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SUMÁRIO

RESUMO / ABSTRACT 1

1. INTRODUÇÃO 2

2. OBJETIVOS 2

3. MÚLTIPLOS ENFOQUES DE ABORDAGEM DA ANÁLISE QUÍMICA 3

4. MÉTODO IPT DE RECONSTITUIÇÃO DE TRAÇO DE ARGAMASSA 4

4.1 Aspectos gerais 4

4.2 Cálculo dos constituintes e do traço 7


4.2.1 Cálculo dos constituintes 7
4.2.2 Cálculo do traço, em massa e volume 8
4.2.3 Considerações quanto à metodologia 10

5. PROGRAMA EXPERIMENTAL 11

5.1 Planejamento da pesquisa 11


5.1.1 Aglomerantes 12
5.1.2 Areia 12

5.2 Etapas de execução 14


5.2.1 Preparo das argamassas e moldagem 14
5.2.2 Cura 14
5.2.3 Caracterização química das argamassas 14

5.3 Resultados da reconstituição de traço 15


5.3.1 Teor de agregado 15
5.3.2 Teor de cimento 15
5.3.3 Teor de cal 15
5.3.4 Proporção dos constituintes na argamassa 15

5.4 Análise dos resultados de reconstituição de traço 20

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 24

6.1 Considerações quanto aos objetivos propostos 24

6.2 Continuidade da pesquisa 25

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
1

RECONSTITUIÇÃO DE TRAÇO DE ARGAMASSAS:


ATUALIZAÇÃO DO MÉTODO IPT

RESUMO

A pesquisa aborda o Método IPT de reconstituição de traço de argamassas aplicando-o a


três argamassas simples, oito argamassas mistas de cimento CP II E-32, cal hidratada
cálcica CHI ou cal hidratada dolomítica CHIII e, três misturas prontas simulando
argamassas industrializadas (QUARCIONI, 1998).
O estudo teve como objetivo adequar o Método IPT às argamassas produzidas com
materiais atuais de mercado, cujas especificações sofreram alterações substanciais nos
últimos anos. Na caracterização química das argamassas foram aplicados ensaios
gravimétricos e titulométricos, preconizados pelo Método IPT. Paralelamente, foram
determinados silício, cálcio, ferro e alumínio por espectrofotometria de absorção
atômica, mostrando-se uma técnica alternativa viável, levando-se em conta as
características específicas de cada elemento químico ensaiado.
O Método IPT apresentou boa reprodutibilidade entre os traços calculados, a partir dos
resultados da análise química, e os traços de dosagem, confirmando sua atualidade e
aplicabilidade para as argamassas estudadas. Os dados experimentais permitiram sugerir
uma correção no cálculo da proporção de agregado, no caso de argamassas com cal
hidratada, de forma a refinar o resultado do traço. A metodologia mostra-se adequada
para elaboração de norma técnica nacional.
ABSTRACT

This research studied the IPT Method for mix-proportion determination of hardened
mortars. The method was applied to two lime, one cement, eight cement-lime based
mortars, and three pre-mixed laboratorial mortars simulating industrial mortars. The
cement type was CP-II E-32 and the hydrated lime types were dolomitic CH III and
calcitic CH I.
The purpose of the study was to adjust the IPT Method for actual mortars which are
produced with those materials found on the market today. The chemical analysis
included gravimetric and titulometric tests as set forth in the IPT Method. Silicium,
calcium, magnesium, iron and aluminum quantities were also determined by Atomic
Absorption Spectroscopy (AAS). This method proved to be a viable alternative to the
IPT Method when taking into consideration the limitations it has for each element.
The IPT Method presented good results when comparing the mix-proportions that were
calculated from chemical analysis with the corresponding mix-proportion references,
demonstrating the method’s actuality and applicability for the quality control of studied
mortars. It is suggested from the experimental data to use a correction factor for the
calculated proportion of sand in the mortars with hydrated lime. The methodology
seemed to be adequate for the elaboration of a National Standard.
2

1. Introdução
No contexto de estudos e avaliação de diferentes aspectos tecnológicos da argamassa1, é
de interesse conhecer o traço, isto é, a proporção dos materiais empregados na
dosagem, aglomerante(s) e agregado, expresso em massa ou volume. São exemplos,
estudos de causas de fenômenos patológicos de revestimentos de obras acabadas,
restauração de obras históricas, controle da qualidade de argamassas industrializadas e
misturas semiprontas para argamassas, e avaliação do desempenho dos materiais
empregados na produção de argamassas.
O Laboratório de Química de Materiais do IPT acumulou uma ampla experiência nos
seus 27 anos de atuação no estudo de materiais de construção, documentando e
divulgando métodos de ensaio e seus resultados.
No que diz respeito à análise química2 de argamassas e de revestimentos de argamassa
desenvolveu um método de reconstituição de traço com base nos resultados da análise
química quantitativa3.
O método de reconstituição de traço para concreto desenvolvido no IPT (Boletim, 1940)
foi adaptado para argamassa. O conhecimento da composição dos materiais
constituintes das argamassas e dos fenômenos químicos envolvidos ao longo do tempo
nos revestimentos, são dados importantes a serem considerados na interpretação de seus
resultados.
Presentemente, a modificação na composição dos cimentos e das cales, o emprego de
materiais residuais e o desenvolvimento e aplicação de novos materiais na construção
civil dificultaram a reconstituição de traço das argamassas endurecidas, constatando-se a
necessidade de uma adequação do método à realidade atual do mercado. Em virtude da
composição dos materiais nem sempre ser conhecida procurou-se também propor um
programa de cálculo com base em composições hipotéticas (QUARCIONI, 1998).
Na literatura encontramos as normas BS 4551-80 e a ASTM C-1324-96, que apresentam
metodologias para a análise química e cálculo do traço de argamassas. Dado a
peculiaridades de cada método não se aplicam diretamente às argamassas nacionais.

2. Objetivos
O estudo teve como objetivo geral atualizar o Método IPT de reconstituição de traço de
argamassas, empregando-se materiais atuais de mercado, caracterizando seu campo de

1
Argamassa, de acordo com a NBR 11172/89, é uma mistura íntima e homogênea de aglomerante de
origem mineral, agregado miúdo, água e, eventualmente, aditivos, em proporções adequadas a uma
determinada finalidade.
2
Análise química, ou melhor, análise química quantitativa, no cotidiano do laboratório, utiliza
basicamente a gravimetria e titrimetria.
3
Análise química quantitativa, é a parte da química analítica que se ocupa da determinação quantitativa
dos diversos elementos químicos ou de suas combinações que estão presentes na composição de um
material estudado (ALEXÉEV, 1966).
3

aplicação e limitações (QUARCIONI, 1998). Em decorrência, teve por objetivos


específicos:
• Avaliar a influência da variação dos teores de aglomerante e agregado na análise
química e no traço da argamassa. Por esta razão, foram definidos traços variando-se a
relação entre aglomerante e agregado (1:3 e 1:4, em volume) como também a relação
entre os aglomerantes (1:1 e 1:2, em volume), para o mesmo traço. Foram escolhidos
traços de argamassas comuns de mercado e casos estudados por solicitações do meio
externo do IPT.
• Estimar a influência, no cálculo do traço, da presença de cal hidratada. Para tanto,
foram empregados dois tipos de cal hidratada, cálcica CH I e dolomítica CH III, com
teores de magnésio e anidrido carbônico bastante diferenciados entre si. Um segundo
aglomerante, além do cimento, implica uma variável a mais a ser considerada no
cálculo.
A variação da relação aglomerante:agregado (1:3 e 1:4) permitirá uma avaliação da
variabilidade do método, quando aplicado a traços mais ricos (1:3), ou a traços mais
pobres (1:4). A variação da relação entre os aglomerantes (1:1 e 1:2) permitirá avaliar se
um aumento expressivo de cal em relação ao cimento tem influência significativa no
resultado do cálculo do traço.

3. Múltiplos enfoques de abordagem da análise


química
A investigação de uma argamassa endurecida pode atender diversas finalidades e
envolver aspectos como a durabilidade e o controle de qualidade dos materiais
empregados ou, como é mais comum, avaliar fenômenos patológicos, permitindo uma
compreensão mais aprofundada das causas que teriam levado à degradação de um dado
revestimento. A resposta que se espera de um estudo determina condições de trabalho e
investimento em recursos a serem aplicados, possibilitando o uso de técnicas de análise
mais sofisticadas ou o desenvolvimento de novas técnicas.
No campo da durabilidade, via de regra, a investigação tem como objetivo relacionar a
microestrutura com as propriedades das argamassas. Técnicas como a porosimetria por
intrusão de mercúrio e a microscopia eletrônica de varredura já são amplamente
utilizadas em estudos desta natureza (CARASEK, 1996).
A análise química não é uma ferramenta adequada para investigação da microestrutura,
mas, pode-se dizer, é indicada para se conhecer a composição do material como um
todo, ao realizar a análise completa, quando é determinada a proporção dos constituintes
da amostra. Na análise química de argamassas empregam-se métodos analíticos
freqüentemente classificados como macros, os quais envolvem determinação de
quantidades de 0,1 grama ou mais de amostra (BASSETT et al., 1981).
Os métodos empregados em química analítica estão embasados em conceitos teóricos de
que se constituem esta ciência, comprovados experimentalmente. Os métodos clássicos,
mais antigos, continuam atuais, dada a confiabilidade dos resultados. São exemplos
métodos gravimétricos e titulométricos.
As técnicas ou métodos instrumentais desenvolvidos nestas últimas décadas, como a
espectrofotometria de absorção atômica, empregada neste estudo, dependem do uso de
4

equipamentos específicos. São técnicas que poderão substituir técnicas clássicas em


diversas aplicações, por serem de execução mais rápida, ou por serem aplicáveis em
determinações de teores muito menores do que se atinge com os métodos clássicos. Por
isso mesmo encontram ampla utilização na indústria. Porém, envolvem investimento
muito maior, nem sempre justificável. Dada a praticidade do seu uso, é interessante
dispor desse método como uma alternativa.
Considerando a importância de ambos os métodos, foi decidido utilizar
espectrofotometria de absorção atômica, como uma técnica alternativa às técnicas
preconizadas pelo Método IPT na determinação de alguns elementos químicos, pela
rapidez de execução e por fazer parte, este equipamento, do instrumental do Laboratório
de Química de Materiais, do Agrupamento de Materiais de Construção Civil do IPT.

4. Método IPT de Reconstituição de traço de


argamassa

4.1 Aspectos gerais


O método de reconstituição de traço desenvolvido originalmente no IPT para concretos
tem sido utilizado para argamassas, com algumas adaptações; baseia-se no princípio de
que a argamassa, ao ser atacada com ácido clorídrico, dá origem a duas frações distintas:
uma insolúvel e outra solúvel. Para argamassas convencionais de cimento Portland, cal
hidratada e agregado quartzoso, a fração solúvel é composta essencialmente pelos
aglomerantes e a fração insolúvel é constituída pelo agregado. Temos ainda uma terceira
fração volátil, que permite quantificar as reações ocorridas após a aplicação da
argamassa. A Tabela 1 apresenta esquematicamente a composição fracionada de
argamassas.

Tabela 1 : Resumo da análise fracionada de argamassas


Fração Determinação Constituinte
Secagem a 100ºC umidade ou água livre
Calcinação de 100 a 500ºC água combinada da cal e do cimento
Volátil Calcinação de 500 a 1000ºC anidrido carbônico dos carbonatos
presentes como fíler ou resultantes da
carbonatação
Insolúvel gravimétrica agregado
ânions, como: SiO44-e SO42-
Solúvel cimento e cal cátions, como: Ca2+, Mg2+, Al3+, Fe3+,Na+
e K+
Assim sendo, o método prevê as determinações quantitativas do agregado na forma de
resíduo insolúvel (RI) e dos aglomerantes na forma de seus íons principais e comuns
solubilizados, cujos resultados são expressos na forma dos óxidos correspondentes:
anidrido silícico (SiO2), óxido de cálcio (CaO), óxido de magnésio (MgO) e óxidos de
ferro e alumínio (R2O3). Na fração volátil determina-se a umidade (UM), perda ao fogo
(PF) e anidrido carbônico (CO2).
5

A subamostra separada por quarteamento é moída até granulometria inferior a 0,84mm


(# ABNT nº 20) e separada em amostras analíticas para os diferentes ensaios químicos.
O método de análise química está apresentado, resumidamente, na Figura 1.
6

I - Andamento principal
AMOSTRA
ANALÍTICA A
(5g)
• adicionar 50mL de solução de HCl (1:2)
• lavar o precipitado com solução de Na2CO3 (5%) e
solução de HCl (5:95).
PRECIPITADO • filtrar, recolhendo o filtrado em balão de 500 mL.
FILTRADO
• calcinar a 1000oC, • evaporar uma alíquota de 200 mL em banho-maria, até
esfriar secura
e pesar • secar em estufa a 100ºC
RI • atacar o resíduo com 30mL de solução de HCl (1:1)
• filtrar, recolhendo o filtrado em béquer

PRECIPITADO
FILTRADO
• calcinar a 1000 C,
o
• adicionar gotas de HNO3 e levar à fervura
esfriar • neutralizar com solução de NH4OH (1:1)
e pesar • filtrar, lavar o precipitado com solução de NH4 NO3
SiO2 (20 g/L), recolhendo o filtrado em béquer

PRECIPITADO
FILTRADO
• calcinar a 1000 C,
o
• ajustar o volume para 300mL
esfriar • adicionar solução HCl (1:1) até meio ácido, pH<5
e pesar • adicionar 15 mL de solução saturada de (NH4)2C2O4
R2O3 • adicionar NH4OH até meio básico, pH>7
• decantar o precipitado em banho-maria por 1h
• filtrar, recolhendo o filtrado em béquer
PRECIPITADO
FILTRADO
• dissolver o resíduo com • acertar o pH com NH4OH
20mL de solução de • precipitar com solução de (NH4)2HPO4 (20% )
H2SO4 (1:1) • manter em repouso de 8 a 12 horas
• aquecer a 80 C e titular
o
• filtrar, descartando o filtrado
com solução de
KMnO4(0,3M)
CaO PRECIPITADO MgO
FILTRADO • calcinar a 1000oC,
esfriar e pesar

Figura 1 : Fluxograma do método de análise química para argamassas


7

II - Umidade e Perda ao Fogo III - Anidrido Carbônico (CO2)

AMOSTRA AMOSTRA
ANALÍTICA B ANALÍTICA C
(1g) (1g)
• determinação
gasométrica
• secar a 100oC, esfriar e após
pesar decomposição
térmica a
1000oC
UMIDADE CO2
• calcinar a 1000oC, esfriar e
pesar
PF

Figura 1 : Fluxograma do método de análise química para argamassas (cont.)

4.2 Cálculo dos constituintes e do traço


4.2.1 Cálculo dos constituintes
Com base nos dados da análise química calcula-se a proporção
aglomerante(s):agregado, isto é, o traço da argamassa em massa, que poderá ser
convertido em volume a partir das massas unitárias dos materiais empregados. A
determinação do teor de um constituinte da argamassa, que provém exclusivamente do
agregado ou do aglomerante, permite estimar, através de cálculo, a relação aglomerante:
agregado presente na mesma.
O roteiro de cálculo a ser adotado depende do conhecimento da composição dos
materiais empregados. Quando não se dispõe da composição química destes, torna-se
necessário assumir valores médios de composição química de amostras de referência.
Os resultados da análise química são recalculados na base de material não volátil, isto é,
excluindo o valor da perda ao fogo até 1000ºC, ou seja, água livre, água combinada e
anidrido carbônico dos materiais empregados ou incorporados à argamassa na evolução
do processo de endurecimento. Justifica-se este artifício de cálculo para permitir a
obtenção dos teores de materiais originalmente utilizados na confecção da argamassa:
anidros e não carbonatados.
Com os valores na base não volátil (NV) e admitindo-se o teor de resíduo insolúvel
como sendo a fração agregado (areia), e os óxidos restantes solubilizados como sendo a
fração aglomerante (cimento e/ou cal), são calculadas as respectivas proporções
percentuais, em referência aos materiais empregados, bem como o traço. Para calcular
os constituintes da argamassa, tem-se o seguinte procedimento:
8

a) teor de agregado: é o teor de resíduo insolúvel da argamassa expresso na base não


volátil (%RI(ARG,NV)).
b) teor de cimento: primeiramente é calculado na base não volátil (%Cim(ARG,NV)), a
partir da sílica solúvel da argamassa (% SiO2(ARG,NV)) e da sílica solúvel do cimento4
empregado (% SiO2(CIM,NV)):
(% SiO 2 ( ARG , NV ) ⋅ 100)
% Cim ( ARG , NV ) = (1)
(% SiO 2 ( CIM , NV ) )

Para se obter o teor de cimento originalmente dosado (%Cim(ARG,OR)), corrige-se o


calculado na base não volátil, acrescentando a perda ao fogo do cimento empregado
(%PF(CIM)), através da seguinte equação:
(% Cim ( ARG , NV ) ) ⋅ 100
% Cim ( ARG ,OR ) = (2)
(100 − % PF( CIM ) )

Quando o cimento não é conhecido, adota-se para a perda ao fogo, o valor máximo
especificado em norma ou de algum cimento de referência escolhido.
c) teor de cal: primeiramente é calculado o teor de cal na base não volátil, expresso
como cal virgem, (%CV). Este pode ser calculado de duas maneiras:
• 1ª alternativa: A partir dos teores de agregado e cimento, o teor de cal virgem é
obtido por diferença do total (100% do total):
% CV = 100 − (% Cim ( ARG , NV ) + % RI ( ARG , NV ) ) (3)

• 2ª alternativa: A partir do teor de óxido de cálcio da argamassa (%CaO(ARG,NV),


descontando-se o CaO proveniente do cimento (%CaO(CIM,NV)):

(% CaO ( ARG , NV ) − (% CaO ( CIM , NV ) .% Cim ( ARG , NV ) )


% CV = ⋅ 100 (4)
% CaO ( CAL , NV )
• Para se obter o teor de cal hidratada originalmente empregada (%Cal(ARG,OR)),
corrige-se o teor de cal calculado na base não volátil, em função da perda ao fogo da
cal original (%PF(CAL)), através da seguinte equação:

% CV
% Cal ( ARG ,OR ) = ⋅ 100 (5)
100 − % PF( CAL )

4.2.2 Cálculo do traço, em massa e volume


O traço em massa de uma argamassa é calculado a partir dos teores percentuais de seus
constituintes, expressos em relação ao cimento, isto é, dividem-se os teores de cal e
agregado pelo teor de cimento. O traço em volume é calculado dividindo-se esses
valores pelas respectivas massas unitárias dos constituintes.

4
Na análise química do cimento obtém-se o teor de sílica total somado ao resíduo insolúvel. Desse total
deve-se subtrair o resíduo insolúvel, obtendo-se então, o valor da sílica solúvel do cimento.
9

A título de ilustração, estão apresentados a seguir os cálculos dos constituintes


percentuais e do traço em massa e em volume de uma dada argamassa, obtidos a partir
de dados da análise química.
A Tabela 2 apresenta os resultados da análise química da argamassa e os respectivos
valores calculados na base não volátil.
A Tabela 3 traz os parâmetros químicos e as massas unitárias dos aglomerantes,
considerados no cálculo do traço.

Tabela 2 : Dados de análise química da argamassa

R e su lta d o s (% )
D e te r m in a ç õ e s B a se o r ig in a l B a se n ã o v o lá til
U m id a d e 0 ,0 0 -
P e rd a a o Fo g o 2 ,5 2 -
RI 8 0 ,0 8 2 ,1
S iO 2 s o lú v e l 2 ,8 1 2 ,8 8
R 2O 3 1 ,1 9 1 ,2 2
C aO 1 2 ,4 1 2 ,7
M gO 0 ,6 3 0 ,6 5
CO2 0 ,8 4 -

Tabela 3 : Parâmetros químicos e massas unitárias dos aglomerantes

Base original Base não volátil Massa unitária


Tipo
(%) (%) (kg/m3)
Cimento SiO2 CaO PF SiO2 CaO
CP II-E 20,5 57,2 5,90 21,8 60,8 1,12
Cal CaO MgO PF CaO MgO
CHI-Cálcica 70,8 0,4 26,4 96,3 0,60 0,53

• Teor de agregado: %RI(ARG,NV )= 82,1


• Teor de cimento:
Pela equação (1), tem-se o teor de cimento anidro:
( 2 ,88 ⋅ 100)
% Cim ( ARG , NV ) = = 13,21 (1)
( 21,8)

Da equação (2), tem-se o teor de cimento original empregado:


(13,21) ⋅ 100
% Cim( ARG ,OR ) = = 14,04 (2)
(100 − 5,9)
10

• Teor de cal hidratada:


A partir da equação (3), tem-se o teor de cal virgem calculado pela diferença dos teores
de areia e cimento:
% CV = 100 − (13,21 + 82,1) = 4,69 (3)

Da equação (4) obtém-se o teor de cal hidratada, calculada em relação à perda ao fogo
da cal hidratada empregada
4,69
% Cal( ARG ,OR ) = ⋅ 100 = 6,38 (4)
100 − 26,46

A partir desses constituintes percentuais, calcula-se o traço em massa correspondente da


argamassa em relação ao cimento:

Traço, em massa
Traço Rel Aglo/Agre
cimento cal areia
1 0,46 5,8 1 / 4,0
14,1 %
, 6,38 %
, 82,1 %
. 1 / 4,0

Para se calcular o traço em volume dividem-se os teores dos constituintes pelas


respectivas massas unitárias, considerando-se a umidade da areia utilizada:
• cimento = 1,12 g/cm3
• cal hidratada = 0,53 g/cm3,
• areia, com 2,5% de umidade = 1,15 g/cm3

Tem-se então:
cimento: 1 / 1,12 = 0,89
cal hidratada: 0,46 / 0,53 = 0,87
agregado: [(5,8 + (5,8 x 0,025)]/1,153 = 5,2

Recalculando-se em relação ao cimento, tem-se o traço em volume:


Traço, em volume
Traço Rel Aglo/Agre
cimento cal areia
1 0,97 5,8 1 / 2,9

4.2.3 Considerações quanto à metodologia


Este método tem sido aplicado rotineiramente para análise química de argamassas
inorgânicas de revestimento ou assentamento, mas considerando algumas limitações que
caracterizam sua aplicação para obtenção do traço de dosagem, vinculadas à natureza e
11

composição dos seus vários constituintes: cimento, cal e agregado. Notadamente


destacam-se:
• não é indicado para argamassas produzidas com cimento Portland pozolânico ou com
adição de pozolanas, no preparo de argamassas. A pozolana é geralmente insolúvel
ao ataque com ácido clorídrico (como é empregado na análise química),
superestimando o teor de areia e minimizando o teor de cimento (o cimento é
calculado em função do teor de sílica solúvel que, admite-se, provém somente do
cimento);
• argamassa com a presença de agregado carbonático compromete o princípio do
método onde o agregado deve permanecer insolúvel ao ataque ácido. Neste sentido, o
método IPT é adequado para argamassas produzidas com agregado quartzoso.
Devido aos fatores abordados acima, pode-se considerar que para se fazer uma
reconstituição é necessário conhecer previamente a natureza do agregado e do
aglomerante empregado. Assim, quando não se conhece o histórico de uma argamassa
ou de uma obra e, portanto, não se dispõe dos dados de caracterização química dos
componentes empregados, o resultado é sempre aproximado. Nesses casos, costuma-se
apresentar a faixa de valores de traço em que a argamassa pode estar situada.

5. Programa experimental

5.1 Planejamento da pesquisa


Para atender aos objetivos do estudo, foram moldadas argamassas simples5 e mistas6 de
cimento Portland e cal hidratada dos tipos cálcica e dolomítica, com agregado silicoso,
de forma a permitir avaliar o método químico de reconstituição de traço. Assim, foram
preparadas três argamassas simples de cimento Portland, cal hidratada cálcica e cal
hidratada dolomítica, com traço 1:3, em volume. Foram preparadas também oito
argamassas mistas de cimento Portland e cales hidratadas cálcica e dolomítica: 1:1:6,
1:2:9, 1:1:8 e 1:2:12, em volume. São traços usados freqüentemente no mercado,
portanto, de interesse prático.
Partiu-se da escolha dos traços em volume, para reproduzir a realidade da obra,
transformando-os em massa para se obter melhor precisão na proporção dos
constituintes na moldagem dos corpos-de-prova. A Tabela 4 apresenta os parâmetros de
dosagem, com as respectivas nomenclaturas adotadas (siglas) para identificação das
argamassas. Para a transformação do traço em volume para traço em massa utilizou-se as
respectivas massas unitárias dos materiais empregados:
• areia seca: 1,46 g/cm3
• areia, com 3% de umidade: 1,12 g/cm3
• cimento Portland CP II-E-32: 1,12 g/cm3
• cal hidratada cálcica CHI: 0,53 g/cm3

5
Argamassa simples é a argamassa preparada com um único aglomerante (NBR 13529/95).
6
Argamassa mista é a argamassa preparada com mais de um aglomerante (NBR 13529/95).
12

• cal hidratada dolomítica CHIII: 0,63 g/cm3


Dado que o Método IPT pode também ser aplicado a argamassas industrializadas,
julgou-se oportuno preparar três misturas prontas7 de argamassa, simulando-as com os
mesmos materiais empregados nas demais argamassas.
Para o cálculo do traço, os resultados das determinações químicas são expressos na base
não volátil. Este artifício de cálculo permite referir e comparar o traço calculado ao traço
de obra, dosado com materiais na base anidra, como é convencionalmente conhecida a
base desses materiais originais. Nas misturas prontas não há incorporação de voláteis
vinculada ao processo de cura; por isso, servirá de referência para avaliar este artifício
de cálculo. Assim, foram preparadas cerca de 200 gramas das seguintes misturas
prontas, com traços expressos em volume: 1:3 cimento:areia (1:3 C-MP); 1:3 cal
hidratada dolomítica:areia (1:3 CD-MP) e 1:1:6 cimento:cal hidratada dolomítica:areia
(1:1:6 CD-MP), com a mesma proporção de materiais das argamassas correspondentes
(Tabela 4).

5.1.1 Aglomerantes
Foram utilizados cimento Portland tipo CP II-E 32, marca Votoran, da S/A Indústrias
Votorantin, cal hidratada cálcica tipo CH I, marca Supercal, da Cobrascal Indústria de
Cal Ltda e cal hidratada dolomítica tipo CH III, marca Votoran, da Companhia Cimento
Portland Itaú. São aglomerantes disponíveis no mercado paulista e de uso comum em
obras.

5.1.2 Areia
Quanto ao agregado, foi utilizada uma areia preparada em laboratório, a partir de frações
da Areia Normal Brasileira (NBR 7214/82) produzidas pelo IPT. A concepção da areia
com tal composição granulométrica surgiu inicialmente dentro de um estudo paralelo
desenvolvido pelo grupo de alunos de pós graduação do Departamento de Construção
Civil da Escola Politécnica, onde se avaliou a influência da curva granulométrica em
algumas propriedades das argamassas (CARNEIRO, 1997). Esta areia foi considerada
adequada para este estudo, porque é uma areia lavada de rio, de natureza quartzosa e
com ausência de materiais argilosos, mica e feldspato, comuns neste tipo de areia, não
tendo assim interferentes no detalhamento da composição das argamassas endurecidas, a
ser feito na etapa seguinte deste estudo.

7
Mistura pronta é a mistura de agregado e aglomerante(s) originais, pronta para o preparo da argamassa
somente pela adição da água de amassamento
13

Tabela 4 : Argamassas estudadas: proporção dos materiais


Identificação das argamassas Traços (em volume, Traços(em massa, Aglo Agre Aglo Agre % cimento % cal % aglom. % agreg.
em função dos traços Sigla de areia úmida) de areia seca) (volume) (massa) (massa) (massa) (massa) (massa)
de dosagem cimento cal areia cimento cal areia
1:3 só cimento 1:3 C 1 0 3 1 0 2,91 1 3 1 2,91 25,6 - 25,6 74,4

1:3 só cal cálcica 1:3 CC 0 1 3 0 1 6,15 1 3 1 6,15 - 14,0 14,0 86,0

1:3 só cal dolomítica 1:3 CD 0 1 3 0 1 5,17 1 3 1 5,17 - 16,2 16,2 83,8

1:1:6 com cal cálcica 1:1:6 CC 1 1 6 1 0,47 5,82 1 3 1 3,96 13,7 6,4 20,1 79,8

1:1:6 com cal dolomítica 1:1:6 CD 1 1 6 1 0,56 5,82 1 3 1 3,73 13,6 7,6 21,2 78,9

1:2:9 com cal cálcica 1:2:9 CC 1 2 9 1 0,95 8,73 1 3 1 4,48 9,4 8,9 18,3 81,7

1:2:9 com cal dolomítica 1:2:9 CD 1 2 9 1 1,13 8,73 1 3 1 4,10 9,2 10,4 19,6 80,4

1:1:8 com cal cálcica 1:1:8 CC 1 1 8 1 0,47 7,76 1 4 1 5,28 10,8 5,1 15,9 84,1

1:1:8 com cal dolomítica 1:1:8 CD 1 1 8 1 0,56 7,76 1 4 1 4,97 10,7 6,0 16,7 83,3

1:2:12 com cal cálcica 1:2:12 CC 1 2 12 1 0,95 11,6 1 4 1 5,95 7,4 7,0 14,4 85,6

1:2:12 com cal dolomítica 1:2:12 CD 1 2 12 1 1,13 11,6 1 4 1 5,45 7,3 8,2 15,5 84,5
14

5.2 Etapas de execução


5.2.1 Preparo das argamassas e moldagem
As argamassas foram preparadas em um misturador com 5 litros de capacidade, de
acordo com a NBR 13276/88, sendo que as argamassas simples e mistas de cal
hidratada não foram maturadas previamente. A quantidade de água empregada foi a
adequada para se obter o índice de consistência de 260 + 5mm, fixado para todos os
traços, que proporcionou uma trabalhabilidade adequada para as moldagens. As
argamassas do estudo foram moldadas em corpos-de-prova prismáticos de 4x4x16cm.

5.2.2 Cura
A desforma deu-se após dois ou três dias da moldagem, com exceção das argamassas
simples de cal hidratada cálcica e dolomítica, ambas desmoldadas com cinco e dez dias,
respectivamente, por serem mais lentas no endurecimento. A cura foi feita em regime
cíclico de cinco dias em ambiente de laboratório (Tmédia= 25ºC, Hmédia= 70%) e dois dias
em câmara úmida (Tmédia= 23ºC, Hmédia= 95%),com exceção das argamassas simples de cal
hidratada, as quais foram mantidas constantemente em ambiente de laboratório. Este
regime de cura simulou uma condição característica do país (clima quente e úmido, com
elevados índices pluviométricos). Os corpos-de-prova foram ensaiados com 92 dias de
cura.

5.2.3 Caracterização química das argamassas


Porções de amostras extraídas de quatro corpos-de-prova foram trituradas compondo-se
uma amostra única. A seguir, a amostra foi homogeneizada e quarteada. Cerca de 100
gramas dessa amostra foram moídas em almofariz de porcelana até granulometria
inferior a 0,84mm (peneira ABNT nº20), e reservadas para análise química.
Quanto às três misturas prontas, estas foram analisadas tal qual obtidas, portanto, sem
cominuição prévia.
Aplicou-se o Método IPT para análise química de argamassas, tanto para as argamassas
endurecidas como para as misturas prontas. Da análise química constou as
determinações de resíduo insolúvel, silício, cálcio, magnésio, ferro e alumínio (como
R2O3), umidade perda ao fogo e anidrido carbônico.
Paralelamente, foram executados ensaios por espectrofotometria de absorção atômica,
nas mesmas amostras utilizadas para análise química. Foram determinados silício,
cálcio, magnésio, ferro e alumínio, com o objetivo de comparar esses resultados aos do
Método IPT. Esta técnica analítica tem a vantagem de empregar menor tempo na
execução do ensaio, em comparação com os métodos clássicos correspondentes.
Todos os ensaios químicos foram executados em triplicata.
Todos os ensaios de caracterização química das argamassas foram realizados no
Laboratório de Química de Materiais da Divisão de Engenharia Civil do IPT.
15

5.3 Resultados da reconstituição de traço


A partir dos dados dos ensaios químicos das argamassas, com intervalo de confiança
para a média (ICM) com 95% de confiança, foram calculados os teores percentuais dos
constituintes, agregado e aglomerante(s), para as argamassas simples, mistas e misturas
prontas.

5.3.1 Teor de agregado


Foi assumido como mínima a variação dos valores de resíduo insolúvel (ICM ≤ 1% em
relação à média) e fixado o valor médio dos ensaios para o cálculo do traço.

5.3.2 Teor de cimento


A partir dos intervalos de confiança das determinações de sílica solúvel, foram
calculados os teores médios, máximos e mínimos dos respectivos teores de cimento para
as argamassas. Estes cálculos foram feitos a partir da sílica solúvel dosada tanto pelo
Método IPT como por absorção atômica ao nível de 95% de confiança.
Nas argamassas simples de cal, existe sílica solúvel, em teores muito baixos, não sendo,
por isso, considerados para o cálculo do cimento. Por esta razão, a norma BS 4551
especifica que teores de sílica solúvel inferiores a 0,5% nas argamassas devem ser
desconsiderados para o cálculo do cimento.

5.3.3 Teor de cal


A cal hidratada foi obtida por diferença do total da argamassa, a partir dos teores de
agregado e cimento precedentemente calculados. Como o resultado considerado é na
base não volátil, a cal obtida é expressa como cal virgem, e sua correção para cal
hidratada é função da perda ao fogo da cal original.

5.3.4 Proporção dos constituintes na argamassa


As Tabelas 5 e 7 apresentam os traços em massa e em volume, respectivamente, das
argamassas e misturas prontas a partir de seus constituintes calculados para o Método
IPT. As Tabelas 6 e 8 apresentam os traços em massa e em volume, respectivamente,
das argamassas e misturas prontas a partir de seus constituintes calculados para absorção
atômica. As mesmas Tabelas trazem os traços de referência originariamente
apresentados na Tabela 4.
Para se expressar a proporção dos constituintes cimento : cal : areia, por convenção,
fixa-se o cimento como sendo um (1) e a cal e a areia calculados proporcionalmente.
Sendo o teor de cimento fixo pode-se comparar as porcentagens em massa da cal e do
agregado obtidos, aos realmente adicionados no preparo da mistura. As mesmas
proporções podem ser comparadas em volume, levando em conta a massa unitária
desses materiais.
16

Tabela 5 : Traços das argamassas, calculados a partir da análise química, em massa - Método IPT

Traços de referência Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)


Traço (Dados de dosagem)
Média Máxima Mínima
Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre
1:3 C 1 - 2,9 1 : 2,9
..
1 - 2,9 1 : 2,9
..
1 - 2,8 1 : 2,8
..
1 - 2,9 1 : 2,9
..

1:3 CC - 1,00 6,2 1 : 6,2


..
- 1,00 6,2 1 : 6,2
..
- 1,00 6,2 1 : 6,2
..
- 1,00 6,3 1 : 6,3
..

1:3 CD - 1,00 5,2 1 : 5,2


..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..

1:1:6 CC 1 0,47 5,8 1 : 3,9


..
1 0,45 6,0 1 : 4,1
..
1 0,41 5,8 1 : 4,1
..
1 0,49 6,2 1 : 4,2
..

1:1:6 CD 1 0,56 5,8 1 : 3,7


..
1 0,57 6,3 1 : 4,0
..
1 0,52 6,2 1 : 4,1
..
1 0,61 6,5 1 : 4,0
..

1:2:9 CC 1 0,95 8,7 1 : 4,5


..
1 1,05 9,3 1 : 4,5
..
1 0,97 9,0 1 : 4,6
..
1 1,13 9,6 1 : 4,5
..

1:2:9 CD 1 1,13 8,7 1 : 4,1


..
1 0,95 8,5 1 : 4,4
..
1 0,86 8,1 1 : 4,4
..
1 1,05 8,8 1 : 4,3
..

1:1:8 CC 1 0,47 7,8 1 : 5,3


..
1 0,65 8,8 1 : 5,3
..
1 0,62 8,7 1 : 5,4
..
1 0,68 9,0 1 : 5,4
..

1:1:8 CD 1 0,56 7,8 1 : 5,0


..
1 0,45 7,9 1 : 5,4
..
1 0,37 7,5 1 : 5,5
..
1 0,54 8,3 1 : 5,4
..

1:2:12 CC 1 0,95 11,6 1 : 5,9


..
1 1,04 12,4 1 : 6,1
..
1 0,92 11,8 1 : 6,1
..
1 1,18 13,2 1 : 6,1
..

1:2:12 CD 1 1,13 11,6 1 : 5,4


..
1 0,88 11,6 1 : 6,2
..
1 0,62 10,1 1 : 6,2
..
1 1,22 13,4 1 : 6,0
..

1:3 C-MP 1 - 2,9 1 : 2,9


..
1 - 3,5 1 : 3,5
..
1 - 3,5 1 : 3,5
..
1 - 3,6 1 : 3,6
..

1:3 CD-MP - 1,00 5,2 1 : 5,2


..
- 1,00 5,6 1 : 5,6
..
- 1,00 5,5 1 : 5,5
..
- 1,00 5,6 1 : 5,6
..

1:1:6 CD-MP 1 0,56 5,8 1 : 3,7


..
1 0,46 6,4 1 : 4,4
..
1 0,31 6,1 1 : 4,7
..
1 0,71 7,7 1 : 4,5
..
17

Tabela 6 : Traços das argamassas calculados a partir da análise química, em volume - Método IPT

Traços de referência Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)


Traço (Dados de dosagem)
Média Máxima Mínima
Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre
1:3 C 1 - 3 1 : 3,0
.. 1 - 3,0 1 : 3,0
.. 1 - 2,9 1 : 2,9
.. 1 - 3,0 1 : 3,0
..

1:3 CC - 1 3 1 : 3,0
.. - 1,0 3,0 1 : 3,0
.. - 1,0 3,0 1 : 3,0
.. - 1,0 3,1 1 : 3,1
..

1:3 CD - 1 3 1 : 3,0
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
..

1:1:6 CC 1 1 6 1 : 3,0
.. 1 1,0 6,2 1 : 3,1
.. 1 0,9 6,0 1 : 3,2
.. 1 1,0 6,4 1 : 3,2
..

1:1:6 CD 1 1 6 1 : 3,0
.. 1 1,0 6,5 1 : 3,3
.. 1 0,9 6,4 1 : 3,4
.. 1 1,1 6,7 1 : 3,2
..

1:2:9 CC 1 2 9 1 : 3,0
.. 1 2,2 9,6 1 : 3,0
.. 1 2,0 9,3 1 : 3,1
.. 1 2,4 9,9 1 : 2,9
..

1:2:9 CD 1 2 9 1 : 3,0
.. 1 1,7 8,8 1 : 3,3
.. 1 1,5 8,4 1 : 3,4
.. 1 1,9 9,1 1 : 3,1
..

1:1:8 CC 1 1 8 1 : 4,0
.. 1 1,4 9,1 1 : 3,8
.. 1 1,3 9,0 1 : 3,9
.. 1 1,4 9,3 1 : 3,9
..

1:1:8 CD 1 1 8 1 : 4,0
.. 1 0,8 8,1 1 : 4,5
.. 1 0,7 7,7 1 : 4,5
.. 1 1,0 8,6 1 : 4,3
..

1:2:12 CC 1 2 12 1 : 4,0
.. 1 2,2 12,8 1 : 4,0
.. 1 1,9 12,2 1 : 4,2
.. 1 2,5 13,6 1 : 3,9
..

1:2:12 CD 1 2 12 1 : 4,0
.. 1 1,6 12,0 1 : 4,6
.. 1 1,1 10,4 1 : 5,0
.. 1 2,2 13,8 1 : 4,3
..

1:3 C-MP 1 - 3 1 : 3,0


.. 1 - 3,6 1 : 3,6
.. 1 - 3,6 1 : 3,6
.. 1 - 3,7 1 : 3,7
..

1:3 CD-MP - 1 3 1 : 3,0


.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
..

1:1:6 CD-MP 1 1 6 1 : 3,0


.. 1 0,8 6,6 1 : 3,7
.. 1 0,6 6,3 1 : 3,9
.. 1 1,3 7,9 1 : 3,4
..
18

Tabela 7 : Traços das argamassas calculados a partir dos ensaios de absorção atômica, em massa

Traços de referência Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)


Traço (Dados de dosagem)
Média Máxima Mínima
Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre
1:3 C 1 - 2,9 1 : 2,9
..
1 - 2,8 1 : 2,8
..
1 - 2,7 1 : 2,7
..
1 - 2,8 1 : 2,8
..

1:3 CC - 1,00 6,2 1 : 6,2


..
- 1,00 6,2 1 : 6,2
..
- 1,00 6,2 1 : 6,2
..
- 1,00 6,3 1 : 6,3
..

1:3 CD - 1,00 5,2 1 : 5,2


..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..
- 1,00 5,0 1 : 5,0
..

1:1:6 CC 1 0,47 5,8 1 : 3,9


.. 1 0,36 5,7 1 : 4,2
.. 1 0,31 5,5 1 : 4,2
.. 1 0,42 5,9 1 : 4,2
..

1:1:6 CD 1 0,56 5,8 1 : 3,7


.. 1 0,44 5,9 1 : 4,1
.. 1 0,29 5,4 1 : 4,2
.. 1 0,63 6,5 1 : 4,0
..

1:2:9 CC 1 0,95 8,7 1 : 4,5


.. 1 0,89 8,7 1 : 4,6
.. 1 0,64 7,7 1 : 4,7
.. 1 1,22 10,0 1 : 4,5
..

1:2:9 CD 1 1,13 8,7 1 : 4,1


.. 1 0,93 8,4 1 : 4,4
.. 1 0,73 7,6 1 : 4,4
.. 1 1,17 9,3 1 : 4,3
..

1:1:8 CC 1 0,47 7,8 1 : 5,3


.. 1 0,47 8,1 1 : 5,5
.. 1 0,21 6,8 1 : 5,6
.. 1 0,85 9,8 1 : 5,3
..

1:1:8 CD 1 0,56 7,8 1 : 5,0


..
1 0,36 7,5 1 : 5,5
..
1 0,25 6,9 1 : 5,5
..
1 0,51 8,1 1 : 5,4
..

1:2:12 CC 1 0,95 11,6 1 : 5,9


..
1 0,78 11,0 1 : 6,2
..
1 0,54 9,7 1 : 6,3
..
1 1,10 12,9 1 : 6,1
..

1:2:12 CD 1 1,13 11,6 1 : 5,4


..
1 0,72 10,6 1 : 6,2
..
1 0,62 10,1 1 : 6,2..
1 0,81 11,2 1 : 6,2
..

1:3 C-MP 1 - 2,9 1 : 2,9


..
1 - 3,6 1 : 3,6
..
1 - 3,3 1 : 3,3
..
1 - 3,9 1 : 3,9
..

1:3 CD-MP - 1,00 5,2 1 : 5,2


..
- 1,00 5,6 1 : 5,6
..
- 1,00 5,5 1 : 5,5
..
- 1,00 5,6 1 : 5,6
..

1:1:6 CD-MP 1 0,56 5,8 1 : 3,7


..
1 0,46 6,4 1 : 4,4
..
1 0,25 5,9 1 : 4,7
..
1 0,80 8,0 1 : 4,4
..
19

Tabela 8 : Traços das argamassas calculados a partir dos ensaios de absorção atômica, em volume

Traços de referência Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)


Traço (Dados de dosagem)
Média Máxima Mínima
Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre Cim Cal AreiaAglo : Agre
1:3 C 1 - 3 1 : 3,0
.. 1 - 2,9 1 : 2,9
.. 1 - 2,8 1 : 2,8
.. 1 - 2,9 1 : 2,9
..

1:3 CC - 1 3 1 : 3,0
.. - 1,0 3,0 1 : 3,0
.. - 1,0 3,0 1 : 3,0
.. - 1,0 3,1 1 : 3,1
..

1:3 CD - 1 3 1 : 3,0
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
.. - 1,0 2,9 1 : 2,9
..

1:1:6 CC 1 1 6 1 : 3,0
.. 1 0,8 5,9 1 : 3,3
.. 1 0,7 5,7 1 : 3,4
.. 1 0,9 6,1 1 : 3,2
..

1:1:6 CD 1 1 6 1 : 3,0
.. 1 0,8 6,1 1 : 3,4
.. 1 0,5 5,6 1 : 3,7
.. 1 1,1 6,7 1 : 3,2
..

1:2:9 CC 1 2 9 1 : 3,0
.. 1 1,9 9,0 1 : 3,1
.. 1 1,4 7,9 1 : 3,3
.. 1 2,6 10,3 1 : 2,9
..

1:2:9 CD 1 2 9 1 : 3,0
.. 1 1,7 8,7 1 : 3,2
.. 1 1,3 7,8 1 : 3,4
.. 1 2,1 9,6 1 : 3,1
..

1:1:8 CC 1 1 8 1 : 4,0
.. 1 1,0 8,4 1 : 4,2
.. 1 0,4 7,0 1 : 5,0
.. 1 1,8 10,1 1 : 3,6
..

1:1:8 CD 1 1 8 1 : 4,0
.. 1 0,6 7,7 1 : 4,8
.. 1 0,4 7,1 1 : 5,1
.. 1 0,9 8,4 1 : 4,4
..

1:2:12 CC 1 2 12 1 : 4,0
.. 1 1,6 11,3 1 : 4,3
.. 1 1,1 10,0 1 : 4,8 .. 1 2,3 13,3 1 : 4,0
..

1:2:12 CD 1 2 12 1 : 4,0
.. 1 1,3 10,9 1 : 4,7
.. 1 1,1 10,4 1 : 5,0 .. 1 1,4 11,5 1 : 4,8
..

1:3 C-MP 1 - 3 1 : 3,0


.. 1 - 3,7 1 : 3,7
.. 1 - 3,4 1 : 3,4
.. 1 - 4,0 1 : 4,0
..

1:3 CD-MP - 1 3 1 : 3,0


.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
.. - 1,0 3,2 1 : 3,2
..

1:1:6 CD-MP 1 1 6 1 : 3,0


.. 1 0,8 6,6 1 : 3,7
.. 1 0,4 6,1 1 : 4,4
.. 1 1,4 8,2 1 : 3,4
..
20

5.4 Análise dos resultados de reconstituição de traço


São relevantes duas constatações em relação aos traços calculados:
• o resíduo insolúvel (teor de agregado) calculado na base não volátil foi
sistematicamente superestimado, notadamente nas argamassas com cal hidratada.
Não há justificativa para superestimar o RI, porque o agregado é totalmente
insolúvel, pois não foram utilizados aglomerantes com adição pozolânica.
• As diferenças de traço são mais acentuadas nas argamassas que contêm cal hidratada.
• Como o Método IPT assume que o resíduo insolúvel na base não volátil representa o
teor de areia (RI dosado), presume-se que estes resultados deveriam ser iguais.
Na Figura 2 observa-se que na argamassa 1:3 C o valor de RI dosado e o RI na base não
volátil são muito próximos (próximo da reta de igualdade), ao passo que as argamassas
simples de cal hidratada cálcica e dolomítica possuem valores superestimados do RI
calculados na base não volátil (acima da reta de igualdade). Neste sentido, a argamassa
de cal cálcica tende a ser mais superestimada que a argamassa de cal dolomítica.

90,0

85,0
Na base não volátil
y = 1,2921x - 21,248
2
80,0 R = 0,9971
% RI da análise química

75,0

70,0 Na base original


Na base original
Na base não volátil
y = 1,427x - 39,193
2
Igualdade R = 0,9982
65,0 Linear (N a base não volátil)
Linear (N a base original)
Linear (Igualdade)

60,0
60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0 90,0
% RI dosado ( Areia)

Figura 2 : Correlação do resíduo insolúvel (RI) nas argamassas simples


Colocou-se duas hipóteses a esta questão: a presença de cal hidratada na argamassa é
responsável por esta diferença ou o tratamento matemático para expressar os resultados
na base não volátil não está sendo devidamente aplicado.
Para avaliar com maior detalhe o fenômeno da dispersão dos dados de cálculo, foram
traçados os gráficos de correlação do RI dosado (areia ) e RI da análise química
calculado na base não volátil, para os vários grupos de argamassas. A seguir, as Figuras
3 e 4 ilustram os gráficos traçados para argamassas com cal cálcica e com cal
dolomítica.
21

90,0

88,0

86,0 Na base não volátil


y = 0,8827x + 12,188
84,0 2
R = 0,9978
% RI da análise química

82,0

80,0

78,0

Na base original
76,0
Na base não volátil
Igualdade Na base original
74,0 Linear (Igualdade)
Linear (Na base não volátil)
y = 1,4206x - 41,11
2
72,0 Linear (Na base original) R = 0,9334

70,0
70,0 72,0 74,0 76,0 78,0 80,0 82,0 84,0 86,0 88,0 90,0
% RI dosado (Areia)

Figura 3 : Correlação do resíduo insolúvel (RI) nas argamassas mistas com cal
cálcica

90,0

88,0

Na base não volátil


86,0 y = 0,9371x + 8,5164
2
R = 0,9932
84,0
% RI da análise química

82,0

80,0

78,0
Na base original
76,0 Na base não volátil
Igualdade
Linear (Igualdade)
74,0
Linear (Na base original) Na base original
Linear (Na base não volátil) y = 0,919x - 0,4812
72,0 2
R = 0,9678
70,0
70,0 72,0 74,0 76,0 78,0 80,0 82,0 84,0 86,0 88,0 90,0
%RI dosado (Areia)

Figura 4 : Correlação do resíduo insolúvel (RI) nas argamassas mistas com cal
dolomítica
A partir da observação dos gráficos acima podemos concluir:
• Argamassa simples de cimento
O método tradicional de cálculo não incorpora um erro, pois na argamassa 1:3C o valor
do RI dosado e RI na base não volátil são praticamente os mesmos (Figura 2). Como
não existe cal, principal responsável pela perda ao fogo, a PF da argamassa depende
22

praticamente do cimento. A PF do cimento é baixa, compreende-se então, porque o


valor do RI dosado e do RI calculado na base não volátil são muito próximos. Por isso, a
aplicação do RI diretamente obtido na análise química, sem correção para base não
volátil, é válido para argamassa simples de cimento e concreto, que possuem como
aglomerante somente o cimento Portland.
• argamassas simples de cal
À medida que aumenta o teor de cal, aumenta a dispersão do RI dosado em relação ao
RI na base não volátil (Figura 2). O aumento do teor de PF da própria cal e o aumento
dos voláteis incorporados na cura da argamassa são responsáveis pela maior dispersão
dos valores de RI na base não volátil.
• argamassas de cimento e cal
O RI dosado em relação ao RI na base não volátil atinge a máxima dispersão, pela
presença da cal hidratada. A argamassa com cal cálcica incorporou mais voláteis na
cura, mostrada pela Figura 3, isto é, quanto maior o teor de aglomerante, maior é a
dispersão. Isto é observado pelo maior distanciamento da reta de igualdade. Com a
presença de cal dolomítica nota-se que a dispersão é mais homogênea, para todos os
traços. Isto provavelmente está vinculado ao fenômeno de carbonatação, menos
acentuado para esta cal (Figura 4). É preciso ressaltar que a carbonatação se dá de fora
para dentro da argamassa, não existindo assim frações de corpo-de-prova com o mesmo
teor de voláteis. Como a amostra analítica representa o todo, não se pode evitar as
dispersões dos resultados, pois ela é inerente ao material analisado.
Nota-se ainda que em todos os gráficos os valores expressos na base não volátil
possuem maior linearidade em relação às retas originadas dos valores obtidos na análise
química, quando comparados com a reta de igualdade. Portanto, o uso da base não
volátil é mais indicado como base de cálculo do traço.
• Conclusão
A partir desta abordagem pode-se recomendar a aplicação de um fator de correção (fc)
para refinamento do resíduo insolúvel. Este fator pode ser obtido, portanto, aplicando-se
a equação da reta da relação %RI dosado(Areia) vs %RI determinado na análise
química, expresso na base não volátil, para cada grupo.
Para exemplificar as Tabela 9 e 10 apresentam os traços calculados e corrigidos das
argamassas, em massa e em volume, respectivamente.
23

Tabela 9 : Traços das argamassas obtidos a partir da análise química e corrigidos,


em massa - Método IPT
Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)
Dados de Dosagem determinada na análise via úmida - Método IPT
Traço Valor de referência Sem correção Com correção
Média Média
Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre
1:3 C 1 - 2,9 1 : 2,9
. . 1 - 2,9 1 : 2,9
. . 1 - 2,8 1 : 2,8
. .

1:3 CC - 1,00 6,1 1 : 6,1


. . - 1,00 6,3 1 : 6,3
. . - 1,00 6,0 1 : 6,0
. .

1:3 CD - 1,00 5,2 1 : 5,2


. . - 1,00 5,0 1 : 5,0
. . - 1,00 4,8 1 : 4,8
. .

1:1:6 CC 1 0,47 5,8 1 : 3,9


. . 1 0,45 6,0 1 : 4,1
. . 1 0,45 5,8 1 : 4,0
. .

1:1:6 CD 1 0,56 5,8 1 : 3,7


. . 1 0,56 6,3 1 : 4,0
. . 1 0,56 6,1 1 : 3,9
. .

1:2:9 CC 1 0,95 8,7 1 : 4,5


. . 1 1,04 9,3 1 : 4,6
. . 1 1,04 9,0 1 : 4,4
. .

1:2:9 CD 1 1,13 8,7 1 : 4,1


. . 1 0,95 8,5 1 : 4,4
. . 1 0,95 8,2 1 : 4,2
. .

1:1:8 CC 1 0,47 7,8 1 : 5,3


. . 1 0,64 8,8 1 : 5,4
. . 1 0,64 8,5 1 : 5,2
. .

1:1:8 CD 1 0,56 7,8 1 : 5,0


. . 1 0,45 7,9 1 : 5,4
. . 1 0,45 7,6 1 : 5,2
. .

1:2:12 CC 1 0,95 11,6 1 : 5,9


. . 1 1,04 12,4 1 : 6,1
. . 1 1,04 12,1 1 : 5,9
. .

1:2:12 CD 1 1,12 11,6 1 : 5,5


. . 1 0,88 11,6 1 : 6,2
. . 1 0,88 11,2 1 : 6,0
. .

1:3 C-MP 1 - 2,9 1 : 2,9


. . 1 - 3,5 1 : 3,5
. . 1 - 3,4 1 : 3,4
. .

1:3 CD-MP - 1,00 5,2 1 : 5,2


. . - 1,00 5,6 1 : 5,6
. . - 1,00 5,4 1 : 5,4
. .

1:1:6 CD-MP 1 0,56 5,8 1 : 3,7


. . 1 0,49 6,4 1 : 4,3
. . 1 0,49 6,2 1 : 4,2
. .

Tabela 10 : Traços das argamassas obtidos a partir da análise química e


corrigidos, em volume - Método IPT
Valores calculados a partir da sílica solúvel (SiO2)
Traço Dados de Dosagem determinada na análise via úmida - Método IPT
Valor de referência Sem correção Com correção
Média Média
Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre Cim Cal Areia Aglo : Agre
1:3 C 1 - 3 1 : 3,0
. . 1 - 3,0 1 : 3,0
. . 1 - 2,9 1 : 2,9
. .

1:3 CC - 1 3 1 : 3,0
. . - 1,0 3,1 1 : 3,1
. . - 1,0 2,9 1 : 2,9
. .

1:3 CD - 1 3 1 : 3,0
. . - 1,0 2,9 1 : 2,9
. . - 1,0 2,8 1 : 2,8
. .

1:1:6 CC 1 1 6 1 : 3,0
. . 1 1,0 6,2 1 : 3,1
. . 1 1,0 6,0 1 : 3,0
. .

1:1:6 CD 1 1 6 1 : 3,0
. . 1 1,0 6,5 1 : 3,3
. . 1 1,0 6,3 1 : 3,2
. .

1:2:9 CC 1 2 9 1 : 3,0
. . 1 2,2 9,6 1 : 3,0
. . 1 2,2 9,3 1 : 2,9
. .

1:2:9 CD 1 2 9 1 : 3,0
. . 1 1,7 8,8 1 : 3,3
. . 1 1,7 8,5 1 : 3,1
. .

1:1:8 CC 1 1 8 1 : 4,0
. . 1 1,4 9,1 1 : 3,8
. . 1 1,4 8,8 1 : 3,7
. .

1:1:8 CD 1 1 8 1 : 4,0
. . 1 0,8 8,1 1 : 4,5
. . 1 0,8 7,8 1 : 4,3
. .

1:2:12 CC 1 2 12 1 : 4,0
. . 1 2,2 12,8 1 : 4,0
. . 1 2,2 12,5 1 : 3,9
. .

1:2:12 CD 1 2 12 1 : 4,0
. . 1 1,6 12,0 1 : 4,6
. . 1 1,6 11,5 1 : 4,4
. .

1:3 C-MP 1 - 3 1 : 3,0


. . 1 - 3,6 1 : 3,6
. . 1 - 3,5 1 : 3,5
. .

1:3 CD-MP - 1 3 1 : 3,0


. . - 1,0 3,2 1 : 3,2
. . - 1,0 3,1 1 : 3,1
. .

1:1:6 CD-MP 1 1 6 1 : 3,0


. . 1 0,9 6,6 1 : 3,5
. . 1 0,9 6,4 1 : 3,4
. .

Fica evidente que a dispersão dos resultados do traço provêm, sobretudo, do tratamento
de dados (método de cálculo) e não da análise química. Para se chegar a esta conclusão
o planejamento experimental foi adequado, fornecendo dados que se complementaram
na sua interpretação.
24

6. Considerações finais
As técnicas analíticas do Método IPT são consagradas em química analítica. Portanto,
trata-se de avaliar sua aplicação em argamassa, visando atender à demanda do meio
técnico. A ordem de grandeza das medições no mundo da química é muito menor que
no campo da engenharia. Assim sendo, é fundamental saber interpretar corretamente os
dados da bancada de laboratório em confronto com dados de dosagem de obra.
Assim, foi relevante a comparação dos traços de referência ou de dosagem com os
traços obtidos através dos ensaios químicos, para avaliar se a variabilidade dos
resultados está dentro de uma margem aceitável pelo meio técnico. O atendimento desta
expectativa determinou a aceitação do método.
Via de regra, a dosagem de argamassas em obra é feita em volume. Portanto, trata-se de
uma medida que carece de precisão, exceção feita a construtoras que possuem controle
mais rigoroso do processo construtivo. Dessa forma, o valor do traço que é obtido a
partir da análise química deve ser considerado nesse contexto.
Assim sendo, este panorama vemos que as diferenças observadas em resultados de
traços podem ser perfeitamente aceitáveis. Mesmo em casos onde o valor do traço de
referência não esteve exatamente dentro da faixa de limites, obtidos pelo ICM, são
valores de mesma ordem de grandeza, plausível para o meio técnico.
Neste sentido, são confiáveis, por exemplo, respostas obtidas pelos ensaios químicos
para questões como:
• uma dada argamassa apresenta ou não cal hidratada em sua composição ?
• é possível distinguir se um traço é 1:1:8 ou 1:2:12 ? ou,
• comprovar se a relação agregado/aglomerante é 1:3 ou 1:4.
São respostas de interesse do meio técnico.
Vale a pena ressaltar, por fim, o dado mais importante que foi a correção do traço, a
partir dos dados da análise química. Estes dados permitiram justificar a diferença entre o
traço calculado e o dosado e elaborar uma correção.

6.1 Considerações quanto aos objetivos propostos


Considerando os resultados obtidos em relação aos objetivos propostos deste estudo,
conclui-se que:
• O Método IPT é aplicável para materiais atuais de mercado, observando-se as
limitações características apresentadas em 4.2.3. Os materiais e traços empregados
representam um espectro representativo de mercado. O estudo foi feito com cimento
CP II-E mas, é aplicável, em princípio, igualmente em argamassas produzidas com
cimentos tipo CPI, CPII-F, CPIII, e CP V e, com cal magnesiana;
• O Método IPT é aplicável igualmente para argamassas de relação
aglomerante:agregado 1:3 e 1:4. Não foi constatada variabilidade acentuada entre
traço mais rico ou mais pobre em aglomerantes, ou mesmo mais rico ou mais pobre
em cal;
25

• O uso de espectrofotometria de absorção atômica demonstrou ser uma técnica


alternativa na determinação de SiO2, CaO e MgO, com resultados satisfatórios em
relação à via úmida. O R2O3 foi sistematicamente subestimado, em relação à via
úmida; isto se explica porque o R2O3 da absorção atômica é dado pela soma apenas
do Fe2O3 e Al2O3, enquanto no método por via úmida inclui outros elementos,
embora em baixos teores, mas responsáveis pelas diferenças observadas. Este detalhe
deve ser considerado quando a quantificação destes elementos for importante em
casos específicos porém, não são levados em conta no cálculo do traço. A absorção
atômica é uma técnica de excelência reconhecida. Na sua aplicação em argamassas,
há um ganho no tempo de ensaio, porém com custo superior. Em casos onde há
necessidade da confirmação de resultado de um dos parâmetros da análise química
por via úmida ou, de controle de obra que demandem resultados expeditos, pode ser
aplicada como técnica alternativa.
• O Método IPT pode ser aplicável a argamassas industrializadas como demonstraram
os ensaios em misturas prontas, mas com aumento na dispersão dos resultados, a
serem abordadas futuramente, em estudos complementares.

6.2 Continuidade da pesquisa


Diante dos resultados obtidos são propostas algumas etapas para dar continuidade a esta
linha de pesquisa:
• avaliar a influência da granulometria da amostra na análise química e nos resultados
do cálculo do traço;
• estudar a amostragem para mistura prontas para minimizar a influência da
heterogeneidade do material;
• aplicar complexometria como técnica alternativa na determinação de ferro, alumínio,
cálcio e magnésio. Trata-se de uma técnica analítica já normalizada no Brasil para a
análise química de cimento e cal hidratada;
• adequar o Método IPT para aplicação em argamassa com presença de agregado
carbonático e adição de material pozolânico no cimento ou na argamassa;
• aperfeiçoar a correção no cálculo do traço a partir de estudos teóricos e
experimentais.
26

7. Referências Bibliográficas
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27

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