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TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA - DEE


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – CEE

Fenômenos Transitórios nos Sistemas Elétricos:


Aspectos Básicos
Professor: Rafael Silva Alípio

2018 - Prof. Rafael Alipio (rafael.alipio@cefetmg.br)


1 – Características fundamentais
 Manifestações de alterações abruptas nas condições de operação
de um circuito, como aquelas causadas pela abertura ou pelo
fechamento de disjuntores, pela ocorrência de curtos-circuitos e pela
incidência de descargas atmosféricas;

 O período de análise é usualmente insignificante em comparação


com o tempo de operação do circuito em regime permanente;

 Pode-se dizer que o período de análise corresponde ao intervalo de


tempo entre dois regimes permanentes.

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2 – Fenômenos característicos
 Sobretensões, subtensões, afundamentos de tensão,
sobrecorrentes, correntes de inrush, ruídos, formas de onda anormais
(não senoidais, ou senoidais em desequilíbrio e/ou com alteração de
frequência e/ou de fase), transitórios atmosféricos, reignição de arco
elétrico, etc.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
Os parâmetros básicos que definem as características funcionais e
construtivas dos elementos dos sistemas elétricos estão ligados, por
um lado, às condições de operação em condições normais e, por
outro lado, ao comportamento do sistema em condições anômalas e
transitórias, com maior importância, sob muitos aspectos, destas
últimas.

Embora operem em regime permanente durante grande parte do


tempo, os sistemas elétricos de potência devem ser projetados para
suportar solicitações extremas transitórias de tensão e de corrente.

Por este motivo, a conveniente concepção, projeto, execução e


exploração de um sistema tem que ter em conta condições
anômalas e transitórias de operação mesmo.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
Consideramos, para esclarecer algumas ideias básicas, embora de
forma aproximada e qualitativa, um exemplo muito simples,
correspondente à rede representada esquematicamente na figura a
seguir:
138 kV
T3
500 kV D4
18 kV
A C B D3
D5
D1 D2
L1
T1 T2

 Em condições normais, as tensões em relação à terra, das linhas e dos


enrolamentos de alta tensão dos transformadores T1 e T2, são da ordem de
(500/3) kV (valor eficaz), não devendo exceder, segundo diretrizes da
ANEEL, (525/3) kV  303 kV (valor eficaz);

 Seria, porém, absolutamente incorreto dimensionar o isolamento, em


relação à terra, das linhas e dos enrolamentos de alta do transformador,
para suportarem, por exemplo, uma tensão em relação à terra de valor
eficaz 1,1  303 kV, ou seja, um valor de crista de 472 kV.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Rejeição de carga (abertura de D5)
138 kV
T3
500 kV D4
18 kV
A C B D3
D5
D1 D2
L1
T1 T2

 No caso de uma interrupção de carga, o que pode ocorrer por vários


motivos, verificar-se-ia, mesmo que a velocidade do gerador se mantivesse
constante, um aumento da tensão em seus terminais, basicamente pela
redução brusca da carga indutiva que passa a ser capacitiva;

 O valor máximo da tensão atingida nessas condições depende dos


parâmetros da rede e do grupo gerador e respectivos sistemas de
excitação, regulação de tensão e regulação de velocidade. Considerando
condições típicas, a tensão entre os terminais do gerador pode atingir
valores da ordem de 1,3 a 1,8 vezes a tensão normal;

 Adicionalmente, no terminal B da linha, devido ao efeito Ferranti, a tensão


atingirá, provavelmente, valores mais altos que no terminal A.
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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Curto-circuito fase-terra no ponto C
138 kV
T3
500 kV D4
18 kV
A C B D3
D5
D1 D2
L1
T1 T2

 Durante o curto circuito, a tensão em relação à terra das fases que não estão em
curto-circuito depende da tensão na ausência de curto-circuito e,
principalmente, do grau de aterramento do sistema no ponto em questão;

 Para sistemas de neutro isolado, como por exemplo uma carga não aterrada
suprida pelo delta de um transformador, as sobretensões nas fases sãs podem
exceder a tensão fase-fase, ou seja, alcançar valores superiores a 1,73 pu;

 No caso de um sistema classificado como “efetivamente à terra”, em que a


relação entre a reatância de sequência zero e a reatância de sequência positiva
é inferior a 3 (X0/X1  3) e a relação entre a resistência de sequência zero e a
resistência de sequência positiva é inferior a 1 (R0/R1 ≤ 1), as sobretensões nas
fases sãs não alcançam 1,4 pu, o que significa que podem atingir no máximo
80% da tensão fase-fase;
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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 As correntes em condições de curto-circuito são também muito importantes
para o conveniente dimensionamento dos transformadores e barramentos,
quanto a esforços eletrodinâmicos;

 São também muito importantes, sob o ponto de vista de segurança de


pessoas, quanto a tensões de toque e de passo a que uma pessoa pode ser
submetida;

 Ainda, as correntes de curto-circuito podem ser determinantes no projeto


de equipamentos e topologia da rede. Dentro de certos limites, pode-se
diminuir as correntes de curto-circuito, aumentando as impedâncias de
elementos da rede (por exemplo, as impedâncias de curto-circuito do
transformador), ou alterando a topologia da rede, por exemplo, separando
barramentos.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Manobra de disjuntores (p. e., energização de LT, interrupção de um curto-
circuito, etc.)
138 kV
T3
500 kV D4
18 kV
A C B D3
D5
D1 D2
L1
T1 T2

 Ao efetuar essas manobras, há um regime transitório na rede, que não pode


ser estudado a partir da aproximação quase-senoidal, mas para cujo estudo
é necessário ter em conta os fenômenos de propagação e reflexão nas
linhas e transformadores;

 Nesse regime transitório, ocorrem, em geral, sobretensões bastante


elevadas que, consoante a rede, o tipo de manobra e as precauções para
reduzir as sobretensões, variam, nas redes de alta e muito alta tensão, na
ordem de 1,6 a 3 vezes as tensões máximas normais.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Incidência de uma descarga atmosférica nos cabos de blindagem da LT

138 kV
T3
500 kV D4
18 kV
A C B D3
D5
D1 D2
L1
T1 T2

 As descargas atmosférica são estilizadas por meio de ondas de corrente


impulsivas (crescimento muito rápido) e possuem natureza estatística;

 Considerando primeiras descargas de retorno típicas, a corrente alcança valor


de pico da ordem de algumas dezenas de kA, com uma subida muito rápida (da
ordem de alguns µs) e duração da ordem de dezenas de µs;

 Após a incidência da descarga no condutor de blindagem, estabelece-se um


transitório eletromagnético associado à propagação da onda de corrente de
descarga atmosférica e onda de sobretensão associada. Considerando valores
típicos de impedância de surto de condutores aéreos e torres de transmissão,
as cadeias de isoladores que conectam os cabos fase às torres de transmissão
ficam submetidas a sobretensões da ordem de centenas de kV ou alguns MV;
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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Em função de seu valor elevado, a sobretensão pode ser capaz de promover
a ruptura do isolamento, com estabelecimento de um arco elétrico
conectando o condutor e a estrutura aterrada. O arco elétrico constitui-se
usualmente num arco superficial de contornamento do isolador através do
ar ou, mais raramente, num arco volumétrico, que pode destruir o isolador;

 Através do arco, a corrente de descarga flui em direção ao solo e cessa


após um breve período de tempo, devido à sua natureza impulsiva.
Contudo, em muitas situações, o arco elétrico pode se manter, sustentado
pela própria tensão de operação da linha (60 Hz);

 Mantendo-se o arco, configura-se um curto-circuito. Este pode ter natureza


muito destrutiva para o sistema, pois a corrente de baixa frequência do
sistema de energia passa a fluir pelo arco em direção ao solo. Nesses
casos, após um determinado período limite de fluxo de corrente de curto-
circuito através do arco, o sistema de proteção, cujos relés são
sensibilizados por esta corrente, deve atuar, causando o desligamento da
linha;
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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 A redução dos níveis de sobretensão resultantes nas cadeias de isoladores,
devido à incidência direta de descargas nos condutores de blindagem,
depende, fundamentalmente, da impedância de aterramento de pé de torre.
Quanto menor a impedância de aterramento, menores as sobretensões
resultantes nas cadeias de isoladores;

 Nas linhas aéreas, é aceitável que, desde que com pequena probabilidade,
da ordem de 0,1 a 1 vez por 100 km e por ano, as descargas atmosféricas
provoquem arcos à terra, através do ar. Como já mencionado, uma vez
formado o arco, estabelece-se um curto-circuito, sendo necessário desligar
a linha. Nestas condições, o arco extingue-se e, na maior parte dos casos,
basta religar a linha para a repor em serviço.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Todavia, no caso dos transformadores, se uma descarga atmosférica
provocasse um arco no interior de um transformador, ter-se-ia uma avaria
grave do mesmo, com destruição parcial do respectivo isolamento, e
necessidade de reparação demorada. Portanto, é necessário assegurar que
as sobretensões de origem atmosférica não danifiquem os isolamentos não
regenerativos;

 Para o conseguir, recorre-se a “dispositivos para-raios”, ligados entre fase


e terra, nomeadamente nas subestações e próximo dos transformadores,
que têm como função assegurar uma limitação da tensão entre os seus
terminais, no caso de uma onda de tensão, por meio do “escoamento” entre
fase e terra de uma corrente;

 No caso das redes de muito alta tensão, os para-raios são utilizados não só
para limitar as sobretensões atmosféricas, como também algumas
sobretensões de manobra.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
 Atualmente, também é comum a instalação de dispositivos para-raios em
paralelo com as cadeias de isoladores das torres de transmissão,
notadamente no caso linhas que percorrem regiões cujo solo apresenta
elevados valores de resistividade;

 O custo de instalação de para-raios em linhas ainda é elevado. Nesse caso,


é de fundamental importância a realização de estudos de transitórios e
coordenação de isolamento de modo a identificar os pontos ótimos de
instalação do dispositivo.

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3 – Importância dos fenômenos transitórios no SE
Os exemplos anteriores mostram que, sob o ponto de vista de
isolamento do equipamento, é essencial ter em conta os fenômenos
transitórios na rede;

No projeto e na operação/análise de sistemas elétricos de potência, é


preciso determinar a amplitude, a forma e o tempo de duração desses
fenômenos transitórios. Tais informações são utilizadas para
determinar as características de suportabilidade do isolamento aos
esforços a que serão submetidos;

A obtenção das informações mencionadas é feita por meio de estudos


de transitórios, usualmente empregando programas de simulação
digital que trabalham no domínio do tempo (por exemplo, ATP, EMTP-
RV, PSCAD, etc.).

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4 – Sobretensões
 As sobretensões podem ser definidas como tensões transitórias,
variáveis com o tempo, cujo valor máximo é superior ao valor de crista
das tensões máximas de operação do sistema.

 Dois tipos de sobretensões se distinguem, externas e internas:

 As sobretensões externas são originadas fora do sistema


considerado, sendo sua principal fonte as descargas atmosféricas;
 As sobretensões internas são causadas por eventos dentro do
sistema de potência em si, como, por exemplo, manobras de
disjuntores ou curtos-circuitos.

 Baseado no grau de amortecimento e no tempo de duração, pode


ser feita uma distinção entre três categorias de sobretensão:

 Sobretensões temporárias;
 Sobretensões de manobra;
 Sobretensões atmosféricas.

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4.1 – Sobretensões Atmosféricas
 As sobretensões atmosféricas são sobretensões fase/terra ou entre
fases, em um dado ponto do sistema, devido a interação (direta ou
indireta) de uma descarga atmosférica com o sistema elétrico.

 É uma sobretensão usualmente de “muita curta duração” e


amplitude máxima da ordem de 6 p.u.

 Considerando aspectos normativos, são considerados surtos


atmosféricas aquelas sobretensões com tempo de frente de até 20 μs
e tempo de meia onda da ordem de 50 μs.

 Para os sistemas de transmissão, as descargas atmosféricas são a


principal causa de desligamentos não programados.

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4.2 – Sobretensões de Manobra
 As sobretensões de manobra ocorrem sempre que há uma
mudança na topologia do sistema. Tal mudança de topologia é
provocada, por exemplo, pela operação de um equipamento de
manobra, falta ou outra causa. A forma de onda da sobretensão é
usualmente fortemente amortecida e de “curta duração”.

 Curta duração: tempo de frente de dezenas a centenas de


microsegundos, com tempo de meia onda da ordem de 2500 μs.

 A amplitude e a duração das sobretensões de manobra dependem


dos parâmetros do sistema, da sua configuração e das condições em
que o mesmo se encontrava antes do início do período transitório. De
qualquer forma, é usualmente menor que 4 p.u.

 Exemplos:
 Energização e religamento de linhas;
 Ocorrência e eliminação de faltas;
 Manobras com disjuntores (TRT).
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4.3 – Sobretensões Temporárias
 As sobretensões temporárias ocorrem entre fase e terra ou entre
fases, são oscilatórias, de duração relativamente longa e fracamente
amortecidas ou não-amortecidas.

 Dessas forma, mesmo que as amplitudes dessas sobretensões


sejam inferiores às de outros tipos de sobretensões, elas podem ser
determinantes no projeto do isolamento interno como também do
isolamento externo dos equipamentos.

 Causas principais:
 Manobras, por exemplo, rejeição de carga;
 Faltas, por exemplo, curto-circuito monofásico;
 Fenômenos não-lineares, por exemplo, ferrorressonância;
 Efeito Ferranti.

 Características principais:
 Amplitude, em geral, inferior a 1,5 p.u.;
 Frequência de oscilação: pode ser menor, igual ou maior que a
fundamental;
 Duração total superior a dezenas de milissegundos.
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5 – Frequências típicas associadas aos
fenômenos de interesse
Origem Faixa de frequências
Falta em GIS 100 kHz50 MHz
Descargas atmosféricas 10 kHz5 MHz
Reacendimentos múltiplos em disjuntores 10 kHz1 MHz
Tensão de restabelecimento transitória 50/60 Hz20/100 kHz
Energização e falta em linhas 50/60 Hz20 kHz
Eliminação de faltas 50/60 Hz3 kHz
Rejeição de cargas 0,1 Hz3 kHz
Energização de transformadores (cc) 0,1 Hz1 kHz
Ferroressonância (cc) 0,1 Hz1 kHz

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6 – Modelagem do SE para estudos de
transitórios eletromagnéticos
 Não é viável uma metodologia única para estudar fenômenos em
toda a gama de frequências mencionada anteriormente;

 Na análise de transitórios, um dos mais importantes aspectos é o


fato de que um componente físico pode ter diferentes modelos de
representação, dependendo do contexto do problema estudo;

 Teoria eletromagnética X teoria de circuitos;

 Parâmetros distribuídos X parâmetros concentrados;

 Domínio do tempo X domínio da frequência.

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