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XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004.

Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management):


Considerações para aplicação na Cadeia de Produção
Agroindustrial do Biodiesel da Mamona

Luiz Alberto Alencar de Freitas (NUPELTD/UFC) beto@nupeltd.ufc.br


Ernesto Ferreira Nobre Júnior (NUPELTD/UFC) nobre@nupeltd.ufc.br

Resumo

O desenvolvimento dos agronegócios da mamona tem se evidenciado nos últimos anos, pois
são de grande valia para o desenvolvimento de muitas regiões brasileiras. O Sistema
Agroindustrial da Mamona - SAIMA atua em vários setores da economia tais como
energético, químico, etc, gerando múltiplos produtos, dentre os quais podemos destacar o
óleo vegetal, o biodiesel, a glicerina, o adubo vegetal e a ração animal. Observa-se que as
cadeias produtivas deste sistema ainda são dispersas e sem uma coordenação estratégica.
Este artigo busca estudar como a Gestão da Cadeia de Suprimento pode contribuir para se
estruturar a cadeia de suprimento do biodiesel de forma integrada e coordena. As atividades
de logística de suprimento, apoio à produção, distribuição física devem ser sincronizadas
para maximização do desempenho logístico do sistema. Realizou-se utilizando analyse de
filière a identificação de todos os segmentos do SAIMA, bem como os processos técnicos e
logísticos da cadeia de produção.
Palavras chave: Gestão da cadeia de suprimento, Agronegócio, Biodiesel da mamona.

1. Introdução

Uma das maiores preocupações das nações atualmente recai sobre a questão energética, pois
se trata de um tema que está fortemente relacionada ao desenvolvimento sustentável das
economias regionais. A grande importância do setor energético é justificada pelo fato de
envolver tanto aspectos econômicos, pois representa grande impacto na balança comercial dos
países, como também está relacionada a aspectos sociais, tecnológicos e ambientais. A analise
sistêmica destes aspectos deve ser dada, a fim de se encontrar as melhores alternativas de
suprimento energético.
A complexidade do problema tem aumentado bastante com o processo de globalização, pois,
neste panorama, as nações se vêem forçadas a otimizar suas matrizes energéticas no sentido
de explorar as fontes que possibilitem o desenvolvimento sócio-econômico, através da
melhoria da competitividade dos produtos e da geração de emprego e renda.
A utilização dos derivados de petróleo, por parte da humanidade, como fonte de energia nas
próximas décadas deve declinar, pois o petróleo é um insumo geologicamente não renovável,
de difícil obtenção e altamente poluente em seus diversos usos, cabendo ao homem a busca
contínua de recursos naturais que possibilitem novas opções energéticas. A biomassa, fonte de
energia renovável e pouco poluente, destaca-se como uma opção emergente que, além de
produção energética, privilegia o homem com o desenvolvimento sustentável.
Existem diversas alternativas de combustíveis que podem ser obtidos da biomassa, como o
biodiesel produzido a partir da mamona, uma oleaginosa que se adaptou de forma sinérgica no
semi-árido nordestino e que se configura como uma alternativa energética bastante promissora
para substituir o óleo diesel mineral.
O Sistema Agroindustrial da Mamona – SAIMA e, consequentemente, a Cadeia de Produção
Agroindustrial do Biodiesel da Mamona – CPA BDM ainda não se desenvolveram em larga
escala no Brasil, contudo têm ocorrido por partes dos governos, a nível estadual e federal,
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várias iniciativas para se incentivar a expansão desta atividade produtiva. Portanto, é


imprescindível que exista uma estrutura bem planejada em todos os elos da cadeia de
suprimento do biodiesel da mamona para que sua expansão logre êxito e os produtos e
subprodutos gerados sejam competitivos no mercado.
Atualmente, a CPA BDM constituindo-se de uma cadeia ainda dispersa e formada por
produtores, que na maioria das vezes apresentam baixa capacidade gerencial e produtiva. Vale
ressaltar que são escassos na literatura estudos sobre a integração e coordenação de toda a
CPA BDM no Brasil.
Neste contexto, o presente trabalho procura mostrar como a Supply Chain Management
(SCM) ou Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) pode contribuir à formação de uma CPA
BDM com seus atores integrados e coordenados.

2. Cadeia de suprimento

Diariamente, estamos consumindo produtos, sejam industrializados ou não, e muitas vezes


nem imaginamos o longo caminho de produção que existe para transformar matérias primas,
energia, e esforço humano em um produto para consumo. Geleia de Uva, por exemplo, o
produto é formado, além da geleia em si, por um pote de vidro, o rótulo e a tampa. Cada
componente tem seus processos produtivos com insumos (fornecedores), processos de
produção e prestadores de serviços diferentes.
O longo caminho de produção que foi citado anteriormente é o que constitui a cadeia de
suprimento, estendendo-se por meio de um fluxo de materiais e informações, desde os
fornecedores de insumos, passando pelas indústrias de processamento/transformação, pelos
distribuidores e varejistas até chegar aos clientes finais.
A cadeia de suprimento pode ser mais bem entendida como os processos compreendidos
desde os fabricantes primários até os clientes finais conforme a figura 1. A “unidade
produtiva” que está inserida na cadeia deve ter seus processos operacionais coordenados com
os fornecedores (lado do suprimento) e com os clientes (lado da demanda) pertencentes à
mesma. O fluxo de materiais movimenta-se de a montante para a jusante, contudo o fluxo de
informações (demanda) descola-se de a jusante para a montante, ou seja, dos clientes para os
fornecedores. Clientes Finais

Clientes do Clientes do
nível 1 nível 2
A montante A jusante
Fabricantes

Fornecedores Fornecedores
primários

do nível 2 do nível 1
Unidade
produtiva
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Lado do suprimento Lado da demanda

F L U X O DE M A T E R I A I S
F L U X O DE I N F O R M A Ç Õ E S (demanda)

Compras e Suprimento Distribuição Física

Logística de Entrada (inbound) Logística de Saída (outbound)


Gestão da Cadeia de Suprimento (Supply Chain Management)

Fonte: SLACK (1999); HARRISON e HOEK (2003).

Figura 1 – Relacionamentos na Cadeia de Suprimentos.

Na parte inferior da figura 1, destaca-se a GCS e as principais atividades que a compõe. No


item seguinte discute-se a necessidade de integração da cadeia e a estrutura organizacional das
empresas participantes envolvidas.

3. Gestão da Cadeia de Suprimento (GCS) ou Supply Chain Management (SCM)

Nas últimas décadas, principalmente no final do século XX, observou-se uma mudança de
comportamento nas organizações participantes de cadeias de suprimento frente às oscilações
cada vez mais rápidas do cenário competitivo, em especial no setor agrícola. Conforme
mencionado por BATALHA (2001), admitir que a competitividade de uma empresa está
relacionada à competitividade do sistema a qual ela está inserida pode significar alterações
profundas na maneira de a empresa tomar e conduzir suas decisões estratégicas e táticas.
As empresas são chamadas agora a participar do gerenciamento em conjunto com os outros
atores (players) da cadeia, todos devem planejar e executar as questões logísticas e os
relacionamentos contratuais de forma sistêmica, buscando ganhos globais. A união tende a
transformar-se num processo “ganha-ganha”, em que todos os integrantes ganham e não
somente uns em detrimento dos demais (NOVAES, 2001). Neste contexto é que se enquadra a
GCS.
A definição de GCS segundo o Fórum de SCM realizado na Ohio State University apud
NOVAES (2001) é: a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do
consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e
informações que agreguem valor para o cliente.
Em termos macro-sistêmicos, na GCS, a cadeia de suprimentos deve ser entendida como uma
entidade única que vincula os fabricantes primários, os fornecedores, a unidade produtiva e os
clientes para atender as satisfações e exigências dos consumidores finais (Figura 2). Observa-
se a existência de áreas de interseção entre os atores (círculos), que podem ser entendidas
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como sendo áreas de interdependência do sistema. Nestes pontos, ocorrem as integrações de


atividades como compras e suprimento, apoio à produção, distribuição física, processamento
de pedidos e gestão de estoque, onde se busca maximizar o desempenho logístico ao menor
custo total. Ainda neste enfoque, a cadeia de valor deve ser trabalhada de forma sistêmica e
contínua, visando a melhoria da competitividade de toda a cadeia de suprimento no mercado.

Fabricantes
primários Clientes do
Clientes
Unidade Nível 1
do Nível 2
produtiva
Fornecedores
do Nível 2
Fornecedores
do Nível 1
Consumidores Finais

Figura 2 – Encadeamento dos atores na GCS.

Até o momento foram abordas somente conceitos logísticos, contudo foram necessários ao
melhor entendimento do tema principal deste trabalho que é as aplicações da SCM na CPA
BDM. Nos itens seguintes, serão apresentados o SAIMA, para a visão global do sistema, e a
CPA BDM, que é o foco do nosso estudo. Assim pode-se tratar com as questões de integração
e coordenação dos atores de forma mais clara e objetiva.

4. O Sistema Agroindustrial da Mamona – SAIMA

Segundo BATALHA (2001), o Sistema Agroindustrial – SAI pode ser considerado como o
conjunto de atividades que concorrem para a produção de produtos agroindustriais, desde a
produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas, etc.) até a chegada do produto
final (queijo, biscoito, massas, etc.) ao consumidor.
O entendimento da CPA BDM passa pela análise do SAI ao qual a cadeia está inserida. Na
Figura 3, encontra-se a representação esquemática do SAIMA no Brasil. Cada um dos
segmentos que o integram é representado em “caixas” e interligadas transações sucessivas T1,
T2, T3, etc. A área destacada é o foco do nosso estudo e será discutido no próximo item. A
esquematização do SAIMA neste estudo foi adaptada do trabalho de LAZZARINI e NUNES
(1997), que delimitaram o SAI da Soja.

Os seguintes segmentos e transações estão no SAIMA:


 Indústria de insumos agrícolas: representando os produtores e instituições de produção
de sementes, a indústria de fertilizantes, defensivos, equipamentos agrícolas, etc. Este
segmento é geralmente comum nos SAIs de outras oleaginosas. Tal indústria relaciona-se
diretamente com a produção agrícola (T1).

 Produção Agrícola: representa o segmento agrícola propriamente dito que produz a


semente de mamona, composto pelos grandes produtores e pequenos produtores
(agricultura familiar) de mamona que podem formar cooperativas ou não dependendo dos
incentivos da região (T6 e T7). As transições são “para trás” com a indústria de insumos
agrícolas (T1) e “para frente” com indústrias de esmagamento e refino (T2).

 Indústria de esmagamento e refino: 1,0 t de semente de mamona produz


aproximadamente 0,43 t de farelo e 0,47 t de óleo de mamona. O farelo é vendido para a
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indústria de rações e adubos e o óleo refinado é vendido às indústrias de produção de


biodiesel, de cosméticos, farmacêutica, lubrificantes, etc (T3). Parte do óleo é exportada
pelas indústrias (T8). As transições são “para trás” com a indústria de produção agrícola
(T2) e “para frente” com indústrias de processamento/transformação (T3).

 Indústria de processamento/transformação: o óleo bruto/refinado e o farelo são


insumos para produção de vários produtos, tais como: biodiesel, glicerina, lubrificantes,
poliuretano, filtros industriais, cosméticos, detergentes, fluido hidráulico, tubos plásticos,
tintas gráficas, ração animal, adubo orgânico, etc. Produtos processados por essas
indústrias podem também ser direcionados a outras indústrias, como por exemplo: a
glicerina, que é produzida na produção do biodiesel, é um insumo para as indústrias
farmacêuticas, químicas e cosméticas. Algumas indústrias apresentam os estágios de
esmagamento, refino e processamento / transformação numa só unidade industrial, e,
portanto, a transação com o segmento de derivados de óleo bruto/refino (T3) se dá
internamente à firma. As transições são “para trás” com a indústria de esmagamento e
refino (T3) e “para frente” com os operadores de serviço logístico de distribuição física
(T4).

 Distribuição: representados pelos segmentos atacadista (T9), varejista (T10) e mercado


institucional (T11), sendo comuns a muitos outros SAIs. Destaca-se que alguns produtos
podem retornar ao sistema, como os casos do adubo orgânico e da glicerina que são,
respectivamente, insumos para a produção agrícola e indústrias farmacêuticas, químicas e
cosméticas (T12). As transições são “para trás” com a indústria de
processamento/transformação (T4) e “para frente” com os consumidores finais (T5).

 Consumidor final: envolvem tanto os consumidores finais das cadeias de suprimento que
atuam tanto no mercado interno como no mercado externo.

Indústrias de Indústrias de
INDÚSTRIA Genética /
Defensivos / Adubos / Máquinas e Outros
DE INSUMOS Sementes
Fertilizantes Equipamentos

T1

PRODUÇÃO T6 T7 Pequenos Produtores


AGRÍCOLA Grandes Produtores Cooperativas
(Agricultura Familiar)

T2
ESMAGAMENTO
E REFINO Empresas Privadas Cooperativas

T3 - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004.


XI SIMPEP

INDÚSTRIA INDÚSTRIA INDÚSTRIA


OUTRAS
DE DE DE
INDÚSTRIAS
BIODIESEL RAÇÕES ADUBO

T8 Cosmética
Empresas Empresas Empresas Farmacêutica
Privadas Privadas Privadas Lubrificantes
Química
Cooperativas Cooperativas Cooperativas etc. T12

T4

MERCADO
INTERNO T9 Varejo
DISTRIBUIÇÃO Atacado T11
MERCADO Mercado
EXTERNO T10 Institucional

T5
CONSUMIDOR
FINAL

Figura 3 – Sistema Agroindustrial da Mamona com os agentes integrantes.

5. A Cadeia de Produção Agroindustrial do Biodiesel da Mamona – CPA BDM

Conforme mencionado por BATALHA (2001), a expressão cadeia de produção


agroindustrial (CPA) tem origem na década de 60, quando se desenvolveu no âmbito da
escola industrial francesa a noção de analyse de filière. Embora o conceito de filière não tenha
sido desenvolvido especificamente para estudar a problemática agroindustrial, foi entre os
economistas agrícolas e pesquisadores ligados aos setores rural e agroindustrial, que ele
encontrou seus principais defensores.
Segundo ainda este autor, a palavra filière pode ser traduzida para o português pela expressão
cadeia de produção e, no caso do setor agroindustrial, cadeia de produção agroindustrial ou
simplesmente cadeia agroindustrial (CPA)
MORVAN (1988) apud BATALHA (2001) procura sintetizar e sistematizar uma série de três
elementos que estariam implicitamente ligados a uma visão em termos de cadeia de produção:
(i) Cadeia de produção é uma sucessão de operações de transformação dissociáveis,
capazes de ser separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico;
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(ii) Cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras


que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca,
situado de montante a jusante, entre fornecedores e cliente;
(iii) Cadeia de produção é um conjunto de ações econômicas que presidem a
valoração dos meios de produção e asseguram a articulação das operações.

O presente trabalho limitou-se a estudar somente a cadeia produtiva do biodiesel da mamona,


conforme evidenciado na figura 3, pois se trata do principal produto do SAIMA, que regerá a
demanda de produção do sistema. Para melhor compreensão da CPA BDM foi segmentada
em três macrossegmentos, conforme apresentado na figura 4, a saber:
a) Produção de matérias-primas: representa as indústrias fornecedoras de insumos
agrícolas (adubo, equipamentos agrícolas, sementes de mamona, etc.) e as que
executam a produção agrícola da mamona (plantio, colheita, secagem, etc.) para o
fornecimento de sementes de mamona para as indústrias de processamento /
transformação;
b) Industrialização: reúne as empresas responsáveis pelas atividades industrias da
cadeia, transformando as matérias-primas em produtos finais destinados aos
consumidores, incluem-se neste grupo as firmas produtoras de óleo (esmagamento e
refino) e de biodiesel. Ressalta-se que o biodiesel pode ser comercializado em
misturas de biodiesel com diesel mineral. Exemplo, o B5 é composto por 5% de
biodiesel e 95% de diesel mineral e o B100 é o biodiesel puro. Os processos da
produção de biodiesel foram baseados em (PARENTE, 2003);
c) Distribuição e comercialização: representa as empresas que estão em contato com
os consumidores finais da cadeia de produção como empresas exportadoras,
distribuidores de combustíveis e postos de combustíveis, as empresas prestadoras de
serviços logísticos de distribuição física podem ser incluídas também.

Observa-se que além das atividades visualizadas nos macrossegmentos supracitados existem
ainda operações logísticas que devem ser integradas a cadeia como movimentação,
armazenagem e manuseio, transporte interno e externo, gestão de estoque e gerenciamento de
informações.
Desta maneira, a CPA BDM pode ser entendida como sendo a cadeia de suprimento do
biodiesel da mamona ou também como a “rede de empresas” que estão encadeadas de
montante a jusante. Ou seja, desde os fornecedores de insumos agrícolas, passando pelos
produtores agrícolas de mamona, pelas indústrias de processamento / transformação do óleo
em biodiesel e pelos distribuidores e postos de combustíveis até a chegada do biodiesel aos
consumidores finais.

C P A B D M

Insumos Produção Agrícola

PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS

Bagas de
Mamona

Esmagamento Óleo Óleo


Extração do Óleo
Torta
PRODUÇÃO DE ÓLEO

Álcool de 2004.
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Transesterificação Catali-
sador
Glicerina Destilação Separação de Fases Purificação
PRODUÇÃO DE BIODIESEL Mistura Diesel
INDUSTRIALIZAÇÃO

Biodiesel
(B?, B100)

Portos Distribuidor de Postos de


(Exportação) Combustíveis Combustível Transporte
Interno

C O N S U M I D O R F I N A L
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO Transporte
Externo

Figura 4 – Cadeia de Produção Agroindustrial do Biodiesel da Mamona – CPA BDM

6. Integração e coordenação dos atores da CPA BDM

Nos itens anteriores, foi mostrado a estruturas de uma cadeia de suprimento como uma rede
de processos encadeadas que necessitam ser integrada para se obter a maximização dos fluxos
de materiais e informações ao longo da cadeia, contudo este esforço de integração deve ser
coordenado.
HARRISON e HOEK (2003) afirmam que se diferentes atores da cadeia de suprimento forem
direcionados a diferentes prioridades competitivas, então a cadeia não será capaz de atender
ao cliente final tão bem quanto uma cadeia de suprimentos em que seus atores são
direcionados às mesmas prioridades.
Neste sentido, BOWERSOX e CLOSS (2001) ressaltam que para explorar eficazmente sua
competência logística, uma empresa deve considerar uma ampla variedade de fatores
operacionais (suprimento, apoio à produção e a distribuição) que necessitam ser sincronizado
a fim de se criar uma estratégia integrada. A integração com os fornecedores e clientes pode
ser feita utilizando-se a cadeia de suprimento. Ainda segundo os mesmos autores, para evoluir
no longo prazo, uma empresa deve ser capaz de obter uma integração externa e interna
suficiente para satisfazer aos objetivos fundamentais do negócio.
Conforme mencionado anteriormente (NOVAES, 2001), na SCM a união tende a
transformar-se num processo “ganha-ganha”, em que todos os integrantes ganham e não
somente uns em detrimento dos demais. Contudo, deve ser observado que deixar de
reconhecer os critérios competitivos e suas implicações para determinado produto ou serviço
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por parte de qualquer integrante da cadeia significa que a mesma competirá com menos
eficácia. É como numa corrida de carro em que o melhor piloto corre com o melhor carro e
está em primeiro lugar, mas abandona por falta de combustível. A equipe toda é prejudicada
por conta de um erro de cálculo do responsável pelo abastecimento.
Essas afirmações são fundamentos a favor da importância da integração e coordenação das
estratégias e tática dos atores de uma cadeia de suprimento.
No que tange o biodiesel da mamona, para a integração e coordenação da CPA BDM deve-se
utilizar as estratégias da SCM que envolve o compartilhamento de fatores como custos,
interesses, responsabilidades e informações de todos os agentes envolvidos. A integração
plena destes fatores prevê a sincronização das atividades de logística de suprimento (inbound),
de apoio à produção e da logística de saída (outbound) nos três macrossegmentos que formam
a CPA BDM: produção de matérias-primas, industrialização e distribuição e comercialização.
Na figura 5, são apresentados os três macrossegmentos da CPA BDM com a SCM
representando a integração e coordenação dos fluxos de informação (demanda) e de materiais.

Insumos Produção

INDUSTRIALIZAÇ
Agrícolas Agrícola
Produção de

ÃO
PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS
Óleo

Fluxo de
Informação Gestão da Cadeia Fluxo de
(demanda) de Suprimentos Materiais

Consumidor Distribuição
Final Produção
de Biodiesel
DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
Figura 5 – Aplicação da SCM nos macrossegmentos da CPA BDM

7. Considerações Finais

O biodiesel da mamona, por ser uma atividade capaz de gerar renda e emprego nas regiões
semi-áridas, em especial, do Nordeste apresenta-se como uma das grandes esperanças para o
desenvolvimento sustentável e fixação do homem em regiões consideradas improdutivas
antigamente. Porém, é necessário que a CPA BDM esteja sincronizada e sem gargalos
logísticos. Assim, se faz oportuno aplicar conceitos de integração e coordenação logística nas
realidades locais, de modo a promover o desenvolvimento e o aprimoramento de novas
técnicas capazes de incrementar as vantagens competitivas do produto.
A aplicação dos conceitos e “pensamentos” da Gestão da Cadeia de Suprimento (GCS)
representa uma ferramenta bastante importante que possibilita a redução nos custos globais na
cadeia de suprimento do biodiesel da mamona. Além de permitir que uma melhor estruturação
das organizações seja desenvolvida desde do início das atividades desta cadeia agrícola
Especificamente neste estudo, foram definidos o SAIMA que se constitui do macrosisterma da
mamona e a CPA BDM que representa os processos que permeiam a produção, distribuição e
comercialização do biodiesel da mamona. Discutiram-se as implicações nas estruturas
organizacionais com a implantação da SCM na cadeia. É importante ressaltar que tal estudo,
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em se tratando de mamona, são escassos na literatura. Desta forma, o aprimoramento dos


modelos propostos é necessário, pois existem simplificações que podem ser melhor tratadas,
como por exemplo, a inclusão de novas indústrias no SAIMA que implicariam em novas
transações.
Diante do exposto, este trabalho mostra-se como uma alternativa para auxiliar a tomada de
decisão em um setor que desponta com grande importância ao país. Além disso, merece
destaque o fato de que a metodologia empregada pode ser perfeitamente aplicada a outras
cadeias de suprimento de oleaginosas.

Referências

BATALHA, M. O. et al. (2001), Gestão Agroindustrial, Volume 1. Ed. Atlas, São Paulo/SP.

BOWERSOX, D. J., CLOSS, D. J. (2001), Logística empresarial: o processo de integração


da cadeia de suprimento, Ed. Atlas, São Paulo/SP.

HARRISON, A., HOEK, R. V. (2003), Estratégia e gerenciamento de logística, Ed. Futura,


São Paulo/SP.

LAZZARINI, S. G., NUNES, R.. (1997) Competitividade do Sistema Agroindustrial da Soja.


PENSA/USP, São Paulo/SP.

NOVAES, A. G. N. (2001) Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia,


operação e avaliação. Ed. Campus, Rio de Janeiro/RJ.

PARENTE, E. J. S. (2003) Biodiesel: uma aventura tecnológica num país engraçado.


Tecbio/NUTEC, Fortaleza/CE.

SLACK, N. et al. (1999) Administração da produção. Ed Atlas, São Paulo/SP.

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