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Organizadores
Alfredo Wagner Berno de Almeida Emmanuel de Almeida Farias Júnior
NCSA/CESTU/UEA, pesquisador CNPq NCSA/CESTU/UEA
ISBN 978-85-7883-147-9
CDU 316.48
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Há, contudo, contextos locais para a criação de Unidades de Conserva-
ção, onde prevalecem interesses ditos preservacionistas, ou mesmo ambien-
tais. Neste sentido, podemos nos referir a Floresta Nacional de Saracá-Taque-
ra, localizada na margem direita do Rio Trombetas, município de Oriximiná,
no entanto, esta Unidade de Conservação encontra-se ainda nos municípios
de Faro e Terra Santa, Estado do Pará. A FLONA Saracá-Taquera é criada no
final do regime militar, pelo Decreto Nº 98.704, de 27 de dezembro de 1989,
com área aproximada de 429.600ha, por “políticos camaleões”, ou mesmo por
“honoráveis bandidos”93, resguardando as áreas de extração de bauxita para a
exploração pela MRN.
93. Cf. Palmério Dória (2009). Decidi utilizar este termo porque não vejo outro mais adequado que o
de Palmério Dória, para me referir que nesta época o Brasil era governado por José Sarney, habitual
colaborador do regime militar.
94. Cf. BASTOS, Tavares. O Valle do Amazonas: estudo sobre a Livre navegação do Amazonas,
Estatistica, Producções, Commercio, Questões Fiscaes do Valle do Amazonas. Rio de Janeiro: B.L.
Carnier, Livreiro Editor, 1866.
95. Cf. SOUSA, Padre Nicolino José Rodrigues. Diário das Três Viagens – 1877, 1878 e 1882 ao
Rio Cuminá. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
96. Cf. COUDREAU, O. Voyage au Trombetas - 7 Août de 1899 – 25 de novembre 1899. Paris: A.
LAHURE, IMPRIMEUR-ÉDITEUR, 1900. Para aprofundamento sobre o tema ler: MARIN, Rosa E.
Acevedo; CASTRO, Edna. Negros do Trombetas: guardiães de matas e rios – 2. ed. Belém: Cejup/
UFPA-NAEA, 1998
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nescentes de Quilombo do Município de Oriximiná-ARQMO. A ARQMO,
de acordo com as informações da própria associação é uma resposta contra
as invasões de seus territórios, por fazendeiros e latifundiários e por grandes
projetos, como o projeto fantasmagórico da UHE de Cachoeira Porteira97 e a
Mineração Rio do Norte, que desde 1976 tem devastado o território quilom-
bola.
97. Cf. Sílvio Coelho dos Santos e Aneliese Nacke, várias empresas obtiveram a permissão para
realizarem pesquisas na área, de acordo com os autores, podem ser citadas: “a Docegeo (subsidiária
da Companhia Vale do Rio Doce), no Mapuera, autorizada pela 2.ª DR/FUNAI; Mineração e Comér-
cio Anauá Ltda. (Rio Mapuera ? Proc. C.S.N. n. 0914/82); Jatapu Mineração Indústria e Comércio
Ltda. (no rio Mapuera ? Proc. C.S.N. n. 0917/82) (CEDI, 1983a, p. 247, 249)”. Para maiores informa-
ções consulte: SANTOS, Sílvio Coelho dos; NACKE, Aneliese. Povos indígenas e desenvolvimento
hidrelétrico na Amazônia. http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_08/rbcs08_05.htm
98. Este tópico é parte de um capítulo da monografia de conclusão do curso de Ciências Sociais-
-UFAM. Para maiores informações conferir: FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de A. A comunidade qui-
lombola do Moura e o processo de territorialização na Amazônia.Monografia de Conclusão de Curso
– Bacharelado. Manaus: Departamento de Ciências Sociais-UFAM, 2006.
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na aquisição necessária para as suas necessidades, então, seja a extração ou a
coleta, a pesca, ou mesmo o trabalho na roça.
A comunidade de Moura tem seu território sobreposto pela Floresta
Nacional do Saracá-Taquera, o que tem prejudicado o desenvolvimento das
atividades necessárias para o desenvolvimento da comunidade. Impondo
assim uma nova territorialidade e regras, que são estranhas aos quilombolas.
O que traz a incerteza sobre o território:
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das “trilhas”, “furos” e “igarapés”, caminhos dos castanhais; dos sítios
históricos, como o cemitério, próximo a “boca” do lago Erepecu, e recursos
naturais como a palha de ubim, utilizada na construção de casas, o breu,
utilizado da calafetagem de embarcações, a copaiba e a andiroba, ambas, com
propriedades medicinais, e, tantos outros produtos que tradicionalmente eles
faziam usos no dia-a-dia: “Olha, uma palha, o ubim, na nossa cozinha do
forno, tá ali, quando chove nós tira a farinha, porque tá tudo descoberto, ele
já foi com ele e não quis dá a palha” [Entrevista cedida pelo Sr. A. F. de O. e a
sua esposa F. L. – comunidade de Moura – dia 20 de julho de 2005].
Neste sentido, a busca da sobrevivência passou a ser ilegal, com puni-
ção prevista em lei e ainda perdas financeiras e patrimoniais, como a apreen-
são de motores rabeta, malhadeiras, canoas, etc. Eles utilizam a área mesmo
correndo o risco de serem autuados pelos fiscais do IBAMA, segundo eles99,
alegam que do lado da comunidade de Moura não tem grandes castanhais
e nem lugar onde tirar a palha de ubim100, a qual cobrem suas casas, sendo
preciso recorrer à área da reserva.
A palha de ubim é uma das práticas tradicionais, entenda-se o uso –
encontrado pelos quilombolas para cobrir suas casas de morar, as casas de
farinha e o abrigo dos “bichos”, como galinha, porco e outros. Percebe-se,
hoje em dia, que muitas casas estão cobertas com outros tipos de materiais
inadequados para a região, como a telha de amianto e/ou a telha de zinco,
ambas desconfortáveis, pois esquentam a temperatura, ao contrário das co-
berturas de palha de ubim. Também, neste sentido, ambas as UCs, trouxeram
problemas para as comunidades “de fora” da REBIO. Não importa a categoria,
já que, na REBIO, onde os quilombolas encontram a palha, o peixe, o breu
entre outros, não pode usar, pois estão proibidos de entrar. Na FLONA não
tem, e tem dificuldade em desenvolver algum tipo de atividade econômica,
devido à burocracia e as exigências previstas na lei.101
99. Dados coletados na viagem a campo para Oriximiná no mês de janeiro de 2005, na primeira
entrevista realizada com o Sr. A.P.J. da comunidade quilombola de Moura, quando este estava em
Oriximiná, para ir até o Ministério Público em Santarém por ocasião de um conflito entre quilombolas
de Moura e os fiscais do IBAMA do posto de fiscalização do lago Erepecú.
100. Era os casos do Sr. A.P.J. e do Sr. A., onde constatei, o mesmo estava com a sua casa de fari-
nha, quase que descoberta, numa tentativa de cobri-la, foi até o Chefe de reserva, pedir autorização
para que este pudesse retirar as palhas de ubim da REBIO, mas, recebeu uma negativa.
101. Cf. Sistema Nacional de Unidades de Conservação-SNUC (2000).
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[…] olha, o IBAMA , tem surgido vários problemas, tanto
faz como a ambiental, a reserva do Saracá-taquera, que tem
trazido vários problemas pra gente, porque tanto de um lado
como outro, a gente é perseguido. A gente num pode, se a
gente vai praquele lado a gente é perseguido, se você fica
desse lado vai trabalhar é perseguido, e se você quer cortar
uma madeira, você num pode cortar aquela madeira , se
eles pegarem, eles levam motor e paga aquela multa e a
gente sempre sai no prejuízo. [Entrevista cedida pelo Sr. N.
O. de J.– 37 anos – comunidade quilombola de Moura, dia
20/07/05]
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Figura 1: Zona de Mineração na Flona Sacará-Taquera.
Fonte: ICMBIO
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do ADCT da Constituição Federal de 1988104 e por vários outros dispositivos
legais nacionais e internacionais105 foi encaminhado pelo Serviço Florestal
Brasileiro-SFB e aprovado o Segundo Lote de concessão florestal dentro da
FLONA Saracá-Taquera. De acordo com o Anexo I da Minuta Concorrência
Concessão Florestal106, serão concedidos dentro da FLONA quatro Unidades
de Manejo Florestal, tendo as seguintes dimensões: UMF I – 136.774, UMF II
– 33.406, UMF III – 25.486, UMF IV – 19.688, totalizando: 215,354 hectares.
Tendo a seguinte disposição espacial:
104. Cf. ART. 68 – CF/88: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocu-
pando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos
respectivos”.
105. Cf. Decreto 4.887/2003, Artigos 215 e 216 da CF/88, Convenção 169 da OIT, Decreto
6.040/2007.
106. Cf. Anexo I “Relação dos lotes e unidades de manejo florestal que serão licitadas” da Minuta
Concorrência de Concessão Florestal, Serviço Florestal Brasileiro, Ministério do Meio Ambiente, 2ª
Licitação para Concessão Florestal – Concorrência n.º 01/2008.
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Concorreram a esta 2ª Licitação para concessão florestal as empresas
EBATA - PRODUTOS FLORESTAIS LTDA, UNIVERSAL TIMBER RE-
SOURCES DO BRASIL LTDA e GOLF INDUSTRIA E COMÉRICO DE MA-
DEIRAS LTDA107. No entanto foi impetrada pelo Ministério Público a Ação
Civil Pública 1516-09.2009.4.01.3902/PA. Tal Ação embasou a decisão judi-
cial que proferiu a liminar contra a continuação da 2ª Licitação para conces-
são florestal.
Segundo os autos do processo de Suspensão de Liminar ou Antecipa-
ção e Tutela 0009520·67.2010.4.01.0000/DF, de 01 de março de 2010, em
segunda instância julgada pelo Desembargador Federal Jirair Aram Megue-
rian108, a Ação Civil Pública 1516-09.2009.4.01.3902/PA objetiva “sustar o
procedimento licitatório da concessão da Floresta Nacional Saracá-Taquera,
localizada nos municípios de Faro, Oriximiná e Terra Santa, no Estado do
Pará, sob o argumento de que o procedimento não observou a necessidade
de prévia titulação dos territórios quilombolas, de prévia revisão do plano
de manejo e de prévia identificação e delimitação das áreas ocupadas pelas
demais comunidades locais”. O Desembargador profere a seguinte decisão:
“Pelo exposto, DEFIRO o pedido e suspendo a medida liminar deferida na
Ação Civil Pública 1516-09.2009.4.01.3902/PA, em trâmite n Subseção Judi-
ciária de Santarém – PA”, argumentando que o projeto de concessão florestal
trará o “desenvolvimento sustentável à região”.
Ingenuidades a parte, temos na verdade um projeto conjunto de
exploração econômica dos recursos naturais na FLONA Saracá-Taquera
em terras tradicionalmente ocupadas por comunidades remanescentes de
quilombo. A concessão florestal pode dar uma solução legal para a extração
florestal da área pretendia pela Mineração Rio do Norte-MRN, já que o
polígono da UMF I tem praticamente a mesma área de Uso Restrito da figura
I, onde estão as lavras atuais e futuras lavras de mineração. Este polígono é a
maior área de concessão florestal nesta unidade, com 136.774 hectares.
Contras tais medidas, de acordo com o documento “Concessão da FLO-
NA Saracá-Taquera ameaça direitos das comunidades quilombolas Oriximiná
– PARÁ”109, a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos
107. Cf. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Comissão Especial de Licitação, Concorrência No.
01/2009, Ata de Reunião. Brasília, 15 de dezembro de 2009.
108. Cf. PODER JUDICIÁRIO. Tribunal Regional Federal da Primeira Região. Decisão - Suspensão
de liminar ou antecipação de tutela - 0009520-67.20 I 0.4.01.0000IDF. Brasília, 01 de março de 2010.
109. Cf. Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná
(ARQMO). Concessão da FLONA Saracá-Taquera ameaça direitos das comunidades quilombolas
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do Município de Oriximiná (ARQMO) tem se manifestado apresentando as
seguintes razões: 1) a existência de doze comunidades quilombolas na FLO-
NA Saracá-Taquera, com processo aberto no INCRA desde 2004, e ainda,
que o “O plano de manejo da FLONA não delimita quais são as terras ocupa-
das pelas 12 comunidades quilombolas que lá existem”, 2) “não foi realizado
um estudo para avaliar qual será o impacto da exploração da FLONA para as
comunidades quilombolas que lá moram”, 3) os quilombolas afetados pelo
projeto de concessão florestal não foram consultado como prevê a Convenção
169 da OIT110, que garante que consulta prévia.
Contudo, o Serviço Florestal Brasileiro-SFB, tenta manobrar a situação
contratando ele mesmo o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação-
-RTID, que de acordo com o Decreto 4.887/2003 seria obrigação do INCRA.
No entanto, isto é possível devido o Art. 3°, §2°, do referido Decreto, que pre-
vê a possibilidade do estabelecimento de parcerias. Neste sentido, o Termo
de Referência111 previa a “contratação de consultoria (Pessoa Jurídica) para
realização de estudo antropológico para subsidiar a elaboração do Relatório
Técnico de Identificação e Delimitação – RTID referente às comunidades re-
manescentes de quilombos do Jamari e Moura, localizadas em Oriximiná/
PA”. Claramente, faz referência as comunidades quilombolas de Moura e Ja-
mari, mais de acordo com a ARQMO, serão atingidas com este projeto 12 co-
munidades quilombolas. Neste sentido, podemos pensar, como que uma das
partes envolvidas no processo, inclusive judicial, pode contratar os serviços
para a elaboração do RTID já que se trata de interesses antagônicos?
É muito difícil ver interesses ambientais por trás da política ambien-
tal do Estado brasileiro que reivindica atualmente para si as ditas “políticas
de desenvolvimento sustentável” concedendo “florestas públicas” à iniciativa
privada para a exploração florestal, no entanto, no caso ora analisado, tais
“florestas públicas” tratam-se na verdade de terras tradicionalmente ocupadas
por comunidades remanescentes de quilombo. Tem-se falado ultimamente
em “ambientalismo empresarial”112, não sei é o caso. O que motivou então a
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criação da FLONA Saracá-Taquera? Podemos acertivamente apontar os in-
teresses econômicos na região, seja a exploração mineral ou florestal. Tais
empreendimentos mineradores e de concessão florestal têm ocasionado a “ju-
dicialização dos conflitos sócio-ambientais”113.
Estamos observando no Brasil os tribunais serem acionados para deci-
dir sobre questões relacionadas a conflitos por posse da terra e pelo controle
de recursos naturais, envolvendo quilombolas, indígenas, faxinais, fundos de
pasto, pomeranos, ribeirinhos, entre outras identidades coletivas. Boaventura
de Sousa Santos (2008)114 tem chamado a atenção para o contexto “latino-
-americano”, referente à “tribunalização” desses conflitos sociais. Ele designa
estes episódios como “judicialização da política”.
Referindo-se à pluralidade de situações sociais que tem se apresentado
diante dos tribunais, tais como a demarcação do território indígena Raposa
Serra do Sol, a regularização dos territórios quilombolas e as políticas
afirmativas Boaventura de Sousa Santos (2006) refere-se a um “período alto
de judicialização política”. Segundo o autor, os tribunais são acionados na
medida em que o “sistema político em sentido estrito (congresso e governo)
não quer ou não pode resolver” (SANTOS, 2008 p. A3).
Almeida destaca, no entanto, os processos que culminam na “judiciliza-
ção” dos conflitos sócio-ambientais. Segundo o autor, “os esquemas explicativos
da intensificação dos conflitos e tensões sociais no campo apontam para duas
ordens de argumentos que explicam aspectos contraditórios de estratégias go-
vernamentais e empresariais” (ALMEIDA, 2007, p.34)115. Para Almeida:
113. Cf. FARIAS JÚNIOR, Emmanuel de A. “Tambor urbano”: deslocamento compulsório e a dinâ-
mica social de construção da identidade quilombola. Dissertação de Mestrado. Manaus: Programa de
Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia-PPGSCA/ UFAM, 2008.
114. SANTOS, Boaventura de Sousa. Bifurcação da justiça. Folha de São Paulo, terça-feira, 10 de
junho de 2008, opinião, A3.
115. Cf. ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de Almeida. Uma campanha de destorritorialização. Direi-
tos territorializações e étnicos: a bola da vez dos estrategistas dos agronegócios. In: Proposta, out/
dez de 2007. Ano 31 – No. 114.
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industriais (pinus, eucalipto, cana-de-açúcar, soja, algodão,
mamona, dendê).
A segunda vertente aponta para novas modalidades de
intervenção na questão ambiental por parte de órgãos
governamentais, agências de financiamento e grandes
empreendimentos bancários, os quais estariam se
preparando para lançar um amplo programa de concessão de
créditos de carbono e reflorestamento. Para incentivar esta
prática conservacionista, estariam sendo criados inúmeros
incentivos financeiros para manter as florestas intactas
(ALMEIDA, 2007, p.34).
Estes interesses, segundo Almeida, formam, entretanto, uma
coalizão de interesses, com lobistas, políticos conservadores,
banqueiros e grandes empresários, “que objetiva limitar os
direitos territoriais reconhecidos a povos e comunidades
tradicionais […]. As formas de ação dos integrantes dessa
coalizão têm levado inclusive a uma certa judicialização dos
conflitos” (ALMEIDA, 2007, p. 35).
116. Para fins deste trabalho, serão acionadas noções jurídico-formais de “povos e comunidades
tradicionais” em consonância com a Convenção 169/Organização Internacional do Trabalho e com o
Decreto nº. 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Susten-
tável dos Povos e Comunidades Tradicionais.
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