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Unidade Auditada: SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL – STN

Exercício: 2012
Processo:
Município: Brasília - DF
Relatório nº: 201306147
UCI Executora: SFC/DEFAZII - Coordenação-Geral de Auditoria da Área Fazendária II

_______________________________________________
Análise Gerencial

Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço – OS nº 201306147 e


consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII, da Instrução Normativa SFC nº 01,
de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de
contas anual apresentada pela Secretaria do Tesouro Nacional – STN, consolidando as
informações sobre a gestão do Excedente Único de Riscos Extraordinários – EURE (OS
nº 201306218).

1. Introdução

Os trabalhos de campo conclusivos foram realizados no período de 01/04/2013 a


31/05/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao
longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas
consolidado pela STN, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao
Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames, à
exceção do registrado no item 1.2.1.3 deste Relatório.

2. Resultados dos trabalhos

O presente Relatório, tendo como escopo o exercício de 2012, trata (i) do


monitoramento dos resultados das ações de controle realizadas por esta Controladoria-
Geral da União – CGU cujos respectivos Relatórios foram exarados em 2012 e (ii) dos
resultados dos novos exames efetuados pela CGU por meio desta Auditoria Anual de
Contas, conforme registros apresentados adiante neste documento divididos por
macroprocessos executados pela STN.

Considerando o Item 1 do Anexo IV da DN-TCU-124/2012, verificamos na


Prestação de Contas Consolidada da Secretaria do Tesouro Nacional a não
conformidade com o inteiro teor das peças e respectivos conteúdos exigidos pela IN-
TCU-63/2010 e pelas DN-TCU-119/2012 e 124/2012, tendo em vista, em relação à
STN, a ausência de informação acerca do Item 3.2 da Parte A do Anexo II da DN-TCU-
119/2012 e, no que tange ao EURE, a inexistência de informação sobre sua gestão no
Relatório de Gestão Consolidado elaborado pela STN.
2

Ressaltamos, todavia, que, apesar de os itens supracitados não constarem do Relatório


de Gestão Consolidado, a STN apresentou, especificamente em referência aos itens em
destaque, todas as informações solicitadas por esta Controladoria.

Destacamos, ainda, que os itens do Anexo IV da DN-TCU-124/2012 porventura não


avaliados não integraram o escopo do presente trabalho, por não se aplicarem à
realidade da STN ou do EURE devido à materialidade, relevância e criticidade.

Por fim, salientamos que os exames acerca do resultado primário referente ao exercício
de 2012 serão realizados em ação de controle específica desta Controladoria.

Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU-124/2012 e em face dos


exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

2.1 Macroprocessos Finalísticos

Em relação aos 8 macroprocessos finalísticos executados pela STN para consecução da


missão, finalidades e objetivos estratégicos institucionais, esta Controladoria, por meio
da auditoria em comento, atuou em 3 deles.

No macroprocesso de Gestão de Obrigações, foram monitoradas as recomendações


exaradas pela CGU, relacionadas à dívida pública mobiliária federal interna, decorrentes
da constatação de necessidade de aprimoramento da política de segurança de
informação e do sistema de informações da CODIP da STN, as quais ainda vêm sendo
atendidas e, inclusive, integrarão o escopo de auditoria mais aprofundada a ser realizada
por esta Controladoria no segundo semestre de 2013.

No macroprocesso de Gestão de Haveres, primeiramente, foram monitoradas as


recomendações efetuadas por esta Controladoria, relativas aos haveres mobiliários,
derivadas das constatações de necessidade de (i) aprimoramento das metodologias
utilizadas pela STN para selecionar, apoiar e avaliar os conselheiros fiscais
representantes do Tesouro e (ii) otimização do planejamento, execução e autoavaliação
da atuação dos próprios conselheiros fiscais no exercício de suas atribuições, as quais,
não obstante as positivas mudanças observadas no âmbito formal, ainda carecem de
atendimento, pois as providências têm que evoluir no sentido de abarcar aspectos
qualitativos no plano material.

Seguidamente, no que tange ao processo de encerramento do EURE no IRB-Brasil Re e


de transferência de seus ativos financeiros à Conta Única do Tesouro Nacional, foi
constatado o pagamento de taxa de administração ao IRB realizado com base em termos
e condições insubsistentes, sem evidência de contrapartida proporcional de serviços,
sendo exaradas recomendações para solucionar o fato constatado.

Ressalta-se, ainda acerca do assunto, que a STN não administra nenhuma estrutura ou
operação vinculada ao EURE por alegar que não há previsão de nenhuma despesa e que
eventual reclamação judicial exigirá solicitação de crédito orçamentário e que não foi
realizada pelo IRB ou STN a perícia contábil recomendada nos autos para avaliar a
consistência do ativo do EURE.

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3

Além disso, no que se refere a operações realizadas entre a STN e o BNDES,


considerando ação de controle específica do TCU acerca do tema, a qual resultou nas
determinações exaradas no Acórdão nº 3071/2012 – TCU – Plenário, a estratégia de
atuação desta Controladoria se fundou no acompanhamento das mencionadas
determinações, com o fito de evitar retrabalho entre órgãos de controle, destacando-se,
todavia, que não foi possível emitir opinião consistente acerca das providências
adotadas pela STN, tendo em vista que a Secretaria não encaminhou em sua completude
os documentos e informações requeridos.

Por fim, no macroprocesso de Contabilidade Geral da União, foi constatada a existência


de ressalvas e respectivas recomendações decorrentes de atribuições exercidas sob a
responsabilidade da STN constantes da apreciação conclusiva do TCU sobre as Contas
do Governo da República referentes ao exercício de 2012, ensejando recomendação
desta Controladoria no sentido de evitar a reincidência do fato constatado.

2.2 Macroprocessos de Apoio

Já em referência aos 3 macroprocessos de apoio executados pela STN, esta CGU atuou,
por meio da presente auditoria, em todos eles.

No macroprocesso de Desenvolvimento Institucional, em primeiro lugar, foram


monitoradas as recomendações desta CGU, relacionadas à execução orçamentária,
oriundas de constatações sobre a incompatibilidade da execução física e/ou financeira
de ações referentes ao programa 0773 e dos registros nos sistemas informatizados
orçamentários, as quais ainda se encontram pendentes de atendimento.

Seguidamente, foi monitorada a recomendação, envolvendo a gestão de pessoas da


STN, que decorreu de constatação acerca da ausência de estudos para a determinação do
adequado dimensionamento da força de trabalho da STN, a qual ainda carece de
atendimento.

Ademais, foram monitoradas as recomendações desta CGU relacionadas ao PREMEF,


projeto executado com a cooperação técnica do PNUD, derivadas da constatação de
baixa execução financeira e descaracterização do projeto inicialmente elaborado, as
quais foram atendidas, mas não elidiram o fato constatado.

Diante disso, ao constatar que a gestão financeira do PREMEF configurou-se ineficaz e


ineficiente, evidenciou-se, por meio da construção de cenários simplificados, fundados
em parâmetros conservadores, a ocorrência de custos implícitos para a Administração,
dando ensejo a recomendações que visam a mitigar tais custos.

No macroprocesso de Tecnologia da Informação, foram monitoradas as recomendações


efetuadas pela CGU decorrentes da constatação de falhas na elaboração e não
atualização do Planejamento Estratégico de TI, as quais ainda se encontram pendentes
de atendimento.

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Além disso, foi realizado mapeamento dos sistemas utilizados pela STN e análise
preliminar de amostra com o intuito de identificar os sistemas mais críticos que
constituirão objeto de futura auditoria desta Controladoria.

Por fim, no macroprocesso de Gestão de Riscos, foi monitorada a recomendação


derivada da constatação sobre a inexistência de política de segurança da informação no
âmbito da STN, a qual também carece de atendimento, bem como foram apontadas
fragilidades observadas por esta Controladoria advindas da inexistência dessa política.

3. Conclusão

Eventuais questões formais que não tenham causado prejuízo ao erário, quando
identificadas, foram devidamente tratadas por Nota de Auditoria e as providências
corretivas a serem adotadas, quando for o caso, serão incluídas no Plano de
Providências Permanente ajustado com a Unidade Jurisdicionada e monitorado pelo
Controle Interno. Tendo sido abordados os pontos requeridos pela legislação aplicável,
submetemos o presente relatório à consideração superior, de modo a possibilitar a
emissão do competente Certificado de Auditoria.

Brasília/DF, 24 de julho de 2013.

Nome: AMÉRICO CORDEIRO VIEIRA NETO


Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:

Nome: ANTONIO AUGUSTO SOUSA FERNANDES


Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:

Nome: JACQUELINE LINARES DA COSTA


Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:

Nome: JOSÉ EDVALDO MACIEL SANTOS


Cargo: ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE
Assinatura:

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________
Coordenador-Geral de Auditoria da Área Fazendária II

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______________________________________________________________________
Achados da Auditoria - nº 201306147

1 GESTÃO OPERACIONAL
1.1 Programação dos Objetivos e Metas
1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO
1.1.1.1 INFORMAÇÃO

ITEM 2 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

Apresentamos a seguir, com vistas a contextualizar os pontos de informação e de


constatação abordados no presente Relatório, informação a respeito da natureza, da
missão, das finalidades, dos objetivos estratégicos, do organograma e dos
macroprocessos da STN.

A Secretaria do Tesouro Nacional é órgão específico singular do Ministério da Fazenda


e órgão central dos Sistemas de Administração Financeira Federal e de Contabilidade
Federal diretamente subordinado ao Ministro de Estado da Fazenda, que tem como
missão defender o cidadão-contribuinte, de hoje e de amanhã, por meio da busca
permanente do equilíbrio dinâmico entre receitas e despesas e da transparência do gasto
público.

Com base na missão institucional, de acordo com a Portaria nº 244, de 16/07/2012, que
aprova o Regimento Interno da STN, a Secretaria possui 39 finalidades institucionais,
conforme evidenciado a seguir.

Nº FINALIDADE
elaborar a programação financeira mensal e anual do Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do Tesouro
1
Nacional e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública
2 zelar pelo equilíbrio financeiro do Tesouro Nacional
3 administrar os haveres financeiros e mobiliários do Tesouro Nacional
manter controle dos compromissos que onerem, direta ou indiretamente, a União junto a entidades ou a
organismos internacionais, bem como o gerenciamento da conta em moeda estrangeira prevista em contratos
4
de empréstimos e concessões de créditos especiais firmados pela União junto a organismos internacionais e
entidades governamentais estrangeiras de crédito
administrar as dívidas públicas mobiliária e contratual, interna e externa, de responsabilidade direta ou
5
indireta do Tesouro Nacional
gerir os fundos e os programas oficiais que estejam sob responsabilidade do Tesouro Nacional, avaliando e
6
acompanhando os eventuais riscos fiscais
editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e financeira, bem como promover
7
o acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução da despesa pública
implementar as ações necessárias à regularização de obrigações financeiras da União, inclusive daquelas
8
assumidas em decorrência de lei
editar normas e procedimentos contábeis para o adequado registro dos atos e dos fatos da gestão
9
orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da Administração Pública
coordenar a edição e manutenção de manuais e instruções de procedimentos contábeis, do Plano de Contas
10
Aplicado ao Setor Público e o processo de registro padronizado dos atos e fatos da Administração Pública
11 supervisionar a contabilização dos atos e fatos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial da União
promover a harmonização com os demais Poderes da União e com as demais esferas de governo em
12
assuntos de contabilidade
articular-se com os órgãos setoriais do Sistema de Contabilidade Federal para cumprimento das normas
13
contábeis pertinentes à execução orçamentária, financeira e patrimonial
14 definir, coordenar e acompanhar os procedimentos relacionados com a disponibilização de informações da

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6

Nº FINALIDADE
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para fins de transparência, controle da gestão
fiscal e aplicação de restrições
manter sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e
15
patrimonial
estabelecer normas e procedimentos contábeis para o adequado registro dos atos e fatos da gestão
16 orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos e entidades da administração federal, promovendo o
acompanhamento, a sistematização e a padronização da execução contábil
17 manter e aprimorar o Plano de Contas e o Manual de Procedimentos Contábeis da Administração Federal
instituir, manter e aprimorar sistemas de registros contábeis para os atos e fatos relativos à gestão
18
orçamentária, financeira e patrimonial
instituir, manter e aprimorar sistemas de informação que permitam produzir informações gerenciais
19
necessárias à tomada de decisão e à supervisão ministerial
estabelecer normas e procedimentos para elaboração de processos de tomadas de contas dos ordenadores de
despesa e demais responsáveis por bens e valores públicos e de todo aquele que der causa a perda, extravio
20
ou outra irregularidade que resulte dano ao erário, e promover os correspondentes registros contábeis de
responsabilização dos agentes
elaborar as demonstrações contábeis e relatórios destinados a compor a prestação de contas anual do
21
Presidente da República
22 editar normas gerais para consolidação das contas públicas nacionais
consolidar as contas públicas nacionais, mediante a agregação dos dados dos balanços da União, dos
23
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
promover a integração com os demais Poderes da União e das demais esferas de governo em assuntos
24
contábeis relativos à execução orçamentária, financeira e patrimonial
administrar, controlar, avaliar e normatizar o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
25
Federal – SIAFI
elaborar e divulgar, no âmbito de sua competência, estatísticas fiscais, demonstrativos e relatórios, em
26 atendimento a dispositivos legais e acordos, tratados e convênios celebrados pela União com organismos ou
entidades internacionais
estabelecer, acompanhar, monitorar e avaliar a execução dos Programas de Reestruturação e Ajuste Fiscal
27 dos Estados e avaliar o cumprimento dos compromissos fiscais dos Municípios que firmaram contrato de
refinanciamento de dívida com a União, no âmbito da legislação vigente
verificar o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito dos Estados,
28 do Distrito Federal e dos Municípios, compreendendo as respectivas administrações diretas, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes
divulgar, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e
29
mobiliária, nos termos da legislação vigente
assessorar e subsidiar tecnicamente o Ministro de Estado em sua participação em instâncias deliberatórias
sobre questões relacionadas a investimentos públicos, incluindo aqueles realizados sob a modalidade de
30
investimento direto, parceria público-privada e concessão tradicional, em especial nos processos referentes
às etapas de seleção, implementação, monitoramento e avaliação de projetos
31 gerir o Fundo Soberano do Brasil – FSB
32 exercer a função de Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo do Fundo Soberano do Brasil – CDFSB
33 verificar a adequação dos projetos de parceria público-privada aos requisitos fiscais e legais
34 operacionalizar e acompanhar a gestão de Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP
35 estruturar e articular o sistema federal de programação financeira
36 promover estudos e pesquisas em matéria fiscal, em particular sobre gastos públicos
37 promover avaliação periódica das estatísticas e indicadores fiscais
elaborar cenários de médio e longo prazo das finanças públicas com vistas à definição de diretrizes de
38 política fiscal que orientem a formulação da programação financeira do Tesouro Nacional e a identificação
de riscos fiscais
estabelecer normas e procedimentos sobre aspectos da gestão dos investimentos públicos, incluindo aqueles
realizados sob a modalidade de parceria público-privada, no que tange à programação financeira, à execução
orçamentária e financeira, à contabilidade e registro fiscal, ao cálculo e acompanhamento de limites de
39 endividamento, à verificação de capacidade de pagamento, à ocorrência de compromissos contingentes ao
sistema de informações gerenciais, à administração de haveres e obrigações sob a responsabilidade do
Tesouro Nacional, bem como às demais competências atribuídas institucionalmente à Secretaria do Tesouro
Nacional
Fonte: Regimento Interno da STN

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Diante da missão e das finalidades institucionais, de acordo com o Relatório de Gestão


da STN referente ao exercício de 2012, a Secretaria elaborou planejamento estratégico
institucional para o período 2012-2014, no qual definiu 17 objetivos estratégicos, sendo
12 finalísticos e 5 de gestão e processos internos, conforme apresentado a seguir.

Fonte: Relatório de Gestão da STN do exercício de 2012

Ante as diretrizes supracitadas, com base no Regimento Interno da STN, a Secretaria se


organiza em 1 Gabinete – GABIN, 1 Assessoria Econômica – ASSEC, 1 Coordenação-
Geral de Gestão de Riscos Operacionais – COGER e 6 Subsecretarias e suas respectivas
18 Coordenações-Gerais, conforme mostrado no organograma a seguir.

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Fonte: Regimento Interno da STN

Por fim, para a consecução da missão e das finalidades institucionais da Secretaria do


Tesouro Nacional, por meio dos objetivos estratégicos pactuados para o período 2012-
2014, tendo em vista o organograma da STN, de acordo com resposta à Solicitação de
Auditoria – SA nº 201306147/003, as unidades da Secretaria supracitadas executam 11
macroprocessos, sendo 8 finalísticos e 3 de apoio, conforme apresentado abaixo.

TIPO MACROPROCESSO UNIDADE


Gestão de Obrigações Subsecretaria da Dívida Pública – SUDIP
Gestão de Haveres
Administração Orçamentário-Financeira Subsecretaria de Política Fiscal – SUPOF
Investimento Público
Análise Fiscal e Financeira de Entidades do Setor Subsecretaria de Relações Financeiras
Finalístico
Público Intergovernamentais – SURIN
Subsecretaria de Contabilidade Pública –
Contabilidade Geral da União
SUCON
Fundo Soberano Subsecretaria de Planejamento e Estatísticas
Indicadores e Estudos Econômico-Fiscais Fiscais – SUPEF
Desenvolvimento Institucional Subsecretaria de Assuntos Corporativos –
Tecnologia de Informação SUCOP
Apoio
Coordenação-Geral de Gestão de Riscos
Gestão de Riscos
Operacionais – COGER
Fonte: Resposta à SA nº 201306147/003

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2 CONTROLES DA GESTÃO
2.1 CONTROLES INTERNOS
2.1.1 AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS
2.1.1.1 INFORMAÇÃO

ITEM 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

Apresentamos a seguir, no intuito de evidenciar a continuidade dos trabalhos desta


Controladoria-Geral da União acerca da gestão da Secretaria do Tesouro Nacional, a
relação das principais ações de controle realizadas pela CGU que abrangem os
macroprocessos executados pela STN.

A CGU, com base nos critérios de materialidade, relevância e criticidade, vem


continuamente realizando ações de controle que abarcam os macroprocessos executados
pelas unidades da STN, em graus variados de oportunidade, abrangência, extensão e
profundidade, sempre com vistas a colaborar com a Secretaria na consecução de sua
missão, finalidades e objetivos estratégicos institucionais.

Nesse sentido, especificamente desde o início do exercício de 2011, a CGU realizou


trabalhos relacionados tanto aos macroprocessos finalísticos quanto aos de apoio da
STN, conforme apresentado a seguir.

TIPO MACROPROCESSO UNIDADE ATUAÇÃO DA CGU RELATÓRIO


Auditoria acerca dos controles Relatório de
internos formais adotados pela STN Auditoria – RA nº
Gestão de Obrigações SUDIP
na realização de leilões de títulos 201203281, de
públicos. 20/07/2012.
Auditoria sobre a atuação da STN na RA nº 201117205,
seleção, apoio e avaliação dos de 09/04/2012.
representantes do Tesouro nos
Gestão de Haveres SUPOF conselhos fiscais e sobre a atuação
dos próprios representantes do
Finalístico
Tesouro no exercício das atividades
relacionadas aos conselhos fiscais.
Análise Fiscal e Auditoria sobre os controles internos RA nº 201109771,
Financeira de da STN relacionados aos haveres de 30/06/2011.
SURIN
Entidades do Setor financeiros do Tesouro Nacional
Público decorrentes da Lei nº 9.496/1997.
Auditoria acerca da estratégia e dos RA nº 201108907,
Fundo Soberano SUPEF controles internos do Fundo de 31/08/2011.
Soberano do Brasil – FSB.
Auditoria sobre a execução RA nº 201203281,
orçamentária de ações referentes ao de 20/07/2012.
programa 0773 – Gestão da Política
de Administração Financeira e
Contábil da União.
Auditoria acerca do RA nº 201203281,
Desenvolvimento
Apoio SUCOP dimensionamento da força de de 20/07/2012.
Institucional
trabalho da STN.
Auditoria sobre a gestão do Projeto RA nº 201200864,
de Restauração e Manutenção de de 05/04/2012.
Estradas Federais – PREMEF –
PNUD/BRA/06/024 sob a
responsabilidade da STN.

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TIPO MACROPROCESSO UNIDADE ATUAÇÃO DA CGU RELATÓRIO


Auditoria sobre a estratégia e os RA nº 201203281,
Tecnologia de
SUCOP controles internos formais de de 20/07/2012.
Informação
tecnologia da informação da STN.
Auditoria acerca da política de RA nº 201203281,
Gestão de Riscos COGER
segurança da informação da STN. de 20/07/2012.

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1.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


1.2.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS
1.2.1.1 INFORMAÇÃO

ITENS 5 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE OBRIGAÇÕES

Dívida Pública Mobiliária Federal Interna

Apresentamos a seguir informação a respeito da auditoria realizada por esta CGU que
envolve a dívida pública mobiliária federal interna de responsabilidade do Tesouro
Nacional.

O Relatório de Auditoria nº 201203281, de 20/07/2012, que trata da Auditoria Anual de


Contas da Secretaria do Tesouro Nacional referente ao exercício de 2011, registra
trabalho desta Controladoria acerca dos controles internos formais adotados pela STN,
especificamente por sua Coordenação-Geral de Operações da Dívida Pública – CODIP
integrante da SUDIP, na realização de leilões de títulos públicos, cujos resultados
atualizados são apresentados abaixo.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

1ª Constatação
Necessidade de aprimoramento na política de segurança da informação na área da Coordenação-Geral de
Operações da Dívida Pública (CODIP/STN), bem como necessidade de aprimoramento do sistema de
informações daquela Coordenação.

Recomendação
Instruir processo formal com os documentos de cada leilão, com o objetivo de facilitar a revisão e o controle a
posteriori.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O gestor entende a importância da formalização do processo de cada leilão. O processo formal contendo os
leilões do mês e sua documentação já é instruído e arquivado.
Análise da CGU
Atendida.

Recomendação
Em relação ao encaminhamento, por parte do BACEN à CODIP/STN, da relação das propostas recebidas em
cada leilão, implemente medidas para que essas propostas não venham nominais, com o objetivo de se mitigar
qualquer risco de favorecimento a determinada instituição.
Manifestação da STN (12/04/2013)
No momento da tomada de decisão sobre a taxa de corte do leilão é relevante saber de que forma diferentes
instituições estão participando das ofertas públicas do Tesouro Nacional. Tendo em vista a importância da
informação, pretende-se manter o procedimento atual.
Análise da CGU
A Verificar em auditoria específica a ser realizada no segundo semestre de 2013.

Recomendação
Adotar procedimentos formais para implementação efetiva de política de segurança da informação na
Coordenação-Geral de Operações da Dívida Pública (CODIP/STN), dada a sensibilidade dos dados tratados pela
referida Coordenação.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O gestor concorda com a importância da segurança da informação no âmbito da Coordenação. No tocante à
segurança da informação, a Coordenação possui diretrizes que são seguidas, tais como restrição de acesso à rede e

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

aos dados, e controle de acesso físico a suas dependências, por meio de guarda na porta, crachá e digitais.
Análise da CGU
A Verificar em auditoria específica a ser realizada no segundo semestre de 2013.

Recomendação
Implementar, em caráter de urgência, softwares que possibilitem um melhor controle do histórico das operações
de leilões, escolha das melhores propostas, restrição de acesso à documentação sigilosa, entre outros elementos de
controle necessários às atividades realizadas pela Coordenação-Geral de Operações da Dívida Pública
(CODIP/STN).
Manifestação da STN (12/04/2013)
O gestor concorda com a importância de software que possibilite um melhor controle do histórico das operações
de leilões. A Coordenação tem projeto em andamento que prevê a melhora do controle do histórico dos leilões e
sistema que possibilite maior segurança na tomada de decisão sobre as taxas aceitas no leilão.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
Adotar procedimentos para que todas as conversas telefônicas, não apenas do front office mas também do middle
office sejam gravadas.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O gestor entende a importância da recomendação. Será solicitada à Coordenação-Geral de Desenvolvimento
Institucional (CODIN/STN) a manifestação sobre a viabilidade de atendimento da solicitação.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
Realizar testes periódicos nas gravações mencionadas na recomendação anterior, no intuito de se verificar a
qualidade e o teor das conversas gravadas.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O gestor entende a importância da recomendação. Os testes serão realizados a partir do atendimento da
recomendação anterior.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

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1.2.1.2 INFORMAÇÃO

ITENS 2, 3, 5 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE HAVERES

Haveres Mobiliários

Apresentamos a seguir informação relativa à auditoria realizada por esta Controladoria


que envolve os haveres mobiliários do Tesouro Nacional.

O Relatório de Auditoria nº 201117205, de 09/04/2012, apresenta os resultados da ação


de controle da CGU sobre a atuação da STN, especificamente da sua Coordenação-
Geral de Participações Societárias – COPAR integrante da SUPOF, na seleção, apoio e
avaliação dos representantes do Tesouro nos conselhos fiscais ou órgãos equivalentes
das empresas estatais e, se for o caso, de outras entidades, inclusive empresas de cujo
capital a União participe minoritariamente, e sobre a atuação dos próprios
representantes do Tesouro no exercício das atividades relacionadas aos conselhos
fiscais, cujos resultados atualizados são mostrados abaixo.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

1ª Constatação
Necessidade de otimização do planejamento, da execução e da avaliação da atuação do conselho fiscal visando ao
cumprimento de seu papel na estrutura da governança corporativa brasileira e à consecução de suas atribuições e,
consequentemente, aprimorando a prestação de contas e a delimitação da responsabilização.

Recomendação
Diante do exposto no ponto de constatação em comento, visando a otimizar a atuação do representante do
Tesouro Nacional em conselho fiscal necessária ao cumprimento de seu papel na estrutura da governança
corporativa brasileira e à consecução de suas atribuições e, consequentemente, aprimorar a prestação de contas e
a delimitação da responsabilização dos conselheiros, recomendamos que:
1) Cada conselheiro fiscal representante do Tesouro fomente no âmbito do conselho em que atua ou promova
individualmente, enquanto não haja diretriz do colegiado, a elaboração de:
i) agenda de trabalho anual ou expediente semelhante, que materialize o planejamento, contemplando os
assuntos de maior materialidade, relevância e criticidade acerca da empresa fiscalizada a serem tratados ao
longo das reuniões do ano, definindo para cada um deles a oportunidade, abrangência, extensão e
profundidade de sua atuação;
Manifestação da STN (12/04/2013)
A Agenda de Trabalho anual foi discutida e elaborada em parceria com cada Conselheiro Fiscal, tendo sido
implementada no período compreendido entre julho e setembro de 2012. Em seu escopo, constam aspectos gerais
para a sua atuação, bem como tópicos específicos a serem observados junto à empresa, contextualizados de
acordo com o setor econômico no qual está inserida. A agenda de Trabalho está permanentemente aberta para
ajustes necessários tanto sob a ótica do Conselheiro fiscal quanto para as atividades de acompanhamento
realizadas pela COPAR.
A matéria foi assunto de reunião da COPAR, em 24/10/2012, e até o presente momento encontra-se em vias de
aprovação.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação tendo em vista que os assuntos mais importantes de cada empresa
já constam do Plano de Trabalho proposto por cada conselheiro fiscal. Deve-se ressaltar que este é o motivo
principal para que haja diferenciação nos planos de trabalho de cada conselheiro fiscal (empresa), algo que
ocorreu na implementação inicial em 2012, assim como novamente nos planos de trabalho deste ano (2013).
Importante lembrar ainda que dentre os itens da agenda de trabalho dos conselheiros, constam como regra
acompanhar as recomendações e determinações dos órgãos de controle, bem como os trabalhos do Comitê de
Auditoria, quando houver, e das auditorias independente e interna, as quais têm como premissas questões de
materialidade, relevância e criticidade. Em alguns casos, inclusive, foram incluídos itens específicos no Plano de

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

Trabalho voltados para atividades que seriam ou foram desenvolvidas pelos órgãos de controle.
Adicionalmente, a COPAR sempre que solicitada busca auxiliar o representante do Tesouro Nacional no
Conselho Fiscal, responsável último por tentar levar a efeito as sugestões acordadas. Nesse contexto, não se pode
perder de vista que, ainda que o representante do TN procure promover individualmente uma proposta de agenda,
há preocupação em não tornar essa prerrogativa contraproducente, buscando sempre que possível uma atuação em
harmonia com os demais conselheiros, em consonância com a boa governança.
Análise da CGU
Pendente de atendimento.
Ressaltamos que foi observado aprimoramento no que tange ao planejamento do trabalho do conselheiro fiscal,
por meio da adoção de plano de trabalho, devidamente estimulada pela COPAR. Entretanto, o plano de trabalho
ainda tem que evoluir no sentido abarcar qualitativamente os assuntos mais importantes de cada empresa, tarefa
que deve ser exercida pelo próprio conselheiro fiscal, sem prejuízo de buscar auxílio na COPAR.

Recomendação
ii) rotina relacionada à documentação, reunião e manifestação, que viabilize a execução efetiva, no intuito de
obter a documentação pertinente de forma regular e tempestiva, de realizar reuniões suficientes e produtivas
e de encaminhar sua manifestação aos interessados aptos a tomadas de decisão; e
Manifestação da STN (12/04/2013)
A COPAR entende que os assuntos aqui tratados encontram-se dispostos no Manual do Conselheiro Fiscal, bem
como na Agenda de Trabalho Anual elaborada com cada representante do Tesouro Nacional no respectivo
colegiado.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
Em relação às atas, relatórios orçamentários e balanços contábeis, reiteramos que o item consta como parte da
agenda de trabalho mínima dos conselheiros fiscais que, por sua vez, declaram verificar se esses documentos
foram recebidos no prazo legal, conforme a Pauta de Verificação (anexo ao Relatório). De qualquer maneira,
enquanto não houver diretriz do Colegiado (ainda que com a promoção do representante do Tesouro Nacional),
não haverá rotina formalizada. Isso posto, cumpre-nos verificar se há ou houve alguma não conformidade
declarada pelo Conselheiro e se a mesma vem sendo endereçada aos responsáveis pela tomada de decisão na ata
do Colegiado.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que não foi identificada a implementação por parte do conselheiro
fiscal da rotina recomendada e que os problemas de execução abordados no Relatório de Auditoria em destaque
continuam a ser observados.

Recomendação
iii) relatório de trabalho anual ou expediente análogo, que evidencie a autoavaliação, contendo os resultados
pactuados na agenda de trabalho e aqueles alcançados ao longo do ano, com o objetivo de identificar e
corrigir os desvios da execução em relação ao planejamento e de viabilizar o ciclo de fiscalização do
colegiado por meio do processo de retroalimentação para a formulação da agenda de trabalho do ano
seguinte com base nos aprendizados do exercício em referência.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O Relatório Anual não será adotado, pois o acompanhamento do Plano de Trabalho será efetuado via relatórios
mensais/trimestrais obrigatórios encaminhados pelos representantes do Tesouro Nacional nos respectivos
colegiados.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A metodologia adotada pela COPAR foi no sentido de orientar o representante do Tesouro Nacional a fazer a sua
autoavaliação a partir do seu desempenho no Colegiado, tomando-se por base o Plano de Trabalho, sendo a nota
encaminhada a esta COPAR em duas ocasiões (quando da avaliação prévia e para a avaliação final). Tal
autoavaliação é considerada para efeito da avaliação de desempenho do conselheiro fiscal pela COPAR.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que não foi identificada a autoavaliação do trabalho recomendada ao
conselheiro fiscal. Destacamos ainda que, apesar de informar que o relatório de trabalho anual não será adotado, a
STN utiliza o critério da autoavaliação e respectiva pontuação para avaliar os conselheiros fiscais.

Recomendação
2) Cada conselheiro representante do Tesouro avalie a conveniência de fomentar em seu conselho a instituição
de:
i) regimento interno, para disciplinar questões essenciais ao funcionamento interno do órgão, sem restringir a

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

atuação individual do conselheiro fiscal;


ii) secretaria, para tratar de assuntos administrativos atinentes ao colegiado;
iii) figura do presidente do conselho, para coordená-lo e representá-lo; e
iv) figura do relator de temas específicos, quando o tema tratado exigir especialização ou atenção maior para
seu exame.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Todas as Orientações listadas no item 2 já constam do Manual do Conselheiro Fiscal.
Análise da CGU
Atendida.

Recomendação
3) A COPAR auxilie cada conselheiro fiscal representante do Tesouro no atendimento às recomendações
apresentadas nos itens 1) e 2).
Manifestação da STN (12/04/2013)
A COPAR vem dando o suporte necessário aos conselheiros fiscais em relação ao item 1. Nos demais casos, tal
suporte já ocorria.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação (vide argumentações nos itens 1.ii e 1.iii).
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista as manifestações da STN relativas às recomendações 1.ii) e 1.iii) e o
fato de que essas recomendações ainda se encontram pendentes de atendimento.

Recomendação
4) A COPAR avalie a conveniência e a oportunidade de submeter as matérias derivadas das recomendações da
CGU à deliberação, para potencial normatização, da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de
Administração de Participações Societárias da União – CGPAR.
Manifestação da STN (12/04/2013)
A COPAR entende que as recomendações trazidas pela auditoria da CGU são de plena governança da própria
COPAR, exceto quanto a implementação no colegiado da Agenda de Trabalho Anual, matéria tratada no item 1
(i).
Análise da CGU
Atendida.
Destacamos, todavia, a importância de a STN se esforçar no sentido da aprovação dos termos da proposta de
resolução acerca do assunto que será submetida à deliberação da CGPAR.

2ª Constatação
Necessidade de aprimoramento das metodologias utilizadas pela COPAR para selecionar, apoiar e avaliar os
representantes do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais de empresas estatais.

Recomendação
Diante do exposto no presente ponto de constatação, com base nos critérios positivos atualmente abrangidos pelas
metodologias de seleção, apoio e avaliação de conselheiros fiscais e nos sugeridos pelas melhores práticas do
mercado, constantes do Guia de Orientação para o Conselho Fiscal do IBGC, do próprio Manual do Conselheiro
Fiscal da STN e de outras doutrinas, visando a selecionar os candidatos mais aptos a desempenharem o ofício de
conselheiro, a acompanhar e orientar tecnicamente os representantes do Tesouro Nacional, constituindo efetivo
amparo para a consecução de suas atribuições, e a avaliar a atuação do conselheiro de modo a promover sua
participação inteligente e ativa, sempre almejando agregar valor à companhia por meio da utilidade do
conselheiro, justificar o papel fundamental do conselho fiscal na governança da organização e, com base no
desenvolvimento de cada empresa sob sua alçada, atender ao interesse público, recomendamos à COPAR o que
se segue.
1) Quanto à seleção:
i) Aprimorar a metodologia para elaboração da lista de classificação geral dos candidatos, utilizando critérios
que (a) atribuam pontos aos candidatos que participam de treinamentos, investem em sua formação
profissional, ocupam função DAS e integram a carreira de finanças e controle; (b) evitem a participação de
um representante em mais de um conselho, o conflito de interesses entre o candidato e a empresa para a qual
foi indicado e a seleção de candidatos cuja avaliação no desempenho das atribuições de conselheiro revela-se
insatisfatória, premiando, contudo, aqueles de atuação exemplar; e (c) possuam importância restrita ao
desempate do processo seletivo, como o tempo de exercício na STN e o tempo de inscrição.

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

Manifestação da STN (12/04/2013)


Quanto ao item (i) (a), o Tesouro Nacional concordou com as sugestões, embora com ligeiras modificações. Em
2012, o processo seletivo foi revisto e os critérios adotados foram os seguintes: Tempo de Efetivo Serviço no TN;
Função DAS; Carreira de Finanças e Controle; Formação Profissional.
Quanto ao item (i) (b), deve-se ressaltar que o Tesouro Nacional já observa possíveis conflitos de interesse para o
qual o candidato selecionado exerça a função de conselheiro em determinada empresa. Adicionalmente, novo
cadastro a ser preenchido pelo candidato, de natureza declaratória, contemplará as observações necessárias para
mitigar a ocorrência de possíveis conflitos de interesse, tanto na esfera da independência técnica quanto aqueles
relacionados a grau de parentesco.
A nova metodologia de seleção consigna a avaliação de desempenho individual do conselheiro como critério
eliminatório, no caso de avaliação insuficiente. Ainda em relação a este ponto, por entender a importância do
critério, a avaliação individual se constituirá em critério com pontuação para a segunda rodada de seleção dos
conselheiros – no caso, para uma nova segmentação desenvolvida: empresas enquadradas no grupo estratégico,
ou seja, de importância destacada para o Tesouro Nacional.
Por fim, ainda em relação ao item (i) (b), além do amparo em disposição legal (Decreto n.º 1.957, de 12/07/1996),
a indicação de representante em mais de um conselho se dá em situações excepcionais, procedimento também
adotado no âmbito do próprio Ministério da Fazenda e de outros órgãos do Poder Executivo para ocupantes de
cargos estratégicos.
Quanto ao item (i) (c), registramos que, na metodologia atual de seleção, o critério ‘Tempo de inscrição’
permaneceu apenas como o segundo critério de desempate, caso haja a necessidade de escolha entre dois ou mais
candidatos ao final da apuração de notas na primeira etapa do processo. Em relação ao item ‘Tempo de exercício
na STN’, o critério foi mantido, tendo em vista o entendimento de que quanto maior o tempo de exercício no
órgão, maior é a capacidade do candidato em compreender as diretrizes e estratégias de atuação do Tesouro
Nacional, aptidão relevante para o desempenho do cargo de conselheiro.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação.
Especificamente em relação à questão do treinamento, foi criado um Curso de Extensão em Análise de Empresas
Estatais, cujo Módulo I teve início em maio/2013. Serão quatro módulos no total com previsão de conclusão ao
final de 2014. Quanto ao processo de seleção, já a partir da próxima rodada (início de 2014), o quesito
Treinamento será um dos critérios pontuados (lembramos que o Tesouro Nacional já havia informado à CGU que
este quesito seria inserido nos critérios tão logo o curso destinado aos conselheiros fiscais fosse efetivamente
iniciado).
Em relação à recomendação de que um servidor não pudesse participar de mais de um conselho, informamos que
esta é a regra da instituição. Entretanto, por decisão estratégica, há seis servidores com dois conselhos, em caráter
excepcional.
Sobre a exclusão do critério Tempo de Exercício na STN, o Tesouro Nacional já se posicionou contrário à
recomendação, inclusive enviando justificativa pertinente, e solicita, novamente, que a CGU reveja sua posição.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a discrepância observada, principalmente, nos seguintes critérios:
treinamentos, representante em mais de um conselho e tempo de exercício na STN.

Recomendação
ii) Definir, de maneira equilibrada, as bandas de pontuações associadas aos critérios supracitados,
estimulando a igualdade de condições entre candidatos e dando transparência ao processo seletivo, sempre
almejando a seleção de candidatos mais aptos a desempenharem papel tão importante na governança da
companhia.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (ii), o Tesouro Nacional concordou com as sugestões, embora com ligeiras modificações. Em
2012, o processo seletivo foi revisto e os critérios adotados foram os seguintes: Tempo de Efetivo Serviço no TN;
Função DAS; Carreira de Finanças e Controle; Formação Profissional.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação tendo em vista que não concorda com a desproporcionalidade
mencionada pela CGU. Os critérios de alinhamento ao TN são fatores fundamentais para o bom desempenho
como conselheiro fiscal e são inerentes às funções exercidas dentro do Tesouro Nacional. Sobre o quesito
Treinamento, já foi respondido no item anterior.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a desproporcionalidade existente nas bandas de pontuações, em que
76% envolvem critérios associados ao alinhamento à STN (função DAS, carreira de finanças e controle e tempo
de exercício na STN) e apenas 24% envolvem critérios relativos ao conhecimento desejável para exercer o ofício

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

de conselheiro fiscal (formação profissional), ressaltando que a participação em treinamentos não foi escolhida
pela STN como critério de seleção na primeira rodada, apesar de recomendação desta CGU citada anteriormente.

Recomendação
iii) Divulgar publicamente a lista de classificação geral dos candidatos antes de submetê-la ao Subsecretário
de Política Fiscal da STN e a lista final dos candidatos selecionados para representarem o Tesouro Nacional.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Em relação ao item (iii), a metodologia atual prevê a divulgação dos critérios, a nota de corte do processo de
seleção na Intranet, bem como a divulgação da lista final das empresas e respectivos servidores indicados como
representantes do TN, titulares e suplentes. A classificação individual, de caráter particular, é enviada somente ao
próprio candidato. Desde o ano passado, têm sido divulgados os critérios, a nota de corte e a classificação
individual dos candidatos.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação tendo em vista que todos os servidores inscritos no processo de
seleção recebem sua pontuação anteriormente às indicações serem efetivamente concretizadas. Adicionalmente,
há prazo suficiente para que os servidores possam eventualmente solicitar revisão de pontuação. Finalmente, a
pontuação de corte para a indicação dos servidores titulares também é divulgada a todos via intranet do TN.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
iv) Elaborar manual de seleção de conselheiros fiscais que contenha descrição minuciosa a respeito dos
princípios, dos critérios e de suas respectivas bandas de pontuações e dos métodos utilizados para selecionar
os candidatos a conselheiros.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (iv), a COPAR já iniciou a elaboração do referido Manual. O prazo estimado para conclusão do
documento é de 30/07/2013.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR informa que o referido manual está em fase final de revisão e o prazo até o final de julho/2013 será
atendido.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
2) Quanto ao apoio:
i) Aprimorar a metodologia de acompanhamento e orientação técnica dos conselheiros com base em critérios
que abranjam o apoio (a) ao planejamento, por meio do auxílio à elaboração da agenda de trabalho anual ou
expediente análogo (e respectivas revisões, se for o caso); (b) à execução, prestando assistência nas
dificuldades relacionadas à documentação, reunião e manifestação; (c) à avaliação, auxiliando na auto
avaliação do conselheiro a ser apresentada no relatório de trabalho anual ou expediente semelhante; e (d) à
capacitação, estimulando a participação dos conselheiros em treinamentos relacionados à governança, aos
conselhos fiscais, às áreas de finanças, contabilidade, administração pública e direito e à área de negócios da
empresa, fomentando a interação e a troca de experiências entre conselheiros de área afins e promovendo o
conhecimento dos conselheiros, principalmente dos novatos, acerca da história, do campo de atuação, das
operações, das partes relacionadas e dos estabelecimentos das companhias, o que implica inclusive visitas às
instalações mais importantes.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (i), a COPAR alinhou-se às diretrizes propostas por essa Controladoria e a nova metodologia de
acompanhamento e orientação técnica estão sendo implementadas desde o processo seletivo ocorrido em 2012.
Em especial, considerando a importância de estimular a capacitação dos conselheiros e em consonância com a
orientação contida na alínea “d”, será iniciado em maio de 2013, curso de extensão em análise de empresas
estatais federais, cujo objetivo principal é o de apresentar uma visão geral dos princípios e conceitos contábeis, e
os procedimentos utilizados para elaboração de demonstrativos contábeis, as análises financeiras da empresa, com
base na legislação societária e demais normativos pertinentes. O curso terá carga horária de 104 horas,
distribuídas em quatro módulos, a saber: Módulos 1 e 2 destinam-se aos conceitos básicos, possibilidades de
estrutura, encerramento e transformações das sociedades anônimas. O módulo 3 destina-se à análise das
demonstrações financeiras, enquanto o módulo 4 tem como escopo a análise econômico-financeira.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

A COPAR considera atendida a recomendação tendo em vista que já ocorreu a evolução qualitativa mencionada
(vide item específico relatado neste documento), assim como o início do processo de treinamento formal dos
conselheiros fiscais. Em relação ao apoio qualitativo à execução e à avaliação realizados pelos conselheiros, isso
já é feito pela COPAR quando há necessidade identificada por esta Coordenação-Geral ou solicitação por parte
do conselheiro. Nesse sentido, a COPAR responde a consultas formuladas ao longo de toda gestão dos
conselheiros, divulga posicionamentos jurídicos recentes ou já sedimentados relacionados ao âmbito do Conselho
Fiscal ou do Conselheiro, assim como são realizadas reuniões periódicas com cada conselheiro fiscal, sendo que
todos os conselheiros participam de pelo menos uma reunião com servidores da COPAR. Destaca-se, inclusive,
que há uma avaliação prévia que ocorre em outubro e é divulgada a cada conselheiro fiscal. Por fim, nos casos de
alteração do representante do Tesouro Nacional em uma empresa, há uma reunião de “transferência de
conhecimento”, ocasião em que o novo conselheiro fiscal é informado, pelo antigo representante do TN, acerca
do histórico da empresa, suas especificidades, bem como de temas cruciais que vinham sendo analisados até
aquele momento.
Análise da CGU
Pendente de atendimento.
Ressaltamos, conforme mencionado anteriormente, que a COPAR estimulou devidamente a elaboração de plano
de trabalho por parte do conselheiro fiscal, mas que ainda precisa evoluir qualitativamente, por meio do esforço
do conselheiro, sem prejuízo do auxílio da COPAR, no sentido de envolver os assuntos mais importantes da
empresa. Destacamos também a importância da iniciativa da COPAR em realizar a capacitação em comento tanto
para os servidores da própria Coordenação quanto para os conselheiros fiscais e candidatos ao ofício. Entretanto,
não identificamos na documentação encaminhada apoio qualitativo à execução e à avaliação realizadas pelos
conselheiros.

Recomendação
ii) Elaborar manual de acompanhamento e orientação técnica dos conselheiros fiscais dispondo sobre os
princípios, as regras e as rotinas por alçada adotados pela Coordenação para apoiar as atividades relativas ao
planejamento, execução e avaliação da atuação dos conselheiros e à capacitação dos mesmos.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (ii), a COPAR já iniciou a elaboração do referido Manual. O prazo estimado para conclusão do
documento é de 30/07/2013.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR informa que o manual está em fase de elaboração, porém o prazo até o final de julho/2013 não será
atendido. A nova data final passou para setembro/2013.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
3) Quanto à avaliação:
i) Aprimorar a metodologia de avaliação dos representantes do Tesouro, baseando-se em critérios que
confiram pontos aos candidatos que (a) elaboram seu planejamento contemplando tão-somente os assuntos
mais materiais, relevantes e críticos da empresa associados à oportunidade, abrangência, extensão e
profundidade de sua atuação e aqueles de interesse da STN que se coadunem aos da companhia; (b) não só
efetivamente conseguem, mas também se esforçam, na execução de suas atribuições, para obter a
documentação pertinente de forma regular e tempestiva, realizar reuniões suficientes e produtivas e
encaminhar sua manifestação aos interessados aptos a tomadas de decisão; e (c) realizam avaliação crítica de
sua atuação como representante do Tesouro em conselho fiscal, considerando os resultados pactuados em seu
planejamento e aqueles alcançados ao longo do ano.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (i), conforme pode ser visto no quadro abaixo, a COPAR alinhou-se às diretrizes propostas por
essa Controladoria, revisando a metodologia de avaliação, inclusive ajustando-a à proposta de segmentação da
CGU em três etapas: i) Planejamento; ii) Execução; e iii) Avaliação.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação, pois a avaliação qualitativa é efetuada em conjunto com a
avaliação formal de cada conselheiro e está presente tanto no formulário de avaliação final quanto de avaliação
prévia.
Análise da CGU
Pendente de atendimento.
Destacamos a mudança positiva empreendida pela COPAR em sua metodologia de avaliação ao abarcar as etapas

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201117205 (09/04/2012)

de planejamento, execução e autoavaliação realizadas pelos conselheiros fiscais. Entretanto, a referida


metodologia ainda tem que evoluir no sentido de avaliar qualitativamente essas etapas realizadas pelos
representantes do Tesouro nos conselhos fiscais.

Recomendação
ii) Atribuir, de forma equilibrada, pontuações para cada um dos critérios supracitados, conferindo a devida
transparência ao processo de avaliação, tendo em mente que esse processo visa a estimular a participação
inteligente e ativa do conselheiro na governança de sua empresa, de forma a agregar cada vez mais valor à
companhia.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Quanto ao item (ii), conforme pode ser visto no quadro abaixo, a COPAR alinhou-se às diretrizes propostas por
essa Controladoria, revisando a metodologia de avaliação, inclusive ajustando-a à proposta de segmentação da
CGU em três etapas: i) Planejamento; ii) Execução; e iii) Avaliação.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR considera atendida a recomendação, pois considera que há a devida transparência no processo de
avaliação bem como equilíbrio na pontuação de cada critério avaliado.
Adicionalmente, a COPAR não concorda com a CGU quando é mencionado, em relação ao relatório de
execução,que o “conteúdo não foi analisado”. Todos os relatórios são analisados qualitativamente e pontuados.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que 80% da pontuação total se refere à etapa de execução (em que
40% corresponde ao simples encaminhamento de documentos à COPAR pelo conselheiro e os 40% restantes são
relativos ao relatório de execução, cujo conteúdo não foi analisado pela equipe de auditoria, pois não integrou a
documentação encaminhada a esta CGU) e apenas 20% se refere às etapas de planejamento e autoavaliação (15%
para a primeira e 5% para a segunda).

Recomendação
iii) Elaborar manual de avaliação dos conselheiros fiscais que contenha descrição minuciosa dos princípios,
dos critérios e de suas respectivas pontuações e dos métodos utilizados para avaliar os conselheiros.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Relativamente ao item (iii), a COPAR já iniciou a elaboração do referido Manual. O prazo estimado para
conclusão do documento é de 30/07/2013.
Manifestação da STN acerca do Relatório Preliminar de Auditoria (22/07/2013):
A COPAR informa que o manual está em fase final de revisão e o prazo até o final de julho/2013 será atendido.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

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1.2.1.3 INFORMAÇÃO

ITENS 7 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE HAVERES (CONTINUAÇÃO)

Operações com BNDES

Apresentamos a seguir informação acerca do acompanhamento por esta Controladoria


das determinações exaradas pelo Tribunal de Contas da União, por meio do Acórdão nº
3071/2012 – TCU – Plenário, relacionadas a operações entre a STN e o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.

Considerado o conteúdo do Acórdão TCU Plenário nº 3071/2012, elencado no último


Relatório de Gestão da UJ, foram identificadas determinações especificamente
emanadas para atendimento pela STN, as quais se descrevem a seguir:

ACÓRDÃO Nº 3071/2012 – TCU – PLENÁRIO

Determinação
9.3. determinar à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) que:
9.3.1. especifique, no prazo de 60 (sessenta) dias, as medidas de compensação decorrentes do aumento
permanente de receita ou da redução permanente de despesa, adotadas na concessão e sucessivos aumentos da
subvenção concedida ao BNDES por meio da Lei 12.096/2009, em cumprimento ao art. 17, § 2º, da Lei
Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal);

Determinação
9.3.2. especifique, em conjunto com a Secretaria do Orçamento Federal (SOF), no relatório quadrimestral a que
se refere o art. 9º, § 4º, c/c o art. 1º, § 1º, ambos a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal),
as medidas de compensação voltadas ao aumento permanente de receita ou à redução permanente de despesa em
vista da concessão e aumentos de subsídios financeiros e creditícios que vierem a ser realizados em cada
quadrimestre;

Determinação
9.3.3. informe ao Tribunal, em 60 (sessenta) dias, os impactos sobre as dívidas públicas bruta e líquida da União
decorrentes das operações de crédito ao BNDES realizadas a partir de 2008, evidenciando as variações dos
montantes a cada exercício até 2012, e explicitando as consequências associadas às alterações observadas, para
fins de análise das Contas do Governo da República, conforme o art. 71 da Constituição Federal, c/c o art. 36 da
Lei 8.443/1992;

Determinação
9.3.4. informe ao Tribunal, até 31 de março de cada exercício a partir de 2013, os impactos no ano anterior sobre
as dívidas públicas bruta e líquida da União decorrentes das operações de crédito ao BNDES realizadas a partir de
2008, explicitando as consequências associadas às alterações observadas, para fins de análise das Contas do
Governo da República, conforme o art. 71 da Constituição Federal, c/c o art. 36 da Lei 8.443/1992;

Determinação
9.3.5. conjuntamente com a SPE, apure e encaminhe anualmente à CGU, para fins de integrar a Prestação de
Contas do Presidente da República, o montante total dos subsídios financeiros e creditícios incorridos no
exercício anterior, decorrentes das operações de crédito da União ao BNDES realizadas a partir de 2008, assim
como o montante das despesas financeiras da União relativas às referidas operações, acompanhado da
metodologia de cálculo utilizada, para fins de análise das Contas do Governo da República, conforme o art. 71 da
Constituição Federal, c/c o art. 36 da Lei 8.443/1992;

Determinação
9.3.6. conjuntamente com a SPE, apure e encaminhe anualmente à CGU, para fins de integrar a Prestação de
Contas do Presidente da República, o montante total dos subsídios financeiros e creditícios incorridos no

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ACÓRDÃO Nº 3071/2012 – TCU – PLENÁRIO

exercício anterior, decorrentes das subvenções concedidas pela União por meio do BNDES, assim como o
montante das despesas financeiras da União relativas às referidas operações, acompanhado da metodologia de
cálculo utilizada, para fins de análise das Contas do Governo da República, conforme o art. 71 da Constituição
Federal, c/c o art. 36 da Lei 8.443/1992;

Determinação
9.3.7. explicite, a partir de 2012, nos relatórios e demonstrações contábeis da União, inclusive para fins de
informação no Balanço Geral da União, o montante bruto total dos benefícios financeiros e creditícios incorridos
no exercício anterior, decorrentes das operações de crédito do Tesouro Nacional ao BNDES realizadas a partir de
2008, conforme o art. 15 da Lei 10.180/2001, c/c o art. 3º do Decreto 6.976/2009;

Determinação
9.3.8. encaminhe ao TCU, em 60 (sessenta) dias, esclarecimentos acerca da divergência entre as datas informadas
para liquidação e pagamento dos valores das equalizações relativas ao exercício de 2009, devido às subvenções
concedidas por meio da Lei 12.096/2009 e alterações, em desconformidade ao que dispõe a Portaria MF 87/2011;

Com o objetivo de examinar as providências adotadas pela UJ e subsidiar a emissão de


opinião acerca das medidas adotadas pela Unidade em razão das determinações
emanadas pelo Tribunal de Contas da União por intermédio do Acórdão nº 3071/2012, e
considerando a relevância da matéria abordada, foi formalizada a Solicitação de
Auditoria nº 201306147/010, em 13/05/2013, com prazo de resposta estabelecido para
17/05/2013, requerendo-se os documentos e informações consubstanciados no registro
transcrito a seguir:

Solicitação de Auditoria 201306147/010

1. Determinações do TCU no Exercício 2012:

Observados os termos do Acórdão TCU Plenário nº 3071/2012, solicitamos disponibilizar a


documentação produzida com a finalidade de proporcionar o atendimento das
determinações contidas no seu item 9.3, incluindo os expedientes já citados no Relatório de
Gestão dessa Unidade para o exercício 2012, páginas 149 e 150.

Complementarmente, informar sobre a existência de eventuais situações ainda não


implementadas, esclarecendo de forma circunstanciada as medidas que estão sendo
desenvolvidas para seu tratamento.

Em resposta à Solicitação de Auditoria retromencionada, a STN disponibilizou, em


02/07/2013, via email, os documentos a seguir elencados conjuntamente com a
descrição sumária acerca da finalidade de cada um:

a) Ofício nº 069/SPE-MF, de 28/03/2013, encaminha ao TCU duas Notas Técnicas


emitidas pela Secretaria de Política Econômica do MF que apresentam o cálculo
dos subsídios nas operações de crédito concedidas pelas instituições federais no
âmbito do PAC em 2012, e outros temas correlatos, bem como uma avaliação
preliminar do impacto dos resultados dos empreendimentos e seus efeitos na
economia. São elas:

a.1) Nota Técnica nº 026/SPE-MF, de 28/03/2013, que trata sobre o Acórdão


nº 1.690/2007 – TCU – Plenário – em especial no que se refere ao Programa de

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Aceleração do Crescimento (PAC) – avaliação preliminar dos impactos na


economia;

a.2) Nota Técnica nº 027/SPE-MF, de 28/03/2013, combinada com seus


anexos, trata sobre o Acordão nº 1.690/2007 – TCU – Plenário –
preponderantemente no que tange ao Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) e ao Cálculo de Subsídios associados.

b) Ofício nº 070/SPE-MF, de 28/03/2013, trata sobre o Acórdão nº 1718/2005 e


envia ao TCU a Nota Técnica nº 28/SPE-MF, de 28/03/2013, que contempla o
Demonstrativo dos Benefícios Financeiros e Creditícios no exercício de 2012,
além de outros temas correlatos.

b.1) Nota Técnica nº 28/SPE-MF, de 28/03/2013, combinada com seus


anexos, trata sobre o Acórdão nº 1.718/2005 do Tribunal de Contas da União,
contemplando demonstrativo dos valores efetivamente renunciados por meio dos
benefícios financeiros e creditícios no exercício de 2012.

Examinados os documentos encaminhados para exame, cumpre registrar, em primeiro


plano, que os expedientes enfatizados na SA nº 201306147/010 e citados no Relatório
de Gestão da Unidade, especificamente representados pela Nota COPEC/STN nº
976/2012, Ofício COGER/STN nº 34/2012 e Ofício nº 389/2012, não foram
disponibilizados, como também não houve esclarecimento acerca da existência de
situações pendentes de implementação consideradas as determinações do Acórdão.

De outra parte, ressaltando antes que as informações apresentadas esclarecem em parte


as determinações contempladas nos itens 9.3.5 e 9.3.6, o conteúdo da documentação
disponibilizada não materializa suporte suficiente para que se análise o estágio de
atendimento às determinações emanadas pelo Tribunal.

Conclusivamente, observados os fatos expostos, em sua plenitude, restou configurada a


inviabilidade da emissão de opinião consistente por esta Controladoria-Geral da União
acerca da questão em destaque.

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1.2.1.4 CONSTATAÇÃO

ITEM 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE CONTABILIDADE GERAL DA UNIÃO

Contas do Governo da República

FATO:

Ressalvas e respectivas recomendações decorrentes de atribuições exercidas sob a


responsabilidade da STN constantes da apreciação conclusiva do TCU sobre as
Contas do Governo da República.

O Tribunal de Contas da União, ao apreciar conclusivamente as Contas do Governo da


República referentes ao exercício de 2012, por meio do Acórdão nº 1274/2013 – TCU –
Plenário, de 29/05/2013, decidiu aprovar Parecer Prévio (e Relatório que o embasou)
que conclui que as referidas contas estão em condições de serem aprovadas, com
ressalvas, pelo Congresso Nacional.

A equipe de auditoria verificou que parte das ressalvas constantes do referido Parecer
Prévio decorrem de atribuições exercidas sob a responsabilidade da Secretaria do
Tesouro Nacional, o que ensejou recomendações da Corte de Contas à STN, conforme
apresentado a seguir.

ACÓRDÃO Nº 1274/2013 – TCU – PLENÁRIO (29/05/2013)

Recomendação
III. à Secretaria do Tesouro Nacional, em conjunto com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a
Procuradoria-Geral Federal, a Procuradoria-Geral do Banco Central, a Secretaria da Receita Federal do Brasil e a
Controladoria-Geral da União, que faça constar anualmente em nota explicativa do Balanço Geral da União a
conciliação entre os valores de arrecadação da receita da dívida ativa extraídos dos sistemas gerenciais dos órgãos
gestores/arrecadadores e os saldos contábeis de arrecadação líquida da receita da dívida ativa registrados no Siafi,
com as devidas justificativas em caso de eventuais divergências residuais (item 3.3.2.3);

Recomendação
IX. à Secretaria do Tesouro Nacional, na qualidade de órgão central do Sistema de Administração Financeira
Federal, nos termos do art. 11, inciso I, da Lei 10.180/2001, que apure, discrimine e evidencie, em item específico
do relatório “Resultado do Tesouro Nacional”, o efeito fiscal decorrente de receitas extraordinárias, de quaisquer
naturezas, que vierem a ser arrecadadas durante o exercício, com vistas a minimizar a assimetria de informação
entre a sociedade, os órgãos de controle e o governo federal, e em observância aos pressupostos do planejamento
e da transparência na gestão fiscal, insculpidos no art. 1º, § 1º, da Lei de Responsabilidade Fiscal (item 3.5.1.1);

Recomendação
XVII. à Secretaria do Tesouro Nacional que:
a) informe, em notas explicativas, as metodologias utilizadas na apuração dos valores informados de estoque da
Dívida Mobiliária Federal interna, detalhando as divergências residuais, mesmo após a implementação do
Sistema Integrado da Dívida, com indicação do montante da divergência, suas razões e seus efeitos para a análise
da evolução e da composição dessas obrigações (item 5.3.1.5);

Recomendação
b) registre de forma tempestiva todo e qualquer ato ou fato da administração pública federal passível de
contabilização segundo as normas contábeis aplicáveis ao governo federal, a exemplo dos aportes para aumento
de capital efetuados na Caixa Econômica Federal em agosto e dezembro, em observância ao princípio contábil da
oportunidade (item 5.3.1.6);

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Recomendação
c) sejam apresentadas em notas explicativas as seguintes informações: defasagem entre a data do Balanço Geral
da União e a data das demonstrações contábeis das empresas estatais investidas utilizadas para o cálculo da
equivalência patrimonial; valor das participações societárias calculadas a partir das demonstrações contábeis das
empresas estatais investidas de 31 de dezembro do ano a que se referir o BGU; e, os efeitos da defasagem
existente para a análise da situação financeira dos investimentos permanentes do governo federal (item 5.3.1.7);

Recomendação
d) explicite detalhadamente, na nota explicativa sobre a divergência entre o saldo da conta única constante do
BGU e aquele divulgado pelo Banco Central do Brasil, toda e qualquer informação adicional que seja relevante
para total compreensão dessa diferença (item 5.3.1.9);

Recomendação
e) inclua em notas explicativas: a natureza dos relacionamentos com partes relacionadas; os tipos de transações
ocorridas no exercício com essas entidades; bem como os elementos necessários para esclarecer a significância
destas transações para suas operações e permitir, suficientemente, que as demonstrações contábeis forneçam
informações relevantes e confiáveis para o processo de decisão e para fins de prestação de contas (item 5.3.1.10);

Recomendação
f) evidencie em notas explicativas toda e qualquer transação não rotineira que tenha efeitos materialmente
relevantes nas finanças federais, inclusive antecipações de dividendos (item 5.3.2.1);

Recomendação
g) contabilize receitas decorrentes de Juros sobre Capital Próprio em conta específica (item 5.3.2.3);

Recomendação
h) oriente as setoriais do Sistema de Contabilidade Federal a não emitir Declaração Plena caso não haja
evidências suficientes e adequadas de que não há erros materialmente relevantes na contabilidade de suas
respectivas unidades jurisdicionadas (item 5.5.1);

Recomendação
i) oriente as setoriais do Sistema de Contabilidade Federal a justificar a permanência das restrições contábeis ao
final do exercício, por meio da Declaração do Contador, com o objetivo de estimular a correção dos problemas
contábeis eventualmente existentes dentro do exercício a que se referem e de esclarecer os motivos daqueles
remanescentes (item 5.5.2);

Recomendação
j) crie setorial contábil específica para a Secretaria do Tesouro Nacional com vistas a realizar a conformidade
contábil de seus registros e também emitir Declaração do Contador sobre suas demonstrações (item 5.5.3);

Recomendação
XXI. à Secretaria do Tesouro Nacional que, em conjunto com o Departamento Nacional de Infraestrutura
Terrestre, inclua em notas explicativas do BGU os critérios de mensuração das rodovias reconhecidas como
ativos de infraestrutura da União (item 5.3.1.11);

Recomendação
XXII. à Secretaria do Tesouro Nacional que, em conjunto com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a
Procuradoria-Geral Federal, a Procuradoria-Geral do Banco Central e a Controladoria-Geral da União, que faça
constar anualmente em nota explicativa do Balanço-Geral da União a conciliação entre os valores de estoque da
dívida ativa extraídos dos sistemas gerenciais dos órgãos e entidades gestoras e os saldos contábeis de créditos
inscritos em dívida ativa registrados no Siafi, com as devidas justificativas em caso de eventuais divergências
residuais (item 5.3.1.3);

Recomendação
XXIII. à Secretaria do Tesouro Nacional que, em conjunto com a Secretaria do Patrimônio da União, inclua a
depreciação de bens imóveis na política contábil atual do governo federal, contemplando a depreciação dos bens
de infraestrutura (item 5.3.1.13);

Recomendação

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ACÓRDÃO Nº 1274/2013 – TCU – PLENÁRIO (29/05/2013)

XXV. à Secretaria do Tesouro Nacional que, em conjunto com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, a
Secretaria de Política Econômica e setoriais contábeis que julgar pertinentes, elabore e encaminhe a este Tribunal,
no prazo de 90 dias, plano de ação com as medidas necessárias ao registro contábil das renúncias de receita sob
responsabilidade dos órgãos gestores da administração pública federal, visando ao efetivo cumprimento do
disposto no inciso VII do art. 15 da Lei 10.180/2001 e no inciso VIII do art. 3º do Decreto 6.976/2009 (item
5.3.2.4).

CAUSA:

Controles internos necessários ainda não totalmente satisfatórios para evitar ressalvas e
respectivas recomendações na apreciação do TCU sobre as Contas do Governo da
República.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

A equipe de auditoria, por meio da Solicitação de Auditoria nº 201306147/012, solicitou


que a Secretaria do Tesouro Nacional apresentasse, para as recomendações supracitadas,
as providências adotadas ou justificativas pelo não cumprimento. Entretanto, não houve
manifestação por parte da STN.

Outrossim, instada a se manifestar acerca do Relatório Preliminar de Auditoria, nos


termos do Ofício nº 20629/DEFAZII/DE/SFC/CGU-PR, de 10/07/2013, a STN
informou via email, de 22/07/2013, o seguinte:

Em razão da publicação das Contas Contas do Governo da República referentes ao


exercício de 2012, ter ocorrido em 29/05/2013, por meio do Acórdão nº 1274/2013 – TCU
– Plenário, a STN ainda está avaliando as ressalvas e informará à CGU a respeito das
melhorias realizadas em nossos controles a fim de evitar as ressalvas apontadas nas Contas
de 2012.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Diante da manifestação da STN, decidimos manter o presente ponto de constatação.

RECOMENDAÇÕES:

Recomenda-se que a Secretaria do Tesouro Nacional aprimore os controles internos


necessários para evitar ressalvas e respectivas recomendações decorrentes de atribuições
exercidas sob sua responsabilidade na apreciação conclusiva do Tribunal de Contas da
União sobre as Contas do Governo da República.

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2.1.2 AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS


2.1.2.1 INFORMAÇÃO

ITENS 4 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Orçamento

Apresentamos a seguir informação sobre auditoria realizada por esta Controladoria que
abarca a gestão do orçamento da STN.

O Relatório de Auditoria nº 201203281, de 20/07/2012, que trata da Auditoria Anual de


Contas da Secretaria do Tesouro Nacional referente ao exercício de 2011, registra
auditoria desta CGU sobre a execução orçamentária de ações referentes ao programa
0773 – Gestão da Política de Administração Financeira e Contábil da União sob
responsabilidade da STN, em especial de sua Coordenação-Geral de Desenvolvimento
Institucional – CODIN da SUCOP, cujos resultados atualizados são apresentados a
seguir.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

1ª Constatação
Incompatibilidade entre as metas física e financeira da Ação 2076 (Gestão de Haveres da União).

Recomendação
Adequar as metas física e financeira da ação 2076 (Gestão de Haveres da União) às reais necessidades da
Unidade Jurisdicionada.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Em função da reforma orçamentária ocorrida em 2012, no que se refere à proposta orçamentária para o exercício
de 2013, a antiga ação 2076, Gestão de Haveres da União, foi transformada no plano orçamentário 0004, o qual
passou a integrar a ação orçamentária 20Z6, Gestão de Políticas Econômicas e Fiscais, integrante do programa
2039, Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. Esta nova ação orçamentária
20Z6, Gestão de Políticas Econômicas e Fiscais, tem como produto Política gerida, unidade de medida unidade e
meta física 400. Em função da transformação mencionada, deixou de constar do orçamento a antiga ação 2076,
Gestão de Haveres da União, bem como sua antiga meta física, a qual não existe mais em termos orçamentários,
em decorrência da aludida transformação. Todas as antigas ações de gestão do orçamento da CODIN foram
convertidas, para 2013, em planos orçamentários que passaram a compor a ação orçamentária 20Z6, Gestão de
Políticas Econômicas e Fiscais e, em função do processo descrito anteriormente, não é mais pertinente a
discussão em relação à meta física da antiga ação 2076.
Além do exposto, cabe ressaltar que a recomendação da CGU nos chegou após o encerramento das tratativas
concernentes à revisão do PPA ocorrida em junho de 2012, ocasião propícia à revisão da meta física da antiga
ação.
Em relação ao ajuste da meta física da antiga ação 2076, verifica-se que, em 2011, a previsão de haveres geridos
(previsão da arrecadação das receitas associadas aos haveres financeiros e mobiliários da União administrados
pelo Tesouro Nacional) foi de R$ 40,49 bilhões, enquanto em 2012, a estimativa foi de R$ 321,66 bilhões, sendo
que, no exercício de 2012, foram geridos, arrecadados R$ 507,57 bilhões relativos aos mencionados haveres. Em
função desses números, extraídos do SIOP (Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento), fica caracterizada
a adequação da meta física da ação à sua execução real, que excedeu a previsão principalmente em função da
antecipação do recebimento dos dividendos das estatais determinada pelo Governo Federal.
Com referência à meta financeira, verifica-se que houve um ajuste à realidade da execução da ação, na medida em
que, segundo os dados do SIOP, a execução financeira foi de cerca de 80% da dotação orçamentária da ação
2076, no exercício de 2012.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, pois a incompatibilidade entre a execução física e a financeira da Ação 2076 se
manteve em 2012 (157,80% de execução física e 79,35% de execução financeira), assim como observado em

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27

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

2010 (135,60% de execução física e 46,23% de execução financeira) e 2011 (213,83% de execução física e
48,86% de execução financeira). Ressalta-se que, diante da reforma orçamentária, a partir do exercício de 2013 a
presente recomendação incidirá sobre a ação orçamentária 20Z6 integrante do programa 2039.

2ª Constatação
Incompatibilidade entre a meta física da Ação 2074 apresentada no Relatório de Gestão e sua meta financeira.

Recomendação
Adequar a dotação orçamentária da Unidade às suas reais necessidades financeiras.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Para o processo orçamentário são recebidos insumos de diferentes intervenientes, e são utilizados cenários da
Secretaria de Política Econômica - SPE e da Coordenação-Geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública -
COGEP, com antecedência de mais de um ano. Embora haja uma meta de se conseguir o menor desvio possível
entre o valor orçado e o realizado, para não demonstrar que está havendo uma superestimação orçamentária,
alguns itens estão sujeitos a grandes variações podendo correr o risco de se ter que recorrer a pedido de
suplementação orçamentária ao Congresso Nacional (tendo em vista o lapso de praticamente mais de um ano
entre elaboração e execução).
Graças a informatização do processo e a utilização de sistemas específicos para a elaboração orçamentária, a
aderência da peça orçamentária vem se acentuando, e a área responsável pela sua elaboração tem buscado orçar
valores o mais próximos possível da realidade. Nos últimos anos tem-se perseguido a meta de minimizar o desvio
entre o valor orçado e o realizado. Destacamos que existem rubricas que sofrem impactos alheios à gestão da
CODIV, o que a obriga a estabelecer valores maiores para estas rubricas, ocasionando, por vezes, variação de
valores, cabendo ressaltar que todas as variações com alto percentual são devidamente explicadas por ocasião da
prestação de contas anual.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, pois a baixa execução financeira da Ação 2074 se manteve em 2012 (25,85%), assim
como observado em 2010 (46,98%) e 2011 (44,66%).

3ª Constatação
Incompatibilidade entre a meta física da Ação 2075 apresentada no Relatório de Gestão e sua meta financeira.

Recomendação
Adequar a dotação da ação 2075, Gestão de Obrigações da União, de modo a compatibilizar as reais necessidades
de recursos financeiros aos objetos de gasto programados para a referida ação e, dessa forma, evitar a ociosidade
de recursos orçamentários.
Manifestação da STN (12/04/2013)
No exercício de 2012, houve a implementação da reforma dos programas do PPA e das ações do orçamento. Em
decorrência da aludida reforma, a ação orçamentária 2075, Gestão de Obrigações da União, se transformou no
plano orçamentário 0003, Gestão de Obrigações da União, integrante da ação 20Z6, Gestão de Políticas
Econômicas e Fiscais, do programa 2039, Gestão da Política Econômica e Estabilidade do Sistema Financeiro
Nacional. Em relação à dotação proposta deste plano orçamentário para o exercício de 2013, registramos que
houve expansão de cerca de R$ 600 mil, decorrente do fato de que houve a admissão de 40 Assistentes Técnico
Administrativos (ATAs) na Secretaria do Tesouro Nacional no exercício de 2013, bem como haverá o ingresso de
255 novos Analistas de Finanças e Controle no quadro funcional do Tesouro Nacional, nesse mesmo exercício.
Tendo em vista que o quantitativo atual de servidores da STN é de cerca de 600 servidores e que, em 2013,
ocorrerá a incorporação de 295 novos servidores (40 ATAs + 255 AFCs), ou seja, um incremento de quase 50%
do contingente atual de funcionários da instituição, justifica-se o aumento da proposta orçamentária deste plano
orçamentário. Como motivação adicional para o referido incremento, também podemos citar os dispêndios
expressivos que serão realizados em função da implementação do Plano de Capacitação da STN, o qual é uma
desafio estratégico da organização. Além disso, devido à implementação da reforma orçamentária e da introdução
dos planos orçamentários, o gestor público terá mais autonomia para fazer os remanejamentos necessários entre
os referidos planos orçamentários, o que contribuirá para que haja um melhor dimensionamento da execução
orçamentária.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que a incompatibilidade entre a execução física e a financeira da Ação
2075 se manteve em 2012 (89,67% de execução física e 32,35% de execução financeira), assim como observado
em 2010 (78,96% de execução física e 37,00% de execução financeira) e 2011 (80,95% de execução física e
30,05% de execução financeira). Ressalta-se que, diante da reforma orçamentária, a partir do exercício de 2013 a

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RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

presente recomendação incidirá sobre a ação orçamentária 20Z6 integrante do programa 2039.

4ª Constatação
Baixa execução financeira na ação orçamentária da ação 2077 (Gestão da Dívida Pública).

Recomendação
Dimensionar as reais necessidades de recursos financeiros a serem alocados na ação orçamentária 2077 (Gestão
da Dívida Pública), de modo a evitar baixas execuções financeiras.
Manifestação da STN (12/04/2013)
A execução da Ação 2077 – GESTÃO DA DÍVIDA PÚBLICA decorre de atividades relacionadas à
administração da Dívida Pública Federal, em especial a dívida externa, incluindo a contratação de agentes de
emissão, fiscais e de pagamento, no Brasil e no exterior, contratação dos serviços de agências de classificação de
risco (rating), serviços de advogados no exterior, centrais de custódia, serviços em tempo real de agências de
informação, registro de títulos em bolsas de valores e junto aos órgãos de controle, como a U.S. Securities and
Exchange Commission - SEC, dentre outros.
Além dos custos de relacionados aos contratos em vigor, sua execução financeira está diretamente ligada à
quantidade e a complexidade das operações envolvendo títulos públicos, realizadas em cada exercício financeiro,
em especial as ocorridas no mercado externo, sendo que a realização de tais operações depende, principalmente,
das condições favoráveis do mercado financeiro.
Diversas variáveis são consideradas quando da elaboração da proposta orçamentária, como o número de
operações que se pretende realizar, o montante total dessas operações, o custo estimado das despesas com
advogados, com a contratação de agentes, além de trabalharmos com uma margem de segurança, por prudência,
buscando evitar necessidade de suplementações ao longo do exercício.
Como se trata de despesas correntes, o mérito não está em se executar o orçamento integralmente, mas sim em
assegurar que todos os compromissos assumidos no contexto da gestão da dívida pública federal sejam
cumpridos, buscando o menor custo possível. Desta forma, cabe destacar o valor executado (R$ 5.392.738,79,
representando 7 % do limite de empenho que foi autorizado para o exercício, qual seja R$ 5.792.109), suficiente
para permitir o cumprimento de todos os compromissos assumidos pelo País, bem como o cumprimento da
estratégia definida no Plano Anual de Financiamento -PAF – 2012 sendo fundamental para a continuidade e a
sustentabilidade dos programas de administração da Dívida Pública Federal brasileira.
A simples redução na alocação das dotações orçamentárias aumentará o risco orçamentário relacionado à gestão
da dívida pública, podendo inviabilizar operações importantes no contexto da estratégia de administração da
dívida, impedir a ação dos advogados no exterior na defesa de interesses da União em ações envolvendo títulos
públicos, ou até resultar em descumprimento de obrigações decorrentes a contratos formalizados.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que a baixa execução financeira da Ação 2077 se manteve em 2012
(53,12%), assim como observado em 2010 (41,07%) e 2011 (39,38%).

5ª Constatação
Não atualização das informações registradas no SIGPlan.

Recomendação
Manter atualizadas, na forma estabelecida pelo Órgão Central do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal,
as informações referentes à execução física das Ações Orçamentárias integrantes dos Programas sob sua
responsabilidade.
Manifestação da STN (22/02/2013)
1. A consecução do Projeto se fez mediante a celebração do contrato 43.033/2009 e seus aditivos, firmado com a
empresa SERPRO, e que tem por objeto a realização dos serviços de definição da arquitetura do sistema Novo
SIAFI; especificação, construção e preparação da implantação da Fase 1 do Novo SIAFI e serviços relativos a
atividades de iniciação, planejamento, controle e acompanhamento do projeto.
2. Os 27% do executado fisicamente no Exercício, que corresponde a 37,32% da execução financeira, decorrem
da entrega e aprovação dos produtos ProdEspCPRMsg, ProdPlanoCapacidade, ProdEspTABELAS pagos
respectivamente em julho e setembro de 2010; além do pagamento em dezembro das ordens de serviço nº 01 e 02
de 2010, referentes à primeira parte da construção do CPR.
3. Por fim as restrições que interferiram no desempenho da ação e, consequentemente, no alcance do objetivo do
projeto, no período em questão, foram de ordem institucional e de controle, visto que ajustes decorrentes de
realinhamento interno no Ministério da Fazenda ou contidos em recomendações do Tribunal de Contas da União
geraram a necessidade de adaptar atividades programadas e a própria estratégia de construção do CPR tanto por

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29

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

esta unidade gestora quanto pela empresa contratada, fato esse que refletiu em algum nível de retrabalho em
produtos elaborados e redefinição daqueles em elaboração.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista que as informações acerca da execução física da Ação 3599 não estão
atualizadas no SIOP (sistema que substituiu o SIGPLAN).

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30

2.1.2.2 INFORMAÇÃO

ITENS 6 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL


(CONTINUAÇÃO)

Pessoal

Apresentamos a seguir informação a respeito da auditoria realizada por esta CGU que
envolve a gestão de pessoas da STN.

O Relatório de Auditoria nº 201203281, de 20/07/2012, que trata da Auditoria Anual de


Contas da Secretaria do Tesouro Nacional referente ao exercício de 2011, registra
trabalho desta Controladoria acerca do dimensionamento da força de trabalho da STN,
que compete à Coordenação-Geral de Desenvolvimento Institucional – CODIN da
SUCOP, cujos resultados atualizados são descritos a seguir.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

1ª Constatação
Ausência de estudos para a determinação do adequado dimensionamento da força de trabalho da Unidade.

Recomendação
Realizar estudos de dimensionamento da força de trabalho, no que diz respeito ao quantitativo, composição e
perfil, impacto das vacâncias, bem como quanto à definição de estratégias e ações que se fazem necessárias para
viabilizar o alcance de suas necessidades.
Manifestação da STN (22/02/2013)
A STN conseguiu autorização para a realização de concurso público com 255 vagas para Analistas de Finanças e
Controle, sendo o mesmo realizado por meio do Edital ESAF nº 88/2012.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, haja vista a não realização de estudo acerca do adequado dimensionamento da força
de trabalho da STN.

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31

2.1.2.3 INFORMAÇÃO

ITENS 8 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL


(CONTINUAÇÃO)

Cooperação Técnica

Apresentamos a seguir informação atinente à auditoria realizada por esta Controladoria


que trata de cooperação técnica entre a STN e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento – PNUD.

O Relatório de Auditoria nº 201200864, de 05/04/2012, registra auditoria desta CGU


sobre a gestão do Projeto de Restauração e Manutenção de Estradas Federais –
PREMEF – PNUD/BRA/06/024, executado com a cooperação técnica do PNUD, sob a
responsabilidade da STN, em especial da Coordenação-Geral de Desenvolvimento
Institucional – CODIN da SUCOP, cujos resultados atualizados são mostrados a seguir.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201200864 (05/04/2012)

1ª Constatação
Baixa execução financeira e descaracterização do projeto inicial.

Recomendação
Devido às alterações ocorridas no Projeto, que o descaracterizaram por completo; à baixa execução financeira; à
falta de perspectiva de melhora dessa execução; ao prazo exíguo de execução (até dezembro de 2012) e à
contratação de gastos que não justificam a utilização de cooperação técnica internacional, recomendamos que a
STN analise a possibilidade de encerrar o projeto.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Com intuito de atender às recomendações da CGU abaixo descritas, esta Secretaria, após análise, optou por
manter o projeto, tomando as iniciativas a seguir elencadas:
- Foi elaborada a nova Revisão Substantiva G, como resultado da necessidade de reformulação, exclusão e
inclusão de produtos, de modo a alcançar de forma mais efetiva os objetivos propostos e adequá-los aos ditames
do Acórdão nº 1.339/2009 emanado pelo Tribunal de Contas da União. A nova Revisão também procurou tornar
os objetivos definidos e mensuráveis, além de prorrogar o prazo de vigência ao Acordo para 31 de dezembro de
2013, de forma a que os projetos previstos possam ser devidamente executados.
- A necessidade de utilização da cooperação técnica internacional se torna clara à medida que se analisa os
produtos necessários a que se atinjam os objetivos do projeto: em sua grande maioria, trata-se de estudos
altamente especializados, em matérias na qual a expertise do corpo técnico desta Secretaria do Tesouro Nacional
ainda não se encontra plenamente capacitada a atender satisfatoriamente a demanda, mas que com a transferência
de conhecimento decorrente, alcançará um novo patamar de eficiência, o que se coaduna perfeitamente à
cooperação técnica que visa a absorção ou desenvolvimento de novos processos, conhecimentos, tecnologia,
experiências ou proficiências por meio de consultoria especializada e treinamento de recursos humanos.
- A análise de custo x benefício, destinada a verificar a necessidade de manutenção do projeto, destaca em
primeiro plano que o encerramento do projeto, comprometeria sobremaneira o pleno funcionamento do Sistema
Integrado da Dívida Pública (SID), cuja manutenção evolutiva está sendo financiada com recursos do projeto e
prejudicaria também os estudos que estão sendo realizados no âmbito do Produto 8.2 – Avaliação de Políticas
Públicas e Melhoria da Gestão do Gasto Público em Áreas Finalísticas, especialmente àqueles relacionados aos
gastos em saúde e educação.
Além disso, com finalização do Projeto BRA 06/024 haveria o comprometimento da implementação do Sistema
de Informação Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), objetivo proposto no Resultado 15 –
Desenvolvimento de Sistema para a Qualidade e Transparência Fiscal. Outros projetos de grande impacto sobre a
atuação do Tesouro Nacional e que se pretende financiar seria a “Avaliação do Sistema de Tecnologia da
Informação do Tesouro Nacional”, que abrange a avaliação das atuais estratégias de Gestão da Tecnologia da
Informação na STN e a proposição de um novo modelo de atuação de TI na STN, com a elaboração de um novo
PDTI (Plano de Desenvolvimento de Tecnologia da Informática), juntamente com o “Desenvolvimento de

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32

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201200864 (05/04/2012)

modelo geral de gestão de ativos do Fundo Soberano do Brasil” e a “Estruturação do modelo de gestão financeira
dos recursos aportados no Fundo Social”, ações que foram estabelecidas nos Produtos 9.6, 9.11 e 9.12,
respectivamente.
Dessa forma, o entendimento dessa Secretaria foi no sentido da necessidade de continuidade do Projeto.
Análise da CGU
Atendida.
Consideradas as providências que segundo a Unidade foram adotadas para atender às recomendações desta
Controladoria associadas à execução do Acordo de Cooperação Técnica BRA 06/024, cumpre consignar que
examinado o desenvolvimento do Acordo durante o exercício 2012, a partir de documentos e informações
disponibilizadas por essa UJ, restou evidenciado que as medidas implementadas não elidiram em sua plenitude os
fatos que motivaram as recomendações ora sob enfoque.
Nesse sentido, ressalta-se, sobretudo, a baixa execução financeira do ACT, que permanece presente. Além disso,
mais uma vez materializa exíguo o prazo estabelecido para a execução do Acordo: dez/2013.
Corroborando a presente análise, encontra-se relatado em registro subsequente no ponto 2.1.2.4 deste Relatório o
resultado dos exames da execução do ACT BRA 06/024, realizada até o final do exercício 2012.

Recomendação
Caso opte por manter o projeto, recomendamos que a UCP do PREMEF:
a) efetue mudanças no sentido de tornar o objeto do programa mais específico, contendo objetivos definidos e
mensuráveis;
b) evidencie a necessidade da utilização dos instrumentos de cooperação técnica internacional, e
c) realize análise de custo x benefício com o objetivo de demonstrar a necessidade da manutenção do projeto.
Manifestação da STN (12/04/2013)
Ver manifestação concernente à recomendação anterior.
Análise da CGU
Atendida.
Ver análise relativa à recomendação anterior.

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33

2.1.2.4 CONSTATAÇÃO

ITENS 8 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL


(CONTINUAÇÃO)

Cooperação Técnica (Continuação)

FATO:

A gestão financeira do ACT BRA 06/024 configurou-se ineficaz e ineficiente


ocasionando custos implícitos contra a Administração.

Com o objetivo de avaliar a gestão da Unidade tendo por base a atuação na esfera do
Acordo de Cooperação Técnica 06/024, formalizado com o PNUD, foram adotadas as
seguintes iniciativas.

Em primeiro plano, delimitou-se o escopo dessa análise. Esse reside no exame da


eficácia e eficiência da atuação da UJ, observados preponderantemente os resultados da
execução financeira dos recursos associados ao Acordo de Cooperação Técnica 06/024.

Nesse contexto, importa ressaltar que essa ação de controle não abrangeu o exame dos
preços orçados para execução dos produtos contemplados no ACT, bem como não
contemplou análises qualitativas acerca dos mesmos.

Ante o exposto, foi emitida a SA nº 201306147/009 solicitando, dentre outras


informações, as que seguem transcritas:

1.1.2 Acordo de Cooperação Técnica 06/024:

a) Instrumentos formalizados em razão do Acordo sob enfoque e suas alterações;


adicionar, se for o caso, outros documentos associados e configurados relevantes na
formalização e execução do Acordo;

b) Demonstrativo dos valores repassados ao PNUD em razão dos projetos vinculados à


STN/data da efetivação do repasse e sua destinação circunstanciada; adicionar
documentação que contemple o cronograma pactuado para embasar a realização dos
repasses e informar acerca da origem dos recursos repassados;

c) Demonstrativo de valores pagos pelo PNUD em razão da execução dos projetos


associados à STN e objeto do Acordo de Cooperação sob evidência, fazendo sobressair o
cronograma programado para realização do pagamento, a data da sua efetivação e sua
destinação/produto beneficiado;

d) Demonstrativo dos custos operacionais pagos ao PNUD, observadas as condições


pactuadas no Acordo sob evidência, esclarecendo o seu fato gerador e a data da sua
efetivação.

e) Informar sobre a incidência do pagamento de outros custos ao PNUD, além dos


previstos na alínea anterior.

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34

Considerada a documentação disponibilizada para exame a partir da Solicitação de


Auditoria em destaque e tendo por enfoque principal o exame da execução financeira do
orçamento estabelecido no âmbito do ACT, foi possível configurar os orçamentos
programados e realizados em razão do Acordo, desde o exercício 2006 até o final do
exercício 2012, os quais se transcrevem nos registros apresentados adiante.

Ressalta-se, de forma antecedente, que o Acordo em destaque previa em sua origem que
o orçamento financeiro associado ao ACT BRA 06/024 seria realizado nos exercícios
2006 e 2007. Essa programação estabelecida implicava no prévio aporte de recursos
financeiros pela Administração em favor do PNUD, o que foi efetivado, de forma a
viabilizar a execução do projeto vinculado ao Acordo de Cooperação Técnica.

Conforme mencionado anteriormente, seguem os dados demonstrativos do orçamento


originalmente concebido, além dos sucessivos orçamentos que foram constituídos para
orientar a execução financeira do ACT.

a) O orçamento originalmente previsto no exercício 2006, ano de início do ACT, e


sua realização resultaram no seguinte contexto:

ORÇAMENTO TOTAL DO ACT 06/024 – US$ 7.986.668,00 – ANO BASE: 2006


Exercício Execução Prevista Execução Realizada % Execução
2006 1.454.181,00 59.321,00 4,08%
2007 6.532.487,00 1.111.627,00 17,02%
Total 7.986.668,00 1.170.948,00 14,66%

b) O orçamento previsto no PRODOC original do ACT BRA 06/024, firmado em


fevereiro de 2008 (alteração substantiva E), e sua realização abrangeram os
dados descritos a seguir, cabendo ressaltar que por este orçamento foi alterado o
orçamento anteriormente concebido no exercício de 2006:

ORÇAMENTO TOTAL DO ACT 06/024 – US$ 14.700.000,00 – ANO BASE: 2008


Realizações Anteriores ................... US$ 1.170.948,00
Orçamento a Realizar ................... US$ 13.529.052,00
Exercício Execução Prevista Execução Realizada % Execução
2008 7.152.925,00 301.473,65 4,21%
2009 4.830.000,00 579.634,32 12,00%
2010 1.546.125,00 105.178,34 6,80%
Total 13.529.050,00 986.286,31 7,29%

c) O orçamento estabelecido pela alteração substantiva F, firmada em outubro de


2010, e sua realização refletiram as previsões e resultados apresentados adiante,
valendo esclarecer antes que esse orçamento alterou o orçamento do PRODOC
original que foi concebido no exercício 2008:

ORÇAMENTO TOTAL DO ACT 06/024 – US$ 9.071.747,03 – ANO BASE: 2010


Realizações Anteriores ................... US$ 2.157.235,68
Orçamento a Realizar ..................... US$ 6.914.511, 35
Exercício Execução Prevista Execução Realizada % Execução
2011 4.694.681, 379.014,42 8,07%
2012 2.219.831, 613.194,85 27,62%
Total 6.914.511, 992.209,27 14,35%

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35

d) O orçamento estabelecido pela alteração substantiva G, firmada em maio de


2012, e sua realização alteraram o cronograma do orçamento anteriormente
concebido no exercício 2010, conforme os dados elencados a seguir:

ORÇAMENTO TOTAL DO ACT 06/024 – US$ 9.071.747,03 – ANO BASE: 2012


Realizações Anteriores ................... US$ 2.536.250,10
Orçamento a Realizar ..................... US$ 6.535.496,93
Exercício Execução Prevista Execução Realizada % Execução
2012 3.626.996,93 613.194,85 16,91%
Exercício Atual – Situação
2013 2.908.500,00 -
não aplicada
Total 6.535.496,93 613.194,85 9,38%

e) Situação consolidada da execução do orçamento do ACT 06/024 ao final do


exercício 2012 era a seguinte:

Orçamento Total vigente para o ACT 06/024, após ajustes dedicados ao PRODOC BRA 06/024,
considerado até a Revisão Substantiva G, formalizada em maio/2012 – US$ 9.071.747,03
Execução Prevista na vigência total Execução total realizada até o % da Execução total no período de
do ACT – 2006 a 2013 final do exercício 2012 2006 a 2012
9.071.747,03 3.149.444,95 34,72%
Saldo do Orçamento a executar no exercício 2013 US$ 5.922.302,08

Considerando a totalidade dos dados e informações colecionados acerca da gestão


financeira associada ao ACT BRA 06/024, restou materializada a frustração que
permeou esse processo.

Nesse sentido, sobressai que, desde o planejamento original consubstanciado na


Assistência Preparatória BRA 06/024, os resultados programados não lograram êxito no
que se refere a sua realização conclusiva.

Objetivamente, sob a ótica examinada, o que ficou configurado acerca do


desenvolvimento do ACT 06/024 foi que os cronogramas financeiros elaborados na
esfera do mesmo não se constituíram exequíveis, tendo em conta sua incipiente
execução, fato que repercutiu efeitos concretos em prejuízo à eficácia e eficiência da
gestão financeira do projeto associado ao Acordo sob referência.

Em resumo, avaliados os termos já expostos, restou evidenciado no decurso no ACT


que, apesar da alocação de recursos financeiros realizada pela Administração, não se
consolidou em contrapartida a elaboração e disponibilização conclusiva dos produtos
programados na forma do PRODOC BRA 06/024, privando a Administração da sua
disponibilidade e utilização.

Suplementando o contexto apresentado, importa esclarecer sobre os aportes de recursos


realizados pela Administração em favor do PNUD para execução do ACT BRA 06/024,
com ênfase para os valores envolvidos, as datas em que foram efetivados os referidos
aportes, além de sua origem, tendo por base as informações apresentadas pela STN em
resposta à SA nº 201206147/009:

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36

a) Sobre os recursos repassados ao PNUD:

ORDEM BANCÁRIA APROPRIAÇÃO VALOR (R$) CÂMBIO VALOR (US$)


2006OB900001 19/12/2006 3.200.000,00 2,13 1.502.347,42
2006OB900002 19/12/2006 4.000.000,00 2,13 1.877.934,27
2006OB900003 26/12/2006 296.283,31 2,18 135.909,78
2007OB900001 28/12/2007 10.000.000,00 1,80 5.555.555,56

b) Especificamente sobre a origem dos recursos: os recursos originaram-se do


OGU sob a funcional-programática 04.121.07732C380101 – Monitoramento e
Avaliação de Projetos de Investimentos. O cronograma de desembolso foi
estabelecido no Documento de Assistência Preparatória do projeto.

Adicionalmente, se impõe também registrar, reiterando-se, que o orçamento executado


até o final do exercício 2012 na esfera do ACT BRA 06/024, em razão dos produtos que
foram realizados inclusive parcialmente, pode ser consubstanciado nos dados abaixo:

Orçamento Total vigente para o ACT 06/024, após ajustes dedicados ao PRODOC BRA 06/024,
considerado até a Revisão Substantiva G, formalizada em maio/2012 – US$ 9.071.747,03
Execução prevista na vigência total Execução total realizada até o % da Execução total no período de
do ACT – 2006 a 2013 final do exercício 2012 2006 a 2012
9.071.747,03 3.149.444,95 34,72%
Saldo do Orçamento a executar no exercício 2013 US$ 5.922.302,08

Subsidiariamente, cumpre ressaltar a respeito da execução física dos produtos


vinculados ao ACT 06/024 que, nos quase sete anos de sua vigência, dentre os
resultados/produtos programados para execução em sua esfera, apenas dois tiveram sua
conclusão evidenciada nas informações que constam da documentação disponibilizada
para exame pela UJ. Sendo eles:

- RESULTADO 1 – Diagnóstico inicial dos projetos a serem monitorados (Relatório de


“Marco Zero”);

- RESULTADO 5 – Elaboração e aprovação do Documento de Projeto de Cooperação


Técnica (PRODOC).

No mesmo contexto, vale salientar, com base nas evidências conhecidas sobre essa
matéria, que os outros produtos originalmente programados para realização no âmbito
do ACT 06/024 foram cancelados por meio da alteração substantiva G, de maio de
2012, enquanto os resultados/produtos incluídos pela alteração substantiva F, de
outubro de 2010, em parte revisados na alteração substantiva G, se encontram em
execução ou essa execução não havia sido iniciada até o final do exercício 2012.

Diante do conjunto dos fatos elencados até esse momento, resta reafirmar que
configurou-se ineficaz a gestão financeira dedicada ao ACT 06/024, além disso foi
possível evidenciar a efetiva ocorrência de custos de oportunidade o que, de forma
negativa, afetou a eficiência da gestão financeira dedicada ao Acordo sob enfoque, isso
em razão da clara realização de despesas antecipadas e oriundas do OGU, sobre as quais
incidem ônus, sobretudo considerando que o OGU abrange recursos oriundos de

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37

financiamentos, não havendo consolidada, em paralelo, a consecução da contrapartida


de produtos e serviços, que motivou as referidas despesas.
Ainda sobre a situação sedimentada, cabe adicionar que a documentação examinada
acerca do ACT 06/024 não evidenciou a existência de previsão que assegure a cobertura
dos custos de oportunidade que restarão consolidados na eventualidade da devolução de
valores que não venham a ser utilizados, em caso de rescisão do Acordo.

Subsequentemente ao contexto relatado, importa mensurar os custos implícitos


ocasionados em razão da incipiente execução financeira que se configurou associada ao
ACT 06/024, feito viabilizado a partir da construção de cenários simplificados,
fundados em parâmetros conservadores, mas capazes de refletir os custos materializados
em razão do fato sob evidência.

De início, cumpre esclarecer sobre os seguintes pressupostos adotados para viabilizar a


elaboração dos cenários sob enfoque:

a) Como base de cálculo foi considerado o valor dos recursos creditados ao PNUD
que não foram aplicados até 31/12/2012, no montante de R$ 10.787.965,
portanto que se encontram paralisados em conta titularizada pelo PNUD, valor
que foi apurado a partir das seguintes equações:

i) do valor do aporte inicial em US$, realizado pela Administração em


19/12/2006 a crédito de conta do PNUD, no montante de US$ 3.380.281,
ou R$ 7.200.000, considerada uma taxa de câmbio de US$ 2,13 vigente à
época dessa operação, deduziu-se o valor total do orçamento executado
até 31/12/2012, no montante de US$ 3.149.444, o que resultou em um
saldo remanescente de US$ 230.837, equivalente a R$ 491.682;

ii) ao saldo anterior dado em R$ foram adicionados os demais aportes


realizados nos valores de R$ 296.283,00 (em 26/12/2006) e R$
10.000.000,00 (em 28/12/2007), resultando o saldo acumulado de R$
10.787.965.

b) Como período de cálculo, delimitou-se o início em 02/01/2008, ocasião em que


se configurava extrapolado o prazo originalmente previsto para a execução
física-financeira do ACT BRA 06/024; e definiu-se o seu final em 31/12/2012,
último exercício com a execução física-financeira do ACT consolidada, tendo
por base a documentação disponível para exame sobre o esse assunto.
c) Como taxa de cálculo balizando cada cenário utilizou-se, respectivamente, a
SELIC, porquanto é a taxa que baliza a remuneração do financiamento interno
da gestão pública, além dos índices de preços representados pelo IGP-M e DI e
IPCA, considerando-se a estabilidade que permeou a economia nacional no
período sob apuração.

Isso posto, cumpre apresentar os cenários mencionados, sustentados nos pressupostos


que foram estabelecidos:

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38

Cálculo do custo de oportunidade ocasionado com base em cenários distintos:

Valor do Saldo, % acumulado para cálculo de custos


Custo apurado em R$
Período de cálculo base de cálculo, incidentes sobre a base de cálculo e
para o período indicado
em R$ indexador utilizado
64,33 % (Selic - fonte: BCB) R$ 6.940.570,
36,13 % (IGP – M/ FGV - fonte: BCB) R$ 3.898.047,
início: 02/01/2008 10.787.965,
35,89 % (IGP – DI/ FGV - fonte: BCB) R$ 3.872.338,
final: 31/12/2012
31,88 % (IPC –A/ IBGE - fonte: BCB) R$ 3.439.212,

Subsidiariamente, vale esclarecer que, nos cenários expostos, deixou-se de considerar


quaisquer efeitos cambiais que seriam resultantes da eventual rescisão do ACT com a
devolução em R$ dos recursos vinculados ao Acordo, que se encontram depositados em
US$ em conta do PNUD.

Nesse sentido, vale ressaltar que a ocorrência desse fato poderia resultar efeitos
positivos ou negativos no valor a ser restituído à Administração, o que dependeria da
posição do câmbio no momento da rescisão do acordo e restituição desses valores,
tendo como referência de outra parte a posição do câmbio verificada à época dos aportes
financeiros realizados à conta do PNUD.

A título de exemplificação, o saldo em dólar dessa conta, evidenciado para 31/12/2012,


no montante de US$ 5.922.301, acaso houvesse sido restituído à Administração na data
referenciada, resultaria, considerada a taxa de câmbio então vigente e definida para uso
nos Acordos de Cooperação Técnica firmados com o PNUD, US$ 2,053, no saldo em
de R$ 12.158.483, fato que materializaria ganhos cambiais em favor da Administração
no montante de R$ 1.370.518,00, considerando-se que as taxas de câmbio utilizadas
nos aportes originais dos recursos que remanesciam paralisados em 31/12/2012 tiveram
como taxa de câmbio preponderante no momento do seu aporte o equivalente a US$
1,80.

Ante esse contexto, os ganhos evidenciados atenuariam no seu exato valor, nesse caso
concreto, os custos de oportunidade anteriormente calculados, contudo não seriam
suficientes para elidi-los.

Conclusivamente, os fatos descritos evidenciam que a atuação da UJ dedicada ao


gerenciamento financeiro do Acordo de Cooperação Técnica BRA 06/024 enseja a
implementação de ações revisoras, destinadas a sanear a constatação presente, a qual
consubstancia um cenário que concorre em favor da materialização de custos contra a
Administração.

Nesse sentido, cabe enfatizar principalmente a fragilidade dos cronogramas


programados para conduzir a execução financeira associada ao ACT, os quais,
conforme descrições feitas no escopo da presente constatação, se constituíram
inexequíveis no decurso do Acordo de Cooperação Técnica 06/024.

De outra parte, restou consolidada no caso sob análise a efetiva materialização de custos
de oportunidade com impacto negativo na eficiência da gestão financeira da

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39

Administração, fato decorrente da execução de despesa sem a consolidação da


contrapartida de produtos que lhe motivou.

CAUSA:

A programação formalizada para orientar a execução financeira do ACT BRA 06/024


configurou-se precária, materializou-se inexequível e induziu o aporte de recursos
fundamentado em condições insubsistentes, contribuindo para a ocorrência de custos
desnecessários em desfavor da Administração.

As ações adotadas para monitorar e dar suporte a eventuais revisões das condições
originalmente planejadas, nesse caso concreto, tendo por enfoque principal o
cronograma financeiro constituído para orientar a execução do ACT BRA 06/024, não
foram suficientes para motivar ações dirigidas ao saneamento das fragilidades
identificadas desde sua origem.

Não foi identificada a implementação de ações específicas destinadas a elidir os


eventuais custos ocasionados contra a Administração em razão da constatação da baixa
execução dos recursos alocados para realização do PRODOC BRA 06/024.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

No sentido do fato relatado, o posicionamento colecionado da UJ contemplou de início


os registros contidos no último Relatório de Gestão que editou, os quais se transcrevem
abaixo, quando discorre sobre as alterações mais recentes promovidas no PRODOC do
ACT BRA 06/024, além das suas razões, as quais ocasionaram impacto na programação
e na execução financeira do Acordo de Cooperação Técnica sob enfoque:

Relatório de Gestão da STN – Exercício base: 2012

A partir do exercício de 2011, o Acordo de Cooperação Técnica BRA 06/024, firmado com
o PNUD, passou a ser gerenciado pela UCP/STN, de acordo com o disposto nas Portarias
STN/MF n° 39, 40, 41 de 18/01/2011.

Inicialmente, destinados à contratação de serviços especializados de consultoria voltados


para o desenho e implantação de metodologias de monitoramento, desenvolvimento de
sistemas e treinamento de técnicos dos quadros das entidades envolvidas, assim como para
a aquisição de bens, os recursos vinculados ao ACT 06/024, contribuiriam decisivamente
para que a STN, por meio da Coordenação-Geral de Análise Econômico-Fiscal de Projetos
de Investimentos Públicos/ COAPI-STN, melhorasse sua capacidade de avaliação e
monitoramento dos investimentos públicos, considerando aspectos de eficiência,
estruturando fisicamente a sistemática que permitiria consolidar suas ações nesta área.

Contudo, as prioridades governamentais com relação ao monitoramento e avaliação da


execução de projetos tomaram outros rumos que prescindiram da participação efetiva da
Secretaria do Tesouro Nacional no desenvolvimento de um sistema com esse objetivo,
permitindo, então que o projeto passasse a focar suas atenções nas outras vertentes da
atuação da Secretaria do Tesouro Nacional estabelecidas no Acordo de Empréstimo que

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40

visam identificar oportunidades para melhorar a eficiência dos gastos públicos, por meio,
inclusive, do aprimoramento do seu corpo gerencial e técnico, mediante treinamento e
capacitação.

Por meio da Revisão Substantiva “G”, o orçamento do Acordo de Cooperação Técnica


BRA 06/024 foi mantido, na ordem de US$ 9.071.747.03 e sua vigência foi prorrogada para
31/12/2013. Além disso, foram estabelecidas novas ações no âmbito do Projeto, no que diz
respeito à Secretaria do Tesouro Nacional, consolidando, assim, a retomada na execução do
Projeto.

(...)

Por meio da Revisão Substantiva “G”, foi proposto o cancelamento de produtos de diversos
Resultados, que não eram compatíveis com os ditames do Acórdão TCU nº 1.339/2009, em
especial, os produtos que envolviam o treinamento de servidores.

Posteriormente, foi firmada uma Revisão Simplificada com o intuito de incluir uma nova
ação que refere-se à disseminação das técnicas de avaliação da qualidade do gasto público
junto a gestores públicos nos níveis federal, estadual e municipal.

Dentre as ações executadas, destacam-se:

- manutenção evolutiva do Sistema Integrado da Dívida Pública;

- continuidade de Projeto de Gestão Integrada de Riscos;

- estudos para avaliação da qualidade do gasto público nas áreas de saúde e educação; e

- taxonomia de XBRL no âmbito do Projeto SICONFI.

Posteriormente, após cientificada da constatação sob relatoria, na forma do Ofício nº


20629/DEFAZ II/DE/SFC/CGU-PR, de 10/07/2013, a Unidade apresentou via email, de
22/07/2013, esclarecimentos acerca do financiamento e da correção dos valores
alocados em favor do PNUD para execução do ACT 06/024, além das informações
transcritas a seguir, que fazem referência às recomendações editadas adiante, por esta
Controladoria-Geral da União, com o fim de se dar tratamento à presente constatação:

(...)

RESPOSTAS ÁS RECOMENDAÇÕES:

Com relação à Recomendação 01, conciliar a previsão de execução anual com o efetivo
gasto dos recursos deve-se ressaltar que esta é uma preocupação constante da direção do
Projeto. Assim, por meio de sucessivas Revisões ao PRODOC inicialmente assinado, esta
Secretaria vem tentando ajustar a previsão de realização de gastos.

Contudo, diversos fatores contribuíram para que os gastos anuais fossem efetivamente
menores do que os previstos,

Dentre eles, a dificuldade em realizar processos licitatórios de forma ágil. Tais fatores
geraram atrasos, ultrapassando, em alguns casos, em vários meses a previsão inicialmente
constante do PRODOC, impedindo que a execução se desse com a presteza e agilidade
anteriormente previstas.

Cabe informar, a propósito, que até junho/2013, já houve uma execução da ordem de US$
480,5 mil dólares. Além disso, vários projetos somente iniciaram sua execução neste

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primeiro semestre não estando seus custos refletidos, ainda, na execução financeira. Entre
outros pode-se citar : Gestão de riscos, Avaliação do Sistema de TI do Tesouro Nacional,
Elaboração do Projeto Tesouro Educacional, Desenvolvimento de Ações para a Qualidade e
Transparência Fiscal- SICONFI, Disseminação das Técnicas de Avaliação da Qualidade do
Gasto Público junto a Gestores Públicos nos Níveis Federal, Estadual e Municipal e
Diagnóstico Organizacional da STN. Espera-se que ao final do exercício, o Projeto
apresente uma execução superior a US$ 1,5 milhão.

Quanto à Recomendação 02, cabe informar que a devolução à Conta Única dos recursos
não previstos para utilização no exercício corrente, ocasionaria a desvinculação total desses
valores do Projeto. Os recursos só poderiam vir a ser utilizados no Projeto se houvesse
previsão de alocação na LOA. No exercício de 2013, por exemplo, a devolução de valores
não utilizados implicaria na finalização do Projeto, já que não há previsão orçamentária
para o exercício e nem para 2014. Contudo, esta STN entende pertinente a Recomendação,
e se compromete a reavaliar a possibilidade real de execução de alguns projetos, efetuando
nova Revisão e ajustando o orçamento do ACT BRA 06/024 de forma efetiva.

A Recomendação 03 será atendida a partir do próximo Relatório de Gestão, na qual serão


incluídas as informações solicitadas pela auditoria.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Os esclarecimentos expressados pela UJ, extraídos do seu último relatório de gestão,


relacionam-se com a constatação descrita, pois tratam sobre as alterações promovidas ao
PRODOC do ACT 06/024, em maio de 2012, na forma, especialmente, da alteração
substantiva G, que impactam em sua programação e execução financeira, contudo, não
elidem as conclusões consubstanciadas na constatação relatada.
Ante esse contexto, cabe, em resumo, reafirmar o registro já consignado neste Relatório,
quando se ressaltou a necessidade de revisão da atuação dedicada pela UJ relativamente
à condução do ACT BRA 06/024, isso com a finalidade de se evitar custos à
Administração, considerando, sobretudo, que os fatos examinados evidenciaram
fragilidades associadas à programação realizada para orientar a alocação dos recursos
orçados para execução do ACT, configurada na baixa utilização dos recursos alocados.
De outra parte, as informações disponibilizadas pela Unidade via email, de 22/07/2013,
quando esclarecem sobre o financiamento e correção do valor real dos recursos alocados
ao PNUD para execução do ACT BRA 06/024, foram recepcionadas e passaram a
sensibilizar a descrição da constatação sob exame.
Ademais, com relação à abordagem apresentada pela UJ acerca das recomendações que
foram editadas por esta Controladoria, no seu conjunto, preponderantemente corrobora a
constatação retrodescrita, que está centrada, sobretudo, na ocorrência da baixa execução
dos recursos alocados em favor do ACT BRA 06/024 e seus efeitos.
Nesse sentido remanesce em relevo a necessidade da implementação de ações revisoras
que passem a orientar de forma efetiva a execução do PRODOC BRA 06/024, feito que,
segundo opinião deste Órgão de Controle Interno, mantém-se consubstanciado nas
recomendações adiante formalizadas.

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RECOMENDAÇÕES:

01 – Conciliar o valor dos recursos financeiros disponibilizados ao PNUD, no seu limite


máximo, com a programação estabelecida em razão da efetiva previsão de despesas a
realizar por exercício anual.

02 – Restituir ao Tesouro Nacional os valores alocados em favor do PNUD que


extrapolarem o montante das despesas previstas para execução por período anual,
passando a fazer o suprimento desses recursos a cada exercício.

03 – Nos próximos Relatórios de Gestão da UJ, ampliar o escopo das informações


apresentadas acerca da execução de Acordos de Cooperação Técnica que estejam em
vigor, esclarecendo suas metas físicas e financeiras programadas e realizadas,
circunstanciando as razões de eventuais descumprimentos dessas metas, além de
apresentar o montante de custos, explícitos ou implícitos, que incidentalmente tenham
sido ocasionados pelo descumprimento de metas.

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2.1.2.5 INFORMAÇÃO

ITENS 11 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

Tecnologia da Informação

Apresentamos a seguir informação concernente à auditoria empreendida por esta


Controladoria que envolve a gestão da tecnologia da informação da STN.

O Relatório de Auditoria nº 201203281, de 20/07/2012, que trata da Auditoria Anual de


Contas da Secretaria do Tesouro Nacional referente ao exercício de 2011, evidencia
auditoria desta CGU sobre a estratégia e os controles internos formais de tecnologia da
informação adotados pela STN, em especial pela Coordenação-Geral de Sistemas e
Tecnologia de Informação – COSIS da SUCOP, cujos resultados atualizados são
destacados a seguir.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

1ª Constatação
Falhas na elaboração e não atualização do Planejamento Estratégico de Tecnologia de Informação - PETI.

Recomendação
Atualizar o Plano Estratégico (PETI), acrescentando as seguintes informações:
a) Descrição do atual ambiente de Tecnologia da Informação do órgão, relatando os recursos de hardware,
software, humanos e financeiros disponíveis quando do início da elaboração do PETI;
b) Descrição da metodologia utilizada para elaboração do plano;
c) Proposta do plano, descrevendo os projetos a serem realizados e suas prioridades frente aos objetivos e às
metas da instituição, bem como os recursos de hardware, software, humanos e financeiros necessários para sua
efetiva implementação. Relatando, ainda:
c1) o cronograma de execução dos projetos;
c2) os principais resultados/benefícios esperados;
c3) os fatores críticos de sucesso, ou seja, aquelas atividades que são essenciais e merecem especial atenção
para que se alcancem os objetivos.
Manifestação da STN (12/04/2013)
O novo PETI, que guiará o planejamento das ações de TI do Tesouro Nacional para o triênio 2013-2015,
encontra-se ainda em fase de elaboração em razão do atraso na aprovação da fonte de financiamento junto ao
Banco Mundial para viabilizar a contratação de consultoria que irá auxiliar na elaboração do PETI. O processo de
contratação iniciou-se em dezembro de 2012 com expectativa de término da elaboração do documento para o ano
de 2013.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
Quando da atualização do Plano Estratégico de Tecnologia da Informação - PETI, proceder a identificação de
todos os potenciais riscos bem como definir as medidas para mitigar seus impactos.
Manifestação da STN (22/02/2013)
Os estudos estão sendo realizados.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

Recomendação
Incluir no Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) sessão específica sobre a política de aquisição e
substituição de equipamentos, em conformidade ao parágrafo 2º do art. 7º da Instrução Normativa nº 01, de 19 de
janeiro de 2010, da SLTI/MP.
Manifestação da STN (12/04/2013)

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44

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

Quanto ao item 21 da Solicitação 201306147/001, informamos que até 27/12/2013, quando da finalização do
PDTI 2014-2015, será incluída sessão específica que trata da política de aquisição de equipamentos. Vale
salientar que para consecução dessa recomendação será necessário o envolvimento de outras áreas da STN, para
definição dessa política, visto envolver a questão de doação e desfazimento de bens, pois tratam de bens
patrimoniais, cuja responsabilidade não é da COSIS. Convém registrar que o PDTI 2014-2015 será submetido à
apreciação do COMITÊ DE TI para aprovação.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.

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2.1.2.6 INFORMAÇÃO

ITEM 11 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO (CONTINUAÇÃO)

Mapeamento e Análise Preliminar de Amostra de Sistemas

Apresentamos a seguir informação a respeito do universo de sistemas utilizados pela


STN e da análise preliminar de amostra realizada por esta CGU com o fito de identificar
os sistemas mais críticos que constituirão objeto de futura auditoria desta Controladoria.

Com o intuito de mapear os sistemas utilizados pela STN para possibilitar que as futuras
auditorias em TI tenham como foco os sistemas considerados mais críticos, solicitamos,
por meio da Solicitação de Auditoria – SA nº 201306147/006, de 29/04/2013,
separadamente a cada Coordenação-Geral da STN, à exceção da CODIN e da COSIS
integrantes da SUCOP e da COGER, a relação de todos os sistemas utilizados por cada
Coordenação-Geral, conforme apresentado a seguir.

SUBSEC COORD SISTEMA INTERNO*


SIAFI Operacional Não
SIAFI Gerencial Não
SAC – Sistema de Análise de Crédito Não
COMPROTDOC – Sistema de Comunicação e Protocolo Não
SIC – Sistema de Informações de Custos Não
SIGTI – Gestão de TI Não
COAPI Strategía – Gestão Estratégica Não
GCA – Sistema de Gestão por competências Não
SIGRH – Gestão de Recursos Humanos Não
Siapenet Não
Séries Temporais Não
SCDP – Sistema de Concessões de Diárias e Passagens Não
Ouvidoria – Fale Conosco Não
SIAFI Não
SUPOF
SIAFI Gerencial Não
TESOURO GERENCIAL Não
COFIN SISBB – Sistema de Informações Banco do Brasil Não
SIGS-SEAIN – Sistema de Gerenciamento Integrado da Secretaria de
Não
Assuntos Internacionais do MPOG
SOTN – Sistema de Operações do Tesouro Nacional Sim
SISREC Não
COFIS SADIP/Agrícola Não
DIVAT – Sistema da Dívida Ativa Não
COPAR - -
SIAFI Não
02C Não
COPEC
PROGRAMA CRESCER Não
COMPROTDOC Não
Apuração de Leilões Sim
CODIP SISTAX Não
Estratégia Não
ELABORA Não
SUDIP
SEORFI – Sistema de Execução Orçamentária e Financeira Sim
CODIV DPI – Sistema da Dívida Pública Federal Interna Não
DÍVIDA – Sistema da Dívida Externa Não
SID – Sistema Integrado da Dívida Pública – Interna e Externa Não

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SUBSEC COORD SISTEMA INTERNO*


GERIR Não
COGEP
Sistema de Fluxos – Ativo/Passivo Não
Resolução no 43 Sim
Banco de dados ‘Haveres’ Sim
COAFI
SDDEM – Sistema de Divulgação de Dívidas de Estados e Municípios Não
Sistema ‘Haveres’ Não
SURIN
CAUC – Serviço Auxiliar de Informações para Transferências
COINT Não
Voluntárias
COPEM SAC – Sistema de Análise de Crédito Sim
COREM SIMEM – Sistema de Monitoramento de Estados e Municípios Sim
CESEF - -
Bloomberg Não
Reuters Não
SUPEF BroadCast Não
COFSB
SIAFI Operacional Não
SIOP – Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento Não
COMPROT Não
CCONF SISTN Não
SIAFI/Novo SIAFI Não
SUCON
CCONT SIAFI Gerencial Não
SIC – Sistema de Informações de Custos Não
Fonte: SA nº 201306147/006
* Se o sistema foi desenvolvido ou não internamente pela própria Coordenação

Ressalta-se que também solicitamos à COSIS da SUCOP, que é a unidade


regimentalmente responsável por planejar, coordenar, executar e supervisionar as
atividades relativas à tecnologia da informação no âmbito da STN bem como por
conceber, desenvolver, manter e supervisionar o desenvolvimento e a manutenção dos
sistemas sob a responsabilidade da Secretaria, por meio da SA nº 201306147/002, de
02/04/2013, que disponibilizasse a relação dos sistemas adquiridos e dos desenvolvidos
e mantidos internamente pela STN.

Verificamos, entretanto, que a relação derivada da SA nº 201306147/002 não contém


completamente a advinda da SA nº 201306147/006, o que denota fragilidade no
controle da COSIS acerca dos sistemas utilizados pela Secretaria do Tesouro Nacional,
implicando em risco no sentido de que o desconhecimento da existência de sistemas
impossibilita que a segurança seja testada e consequentemente melhorada.

Após esse mapeamento foram escolhidos três sistemas, que foram desenvolvidos
internamente pela STN, para uma análise preliminar. O intuito é futuramente analisar
mais sistemas de forma com que seja possível entender quais os sistemas mais críticos
em utilização na STN. A seguir temos as análises realizadas nos sistemas.

SISTEMA DE APURAÇÃO DE LEILÕES (CODIP/SUDIP)

Descrição do Sistema
O sistema é uma automatização de processos que antigamente eram realizados de forma manual.
Basicamente consiste em uma planilha Excel onde são inseridos parâmetros (tanto diretamente na planilha, como
através de outras planilhas que servem de entrada dos dados) e através dessa planilha são gerados documentos
necessários aos processos de realização do Leilão (Ex: Portaria de publicação do Leilão, Relatório Gerencial com
os parâmetros de mercado analisados nos últimos minutos do leilão etc).
O único processo referente ao leilão que é feito de forma manual fora do sistema é a publicação da Portaria no
sitio da STN.

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Linguagem do Sistema
Visual Basic for Applications – VBA.

Base de Dados do Sistema


Microsoft Access.

Documentação do Sistema
Apesar de não haver uma documentação formal do sistema, seu código está todo comentado e modulado de forma
que é possível para outro programador de VBA entender seu funcionamento e prestar manutenção a ele.

Segurança da Informação
1. Autenticidade
Por se tratar de uma planilha excel disponibilizada na rede, não há um processo de login com usuário e senha
inerente ao sistema. No entanto, para ter acesso a esse arquivo o usuário deve efetuar seu login no Sistema
Operacional Windows que é gerenciado via Active Directory do Windows Server.
Dessa forma tem-se que a autenticidade dos dados no sistema estará garantida caso:
(i) Apenas os servidores responsáveis pelo processo tenham permissão de escrita no arquivo;
(ii) Cada servidor envolvido no processo não teve sua senha comprometida.
A primeira hipótese é de fácil verificação, uma vez que para isso basta verificar no Active Directory quais
usuários têm permissão de escrita.
Verificar a existência de ato falho na proteção da senha por parte de cada servidor é inviável, uma vez que
envolve todas as ações feitas no dia a dia do servidor. No entanto o risco envolvido nessa hipótese pode ser
minimizado caso existam mecanismos de segurança que têm como finalidade proteger o acesso físico a esses
dados (Ex: Controle de Acesso às Instalações da Unidade, Cabeamento de rede protegido, Firewalls etc).
2. Confidencialidade
Alguns parâmetros inseridos no sistema são confidenciais, bem como arquivos transitados na rede referentes a
esse processo. Não há criptografia desses dados e apenas os servidores da coordenação têm acesso a eles.
Essa restrição de acesso que impede o acesso por servidores de outras coordenações se dá via Active Directory
do Windows Server, que utiliza criptografia de senhas. No entanto os arquivos trafegam na rede sem
criptografia, permitindo, portanto que os dados sejam capturados via sniffer.
Esse quadro se agrava pelo fato de terem sido identificadas fragilidades na infraestrutura de comunicação da
STN, conforme registrado no ponto 2.1.2.7 deste Relatório, em que tanto os cabos de rede quanto os de
telefonia estão expostos dentro do banheiro do Gabinete da STN localizado no Ministério da Fazenda,
possibilitando um ataque com sniffer.
3. Integridade
O risco à integridade do arquivo referente à base de dados do sistema pode ser minimizado com uma política
eficiente de backup.
Durante o leilão, os arquivos são armazenados de forma consolidada na rede, no PC local e no pen-drive. Os
arquivos também são armazenados em pastas separadas na rede conforme era a prática anterior à existência do
sistema.
A integridade dos dados inseridos e alterados na base de dados não é de fácil controle, uma vez que todos os
servidores da coordenação têm acesso a essas operações (inserção e alteração). Atualmente o sistema não gera
log dos acessos, dificultando o rastreamento de alterações dos dados.
Outro fator que aumenta o risco na integridade dos dados está no fato de que podem ocorrer erros manuais
durante o processo (digitação, uso de um arquivo errado como parâmetro de entrada etc).
A verificação da integridade dos dados referentes a valores de mercado é possível de ser realizada confrontando
esses dados com dados provindos de fontes históricas confiáveis.
4. Disponibilidade
A disponibilidade, sem dúvida, é o ponto forte desse sistema. Caso a rede fique indisponível ele tem a opção de
rodar de forma off-line tanto localmente no PC como em dispositivo USB. A utilização de notebooks possibilita
que o sistema funcione mesmo em caso de falhas elétricas.
O desempenho computacional do sistema não é dos melhores visto que VBA não é uma linguagem que presa
pela performance, no entanto seu desempenho é suficiente para assegurar o bom andamento do leilão.

Visão de Futuro do Sistema


A base de dados será substituída, em 2013, por uma base Oracle. O Access será utilizado apenas durante o leilão
para armazenar as informações daquele leilão e os dados serão então posteriormente migrados para a base Oracle.
O sistema será incorporado ao Sistema Integrado da Dívida – SID.
Cabe ressaltar que o atual sistema provavelmente apresentará uma disponibilidade superior ao SID. Caso isso se
confirme, é importante que seja mantido o sistema atual como backup do novo sistema, diminuindo assim os

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48

SISTEMA DE APURAÇÃO DE LEILÕES (CODIP/SUDIP)

riscos de interrupção do leilão.

SIMEM – SISTEMA DE MONITORAMENTO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS (COREM/SURIN)

Descrição do Sistema
O SIMEM foi desenvolvido internamente pela COREM a partir de 2000. O sistema atualmente abrange todos os
trabalhos dessa coordenação, sendo suas principais funções:
(i) Acompanhar e avaliar a situação fiscal das Unidades da federação, com destaque para os Programas de
Ajuste Fiscal;
(ii) Calcular a Capacidade de Pagamento dos Estados, DF e Municípios;
(iii) Calcular a Receita Líquida Real;
(iv) Acompanhar a adimplência dos Estados, DF e Municípios, referente às obrigações contratuais;
(v) Controlar limite a contratar das Operações de Crédito constantes dos Programas;
(vi) Projetar as dívidas dos Estados, DF e Municípios;
(vii) Gerar relatórios gerenciais etc.
Cabe destacar que frequentemente servidores necessitam fazer “missões” em Estados do Brasil. Nesses casos o
servidor leva um notebook contendo o programa e uma cópia da base de dados daquele Estado. Ao regressar à
Brasília o Servidor importa os dados coletados durante a missão.

Linguagem do Sistema
Visual Basic 6.0

Base de Dados do Sistema


Originalmente a base utilizada era o Access, porém a partir de 2010 iniciou-se a migração dos dados para MySQL
e hoje em dia está 100% nessa base.

Documentação do Sistema
Não há documentação.

Segurança da Informação
1. Autenticidade
A autenticidade dos dados no sistema estará garantida caso:
(i) Apenas os servidores responsáveis pelo processo tenham permissão de escrita na base.
(ii) Cada servidor envolvido no processo não teve sua senha comprometida.
A primeira hipótese é de fácil verificação, uma vez que para isso basta verificar quais usuários tem permissão
de escrita nessa base.
A segunda hipótese já foi tratada no item anterior referente ao ‘Sistema de Apuração de Leilões’.
2. Confidencialidade
A criptografia utilizada no programa é uma criptografia básica que os próprios desenvolvedores inseriram no
código VB, não sendo, portanto, resistente caso haja uma quantidade razoável de capturas de senha.
Durante as missões parte dos dados ficam em posse do servidor, dessa forma sua confidencialidade vai
depender da proteção dada à mídia pelo servidor, bem como o seu uso. A utilização de criptografia minimiza os
riscos envolvidos nesse processo.
3. Integridade
O risco à integridade da base de dados do sistema pode ser minimizado com uma política eficiente de backup.
O risco à integridade dos arquivos mantidos no notebook durante as missões é considerável, visto que furtos e
danos ao equipamento podem ocorrer nessas viagens. A impossibilidade de migração desses dados gera custos
adicionais ao processo.
A base de dados MySQL pode ser configurada para gerar log das ações dos usuários. Com essa funcionalidade
ativada é possível realizar auditorias periódicas com a finalidade de mitigar o risco relacionado à integridade
dos dados inseridos e alterados nessa base.
4. Disponibilidade
A disponibilidade do sistema está 100% correlacionada com a disponibilidade da infraestrutura computacional e
de comunicação da STN.
O sistema foi desenvolvido em uma linguagem que atualmente já está defasada. Esse fato impede que o sistema
seja compilado nas versões mais atuais do Windows, sendo necessário um computador rodando Windows XP
para realizar a compilação.

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SIMEM – SISTEMA DE MONITORAMENTO DE ESTADOS E MUNICÍPIOS (COREM/SURIN)

Futuramente essa defasagem tecnológica pode vir a impedir que esse sistema funcione corretamente devido a
incompatibilidades.
A unidade informou que atualmente está em estudo, com o apoio da COSIS, a migração do sistema para outra
linguagem de programação.

Visão de Futuro do Sistema


Houve no passado uma tentativa de se desenvolver um Novo SIMEM. No entanto o projeto não vingou e foi
extinto.

SAC – SISTEMA DE ANÁLISE DE CRÉDITO (COPEM/SURIN)

Descrição do Sistema
O Sistema possui todo o workflow de uma análise para abertura de operação de crédito, desde a análise da
documentação enviada pelos entes e instituição de processo, até a geração de parecer da análise. É essencial ao
dia-a-dia da área.
O SAC foi desenvolvido internamente pela COPEM, porém hoje em dia sua administração está toda sob a
responsabilidade do SERPRO.
O Sistema apresenta um módulo de administração onde usuários com perfil de administrador conseguem alterar o
texto padrão dos documentos gerados pelo sistema.

Linguagem do Sistema
Delphi

Base de Dados do Sistema


MySQL

Documentação do Sistema
Não há documentação do sistema.
O Manual de Procedimentos Internos – MPI de 2011 apresenta algumas funcionalidades do sistema.

Segurança da Informação
1. Autenticidade
A autenticidade dos dados no sistema estará garantida caso:
(i) Apenas os servidores responsáveis pelo processo tenham permissão de escrita na base.
(ii) Cada servidor envolvido no processo não teve sua senha comprometida.
Ambas as hipóteses já foram tratadas nos sistemas anteriores.
2. Confidencialidade
A unidade não soube informar se as informações do sistema trafegam criptografadas na rede.
3. Integridade
O risco à integridade da base de dados do sistema pode ser minimizado com uma política eficiente de backup.
O risco à integridade dos dados inseridos e alterados numa base MySQL já foi tratado na análise anterior
referente ao sistema ‘SIMEM’.
4. Disponibilidade
A disponibilidade do sistema está 100% correlacionada com a disponibilidade da infraestrutura computacional e
de comunicação da STN.

Visão de Futuro do Sistema


Esse sistema será substituído pelo SADIPEM que se encontra em desenvolvimento pelo SERPRO.
Por esse motivo não estão sendo feitas atualizações não emergenciais no sistema, bem como nenhum esforço está
sendo realizado na documentação do sistema atual.

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50

2.1.2.7 INFORMAÇÃO

ITENS 5 E 15 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS

Política de Segurança da Informação

Apresentamos a seguir informação sobre auditoria realizada por esta Controladoria


acerca da política de segurança da informação da STN.

O Relatório de Auditoria nº 201203281, de 20/07/2012, que trata da Auditoria Anual de


Contas da Secretaria do Tesouro Nacional referente ao exercício de 2011, registra ação
de controle desta CGU sobre a política de segurança da informação da STN, cuja
elaboração é de responsabilidade da Coordenação-Geral de Gestão de Riscos
Operacionais – COGER, em que resultados atualizados são mostrados a seguir.

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

1ª Constatação
Não existência de uma Política de Segurança da Informação no âmbito da STN.

Recomendação
Aprovar uma Política de Segurança da Informação (PSI) que contenha as diretrizes da instituição quanto ao
tratamento da segurança da informação e que declare explicitamente o comprometimento da direção da
instituição com a segurança da informação.
Manifestação da STN (06/05/2013)
Em atenção à Solicitação de Auditoria nº 201306147/002, de 02.04.2013, item 2, que trata da Política de
Segurança da Informação, cabe esclarecer que com o advento da Lei de Acesso a Informação (Lei nº
12.527/2011, de 18/11/2011) e tendo em vista as implicações decorrentes da nova legislação de acesso a
informações a STN resolveu, em 2012, revisar a proposta de Política de Segurança de Informação. A proposta
está aguardando a aprovação da Direção da STN, nos termos da minuta apresentada em anexo.
Análise da CGU
Pendente de atendimento, tendo em vista a manifestação da STN.
É compreensível a preocupação do gestor em adaptar sua PSI às legislações que porventura venham a impactar
em seu escopo. No entanto, cabe esclarecer que a Política de Segurança da Informação, por se tratar de um
documento de gestão, deve obedecer ao ciclo do PDCA (Plan, Do, Check, Act). Em outras palavras, a PSI é um
documento que deve sofrer constantes atualizações de forma a se adaptar melhor à realidade idealizada pelos
gestores.
Por esse motivo é importante que o gestor aprove tal política o quanto antes, e vá ajustando-a conforme
necessário. A inexistência de uma PSI na STN está comprometendo o bem mais importante dessa entidade, a
informação.
Durante os trabalhos de auditoria realizados, foram identificadas algumas fragilidades na segurança da
informação, a constar:
(i) Documentos sigilosos trafegados na rede sem criptografia;
(ii) Sistemas que utilizam bases de dados Access que por sua vez são armazenadas em pastas da rede onde
toda a Coordenação tem acesso;
(iii) Sistema desenvolvido em linguagem defasada (Visual Basic 6.0);
(iv) Cabeamentos de rede e de telefone expostos no banheiro público do Gabinete da STN localizado no
prédio sede do Ministério da Fazenda conforme imagens 1 e 2:

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51

RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 201203281 (20/07/2012)

Imagem 1 Imagem 2

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52

______________________________________________________________________
Achados da Auditoria - nº 201306218

1 GESTÃO OPERACIONAL
1.1 Programação dos Objetivos e Metas
1.1.1 ORIGEM DO PROGRAMA/PROJETO
1.1.1.1 INFORMAÇÃO

ITEM 2 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE HAVERES (CONTINUAÇÃO)

Histórico do EURE/GGF

Apresentamos a seguir, com vistas a contextualizar os pontos de informação e de


constatação abordados no presente Relatório, informação a respeito do histórico do
Excedente Único de Riscos Extraordinários com Garantia do Governo Federal –
EURE/GGF.

Com o fim de se proceder a avaliação da gestão do EURE/GGF, dedicada pela STN, foi
formalizada a Solicitação de Auditoria nº 201306147/008, requerendo-se a
disponibilização de documentos e informações que pudessem esclarecer, em primeiro
plano, sobre a criação, finalidade, operacionalização, atos administrativos adotados e
situação atual do EURE/GGF.

Em atenção à solicitação realizada, foram apresentados pela STN documentos e


informações que combinados com dados já publicados nas prestações de contas que
abrangeram a gestão do EURE/GGF até o exercício 2011 tornaram possível evidenciar
os apontamentos consignados a seguir, em cujo escopo estão incluídos, mediante sua
transcrição, posicionamentos apresentados pela Unidade que sobressaíram:

i. O Excedente Único de Riscos Extraordinários com Garantia do Governo Federal –


EURE - GGF foi criado pelo Ato 01 do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP,
de 16.01.1976, e ratificado, quanto aos aspectos financeiros, pelo Conselho Monetário
Nacional – CMN (fonte: Relatório de Gestão do IRB – Instituto de Resseguros do Brasil,
para o exercício 2010, no qual se encontra consolidada a prestação de contas do
EURE/GGF para o mesmo período);

ii. A finalidade do EURE - GGF, cumprindo os objetivos estabelecidos no artigo 5º do


Decreto-Lei 73, de 21.11.1966, foi a de ampliar a capacidade de retenção do mercado
brasileiro, em particular em negócios cedidos à faixa de retrocessão denominada EURE.
Nos casos de responsabilidades acima dos limites da capacidade do EURE, o risco era
examinado pela Comissão de Subscrição de Riscos com a Garantia do Governo Federal,
que emitia parecer, caso a caso, sobre a conveniência de utilização e ampliação do limite da
GGF e submetia proposta à homologação do Ministro da Fazenda; (fonte: Relatório de
Gestão do IRB para o exercício 2010, no qual se encontra consolidada a prestação de contas
do EURE/GGF)

iii. A Garantia do Governo Federal - GGF foi estabelecida na base de resseguro de Excesso
de Danos, tendo por limite inicial o valor correspondente a 2.000.000 (dois milhões) de

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53

Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTN, posteriormente alterado para,


5.000.000 (cinco milhões) de Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTN,
ficando o EURE/GGF, sob a operacionalização do IRB-Brasil Re; (fontes: Ato CNSP 01/76
combinado com dados do Relatório de Gestão do IRB para o exercício 2010, no qual se
encontra consolidada a prestação de contas do EURE/GGF)

iv. A partir do segundo semestre de 1992, o IRB-Brasil Re decidiu suspender a colocação


de novos riscos sob a garantia do EURE, remanescendo apenas a gestão dos contratos
ativos até final de sua vigência. Conforme as informações atualmente disponibilizadas pela
STN, o EURE não conta com nenhuma operação ativa; (fonte: resposta à SA nº
201306147/008, editada pela STN)

v. Entre 2000 e 2010, discussões técnicas e jurídicas envolvendo a diretoria do IRB,


consultoria jurídica externa, PGFN e STN, culminaram no encerramento do EURE e a
transferência dos seus recursos para o Tesouro Nacional (ativo financeiro do EURE em
dez/2010 estimado em R$ 761 milhões). O saldo que estava depositado em conta BB
reservada ao EURE bem como o das aplicações de seus ativos sob gestão da BBDTVM
(serviços remunerados à BBDTVM mediante o pagamento de taxa de administração) foram
transferidos à Conta Única do Tesouro Nacional ao final de 2010, deduzidos da taxa de
administração (montante da dedução estimado em R$ 81 milhões) em favor do IRB pelo
acompanhamento da carteira de operações remanescentes entre 1992 e 2010; (fonte:
resposta à SA nº 201206147/008, editada pela STN)

vi. Com a transferência, o IRB deu por encerrada as atividades do EURE sob sua gestão,
cabendo ao Tesouro Nacional responder diretamente pelas responsabilidades atribuídas ao
EURE eventualmente reclamadas. Embora considere o EURE como encerrado, o IRB não
expediu nenhum normativo extinguindo-o em definitivo; (fonte: resposta à SA nº
201206147/008, editada pela STN)

vii. Em tempo, cabe destacar que entre 1992 e 2010 não houve receitas de prêmios ao
EURE (decorrentes de novas operações de resseguros sob sua esfera), a fonte primária da
remuneração do IRB pela administração do EURE. O valor a título de taxa de
administração foi definido com base na analogia à remuneração de agentes operadores na
administração de fundos assemelhados. Foi estabelecido o percentual de 0,45% aplicado ao
Patrimônio líquido do EURE verificado no último dia de cada ano, entre 1992 a 2010,
atualizado pela taxa SELIC até a data do repasse do saldo; (fonte: resposta à SA nº
201206147/008, editada pela STN)

viii. Em 2012, uma parcela de prêmio em atraso relativa à cobertura securitária oferecida a
equipamentos das Usinas Angra II e III estocados durante o período de 03/01/2010 e
30/11/2010 foi paga ao IRB. Um percentual do pagamento era devido ao EURE, por
cobertura extraordinária oferecida. Este valor residual foi recolhido pelo Ressegurador à
Conta Única; (fonte: resposta à SA nº 201206147/008, editada pela STN)

ix. Por fim, cabe destacar que, apesar da transferência dos recursos do EURE à Conta
Única, a Secretaria do Tesouro Nacional não administra nenhuma estrutura ou operação
vinculada ao EURE. O Excedente Único de Riscos Extraordinários era uma conta criada e
administrada pelo IRB-Brasil RE e que, conforme mencionado, não possui nenhuma
operação ativa. Por este motivo não há provisão ou reservas especialmente constituídas pelo
Tesouro Nacional para a honra de obrigações atribuídas ao EURE; (fonte: resposta à SA nº
201206147/008, editada pela STN).

x. Administrativamente não há previsão de nenhuma despesa e eventual reclamação


judicial por responsabilização do EURE exigirá a solicitação de crédito orçamentário na Lei
Orçamentária Anual. (fonte: resposta à SA nº 201206147/008, editada pela STN)

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54

Notadamente, o contexto apresentado sintetiza que o EURE/GGF foi criado no


exercício de 1976, com a finalidade de ampliar a capacidade de retenção no mercado
brasileiro de riscos de seguros cedidos à faixa de retrocessão, tendo sido operado sob a
responsabilidade do IRB Brasil Re, até o exercício de 1992, ocasião em que deixou de
ser acionado.

Subsidiariamente, fica esclarecido que a partir do exercício de 1992, permanecendo sob


a gestão do IRB, as operações vinculadas ao EURE/GGF que remanesceram
restringiram-se à manutenção de contratos pré-existentes, até o final de sua vigência,
além da manutenção sob sua responsabilidade do ativo constituído por aplicações
financeiras mantidas em conta específica de titularidade do EURE/GGF e administradas
pelo Banco do Brasil S/A.

Ademais, resta materializado que após o exercício de 1992 e até o exercício de 2010 os
atos administrativos adotados pelo IRB, associados ao EURE/GGF, que mais se
destacaram consistiram nas análises de natureza jurídica, técnica e administrativa que
foram implementadas para se esclarecer a quem caberia a titularidade do ativo
vinculado ao EURE/GGF, com a definição do seu efetivo beneficiário dentre dois
atores: a União e o IRB Brasil Re.

Complementarmente, cabe ressaltar que ao fim do exercício 2010 a STN requereu ao


IRB a transferência do ativo do EURE/GGF em favor da União, ação levada a efeito por
intermédio do seu Ofício nº 213/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF,
formalizado com base no teor no Parecer Jurídico PFGN/CAF/Nº 509/2009 emitido em
16/03/2009, cabendo-se enfatizar que o Parecer mencionado pacificava o entendimento
no sentido de que o ativo associado ao EURE/GGF encontra na União o seu
beneficiário efetivo.

Em resposta à STN, o IRB propôs por meio do Ofício Presi nº 126/2010 que a
transferência do ativo do EURE/GGF ocorresse mediante expressa concordância com as
condicionantes que foram apresentadas no expediente sob destaque.

Atendendo à proposição do IRB, a STN emitiu o Ofício nº


228/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF, em cujo teor manifesta
concordância com as condições apresentadas pelo IRB e assim finaliza as providências
formais evidenciadas na esfera da sua gestão, tendo por objetivo a transferência do ativo
do EURE/GGF para o Tesouro Nacional.

Considerando em sua plenitude a documentação analisada para avaliar a gestão


dedicada ao EURE/GGF, restou constatado que os principais atos administrativos
implementados pela STN, em razão do gerenciamento do EURE/GGF, estão
essencialmente consubstanciados nas ações adotadas para transferência do ativo para o
Tesouro Nacional, conforme evidenciam os Ofícios nº 213/2010 e nº 228/2010.

Ante o exposto, cumpre consignar que as ações sob destaque passarão a constituir o
objeto central da avaliação da gestão dedicada pela STN ao EURE/GGF, objeto da

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55

presente ação de controle. Nesses termos, serão apresentadas em registros específicos e


subsequentes deste Relatório as conclusões consolidadas sob esse enfoque.

Finalmente, importa ressaltar os posicionamentos formalizados pela STN no Ofício nº


228/2010 combinados com a resposta que emitiu para atender à SA nº 201206147/008,
segundo os quais restou configurado que: i) com a transferência da totalidade dos
recursos da conta EURE/GGF para a Conta Única do Tesouro Nacional, ficou extinto o
instituto do EURE/GGF que foi operado pelo IRB; ii) que a STN não mantém sob sua
administração nenhuma estrutura ou operação vinculada ao EURE; iii) que o
EURE/GGF não possui nenhuma operação ativa portanto não há provisão ou reservas
constituídas para honrar obrigações atribuídas ao EURE; e iv) que eventual reclamação
judicial por responsabilização do EURE exigirá crédito orçamentário na Lei
Orçamentária Anual.

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56

1.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS


1.2.1 EFETIVIDADE DOS RESULTADOS OPERACIONAIS
1.2.1.1 INFORMAÇÃO

ITENS 2, 3 E 5 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE HAVERES (CONTINUAÇÃO)

Consistência do saldo do EURE/GGF

Apresentamos a seguir informação a respeito da transferência do ativo financeiro do


EURE/GGF para o Tesouro Nacional sem análise quanto a sua consistência.

Com base na documentação disponibilizada pela STN para exame da gestão dedicada ao
EURE/GGF, necessário se faz salientar dois dos documentos apresentados, constituídos
por demanda originária do IRB Brasil Re, os quais combinados respondiam sobre
controvérsia então vigente acerca da propriedade das obrigações e dos direitos
atribuídos ao EURE/GGF, além de outras questões apresentadas.

Ante o exposto, cabe circunstanciar a documentação referenciada na forma que se


segue:

a) Parecer de Consultoria Jurídica Independente, contratada pelo IRB Brasil Re


durante o exercício 2006, emitido em outubro do mesmo exercício, pelo
advogado Dr. Luís Roberto Barroso.

b) Parecer PGFN/CAF/Nº 509/2009 requerido pelo IRB Brasil Re à PGFN, por


meio do Ofício Presi nº 056/2008 datado de 03/06/2008, o qual foi emitido em
março de 2009.

Considerando a documentação destacada, cumpre enfatizar os seguintes


posicionamentos abrangidos, os quais se transcrevem abaixo, sem prejuízo das demais
opiniões consubstanciadas nos pareceres sob enfoque:

Parecer de Consultoria Jurídica Independente emitido no exercício 2006 pelo advogado Dr.
Luis Roberto Barroso

(...)

IV. A Natureza da Intervenção do Governo Federal no EURE/GGF

(...)

77. O cenário exposto conduz à conclusão de que, em princípio, o saldo dos recursos
depositados na conta atrelada ao EURE/GGF pertence ao governo Federal, correspondendo
ao acúmulo dos prêmios relativos à faixa de cobertura por ele assumida. Tal como foi
demonstrado, a dinâmica de operação do EURE/GGF tinha como um de seus elementos a
manutenção dessa conta corrente específica, destinada apenas ao cruzamento dos créditos e
débitos da faixa GGF. Pode-se assumir, portanto, que os depósitos que alimentaram a
conta, realizados pelo IRB, correspondem ao montante de prêmios do Governo, na
avaliação do próprio Instituto. Em suporte a essa constatação, vale rememorar as

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57

manifestações do IRB, endereçadas ao Ministério da Fazenda, que faziam referência à


conta dos prêmios do Tesouro.

78. A despeito da lógica que respalda tal conclusão, é preciso fazer uma importante
ressalva. Foi mencionado que o Processo DO nº 12/75 não esclarece a forma de cálculo dos
prêmios do Governo Federal. Pelo contrário, foram apuradas informações aparentemente
contraditórias a respeito do tema, bem como referências à suposta existência de um plano
de custeio da faixa GGF. Tal documento não consta na documentação fornecida, mas é
provável que a sua análise fosse capaz de elucidar a forma de repartição dos prêmios.

79. Sendo assim, e considerando a magnitude dos recursos envolvidos, recomenda-se a


realização de uma perícia contábil relativa à operação do EURE/GGF, de modo a confirmar
e ilustrar a dinâmica de operação deduzida no presente parecer e esclarecer a fórmula de
cálculo dos prêmios do Governo.

(...)

VI – Resposta aos quesitos Específicos Formulados pela Consulente

(...)

87. Nesses termos, parece próprio concluir que, em princípio, o saldo da conta corresponde
ao resultado positivo do EURE/GGF, ou seja: ao montante de prêmios devidos ao Governo
em contrapartida ao risco assumido acrescido do rendimento das aplicações financeiras e
deduzidas as indenizações pagas. Fica apenas a ressalva de que os documentos examinados
não descrevem a fórmula de cálculo dos prêmios do Governo, razão pela qual se recomenda
a realização de um levantamento contábil para aclarar o ponto e ilustrar a evolução da
conta.

(...)

VII – Conclusão

08. Pela lógica de operação do EURE/GGF e de sua conta exclusiva, pode-se concluir que
o saldo acumulado decorreu do depósito dos prêmios que o próprio IRB considerou devidos
ao governo Federal acrescidos do rendimento das aplicações realizadas sob orientação do
CMN e deduzidas as poucas indenizações. Em linha de princípio portanto, o dinheiro
pertence ao governo Federal. Apesar disso, para maior clareza e em razão da magnitude dos
recursos, sugere-se a realização de levantamento contábil do histórico de operações do
EURE/GGF, que serviria para ilustrar as conclusões obtidas no presente parecer e para
esclarecer a fórmula utilizada no cálculo dos prêmios devidos ao Tesouro Nacional.

Parecer PGFN/CAF/Nº 509/2009

(...)

6. É importante destacar o ponto comum existente entre ambos os pareceres (parecer da


consultoria independente contratada pelo IRB e parecer da consultoria interna do IRB): a
necessidade de se realizar um levantamento contábil do histórico de operações do
EURE/GGF, em razão da magnitude dos recursos e da complexidade da matéria, de modo a
oferecer maiores subsídios para uma conclusão final sobre o tema.

Observados os posicionamentos apresentados pela Consultoria Jurídica Independente


contratada pelo IRB combinados com o registro contemplado no parecer da PGFN,
sobressai a orientação que formalizam no sentido da realização de perícia contábil do
histórico das operações do EURE/GGF, com o fim de se aclarar sobre a forma utilizada

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58

no cálculo dos prêmios devidos ao Tesouro Nacional bem como sobre a evolução da
conta representativa do ativo financeiro constituído sob sua titularidade.

No mesmo contexto, foi também salientada com relevo a magnitude dos valores
envolvidos, os quais à época da emissão do último parecer sob referência, parecer da
PGFN emitido em março de 2009, já totalizavam mais que R$ 640 milhões.

Ante o exposto, requereu-se, por intermédio da Solicitação de Auditoria nº


201306147/008, a documentação resultante da perícia contábil eventualmente realizada
em razão dos registros consignados nos pareceres jurídicos demandados pelo IRB,
inclusive no parecer da sua Consultoria Interna, conforme citação contida no parecer da
PGFN nº 509/2009, com a finalidade de se viabilizar o exame e emissão de opinião
acerca da consistência do ativo vinculado ao EURE/GGF, feito motivado a partir do
conhecimento dos termos dos pareceres jurídicos evidenciados.

Nesse sentido, vale salientar que a análise e a emissão do posicionamento objetivado


levaria em conta, de forma preponderante, os resultados dessa perícia, considerando-se
que por seu intermédio seria possível esclarecer com razoabilidade a forma utilizada no
cálculo dos prêmios devidos ao Tesouro Nacional, bem como a evolução da conta
representativa do ativo financeiro constituído sob titularidade do EURE/GGF.

Considerando a Solicitação de Auditoria nº 201206147/008, a STN, em resposta,


informou que a perícia contábil não foi realizada e apresentou os seguintes
esclarecimentos:

O parecer do advogado Luís Roberto Barroso foi conclusivo no sentido de que os recursos
do EURE/GGF pertenciam à União, porém apenas para melhor ilustrar seu entendimento,
sugeria a realização de uma perícia que indicasse o levantamento contábil do histórico das
operações e esclarecesse a fórmula utilizada para cálculo de prêmios. Todavia, em virtude
de, posteriormente, o próprio IRB-Brasil Re e a Procuradora Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) terem chegado ao comum entendimento de que os recursos do EURE-GGF
pertenciam efetivamente à União Federal, a realização da mencionada perícia contábil
restou prejudicada. Não há, portanto, documentação a ser disponibilizada em relação a esta
questão.

A partir da exposição da STN, configurou-se portanto prejudicada a avaliação


objetivada por essa equipe de auditoria e a consequente emissão de opinião acerca da
consistência do ativo do EURE/GGF, ação que seria levada a efeito, reitera-se,
levando-se em conta os resultados da auditoria contábil já mencionada.

Cabe registrar, em comum com o esclarecimento manifestado pela STN, que os


pareceres jurídicos acessados, de fato, foram conclusivos com relação à propriedade do
ativo titularizado pelo EURE/GGF, pacificando-se que sua propriedade era devida ao
Tesouro Nacional.

Entretanto, restou constatado que os pareceres expressavam com relevo orientação em


favor da realização de perícia contábil, conforme evidenciam as citações anteriormente
descritas, cabendo-se ressaltar que o feito orientado para ilustrar o entendimento
consubstanciado acerca da propriedade do ativo do EURE/GGF, esclarecendo sobre o

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59

cálculo dos prêmios e sobre a evolução da conta titularizada pelo EURE/GGF, também
proporcionaria maior transparência às operações realizadas sob essa esfera e viabilizaria
análises acerca da consistência do saldo consolidado representativo do ativo do
EURE/GGF.

Conclusivamente, em conformidade com os fatos enumerados, cumpre consignar que a


documentação acessada para exame da gestão do EURE/GGF, sobretudo aquela
disponibilizada pela STN, não ofereceu elementos suficientes para emissão de
posicionamento fundado, tendo por objeto a análise da consistência do ativo do
EURE/GGF recepcionado pela STN.

Nesses termos, restou inviabilizada a emissão de opinião por essa Controladoria-Geral


da União com relação à presente matéria.

Ademais, cumpre registrar que após cientificada na forma do Ofício nº


20629/DEFAZII/DE/SFC/CGU-PR, de 10/07/2013, acerca do presente posicionamento
editado por esta Controladoria-Geral da União, a STN encaminhou via email, de
19/07/2013, a seguinte manifestação.

Entendemos que a responsabilidade pela gestão do EURE até o acordo para transferência
dos recursos era do IRB-Brasil Re e foi realizada de forma ativa e eficiente, tanto que gerou
saldo positivo ao EURE/CGF. A perícia contábil sugerida nos pareceres, serveria inclusive
para verificar se parte do saldo do EURE seria devida ao IRB. As justificativas adicionais
foram encaminhadas por meio do Ofício 134/2012, de 19.07.2013.

Notadamente, ante as informações supradescritas, restou configurado que essas não


motivam alteração na conclusão anteriormente formalizada, restanto, pois, reafirmá-la
em todos os seus termos. De outra parte cabe salientar que, em registro posterior deste
Relatório, discorrer-se-á sobre o conteúdo do Ofício 134/2012 retromencionado,
valendo enfatizar que este trata preporantemente sobre fatos associados à gestão do
EURE/GGF, mas que se distinguem da matéria ora sob enfoque.

ato
#/F

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60

1.2.1.2 CONSTATAÇÃO

ITENS 2, 3 E 5 DO ANEXO IV DA DN-TCU-124/2012

MACROPROCESSO DE GESTÃO DE HAVERES (CONTINUAÇÃO)

Taxa de Administração paga ao IRB-Brasil Re

FATO:

Pagamento de taxa de administração ao IRB realizado com base em termos e


condições insubsistentes, sem evidência de contrapartida proporcional de serviços.

Analisados os atos administrativos que fundamentaram de forma efetiva a transferência


do ativo financeiro do EURE/GGF para o Tesouro Nacional, cumpre salientar
inicialmente a documentação circunstanciada e transcrita a seguir:

d) Ofício nº 213/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF – documento


formalizado pela STN para requerer ao IRB a transferência do ativo do
EURE/GGF para o Tesouro Nacional, observando o teor no Parecer Jurídico
PFGN/CAF/Nº 509/2009.

Conteúdo do Ofício em seus termos principais

Brasília – DF, 7 de dezembro de 2010

A Sua Senhoria o Senhor

(...)

Presidente do IRB - Brasil Resseguros S.A.

Av. Marechal Câmara, 171 - Castelo - 20020-901 - Rio de Janeiro - RJ

Assunto: Conta Única do Tesouro Nacional - Transferência dos recursos da conta

EURE/GGF

Senhor Presidente,

I. Refiro-me ao Excedente Único de Riscos Extraordinários com Garantia do Governo


Federal - EURE/GGF, instituído por decisão do Conselho Nacional de Seguros Privados -
CNSP, de 16.1.1976 na forma do artigo 15 do Decreto-Lei nº 73/66, de 21.11.1966.
Segundo informações desse Instituto, desde 1992 foram suspensas as colocações de novos
riscos sob a Garantia do Governo Federal, e as últimas apólices não foram renovadas.

2. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN, por meio do Oficio ao IRB Nº


596/2009 - PGFN/CAF, encaminhou parecer com o entendimento de que o saldo
remanescente da conta EURE/GGF é de titularidade do Tesouro Nacional(Parecer
PGFN/CAF nº 509/2009).

3. Desse modo, solicito a transferência desses recursos para a Conta Única - CTU do
Tesouro Nacional, por meio do Sistema de Mensagens do Banco Central (Mensagem
TESOO34 - GRU-SPB), conforme instruções a seguir:

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61

i) no campo Código Recolhimento STN <CodRecolhtSTN> informar 18822; ii) no campo


Código Unidade Gestora <CodUniddGest> informar 17070500001; e iii) no campo Valor
Lançamento <VlrLanc> informar o valor do repasse.

Atenciosamente,

(...)

Secretário-Adjunto da Secretaria do Tesouro Nacional

e) Parecer Jurídico PFGN/CAF/Nº 509/2009 – pacificou junto ao IRB e STN, o


entendimento no sentido de que o ativo associado ao EURE/GGF, encontra na
União o seu beneficiário efetivo

Conteúdo do Parecer em seus termos principais

Excedente Único de Risco Extraordinário com Garantia do Governo Federal - Euro/GGF.


Controvérsia quanto a titularidade das obrigações e dos direitos atribuídos ao EURE/GGF.

OF. PRESI nº 056/2008/do IRB-Brasil Resseguros SA

O Presidente do Brasil Resseguros S.A. (IRB-Brasil Re), por meio do OF. PRESI
056/2008, de 03 de junho de 2008, submete a esta Procuradoria-Geral, para análise, os
seguintes documentos: i) decisão do Conselho de Administração da referida entidade; ii)
parecer do Dr. Luís Roberto Barroso e (iii) parecer da Consultoria Jurídica do IRB-Brasil
Re, com o intuito de que esta Procuradoria-Geral opine acerca da titularidade das
obrigações e dos direitos atribuídos ao Excedente Único de Risco Extraordinário com
Garantia do Governo.

(...)

5. Por sua vez o Dr. Luís Roberto Barroso, advogado contratado pelo IRB-Brasil Re para
opinar a respeito do tema em epígrafe, defende que "... o Governo Federal teria assumido o
papel de um verdadeiro ressegurador fazendo jus aos prêmios correspondentes, sem
prejuízo de se reconhecer a existência de inúmeros elementos atípicos nessa forma de
intervenção”.

6. E importante destacar o ponto comum existente entre ambos os pareceres (Parecer do


Dr. Luís Roberto Barroso e Parecer da Consultoria Jurídica do IRB-Brasil Re) : a
necessidade de se realizar um levantamento contábil do histórico de operações do
EURE/GGF, em razão da magnitude dos recursos e da complexidade da matéria de modo a
oferecer maiores subsídios para uma conclusão final sobre o tema.

7. Esta Procuradoria-Geral concorda com o parecerista Dr. Luís Roberto Barroso, ou seja,
que a União atuou como resseguradora nas operações vinculadas a cobertura do
EURE/GGF e, portanto, detém a titularidade dos direitos e das obrigações dela decorrentes.
(grifo nosso)

f) Ofício PRESI nº 126/2010 – por esse expediente o IRB propôs a concordância


formal da STN com o elenco de condições que apresentava no documento sob
evidência, as quais foram configuradas pela Entidade como requisitos a serem
cumpridos para que se ultimassem as providências requeridas no Ofício da STN
sob o nº 213/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF.

Conteúdo do Ofício em seus termos principais

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62

Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2010.

Ao Ilmo. Sr.

(...)

Secretário Adjunto da Secretaria do Tesouro Nacional

Secretaria do Tesouro Nacional - Ministério da Fazenda

Brasília - DF

Ref.: Transferência da Conta EURE/GGF

Senhor Secretário Adjunto,

1. Reporto-me ao Ofício no 213/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF-DF, enviado


por essa Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em 07.12.2010, solicitando a transferência
dos recursos da conta EURE/GGF, até o momento sob a administração do IRB-Brasil
Resseguros S.A (IRB-Brasil Re), à Conta Única do Tesouro Nacional.

2. Preliminarmente, como bem salientado por V.Sª., a colocação de riscos junto à faixa
EURE/GGF, encontra-se suspensa desde 1992. Porém, cumpre salientar que, muito
embora os riscos colocados anteriormente a este período, não mais estejam vigentes e não
haja registro de passivos por conta do EURE/GGF, não está afastada a possibilidade de
novos avisos de sinistros de responsabilidade daquela faixa. Consequentemente, cabe
esclarecer que a transferência do saldo do fundo (ativo) implica a assunção, pela STN, de
todas as atribuições operacionais decorrentes da administração do EURE/GGF e de seus
recursos, bem como das eventuais obrigações de indenizar que ainda possam existir
(passivo).

3. Quanto aos recursos em si, cabe destacar que o IRB-Brasil Re vem administrando o
EURE/GGF e seus recursos desde sua criação, em 1976. Entre o ano de criação e 1992, o
IRB incluía, em seus prêmios de resseguro, um valor a título de remuneração pela gestão
dos ativos do fundo EURE/GGF, aceitação de riscos, emissão de apólices, pagamentos de
sinistros, entre outras atividades. Portanto, em relação a esse período, o IRB-Brasil Re já foi
devidamente remunerado.

4. Contudo, a partir de 1992, quando foi suspensa a colocação de novos riscos naquela
faixa, este Ressegurador não mais recebeu prêmios e por isso, não percebeu a parcela usual
a título de remuneração pela gestão da carteira de riscos do fundo EURE/GGF ainda
cobertos, inclusive aqueles com vigência prorrogada, ou pela gestão dos ativos.

5. Sendo assim, e considerando o parâmetro adotado para situações desta natureza e


administração de fundos assemelhados, considera-se que o repasse do saldo do fundo
EURE/GGF para a União Federal deve ser feito com a dedução de valor correspondente à
taxa de administração dos contratos de cobertura de riscos (análise e subscrição de riscos,
emissão de apólices, pagamento de sinistros etc.), bem como da gestão de ativos (saldo
acumulado no fundo), em montante equivalente a 0,45% do patrimônio líquido do fundo ao
final de cada ano ( de 1992 a 2010), corrigido até o presente pela taxa Selic.

6. O saldo das aplicações financeiras atualmente mantidas em favor do EURE/GGF junto


ao Banco do Brasil montam nesta data, a aproximadamente R$ 760 milhões, conforme
extrato em anexo (doc.1), dos quais devem ser deduzidos, a título de taxa de administração
cerca de R$ 81 milhões, conforme memória de cálculo em anexo (doc. 2).

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7. Isso posto, antes de efetivarmos a transferência dos recursos solicitamos manifestação


dessa Secretaria quanto aos seguintes aspectos:

a) o IRB-Brasil Re faz jus a taxa de administração de 0,45% ao ano, aplicada sobre o saldo
do fundo EURE/GGF no último dia útil de cada ano ( de 1992 a 2010), perfazendo um total
aproximado de R$ 81 milhões;

b) o montante acima pode ser deduzido do saldo atual do fundo EURE/GGF, cabendo, por
consequência, ser repassado à Conta única do Tesouro Nacional o valor aproximado de R$
680 milhões;

c) com a concretização da transferência do saldo já descontada a taxa de administração


acima referida, ficará extinta qualquer responsabilidade do IRB-Brasil Re em relação à
administração do EURE/GGF ou de seus recursos, que passam a ser de responsabilidade da
STN; e,

d) embora até o momento não haja qualquer sinistro avisado que seja de responsabilidade
do fundo EURE/GGF, caso algum aviso de sinistro seja feito no futuro, a responsabilidade
por seu acompanhamento e eventual pagamento de indenização ficará a cargo da STN, não
mais cabendo qualquer atuação em relação a tal circunstância ao IRB-Brasil Re.

8. Com a concordância dessa STN em relação ao que consta no item 7 supra, o IRB-Brasil
Re poderá concretizar de imediato a transferência dos recursos para a Conta Única.

Atenciosamente,

(...)

Presidente

Anexo ao ofício PRESI nº 126/2010 – documento 02

*TX ADM
SALDO NA TX ADM VAR TX SELIC CORRIG EM
DATA MOEDA
DATA 0,45% ATÉ 27/12/2010 27/12/10 PARA
R$
31/12/1992 Cr$ - Cruzeiro Real 539.962.514,04 2.429.831,31 771168,116900% 6.814.732,44
31/12/1993 Cr$ - Cruzeiro Real 15.171.261.729,05 68.270.677,78 24422,525300% 6.087.888,81
31/12/1994 R$ - Real 61.424.000,00 276.408,00 1827,346384% 5.327.339,59
31/12/1995 R$ - Real 83.191.000,00 374.359,50 1158,655007% 4.711.894,59
31/12/1996 R$ - Real 106.765.000,00 480.442,50 887,409215% 4.743.933,52
31/12/1997 R$ - Real 128.244.000,00 577.098,00 691,647285% 4.568.580,65
31/12/1998 R$ - Real 164.257.000,00 739.156,50 514,474481% 4.541.928,07
31/12/1999 R$ - Real 195.644.000,00 880.398,00 389,123217% 4.306.231,02
31/12/2000 R$ - Real 222.388.000,00 1.000.746,00 316,469167% 4.167.798,53
31/12/2001 R$ - Real 252.334.000,00 1.135.503,00 255,032061% 4.031.399,70
31/12/2002 R$ - Real 289.672.000,00 1.303.524,00 197,969737% 3.884.107,03
31/12/2003 R$ - Real 341.880.000,00 1.538.460,00 141,505216% 3.715.461,15
31/12/2004 R$ - Real 386.226.000,00 1.738.017,00 107,763052% 3.610.957,16
31/12/2005 R$ - Real 445.024.000,00 2.002.608,00 74,519512% 3.494.941,71
31/12/2006 R$ - Real 504.428.000,00 2.269.926,00 51,629522% 3.441.877,94
31/12/2007 R$ - Real 563.879.000,00 2.537.455,50 35,523999% 3.438.861,17
31/12/2008 R$ - Real 632.832.000,00 2.847.744,00 20,496279% 3.431.425,56
31/12/2009 R$ - Real 694.839.000,00 3.126.775,50 9,592506% 3.426.711,63
31/12/2010 R$ - Real 760.117.595,80 3.420.529,18 0,000000% 3.420.529,18
81.166.599,45
*R$ 1,00 = Cr$ 2.750,00

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g) Ofício nº 228/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF – com base nesse


documento, a STN se manifesta de acordo com as condições estabelecidas no
Ofício Presi. Nº 126/2010 do IRB, superando os óbices apresentados para
consecução da transferência do ativo do EURE/IRB para o Tesouro Nacional.

Conteúdo do Ofício em seus termos principais

Brasília, 29 de dezembro de 2010.

A Sua Senhoria o Senhor

(...)

Presidente do IRB-Brasil Resseguros S/A

Av. Marechal Câmara, 171, Castelo - 20020-901 - Rio de Janeiro - RJ

Assunto: Conta Única do Tesouro Nacional - Transferência dos recursos da conta

EURE/GGF

Senhor Presidente,

1. Por meio do Ofício PRESI 126/2010, de 28 de dezembro de 2010, esse IRB-Brasil


Resseguros S.A (IRB-Brasil Re) solicitou manifestação desta Secretaria com respeito aos
seguintes aspectos relacionados a transferência dos recursos da conta EURE/GGF para a
Conta Única do Tesouro Nacional, solicitada pelo Ofício nº
213/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF-DF, de 7 de dezembro de 2010:

“a) o IRB-Brasil Re faz jus a taxa de administração de 0,45% ao ano, aplicada sobre o
saldo do fundo EURE/GGF no último dia útil de cada ano ( de 1992 a 2010), perfazendo
um total aproximado de R$ 81 milhões;

b) o montante acima pode ser deduzido do saldo atual do fundo EURE/GGF, cabendo, por
consequência, ser repassado à Conta única do Tesouro Nacional o valor aproximado de
R$ 680 milhões;

c) com a concretização da transferência do saldo já descontada a taxa de administração


acima referida, ficará extinta qualquer responsabilidade do IRB-Brasil Re em relação à
administração do EURE/GGF ou de seus recursos, que passam a ser de responsabilidade
da STN; e,

d) embora até o momento não haja qualquer sinistro avisado que seja de responsabilidade
do fundo EURE/GGF, caso algum aviso de sinistro seja feito no futuro, a responsabilidade
por seu acompanhamento e eventual pagamento de indenização ficará a cargo da STN, não
mais cabendo qualquer atuação em relação a tal circunstância ao IRB-Brasil Re”.

2. Com respeito a taxa de administração referente ao período de 1992 a 2010, entendemos


que a cobrança é devida, tendo em vista os serviços prestados pelo IRB. O percentual
sugerido, de 0,45% sobre o saldo, a nosso ver, está em patamar adequado, sobretudo
quando comparado ao estabelecido para a gestão operacional de subprogramas que
compõem o Programa Minha Casa, Minha Vida, tais como:

a) FDS - Fundo de Desenvolvimento Social - a remuneração da CAIXA como agente


operador do Fundo recebe o valor equivalente a 0,67% a.a sobre os recursos aportados pela

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União no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida e mantidos em conta especifica do
FDS;

b) PNHU - Programa Nacional de Habitação Urbana - a remuneração da CAIXA pela


gestão operacional do Programa corresponde a 0,5% de cada parcela da subvenção
econômica repassada - . Portaria Interministerial no 325, de 31.8.2009; e

c) PNHR - Programa Nacional de Habitação Rural - a remuneração da CAIXA pela gestão


operacional do Programa corresponde a 0,5% de cada parcela da subvenção econômica
repassada - Portaria Interministerial no 326, de 31.8.2009.

3. Quanto a possibilidade de sinistros futuros, esta Secretaria está ciente de que, com a
transferência da totalidade dos recursos da conta EURE/GGF, cessa a responsabilidade do
IRB. O Tesouro Nacional, como titular dos direitos da conta, será responsável pelas
obrigações futuras acaso existentes.

4. Por fim, somos favoráveis que, previamente a transferência dos recursos para a Conta
Única, sejam descontados os valores atribuídos ao IRB como taxa de administração.

Atenciosamente,

(...)

Subsecretário de Política Fiscal

Com base na documentação retrodescrita, restou evidenciado com maior relevo que para
concretizar a transferência do ativo do EURE/GGF para o Tesouro Nacional, após
pacificado que sua titularidade era efetivamente devida à União, a STN pactuou com
proposta apresentada pelo IRB – Brasil Re, que incluía o pagamento de taxa de
administração no montante aproximado de R$ 81 milhões, valor que representou à
época 10,66% do ativo total sob referência.

Analisando-se detidamente a documentação que embasou o reconhecimento e o


pagamento pela STN da taxa de administração mencionada antes, representada
preponderantemente pelo ofício PRESI nº 126/2010 do IRB e pelo Ofício nº
228/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF da STN, não foi possível identificar
previsão legal, norma ou contrato fundamentando o reconhecimento e o pagamento da
taxa de administração sob destaque.

Nesse contexto, evidências colecionadas nos itens 2 e 4 do Ofício nº


228/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF/DF, transcritos anteriormente, deixam
claro que os atos de reconhecimento e pagamento da taxa de administração requerida
pelo IRB, adotados pela STN, estiveram fundados essencialmente nas posições
formalizadas pela UJ no documento supracitado, da seguinte forma:

(...) Com respeito a taxa de administração referente ao período de 1992 a 2010, entendemos
que a cobrança é devida, tendo em vista os serviços prestados pelo IRB (...)

(...) O percentual sugerido, de 0,45% sobre o saldo, a nosso ver, está em patamar adequado,
sobretudo quando comparado ao estabelecido para a gestão operacional de subprogramas
que compõem o Programa Minha Casa, Minha Vida, tais como: a) FDS - Fundo de
Desenvolvimento Social (...) ; b) PNHU - Programa Nacional de Habitação Urbana (...) ;
c) PNHR - Programa Nacional de Habitação Rural (...)

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(...) Por fim, somos favoráveis que, previamente a transferência dos recursos para a Conta
Única, sejam descontados os valores atribuídos ao IRB como taxa de administração.

Diante do embasamento adotado pela STN para reconhecer devido, estabelecer


condições e efetuar o pagamento de taxa de administração ao IRB, cumpre apresentar
os posicionamentos que se seguem, os quais não se coadunam com as conclusões da UJ.

Ressalta-se inicialmente que a decisão sobre o reconhecimento do dever de pagar,


definição de patamar e o pagamento de taxa de administração ao IRB havia que
considerar, em primeiro plano, que não existia previsão legal ou normativa para esse
fim, situação que ou foi inobservada ou minimizada nesse caso concreto.

De outra parte, a justificativa de que houve a realização de serviços pelo IRB para
fundamentar o pagamento de taxa de administração não estabelecida previamente não se
configurava, por si só, condição determinante para se concluir pela razoabilidade do
reconhecimento e do pagamento desse encargo.

Notadamente, para se materializar consistência ao passivo apresentado pelo IRB contra


o Tesouro Nacional, seria necessário identificar com clareza a efetiva realização de
serviços pelo Instituto, o detalhamento desses serviços, se fosse o caso, sua
precificação, além da subsistência de motivo para seu ressarcimento, situações que não
foram observadas considerando-se as evidências conhecidas sobre esse fato.

Com base no contexto exposto, havendo materializada a prestação de serviços pelo IRB
e a realização de custos configurados subsistentes, estaria motivada razão para se
promover o seu reembolso à Entidade, como forma de indenização, reparação dos danos
arcados, não cabendo pois se instituir esse ressarcimento por meio do estabelecimento
de taxa de administração, que não havia sido estipulada antes.

Suplementando os fatos, importa salientar que a partir do exercício de 1992 foram


suspensas pelo IRB a realização de novas operações acionando-se o EURE/GGF, o que
significa precisamente que o Instituto deixou de operar nessa faixa de risco a partir de
então, cabendo-se ressalvar, segundo as evidências colecionadas, a continuidade da
cobertura do Seguro de Responsabilidade Civil e a renovação anual da cobertura em
Riscos de Engenharia dos equipamentos destinados à Usina de Angra III, operação
evidenciada ativa até o exercício de 2010.

Subsidiariamente, cumpre destacar o esclarecimento apresentado pela STN com respeito


a essa operação, quando respondeu a Solicitação de Auditoria nº 201306147/008:

Em 2012, uma parcela de prêmio em atraso relativa à cobertura securitária oferecida a


equipamentos das Usinas Angra II e III estocados durante o período 03/01/2010 e
30/11/2010 foi paga ao IRB. Um percentual do pagamento era devido ao EURE, por
cobertura extraordinária oferecida. Este valor residual foi recolhido pelo Ressegurador à
Conta Única.

Ante o exposto, restou claro que no ato da renovação da operação sob enfoque já se
procedia o rateio do valor do seu prêmio, destinando-se ao IRB e ao EURE/GGF os

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valores que lhes cabiam, não remanescendo, pois, pendências financeiras entre as partes
em razão do referido negócio, considerando-se as evidências associadas ao fato.

Suspensas novas operações de resseguro à égide do EURE/GGF, é importante enfatizar


que os recursos que constituíam o seu ativo financeiro então consolidado, que se
encontravam integralmente aplicados em Fundo de Investimento do Banco do Brasil
SA, cumprindo orientação estabelecida pelo CMN, objetivamente eram administrados
pela citada instituição financeira.

Nesses termos, os serviços de gestão financeira desse ativo que se configuravam


circunscritos à atuação do Banco do Brasil S.A, na qualidade de administrador do
Fundo de Investimento sob enfoque, eram remunerados ao Banco mediante o
pagamento de taxa de administração estipulada previamente.

Logo, se havia o dever do pagamento de taxa de administração pelo Tesouro Nacional


em razão da gestão do ativo do EURE/GGF, essa responsabilidade era cumprida
conforme circunstanciado e tinha como seu beneficiário o Banco do Brasil S.A. Nesses
termos, cumpre consignar que eventual pagamento de taxa de administração ao IRB,
com embasamento no mesmo fato gerador, configura-se insubsistente em sua origem.

Considerada, em sua plenitude, a situação apresentada acerca do funcionamento do


EURE/GGF a partir de 1992, objetivamente, restou esclarecido que: i) a partir desse
período o IRB deixou de operar essa esfera de atuação; ii) a administração do ativo
financeiro constituído em decorrência das operações realizadas sob o EURE/GGF
estava confiada ao Banco do Brasil SA; iii) a única operação que remanesceu vigente,
sob amparo do EURE/GGF, a partir de 1992, residia no compromisso firmado com a
Usina de Angra III; iv) além dessa operação não houve evidências constatadas no
escopo desse exame comprovando a prestação de outros serviços pelo IRB em razão
do EURE/GGF.

Observado, portanto, o contexto exposto, sobressaem e configuram-se desarrazoadas as


condições acordadas pela STN quando aceita, de um lado, o pagamento, não
estabelecido previamente, de taxa de administração ao IRB no patamar de 0,45% sobre
o ativo total do EURE/GGF, o que resultou num valor superior a R$ 81 milhões,
enquanto, de outra parte, não restou evidenciada a efetiva prestação de serviço pelo
Instituto, tampouco se, na eventualidade dessa prestação, o feito era condizente com o
valor do encargo pago.

Ademais, as justificativas postas pela STN para definir o patamar dessa taxa em 0,45%
a.a., fundamentando-se nas taxas pagas pela União em razão do gerenciamento que é
dedicado pela Caixa Econômica Federal – CEF a Fundo e aos Subprogramas
associados ao Programa Minha Casa Minha Vida, não se configuram sustentáveis.

Objetivamente, os casos referenciados, precisamente representados pelo FDS, PNHU e


PNHR, estão contemplados, em primeiro plano, por previsão clara e estabelecida em
Lei que versa sobre o pagamento de taxa de administração, como também sobre a
definição do seu patamar. Além disso, têm como fato gerador a realização de operações

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típicas e ativas configurando situação completamente distinta daquela que permeava o


EURE/GGF.

Consolidando os fatos dispostos, restou materializado que os termos e as condições que


embasaram o reconhecimento de passivo, seu pagamento, além da definição das bases
para cálculo do seu valor, objetivando remunerar encargos requeridos pelo IRB,
configuraram-se desarrazoados, sobretudo, em função de não haver sido evidenciado de
forma segura a efetiva prestação de serviços pelo Instituto, seu detalhamento, sua
precificação e a subsistência de motivo para que fossem ressarcidos.

Suplementarmente, importa registrar que, não obstante as posições manifestamente


formalizadas de forma contrária aos termos e condições acordados pela STN para
remunerar o IRB, estão afastadas quaisquer interpretações em defesa da consecução de
ato administrativo que implique, de alguma forma, no enriquecimento sem causa em
favor da União.

Isso posto, cumpre reafirmar posição já externada neste relatório no sentido de que na
ocasião da transferência do ativo do EURE/GGF para o Tesouro Nacional, acaso
evidenciado que houve prestação de serviços pelo IRB, em razão da sua
responsabilidade pelo ativo do EURE/GGF, haveria sim que se indenizar a Entidade
pelos serviços efetivamente realizados, tendo por base os custos que ocasionaram, se
subsistentes.

Detalhando essa abordagem, ressalta-se que, de forma contrária aos termos e condições
pactuados pela STN para remunerar o IRB, caberia às partes, de forma conjunta, reitera-
se, evidenciarem, com razoável segurança, se houve e quais os serviços efetivamente
realizados pelo Instituto, precificar seus custos, consolidar as despesas incorridas pela
Entidade em razão da sua responsabilidade vinculada ao ativo do EURE/GGF, verificar
a existência de motivação subsistente para o ressarcimento do custo do serviço e nesses
termos indenizar o Instituto.

De forma subsequente aos fatos já relatados, vale acrescentar que no exame da


documentação associada ao escopo da presente ação de controle sobressaiu, ainda, que
os termos do acordo firmado entre o IRB e a STN, para o pagamento de taxa de
administração, conforme tratado em registros anteriores, são, em regra, dissonantes de
posicionamentos que resultaram de estudos internos realizados pelo próprio IRB,
durante o exercício 2004, como também não encontram guarida indubitável no
posicionamento jurídico emitido durante o exercício 2006 por Consultoria Jurídica
Externa contratada pelo IRB para se dirimir dúvidas, inclusive, sobre a questão
evidenciada.

Nesses termos, vale apresentar por transcrição o conteúdo principal dos


posicionamentos referenciados, os quais, em sua maior parte, corroboram as posições
formalizadas por essa equipe de auditoria, quando se manifestam de forma contrária aos
termos e condições aceitos pela STN para remunerar o IRB, especialmente nas ocasiões
em que trata sobre o pagamento de taxa de administração ao Instituto:

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I - Relatório Conclusivo emitido em 13/04/2004, por Grupo de Trabalho constituído pelo


IRB via Portaria PRESI 013/2004 de 12/03/2004, para analisar e propor a distribuição dos
recursos do EURE/GGF (inclui análise da controvérsia quanto ao pagamento de taxa de
administração)

(...)

III – Administração do EURE PELO IRB - Brasil RE

A administração da sistemática do EURE é da competência do IRB Brasil Re determinada


pela Circular PRESI 044/85, cláusula 102, item 2.

Para tanto, de acordo com a cláusula 106, item 2, o IRB Brasil Re debitará ao EURE
“...sobre os prêmios referidos na alínea a do item 1, as comissões de retrocessão fixadas nas
Normas Especificas do Resseguro de cada ramo ou modalidade.” Enquanto a alínea a, item
1, registra “prêmios correspondentes à responsabilidades retrocedidas”.

Conforme é enfatizado às fls. 135 do Processo DO nº 12/75:

“... a) O Governo Federal não é parte constitutiva do EURE, mas sim seu “garantidor” ou
“ressegurador”;

... c) O Governo Federal não paga qualquer espécie de comissão já que a cobertura por ele
outorgada é de “excesso de danos ...”.

Assim sendo, cabe- nos registrar que, sobre os prêmios retrocedidos ao EURE GGF não
incidiam comissões, uma vez que tratava-se de cobertura em excesso de danos e não de
operações proporcionais, cabendo aos participantes da faixa EURE Prioridade, ou seja, IRB
e Sociedades Seguradoras, como participantes de operações de quota-parte, o crédito das
comissões devidas sobre os prêmios retidos naquela faixa de operações.

De fato, não houve a adoção de uma taxa de administração estabelecida para remunerar o
custeio do controle e gestão das operações e aplicações daquela conta, como também não
houve dotação inicial de recursos nos moldes do Seguro de Crédito à Exportação – SCE, A
PARTIR DO QUAL FOI CRIADO UM Fundo com recursos do Governo Federal.

( ... )

IV – Situação Atual:

A situação atual apresenta-se com a suspensão de novas operações sob a cobertura do


EURE/GGF desde 1992. De acordo com informações colhidas do Relatório de Gestão
2003, as responsabilidades atuais restringem-se à cobertura do Seguro de Responsabilidade
Civil e à renovação anual da cobertura em Riscos de Engenharia dos equipamentos
destinados à Usina de Angra III.

Paralelamente, os recursos já existentes e aqueles decorrentes da movimentação financeira


das operações ainda não expiradas do EURE GGF encontram-se aplicadas no Fundo EURE
EXTRAMERCADO junto ao Banco do Brasil, que, de acordo com a Resolução BACEN
2.917/200, já são onerados com uma remuneração, diariamente debitada, com observância
do disposto no item III do art. 4º daquele instrumento legal:

“III – a remuneração da instituição administradora pela prestação dos serviços de gestão e


de administração do fundo não pode ser superior ao equivalente a 0,5% a.a. calculados pró-
rata dia sobre o valor do patrimônio líquido desse.”

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70

Considerando-se que a administração das aplicações em Fundos de Investimentos


compreende prestação de serviços relativos à precificação dos ativos, calculo e
contabilização de quotas, auditoria das operações realizadas pelo gestor do Fundo, entre
outras, não caberia uma cobrança pelo IRB-Brasil Re do trabalho exercido pelo Banco do
Brasil, mesmo porque , com a suspensão das operações do EURE GGF, não existe
motivação do Governo Federal para a manutenção dos referidos recursos sob a
responsabilidade do IRB-Brasil Re.

Em relatório posterior do mesmo grupo de trabalho, editado para cumprir a Portaria Presi
089/2004 formalizada em 02/12/2004, combinada com a CI-SECRE-CONAD Nº 142/2004
de 12/11/2004, que estabelecia que o grupo analisasse os aspectos relativos à remuneração
que seria devida ao IRB Brasil Re, pela administração do Fundo EURE/GGF, verificou-se
o seguinte posicionamento:

(...)

II – Relatório complementar ao Relatório Conclusivo anteriormente citado, formalizado em


cumprimento ao disposto na Portaria PRESI – 089/2004, de 02/12/04, combinada com CI-
SECRE-CONAD nº 142/2004, de 12/11/04, que determina a “análise os aspectos relativos
à remuneração que seria devida ao IRB-Brasil Re, pela administração do Fundo Eure
GGF”.

(...)

1. Conforme exposto em nosso relatório de 13.04.2004, relativo ao determinado pela


Portaria PRESI 013/2004: “De fato, não houve a adoção de uma taxa de administração
estabelecida para remunerar o custeio do controle e gestão das operações e aplicações
daquela conta, como também não houve dotação inicial de recursos nos moldes do Seguro
de Crédito à Exportação – SCE, a partir do qual foi criado um Fundo com recursos do
Governo Federal.”

2. Enquanto permaneceu operativa a faixa do EURE/GGF, até 1992, poder-se-ia admitir


que o IRB-Brasil Re alcançava algum tipo de compensação em função do prêmio
estipulado na compra de tal proteção. Todavia , a partir do momento em que a faixa deixou
de assumir novos negócios, seguiu o IRB-Brasil Re cuidando do controle e gestão das
operações em extinção e aplicações da conta sem receber qualquer contraprestação.

3. Pelo que pudemos apurar, não há qualquer impedimento legal ou regulamentar quanto à
remuneração de tais serviços.

4. Dessa forma, considerando que como administrador do EURE/GGF o IRB-Brasil Re


executa tarefas, efetivamente; e que não há óbices quanto ao recebimento de pagamento
pelos serviços prestados, entendemos como viável a adoção de uma taxa de administração
para remunerar o custeio de seus trabalhos.

5. Nesse sentido e em caso de eventual efetivação de tal taxa de administração, sugerimos


sua estipulação em 0,05% ao ano, cobrada mensalmente sobre o saldo do fundo situando-a
em nível que nos parecem suficientes e adequados.

• Gerente de Estratégia (...)

• Gerente de Controle (...)

• Gerente de Auditoria Interna (...)

• Consultora Especial da Presidência (...)

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• Consultor Especial da Diretoria Financeira (...)

III) Parecer de Consultoria Jurídica contratada pelo IRB, subscrito pelo do Dr. Luís Roberto
Barroso.

(...)

VI. Resposta aos quesitos específicos formulados pela consulente

(...)

IV – Aspectos relativos à remuneração que seria devida ao IRB-Brasil Resseguros S/A,


pela administração do Fundo EURE-GGF, tais como a forma desta remuneração e
eventuais impedimentos legais ou regulamentares.

90. Como destacado ao longo do estudo, a documentação não é conclusiva sobre a eventual
cobrança de comissões, por parte do IRB, sobre os prêmios a que fazia jus o Governo ou
mesmo sobre eventuais resultados positivos, como seria de praxe nesse tipo de operação. A
provisão de comissões chegou a ser debatida no âmbito interno do IRB e incorporada em
uma minuta de NEURE, mas não constou dos documentos que entraram em vigor.
Tampouco houve menção a eventuais comissões no exemplo de operação de resseguro
analisado.

91. Também inexiste nos documentos qualquer referência a uma eventual comissão devida
ao IRB por conta da administração dos recursos. È certo que a remuneração por esse tipo de
atividade é considerada uma praxe comercial. Nada obstante, há alguns
aspectos a considerar que parecem relevantes. Em primeiro lugar, segundo relato da
consulente, o IRB administra outros fundos, sendo que em relação a alguns há cobrança de
comissão, mas não em relação a todos. Em segundo lugar a administração dos recursos por
parte do IRB não era plenamente autônoma, já que as aplicações financeiras deveriam ser
realizadas segundo orientação do CMN.

92. Nesse contexto e considerando os dados examinados, não parece possível concluir,
de modo taxativo, pela existência de um direito subjetivo do IRB a uma taxa específica a
título de comissão. Pareceria razoável no entanto que as partes negociassem algum tipo de
remuneração, tendo em conta que o IRB, além de agente estatal, é também empresa que
conta com acionistas privados.

De forma objetiva, os termos dos relatórios internos produzidos pelo grupo de trabalho
constituído pelo próprio IRB evidenciavam, no primeiro relatório editado, manifesta
opinião no sentido de que não era devido onerar a União com o pagamento de taxa de
administração. No segundo relatório, resultante de nova demanda apresentada pela
diretoria do IRB acerca da matéria citada, o grupo de trabalho passou a defender o
pagamento de taxa anual de 0,05% a.a para custear as despesas incorridas pelo IRB em
função de serviços realizados pela Entidade em razão da sua responsabilidade com o
ativo do EURE/GGF.

Ante a posição final evidenciada no registro antecedente, sobressai a dissonância


verificada entre a taxa que propôs o grupo de trabalho e a taxa acordada entre o IRB e a
STN, definida em 0,45% a.a, ou seja, nove vezes a taxa sugerida originalmente pelo
grupo citado e constituído pela própria Entidade para esse fim. Dessa forma, resta claro
que o resultado dos trabalhos realizados na forma retrodescrita para fundamentar

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opinião sobre uma taxa destinada a remunerar o IRB foi inteiramente desconsiderado
pelas partes responsáveis pela decisão final sobre a matéria em foco.

No mesmo contexto, o parecer da Consultoria Jurídica contratada pelo IRB manifesta


não haver sido possível concluir pelo pagamento de taxa específica em favor do
Instituto tendo por base a responsabilidade que detinha acerca do ativo do EURE/GGF.
Acrescenta, contudo, que seria razoável que as partes negociassem “algum tipo de
remuneração”, tendo em conta que o IRB, além de agente estatal, é também empresa
que conta com acionistas privados.

Também nesse caso o Acordo final adotado pela STN e IRB não guardou sintonia
plena. O estabelecimento de taxa específica não se configurava, pelo posicionamento do
parecerista, opção firme a ser aplicada para o caso concreto. Outrossim, considerava
razoável a “negociação de algum tipo de remuneração” para remunerar o IRB,
recomendação que objetivamente não se pode confundir com a formalização de termos
e condições desarrazoados, que foi o que se evidenciou no acordo formalizado.

Concretamente, observando a plenitude dos fatos enumerados, restou materializado, a


partir das evidências que sobressaíram, que a decisão adotada pela STN, reconhecendo e
acordando pelo pagamento ao IRB de taxa de administração equivalente a 0,45% a.a,
ou mais que R$ 81 milhões, tendo por fato gerador a prestação de serviços associados
ao ativo do EURE/GGF, sem evidências comprovadoras desse feito, não abrangeu
bases consistentes para sua fundamentação.

Notadamente, a decisão não buscou se amparar em previsão legal, normativa ou


contratual, tampouco observou princípios e pressupostos notoriamente aplicáveis à
gestão pública e que seriam imprescindíveis ao caso concreto, procedimentos que ao
serem dispensados contribuíram para a desarrazoabilidade observada entre o valor do
pagamento realizado ao IRB, no montante superior a R$ 81 milhões, e o seu fato
gerador, fundado em prestação de serviços que não foi evidenciada.

De forma conclusiva, a opinião consolidada por esta equipe de auditoria com base nas
evidências colecionadas no escopo da presente constatação reside na necessidade da
revisão do ato administrativo formalizado pela STN para reconhecer e efetuar o
pagamento de taxa de administração ao IRB.

Consequentemente, impõe-se a implementação das medidas que forem cabíveis para se


revogar os termos e condições que determinaram a forma e o valor da remuneração
efetuada em favor do IRB pelo Tesouro Nacional, porquanto insustentáveis, como
forma de se elidir o dano que afetou ao Erário, via restituição do valor pago ao Instituto
a título de taxa de administração.

Por fim, importa, em ação paralela, que sejam desenvolvidas providências adequadas
para, se for o caso, se ressarcir ao IRB dos custos que tenha incorrido em razão de
serviços efetivamente realizados em função das suas responsabilidades afetas ao ativo
do EURE/GGF.

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CAUSA:

Os registros detalhados na presente constatação evidenciam que a UJ prescindiu de


observar que inexistia amparo legal, normativo ou contratual para que se acordasse com
o pagamento de “ taxa de administração” nesse caso concreto, ou dispensou esse fato.

A Unidade, para fundar a decisão que adotou acerca do patamar da taxa a ser paga,
definida em 0,45% a.a., se utilizou de referências comparativas que não evidenciavam
elementos consistentes para que se estabelecesse a conclusão consolidada.

A UJ desconsiderou o princípio da razoabilidade que deveria ter orientado o consenso


sobre o valor do pagamento realizado, que superou R$ 81 milhões. Não levou-se em
conta, conforme as evidências identificadas, a devida contrapartida de serviços para que
se pudesse avaliar sobre sua proporcionalidade e determinar sua remuneração de forma
consistente.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Diante do fato relatado e apresentado à Unidade na forma do Ofício nº


20629/DEFAZII/DE/SFC/CGU-PR, de 10/07/2013, esta disponibilizou, por intermédio
do Ofício n° 134/2013/GEFUP/COFIS/SUPOF/STN/MF-DF, de 19/07/2013, os
seguintes esclarecimentos que ora se transcrevem:

Oficio n° 134/2013/GEFUP/COFIS/SUPOF/STN/MF-DF

(...)

Assunto: Fundos -Tesouro Nacional- EURE - Subsídios a esclarecimentos a serem


prestados à CGU

Senhora Diretora,

1. Refiro-me ao Oficio na 20629/DEFAZII/DE/SFC/CGU-PR, de 10/07/2013, por meio do


qual é solicitada manifestação desta Secretaria sobre o Relatório Preliminar de Auditoria nº
201306147, que trata, dentre outros assuntos, do exame da gestão do Excedente Único de
Riscos Extraordinários - EURE. O Relatório aponta que, nos processos de encerramento do
EURE no IRB Brasil Re e de transferência de seus ativos financeiros à Conta Única do
Tesouro Nacional, foi constatado o pagamento de taxa de administração ao IRB realizada
com base em termos e condições insubsistentes, sem evidência de contrapartida
proporcional de serviços.

2. A partir dessa constatação foram exaradas: as seguintes recomendações:

“01 - Promover a revisão do ato administrativo que determinou o pagamento de "taxa de


administração" ao IRB no patamar de "0,45% a.a", revogando-se essas duas condições.

02 - Pugnar pela devolução ao Tesouro Nacional dos valores pagos ao IRB a título de taxa
de administração, assegurando-se a manutenção do seu valor real mediante a aplicação de
índice de correção sobre os valores originais.

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03 - Implementar, na forma descrita nos fatos que compuseram a presente constatação, as


providências que se fizerem cabíveis para apuração de custos incorridos pelo IRB em
razão de serviços que tenha efetivamente realizado, face suas responsabilidades com ativo
do EURE/GGF entre 1992 e 2010 e, se for o caso, proceder ao seu devido ressarcimento.

04 - Com fulcro na presente constatação, se for o caso, solicitar orientação da PGFN para
conduzir eventuais controvérsias de natureza jurídica que eventualmente venham a ser
motivadas.

05 - Cientificar esta Controladoria-Geral da União até 30/09/2013 acerca das


providências implementadas e seus resultados.”

3. Preliminarmente, é importante contextualizar a conjuntura pela qual passava o IRB


Brasil Re, inclusive quanto ás alterações societárias, por ocasião da transferência dos
recursos do EURE á Conta Única do Tesouro Nacional. O IRB-Brasil Re, até bem
recentemente, era uma sociedade de economia mista de capital fechado, cujo capital social
era representado por ações escriturais, ordinárias e preferenciais, todas sem valor nominal,
sendo 50% do capital social constituído por ações ordinárias, com direito a voto, de
titularidade integral da União. A propriedade das ações preferenciais, que representam os
outros 50% do capital social, encontrava-se pulverizada entre 75 sócios, quase todos do
ramo de seguros. O desfecho do processo de privatização IRB ocorreu há pouco tempo,
marcado pelo Aviso aos Acionistas de Aumento de Capital, de 10/06/2013.

4. O inicio desse processo de desestatização começou no final de 2010. O Ministério da


Fazenda, por meio do Aviso 395/GAB-MF, de 21 de dezembro de 2010, solicitou, ao
presidente do Conselho Nacional de Desestatização (CND), a abertura de processo de
desestatização do IRB. Pode-se considerar que o prazo para alterações e ajustes no IRB
terminou com publicação no Diário Oficial da União, de 23/1/2013, do Edital PND 1/2013,
que dispôs sobre as regras de desestatização do IRB.

5. Desse modo, houve um prazo relativamente curto para que fossem feitos os ajustes na
Empresa de forma a prepará-la para o processo de desestatização. A urgência no processo
de desestatização foi, inclusive, destacada, conforme transcrito abaixo, no voto do Ministro
Relator do Processo n° TC 012.154/2011-3, em 29/05/2013, Valmir Campelo, do Tribunal
de Contas da União TCU, quando da análise dos autos de acompanhamento do processo de
privatização do IRB nos termos do rito previsto na Instrução Normativa TCU nº 27/1998:

“Conforme consta do relatório precedente, o IRB é uma sociedade de economia mista que,
até o ano de 2007, detinha o monopólio do mercado de resseguros no Brasil. Com a edição
da Lei Complementar nº 126/2007, o mercado de resseguros brasileiro foi aberto à
participação de outras empresas, nacionais e estrangeiras. A partir desse momento, a
estatal sofreu impacto da concorrência, tendo perdido participação no mercado
continuamente até 2010, momento em que a outrora aventada proposta de privatização da
empresa foi retomada no âmbito do Ministério da Fazenda. objetivando torná-la mais
competitiva no novo cenário da área de resseguros.

Isso porque, consoante oficiado nestes autos pelo IRB e pelo BNDES (gestor do processo
de desestatização), os fatores de governança tipicamente aplicados às empresas estatais
foram identificados como limitadores à execução de uma gestão operacional que permita
concorrência com os resseguradores privados, circunstância que tornou premente, do
ponto de vista estratégico, a efetivação de modificações estruturais no IRB, a exemplo de
sua privatização.”

6. Assim, com vistas a viabilizar o recebimento dos valores devidos á União antes da
efetivação da desestatização, no tempo mais curto possível, os fundos nos quais aquele

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Instituto agia como mandatário da União tiveram seus ativos e passivos repassados ao
Tesouro Nacional. Nesse sentido, as tratativas para absorção do EURE pela União, que já
tinham se iniciado, foram aceleradas, culminando no recebimento de aproximadamente R$
680 milhões em dezembro de 2010.

7. Cabe destacar que o EURE foi criado pela Resolução de Diretoria n° 306/76, do IRB
Brasil Re, adicionalmente foi estabelecido por meio do Ato do Conselho Nacional de
Seguros Privados- CNSP nº 01/76, uma faixa suplementar de cobertura de riscos vultosos
de resseguro mediante garantia fornecida pelo Governo Federal que posteriormente foi
referendada pelo voto nº 067/76 do Conselho Monetário Nacional - CMN. A partir de 1992
foi suspensa a colocação de novos riscos nessa faixa suplementar de cobertura de riscos
vultosos de resseguro, mas as responsabilidades não expiradas, á época, foram mantidas até
que a última se encerrasse em 2010.

8. Ainda em 2008 havia dúvidas sobre quem seria o titular do saldo remanescente da conta
do EURE, que cobria a faixa suplementar de cobertura de riscos vultosos de resseguro, o
IRB ou a União. A controvérsia foi resolvida por meio do Parecer PGFN/CAF/nº 509/2009
que definiu que a União era a titular do saldo remanescente. Tendo em vista que, até então,
o IRB se considerava o titular do saldo em questão, não foi implementado nenhum processo
de apuração da remuneração relativa á taxa administrativa. Apesar de não ter sido efetuado
previamente o levantamento dos valores, é pacifico o entendimento de que o IRB faria jus
ao pagamento pela gestão dos riscos não expirados. Aliás, sobre isso não há dúvida, o
próprio Relatório Preliminar de Auditoria afirma que cabe a União “indenizar a Entidade
pelos serviços efetivamente realizados, tendo por base os custos que ocasionaram, se
subsistentes”.

9. O cerne da questão é a forma como foram apurados esses custos. Se por um lado,
conforme entendimento dessa CGU, os custos deveriam ter sido precificados, por outro
lado esta Secretaria avaliou que a apuração na forma requerida pela CGU seria inviável, até
mesmo pela exigüidade do prazo, dada a proximidade da privatização do IRB.

10. Como já referido, havia á época, a urgência no recebimento desses ativos, com objetivo
de viabilizar a desestatização do IRB, de modo que foi negociado com esta Secretaria o
pagamento de uma taxa de administração de 0,45% a.a., aplicada sobre o saldo do fundo
EURE/GGF. A propósito, cabe destacar também que no ato de aprovação, pelo Conselho
de Administração do IRB, da transferência dos valores foi determinada dedução dos valores
suficientes para compensar a gestão do fundo, compreendendo custos, despesas, demais
encargos, inclusive a comissão e participação nos lucros.

11. Para a STN, a taxa proposta pelo IRB no Ofício PRESI nº 126, 28/12/2010, pareceu
razoável, uma vez que estava em linha com a remuneração paga pela União para gestão de
outros fundos, conforme demonstrado no Oficio n°
228/2010/GEFUP/COFIS/SUBSEC2/STN/MF-DF, de 29/12/20 10, e também porque a
remuneração incidiria sobre o montante de recursos resultantes de uma administração ativa
do IRB, sem que tivesse havido qualquer aporte por parte da União.

12. Cabe ressaltar que esta Secretaria não teve ciência do Relatório emitido em 13/04/2004,
por Grupo de Trabalho constituído pelo IRB, para analisar e propor a distribuição dos
recursos do EURE/GGF, que, ao cabo, teria defendido que, em caso de eventual efetivação
de uma taxa de administração, sua estipulação seria da ordem de 0,05% a.a., conforme
informado pela CGU em seu Relatório Preliminar de Auditoria. Vale destacar, entretanto,
que o citado relatório não chegou a ser aprovado pelo Conselho de Administração do IRB,
que, na ocasião, determinou a realização de consulta a advogado externo com notório
conhecimento em Direito Público, para dirimir as questões legais envolvidas.

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13. No que tange à comprovação dos custos relativos à taxa de administração paga pelo
Tesouro Nacional, o IRB, por meio do Oficio OF. PRESI n° 067/2013, de 16/07/2013
(cópia anexa), após relatar acerca do cabimento e dos parâmetros da remuneração, conclui
que “a taxa cobrada (0,45% ao ano sobre o saldo da conta), que resultou em uma dedução
de 10,07% no montante transferido, está bem aquém da que vem sendo regularmente
adotada pelo mercado. Considerando os parâmetros acima expostos, isto é aplicando-se
uma taxa de 20% sobre o saldo do fundo o IRB - Brasil Re faria jus a uma remuneração ao
final de R$ 152 milhões.”

14. Segundo o IRB, a natureza da taxa “era fundamentalmente a de contraprestação a


uma sofisticada operação de Resseguro, sob o ponto de vista técnico, e adicionalmente de
remuneração pela prestação dos serviços (gestão do fundo).” Ainda nos termos
informados pelo IRB, “o primeiro elemento envolvido é o direito ao recebimento de taxas
de Comissões e Participações em Lucros usualmente praticadas pelo mercado. Ora, como
a conclusão final de ambas as partes foi no sentido de que a União atuou como verdadeiro
Ressegurador. O IRB - Brasil Re faz jus ao recebimento das taxas praticadas normalmente
pelo mercado. Traçando-se um paralelo com as atividades praticadas no mercado de
seguro e resseguro, pode-se afirmar que a relação entre as partes é similar à que o IRB -
Brasil Re mantém com outros Resseguradores para os quais transfere a faixa superior do
risco e dos quais cobra as comissões de retrocessão usuais.”

15. De acordo com o IRB, “nos contratos de retrocessão firmados pelo IRB - Brasil Re
com outros Resseguradores há. normalmente, comissões de resseguro previstas de 20%.
podendo chegar em alguns casos, a 40%. dependendo da sinistralidade. Além das
comissões de resseguro previstas, existe também, cumulativamente, a Comissão de
Participação em Lucros, cujo patamar pode alcançar 50% do resultado, também variável
consoante a sinistralidade existente e a dedução de 10% a titulo de despesas
administrativas no cálculo.”

16. O IRB entende, portanto, que teria sido “modicamente remunerado, pois efetivou
numerosas operações de resseguro e geriu de forma eficiente o fundo com seu próprio
aparato administrativo, repassando à União o saldo remanescente” e alega que uma
remuneração menor poderia configurar “enriquecimento sem causa da União”.

17. Desta forma, manifesto a discordância desta Secretaria com relação à Recomendação da
CGU de pugnar pela devolução ao Tesouro Nacional dos valores pagos ao IRB a titulo de
taxa de administração bem como apurar os custos incorridos pelo IRB em razão de serviços
que tenha efetivamente realizado e, se for o caso, proceder ao seu devido ressarcimento,
cabe destacar que o IRB encontra-se em fase de finalização do seu processo de
desestatização, de modo que o custo de implementar tais medidas seria imensurável.

18. Além disso, uma eventual revisão dos valores recebidos pelo IRB traria, como
conseqüência, a revisão do valor econômico das ações da empresa que foi utilizado para
balizar o seu processo de desestatização. Em decorrência dessa revisão, o valor das ações
pertencentes à União, que foram vendidas para o Banco do Brasil e para empregados do
IRB, seria menor do que o valor pago, o que poderia acarretar a revisão de todo o processo
de privatização e na possibilidade de ajuizamento de ações por acionistas minoritários,
sejam os que exerceram como os que não exerceram, tanto o direito de recesso como o de
subscrição, bem como pelos empregados e aposentados do IRB que compraram ações da
União.

19. Diante do exposto, considerando que é devida a remuneração pelos serviços prestados e
que a taxa cobrada pelo IRB é compatível com aquelas cobradas pela administração de

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outros fundos passivos, nos quais a União não compareceu com recursos na sua formação, e
dado que qualquer alteração no valor pago poderá trazer implicações à privatização do IRB,
solicito que sejam revistas, por essa CGU, as recomendações contidas no Relatório
Preliminar de Auditoria nº 201306147, no que diz respeito ao EURE.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Considerada em seu inteiro teor a manifestação do auditado, apresentada por meio do


Ofício n° 134/2013/GEFUP/COFIS/SUPOF/STN/MF, sobressaem objetivamente dois
fatos novos que ainda não foram examinados no escopo da constatação sob análise.
O primeiro deles reside na abordagem disponibilizada pela Unidade, a partir de
informações fornecidas pelo IRB, pela qual expõe que nos contratos de retrocessão
firmados pelo IRB-Brasil Re com outros Resseguradores há, normalmente, comissões
de resseguro previstas de 20%, podendo chegar, em alguns casos, a 40%, dependendo
da sinistralidade, além de comissão de participação em lucros, cujo patamar pode
alcançar 50% do resultado.
Sobre esse fato, conforme descrito no detalhamento da presente constatação, restou
claro que as operações de resseguro realizadas na esfera de atuação do EURE-GGF até
o exercício de 1992, ocasião em que esse instituto deixou de ser acionado para a
realização de novas operações, já foram remuneradas ao IRB em sua origem, o mesmo
acontecendo com as operações que permaneceram ativas, por renovação, até o exercício
2010, caso da operação firmada com Angra III.
Em sentido complementar, importa reiterar opinião já disposta neste relatório, mediante
registro consubstanciado, que a partir de 1992 o ativo financeiro constituído em favor
do EURE-GGF foi efetivamente administrado pelo Banco do Brasil S.A, feito pelo qual
essa instituição foi remunerada via pagamento de taxa de administração.
Diante do contexto exposto, o cenário novo apresentado pela UJ não se aplica ao caso
concreto sob exame, continuando sem evidências a realização de serviços pelo IRB em
favor do EURE-GGF, a partir de 1992, que fundamente o pagamento realizado pela
STN.
Outrossim, remanesce cabível a apuração e, se for o caso, o ressarcimento de custos por
serviços eventualmente dedicados pelo Institudo em razão da manutenção do ativo
financeiro do EURE-GGF sob sua responsabilidade, a partir do exercício de 1992, que
venham a ser efetivamente comprovados.
Ademais, com relação a essa questão importa ressaltar a informação que a STN
apresentou em sua manifestação:
(...)

9. O cerne da questão é a forma como foram apurados esses custos. Se por um lado,
conforme entendimento dessa CGU, os custos deveriam ter sido precificados, por outro
lado esta Secretaria avaliou que a apuração na forma requerida pela CGU seria inviável, até
mesmo pela exigüidade do prazo, dada a proximidade da privatização do IRB.

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(...)

Considerado o posicionamento exposto, é opinião desta Controladoria que cabe ao IRB,


se considerado relevante para o Instituto, comprovar à STN a realização dos serviços
sob enfoque e dos eventuais custos incorridos, restando claro que não havendo
viabilidade para esse feito não haverá também condição material para que se exerça o
ressarcimento de custos, pela ausência de fato subsistente para esse exercício.
O segundo fato novado na manifestação do auditado refere-se ao registro que faz
quando expõe que a revisão do ato de gestão concebido para definir e pagar taxa de
administração ao IRB ocasionará repercussão material, com potencial para afetar e gerar
implicações no processo, em curso, de desestatização do IRB, conforme detalhado no
Ofício 134/2013/GEFUP/COFIS/SUPOF/STN/MF.
Sobre esse contexto, releva salientar a necessidade de providências a partir do IRB no
sentido do seu equacionamento. Contudo, a situação posta não tem o condão de elidir a
necessidade da revisão do ato administrativo sob exame, conforme constatação sob
enfoque, cabendo assim ao Instituto combinado com os demais atores envolvidos no
processo de desestatização estabelecerem as providências mais apropriadas para
condução dessa matéria.

RECOMENDAÇÕES:

01 – Promover a revisão do ato administrativo que determinou o pagamento de “taxa


de administração” ao IRB no patamar de “0,45% a.a”, revogando-se essas duas
condições.

02 – Pugnar pela devolução ao Tesouro Nacional dos valores pagos ao IRB a título de
taxa de administração, assegurando-se a manutenção do seu valor real mediante a
aplicação de índice de correção razoável sobre os valores originais.

03 – Implementar, na forma descrita nos fatos que compuseram a presente constatação,


as providências que se fizerem cabíveis para apuração de custos incorridos pelo IRB
em razão de serviços que tenha efetivamente realizado, face suas responsabilidades com
ativo do EURE/GGF entre 1992 e 2010 e, se for o caso, proceder ao seu devido
ressarcimento, assegurando-se a manutenção do seu valor real mediante a aplicação do
mesmo índice de correção previsto na Recomendação 02.

04 – Com fulcro na presente constatação, se for o caso, solicitar orientação da PGFN


para conduzir eventuais controvérsias de natureza jurídica que eventualmente venham a
ser motivadas.

05 – Cientificar esta Controladoria-Geral da União até 30/09/2013 acerca das


providências implementadas e seus resultados.

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