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Sagarana – Guimarães Rosa

Introdução

 Rosa é o escritor que levou o regionalismo à suas últimas


consequências. Pertence a 3ª fase do modernismo brasileiro.
 Regionalismo: vertente oposta ao modernismo e sua ânsia de
universalização da experiência brasileira, o regionalismo apregoava a
criação artística fundada na particularidade brasileira, ou seja, em
nossa identidade, aquilo que nos faziam brasileiros. Para isso, o
regionalismo propôs a pesquisa da realidade social nordestina
(voltando no passado colonial, nas raízes do Brasil), o que fica
evidente nas obras de Graciliano Ramos e José Lins do Rego. Neste
processo:
a. O retrato do nordeste, a cor local, ultrapassa a pesquisa da
subjetividade das personagens. O regionalismo seguido com tal
rigidez era um obstáculo para o alcance de uma experiência que
diz respeito a todos, e não só ao nordeste.
b. O que Rosa faz: fecha o ciclo, construindo romances e contos que
retratam e transmitem uma mensagem de alcance geral,
humanitário. Ao fazer isso, o aspecto da cor local, da
particularidade brasileira, fica em segundo plano.
 De qualquer modo, o regionalismo concorre lado a lado com o
modernismo de primeira fase, quase como seu antagonista, ambos
vertentes da experiência nacional do século passado. Ao invés de
dialogar com as vanguardas europeias, ele se volta para si mesmo,
explorando temas desiguais aos da geração paulista.

5. CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO LITERÁRIO

O Terceiro Tempo Modernista teve por início o ano de 1945, quando se


realizou o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, marcado pelo
repúdio à ditadura do Estado Novo, enquanto no mundo terminava a
Segunda Guerra Mundial. A periodização literária desta época é
passível de alterações, uma vez que ela ainda está desdobrando-se,
porém, reconhecem-se já algumas tendências ou agrupamentos
destacados a seguir: 5.1. A poesia da geração de 45 A geração de 45
centrou-se na reação contra o desleixo e o à vontade dos modernistas de
1922, retomando o rigor formal parnasiano, a preocupação estilística, a
rima, a métrica e o soneto tradicionais. O respeito ao metro exato e a
fuga à temática banal e ao vocabulário piegas já se delineavam com
Geir Campos, Ledo Ivo, Péricles Eugênio da Silva e João Cabral de
Melo Neto (superando depois os traços parnasianos e simbolistas). Os
poetas, então, utilizavam-se de uma linguagem erudita, propondo o
sublime, o ideal, o universal, abandonando as preferências pelo
prosaico, pelo concreto, pelo nacionalismo exagerado, que marcaram o
Modernismo de 1922 a 1930.

5.2. A prosa de ficção pós-45:

A permanência realista do testemunho humano, pri - vi legiando o


aspecto social e aproximando-se do neo-naturalismo americano e do
neorrealismo italiano, marca alguns autores de 45, assim como a atração
pelo transreal, a exploração do insólito, do absurdo, o homem projetado
no mundo mítico, fantástico e mágico da arte. O grande inovador do
período foi Guimarães Rosa, que explorou os segredos da linguagem
não letrada e colocou-se a serviço da literatura na qual o mítico, o
infantil e o desconhecido assumem a base de sua obra. O
experimentalismo, a pesquisa da linguagem, a reinvenção do código
linguístico, o romance e o conto instrumentalista têm como preocupação
principal a palavra, a linguagem como o elemento que cria o real.
Podemos aproximar por este motivo a obra de Guimarães Rosa e a de
Clarice Lispector, que buscavam a universalização do romance
nacional, sendo que o primeiro se preocupava mais com o enredo e o
suspense, enquanto a autora mergulhava na consciência das
personagens. Alguns escritores preocupavam-se com a vida moderna e
procuravam penetrar nos conflitos do homem e da sociedade, como
Lygia Fagundes Telles, José Cândido de Carvalho, Aníbal Machado,
Fernando Sabino, Dalton Trevisan, e os mistérios inconscientes e
psicológicos com Clarice Lispector e Osman Lins.

Novelas:
7. Sagarana compõe-se de nove contos, com os seguintes títulos:

1. “O Burrinho Pedrês”

2. “A Volta do Marido Pródigo”

3. “Sarapalha”

4. “Duelo”

5. “Minha Gente”

6. “São Marcos”

7. “Corpo Fechado”

8. “Conversa de Bois”

9. “A Hora e Vez de Augusto Matraga”

 Sagarana: publicado em 1946, Sagarana é a primeira obra em livro


de Guimarães Rosa. Nela, podemos ver o autor regionalista de uma
obra de conteúdo universal e humano que prende o leitor.
 As nove peças que compõem o volume continuam a tradição da arte
de narrar.
a. Tratam-se de novelas, e não contos: devido a extensão grande, e
principalmente, pela existência de vários episódios ou subistórias
(diferença). Eles sucedem em ascensão gradativa (como a linha
de desenvolvimento do drama).
Usemos a novela “A hora e a vez de Augusto Matraga” como exemplo.
Temos:

a. Exposição: Augusto Estêves manda e desmanda no pequeno


povoado em que vive. Pródigo, com a morte do pai perde todos os
seus bens. Certo dia, Quim Recadeiro dá-lhe dois recados que
alterarão sua vida: perdera os capangas para seu inimigo, o Major
Consilva, e a mulher e a filha, que fugiram com Ovídio Moura.
Augusto Estêves vai sozinho à propriedade do major para tomar
satisfação com seus ex-capangas. O Major Consilva ordena que Nhô
Augusto seja marcado a ferro e depois morto. Ele é espancado à
exaustão; depois os homens esquentam o ferro usado para marcar o
gado do major e queimam o seu glúteo. Augusto, desesperado, salta
de um despenhadeiro.
Quase morto, o protagonista é encontrado por um casal de pretos,
que cuida dele e chama um padre para seu alívio espiritual. Nhô
Augusto decide que sua vida de facínora chegara ao fim.
Recuperado, foge com os pretos para a única propriedade que lhe
restara, no Tombador. Trabalha de sol a sol para os habitantes e para
o casal que o salvara, em retribuição a tudo que fizeram por ele. Leva
uma vida de privações e árduo trabalho, com a finalidade de purgar
seus pecados e, assim, ir para o céu.
b. Ação ascendente: Um dia, aparece na cidade o bando de Joãozinho
Bem-Bem, o mais temido jagunço do sertão. Nhô Augusto e o
famigerado jagunço tornam-se amigos à primeira vista e, depois da
breve estada, despedem-se com pesar. Com o tempo,
c. Clímax: Nhô Augusto resolve sair do Tombador, pressentindo a
chegada da “sua hora e vez”.
d. Ação descendente/ Desfecho: Encontra-se por acaso com Joãozinho
Bem-Bem, que está prestes a executar uma família, como forma de
vingança. Nhô Augusto pede a Joãozinho Bem-Bem que não cumpra
a execução. O jagunço encara essa atitude de Nhô Augusto como
uma afronta e os dois travam o duelo final, no qual ambos morrem.

 Um dos processos usados nas novelas é a intensificação da tensão.


Ela aproxima o leitor de um desfecho trágico incorrigível: por mais
que Augusto amanse o espirito sedento de vingança, teme-se pelo
destino dessa alma perdida e reencontrada. Mas o destino é
inevitável, só escapará do desejo de vingança por outro ato louco de
valentia (tenta evitar a execução de uma família) que o redime, mas
ao mesmo tempo o aniquila. Esse é o exemplo mais bem acabado de
novela ultrarregionalista e com alcance universal.

 Sarapalha: representa a única vitória do regional sobre o humano. A


região destruída pela malária dá inicio ao conflito entre dois primos.
Neste caso, as personagens valem mais como adereço da realidade
do que como personagens independentes e conscientes de quem são.

Enredo: a história de dois primos, Ribeiro e Argemiro, contagiados pela


malária que se espalhou no vau de Sarapalha. Os dois estão solitários na
região, já que parte da população morrera e os demais fugiram, entre os
quais a mulher de Ribeiro, Luísa. Argemiro, percebendo a iminência da
morte e desejando ter a consciência tranqüila, confessa o interesse pela
esposa do primo. Ribeiro reage à confissão de forma agressiva e expulsa
Argemiro de suas terras, sem nenhuma complacência.

Outras temáticas:

a. Vida animal: O burrinho pedrês (3.)


b. Crenças, magia, etc: São Marcos.
Estilo:

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