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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINAS DE SOLDA

Aluno: Pedro Henrique Alves

Curso: Técnico em mecatrônica

Professor Orientador: Pedro Bispo Alexandrino Neto

Belo Horizonte
Fevereiro de 2013
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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINAS DE SOLDA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como parte das atividades para
obtenção do título de Técnico em
mecatrônica, do curso de mecatrônica do
Centro Federal de Educação Tecnológica
de Minas Gerais.

Belo Horizonte
Fevereiro de 2013
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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

Desenvolvimento de máquinas de solda

Pedro Henrique Alves

Este trabalho tem como objetivo sintetizar os avanços que as


máquinas de solda tiveram nas últimas décadas. Avanços esses aliados ao
desenvolvimento da eletrônica, que possibilitou que máquinas mais compactas e
eficientes surgissem.

Prof. Pedro Bispo Alexandrino Neto


Professor orientador de estágio
CEFET-MG

Marcos Paulo Rodrigues


Supervisor de Estágio
Lokamix

Pedro Henrique Alves


Estagiário
CEFET-MG

Belo Horizonte
Fevereiro de 2013
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RESUMO
Este é um trabalho de conclusão de curso do Aluno Pedro Henrique Alves, que em
2011 terminou o curso técnico em mecatrônica pelo Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais-CEFET-MG.

Este trabalho tem como foco o desenvolvimento de máquinas de solda que utilizam
arco elétrico, incluindo a explicação sobre seu funcionamento e principais componentes.
Também é abordada a manutenção corretiva nessas máquinas, envolvendo os principais
defeitos apresentados e as mais prováveis causas.
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SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................... página 8
2.1. Desenvolvimento .................................................................................. página 10
2.1.1. Ciclo de trabalho ........................................................................ página 11
2.2. Transformador de solda ....................................................................... página 12
2.2.2. Manutenção................................................................................ página 14
2.3. Retificador............................................................................................. página 19
2.3.2. Retificador comercial e suas características técnicas................ página 28
2.4. Máquinas tiristorizadas ........................................................................ página 29
2.5. Fontes inversoras ............................................................................... página 33
2.5.2. Funcionamento ......................................................................... página 35
2.5.3. Principais componentes ............................................................ página 38
2.5.4. Manutenção ............................................................................... página 46
3. Conclusão ................................................................................................... página 50
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Processos de solda a eletrodo revestido e oxiacetilênico 9

Figura 2 Soldagem de uma tubulação usando o processo a arco submerso 9

Figura 3 Esquema generalizado das máquinas que usam arco elétrico 10

Figura 4 Variação de temperatura interna de uma máquina de solda 11

Figura 5 Transformador de solda esperando manutenção 12

Figura 6 Esquemático de um transformador de solda 13

Figura 7 Vista superior se um transformador de solda 15

Figura 8 Cooler 16

Figura 9 Núcleo móvel 17

Figura 10 Transformador da Esab 17

Figura 11 Transformador da Balmer 18

Figura 12 Retificador da Bambozzi 19

Figura 13 Simbologia de um diodo 20

Figura 14 Polarização direta e inversa 20

Figura 15 Esquema de uma ponte retificadora 21

Figura 16 Retificador meia onda 21

Figura 17 Simulação de um retificador meia onda e trifásico 22

Figura 18 Retificador onda completa 22

Figura 19 Simulação de um retificador onda completa e trifásico 23

Figura 20 Dissipador de uma máquina retificadora 23

Figura 21 Transformador de uma máquina retificadora 24

Figura 22 Alimentação do transformador 25

Figura 23 Manivela para ajustar a corrente elétrica 25


7

Figura 24 Diagrama de funcionamento de um retificador 26

Figura 25 Retificador da Esab 28

Figura 26 Fonte tiristorizada de processos MIG/MAG 29

Figura 27 Simbologia de um tiristor 29

Figura 28 Esquemático de uma fonte tiristorizada 30

Figura 29 Knob e potenciômetro 30

Figura 30 Gráfico de regulagem da corrente 31

Figura 31 Fluxograma explicando funcionamento 32

Figura 32 Fonte inversora de 400 A 33

Figura 33 Placa eletrônica de um inversor 34

Figura 34 Banco de capacitores 35

Figura 35 Comparação de velocidade de subida da corrente 36

Figura 36 Esquema de uma fonte inversora 37

Figura 37 Polaridade de uma fonte inversora 38

Figura 38 Analisando uma ponte retificadora 39

Figura 39 Analogia de um transistor a um sistema hidráulico 40

Figura 40 Simbologia de um transistor 40

Figura 41 IGBT 41

Figura 42 Placa eletrônica com IGBT’s 42

Figura 43 Par de diodos rápidos 43

Figura 44 Cooler de 12VDC 44

Figura 45 pasta térmica e dissipador de alumínio 44

Figura 46 IGBT’s com pasta térmica 45

Figura 47 Placa eletrônica com pasta térmica 46

Figura 48 Diodo comum em curto circuito 46

Figura 49 Placa em processo de manutenção 47

Figura 50 Fonte inversora da Miller 48

Figura 51 Fonte inversora da Lincoln 49

Figura 52 Gráfico produção de máquinas TIG no Japão 50


8

1. INTRODUÇÃO

A soldagem é uma área essencial para diversos setores industriais:


automobilístico, aeronáutico, naval, construção civil, mineração e entre outros. Mas afinal, o
que é soldagem? “É um processo de fabricação mecânico-metalúrgico que, através de uma fonte
de calor adequada, promove a coalescência e a união de duas ou mais peças e assegura á junta sua
continuidade física e/ou química”. Apostila de Tecnologia da soldagem, 2011, CEFET-MG.

Como dito na definição acima, o processo de soldar só é possível, pois existe uma
fonte de calor que possibilita todo o processo. Estas fontes de calor tiveram um
desenvolvimento muito grande nas últimas décadas, o que só foi possibilitado pelo avanço
da eletrônica em geral. O desenvolvimento dessas máquinas de solda, seus princípios de
funcionamento aliado ao avanço da eletrônica será o tema abordado neste trabalho de
conclusão de curso.

Todo este avanço tecnológico surgiu diante a necessidade da indústria por obter
processos de solda com maior qualidade, mobilidade e praticidade para seus trabalhos. Daí
surgiu diferentes tipos de processos de solda e diferentes máquinas de solda para um
mesmo processo. Entre os principais processos estão listados abaixo:

· Soldagem oxiacetilênica (ou oxicombustível);


· Soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido (em Inglês Shielded Metal Arc
Welding-SMAW);
· Soldagem TIG (sigla em inglês de Tungsten Inert Gas-TIG) ou também chamado
como GTAW (sigla em inglês de Gas Tungsten Arc Welding);
· Soldagem plasma (evolução do processo TIG);
· Soldagem MIG(Metal Inert Gas)/MAG(Metal Active Gas);
· Soldagem a arco submerso (Submerged arc welding-SAW);
· Soldagem com arame tubular (Flux-cored arc welding-FCAW);

Exemplos de alguns processos:


9

Figura 1: (a)eletrodo revestido (b) oxiacetilênico

Figura 2 solda de uma tubulação utilizando arco submerso


É importante ressaltar que este trabalho utilizou como ferramenta de plotagem de
gráfico o software PSIM, usado nas figuras 17 e 19. Os outros gráficos foram obtidos da
apostila “Fontes de energia para soldagem a arco”, Prof. Paulo J. Modenesi, 2005 do
departamento de engenharia metalúrgica e dos materiais da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
10

2.1. DESENVOLVIMENTO

A seguir será abordado o desenvolvimento de máquinas de solda que utilizam o


arco elétrico, sendo que a fonte de calor para a união dos materiais é a corrente elétrica
gerada por um curto circuito. Essas máquinas podem ter em sua saída uma tensão
alternada ou contínua (maior parte das máquinas são de corrente contínua). Uma fase
dessa tensão é conectada a um eletrodo( positivo da máquina para as que são de corrente
contínua) e o negativo da máquina (ou o terra para as alternadas) é ligado é peça de
trabalho. Quando o operador encosta o eletrodo na peça cria-se o arco elétrico e origina-se
a corrente elétrica.

Essa corrente elétrica em valores elevados tem a propriedade de geração de uma


luz intensa junto com uma alta quantidade de calor.

Figura 3 Esquema generalizado das máquinas que usam arco elétrico


11

2.1.1.CICLO DE TRABALHO

A passagem de corrente elétrica em condutores e componentes elétricos gera


uma dissipação de calor, em máquinas de solda especialmente, as quais se trabalham com
correntes elétricas da ordem de centenas de ampères, essa energia térmica se intensifica.
Esse calor em excesso, pode diminuir a vida útil do equipamento.

Por isso existe um sistema de resfriamento para controlar a temperatura da


máquina, mas apenas isto não é suficiente. Por isso os fabricantes estipulam o ciclo de
trabalho, que é a razão entre o tempo em que a máquina fica ligada e o tempo que a
máquina fica em operação de soldagem. Por exemplo, numa máquina em que o ciclo é de
60 %, aconselha-se que em dez minutos ligada á rede elétrica, somente em seis minutos a
máquina deve estar soldando e nos quatro minutos restantes a máquina deve estar á vazio.

Figura 4 Variação de temperatura interna de uma máquina de solda


12

2.2. TRANSFORMADOR DE SOLDA

Trata-se de uma máquina de funcionamento relativamente simples. Ela é composta


por um transformador do tipo abaixador, que possui um núcleo móvel entre os enrolamentos
que são fixos, e de acordo com a rotação de uma manivela (presa ao núcleo móvel) feita
pelo operador, irá diminuir ou aumentar a corrente elétrica no enrolamento secundário do
transformador. É então aplicado nas peças a serem soldadas um curto-circuito causado de
uma tensão alternada.

Figura 5 Transformador de solda esperando manutenção

Para o operador regular a corrente que ele necessita de acordo com as


características técnicas da operação(diâmetro do eletrodo, espessura da peça, etc.), ele gira
uma manivela localizada (na maioria das máquinas) na parte superior do equipamento.

A manivela citada acima é um mecanismo mecânico que esta máquina usa para
obter a regulação da corrente requerida pelo processo. Esta variação ocorre da seguinte
maneira:

· O núcleo móvel e o núcleo fixo do transformador são feitos do mesmo material.


13

· Ao girar a manivela, na verdade o operador está ajustando o núcleo móvel, colocando


mais para dentro ou afastando-o do transformador.
· Esta aproximação ou afastamento do núcleo móvel altera a quantidade de fluxo
magnético que irá atravessar o núcleo móvel e o núcleo fixo, consequentemente o fluxo
magnético que irá atravessar pelo enrolamento secundário (saída) do transformador
também se modifica.
· A corrente induzida será proporcional ao fluxo magnético que atravessa a bobina neste
instante. Sendo esta a corrente que circula no eletrodo durante o processo de soldagem
a arco elétrico.

Figura 6 Esquemático de um transformador de solda

Pode-se notar que o princípio de funcionamento desta máquina, principalmente a


ajustagem da corrente de trabalho estão baseados nas leis de eletromagnetismo:

· Lei de Faraday: A corrente elétrica induzida em um condutor metálico é


proporcional ao fluxo magnético que atravessa o condutor em um
determinado intervalo de tempo.
14

· Lei de Lenz: O sentido da corrente elétrica induzida em um condutor metálico


é o sentido tal que crie um campo magnético que anule com o campo
magnético inicial que induziu a corrente elétrica no condutor.

Figura 7 Vista superior se um transformador de solda aberto e seus principais


componentes

2.2.2. MANUTENÇÃO

Em transformadores de solda, devido ao seu funcionamento ser menos complexo,


sua manutenção corretiva também é simplificada. Abaixo uma lista indicando os defeitos
mais comuns:
15

· Cooler em curto

Figura 8 Cooler

· Bobinas “queimadas”;
· Ruído excessivo devido a falta de lubrificação nas partes mecânicas móveis e/ou
excesso de vibração do transformador (quando o mesmo não está bem soldado);

O motivo para esses defeitos surgirem ocorre quando a máquina é ligada de


forma errada. Por exemplo, uma máquina que foi projetada para trabalhar em 220 V ser
ligada em 380 ou 440 V, acarretando num aumento excessivo de potência entregue ao
sistema elétrico. Outro fator é o desrespeito ao ciclo de trabalho da máquina, o que é muito
comum. Isto acarreta em um aumento excessivo de temperatura e deterioração dos
equipamentos elétricos, por exemplo, o transformador.
16

Figura 9 Núcleo móvel

A desvantagem de um transformador de solda é que em seu acompanhamento é


necessário uma preocupação maior com sua manutenção preventiva. Em períodos
programados é necessária a lubrificação do núcleo móvel, pois sem isso seu atrito com
transformador gera ruídos desagradáveis e pode prejudicar a integridade física do
transformador.

A seguir serão apresentados transformadores de fabricantes diferentes e suas


comparações técnicas:
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· Bantam 256 (fabricante: Esab)

Figura 10 Transformador da Esab

· Tensão de alimentação: 110/220V-60Hz;


· Tipo de processo: eletrodo revestido;
· Diâmetro do eletrodo: 1,6 a 4,0 mm;
· Tensão a vazio: 57 V;
· Corrente elétrica de trabalho máxima: 250 A ;
· Ciclo de trabalho: 60% para trabalhos em corrente em 140 A; 40% para trabalhos em
corrente de 170 A; 20% para trabalhos em corrente de 250 A;
18

· 300 MV Turbo (fabricante: Balmer)

Figura 11 Transformador da Balmer

· Tensão de alimentação: 220/ 380/ 440V - 50/60 Hz;


· Tipo de processo: Eletrodo revestido;
· Diâmetro do eletrodo;
· Tensão a vazio: 80 V;
· Corrente elétrica de trabalho máxima: 300 A ;
· Ciclo de trabalho: 270 A é de 20%;150 A é de 60%;
19

2.3. RETIFICADORES

Um dos equipamentos de solda mais usados no mercado para aplicações


industriais. Como o próprio nome já diz, um retificador irá fornecer uma corrente de solda
que pode ter sua intensidade ajustada pelo regulador e sempre contínua (C.C).

Essa máquina tem elementos em comum com o transformador de solda, visto


anteriormente, porém traz novidades em seu funcionamento a fim de obter-se uma corrente
contínua, o que é vantajoso dependendo da aplicação.

Figura 12 Retificador da Bambozzi

Esta máquina tem como diferencial componentes eletrônicos capazes de


transformarem a corrente alternada (C.A) em corrente contínua (C.C). Chama-se isto de
retificar. Isto é feito por uma ponte retificadora, ou seja, um conjunto de diodos que
conectados de forma adequada só permite que as ondas de polaridade positiva da corrente
continuem a passar pelos condutores.

Isto é possível devido aos diodos. Um diodo é um componente eletrônico que


dependendo do sentido que a corrente circula nele, sua resistência elétrica é alterada. Isto
que impede que circule corrente elétrica nele quando está polarizado reversamente.
20

Figura 13 Simbologia de um diodo, sendo ‘A’ o anodo e ‘K’ o catodo

Figura 14 (a): polarização direta (b): Polarização inversa


21

Figura 15 Esquemático de uma ponte retificadora

Esquema de um retificador de onda, imagem (a) monofásico ou bifásico e em (b)


para sistemas trifásicos É importante ressaltar que este componente eletrônico tem que
suportar correntes elevadas, em torno de 300,400 A, por isso os diodos não podem ser de
qualquer tipo, mas sim componentes eletrônicos robustos que suportem altíssimas
potências.

Retificadores são amplamente usados em outras áreas além da soldagem, e


podem ser de dois tipos:

· Meia onda

Figura 16 Circuito de um retificador meia onda

Conduz somente metade da senóide em um determinado período, sendo menos


eficiente.
22

Figura 17 Simulação de um retificador meia onda e trifásico

Gráfico das tensões em relação ao tempo. As três fases de tensão de entrada:


vermelho, azul e verde, e em rosa a tensão de polaridade positiva.

· Onda completa:

A configuração de ponte retificadora em onda completa tem melhor


aproveitamento da senóide (tensão alternada).

Figura 18 Configuração em onda completa e trifásico


23

Figura 19 Simulação de um retificador de onda completa trifásico

Gráfico da tensão versus tempo. Em vermelho, azul e verde estão às fases de


entrada do sistema trifásico, e em rosa a tensão de saída retificada.

A vantagem de pontes em onda completa sobre meia onda é que na primeira


configuração, tem melhor aproveitamento da tensão de entrada, o que acarreta em maior
potência entregue ao sistema após a corrente ser retificada.

Estas pontes por dissiparem uma quantidade de excessiva de calor ficam presas a
um dissipador. Dissipadores são estruturas metálicas que ajudam a dissipar o calor e a
resfriar, uma vez que possui fendas que permitem a circulação de ar.

Figura 20 Imagem de um dissipador preso a carcaça da máquina e embaixo dele está a ponte
retificadora
24

Como toda máquina de solda, o retificador também precisa ter mecanismos que
possibilitem que o operador regule a intensidade da corrente de acordo com a sua
necessidade. Esse mecanismo no retificador de solda é o mesmo do usado no
transformador de solda. Ou seja, a tensão que irá ser retificada pela ponte é originada dos
terminais do enrolamento secundário de um transformador. E este transformador possui um
núcleo móvel (preso a uma manivela) que quando girado irá entrar ou sair do núcleo fixo,
alterando a corrente que passa no enrolamento secundário.

Figura 21 Imagem da saída do transformador


25

Figura 22 Tensão de alimentação chegando no primário do transformador

Figura 23 Manivela usad para ajustar a intensidade da corrente elétrica


26

Figura 24 Diagrama do funcionamento de um retificador

Abaixo estão listados alguns dos defeitos muitos comuns em retificadores:

· Cooler danificado

Pode-se ser causado por um curto-circuito no sistema elétrico, o que danifica o


motor que ajuda na refrigeração.

· Ponte retificadora em curto circuito

Ocorre quando o operador não respeita o ciclo de trabalho da máquina, o que


causa aumento excessivo de temperatura e estraga os componentes.

Também pode ser causado por uma ligação incompatível da máquina com a fonte
de tensão, ou seja, ligar uma máquina de 220 V em uma rede de 440 V, por exemplo.

· Ruído excessivo ao girar a manivela

Desvantagem de se trabalhar com regulação mecânica, é comum com o passar


do tempo, pois a lubrificação vai perdendo efeito devido a impurezas que entram na
máquina e a diminuição de viscosidade do óleo ( ou pasta) usados na lubrificação. Resolve-
se trocando a lubrificação.
27

· Também causado devido ao desrespeito ao ciclo de trabalho da máquina, o que


gera excesso de calor e pode danificar o isolamento do enrolamento das bobinas do
transformador.

· Problemas no transformador
28

2.3.2. RETIFICADORES COMUNS E SUAS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS


· Origo Arc 406 (Fabricante: Esab)

Figura 25 Retificador da Esab

· Tensão de alimentação: 220/380/440 V


· Faixa de corrente: 70 a 400 A
· Tensão a vazio: máximo de 80 V
29

2.4. MÁQUINAS TIRISTORIZADAS

São máquinas de solda que fornecem corrente contínua, assim como os


retificadores. Este tipo de máquina traz como novidade a forma como variar a intensidade da
corrente elétrica, através de retificadores controlados (tiristores).

Figura 26 Fonte tiristorizada para processos MIG MAG

O grupo dos tiristores é uma evolução dos diodos usados nas máquinas
retificadoras. Denomina-se como tiristor uma família de componentes eletrônicos que
possuem três terminais (com exceção do grupo dos DIAC’s), um á mais do que os diodos
usados nas máquinas retificadoras. Este terminal á mais é chamado de “gatilho”. Para um
tiristor entrar em condução é necessário que seja aplicada uma determinada corrente
elétrica no terceiro terminal, o gatilho. Quando isto ocorre, o tiristor entra em condução.

Figura 27 Simbologia de um tiristor


30

Figura 28 Esquemático de uma fonte tiristorizada

Existe um grupo dentro dos tiristores, os DIAC’s que não serão descritos aqui uma
vez que eles não são usados neste tipo de máquina. Porém um diac tem ampla aplicação
em outras áreas, como em placas eletrônicas em circuitos de sinal de máquinas de solda
inversora, que será explicada mais para frente.

Voltando a falar sobre máquinas tiristorizadas, nesta nova tecnologia não existe
mais manivelas para o operador controlar a intensidade da corrente. Agora o operador
controla a máquina através de “Knobs” que são acoplados em potenciômetros.

Figura 29 (a) Knob (b) Potenciômetro

O ajuste de corrente que antes nos transformadores de solda e retificadores era


feito por variação de fluxo magnético, agora é a variação da resistência elétrica que irá
controlar um determinado circuito elétrico. Este circuito é responsável por aplicar a corrente
elétrica no gatilho do tiristor.
31

A intensidade da corrente elétrica aplicada depende do momento em que o


gatilho é acionado. Por exemplo, se o circuito de controle mandar um sinal elétrico para o
gatilho do tiristor no início do ciclo da semi-onda de corrente, a saída será uma semi-onda
de mesma intensidade. Porém se este sinal for mandado quase no final do ciclo, a saída
será uma semi onda de menor área, consequentemente uma corrente menor.

Figura 30 Os gráficos acimam descrevem o exemplo relatado acima. A parte colorida representa a
área da onda do gráfico da corrente

É importante ressaltar que estes tiristores também retificam a tensão de entrada


da máquina. Ou seja, a saída do transformador está conectada nestes tiristores, que irão
retificar. Neste caso, são usados SCR’s, grupo de tiristores usados para retificar.

Existe nesta máquina também um transformador que irá receber a tensão de


alimentação e em seu secundário irá ter uma tensão menor e corrente maior. Neste
secundário estão conectados os tiristores, para realizar a retificação e controle da corrente
de soldagem.
32

Tensão de Transformador Tiristores Tensão


alimentação de saída
abaixador

Circuito de
controle

Figura 31 Fluxograma explicando o funcionamento

Esta máquina possui maior desempenho em relação às anteriores, maior


facilidade de ajuste da intensidade da corrente e maior robustez, todos devido ao
desenvolvimento da regulagem da máquina. Porém, esta tecnologia nova trouxe
desvantagens, que é o aumento da complexidade da manutenção em relação às maquinas
anteriores, uma vez que o circuito eletrônico pode ser danificado, o que implica em uma
manutenção mais complexa.
33

2.5. FONTES INVERSORAS

Figura 32 Fonte inversora de 400 A

Fontes inversoras (também chamadas de inversores de solda) são as máquinas


de solda com maior complexidade em seu funcionamento, processo de fabricação e
manutenção.

Composta por placas eletrônicas, transformadores, pontes retificadoras,


dissipadores de calor, etc. este tipo de máquina se diferencia dos grupos anteriores pelo seu
tamanho reduzido (facilitando o transporte e mobilidade para os soldadores) e maior
qualidade de solda.
34

Figura 33 Placa eletrônica de um inversor

2.5.2. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

O funcionamento desta máquina é uma mistura de características de máquinas de


solda anteriores com avanços da eletrônica analógica e digital.

A fonte inversora permite as seguintes alimentações (dependendo do fabricante e


modelo da máquina): 110, 220, 380 e 440 V, á 60 Hz. Essa tensão de entrada passa por um
conjunto de pontes retificadoras, com o intuito de serem retificadas, tornando-se contínua.
Após estas pontes retificadoras está um banco de capacitores, responsáveis por tornar a
tensão contínua mais estável, com menor variação possível.
35

Figura 34 Banco de capacitores

Em seguida um circuito inversor realiza a conversão de C.C/C.A. Este circuito


eletrônico é composto por diversos componentes analógicos e digitais. Entre os principais
estão os igbts (transistores de potência) que em conjunto com outros componentes realizam
a conversão de contínuo para alternado. O objetivo é obter uma frequência elevada (muito
superior a 60 Hz) para que os transformadores usados na máquina possam ter tamanhos
reduzidos.

A tensão alternada de alta frequência irá ser retificada para que a corrente usada
na solda seja contínua. Um conjunto de diodos rápidos (especiais para operarem em ondas
com frequência elevada) é usado para realizar esta retificação. Sendo que estes diodos são
também preparados para trabalharem com elevadas correntes e altas temperaturas.

No final tem-se uma corrente elétrica contínua que pode ser facilmente ajustada
pelo operador.
36

Figura 35 Comparação de velocidade de subida da corrente na abertura do arco de fontes


tiristorizadas (a) e de fonte inversoras(b).

Pode se concluir através dos gráficos acima que uma fonte inversora fornece uma
corrente mais estável comparado com outras máquinas. Isso reflete na qualidade da solda
durante o processo.
37

Alimentação da rede Retificador


Inversor C.C/C.A
elétrica (60 Hz)
C.A/C.C

Entrada do Frequência
Circuito de controle elevada
transformador

Saída do Retificador /saída da


transformador máquina

Figura 36 Esquema de uma fonte inversora

2.5.3. PRINCIPAIS COMPONENTES

A alimentação proveniente da rede elétrica (mais comuns: trifásica e bifásica,


sendo a monofásica pouco usada) é retificada para a forma contínua através de pontes
retificadoras especiais para esta máquina.
38

Figura 37 Polaridade de uma ponte retificadora

A perna da ponte retificadora marcada acima possui uma marca do sinal


negativo, indicando a polaridade. É essencial que a ponte seja colocada na placa de
maneira correta, não acontecendo isso poderá danificar o componente e a placa.
39

Figura 38 analisando uma ponte retificadora

Outro fator importante é a tensão e corrente que uma ponte retificadora suporta.
Esta informação vem na região marcada na imagem acima, 35/12, ou seja, suporta uma
corrente de até 35 A e uma tensão de 1200 V.

A tensão da rede precisa ser retificada no início do processo devido a


necessidade de se ter uma tensão alternada e de alta frequência. A frequência de 60 Hz é
baixa e usando ela não seria possível usar transformadores de tamanhos reduzidos. Por
isso retifica-se primeiro, para depois voltar a ser alternada e de alta frequência.

O circuito inversor desta máquina é o responsável por realizar a conversão


CC/CA. Um importante componente deste circuito são os IGBT’s (Insulated Gate Bipolar
Transistor), transistores de alta potência (não se esquecendo de que essas máquinas
trabalham com corrente elevadas de centenas de ampères, o que requer um componente
robusto). Em seguida será explicado o funcionamento deste componente.

O funcionamento deste transistor pode ser comparado ao de uma válvula.


40

Figura 39 Analogia de um transistor a um sistema hidráulico

Imagine que nesta figura existe uma tubulação em que o fluído no tubo principal
(vertical) é controlado pela vazão do fluído no tubo de controle (está na horizontal).
Inicialmente na situação (a) não há vazão de fluído passando pelo tubo de controle,
impedindo o fluxo no tubo principal. Na situação (b) já existe certa quantidade de fluxo no
tubo de controle, permitindo que pouco líquido ainda passe pelo tubo principal. Já na
situação (c) o fluxo de líquido no tubo de controle está saturado, permitindo o fluxo máximo
no tubo principal.

Comportamento análogo ao de um transistor, com suas devidas adaptações, em


que o fluxo de líquido representa a corrente elétrica, o tubo principal é a passagem entre o
emissor e o coletor de um transistor e o tubo de controle representa a base de um transistor.

Figura 40 Simbologia de um transistor


41

Figura 41 IGBT
42

Figura 42 Placa eletrônica com os IGBT’s

Esses componentes atuam como chaves eletrônicas de alta potência. Devido as


seguintes características:

· Alta velocidade de comutação;


· Conduz elevadas correntes elétricas;
· Resiste a temperaturas elevadas;
43

Figura 43 Par de diodos rápidos

Cada diodo está preso a um dissipador para ajudar da dissipação de calor


excessivo gerado pela corrente elétrica elevada que circula no circuito.

Nas fontes inversoras o sistema de resfriamento é essencial, devido à alta


potência da máquina, o que gera muito calor. Toda máquina inversora possui um cooler que
faz com que o ar de temperatura ambiente passe pela máquina e troque calor com os
componentes e dissipadores. A potência do cooler varia de acordo com a necessidade da
máquina, tendo os de 12 VDC (menor potência, mostrado na figura abaixo) e modelos mais
potentes de 220 VAC.
44

Figura 44 Cooler de 12 VDC

Outra forma de ajudar no resfriamento é a utilização de pastas térmicas junto com


dissipadores. Dissipadores são estruturas metálicas feitas de um material especial. A pasta
térmica deve ser passada em todos os componentes que esquentem muito e esses
componentes geralmente são colocados juntos aos dissipadores. Eles auxiliam na troca de
calor com o ar.

Figura 45 (a) pasta térmica (b) dissipador de alumínio


45

Figura 46 Igbt’s com pasta térmica

O funcionamento do sistema de resfriamento de um inversor é essencial para o


prolongamento da vida útil da máquina, sendo que um aumento excessivo da temperatura
dentro da máquina pode fazer com que alguns componentes eletrônicos danifiquem.

2.5.4. MANUTENÇÃO

Fontes inversoras são das máquinas de solda o grupo em que a manutenção


corretiva é a mais complexa. Os defeitos podem se resumir á apenas um cooler que sua
hélice não gira mais, ou a algo mais complexo, como algum componente eletrônico em
“aberto” ( refere-se ao componente que sofreu dano e não conduz mais) ou em “curto-
circuito”( refere-se a algum componente que perdeu sua função original e comporta-se
como um fio, conduzindo sempre). Também há outros defeitos como:

· Capacitores “estourados”;
· Trilha da placa arrebentada;
· Fio solto;
· Componente em “aberto”;
46

· Componente em curto-circuito;
· Componente mal soldado;
· Carbonização da placa eletrônica;
· Circuito integrado danificado;
· Potenciômetro estragado;
· Relé danificado (não fecha contato);
· Fusível em aberto;
· Chave liga/desliga com defeito;

Figura 47 Placa eletrônica com trilha rompida

Figura 48 Diodo comum em curto

Entre as causas mais comuns dos defeitos citados acima estão relacionadas
abaixo:
47

· Tensão da máquina não compatível com a fonte de alimentação. Ou seja, uma


máquina de 220 v ligada em uma rede elétrica de 440 V. Algumas máquinas ainda
possuem a opção de trabalharem em 220 V, 380 V e 440 V.
· Desrespeito ao ciclo de trabalho da máquina. Causa que gera superaquecimento da
máquina e defeitos nos componentes eletrônicos.

A falta de preparo e conhecimento técnico de alguns soldadores é a principal


causa para se danificar um inversor. Fontes inversoras apesar de sua complexidade são
robustas e construídas para operarem durante uma vida útil longa. Porém se o soldador não
souber usar a máquina corretamente danos, como os citados anteriormente irão acontecer
com a máquina.

Figura 49 Placa em processo de manutenção

· Principais modelos:
· CST 280 (Miller)
48

Figura 50 Fonte inversora da Miller

· Tensão de alimentação: 220/440 V-50/60 Hz;


· Tipo de processo: eletrodo revestido/TIG;
· Diâmetro do eletrodo: 1,6 a 4,0 mm;
· Tensão a vazio: 77 V;
· Corrente elétrica de trabalho máxima: 280 A;
· Ciclo de trabalho: 35% para trabalhos em torno de 280 A;
49

· Inversor V275-S (Lincoln)

Figura 51 Fonte inversora da Lincoln

· Tensão de alimentação: 220/440 V-50/60 Hz;


· Tipo de processo: eletrodo revestido/TIG;
· Tensão a vazio: 70 V;
· Corrente elétrica de trabalho máxima: 275 A ;
· Ciclo de trabalho: 35% para trabalhos em torno de 275 A; 60% para 250 A; 100%
para 200 A;
50

3. CONCLUSÃO

Através deste trabalho pode ser afirmado o avanço tecnológico que a área da
soldagem sofreu nas últimas décadas. Isso só foi possível devido ao desenvolvimento de
áreas como a eletrônica, que ajudaram a substituir peças mecânicas (como o núcleo móvel
de um transformador) por circuitos eletrônicos (como ocorre nas máquinas tiristorizadas e
inversoras) para a regulação de potência da máquina. Essas novas tecnologias ajudaram a
tornar as máquinas de solda mais compactas e eficientes na qualidade.

É evidente que isso trouxe também um maior custo para se comprar máquinas de
ponta e para realizar manutenções, porém cabe aos interessados avaliarem a relação custo
benefício que irão ter. Há situações em que um simples transformador de solda irá ser
satisfatório. Já numa situação que exige um nível de qualidade alto, uma fonte inversora
seria bem recomendada.

Há evidências que as fontes inversoras e tiristorizadas estão sendo muito mais


usadas atualmente do que as máquinas de solda convencionais (mais antigas), assim como
mostra o gráficos a seguir:

Figura 52 Gráfico referente a produção relativa de máquinas do processo TIG no Japão ao


passar dos anos

Este gráfico mostra a tendência das máquinas com tecnologia eletrônica


dominarem o cenário industrial no Japão, situação que supomos que também esteja
ocorrendo em outros lugares do mundo, como no Brasil. Durante a década de setenta as
máquinas chamadas de convencionais (como os transformadores e os retificadores de
51

solda) dominaram o mercado japonês, mas a partir da década de oitenta, esse cenário já
passa a mudar. No Brasil, em virtude do fato de ainda existir muitos retificadores e
transformadores de solda, concluímos que sua produção ainda tenha alguma participação,
logo essa curva se fosse adaptada para o Brasil, teria que ser deslocada para a direita.

A manutenção corretiva, ou seja, aquela que ocorre depois que a máquina


apresenta o defeito e a produção fica paralisada é muito comum em todas as máquinas de
solda. Entre uma das principais causas pode ser destacado a falta de preparo dos
operadores da área, que por muitas vezes desrespeitarem o ciclo de trabalho da máquina
e/ou ligam a máquina com uma tensão não compatível e acabam danificando a fonte de
solda. Essa manutenção por sua vez acompanhou a evolução tecnológica e quanto mais
avançada é a máquina, mais complexo, demorado e caro será essa manutenção.
52

4. Referências bibliográficas
· Livro Circuitos Elétricos, Nilsson, James William, 8 edição, editora Pearson;
· Física, volume 3, Antônio Máximo e Beatriz Alvarenga, 2006, editora Scipione
· Apostila Fontes de energia para a soldagem a arco, Prof. Paulo J. Modenesi,
2005,UFMG.
· http://www.abnt.org.br/
· http://universodasoldagem.wordpress.com/2010/01/22/soldagem-por-
eletrodo-revestido-smaw-shielded-metal-arc-welding/
· http://www.emalto.com.br/imagens/equipamentos/soldaarcosumerso2.jpg
· http://www.esab.com.br/br/por/Instrucao/processos_soldagem/soldagem_tig.c
fm
· http://pt.wikipedia.org/wiki/Soldagem#Processos_de_Soldagem
· http://www.cimm.com.br/portal/noticia/material_didatico/6294#.URl_WqX7JBw
· http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6288-principais-processos-
de-soldagem-classificacao
· ftp://ftp.fem.unicamp.br/pub/Fogagnolo/apostila%20de%20soldagem.pdf
· http://www.brasoldanet.com.br/assistencia.php?area=5
· http://www.lincolnelectric.com.br/index.php?page=produtos
· http://www.millerwelds.com/pdf/spec_sheets/DC29-55.pdf
· http://www.electronica-pt.com/index.php/content/view/105/55/
· http://www.shopdomecanico.com.br/ecommerce_site/produto_9052_7934_Ma
quina-de-sold-a-Inversora-TIG-INV-400-CC-GB-Completa-Brasold-a

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