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Estilhaços da Memória:

Oito anos após. Na disponibilidade das sensações, das impressões que os sentidos
nos expõem, nos deixam desnudos, à mercê da torrente ininterrupta dos pensamentos, as
condições em muito se assemelham. A temperatura, que nos atende à sensibilidade do
tato, um clima seco marcado por instantes de chuva, de pouco vento; O olfato, um
agradável aroma típico de terra úmida, de orvalho, deflagrador de tão agradáveis
sensações, de sentimentos nostálgicos que deixam ranhuras permanentes na memória-
ambivalentes momentos que nos trazem alegria pelo que foi vivido, do sabor da
experiência consolidada, de algo que nos foi marcante, muitas vezes implacável em nossa
trajetória, mas também certa angústia pelo não-repetível, por ser algo que não se
reproduzirá, pela configuração implacável da roldana incessante e inesgotável do tempo,
das pessoas que não estão mais em nossas vivências, presencialmente ou pelas
transformações, modificações que as trajetórias da vida vão nos reconfigurando- nessa
ocasião, traz as marcas lúgubres da recordação em questão. Visualmente, a baixa
iluminação, os semitons entre claro-escuro, e o lugar, o mesmo revivido, os mesmos
espaços, modificados, talvez não o suficiente, e que trazem a inevitável vivacidade da
memória, com acentuada força que o relevo consolidado das recordações reacende.

Os últimos instantes que se consomem enquanto pavio, folhas em chamas; os


últimos diálogos, palavras derradeiras celebradas e não cientes enquanto tal; Memória
sufocante, acrescidas da agonia dos momentos finais em si; o não mais ver, não mais
sentir, a certeza da ausência efetiva, situações que não serão mais compartilhadas,
alteridade negada pela impossibilidade incontestável da presença.

A partir daí, as transformações que decorrem; O turbilhão de modificações, de reinventar-


se a si próprio, a miríade de acontecimentos, de auto-questionamentos, as reflexões
inevitáveis, as dúvidas subsequentes. A certeza que o tempo transcorrido, as
transformações efetivadas, não mais nos permite ser o que éramos. A experiência do
tempo, água límpida turvada pelo lamaçal que removemos, nos transforma e modifica.
Da experiência trágica da perda, explorar as novas vias que surgem, potências que nos
rearticulam, nos desarmam para novas situações, novos embates a se realizar.

(Ampliar, modificar e melhorar posteriormente...)

18-01-2018.

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