômetros), a quantidade de equipamentos, a facilidade e o local
de instalação e as taxas de transmissão que se pretende atingir.
Para cada tipo de escolha você pode utilizar um cabo diferente. E
não se preocupe: você pode fazer os trechos da rede com cabos
diferentes se comunicarem. Afinal, para isso servem os padrões,
não é mesmo?

Para cada tipo de cabeamento de rede existe um conector


específico. Os conectores são o elo mais fraco de um sistema de
cabeamento. Quando mal instalados, podem gerar ruídos
elétricos, provocar interrupções intermitentes (funciona/não
funciona) ou mesmo interromper completamente a comunicação
entre os computadores.

A principal função dos cabos de fibra óptica ou de cobre é


transmitir dados entre os computadores com o mínimo de
degradação possível. Entretanto, ambos os tipos podem sofrer
degradações naturais ou degradações derivadas de forças
externas. As degradações naturais são aquelas impostas pelas
próprias características do cabo, conhecidas por atenuação.

Por exemplo, um cabo de par trançado, que é composto de cobre,


tem uma característica natural chamada resistência, que é a
oposição oferecida pelo metal ao fluxo de elétrons. As forças
externas que podem interferir na transmissão em cabos metálicos

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são motores elétricos ou campos eletromagnéticos próximos, ou
até mesmo transmissões de rádio, já que os cabos metálicos
podem funcionar como uma antena.

Esses aspectos físicos são levados em consideração na produção


do cabo e interferem diretamente no projeto da rede. Assim, a
utilização dos cabos deve ser feita observando rigidamente as
normas do fabricante.

1.1 Cabos

Para Pinheiro (2003), os meios de transmissão servem para


carregar sinais de transmissão (fluxo de dados) entre redes,
sendo que as propriedades de cada um desses meios consistem
em fatores limitantes para a capacidade da rede. Tais meios de
transmissão são agrupados em meios guiados, como os cabos
de cobre e de fibras ópticas e os meios não guiados, como a
radiofrequência, infravermelho e os raios lasers transmitidos pelo
ar.

Por ora, veremos as características dos meios guiados: cabos de


par trançado, cabos coaxiais e fibras ópticas.

Tópico 2 - Utilização dos meios físicos guiados

Os meios físicos utilizados antes da década de 1980 não eram


padronizados. Cada fabricante adotava seu modelo em um
projeto de cabeamento e fornecia orientação quanto à instalação

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do seu tipo de cabo. Dessa forma, tornava-se difícil ao instalador
compreender as diversas técnicas de cada fabricante e a
interação dos componentes.

Para modificar esse panorama, órgãos como ANSI (American


National Standards Institute – Instituto Nacional Americano de
Padronização), EIA (Eletronic Industries Alliance – Aliança das
Indústrias Eletrônicas), TIA (Telecommunications Industry
Association – Associação das Indústrias de Telecomunicações) e
IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers – Instituto de
Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) se reuniram para propor
e especificar os parâmetros para os cabos e os acessórios
utilizados em um sistema de cabeamento estruturado.

Por exemplo, a EIA/TIA especifica os padrões para o


desempenho técnico; já o IEEE especifica os requisitos do
cabeamento para serem utilizados em redes Ethernet ou Token
Ring. Após o fabricante submeter os produtos de redes para
avaliações técnicas de suas performances, esses órgãos
constroem toda a documentação técnica com as especificações
detalhadas para a instalação.

Outro aspecto interessante sobre o sistema de cabeamento é a


sua classificação em categorias, criadas porque o modelo de
cabeamento estruturado prevê o uso simultâneo de vários
sistemas atendendo a diferentes utilizações, como: sistemas de
computação e redes, telefonia, segurança, controle ambiental, TV
a cabo, gerenciamento de energia e sistema de sonorização.

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Assim, cada utilização adota uma categoria diferente ou necessita
de uma categoria melhor à medida que evolui. Por exemplo, as
redes Ethernet de 10 Mbps necessitam de cabos categoria 3
(CAT3) no mínimo; ao evoluir para 100 Mbps, passam a
necessitar de cabos categoria 5 (CAT5). As categorias para
cabeamento de rede foram divididas em CAT 1, 2, 3, 4, 5, 5e, 6,
6a (e elas não param por aí, estão sempre evoluindo); cada
categoria tem suas especificações e medidas que veremos na
próxima seção.

Algumas questões práticas da escolha dos cabos no momento da


elaboração do projeto da rede são de fundamental importância.
Para as redes locais é muito importante que se conheçam as
categorias dos cabos e onde devem ser utilizadas. Um simples
erro ou descuido na seleção do cabo para o tipo de rede que se
está instalando pode comprometer toda a comunicação dos
equipamentos de redes com os computadores e os servidores.

2.1 - Tipos de meios físicos guiados

Vários meios físicos podem ser utilizados para realizar a


transmissão de dados, cada um com propriedades específicas.
São basicamente agrupados em fios de cobre (como o par
trançado e o cabo coaxial) e ópticos (como as fibras ópticas).
Vamos ao estudo deles.
2.1.1 - Par trançado

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É o meio de transmissão mais antigo e ainda o mais comum. Esse
cabo consiste em dois fios entrelaçados em forma helicoidal. Os
cabos de par trançado atualmente possuem quatro pares
dispostos dentro de uma proteção externa de PVC. Cada par é
formado por dois fios entrelaçados.

Estrutura de um cabo par trançado com quatro pares


Fonte: CEAD/IFES (2011)

O entrelaçamento dos pares não é somente para efeito visual, é


uma técnica com um objetivo. Dois fios, quando dispostos em
paralelo dentro de um recipiente (no caso aqui, a proteção externa
de PVC), podem formar uma antena simples e captar ondas de
radiofrequência do ar ou de outros pares de fios vizinhos. Isso
geraria um fenômeno de interferência denominado crosstalk (linha
cruzada).

Desse modo, o receptor não conseguiria ler os pacotes, pois uma


interferência externa iria embaralhar os dados. Com os fios
dispostos em forma de par trançado, as ondas geradas pelos

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diferentes pares de fios tendem a se cancelar, o que significa
menor interferência. Essa técnica denomina-se Efeito
Cancelamento.

Par de fios trançados


Fonte: Tanembaum (2003, p. 97)

Você pode observar na Figura acima que os fios entrelaçados


possuem uma quantidade de tranças por cm (ou polegadas). A
tendência é que, quanto maior a quantidade de tranças por cm,
melhor a qualidade do cabo, pois o efeito cancelamento é mais
eficiente.

Na figura a seguir, demonstraremos que os dois fios que formam


o par estão transmitindo a mesma informação, porém com
polaridade diferente. Toda transmissão elétrica gera em torno de
si um campo eletromagnético com a mesma polaridade e direção.
Esse campo eletromagnético pode corromper os dados de um par
vizinho e causar perda de informações. Para evitar isso, o outro
fio que faz parte do par transmite a mesma informação com
polaridade contrária, gerando também um campo eletromagnético
contrário, fazendo com que ambos se anulem. Assim, os campos
eletromagnéticos de cada par tendem a interferir muito pouco no
seu par vizinho.

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Efeito cancelamento nos pares trançados
Fonte: Torres (2001, p. 219)

Essa proteção “natural” não é o único tipo de proteção que um


cabo par trançado pode oferecer. Esses cabos podem ainda
apresentar uma proteção adicional contra interferências. Em
função disso, existem dois tipos de par trançado:

a) STP (Shielded Twisted Pair – Par Trançado Blindado) – esse


tipo de cabo possui, em volta dos pares, uma espécie de papel
alumínio. Essa proteção de alumínio serve como uma blindagem
adicional contra interferências externas, como motores elétricos,
reatores de lâmpadas e equipamentos industriais, que geram
ondas eletromagnéticas que podem corromper os dados que
trafegam pelo cabo. Esse cabo tem a vantagem de transmitir
dados com menores interferências, porém, possui custo elevado e
maior peso, o que o torna mais difícil para passar em tubulações.

Atualmente, para redes instaladas em ambiente industrial, em que


vários campos eletromagnéticos causam interferência, a fibra
óptica tem sido a melhor opção, pois, apesar do custo maior, ela

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transmite sem interferências, possui peso menor e atinge maiores
taxas de transmissão.

Cabo par trançado STP


Fonte: CEAD/IFES (2011)

b) UTP (Unshielded Twisted Pair – Par Trançado Não Blindado) –


esse é o cabo mais simples e mais barato para as redes locais. É
conhecido popularmente como “cabo de internet”, já que as
pessoas têm o hábito de compartilhar internet com os vizinhos
utilizando esse cabo; também é ainda o mais utilizado para
montar redes locais nas empresas. Ele não possui blindagem, o
que o torna mais barato e mais leve, facilitando a passagem por
tubulações. As redes locais especificadas para funcionar até 1000
Mbps (1 Gigabit) necessitam desse tipo de cabo com
especificação CAT5e ou CAT6.

Cabo par trançado UTP CAT5e


Fonte: CEAD/IFES (2011)
Atualmente, os cabos de par

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trançado CAT6 e CAT6a garantem melhor qualidade em
transmissões de 1 Gbps e permitem interligação de redes de 10
Gbps (10 GbE – Ethernet de 10 gigabits por segundo).

Os cabos UTP necessitam de um conector para se ligar às


interfaces de rede ou às portas do switch do tipo RJ-45 (Figura
abaixo). Eles são instalados nas pontas dos cabos UTP utilizando
uma ferramenta chamada popularmente de “alicate de
crimpagem”.

Conector RJ-45 crimpado no cabo


Fonte: CEAD/IFES (2011)

2.1.2 - Fibra óptica

As fibras ópticas já se tornaram conhecidas e são usadas até


como instrumento de decoração, graças à sua capacidade de
direcionar a luz, levando-a a fazer “curvas”. Também já é sabido
que esses feixes de luz podem ser usados como meio de
transporte de informação e têm capacidade de transmissão de
grandes volumes de dados. Vamos, portanto, abordar suas
características funcionais e compreender seu funcionamento.

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Em uma transmissão óptica, três componentes são fundamentais:
uma fonte de luz, o meio de transmissão e um detector. A fonte de
luz (ou fototransmissor) recebe sinais elétricos e os convertem em
luminosos. O meio de transmissão é uma fibra ultrafina de vidro
(com menor espessura que um fio de cabelo) que consegue
carregar o sinal luminoso. O detector faz o processo inverso:
recebe sinais luminosos e os convertem em elétricos.

Para entender melhor esse fenômeno, digamos que no seu quarto


as luzes sejam apagadas e você acende uma lanterna contra a
parede a uma distância de 2 metros; a luz se espalha, formando
um circulo com diâmetro muito maior do que sua lanterna. Agora
imagine que você tenha um tubo com espelhos por dentro e você
o coloque na frente da sua lanterna: a luz será refletida dentro do
tubo, chegando à parede um forte círculo luminoso e o seu quarto
continuará escuro. O cabo de fibra óptica é esse tubo espelhado.

Dizemos que os cabos de fibras ópticas possuem o fenômeno de


reflexão interna total. Por transportar luz e não sofrer
interferências eletromagnéticas, esses cabos podem ligar duas
redes locais distantes algumas dezenas de quilômetros, com
taxas na casa dos gigabits (1 Gbps ou mais).

Para que o fenômeno de reflexão total aconteça dentro da fibra,


no processo, de fabricação ela recebe um revestimento de vidro,
que também é um material transparente, porém com índice de
refração inferior ao do núcleo. Com isso, os sinais luminosos são

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refletidos pelas paredes da fibra, fazendo com que não se percam
pela capa.

Estrutura de um cabo de fibra óptica


Fonte: Adaptado de Tanembaum (2003, p. 102)

As fibras ópticas podem ser classificadas em dois tipos:


monomodo (ou monomodais ou de modo único) e multimodo (ou
multimodais ou de modo múltiplo). Cada uma tem suas
características e aplicações, a saber:

a) Fibra óptica monomodo – com esse tipo de fibra não ocorre a


dispersão modal, ou seja, o feixe de luz se propaga em linha reta
(único modo) sem ter que ser refletido internamente. Isso garante
que o sinal atinja distâncias maiores e com maiores taxas de
transmissão. Para conseguir isso, o núcleo da fibra precisa ser
ultrafino, cerca de 8 μm (8 micrômetros = 8 x 10-6 metros).

O fato de ser tão fino traz um problema: a acoplagem e a fixação


com as interfaces de rede devem utilizar equipamento especial
para permitir alinhar o feixe luminoso da placa de rede com a
fibra, o que é um trabalho difícil, minucioso e caro. Esse tipo de

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fibra é indicado para interligar campus de universidades e redes
locais que precisem ultrapassar 2 km de comprimento.

A Figura abaixo mostra o modo de transmissão de uma fibra


monomodal.

Transmissão num cabo de fibra monomodo


Fonte: Morimoto (2008, p. 75)

b) Fibra óptica multimodo (destacada na Figura 4.9) – é mais


grossa que a fibra monomodo. A luz é refletida várias vezes na
parede do cabo, ocorrendo o fenômeno de dispersão modal, o
que faz o sinal perder força. Devido a essa dispersão, este cabo
pode chegar ao máximo de 2 km. O núcleo deste cabo chega a
62,5 μm, aproximadamente oito vezes mais grosso do que o
núcleo da fibra monomodo. Esses cabos são mais fáceis de
instalar e ligar às placas de rede, justamente pelo seu diâmetro
maior. Ainda assim, exigem equipamento e pessoal
especializados para montagem e instalação.

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Estrutura da fibra óptica multimodo
Fonte: CEAD/IFES (2011)

Você pode observar que na Figura 4.9 há duas medidas


destacadas: a de 62 μm (micrometros) indica o diâmetro do
núcleo da fibra, por onde efetivamente passam os sinais
luminosos; a de 125 μm indica o diâmetro da casca ou cladding,
que serve como uma espécie de espelho para refletir os sinais
luminosos. O restante do material refere-se a um polímero de
PVC que reveste a casca, fibras de resistência mecânica que
ajudam a proteger o núcleo contra impactos e, finalmente, o
revestimento externo do cabo.

As fibras multimodais ainda podem ser classificadas em dois


tipos, de acordo com seu modo de propagação. São elas: fibras
multimodo de índice degrau e fibras multimodo de índice gradual.

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 Fibra multimodo de índice degrau – foi um dos primeiros
tipos de fibra a surgir. O termo ‘degrau’ designa e existência
de apenas um índice de refração entre o núcleo e a casca.
Como sofre maior atenuação por km (cerca de 5 dB/km), ela
atinge menores distâncias do que as fibras ópticas de índice
gradual. A Figura 4.10 exemplifica esse tipo de transmissão.

Figura 4.10: Propagação da luz na fibra multimodo de índice degrau


Fonte: Torres (2001, p. 249)

 Fibra multimodo de índice gradual – nesta, o índice de


refração diminui gradativamente e de forma contínua, ao invés
da mudança brusca do núcleo para a casca. Na verdade,
esse tipo de fibra é fabricado com “várias cascas”, cada uma
com um índice de refração diferente, sendo a mais externa a
que tem o índice menor. A Figura 4.11 mostra uma
transmissão do tipo gradual.

Figura 4.11: Propagação de luz na fibra multimodo de índice gradual


Fonte: Morimoto (2008, p.75)

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É importante ressaltar que, assim como nos cabos metálicos, a
fibra óptica também sobre com os efeitos da atenuação.

Exercício

1. Examine o tipo de cabeamento da sala do curso. Comente com


um colega qual a mídia física utilizada; quais os tipos de
conectores; se o cabeamento é estruturado ou não; se o
cabeamento passa próximo de campos geradores de ruídos
eletromagnéticos.

a) Se você trabalha, faça as mesmas observações em relação


a alguma rede da sua empresa. Se não trabalha, observe
esses aspectos dentro de uma lan house. Aliás, por que este
nome lan house?

b) A técnica de cancelamento é induzida devido ao


entrelaçamento dos fios entre si, formando pares trançados.
Explique os aspectos positivos e negativos com relação ao
entrelaçamento.

2. Uma rede usando cabos tipo par trançado UTP CAT5e a uma
taxa de 100 Mbps tem um tamanho máximo para o segmento do
cabo. Qual é esse tamanho? Por que não pode ser maior?

3. Com relação à proteção contra ruídos eletromagnéticos


externos, qual o melhor cabo: UTP, STP ou fibra óptica?
Justifique sua resposta.

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4. Faça as devidas associações:
a) Fibras ópticas monomodais.
b) Fibras multimodais de índice degrau.
c) Fibras multimodais.
d) Fibras multimodais de índice gradual.
( ) Diâmetro do núcleo na ordem de 8 μm.
( ) Vários índices de refração entre o núcleo e a casca.
( ) Tem baixíssima atenuação e pode chegar a 50 km.
( ) Tem apenas um índice de refração entre o núcleo e a casca.
( ) Tem diâmetros que podem variar de 50 a 62 μm.

Tópico 3 - O que é um Sistema de Cabeamento


Estruturado?

É um sistema de cabeamento cuja infra-estrutura é flexível e


suporta a utilização de diversos tipos de aplicações tais como:
dados, voz, imagem e controles prediais, ou ainda mais
formalmente, um sistema de cabeamento estruturado é um
conjunto de produtos de conectividade usados de acordo com
normas específicas e internacionais com características próprias,
que destacamos:

 Arquitetura aberta
 Disposição física e meio de transmissão padronizados
 Conformidade a padrões internacionais

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 Suporte a diversos padrões de aplicações, dados, voz,
imagem etc.
 Suporte a diversos padrões de transmissão, cabo metálico,
fibra óptica, rádio etc.
 Assegurar expansão, sem prejuízo da instalação existente.
 Permitir migração para tecnologias emergentes.

O conceito de Rede Estruturada se baseia na disposição de uma


rede de cabos, integrando os serviços de voz e dados, imagem e
sinais de controle, que facilmente pode ser redirecionada no
sentido de prover um caminho de transmissão entre quaisquer
pontos desta rede. Em uma rede projetada seguindo este conceito
as necessidades de todos os usuários podem ser obtidas com
facilidade e flexibilidade.

Características

Um Sistema de Cabeamento Estruturado tem como característica


básica ser um sistema multimídia, isto é, proporciona o acesso a
vários sistemas de comunicação tais como voz, dados, imagens,
sinais de controle através de um único sistema de cabeamento
conforme podemos ver a seguir:

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Tópico 4 - Um pouco de história do Sistema de
Cabeamento Estruturado

Com o grande crescimento da demanda de sistemas de aplicação


como: dados, vídeo voz, controles etc, empresas passaram a
estabelecer padrões proprietários de cabeamento para a
implantação destes sistemas, resultando numa ampla diversidade
de topologias, tipos de cabos, conectores, padrões de ligação etc.

O conceito de Sistema de Cabeamento Estruturado surgiu como


resposta a esse avanço das telecomunicações com o objetivo de
criar uma padronização do cabeamento instalado dentro de
edifícios comerciais e residenciais independentemente das
aplicações a serem utilizadas no mesmo.

Para podermos compreender melhor o assunto vamos fazer uma


analogia com um sistema

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elétrico de um edifício ou residência, no qual o cabeamento
instalado proporciona ao usuário a possibilidade de utilizar
diversos aparelhos elétricos tais como rádio, televisor, secador de
cabelos, entre outros; bastando, para tanto, que o cabo de
alimentação destes equipamentos seja "plugado" na tomada que
se encontra na parede ou piso do local.

Da mesma maneira, o Sistema de Cabeamento Estruturado


proporciona ao usuário a possibilidade de utilização de um
computador, um telefone, uma câmera de vídeo, um alto falante,
um sensor de temperatura, presença etc. De maneira simples e
organizada, bastando para isso “plugar” o equipamento, como no
sistema elétrico, em uma tomada (outlet) e fazer a manobra do
cabo correspondente àquele ponto, no “armário de
telecomunicação” e/ou “sala de equipamentos”.

Tópico 5 - O porquê da padronização do Sistema de


Cabeamento Estruturado

A padronização foi a forma de atender aos diversos padrões de


redes locais, telefonia e outras aplicações (independentemente do
fabricante ou do tipo de equipamento) o conceito de Sistema de
Cabeamento Estruturado agrega outros benefícios importantes:

 Solucionam problemas tais como crescimento populacional (o


dimensionamento dos pontos de um Sistema de Cabeamento

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Estruturado é baseado na área em m2 do local a ser cabeado
ao invés do número de usuários);
 Alteração de layout dos usuários (em média 25% dos
funcionários sofrem mudanças dentro da empresa no prazo
de um ano);
 Evolução de tecnologias emergentes rumo a aplicações com
taxas de transmissão maiores;
 Minimização de falhas nos cabos ou nas conexões, entre
outros.
 Reconhecendo a necessidade de padronizar o Sistema de
Cabeamento Estruturado diversos profissionais, fabricantes,
consultores e usuários reuniram-se sob a orientação de
organizações como ISO/IEC, TIA/EIA, CSA, ANSI, BICSI e
outras para desenvolver normas que garantissem a
implementação do conceito do mesmo. As normas mais
comuns são:

 ANSI/TIA/EIA-568-C (Sistema de Cabeamento) prevê todos


os conceitos citados anteriormente e é complementada por
outras normas;
 ANSI/TIA/EIA-569-B (Infra-estrutura utilizada principalmente
por engenheiros civis e arquitetos);
 ANSI/EIA/TIA-570-A (Cabeamento para pequenos Escritórios
e Residência SOHO);
 ANSI/TIA/EIA-606A (Administração e Identificação);
 ANSI/TIA/EIA-607A (Aterramento em Telecomunicações).

Além de alguns TSBs (Telecommunications Systems Bulletin):

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 TSB67 (Testes realizados em campo no cabeamento UTP);
 TSB72 (Cabeamento óptico centralizado);
 TSB75 (Práticas do cabeamento por zonas - Zone Wiring);
 TSB95 (Diretrizes adicionais da performance de transmissão
do cabeamento UTP 4P Cat. 5).

No Brasil, a norma oficial é a NBR 14565 da ABNT baseada na


EIA/TIA 568-A, recentemente alterada (novembro/ dezembro de
2006) passando ser baseada na EIA/TIA 568C.

Tópico 6 - Por que usar Sistema de Cabeamento


Estruturado?

Nos dias de hoje, as empresas levam em conta a utilização desse


tipo de sistema pelas vantagens que o mesmo apresenta em
relação aos cabeamentos tradicionais, onde as aplicações são
atendidas por cabeamentos dedicados, (ex: um para dados e
outro para voz), principalmente se as vantagens forem levadas
em conta com o passar do tempo. É importante lembrarmos que o
cabeamento possui a maior expectativa de vida em uma rede (em
torno de 15 anos).

Percebemos que um mesmo cabeamento irá suportar a troca de


alguns hardwares e vários softwares. Além disso, existem
fabricantes do mercado que proporcionam uma garantia aos seus
produtos superior aos 15 anos.

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De acordo com pesquisas realizadas nos últimos anos, os
problemas de gerenciamento da camada física contabilizam mais
de 50% dos problemas de rede e o Sistema de Cabeamento
Estruturado consiste apenas de 2 a 5% do investimento na rede.

Se levarmos em conta o investimento inicial realizado em um


Sistema de Cabeamento Estruturado e notarmos que o mesmo
sobreviverá aos demais componentes da rede além de requerer
pouquíssimas atualizações com o passar do tempo, notamos que
o mesmo fornece um retorno do investimento (ROI) excepcional.
Em vista dos fatores apresentados anteriormente, percebemos
que a escolha de um Sistema de Cabeamento Estruturado é uma
decisão muito importante, pois influenciará a performance de toda
a rede, assim como a confiabilidade da mesma.

A utilização de um Sistema de Cabeamento Estruturado


proporciona entre outras as seguintes vantagens:

 Facilidade de mudanças de layout;


 Pronto atendimento às demandas de comunicação dos
usuários;
 Diminuição nos custos de mão de obra e montagem de infra-
estrutura ;
 Maior confiabilidade no sistema de cabeamento;
 Facilidade no acesso e processamento de informações;
 Integração de sistemas de controle através do cabeamento;
 Um único cabeamento para diversas aplicações.

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Tópico 7 - Estrutura do Sistema de Cabeamento
Estruturado

Com o intuito de melhorar o entendimento do conceito, as normas


ANSI/TIA/EIA-568-C dividiram a estrutura do Sistema de
Cabeamento Estruturado em elementos principais, que em
conjunto com a questão da administração e infraestrutura
abordada nas normas ANSI/TIA/EIA-606A e ANSI/TIA/EIA-569A
formam os elementos descritos a seguir:

1. Cabeamento Secundário (Cabling Horizontal).


2. Cabeamento Principal (Backbone Cabling).
3. Área de Trabalho (Work Area).
4. Armários de Telecomunicações (Telecommunications Closets -
AT).
5. Salas de Equipamentos (Equipament Room - SEQ).
6. Facilidades de Entrada (Entrance Facilities).
7. Certificação.
8. Infraestrutura (Encaminhamento dos cabos).
9. Documentação da instalação.
10. Cabos utilizados.

A prioridade destas normas é prover as especificações do projeto


e direção para todas as instalações do prédio relacionadas aos
sistemas de cabeamento de telecomunicações e componentes.
Estes padrões identificam e endereçam seis componentes
proeminentes da infraestrutura do prédio: facilidade de entrada,
sala(s) de equipamentos, rotas principais (de backbone), armários

29
de telecomunicações, rotas secundarias (horizontais) e áreas de
trabalho.

7.1 - Cabeamento Secundário (Horizontal)

O cabeamento secundário é composto pelo cabo (“basic link


fêmea” / fêmea) ou seguimento de cabos (“chanel” macho /
macho) que liga a Área de Serviço (Work Area) ao Armário de
Telecomunicação (Telecommunications Closets). É usado o cabo
metálico UTP (Unshielded Twisted Pair) também conhecido por
par trançado, constituído por fios metálicos trançado aos pares
com 4 pares de fios bitola 22 ou 24 AWG e impedância
característica de 100 ohms (A oposição que a corrente elétrica
sofre ao atravessar um resistor é denominada resistência; para
indutor e capacitor dizemos reatância.

Chamamos impedância a soma dos efeitos de resistência mais


reatância, ou seja, impedância é a oposição total que a corrente

30
sofre ao circular num circuito, sendo medida em Ohm), em
conformidade com o padrão ANSI/TIA/EIA-568-C categoria 5E ou
superior. Também pode ser usado cabo de fibra óptica, com no
mínimo 2 fibras multímodo 62,5/125 micrômetros em
conformidade com o padrão EIA 492-AAAA.

Como a maior parcela dos custos de instalação de uma rede local


corresponde ao sistema de cabeamento secundário, e o mesmo
deverá suportar uma larga faixa de aplicações, recomenda-se o
emprego de cabos metálicos, quando possível.

7.1.1 - Diretrizes gerais de projeto

O sistema de distribuição secundário precisa satisfazer aos


requerimentos atuais e facilitar a manutenção e a recolocação.
Também se deve considerar instalações futuras de equipamentos
e modificação de serviços.

Após a instalação, o cabeamento secundário normalmente é


menos acessível que outros tipos de cabeamento. O cabeamento
secundário está sujeito a maior parte da atividade do edifício,
aproximadamente 90%. Considerar a diversidade de possíveis
serviços e aplicações a serem usadas.

31
7.1.2 - Componentes do cabeamento secundário

A figura ilustra os componentes que integram um sistema de


cabeamento secundário. Em seguida, descreveremos cada um
desses elementos com maiores detalhes.

7.1.2.1 - Cordão Adaptador usado no rack (Patch Cord)

É também chamado de patch cord, consiste de um cordão de


cabo UTP, de categoria 5e (enhanced) ou superior, composto de
fios ultraflexíveis (fios retorcidos) com conectores RJ45 macho
nas extremidades. Sua função é interligar, no rack, dois painéis de
conexão ou um painel e um equipamento ativo, facilitando as
manobras de manutenção ou de alterações de configuração.

A montagem dos pinos deve obedecer à codificação de pinagem


T568-A/B. Os componentes (cabo e conectores) devem atender à
especificação da TIA/EIA 568-B. A distância máxima prevista para
um cabo adaptador é de 5 metros.

32
Pode-se adotar uma codificação de cores na capa externa do
cabo prevendo uma diferenciação visual para as várias
funções/aplicações existente, por exemplo:

 Dados (pinagem direta): cor da capa externa verde;


 Dados (pinagem cruzada): cor da capa externa vermelho;
 Voz (telefone): cor da capa externa amarelo;
 Vídeo (P&B e Colorido): cor da capa externa violeta.

Cordões Adaptadores (Pach Cords)

7.1.2.2 - Cordão Adaptador usado nas Estações (Patch Cord)

Consiste de um cordão de cabo com características elétricas


idênticas ao cabo UTP categoria 5e ou superior, composto de fios
ultraflexíveis (fios retorcidos) com conectores RJ45 macho nas
extremidades, projetado para interligar a estação até a tomada na
Área de Trabalho. A montagem dos pinos deve obedecer à
codificação T568-A/B, também era chamado de patch cord.

Os componentes (cabo e conectores) devem atender à


especificação da norma TIA/EIA 568-B, a distância máxima
prevista para um cabo de estação é de 5 metros.

33
Recomenda-se utilizar a cor cinza ou branca para a capa externa.

Vista frontal e traseira de um Painel de Conexão (Pach Panel)

Ou patch panel, poderá ser composto pelo agrupamento de 24


conectores RJ45 fêmea na dimensão de 1 UA (unidade de altura)
e instalação em gabinetes (racks) de 19 polegadas; a montagem
dos pinos deverá obedecer à codificação de pinagem T568-A/B.
As tomadas instaladas no painel deverão atender à especificação
da TIA/EIA 568-C. O sistema de terminação do cabo UTP
normalmente é do tipo IDC (Insulation Displacement Contact).

Cabo de par-trançado com 4 pares, constituídos por fios sólidos


bitola de 22 ou 24 AWG e impedância característica de 100 ohms.
A especificação mínima de desempenho para esse cabo deverá
ser compatível com a TIA/EIA 568-B Categoria 5E ou superior.
Para instalações novas, recomenda-se a utilização de cabos
Categoria 6. Adota-se normalmente como padrão a capa externa

34
do cabo na cor azul. Ponto de telecomunicações: também
conhecido por tomada de estação, trata-se de um sub-sistema
composto por um espelho com previsão para instalação de, no
mínimo, duas tomadas RJ45/8 vias fêmea.

Uma tomada pode ser associada com voz e a outra com dados. A
primeira tomada será um cabo UTP 4 pares 100Ω, categoria 5e
(enhanced) ou superior.

A segunda tomada pode ser suportada por uma das seguintes


mídias:

 cabo UTP 4 pares 100Ω, categoria 6 (recomendado)


 cabo óptico 2 fibras, 62,5/125µm

A conectorização deverá obedecer à codificação de pinagem


T568-A/B. A montagem do espelho e demais componentes
deverá ser acessível pela Área de Trabalho. O espelho deverá
possuir previsão para instalação de etiqueta de identificação.

Recomenda-se que seja integrada a esse subsistema, uma caixa


de superfície 5 x 3 polegadas em substituição às tradicionais
caixas 4 x 2 polegadas encontradas no mercado, pois ela foi
desenvolvida para atender aos requisitos técnicos de manter os
cabos dentro dos parâmetros de curvatura mínima e de espaço
para sobras, embora seja desenvolvida por algum fabricante,
portanto mais cara do que os tradicionais conduletes.

35
Devemos ter 2 pontos de tomada a cada 10 m², estes pontos
podem ser juntos ou não, é claro que fica mais econômico e
prático juntá-los em uma única caixa.

Normalmente, os fabricantes de componentes para sistemas de


cabeamento estruturado oferecem esses produtos em conjunto ou
isolados, possibilitando uma instalação uniforme e com excelente
acabamento.

7.1.3 - Distâncias

O comprimento máximo de um segmento secundário, isto é, a


distância entre o equipamento ativo instalado no Armário de
Telecomunicações e a estação de trabalho (“chanel”) é de 100m.
A norma TIA/EIA 568-B define as distâncias máximas do
cabeamento horizontal independentemente do meio físico
considerando duas parcelas desse subsistema:

 O comprimento máximo de um cabo secundário será de 90


metros. Essa distância deve ser medida do ponto de conexão
mecânica no Armário de Telecomunicações, centro de
distribuição dos cabos, até o ponto de telecomunicações na
Área de Trabalho (“basic link”);
 Os 10 metros de comprimento restantes são permitidos para
os cordões adaptadores para estação e rack, que é de 5
metros cada.

36
7.2 - Cabeamento Principal (Vertical, Backbone Cabling)

A função básica do cabeamento principal ou backbone cabling é


interligar todos os armários de telecomunicação instalados nos
andares de um edifício comercial (backbone cabling) ou vários
edifícios comerciais (campus backbone), onde também serão
interligadas as facilidades de entrada (entrance facilities). A
topologia adotada para os Cabeamentos principais é a estrela.

Os principais fatores a serem considerados quanto ao


dimensionamento dos cabos principais são:

 Quantidade de área de trabalho;


 Quantidade de armários de telecomunicações instalados (AT),
1 para cada 1500 m²;
 Tipos de serviços disponíveis;
 Nível de desempenho desejado.

Deve-se viabilizar, quando a distância permitir, outro trajeto de


interligação entre o núcleo da rede e os Armários de
Telecomunicações (rota alternativa ou de redundância). Dessa
forma recomenda-se, na elaboração do projeto de cabeamento
estruturado, considerar essas alternativas procurando interligar os
centros de distribuição de sinais com um número suficiente de
cabos, com a finalidade de construir uma rede com alta
disponibilidade, excelente desempenho e confiabilidade.

37
Como padrão mínimo aceitável deve-se prever, na interligação
entre os Armários e a Sala de Equipamento, a utilização de dois
cabos para cada tipo de meio físico (metálico ou óptico) utilizado,
devendo ser estudada durante o projeto a viabilidade técnica e
financeira de um desses cabos passar através de um trajeto
alternativo.

7.2.1 - Meios de transmissão

O cabeamento tronco será constituído por um dos seguintes


meios de transmissão:

 Cabo de fibra óptica com no mínimo 4 fibras multímodo


62.5/125 micrômetros em conformidade com o padrão EIA
492-AAAA;
 Cabo de fibra óptica com no mínimo 4 fibras monomodo 9
micrômetros em conformidade com o padrão EIA 492-BAAA;
 Cabo UTP (Unshielded Twisted Pair): cabo constituído por
fios metálicos trançados aos pares, comumente chamado de
"cabo de pares trançados", com 4 pares de fios bitola 22 ou
24 AWG e impedância de 100 ohms em conformidade com o
padrão TIA/EIA 568B categoria 5e (enhanced) ou superior,
recomenda-se categoria 6.

7.2.2 - Distâncias

A distância máxima do cabeamento principal é dependente do


meio de transmissão, da aplicação e dos comprimentos totais

38
empregados no sistema de distribuição secundário (cabos, cabos
de manobra etc.). Além disso, outros padrões de cabeamento
alternativo existentes (por exemplo, TSB-72 ) podem alterar essas
distâncias. Assim, os valores a seguir são adotados para
preservar os investimentos e garantir desempenho satisfatório nas
diversas modalidades:

 Cabo UTP distância máxima de 90 metros;


 Fibra óptica multimodo 50/125 ou 62,5/125 micrômetros
distância máxima de 220 metros;
 Fibra óptica monomodo 8 a 10/125 micrômetros distância
máxima de 3.000 metros.
OBS: no padrão gigabit Ethernet esses valores podem ser
diferentes.

7.2.3 - Diretrizes gerais de projeto

O cabeamento principal (Backbone) define, também, outros


requisitos de projeto, tais como:

 Topologia em estrela;
 Não possuir mais de dois níveis hierárquicos de conectores
de cruzamento (cross-connect);
 Evitar instalações em áreas onde existam interferências
eletromagnéticas e rádio frequência;
 As instalações devem ser aterradas seguindo a norma
EIA/TIA 607.

39
7.3 - Área de Trabalho (Work Area)

Área de trabalho, também chamada em inglês de work area, é o


local onde o usuário começa a interagir com o sistema de
cabeamento estruturado, é onde se localizam as estações de
trabalho, os aparelhos telefônicos e qualquer outro dispositivo de
telecomunicações operado pelo usuário além de alguns sensores
de controle.

Para efeito de dimensionamento, são instalados no mínimo dois


pontos de telecomunicações em uma área de 10 m2.

É fundamental que um projeto criterioso avalie detalhadamente


cada local de instalação dos pontos, pois problemas de
subdimensionamento podem onerar as expansões. Já em alguns
casos será preciso substituir a infraestrutura projetada.

Como o comprimento máximo dos cabos na área de trabalho é de


5 metros, o correto posicionamento dos pontos de
telecomunicações deve ser avaliado. Deve-se procurar posicionar
os pontos em locais distribuídos dentro da área de alcance dos
cabos de estação.

Quando não existir vários pontos de telecomunicações


distribuídos na Área de Trabalho, as mudanças no
posicionamento destes pontos ocorrerão com maior frequência.
Para isso, deve-se procurar inicialmente instalar os pontos nos
locais mais afastados do encaminhamento principal do prédio

40
(eletrocalhas nos corredores); assim, será relativamente fácil
alterar esse posicionamento, pois não será necessária a
passagem de novo cabo secundário.

7.4 - Armários de Telecomunicações (Telecommunications


Closets)

7.4.1 - Funções

A função primária dos Armários de Telecomunicações (wiring


closets) é servir como um centro de telecomunicações, isto é, a
terminação dos cabos do sistema de distribuição secundário. É
considerado o ponto de transição do cabeamento principal e o
secundário.

Eles diferem das Salas de Equipamentos pela quantidade e


localização, pois são geralmente áreas ( salas ou estruturas de
armários ) que servem a um pavimento ou a regiões (1500 m²) de
um andar em uma edificação.

A existência de um ou mais Armários de Telecomunicações em


um determinado pavimento deve-se ao fato de que os cabos no
sistema de distribuição horizontal apresentam restrições na
distância máxima. A topologia nesse local também é baseada no
modelo estrela e, além dos componentes de cabeamento, podem
ser opcionalmente instalados, equipamentos ativos.

41
A técnica de conexão adotada, isto é, a maneira como serão
interligados os componentes ativos e passivos, será a da
interconexão, ou seja, os cabos terminados em um painel de
distribuição (patch panel) serão interligados diretamente aos
equipamentos por um cordão adaptador (patch cord).

No caso de equipamentos de telecomunicações que não


apresentem interfaces com conector RJ45 8 vias, deve-se
obrigatoriamente utilizar o sistema de conexão cruzada, onde
cada cabo e o(s) equipamento(s) são terminados em um painel de
distribuição (patch panel) e um cordão adaptador é utilizado para
interligar os painéis. Recomenda-se, para o(s) equipamento(s),
utilizar painéis semelhantes aos das terminações dos cabos UTPs
normalmente IDC.

7.4.3 - “Cross-Connect” x Interconexão

7.4.3.1 - “Cross-Connects”

Cabo e o(s) equipamento(s) são terminados em painéis de


distribuição (patch panel) e um cordão adaptador é utilizado para
interligar os painéis. Recomenda-se, para o(s) equipamento(s),
utilizar painéis semelhantes aos das terminações dos cabos UTPs
normalmente IDC.

42
7.4.3.2 – Interconexões

Os cabos terminados em um painel de distribuição (patch panel)


serão interligados diretamente aos equipamentos ativos por um
cordão adaptador (patch cord).

7.5 - Sala de equipamentos (SEQ)

7.5.1 Funções

 Receber a fibra óptica do backbone do campus;


 Acomodar equipamentos de comunicação das operadoras de
Telecomunicações;
 Acomodar equipamentos e componentes do backbone
(opcional);
 Acomodar os equipamentos principais e outros componentes
da rede local;
 Permitir acomodação e livre circulação do pessoal de
manutenção;
 Restringir o acesso a pessoas autorizadas.

7.6 - Entrada de facilidades (Entrance Facilities)

As instalações de entrada no edifício fornecem o ponto no qual é


feita a interface entre o cabeamento externo e a intra-edifício e
consistem de cabos, dispositivos de proteção, equipamentos de
conexão, transição e outros necessários para conectar as

43
instalações externas ao sistema de cabos local. O aterramento
deve estar conforme ANSI/TIA/EIA-607.

7.7 - A Importância da Certificação

Com a crescente demanda pela interligação de equipamentos


digitais em rede, cresce sobremaneira a importância do meio
físico encarregado desta interligação. Computadores cada vez
mais rápidos, sistemas complexos com dados das mais diversas
fontes para as mais variadas aplicações tornando a informação
bastante preciosa e, portanto sendo necessário que a sua
manipulação seja feita de maneira segura, rápida e eficiente.

Imagine você em sua casa ou escritório, executando um trabalho


que muitas vezes demandaria meses de pesquisa e elaboração,
sendo feitos em questão de minutos graças a sua capacidade de
busca de dados e eficiente manipulação.

Pois são fatores como este que estão impulsionando o mercado


de redes corporativas a patamares até bem pouco tempo
inimagináveis. Mas o que se procura obter com tudo isso?
Obviamente que as empresas estão procurando uma maior
competitividade através do ganho de tempo e maior rapidez nos
processos, colocando todos os seus sistemas administrativos,
gerenciais e de controle em computadores interligados em redes
corporativas, simplificando processos e agilizando as tomadas de
decisão, procurando tornar mais rápido o atendimento aos seus
clientes.

44
7.7.1 - Paradas na Rede

Estando uma empresa com todo o seu sistema administrativo e


de controle em rede, a possibilidade de uma parada constitui-se
em um verdadeiro pesadelo, não somente pela parada do
sistema, mas principalmente pelos prejuízos que poderão causar
à empresa. Podemos tomar como exemplo uma rede composta
de 50 usuários, que sofre uma pane, ficando parada pelo tempo
de 1 hora.

Para o cálculo aproximado da perda que irá ocorrer para a


empresa deveremos calcular o seguinte: (calcular o salário /hora
de cada usuário X 50) + (avaliar o prejuízo causado pela parada
dos processos administrativos) + (perdas causadas por negócios
não realizados) = PREJUIZO, que varia segundo o ramo de
atuação de cada empresa.

7.7.2 - Causas de panes nas Redes

As paradas de redes podem ter várias causas, tais como


hardware defeituoso ou software com problemas. Porém, 60%
das paradas das redes têm como origem o mau funcionamento do
sistema de cabeamento tais como cabos com problemas de
instalação, tomadas lógicas não conectorizadas corretamente ou
cordão adaptador (patch cords) defeituosos, sem contar o fato de
que um cabeamento instalado de maneira inadequada poderá não
permitir a utilização de tecnologias com maior velocidade como
Gigabit Ethernet. Tudo isto em um item que é responsável por

45
apenas 5% do custo total de uma rede e que, portanto, merece a
nossa maior atenção.

7.7.3 - Certificação: uma necessidade, uma obrigação

Para prevenir estes problemas, devemos certificar a rede, isto é,


usar equipamentos, que avaliam a performance do cabeamento
após a sua instalação, assegurando assim o seu pleno
funcionamento e consequentemente a performance da rede. Tal
procedimento é previsto através da norma EIA/TIA 568 B,
inclusive com o fornecimento de relatórios escritos do
desempenho de cada ponto lógico instalado. Se a sua empresa
estiver instalando ou irá instalar uma rede corporativa atente para
este detalhe que como já vimos, é de fundamental importância.

7.7.4 – O que é medido?

Para atender a cat 5 são feitas 4 medidas:


 Wire map – mapa dos fios T568 – A/B.
 Lenght – comprimento.
 Attenuation – atenuação.
 Next – quanto maior, melhor é a interferência no outro fio
medido na mesma ponta.

Para atender a cat 5e são feitas as medições acima mais as:


 Return Loss – casamento de impedância.
 Elfext - é a interferência medida na outra ponta do fio.
 Delay – retorna um valor médio de retardo entre os pares.

46
 Delay skew – retorna o valor de retardo de cada par.

Para atender a cat 6 são feitas todas as medidas a cima mais a:


 Alien crosstalk – é a interferência entre os cabos.

7.7.5 – Exemplo de um relatório de certificação

7.8 - Infraestrutura

A infraestrutura representa o conjunto de componentes


necessários ao encaminhamento e passagem dos cabos, para
aplicações multimídia, em todos os pontos da edificação, assim
como os produtos necessários à instalação dos componentes
ativos do sistema que compõem uma rede local.

47
Fazem parte dessa classificação os seguintes materiais:
eletrocalhas, eletrodutos, caixas de passagem, gabinetes,
suportes de fixação, buchas, parafusos etc.

As edificações são dinâmicas e, durante a vida de um prédio, são


executadas diversas reformas, assim devemos almejar que um
projeto de infraestrutura seja suficientemente capaz de preservar
o investimento e garantir condições técnicas de alterações e/ou
expansões durante cerca de 15 anos.

O modelo básico de infraestrutura, normalmente é o sistema


composto por eletrocalhas e eletrodutos. Esse sistema de
encaminhamento de cabos permite uma excelente flexibilidade e
capacidade de expansão com custo reduzido, outros sistemas
como o de dutos de piso ou rodapé falso, ainda que atendam as
normas TIA/EIA 569-A, devem ser criteriosamente analisados,
antes da execução do projeto, pois apresentam sérias
desvantagens de expansão e podem, ainda, resultar em
interferências e redução no desempenho nas redes locais
instaladas.

A opção de piso elevado, utilizada geralmente em salas de


processamento corporativo (antigos CPD), é uma excelente opção
para locais com alterações constantes de layout e
imprevisibilidade. Deverá atender à especificação do item 4.3 da
TIA/EIA 569-A. Os eletrodutos e as eletrocalhas a serem
utilizados devem obrigatoriamente ser do tipo metálico rígido,
dando preferência para tratamento com zincagem a quente (pós-

48
zincagem) ou alternativamente, a frio (galvanização eletrolítica).

Todo o conjunto (eletrocalhas, eletrodutos e acessórios) deve ser


aterrado em um único Ponto, ou seja, no(s) Armário(s) de
Telecomunicações ou Sala de Equipamentos. O aterramento
deverá atender aos requisitos da norma TIA/EIA 607 (Commercial
Building Grounding and Bonding Requirements for
Telecommunications).

7.8.1 - Racks

Racks são gabinetes com largura padrão de 19' que poderão ser
abertos ou fechados onde serão fixados os equipamentos ativos
de rede, patch panels e demais acessórios.

7.8.2 – Eletrodutos

Para os eletrodutos, recomenda-se o metálico rígido do tipo


"pesado". Não devem ser aceitos tubos flexíveis. Devem ser
utilizadas apenas curvas de 90 graus do tipo suave. Não são
permitidas curvas fechadas de 90 graus.

A tabela 3 apresenta a quantidade máxima de cabos UTP que


podem ser instalados em eletrodutos. A menor bitola a ser
utilizada deverá ser de 3/4" ou 2,10 cm. Estas quantidades são
válidas para trajetórias onde existam no máximo duas curvas de
90 graus.

49
Tabela 3 - Capacidade de eletrodutos

NOTAS:

Cálculo baseado no diâmetro externo máximo de 6,3 mm para um


cabo UTP e capacidade máxima permitida da Tabela 4.4-1 da
TIA/EIA 569-A. Nessa tabela, o segmento de eletroduto tem
comprimento máximo de 30 metros, duas curvas de 90 graus e
taxa de ocupação de 40 %.

Consideramos neste documento que os cabos de fibra óptica


duplex apresentam o mesmo diâmetro externo de um cabo UTP.
Para a instalação de um sistema de eletrodutos deve-se,
obrigatoriamente, utilizar as derivações e seus acessórios tais
como curvas, buchas, arruelas etc. Para a fixação dos eletrodutos
junto às paredes, deve-se utilizar braçadeiras, sendo
recomendável as do tipo "D" e manter afastamento máximo de 1
metro entre as mesmas.

7.8.3 – Eletrocalhas

50
Para as eletrocalhas, recomenda-se preferencialmente as do tipo
lisa com tampa que evitam o acúmulo de sujeira. Não se deve
instalar eletrocalhas acima de aquecedores, linhas de vapor ou
incineradores.

NOTAS:

Cálculo baseado no diâmetro externo máximo de 6,3 mm para um


cabo UTP e capacidade máxima permitida por ensaio com taxa de
ocupação de 50 %.

Os cabos de fibra óptica duplex geralmente podem ser


considerados com a mesma dimensão de um cabo UTP. Para a
instalação de um sistema de eletrocalhas, deve-se,
obrigatoriamente, utilizar as derivações (curvas, flanges, "Ts",
desvios, cruzetas, reduções etc.) nas medidas e funções
compatíveis.

Obrigatoriamente essas derivações devem ser do tipo suave, não


contendo ângulos agudos que superem o mínimo raio de
curvatura dos cabos, prejudicando o desempenho do sistema. A
figura abaixo, ilustra alguns dos diversos tipos de derivações
existentes.

Derivações para eletrocalhas encontradas no mercado.

51
Para a fixação das eletrocalhas, existem vários dispositivos,
destacando-se os ganchos suspensos e a mão francesa. A
distância entre os suportes não deve ser superior a 2 metros.

Se a estação de trabalho se encontra em área onde existe


circulação ao redor do equipamento, recomenda-se a utilização
de poste ou coluna de tomadas, conforme a figura. O ponto de
alimentação é obtido das eletrocalhas instaladas no teto. O
travamento mecânico da coluna deve ser executado no piso e no
teto. Essa coluna deve ser construída em material metálico e deve
possuir canaleta própria para elétrica e telecomunicações.

7.8.4 - Encaminhamento dos cabos e montagem


(conectorização)

7.8.4.1 - Práticas para o encaminhamento dos cabos

lnspecione as tubulações antes da passagem dos cabos para


encontrar pontos de abrasão. Instale previamente um guia para o
encaminhamento dos cabos. Se necessário, use lubrificante de
cabos ou sabão neutro para auxiliar no deslizamento.

Procure instalar múltiplos cabos pela tubulação. Para isso, alinhe


os cabos a serem puxados e, com uma fita isolante, trave o guia e
os cabos por um comprimento de 20 a 25 cm. Após a passagem
pelos tubos, despreze (corte) cerca de 50 cm da ponta desses
cabos. Para comprimentos maiores, utilize os pares internos na
amarração.

52
Nos cabos ópticos, utilize o elemento de tração e/ou o kevlar
(cordões "plásticos" amarelos) para travamento do guia. Após a
instalação, despreze cerca de 1 metro do cabo óptico.

Preliminarmente à passagem dos cabos, deve ser feita uma


numeração provisória com fita adesiva nas duas extremidades
para identificação durante a montagem.

Na instalação dos cabos deve-se evitar o tracionamento de


comprimentos maiores que 30 metros. Em grandes lançamentos
(maiores que 50 metros) recomenda-se iniciar a passagem dos
cabos no meio do trajeto em duas etapas. As caixas ou bobinas
com os cabos devem ser posicionadas no ponto médio e dirigidas
no sentido dos Armários de Telecomunicação e em seguida a
Área de Trabalho.

Durante o lançamento do cabo não deverá ser aplicada força de


tração excessiva. Para um cabo UTP categoria 5e, o máximo
esforço admissível deverá ser de 110 N, o que equivale,
aproximadamente, ao peso de uma massa de 10 Kg.

O raio de curvatura admissível de um cabo UTP categoria 5e


deverá ser de, no mínimo, quatro vezes o seu diâmetro externo ou
30 mm. Para cabos ópticos, como regra geral esse valor é de 10
vezes o diâmetro do cabo ou não inferior a 30 mm. Nesses casos
o manual do fabricante deve ser consultado, pois existem
variações significativas.

53
Devem ser deixadas sobras de cabos após a montagem das
tomadas, para futuras intervenções de manutenção ou
reposicionamento. Essas sobras devem estar dentro do cálculo de
distância máxima do meio físico instalado:
 Nos pontos de telecomunicações (tomadas das salas) 30 cm
para cabos UTP e 1 metro para cabos ópticos.
 Nos armários de telecomunicações: 3 metros para ambos os
cabos.

Dentro das eletrocalhas os cabos UTP devem ser instalados


antes dos cabos de fibra óptica. Deve-se também ocupar um dos
lados da calha evitando posicionar os cabos no centro.

7.8.4.2 - Distância Rede Lógica x Rede Elétrica

Outro cuidado que devemos tomar quando da instalação do


cabeamento lógico é a sua proteção contra ruídos, notadamente
originária de fontes de energia elétrica, tais como: luminárias,
reatores e cabeamento e equipamentos elétricos.

Novamente a norma EIA/TIA 569 nos traz orientação de como


proceder na instalação do cabeamento. Com o lançamento da
Norma EIA/TIA 569 A, houve uma mudança substancial no que
tange as distâncias entre as redes lógicas e elétricas, passando a
ser aceita a seguinte situação:

É permitido o compartilhamento entre rede elétrica e rede lógica


em uma mesma canaleta, desde que:

54
a) Exista uma separação física entre as duas redes dentro da
canaleta;
b) Na rede elétrica a corrente total não poderá ser superior a 20 A.

7.8.4.2.1 - Tubulações de telecomunicações

Para evitar interferências eletromagnéticas, as tubulações de


telecomunicações devem cruzar perpendicularmente as lâmpadas
e cabos elétricos e devem prever afastamento mínimo de:
 1,20 metros de grandes motores elétricos ou transformadores;
 30 cm de condutores e cabos utilizados em distribuição
elétrica;
 12 cm de lâmpadas fluorescentes.

Os valores acima referem-se a circuitos elétricos de potência


inferior a 5 KVA. Todas as tubulações citadas devem ser
blindadas. Essa blindagem poderá ser obtida através de
eletrocalhas fechadas e/ou eletrodutos (conduítes) metálicos; na
montagem não deve haver descontinuidade elétrica entre o
transmissor e o receptor, ou seja, não deve haver mistura de
tubulações condutoras e isolantes na trajetória até a Área de
Trabalho.

7.8.5 - Identificação dos componentes de uma rede local

A identificação dos componentes de uma rede local é obrigatória


para os componentes passivos e recomendada para os ativos. A
seguir, é descrito o padrão de identificação obrigatório, em

55
concordância com a norma TIA/EIA 606. Esta identificação é
válida para qualquer componente do sistema, independentemente
do meio físico.

A identificação sempre conterá no máximo nove caracteres alfa-


numéricos. Esses nove caracteres são divididos em sub-grupos
que variam de acordo com as funções propostas.

As etiquetas de identificação a serem instaladas junto aos


componentes deverão ser legíveis (executadas em impressora),
duradouras (não descolar ou desprender facilmente) e práticas
(facilitar a manutenção).

7.9 - Documentação da Instalação

7.9.1 - Documentação da Instalação

É obrigatório documentar todos pontos de rede. Esta


documentação será necessária para a manutenção, expansões
ou reformas. A apresentação das mesmas deve ser em um
caderno no formato A4. Nesse documento deve constar:
 Descrição funcional da rede lógica;
 Documentação da instalação física da rede (as-Built);
 Termo de garantia.

56
7.9.2 - Descrição funcional da Rede Lógica

Deverá ser fornecido pelo executor da rede um documento


contendo:

 Descrição da rede indicando os padrões técnicos adotados,


número total de pontos de
 telecomunicações instalados e número de pontos ativos;
 Diagrama esquemático da rede com símbolos gráficos dos
componentes ativos, sua
 interligação e interoperabilidade, a partir do ponto de entrada
da fibra óptica, até as estações nas Áreas de Trabalho. No
diagrama esquemático devem ser identificadas:
 As salas em que se encontram instalados os componentes
ativos da rede;
 Planejamento de capacidade e estratégias para atualização
ou upgrade da rede;
 Análise de redundância;
 Descrição dos equipamentos ativos;
 Legenda dos equipamentos e cabeamento, quando
necessário.

7.9.3 - Documentação da instalação física da rede (as-Built)

A documentação da rede física deverá constar de:


 Lista de equipamentos e materiais de rede empregados, com
código do fabricante;

57
 Planta baixa de infraestrutura, indicando as dimensões da
tubulação;
 Planta baixa com o encaminhamento dos cabos, indicando o
número de cabos UTP e/ou fibra por segmento da tubulação;
 Relatório dos testes de certificação de todos os pontos
instalados;
 Relatório de testes dos segmentos de fibra óptica;
 Layout dos Armários de Telecomunicações;
 Mapa de inter-conexão dos componentes ativos e passivos,
isto é, lista de todas as tomadas RJ45 de cada painel de
conexão e das portas dos equipamentos;
 Código de fabricante ou diagrama de pinagem para cabos ou
dispositivos especiais (exemplo cabo em "Y").

7.9.4 - Termo de Garantia

O termo de garantia emitido ao final da obra, deverá descrever


claramente os limites e a duração da garantia para cada
componente do sistema instalado.

Declaração de desempenho assegurado para as aplicações às


quais a rede física foi proposta, as possíveis restrições para
outras aplicações ou para as aplicações introduzidas no futuro
pelos principais organismos internacionais (IEEE, TIA/EIA,
ISO/IEC, ATM FORUM etc.).

Conclusão

58
As normas de cabeamento estruturado permitem um melhor uso
da rede, não só pela organização oferecida. Também por oferecer
ao administrador da rede física uma facilidade na manutenção da
mesma, seja de forma preventiva ou corretiva.

Estas normas tem caráter internacional. Portanto oferecem uma


leitura correta para qualquer profissional de redes, seja ele de
onde for ou estiver.

Por fim, como os produtos são homologados no âmbito


internacional, é possível ter a qualidade da informação que são
transportados pelos cabos e acessórios das redes baseadas nas
normas de cabeamento estruturado.

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REFERÊNCIA

MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo:


do projeto à instalação. 1ª Ed . 2008. Editora Érica.

PINHEIRO, J. M. S. Guia completo de cabeamento de redes. 1ª


Ed. Editora Campus. 2003.

Furukawa – FCP. Cabeamento estruturado. 1999.

Furukawa – FCP. Introdução à tecnologia de redes. 1999.

Furukawa. FCP Master MF105. 2011.

http://instrutherim.com.br/testador-cabos-testadores-cabos.php.
2013

http://myaccount.flukenetworks.com/fnet_www/Search/playflash.a
spx?p=%2ffnet_
www%2fdownload%2fvirtualdemo%2fLINKRUNNER-AT-
ENGLISH-PROMO%2fLR-AT-EN.SWF. 2013.

http://pt.flukenetworks.com/datacom-cabling/Versiv/DSX-5000-
Cableanalyzer. 2013.

http://www.suportegratuito.com.br/2012/12/22/certificacao-de-
cabeamento/. 2013.

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