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MOCUBA, 2015
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
Mocuba, 2015
DECLARAÇÃO
Eu, Ernesto Júlio Guente, declaro que esta dissertação é resultado do meu próprio trabalho e
está a ser submetida para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal na Universidade
Zambeze, Mocuba. Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação
em nenhuma outra universidade.
_______________________________________
I. IDENTIFICAÇÃO
Apelido: Guente
Filiação
Sexo: Masculino
Nacionalidade: Moçambicana
Idade 26 anos
2012 - Estagio na DPA - Sofala, nos Serviços provinciais de Floresta e Fauna Bravia na
área de fiscalização de produtos Florestais Madeireiro.
2013 - Estagio na DPA - Zambézia, nos Serviços provinciais de Floresta e Fauna Bravia
na área de fiscalização de produtos Florestais Madeireiro.
V. APTIDÕES
Disponibilidade imediata;
Alto sentido de responsabilidade e criatividade;
Pré disposição para trabalhar de acordo com as disposições da empresa;
Boa capacidade de expressão e de relacionamento interpessoal;
Habilidades para trabalhar em equipa e sobre pressão;
Flexibilidade no trabalho;
VI. LÍNGUAS
Língua Fala Leitura Escrita
II. CONTACTOS
Aos meus pais Júlio Guente (in memoriam) e a minha querida mãe Rosa Gimo Jó Chinsomba
pelo apoio moral e incondicional, carinho, incentivo e confiança depositado em mim.
Aos meus queridos sobrinhos Júlio Helcio e Teleu Guente, para que este trabalho sirva como
exemplo e fonte de inspiração em suas vidas.
AGRADECIMENTOS
Á Deus por guiar meus caminhos, por me dar força e sabedoria para a concretização deste sonho.
À minha família, minha mãe Rosa Gimo e meus irmãos Leonilde, Marcelino, Imaculada, Ana
Maria e Guente, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até
esta etapa de minha vida.
Ao docente, orientador Eng⁰ Noé dos Santos Ananias Hofiço (MSc), pela sua dedicação e
paciência para me orientar.
À Engᵃ Ilya Corona, com quem partilhei o que era o broto daquilo que veio a ser esse trabalho.
Ao Prof. Doutor Fidel Gongora e ao Eng⁰ Jeremias Benjamim pelas contribuições feitas em
relação ao trabalho e ensinamentos durante a minha formação.
À todos os professores do Curso de Engenharia Florestal que foram tão importantes na minha
vida académica e no desenvolvimento dessa dissertação, em especial ao dr. Jaime Macuacua.
Aos Técnicos (fiscais) dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia da Zambézia em
especial aos senhores Nazir Lazizi e Sílvio Basílio pela paciência, ajuda e incentivo que
tornaram possível a conclusão desta dissertação.
À minha namorada Aldmira Chifuco, pelo carinho, ajuda e apoio moral que tanto precisei.
À todos os meus colegas do curso de Engenharia Florestal, em especial aos meus amigos João
Bute, Berta Guambe, Abílio Vilanculos e Moreira Chimoio pela ajuda constante nos trabalhos
desenvolvidos, MEU FORTE ABRAÇO.
À todas as pessoas que contribuíram de forma directa ou indirecta nesta importante etapa da
minha vida, O MEU MUITO OBRIGADO!
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
3.2 Métodos.......................................................................................................................... 16
3.2.1 Recolha de dados .................................................................................................... 17
4.2 Recursos humanos para a fiscalização por nível de formação nos SPFFBZ ................. 24
4.7 Medidas para melhorar o actual sistema de fiscalização na Província da Zambézia ..... 34
5.2 Recomendações.............................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................... 44
APÊNDICES ............................................................................................................................... 48
RESUMO
O presente estudo foi realizado com o objectivo de avaliar o actual sistema de fiscalização de
produtos florestais madeireiros na Província da Zambézia. Os elementos necessários para a
análise basearam-se em 32 entrevistas semi-estruturadas à informantes chaves envolvidos no
processo de fiscalização, dos quais 16 foram técnicos dos SPFFBZ e os restantes 16 foram
distribuídos entre operadores florestais (fiscais ajuramentados) e a comunidade local. Para a
selecção dos entrevistados foi usada a amostragem estratificada, em seguida foi usada a
amostragem do tipo bola de neve. Os dados levantados foram processados no programa de
análise estatística SPSS versão 16. Para a análise das informações foram agrupadas em uma
Matriz SWOT, de maneira que os seus componentes: pontos fortes, pontos fracos, oportunidades
e ameaças em relação ao actual sistema de fiscalização na Província da Zambézia fossem
destacados. Os indicadores usados para definir o actual estado do sistema de fiscalização na
Província da Zambézia foram: recursos humanos disponíveis, nível de formação dos fiscais
afectos nos SPFFBZ, distribuição dos fiscais ao nível dos distritos e postos fixos, equipamentos e
meios disponíveis e localização dos postos fixos de fiscalização. Verificou-se que a Província da
Zambézia conta presentemente com 57 fiscais de Florestas e Fauna Bravia no activo, sendo 14%
com formação superior, 75% com nível médio e os restantes 11 têm nível básico. Estes estão
distribuídos em 6 postos fixos, com excepção do posto de porto de Quelimane todos estão
localizados ao longo da estrada nacional N1. O actual sistema de fiscalização de produtos
florestais madeireiros na Província da Zambézia é enfraquecido devido a quantidade e nível de
formação dos actuais fiscais, insuficiências de meios e equipamentos para apoiar as actividades
bem como a localização dos actuais postos fixos com base nisso pode-se concluir que o actual
sistema de fiscalização não está preparado para a prevenção e a detecção de actividades ilegais,
antes que estas ocorram.
i
ABSTRACT
This study was conducted in order to assess the current monitoring system of forest products
timber in Zambezia Province. The elements necessary for the analysis were based on 32 semi-
structured interviews to key informants involved in the inspection process, of which 16 were
technicians from SPFFBZ and the remaining 16 were distributed among forest operators (sworn
inspectors) and the local community. For the selection of respondents was used stratified
sampling, then sampling of a snowball was used. The data collected were processed using the
statistical analysis software SPSS version 16. For the analysis of information were grouped in a
SWOT matrix, so that their components: strengths, weaknesses, opportunities and threats in
relation to the current surveillance system in Zambezia province were highlighted. The indicators
used to define the current state of surveillance system in Zambezia Province were available
human resources, level of training of assigned tax in SPFFBZ, distribution of tax at district level
and fixed stations, equipment and resources available and location of stations fixed surveillance.
It was found that the Zambezia Province currently has 57 inspectors Forestry and Wildlife in
assets, 14% with higher education, 75% with medium level and the remaining 11 have basic
level. These are distributed in six fixed stations, with the exception of Quelimane port station are
all located along the N1 national road. The current monitoring system of forest products timber
in Zambezia Province is weakened due to the amount and level of training of current fiscal,
media shortcomings and equipment to support activities as well as the location of the current
fixed posts on this basis it can be concluded that the current inspection system is not prepared for
the prevention and detection of illegal activities before they occur.
ii
LISTA DE FIGURAS
iii
LISTA DE TABELAS
Tabela 4. Distribuição dos fiscais ao nível dos distritos e postos de fiscalização ........................ 23
Tabela 10. Acções estratégicas e principais actividades para a prevenção de actividades ilegais
florestais........................................................................................................................................ 39
Tabela 11. Acções estratégicas e principais actividades para a detenção de actividades ilegais
florestais........................................................................................................................................ 40
Tabela 12. Acções estratégicas e principais actividades para a repressão de actividades ilegais
florestais........................................................................................................................................ 41
iv
LISTA DE APÊNDICE
Apêndice I. Ficha de inquérito 1- Dirigido aos Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia49
Apêndice IV. Cálculo de número ideal de fiscais para a Província da Zambézia ........................ 61
v
LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIMBOLOS
vi
Subsídios para o sistema de fiscalização de produtos florestais madeireiro na Província da Zambézia
1. INTRODUÇÃO
Moçambique é um dos países da África Austral com maior cobertura florestal, com cerca de 51%
do seu território equivalente a 40.6 milhões de hectares estão cobertos por florestas e outros 19%
equivalentes a 14.7 milhões hectares por outra vegetação como arbustos, matagais e florestas
com agricultura itinerante, a Província da Zambézia é uma das que contribui com maiores áreas
de florestas produtivas, possuindo cerca de 4.11 milhões de hectares (Marzoli, 2007).
De acordo com o mesmo autor, as florestas produtivas contêm um volume de madeira comercial
em pé acima de 40 cm de diâmetro à altura do peito de aproximadamente 22 milhões de metros
cúbicos, o que permita um corte anual de cerca de 500.000 m³ de volume, a maior parte dessas
florestas são encontradas nas Províncias do Centro e Norte de Moçambique.
O ciclo de corte foi calculado num valor de incremento médio anual (IMA) em diâmetro, para
uma árvore individual, de 2.5 mm/ano para todas as espécies, este valor foi reduzido tomando em
conta as perdas anuais em volume devido ao corte ilegal, queimadas descontroladas, mortalidade
natural e outras (Marzoli, 2007).
De acordo com o mesmo autor, o factor sobre as perdas anuais foi estimado em 0.8, um
crescimento médio em diâmetro de 2.5 mm/ano implica um ciclo de corte de 40 anos ou seja, as
árvores que no presente têm 30 cm necessitam de 40 anos para alcançar o diâmetro de 40 cm.
Com base nestes volumes, pode-se entender que a exploração de madeira no país, em geral, esta
a ser efectuada dentro dos intervalos do corte anual admissível (CAA), garantindo deste modo a
sustentabilidade do recurso (DNTF, 2010).
De acordo com o mesmo autor a grande extensão do país, os limitados recursos humanos e
materiais, fraco treino e capacitação dos fiscais florestais e a falta de uma estratégia para a
fiscalização, são apontadas como as principais causas da fraca capacidade do Estado de controlar
a exploração e a utilização dos recursos florestais e faunísticos do país.
1.2 Justificação
A fiscalização florestal e faunística constitui hoje uma das principais actividades da DNTF e dos
SPFFB com o objectivo de garantir o uso sustentável dos recursos florestais e faunísticos,
contudo, a situação geral desta actividade a nível central bem como a nível provincial e local, é
de aparente deficiência, visto que a fiscalização nos locais de exploração, centros de
processamento e nos mercados de produtos florestais madeireiros praticamente não existe, do
mesmo modo, a fiscalização envolvendo fiscais ajuramentados, agentes comunitários e demais
agentes previstos na Lei ainda é muito incipiente (Bila, 2005).
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Mahanzule (2013), Moçambique é um dos países com maior cobertura vegetal.
Estima-se que 40,6 milhões de hectares, que perfazem cerca de 51% do território nacional são
cobertos por florestas. As outras formações lenhosas como vegetação arbustiva, matagais e
florestas com agricultura itinerante cobrem cerca de 14,7 milhões de hectares, ou seja, 19% do
território nacional como mostra a Figura 1 (Marzoli, 2007).
Outras áreas
Agricultura 3%
15%
Florestas
Pradarias 51%
12%
Outras
formações
lenhosas
19%
Ainda de acordo com Marzoli (2007), as florestas produtivas (aptas para a produção madeireira)
cobrem cerca de 26.9 milhões de hectares (67% de toda a área florestal). Treze milhões de
hectares de floresta não são favoráveis para a produção madeireira, dos quais a maioria (9
milhões de hectares) localiza-se dentro dos parques nacionais, reservas florestais e outras áreas
de conservação.
As províncias que contribuem com maiores áreas de florestas produtivas são: Niassa com 6.0
milhões de hectares, Zambézia com 4,1 milhões de hectares, Tete com 3,3 milhões de hectares e
Cabo Delgado com 3,2 milhões de hectares como se pode ver na Figura 2 a seguir (Marzoli,
2007).
24%
13%
11% 12%
8% 9% 9%
6% 7%
2%
De acordo com German et al. (2013), o tipo de floresta mais extenso que cobre
aproximadamente dois terços do país é o chamado floresta de Miombo. Este tipo de floresta
ocupa vastas áreas na região norte e centro de Moçambique sendo muito importante para a
população local, é usada fundamentalmente como fonte de lenha, carvão e plantas medicinais,
como fonte de nutrientes do solo através de queimadas e reciclagem das folhas e como fonte de
alimento para animais domésticos.
A floresta de Miombo está caracterizada por uma densa cobertura de vegetação, com árvores que
frequentemente atingem 10 a 20 metros. O fogo é o importante componente ecológico nessas
florestas já que permite a germinação das sementes e a nutrição do solo (German et al., 2013).
A ecologia e a gestão das florestas de Miombo ainda não são bem compreendidas,
particularmente devido às condições ecológicas prevalecentes em Moçambique e há uma grande
falta de informação detalhada sobre a ecologia e as dinâmicas populacionais das principais
espécies comerciais, que é necessária para uma gestão sadia destas madeiras duras de grande
qualidade (Mackenzie, 2006).
Floresta de baixa
altitude de alta >75 187 500 >70 112 711 >70 152 300
densidade, LF1
Floresta de baixa
altitude de densidade 50 – 75 597 410 40 – 70 866 092 40 – 70 1 093 600
moderada, LF2
Terra baixa de baixa
25 – 50 1 146 959 10 – 40 1 836 590 10 – 40 2 014 400
densidade, LF3
Bosque cerrado, alto,
20 – 40 1 142 455 <10 202 879 <10 309 300
T
Total 3 074 324 3 018 272 3 569 600
% Cobert = Percentagem de cobertura; PMSR = Projecto de Maneio Sustentado de Recursos; LF1 = Florestas densas; LF2 =
Florestas meio fechadas de terras baixas; LF3 = Florestas abertas de terras baixas; T = Matagal.
Ao longo da região da África Austral, estas florestas sustentam mais de 100 milhões de pessoas,
fornecendo alimento, combustível, materiais de construção, medicamentos e água. O Miombo
também contém madeira de alta densidade, de grande valor económico e social (Mackenzie,
2006).
Volume comercial
Nome científico Nome Nomes vernaculares por espécie
comercial (m3. ha-1)
Total 4.03
Fonte: Cuambe et al. (2005).
De acordo com LFFB (1999), a exploração engloba o abate, transporte, serragem de material
lenhoso, extracção, secagem, incluindo produção de carvão, bem como a actividade de
processamento de madeira e quaisquer outras que a evolução técnica venha a indicar como tais,
independentemente da sua finalidade.
Apesar de inúmeros esforços levados a cabo pelo sector florestal, com vista a contornar a
exploração desregrada e desenfreada dos recursos florestais, o país continua a perder diariamente
o seu património florestal, na sequência da prática de agricultura itinerante, queimadas
descontroladas, para além da crescente urbanização (Mourana e Serra, 2010).
De acordo com a LFFB (1999), a prática da exploração nas florestas produtivas e de utilização
múltipla é possível sob dois regimes apenas, o de licença simples e o de contrato de concessão
florestal.
Consumo próprio é a exploração florestal praticada pelas comunidades locais sem fins lucrativos,
os habitantes das comunidades pedem para a satisfação das suas necessidades de consumo e
artesanato buscar lenha e cortar árvores, esta exploração é permitida em qualquer época do ano.
Não é preciso pagar taxas de exploração florestal e os produtos extraídos para consumo próprio
só podem circular dentro da área do posto administrativo em que a comunidade está inserida
(LFFB, 1999).
Ainda de acordo com a LFFB (1999), a exploração dos recursos florestais e faunísticos fora do
consumo próprio carece duma licença ou dum contrato de concessão florestal, estes autorizam a
exploração para fins comerciais, industriais ou energéticos.
De acordo com a legislação em vigor no país, a exploração do património nacional florestal deve
observar os seguintes regimes:
A exploração florestal sob regime de licença simples é feita mediante um plano de maneio
aprovado, com validade não superior a cinco anos, para uma área não superior a 10 000 hectares.
Nesta área o volume total anual de madeira a ser explorada deve ser de 500 m 3 ou equivalente
por espécie por licença (LFFB, 1999).
São as seguintes características principais: (i) para cada licença emitida corresponde a uma área
específica identificada num mapa, (ii) requer a apresentação de um plano de maneio
simplificado, (iii) obedece a um período de defeso anual de 1 de Janeiro a 31 de Março, (iv) os
produtos florestais obtidos com base nesta modalidade não podem ser utilizados em indústrias
utilizadoras de energia de biomassa (padarias e outras), (v) o licenciamento é autorizado pelo
Governador da Província no período de 1 de Janeiro a 15 de Fevereiro de cada ano (Chitará,
2003).
De acordo com o RLFFB (2002), os pedidos de concessão florestal são dirigidos às seguintes
entidades: Governador quando se trate de áreas até o limite máximo de 20.000 ha, Ministro de
Agricultura, quando se trate de áreas entre 20.000 a 100.000 ha, Conselho de Ministros, quando
se trate de áreas que ultrapassem a competência do Ministro.
Segundo MINAG (2008), a fiscalização florestal é definida como sendo a inspecção, supervisão
e vigilância das actividades relativas a recursos florestais e faunísticos com vista a garantir o
cumprimento da legislação aplicável, bem como as correspondentes medidas de gestão.
Sitoe et al. (2003), dizem que o controlo e a fiscalização das actividades de exploração florestal
requerem uma capacidade institucional e organização de modo a que os operadores florestais não
burlem o sistema e sigam as normas estabelecidas no regulamento florestal.
Saket et al. (1995) fazem uma crítica ao sistema de fiscalização na Zambézia no qual os SPFFBZ
têm dias pré-determinados (de conhecimento público) para fazer vistoria às concessões florestais,
permitindo assim que estes possam preparar informação distorcida para as brigadas de controlo.
Experiências internacionais indicam que onde o Estado tem uma capacidade institucional fraca,
os salários dos fiscais prestam-se para o aliciamento e criam condições para subfacturação. A
participação comunitária pode ser outra opção válida para o reforço da fiscalização das
actividades de exploração florestal, contudo, é importante distinguir o papel que as comunidades
locais podem desempenhar na fiscalização (Sitoe et al., 2003).
No Senegal por exemplo, esse modelo gerou resultados significativos por meio do projecto de
gestão sustentável e participativa o qual foi muito bem classificado. Esse projecto lançou
medidas para melhorar a gestão sustentável das florestas mediante o fortalecimento dos sistemas
de gestão baseados na comunidade (Carvalho, 1995).
A fiscalização florestal e faunística no período colonial tinha uma organização ramal, em estilo
paramilitar, com ramificações desde o distrito até a nível central e contava com a colaboração
das autoridades administrativas aos diferentes níveis. Os fiscais concentravam as suas atenções
no controlo da exploração comercial de madeira, especialmente de espécies de alto valor
económico, tinham pouca interacção com as comunidades locais que, praticamente, não
intervinham nesta actividade. O sistema estava bem apetrechado com meios humanos e materiais
e o financiamento da fiscalização estava garantido pelos fundos de protecção de fauna e de
fomento florestal (Bila e Salmi, 2003).
A grande mudança na fiscalização de florestas e fauna bravia ocorre quando é criada a DNFFB
em finais da década oitenta, já nesta altura os sectores de fiscalização tanto de florestas como de
fauna bravia, estavam bastante enfraquecidos devido à saída massiva dos técnicos portugueses, à
sabotagem e desvios de equipamento nos parques, reservas e nos postos de fiscalização, que
ocorreu logo a seguir à independência do país (Bila e Salmi, 2003).
Para colmatar a situação e ajustar a fiscalização à nova realidade, foi estabelecida a primeira
escola de fiscais de florestas e fauna no país, em Chitengo no Parque Nacional da Gorongosa, em
1989. Participaram no curso, para além dos fiscais antigos, jovens com diferentes níveis de
formação e experiência, a maioria dos quais proveniente das escolas elementares e básicas de
agricultura (Mahanjane, 1995).
Segundo Bila e Salmi (2003) intervêm na fiscalização os fiscais de florestas e fauna bravia,
funcionários do Estado, fiscais ajuramentados e agentes comunitários de conservação dos
recursos naturais. A nível dos distritos a fiscalização é feita por fiscais afectos às SDAE, que de
modo geral são muito poucos.
A fiscalização ainda é muito dependente dos postos fixos, se bem que esteja prevista a
deslocação de equipas móveis a zonas de corte, serrações e portos para verificarem o
De acordo com Bila e Salmi (2003), vários estudos vêm sendo realizados nos últimos tempos
para reverter esta situação, mas poucos ou nenhum destes trabalhos têm correspondido às
expectativas. Dentro dos trabalhos de referência destacam os seguintes: Mahanjane (1995) sobre
a situação da fiscalização naquele ano, Mussengue (2001) sobre a fiscalização de florestas e
fauna bravia em 2001, Banze (2001) sobre a proposta de melhoramento do funcionamento dos
SPFFB da Zambézia, Barnes (2001) sobre o cumprimento do regulamento florestal no país,
Mussengue (2002) sobre o levantamento preliminar da coordenação e definição de postos fixos
de fiscalização a nível da zona sul: províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
Existem no país 118 espécies identificadas como sendo produtoras de madeira comercial e estas
são agrupadas em cinco categorias sendo 9 preciosas ou seja de alto valor comercial, 21 de
primeira, 21 de segunda, 40 de terceira e 27 de quarta classe. Embora algumas tenham maior
procura e um valor mais elevado para efeito de exploração, como se pode ver no Apêndice V, o
objectivo desta exploração para além da transformação interna é a exportação de madeira em
toros (RLFFB, 2002).
seu respectivo regulamento aprovado pelo decreto n.º 12/2002 de 6 de Junho (RLFFB),
(Mourana e Serra, 2010).
De acordo com a LFFB (1999), a fiscalização é exercida pelos fiscais de florestas e fauna bravia,
fiscais ajuramentados e pelos agentes comunitários. De acordo com o Regulamento de Florestas
e Fauna Bravia, intervêm no processo da fiscalização, os seguintes agentes: fiscais de florestas e
fauna bravia, fiscais ajuramentados, agentes comunitários, funcionários de florestas e fauna
bravia, funcionários do turismo, COGEPs, agentes da polícia de protecção de Moçambique
PRM, forças de defesa e segurança, agentes de pecuária, funcionários dos serviços de geografia e
cadastro e em geral todo o cidadão.
O Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia capítulo viii, artigo 114 enumera no anexo III
as infracções mais comuns e estabelece as multas, bem como as condições agravantes e
atenuantes no sancionamento dos transgressores. As infracções incluem: exploração florestal no
período de defeso ou especial, exploração florestal em locais proibidos, exploração florestal sem
licença, exploração florestal em desacordo com as condições legalmente estabelecidas,
exploração florestal de espécies protegida, abandono de recursos florestais fora das excepções
legais, comercialização, importação e exportação de produtos florestais sem a devida
autorização, transporte de produtos florestais sem a respectiva guia de trânsito ou certificação
florestal, abate e transporte de produtos florestais acima da quantidade constante na licença ou da
guia de trânsito (com uma tolerância máxima de 10% por ajustes de medidas), realização de
qualquer acto de derruba sem autorização, produção de lenha e carvão vegetal a partir de
espécies não permitidas e falta de registo de movimento de produtos florestais.
De acordo com Bila (2005), as actividades ilegais podem ocorrer em toda cadeia de produção
florestal, desde o estabelecimento das florestas, licenciamento, fiscalização e monitoria,
exploração florestal, transporte, processamento e comercialização da Madeira.
3 MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na Província da Zambézia, nos distritos de Quelimane, Nicoadala
e Mocuba, a mesma localiza-se na região centro de Moçambique, a sua capital é a cidade
de Quelimane. A Província está dividida em 23 distritos e tem como limites a Norte as
Províncias de Nampula e Niassa, a Sul Sofala, a Oeste o Malawi e a Província de Tete, e a Leste
o Oceano Índico como mostra a Figura 3 (pt.m.wikipedia.org.Zambébia).
O censo populacional de 2007 indicou que a população da Província era de 3 849 455 habitantes
distribuídos em uma área de 103 478 km² e a densidade populacional rondava os 37,2 habitantes
por km² (INE, 2007).
A Província da Zambézia é uma das províncias mais pobres do país, a pesquisa de consumo
doméstico estimou que 58% dos lares da Zambézia vivem abaixo da linha de pobreza (Ministério
do Plano e Finanças, 2004).
Os marcadores dos indicadores sociais para a Zambézia também permanecem baixos, reflectindo
em parte os passados tumultos da Província, desde as guerras de independência até à actual luta
pelo desenvolvimento económico. Cerca de 30% dos lares são liderados por mulheres, as
organizações locais foram fortemente influenciadas por factores históricos e os sistemas de
autoridade formal (governo) e informal (tradicional) operam lado a lado, criando muitas vezes
confusão e conflitos. A liderança não é muitas vezes representativa e a governação é muitas
vezes ineficaz (Mackenzie, 2006).
O tipo de vegetação predominante nesta área é basicamente Miombo com uma mistura entre
floresta fechada e aberta, num território quase maioritariamente plano com excepção de alguma
parte que apresenta algumas elevações, a vegetação da área é caracterizada por formações
florestais do tipo pradaria decídua com palmeiras. As espécies mais frequentes são Brachystegia
spiciformis Benth, Pterocarpus angolensis Dc, Swartzia madagascerienses Desv, Terminalia
sericea Cambess, Julbernardia globiflora (Benth) Proupin, Dalbergia melanoxylon Guil e Perr, e
outras (Barnes, 2002).
3.2 Métodos
100 15 15
200 20 10
500 50 10
1000 50 5
Fonte: Case (1990).
Amostragem usada para a selecção dos entrevistados foi primeiro o método de amostragem
estratificada, de modo a se obter sensibilidades dos diferentes intervenientes que actuam na
De acordo com Rodrigues (2006), a intencionalidade torna uma pesquisa mais rica em termos
qualitativos. Em uma pesquisa que tenha por objetivo identificar atitudes políticas de um grupo
de operários, por exemplo, como a pesquisa tem como objetivo a mobilização do grupo
envolvido, será interessante selecionar trabalhadores conhecidos como elementos ativos em
relação aos movimentos sindicais e políticos, bem como trabalhadores sem qualquer participação
em movimentos dessa natureza.
A utilização da amostra intencional ou por julgamento também é muito comum numa tipologia
de pesquisa conhecida como pesquisa-ação. Neste tipo de pesquisa segundo Tavares (2007), o
critério de representatividade dos grupos investigados é mais qualitativo que quantitativo, sendo
assim é recomendável à utilização de amostras selecionadas pelo critério de intencionalidade.
E um tipo de amostragem bastante útil quando se pretende estudar pequenas populações muito
especiais no entanto pode originar em resultados enviesados uma vez que as pessoas tendem a
indicar o nome de pessoas íntimas ou amigos com comportamentos e pensamentos similares
como recomenda Pimentel (1984).
Segundo Patton (1999), a amostragem bola de neve é apropriada para estudos exploratórios
qualitativos que procuram acima de tudo aprofundar um certo assunto, procurando saber mais
com a pessoa mais informada. Normalmente estas pessoas servem de informantes para
identificarem outras com as mesmas características, assim sucessivamente até se obter o número
desejado (Cohen e Manion, 1989).
A entrevista aos fiscais e as observações feitas durante o estágio tinham o intuito de obter
informações sobre: o estado actual do sistema de fiscalização de produtos florestais madeireiro
na Província da Zambézia, para tal utilizou-se como parâmetros de estudo: recursos humanos
disponíveis na fiscalização, percentagem em relação ao nível de formação dos fiscais afectos nos
SFFFBZ, distribuição dos fiscais ao nível dos distritos e postos de fiscalização, equipamentos
disponíveis e localização dos postos fixos de fiscalização.
A entrevista semi-estruturada é um método eficiente para obter dados de uma forma mais
aprofundada e permite flexibilidade para esclarecer a pergunta, sondar respostas ou ainda adaptar
a pessoa às circunstâncias da entrevista (Pijnenburg e Cavane, 1998).
A principal vantagem da entrevista semi-estruturada é que essa técnica quase sempre produz uma
melhor amostra da população de interesse. Ao contrário dos questionários enviados por correio
que têm índice de devolução muito baixo, a entrevista tem um índice de respostas bem mais
abrangente, uma vez que é mais comum as pessoas aceitarem falar sobre determinados assuntos
(Selltiz, 1987).
Ainda de acordo com este autor as técnicas de entrevista semi-estruturada também têm como
vantagem a sua elasticidade quanto à duração, permitindo uma cobertura mais profunda sobre
determinados assuntos, outra vantagem diz respeito à dificuldade que muitas pessoas têm de
responder por escrito, nessa entrevista isso não gera nenhum problema, pode-se entrevistar
pessoas que não sabem ler ou escrever.
Como forma de desenvolver planos a médio e longo prazo, a partir das informações obtidas das
entrevistas, as informações foram agrupadas em uma matriz SWOT que considerava os pontos
fortes, fracos, as oportunidades e as ameaças (ALVES et al., 2007). Estes autores acrescentam
ainda que a partir da matriz SWOT obtêm-se informação qualitativa e para reduzir a
subjectividade da análise SWOT fez-se a quantificação das forças, fraquezas, usando a matriz de
avaliação de factores internos.
SWOT é a sigla dos termos ingleses strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities
(oportunidades) e threats (ameaças) que consiste em uma metodologia bastante popular no
âmbito empresarial (Porter, 1997).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
12 Gilé
M. Costa
10
Milange
8 Mocuba
6 Mopeia
4 Morrumbala
Namacurra
2
Nicoadala
0 Pebane
Número de fiscais afecto nos distritos Quelimane
Dos 57 fiscais existente na Província da Zambézia 30 estão afectos aos distritos acima
mencionados e 27 estão afectos nos postos fixos de fiscalização nomeadamente posto do porto de
Quelimane, Nicoadala, Lua-Lua, Chimuara, Malei e Alto ligonha conforme a Tabela 4.
Mahanjane (1995), Bila e Salmi (2003) sugeriram que um fiscal deve patrulhar a pé 13 km por
dia e controlar eficazmente 5000 ha.
Assim sendo, seriam necessário cerca de 600 fiscais para toda a Província contra os 57 que
existem actualmente, o que significa que há um défice de 543 fiscais para poder cobrir a
Província da Zambézia como mostra o cálculo no Apêndice IV.
Gile 3 4* 7
M. Costa 3 3
Milange 3 3
Mocuba 6 6
5 **
Mopeia 2 11
***
4
Morumbala 3 3
Namacura 5 **** 5
Nicoadala 3 5 ***** 8
Pebane 3 3
Quelimane 4 4 ****** 8
Total 30 27 57
* = Posto de Alto ligonha, ** = Posto de Lua-lua, *** = Posto de Chimuara, **** = Posto de Malei, ***** = Posto
de Nicoadala, ****** = Posto de Porto de Quelimane.
Dos 30 fiscais afectos aos distritos, 19 são técnicos auxiliares e estão afectos por um período
indeterminado, e os restantes 11 fiscais também estão afectos aos distritos mas por um período
de um ano no máximo devido ao sistema de rotação dos fiscais. Os 27 fiscais afectos aos postos
de fiscalização são trocados ou sofrem uma rotatividade ao nível dos postos de três em três
meses.
O distrito de Gilé conta com 7 fiscais sendo 3 afectos ao SDAE e 4 afectos no posto de
fiscalização de Alto-Ligonha. Por sua vez o distrito da Maganja da Costa conta com 3 fiscais.
Distrito de Milange com 3 fiscais, distrito de Mocuba 6 fiscais, Mopeia é o distrito que apresenta
maior número de fiscais com 2 afectos no distrito, 5 afectos no posto de fiscalização de Lua-Lua
e 4 no posto de fiscalização de Chimuara totalizando 11 fiscais. O distrito de Morrumbala conta
com 3 fiscais, Namacura com 5 fiscais afectos no posto de fiscalização de Malei. O distrito de
Nicoadala conta com 8 fiscais sendo 3 afectos no Distrito e restante 5 afectos ao posto de
fiscalização de Nicoadala. O distrito de Pebane conta com 3 fiscais afectos no SDAE e por
último a Cidade de Quelimane conta com um total de 8 fiscais sendo 4 afectos no posto de
fiscalização do porto de Quelimane e 4 fazem a equipa de Brigada Móvel.
4.2 Recursos humanos para a fiscalização por nível de formação nos SPFFBZ
Das poucas informações disponíveis indicam que a maioria dos fiscais tem formação adequada
para exercer esta actividade em moldes modernos, embora apresente alguns com idade avançada,
o que coloca questões de viabilidade quanto à sua formação e capacitação nesta actividade, a
Figura 6 a seguir apresenta a percentagem em relação ao nível de formação dos fiscais afectos
nos SPFFB da Zambézia.
Médio
75%
De acordo com os dados da Figura 6, dos 57 fiscais existente na província só 8 que equivale a
14% tem formação superior, 43 tem nível médio e os restantes 6 tem nível básico, de acordo com
os resultados há a necessidade de contratarem mais quadros do nível superior para a definição de
estratégia de fiscalização adequada.
Esses resultados diferem com os observados por Bila e Salmi (2003), sobre Fiscalização de
Florestas e Fauna Bravia em Moçambique, onde constataram 44 técnicos afectos no SPPFBZ,
sendo 3 de nível superior e 10 de nível médio e o restante composto por pessoal elementar.
Vicente (2004) ao estudar a situação nacional da fiscalização constatou 32 fiscais afectos no
SPFFBZ, dos quais só um que tinha a formação superior, 25 tinham o nível médio e os restantes
6 tinham a formação básica e elementar, e que grande parte dos fiscais naquela altura não
apresentava formação recomendada para realizar a fiscalização com eficiência desejada.
Passados 10 anos verifica-se um incremento de 25 fiscais, embora seja ainda exíguo. Nota-se
uma melhoria no actual sistema de fiscalização de produtos florestais na Província da Zambézia.
SPFFBZ
Escritório Fiscalização
10
3
2
1
0
Estes meios quando comparados com o número dos actuais fiscais e a extensão da província para
a realização de uma boa fiscalização são considerados insuficientes. O SPFFB da Zambézia
conta com um total de 5 viaturas e 11 motorizadas, sendo apenas duas viaturas que estão
alocadas ao sector da fiscalização para cobrir perto de 3000000 de hectare de floresta.
Estudos realizados por Banze (2001) sobre Melhoramento do funcionamento dos SPFFB da
Zambézia, naquela altura os Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia contava com uma
viatura e 39 armas para apoiar a actividade de fiscalização. Mahanjane (1995), diz que a situação
dos equipamentos não difere muito do estado da força de trabalho, em geral, os meios
disponíveis são considerados insuficientes para o sector de fiscalização.
Oficialmente a Província da Zambézia conta com seis postos fixos de fiscalização de produtos
florestais nomeadamente o posto de porto do Quelimane, Nicoadala, Lua-Lua, Chimuara, Malei
e Alto ligonha como se pode ver na Tabela 5, quase todos eles com excepção do posto do porto
de Quelimane, estão localizados ao longo da estrada nacional, nos limites entre Províncias como
é o caso do posto de Alto Ligonha no distrito de Gilé a norte da Província, e o posto de Chimuara
no distrito de Mopeia a sul da Província, também estão localizados nas principais entradas dos
centros urbanos como é o caso do posto de Nicoadala.
Lua-Lua
Mopeia
Chimuara
Namacura Malei
Actualmente a fiscalização é dependente dos postos fixos e é feita pelos fiscais de floresta e
fauna bravia através dos postos de fiscalização que funcionam 24 horas por dia, fins-de-semana e
até aos feriados.
Nos postos fixos de fiscalização faz-se o controlo e registo dos produtos em trânsito com guias e
licenças onde são observados o titular da licença, o número, a data de emissão e o prazo de
validade da licença, a área coberta pela licença indicando a dimensão, seus limites e a quantidade
dos produtos florestais a serem objecto de exploração, também é feita a apreensão dos produtos e
meios envolvidos aos transgressores passando-se multas e notificações, as informações
constantes nos mapas de registo é data de fiscalização, tipo do documento, validade, local,
natureza do produto, quantidade e nome do utente.
Tratando-se de uma actividade ou trabalho que só pode ser bem exercida quando for em equipa,
nos postos de fiscalização trabalham equipas formadas por dois ou mais fiscais acompanhados de
polícia fortemente armada visto que os fiscais por si só não têm meios suficientes para obrigar os
motoristas a parar com as suas viaturas, e também para garantir a segurança do pessoal,
trabalham em turno de 24 horas por equipa, e que os mesmos são supervisionados pelo chefe do
posto de fiscalização e pelo chefe da fiscalização dos SPFFBZ.
A fiscalização mediante postos fixos é reforçada por equipa de brigada móvel onde se opera com
base nos mesmos princípios e inspecções nas zonas de corte, nos estaleiros, nas serrações e
portos para verificarem o cumprimento das normas estabelecidas para a exploração, transporte,
processamento e comercialização de produtos florestais. De salientar que a capacidade da
fiscalização operar fora dos postos fixos é constrangida pelos recursos humanos e meios de
transporte disponíveis.
Vicente (2004), no seu estudo verificou dois postos fixos de fiscalização de produtos florestais
para a Província da Zambézia o caso de posto de fiscalização de Chimuara no distrito de Mopeia
e posto de fiscalização de Alto ligonha no distrito de Gile.
De acordo com os dados da Tabela 6 só dois postos de fiscalização que funcionam normalmente
sem nenhum sobressalto, isto é, estão no activo todos os dias durante 24 horas, incluindo feriados
e final de semanas que são os postos de Mepinha e Munhonha nos distritos de Morumbala e
Nicoadala respectivamente, os restantes postos estão inactivos.
Existem também distritos sem postos de fiscalização e também sem fiscais são os casos de
Inhassunge, Chinde, Lugéla, Namarroi, Ilé e Gurué, e embora esses apresentem potencial
madeireiro. Esses distritos são supervisionados pelos distritos vizinhos e pela Cidade de
Quelimane (Brigada Móvel). O distrito de Lugela é supervisionado por Mocuba, o Alto-Molocue
é supervisionado por Mocuba e o Alto-Ligonha. Por sua vez o distrito de Molevala é
supervisionado por Mocuba, Maganja da Costa e a cidade de Quelimane.
Para o caso desses distritos sem a presença de fiscais e postos de fiscalização torna-se atraente a
presença de furtivos e de actividades ilegais por parte de operadores existente nestas áreas, com
base nisso há necessidade de se criar mais postos de fiscalização a nível da Província em
particular aos distritos acima mencionados como Molevava, Lugela e Mocubela porque
apresentam um bom potencial madeireiro e com elevado número de operadores florestais.
Resultados diferentes também foram verificado por Bila (2005) no estudo sobre estratégia para a
fiscalização participativa de florestas e fauna bravia em Moçambique diz que teoricamente os
postos fixos funcionam de dia e de noite, e que excepções, os mesmos funcionam somente de dia
e durante os dias úteis, as noites, feriados e aos finais de semana a maioria dos postos fixos estão
inactivos, sendo nesta altura que se regista a maior movimentação de produtos florestais.
Mahanjane (1995), acrescenta ainda que a localização dos postos fixos não é adequada e está
ultrapassada visto que em alguns centros urbanos foram estabelecidas novas vias de acesso a
cidade, que não são fiscalizadas, mas que servem de vias alternativas de entrada de produtos
florestais na urbe.
De acordo com os dados da Tabela 7 acima, 43.8% dos fiscais entrevistados clamam pela
insuficiência de meios circulantes como viaturas e motorizadas para apoiar as actividades de
fiscalização e pela falta de rádios de comunicação nos postos de fiscalização como sendo
principais constrangimentos verificados no sector de fiscalização na actualidade, 25% clamam
pela fraca capacidade de fiscalização directa através de brigadas móveis, nas frentes de
exploração florestal, unidades de processamento, mercados, postos fronteiriços e portos, 12.5%
pela excessiva centralização da fiscalização nas vias públicas (postos de fiscalização), isto é,
muito distante dos locais de actuação de operadores florestais (área de corte) e os restantes
18.8% clamam pela falta de incentivos como a remuneração e mecanismos práticos para o
envolvimento das comunidades locais, agentes comunitários, fiscais ajuramentados e da polícia
na fiscalização.
Estes acrescentam ainda a falta de armas de fogo e outros equipamentos de protecção que
permitem o cumprimento em segurança das actividades de fiscalização, tal como previsto no
artigo 37 nº 3 da lei 10/99.
Estes resultados também foram verificados nos estudos realizado por Chabane (2006), sobre
fiscalização de recursos florestais e faunísticos na província de Maputo, que para além dos
constrangimentos acima mencionados também constatou a fraca colaboração da polícia em
alguns postos de fiscalização e fiscais com idade avançada sem grau de instrução. No estudo
realizado por Bila e Salmi (2003) constataram a quantidade e qualidade dos fiscais, a falta de
pagamento das percentagens estabelecidas por lei como comparticipação nas multas, medo, falta
de poder, excesso de confiança e relaxamento dos fiscais no seu relacionamento com os
operadores. Por sua vez Chicué (2004) refere a falta de procedimento judicial para os infractores
que não cumprem com as sanções atribuídas e em certos casos ameaçam e colocam em risco a
vida do pessoal da fiscalização; Banze (2001) no estudo sobre Melhoramento do funcionamento
dos SPFFB da Zambézia constatou fraca cobrança das multas passadas aos operadores e
proliferação de muitos operadores em regime de licença simples; como principais problemas
identificados que ainda afectam o sector da fiscalização no país.
Da Tabela 8 acima constatou-se que 43.8 % dos entrevistados apontam erro ou mau
preenchimento da lista de especificações como sendo principais infracções, 25% como sendo
exploração ou transporte de recursos florestais acima de 10% da quantidade constante da licença
ou guia de trânsito, 25% como sendo exploração ou exportação de produtos florestais sem
autorização do sector de tutela e os restantes 6.2% apontam a exploração no período de defeso
florestal.
Estes acrescentam ainda a exploração florestal sem Licença, a exploração florestal de espécies
diferentes das definidas na licença e processamento de produtos florestais obtidos ilegalmente
como sendo uma das infracções cometidas por empresa e operadores florestais.
Estes resultados mostraram-se similares aos encontrados por Sitoé (2007), sobre Governação
Florestal na Província do Niassa em que teve como principais tipos de infracções a exploração
sem licença e transporte sem guia de trânsito.
Abandono de madeira em toros na floresta, o aliciamento de fiscais para não cancelamento e
controle das guias de trânsito foram verificados no estudo feito por Bila (2005), como sendo
principais infracções cometidas por operadores florestais. Gatto (2003) constatou abate de
árvores sem observância do diâmetro mínimo, isto é, toros com diâmetros menor do
recomendado pela lei.
German et al. (2013) ao estudarem o comércio e investimento chinês e seus impactos sobre as
florestas constataram exploração em desacordo com as condições legalmente estabelecidas, isto
é, acima de 10% de tolerância admissível. Ribeiro e Nhabanga (2009), num estudo sobre
levantamento preliminar da problemática das florestas em Cabo Delgado, os autores observaram
exportação de madeiras da primeira classe em toros interditas por lei, como sendo a principal
infracção cometidas por operadores e empresas florestais naquele ano.
A fiscalização ainda funciona sem uma clara estratégia contemplando a prevenção, a detenção e
a repressão. As actividades actualmente em curso na fiscalização procuram, dum modo geral,
combater as actividades ilegais através de medidas coercivas, as multas, mas devido às
limitações do sistema e praticamente, à ausência das outras componentes de estratégia, a
fiscalização não tem sido bem sucedida. Desta forma, para melhorar a fiscalização propõe-se as
seguintes acções:
De acordo com os dados da Tabela 9 acima 37.5% dos fiscais entrevistados apontam
descentralizar as actividades de fiscalização para os distritos principalmente para as zonas de
corte, criar mais postos de fiscalização que sejam bem localizados como sendo medidas para
melhoria do actual sistema de fiscalização na provincial, e os outro 37.5% dizem aumentar o
número de fiscais florestais e criação de mais número de brigadas móveis para a província,
18.8% falam em estabelecer uma boa coordenação e colaboração entre as instituições
intervenientes na fiscalização como as Alfândegas, Polícia, Exército e as comunidades e os 6.2%
defendem a ideia de fortalecer as multas das infracções florestais, com vista a desencorajar ainda
mais o crime florestal como sendo acções prioritárias para o rápido crescimento e melhoria do
sector da fiscalização na Província.
Vários autores, entre eles, Mahanjane (1995) e Banze (2001), têm sugerido a divulgação do
Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia através dos meios de comunicação e outros
meios audiovisuais de maior alcance, e apetrechar as equipas móveis e de patrulha com meios
humanos bem treinados e equipados como sendo acções para a melhoria da fiscalização na
Província da Zambézia.
De acordo com Bila e Salmi (2003), as acções a desenvolver para tirar a fiscalização do seu
estado são inúmeras e bastante variadas, que certamente vão exigir recursos e tempo e que
algumas acções estão já em curso, mas por serem isoladas e pontuais, não têm dado impactos
desejáveis a nível dos distritos e Província é o caso da fiscalização comunitária.
4.8.1 As fortalezas
Com base na analise SWOT feita constatou-se que os pontos fortes do actual sistema de
fiscalização de produtos florestais madeireiro na província da Zambézia são os seguintes:
Existência de um quadro legal (a lei e o respectivo regulamento), adequado a
conservação, maneio e uso racional dos recursos florestais e faunísticos;
A possibilidade de, para além dos fiscais do Estado e agentes da Lei e Ordem, todos os
intervenientes no sector, nomeadamente comunidades e autoridades locais e fiscais
ajuramentados poderem participar na fiscalização;
Estabelecimento, por Lei, de estímulos para incentivar a participação dos intervenientes
do sector na fiscalização;
Existência de iniciativas piloto de maneio de recursos florestais e faunísticos, que criam
espaços para a participação activa das comunidades locais na fiscalização;
Promoção e incentivo da exploração dos recursos florestais em regime de concessão e
orientação para a diminuição da exploração em regime de licença simples, o que deve
facilitar muito a fiscalização.
4.8.2 As fraquezas
4.8.4 As ameaças
Os principais desafios e ameaças que o sector enfrenta para melhorar e estabelecer um sistema de
fiscalização moderno e eficiente são as seguintes:
Pobreza e aumento das populações cuja sobrevivência depende quase que exclusivamente
da exploração dos recursos florestais e faunísticos;
Baixa consciência da sociedade sobre a importância social, económica e ambiental dos
recursos florestais e faunísticos, bem como o imperativo nacional da necessidade de
conservação, maneio e uso sustentável destes recursos.
Uma boa estratégia de fiscalização deve ter três componentes essenciais: a prevenção, detecção e
repressão. A seguir descreve-se as principais características de cada um dos elementos que
compõe a estratégia de fiscalização.
4.9.2 Prevenção
4.9.3 Detecção
4.9.4 Repressão
Neste capítulo apresentam-se as principais linhas de acção de cada componente, que serão
desdobradas em actividades e detalhadas no plano de acção e na implementação da estratégia. As
linhas de acção estratégicas foram definidas de modo a abarcar actividades que vão ter impacto
imediato na fiscalização. Assim, para as componentes prevenção, detecção e repressão, as acções
a prosseguir devem contribuir, a curto prazo, para minimizar e mitigar os constrangimentos
identificados na fiscalização.
4.10.1 Na prevenção
Tabela 10. Acções estratégicas e principais actividades para a prevenção de actividades ilegais
florestais
4.10.2 Na detecção
A detecção requer boa formação dos fiscais e dos outros intervenientes na fiscalização, na
recolha, arquivo, sistematização, análise dos dados e informações disponíveis nos SPFFB e nos
demais organismos do Estado, bem como órgãos de informação e público em geral. As principais
linhas de acção e actividades neste domínio são apresentadas na Tabela 11 que segue.
Tabela 11. Acções estratégicas e principais actividades para a detenção de actividades ilegais
florestais
4.10.3 Na repressão
A repressão deve ser encarada como último recurso no processo de fiscalização. As equipes de
fiscalização devem ser preparadas para acções que podem tornar-se violentas, e que em alguns
casos implicam o uso de arma de fogo. Assim, para além de conhecimento técnicos da
fiscalização as equipes devem ter preparação paramilitar e estar capacitados para o uso de força
e, em casos de necessidades, o uso de armas de fogo.
Nesse sentido, a actualização e agravamento das multas e medidas de coerção reveste-se de
especial importância, as linhas de acção e as actividades centrais nesta área são apresentadas na
Tabela 12 que segue.
Tabela 12. Acções estratégicas e principais actividades para a repressão de actividades ilegais
florestais
Acção estratégica Principais actividades Intervenientes
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
Dentre os resultados encontrados o trabalho permitiu concluir o seguinte:
a) O actual sistema de fiscalização de produtos florestais madeireiros na Província da
Zambézia é enfraquecido devido a quantidade e nível de formação dos actuais fiscais,
insuficiências de meios e equipamentos para apoiar as actividades de fiscalização e
localização dos actuais postos fixos;
b) As principais infracções cometidas por operadores florestais são mau preenchimento da
lista de especificações, exploração ou transporte de produtos florestais acima de 10% da
quantidade da licença ou guia de trânsito e exploração ou exportação de produtos
florestais sem autorização do sector de tutela;
c) Os principais constrangimentos verificados no sector da fiscalização são: insuficiência de
meios e equipamentos para apoiar as actividades de fiscalização e a fraca capacidade de
fiscalização directa através de brigadas móveis nos centros de processamento de produtos
florestais e locais de exploração;
d) Descentralizar as actividades de fiscalização para os distritos principalmente para as
zonas de corte, aumentar o número de fiscais florestais e criação de mais número de
brigadas móveis para a Província são tidas como principais medidas com vista a melhorar
o actual estado de sistema de fiscalização na Província da Zambézia.
5.2 Recomendações
a) Descentralizar as actividades de fiscalização para os distritos ricos em recursos florestais
e estabelecer mecanismos de colaboração entre os diferentes intervenientes no processo
de fiscalização, especialmente com as comunidades locais, fiscais comunitários e fiscais
ajuramentados;
b) Reestruturar o actual sistema de fiscalização das actividades florestais como rever e
actualizar o número e a localização dos postos fixos e brigadas móveis na Província e
apetrechar os mesmos com mais meios e equipamentos, mais recursos humanos
devidamente treinados e incentivados para melhorar a cobertura e eficiência da
fiscalização.
c) Incentiva-se a exploração em regime de concessão (contratos florestais), e restringe a
exploração em regime de licenças simples;
d) Introduzir métodos de fiscalização modernos, usando tecnologia digital;
e) Cancelar as licenças e contratos de concessão de transgressores crónicos à Lei de
Florestas e Fauna Bravia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASE, D. D. (1990). The community’s Toolbox: The idea, Methods and evaluation in
Community Forestry. Community Forestry Field. Manual 2, FAO.
COHEN, L., MANION, L. (1989). Research Methods in Education. (Third ed). London,
England. 26p.
GIL, A. C. (1999). Métodos e Técnicas de pesquisa social. 5ª Edição. São Paulo. Atlas, 206p.
PATTON, M. (1999). Qualitative Evoluction and Reseach Methods. (2rd ed). Sage
Publications. USA
SAKET M., TAWUIDIR M., C BANZE. (1995). Methodology and Results of the Forestry
Vegetation Mapping. Ministry of Agriculture, National Directorate of Forests and Wildlife,
FAO/PNUD, MOZ.
SITOE, A., BILA, A., MACQUEEN, D. (2003). Operacionalização das Concessões Florestais
em Moçambique. MINAG/DNFFB. Maputo. 64p.
SELLTIZ, C. (1987). Métodos de pesquisa nas relações sociais. Tradução de Maria Martha
Hubner de Oliveira. 2ᵃ edição. São Paulo. 54p.
VICENTE, P. (2004). Situação actual nacional da fiscalização. Parte 1. DNFFB. Maputo. 14p.
APÊNDICES
Apêndice I. Ficha de inquérito 1- Dirigido aos Serviços Provinciais de Floresta e Fauna Bravia
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
3. ____ Através dos fiscais dos SPFFB em colaboração com fiscais ajuramentado,
Comunidade local, Policia e fiscais do MITUR
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
3. ____ Supervisionar as actividades de fiscalização nos Distritos assim como nos postos
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
VII. Quais são os principais tipos de infracções mais frequentem cometidos por
empresas e operadores florestais?
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2. ____ Fraca capacidade de fiscalização directa através de brigadas móveis, nas frentes de
exploração florestal, unidades de processamento, mercados, postos fronteiriços e portos;
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
X. Observações.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
IV. Quais são os principais tipos de infracções cometidos por empresas e operadores
florestais?
1. ____ Corte ilegal por parte dos operadores furtivos (Corte sem Licença)
4. ____ Abate de árvores jovens, sem a observância dos DAP estabelecidos por lei e Abater
espécies protegidas
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
VII. Observações.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Cargo: ______________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
III. Quais são os principais tipos de infracções encontrados em sua área no acto de
acção da fiscalização?
5. Outras opções.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
VI. Observações.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Verifica-se pouca clareza sobre a norma a utilizar para estabelecer o número ideal de fiscais para
trabalhar uma determinada área, Mahanjane (1995), Bila e Salmi (2003) sugeriram que um fiscal
deve patrulhar a pé 13 km por dia e controlar eficazmente 5000 ha.
1 Fiscal 5000 ha
X 3000000 ha
1 Fiscal ∗ 3000000 ha
X=
5000 ha
X = 600 Fiscais
Assim sendo, seriam necessário cerca de 600 fiscais para toda a província contra os 57 que
existem actualmente, o que significa que há um défice de 543 fiscais para poder cobrir toda a
Província (Bila, 2005).