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UNIVERSIDADE CEUMA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

FRENA LORENA BARROS DA ROCHA

FEMINICÍDIO E A PROTEÇÃO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO

São Luís

2017
FRENA LORENA BARROS DA ROCHA

FEMINICÍDIO E A PROTEÇÃO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO

Projeto de pesquisa apresentado como requisito


para aprovação na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso da CEUMA Universidade.

Orientador: Prof. Me Thiago Hanney Medeiros de


Souza

São Luís

2017
SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO ------------------------------------- 3


1.2 TEMA ----------------------------------------------------------------------------------------- 3
1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA -------------------------------------------------------------- 3
1.4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ---------------------------------------------------- 3
2 JUSTIFICATIVA --------------------------------------------------------------------------- 4
3 OBJETIVOS--------------------------------------------------------------------------------- 6
3.1 GERAL -------------------------------------------------------------------------------------- 6
3.2 ESPECÍFICOS ---------------------------------------------------------------------------- 6
4 EMBASAMENTO TEÓRICO --------------------------------------------------------- 7
5 METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------- 12
6 CRONOGRAMA ------------------------------------------------------------------------- 13
REFERENCIAS.--------------------------------------------------------------------------- 14
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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Nome: Frena Lorena Barros da Rocha


Orientador: Prof. Me Thiago Hanney Medeiros de Souza

1.1 TEMA

Feminicídio e a proteção a violência de gênero

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A aplicação da lei como mecanismos de proteção as mulheres

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O que é e o que caracteriza o crime de Feminicídio?


Qual a variação entre a Lei Maria da Penha e o Feminicídio?

1.4 HIPÓTESES

O Feminicídio é considerado qualificado o homicídio contra a mulher por


razões da condição de sexo feminino, seja por violência doméstica e familiar ou por
menosprezo ou discriminação à condição da mulher. A pena para o criminoso é de 12 a 30
anos de prisão. Homicídio é matar alguém, mas, quando há circunstância que agravam o
crime, a pena é aumentada se torna homicídio qualificado, como é o feminicídio. Trata-se do
assassinato da mulher por razões da condição de sexo feminino, como violência doméstica,
menosprezo ou discriminação à mulher.
A Lei Maria da Penha protege as mulheres não só contra a violência física,
mas também contra violência psicológica, sexual, patrimonial ou financeira e moral. A Lei
Maria da Penha não criou um crime específico, ela criou um tratamento penal especial para
casos que envolve violência doméstica e familiar. O Código Penal acrescentou a lei
13104/2015 conhecida como Feminicídio que endurece as penas do homicídio praticado
contra a mulher por razões de gênero.
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2 JUSTIFICATIVA

Uma perspectiva de mudança de paradigma sobre as questões de violência


de gênero, agressão sexual, violência doméstica, abuso na relação, assédio sexual. Toda essa
gama de problema, chamamos de uma questão de violência de gênero, na qual temos
encarados como questões femininas, em que alguns homens bons ajudavam, mas temos um
problema com esse ponto de vista e não devemos aceitar isso.

Não vemos isso como questões femininas que são auxiliadas por homens.
Discuto que essas são questões masculinas primeira e principalmente. Obviamente, claro, que
também são problemas femininas, mas chamar a violência de gênero de “questão feminina” é
parte do problema, por inúmeras razões.

Em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a


uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Conforme apontado na Tabela 6.2, ainda
que a taxa de homicídio de mulheres tenha crescido 7,3% entre 2005 e 2015, quando
analisamos os anos mais recentes, verificamos uma melhora gradual, tendo este indicador
diminuído 1,5%, entre 2010 e 2015, e sofrido uma queda de 5,3% apenas no último ano da
série.

Essa é uma das maneiras dos sistemas dominantes se manterem e se


reproduzirem, ou seja, é como dizer que o grupo dominante raramente é desafiado a pensar
sobre sua dominância, porque essa é uma das características chaves do poder e privilegio, a
habilidade de não ser examinado, a falta de introspecção de fato, tornando-se invisível, em
grande medida, no discurso sobre questões que são primariamente sobre nós. Mostra-nos
como os homens foram apagados de tantas partes do dialogo sobre um termo que diz respeito
essencialmente aos homens.

Sabemos que culpar a vítima é algo difundido nesse campo, o que significa
culpar a pessoa que sofreu o abuso, em vez de culpar a pessoa de cometer o abuso. É uma
forma ingênua de entender o problema social muito mais profundo e mais sistemático. Então,
a questão é o que estamos fazendo aqui em nossa sociedade e no mundo? Uma vez que
começamos a fazer essas conexões e fazer estes grandes e importantes questionamento, aí
podemos falar sobre como sermos transformadores, e em outras palavras como podemos
mudar as praticas? Como podemos mudar a socialização de rapazes e as definições de
masculinidade que levam as tais resultados?
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Muitas mulheres vem tentando falar abertamente sobre esses problemas,


hoje e ontem e há anos e mais anos, geralmente são repreendidas por causa disso. São
chamadas de coisas desagradáveis como “inimigas dos homens” ou que são “contra os
homens” e são chamadas lamentavelmente e ofensivamente de “feminazistas”, O que
significa? Chama-se “mate o mensageiro”.

É porque as mulheres que se posicionam e falam abertamente por si mesmas


e por outras mulheres, bem como por homens e meninos, ouvem que devem se sentar e se
calar, deixar o sistema atual intacto, porque não gostam quando as pessoas criam problemas.
Não gostam quando as pessoas enfrentam o poder. Praticamente é melhor se sentar e calar-se.
Mas as mulheres não fizeram isso.

Os dados apresentados revelam um quadro grave, e indicam também que


muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Em inúmeros casos, até chegar a ser vítima
de uma violência fatal, essa mulher é vítima de uma série de outras violências de gênero,
como bem especifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06). A violência psicológica,
patrimonial, física ou sexual, em um movimento de agravamento crescente, muitas vezes,
antecede o desfecho fatal.

Vivemos em um mundo onde existem tantas mulheres líderes que podem


combater isso. Mas um dos vigorosos papéis que os homens podem exercer nesse trabalho é
que podem dizer algumas coisas que, às vezes, as mulheres não podem dizer, ou melhor,
podem ser ouvidos dizendo algumas coisas que, geralmente, as mulheres não podem ser
ouvidas dizendo.

Agora, reconheço que isso é um problema. É sexismo. Precisamos de mais


homens com força e coragem de tomar atitude, se colocando ao lado das mulheres e não
contra elas, fingindo que, de alguma forma, essa é, uma guerra entre os sexos, afinal vivemos
juntos nesse mundo.
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3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

É importante entendermos o discurso feminista e de gênero dentro do


direito, justamente para percebermos sua evolução no mundo e no Brasil nos últimos anos.
Busca-se analisar e compreender os discursos e principais argumentos inseridos na lei
13.104/2015, na qual o Código Penal tipificou o feminicídio como uma qualificadora do
crime de homicídio.
É relevante enfatizar que a justificativa para a inclusão desta qualificadora
no crime de homicídio, é que o feminicídio vem aumentando e quem o pratica permanece
impune. Isso porque, segundo o Ministério Público, o Brasil é o sétimo país do mundo em
registro de assassinatos de mulheres.
Preocupados com estes números alarmantes, entidades internacionais
passaram a denunciar a necessidade de combater a discriminação e violência contra as
mulheres, reconhecendo-a como uma forma de violação de direitos humanos e passou a
formular recomendação para implementação de mecanismo de combate à violência contra as
mulheres. Sendo assim, a inclusão do feminicídio no rol das qualificadoras serviria para
deslegitimar e ainda tornar ilegal este discurso machista e moral de defesa da honra e de
violenta reação do agressor para justificar homicídios em contextos de violência doméstica.

3.2 ESPECÍFICOS

A alteração do Código Penal serve para mostrar e deixar claro não só para
os julgadores como para a população que não estamos diante de crimes passionais, mas que
são crimes decorrentes da desigualdade na estrutura de poder, típica da nossa sociedade
historicamente patriarcal.
O presente trabalho visa analisar a capitulação do feminicídio, utilizando
como base a criminologia moderna e seus paradigmas como o fracasso do sistema repressivo
clássico, os custos elevados da execução da pena e a intervenção tardia do Estado.
A utilização do Direito Penal como forma de reduzir a criminalidade, tendo
a tipificação do Feminicídio, como a melhor saída para a diminuição da violência contra a
mulher deve ser analisada com cautela, tendo em vista a substituição por medidas mais
eficazes.
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4 EMBASAMENTO TEÓRICO

A sociedade patriarcal, de cunho machista, é um dos motivos para gerar a


violência contra a mulher. Muitas vezes, os agressores lançam mão da violência como forma
de demonstrar a sua posição de superioridade. Um bom exemplo são os casos de parceiros
íntimos das mulheres, os quais fazem uso da violência para fazerem imperar o poder do
homem.

Embora tenha havido uma relevante transformação social nas sociedades


mundiais, com a introdução da mulher no mercado de trabalho e nos espaços públicos –
inclusive na política – ainda há uma prevalência do patriarcalismo, com a predominância da
violência contra as mulheres. Diante disso, as organizações internacionais começaram a se
mobilizar. Importante consignar que, embora nos últimos trinta anos a comunidade
internacional tenha voltado os olhos para a violência contra a mulher como um problema de
saúde pública, nem sempre foi assim.

Importante esclarecer que o movimento feminista foi de suma importância


para que houvesse uma real preocupação, a nível mundial, com os direitos das mulheres.
Longe de querer introduzir um levantamento histórico sobre a trajetória feminista, pode-se
mencionar como marco relevante a atuação da escritora e ativista Marie Gouze, mais
conhecida por Olympe de Gouges, a qual, à época da Revolução Francesa, elaborou a
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã como crítica à Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, que anunciou a igualdade e liberdade apenas para os homens.

As violências a que mulheres estão submetidas não se limitam a sua morte,


esta é apenas a modalidade mais extremada dos atos por elas sofridos. Mulheres sofrem
violências físicas sim, mas também emocionais, psicológicas, sexual. Mulheres não se sentem
seguras fora nem dentro de casa. Como quando são abordas nas ruas por homens que se
acham no direito de agredi-las – ainda que verbalmente – por considerarem que elas se
insinuam por estarem, por exemplo, com roupas que eles consideraram provocativas. Ou
quando o pai de uma família dá tratamento demasiadamente diferenciado de sua filha mulher
em relação ao seu filho homem, por considerar ela inferior, seja em relação à capacidade
física, mental ou emocional. São inúmeros os exemplos que podem ser citados e que estão
perpetrados de tal forma na sociedade que as pessoas não se dão conta do quão chocantes e
discriminatórios que possam ser.
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Em 2016, na pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no


Brasil”, encomendada ao Datafolha pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com
representatividade nacional, aferiu-se que 29% das mulheres brasileiras relataram ter sofrido
algum tipo de violência segundo a pesquisa, sendo que apenas 11% dessas mulheres
procuraram uma delegacia da mulher.

A pesquisa também apontou que em 43% dos casos a agressão mais grave
foi no domicílio. Para que essa rede de atendimento funcione plenamente é necessário que ela
consiga oferecer opções reais para que a mulher possa sair de um ciclo de violência.

A Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher (PCSVDFMulher), realizada em 2016 pelo Instituto Maria da
Penha-IMP em parceria com a Universidade Federal do Ceará e o Instituto para Estudos
Avançados de Toulouse, na França, apresenta uma radiografia da violência de gênero no
Nordeste brasileiro, que reforça a necessidade de se desenvolver ações e programas
multissetoriais e multidisciplinares.

A Corte Interamericana de Direitos Humanos ao tomar conhecimento dos


atos de violência extrema contra as mulheres declarou sua competência para conhecer sobre
as violações da Convenção de Belém do Pará, especificamente quanto ao dever que os
Estados assumiram em garantir às mulheres o acesso à justiça. Nesse diapasão, países latino-
americanos passaram a incluir o feminicídio em suas legislações, muitos em decorrência de
casos julgados pela Corte. Somente com essa abordagem poderemos construir políticas
públicas capazes de enfrentar a violência contra a mulher e promover uma ampla educação de
gênero para que possamos, de fato, comemorar de forma permanente a redução do
feminicídio.

O que faz com que o assassinato de uma mulher seja considerado


feminicídio é exatamente a motivação do delito. É a motivação do crime que torna o ato mais
reprovável, exigindo, decorrentemente, que a punição seja condizente com o fato. Todo o
homicídio tem o mesmo desvalor do resultado (morte de uma pessoa), porém, o desvalor da
ação pode ser maior ou menor, conforme a situação. A ação de matar em razão de relevante
valor social (CP, art. 121, § 1º) é menos desaprovada que aquela motivada, por exemplo, pela
torpeza do agente (CP, art. 121, § 2º, I). A qualificadora do feminicídio, portanto, busca
conciliar a gravidade do fato com a dimensão da pena a ser imposta ao feminicida.
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A capitulação do feminicídio ou femicidio é a definida como a forma


extrema de violência de gênero que resulta na morte da mulher em três situações quando há
relação íntima de afeto ou parentesco entre a vítima e o agressor, quando há prática de
qualquer violência sexual contra a vítima e em casos de mutilação ou desfiguração da mulher
que seria o assassinato da mulher em razão do seu gênero feminino. O crime seria uma
agravante do homicídio, com pena de prisão de 12 a 30 anos.

Desta feita, conclui-se, através de uma interpretação sistemática, que para


caracterizar o feminicídio no âmbito doméstico ou familiar, imprescindível que uma das
relações mencionadas no parágrafo anterior tenha sido determinante para a prática de um
crime, ou seja, a violência em questão, que resulte em homicídio de mulher, deve ser
motivada por questões de gênero.

Neste sentido a Lei Maria da Penha, que entrou em vigor com o intuito de
diminuir e combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo a primeira
medida do Estado no sentido de diminuir sua omissão quanto à violência doméstica. Além
disso, Campos atenta para o fato de que a Lei Maria da Penha generaliza a mulher e as
situações de violência doméstica, o que representa um dos maiores empecilhos para que
tenhamos uma medida realmente efetiva no combate à violência doméstica:

A Lei Maria da Penha deve, ou, pelo menos, deveria permitir a proteção das
mulheres nas suas diversas particularidades. Isso porque, como já apontado neste trabalho,
cada mulher vive uma realidade, o que nos leva a discussão de que o sujeito da Lei, do
feminicídio enquanto tipo penal ou ainda como sujeito de qualquer outra medida que vise a
diminuir as mortes das mulheres no âmbito doméstico, este sujeito é múltiplo e isso porque
vivencia diferentes realidades que correspondem justamente a essa multiplicidade.

Outro grande problema da tipificação é a maneira como ela é feita, uma vez
que quase nunca considera as diferentes realidades vividas pelas mulheres. Por mais que todas
vivam numa sociedade patriarcal, sentem a opressão da diferença das relações de poder entre
homens e mulheres de formas distintas. Consequentemente, a violência hoje conhecida como
feminicídio também é vivida de vários modos nos seus diferentes contextos, que devem ser
analisadas em cada caso.

Se o homicídio de uma mulher não for enquadrado na qualificadora do


feminicídio poderá sê-lo nas demais hipóteses. Também poderá ocorrer que o homicídio se
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enquadre concomitantemente na qualificadora do feminicídio e em alguma(s) das demais.


Nesse caso uma das circunstâncias será utilizada para qualificar o crime e a(s) outra(s)
será(ão) levada(s) em consideração como circunstância(s) agravante(s),na fixação da pena.

Outro aspecto importante da lei do feminicídio foi que ela inseriu o


feminicídio no rol dos crimes hediondos, assim como já eram classificados os outros
homicídios qualificados, por isso o tribunal do júri que é o órgão jurisdicional competente
para o julgamento dos homicídios de mulheres em razão de serem mulheres.

O Júri tem como objetivo fazer com que os autores desses crimes sejam
julgados por membros da comunidade, e não juízes de carreira como é a regra. Apesar de o
Júri Popular ser uma forma democrática de julgamento, algumas dificuldades podem surgir.
Por isso Luiza Nagib no livro “Paixão no banco dos réus” defende que seria mais lógico que
os jurados decidissem apenas se o réu é culpado ou inocente, deixando a análise técnica
intrínseca das questões jurídicas a cargo do juiz togado.

Dentre as dificuldades em relação ao feminicídio pode ser citada a


possibilidade de acolhimento pelos jurados do argumento da legítima defesa da honra – que
será aprofundado no próximo item da presente pesquisa – criado pelos advogados de defesa
como forma de conseguirem a absolvição de seus clientes apelando para o forte sentimento
patriarcal ainda presente em nossa sociedade.

Os dados indicam ainda que, além da taxa de mortalidade de mulheres


negras ter aumentado, cresceu também a proporção de mulheres negras entre o total de
mulheres vítimas de mortes por agressão, passando de 54,8% em 2005 para 65,3% em 2015.
Trocando em miúdos, 65,3% das mulheres assassinadas no Brasil no último ano eram negras,
na evidência de que a combinação entre desigualdade de gênero e racismo é extremamente
perversa e configura variável fundamental para compreendermos a violência letal contra a
mulher no país.

Os dados apresentados revelam um quadro grave, e indicam também que


muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas. Em inúmeros casos, até chegar a ser vítima
de uma violência fatal, essa mulher é vítima de uma série de outras violências de gênero,
como bem especifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06). A violência psicológica,
patrimonial, física ou sexual, em um movimento de agravamento crescente, muitas vezes,
antecede o desfecho fatal.
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A ampliação e o aprimoramento da rede de atendimento à mulher são


fundamentais não apenas para o melhor acompanhamento das vítimas, mas também pelo seu
papel na prevenção da violência contra a mulher. Um ponto importante a ser enfatizado é a
necessidade de que essa rede possa ser acessada pelo sistema de saúde e não apenas pelo
sistema de justiça criminal. Muitas mulheres passam várias vezes pelo sistema de saúde antes
de chegarem a uma delegacia ou a um juizado, e muitas nunca nem chegam.

Contudo, o que queremos colocar em evidência e problematizar é até onde a


medida punitiva nos ajudará a combater esta violência, uma vez que não devemos enxergar o
direito penal como força preventiva. Ainda mais do que isso, é utilizar o direito penal como
único meio para este combate e, num âmbito geral, utilizá-lo também para alcançar a
igualdade de gênero.

A lei estabeleceu como uma das formas de reduzir a violência contra mulher,
por exemplo, a criação de programas educacionais para disseminação de valores ético, assim
como inclusão no currículo escolar dos alunos do ensino médio conteúdo relativo aos direitos
humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e
familiar contra a mulher, além da criação de delegacias Especializadas, as Defensorias
públicas Especializadas e Juizados de Violência Domestica e Familiar contra a mulher.

A lei Maria da Penha desempenhou esse papel de ressignificação do direito


criando aparatos jurídicos que protejam as mulheres vítimas de violência, no mesmo sentido a
lei do feminicídio serve como instrumento de transformação do Direito, na medida em que
disputa o espaço que pode assegurar a eficácia de responsabilização penal do homicida com
os obstáculos produzidos por uma sociedade patriarcal fundada na lógica heteronormativa e
que tem a possibilidade de utilizar do argumento da legitima defesa da honra para assegurar a
impunidade daquele que praticou o feminicídio.

Dessa forma, a lei 13.104/2015 pode ser considerada um aperfeiçoamento da


norma penal a fim de utilizar o direito penal como garantidor dos direitos humanos
fundamentais, e no caso específico da lei do feminicídio, o direito das mulheres.
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5 METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já apresentado,


foram realizadas leituras do texto, incluindo outras fontes como os artigos e materiais
disponibilizados pela internet. O conceito e historicidade do Feminicídio propõe o uso com
uma categoria de análise e instrumento metodológico para compreender como, ao longo da
história, se produzem e se legitimam as construções sociais de saber e poder sobre a
perspectiva lei que enquadra o homicídio praticados contra mulheres no rol de crimes
hediondos. Apresentação de dados estatísticos que demonstram a necessidade de criação da
lei feminicídio para que haja uma efetiva responsabilização criminal daqueles que mataram
uma mulher em razão de ser mulher; o processo legislativo que originou a lei do feminicídio e
os aspectos penais da Lei do Feminicídio
Ao fazer tal debate, com base em método estatístico fundamentando-se no
procedimento, sendo indispensável no estudo certos aspectos da realidade social que se
pretende medir o grau de correlação entre dois ou mai fenômenos, como ilustra a pesquisa
realizada pelo Ipea e FBSP, no atlas de violência sobre as taxas de homicídios de mulheres,
seguindo o padrão de evolução dos homicídios em geral, podendo observar a variação na taxa
de violência letal contra as mulheres seguindo diferentes direções entre as Unidades
Federativas. Em 2015, 4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil, o que corresponde a uma
taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Com base nesses dados do SIM não é
possível, contudo, identificar que parcela corresponde às vítimas de feminicídios, uma vez
que a base de dados não fornece essa informação.
Embora exista uma evolução no combate à violência de gênero, ainda é
assim é necessário ampliar as medidas de proteção e as construções de políticas públicas
capazes de promover a integração da rede de órgãos e instituições responsáveis. Para que
índices como os quais tratei nesse trabalho sejam minimizados, para que nossas mulheres não
morram por falta de mecanismos de proteção, por falta de políticas públicas voltadas a
geração de trabalho e renda, para que tais mulheres sejam sujeitas da sua própria história e
rompam com o ciclo de violência colocado. A pesquisa será explicitada com o a metodologia
quantitativa, relativa aos dados das mulheres vítimas do feminicídio.
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6 CRONOGRAMA

ATIVIDADES MAR ABRI MAI JUN AGO SET OUT NOV

Escolha do tema e do
orientador
Encontros com o
orientador
Pesquisa bibliográfica
preliminar
Leituras e elaboração
de resumos

Elaboração do projeto

Entrega do projeto de
pesquisa
Revisão bibliográfica
complementar
Coleta de dados
complementares
Redação da
monografia
Revisão e entrega
oficial do trabalho
Apresentação do
trabalho em banca
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REFERÊNCIAS

BIANCHINI, ALICE. Lei Maria da Penha: Lei 11.340/2006: aspectos assistenciais, protetivos
e criminais da violência de gênero.

BIANCHINI, ALICE. A qualificadora do feminicídio é de natureza objetiva ou subjetiva. R.


EMERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 72, p. 203 - 219, jan. - mar. 2016

CARVALHO, JOSÉ RAIMUNDO; OLIVEIRA, VICTOR HUGO DE. Pesquisa de


Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Instituto
Maria da Penha, 2016.

CAMPOS, CARMEN HEIN DE. Violência de gênero e o novo sujeito do feminismo


criminológico. Fazendo gênero 9, Diásporas, diversidades, deslocamentos, 2010.

CERQUEIRA, D., LIMA, RENATO S., BUENO, S., HANASHIRO, O., VALENCIA, LUIS
I., MACHADO, PEDRO H., e LIMA, ADRIANA S., (2017) Atlas da violência 2017, Ipea e
Fbsp, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/170602_atlas_da_violencia_2017.pdf

FBSP. Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. São Paulo, março de 2017.

DINIZ, DÉBORA. Perspectivas e articulações de uma pesquisa feminista. In: Estudos


feministas e de gênero: articulações e perspectivas. Disponível em:
http://www.compromissoeatitude.org.br/wpcontent/uploads/2014/02/1_8_tensoes-atuais.pdf.
Acesso em 24 jan. 2015

LACERDA, ISADORA A., Lei do Feminicídio e a Proteção das Mulheres em Situação de


Violência, 2015. Disponível em: http://www.puc-
rio.br/pibic/relatorio_resumo2015/relatorios_pdf/ccs/DIR/DIR-Isadora_Almeida_Lacerda.pdf

MELLO, ADRIANA RAMOS. "Feminicídio: breves comentários à Lei 13.104/15." In:


Revista Direito em Movimento. Rio de Janeiro. EMERJ, v. 23 (2º sem/2015)

MIRANDA, CAROLINA MOREIRA. Reflexões acerca da tipificação do feminicídio. Rio de


Janeiro, 2013.2.

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