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Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia – Curso de Engenharia de Energias e Meio Ambiente


Disciplina: Física Fundamental I – professora: Talita
Nome: _________________________________________________________ Data: ___/___/___

Vetores

Durante duas décadas, grupos de espeleólogos* vinham explorando os 200km do sistema de


cavernas de Mammoth Cave e Flint Ridge em busca de uma ligação. A fotografia ao lado mostra
Richard Zopf atravessando o Tubo Estreito, nas profundezas do sistema de Flint Ridge. Depois
de 12 horas de exploração, seguindo um caminho tortuoso, Zopf e seis companheiros
atravessaram um regato de águas gélidas e chegaram a Mammoth Cave, provando assim que o
sistema Mammoth-Flint é a caverna mais comprida do mundo. Como é possível relacionar o seu ponto de
chegada ao ponto de partida de uma forma que não seja considerado o caminho percorrido?

*Espeleologia (do latim spelaeum, do grego σπήλαιον, "caverna", da mesma raiz da palavra "espelunca") é a ciência que estuda as
cavidades naturais e outros fenômenos cársticos, nas vertentes da sua formação, constituição, características físicas, formas de vida, e
sua evolução ao longo do tempo.

1. Vetores

Algumas grandezas físicas, tais como o tempo, temperatura, massa, densidade e carga elétrica, podem
ser descritas por um único número (magnitude) com uma unidade. Mas a Física lida com um grande número de
grandezas, algumas das quais possuem uma direção associada a elas e não podem ser descritas somente com um
único número (magnitude). Por isso, é preciso utilizar uma linguagem especial: a linguagem dos vetores, para
descrever estas grandezas. O deslocamento de um corpo é um exemplo simples de grandeza vetorial.
Uma partícula que se move ao longo de uma linha reta pode se deslocar em apenas dois sentidos.
Podemos considerar seu deslocamento como sendo positivo (ou para a direita) em um desses sentidos e
negativo (ou para a esquerda), no outro. Mas, se uma partícula se move em três direções – como o movimento
de um avião –, por exemplo, os sinais positivo ou negativo não serão suficientes para determinar seu
deslocamento. Para isto, usaremos a noção de vetor.
Um vetor possui módulo (ou magnitude), direção e sentido. Como exemplo de grandezas vetoriais
podemos citar o deslocamento, a velocidade, a aceleração, a força, etc.
Como dissemos acima, existem outras grandezas físicas que não necessitam de direção e sentido para
que sejam determinadas (massa, tempo, temperatura). Estes são exemplos de grandezas escalares, ou seja,
aquelas que são totalmente especificadas através, somente, da sua magnitude. Para representar um vetor
utilizamos setas, como indicado abaixo:

2. Adicionando vetores algebricamente

Um exemplo bem comum de vetor é o vetor deslocamento, usado para indicar uma mudança de posição.
Se uma partícula muda de posição deslocando-se de A para B, dizemos que sofreu um deslocamento de A para
B, e este deslocamento é representado por uma seta, que é o símbolo de um vetor, apontando de A para B. As
setas de A para B, de A’ para B’ e de A’’ para B’’ na figura seguinte representam a mesma mudança de posição
da partícula e não há distinção entre elas. Todos os três vetores têm o mesmo módulo, a mesma direção e o
mesmo sentido e, portanto, são vetores deslocamento idênticos.

Os vetores deslocamento não fornecem qualquer indicação a respeito da trajetória real seguida pela
partícula. Na figura (b) acima, todas as três trajetórias que ligam os pontos A e B correspondem ao mesmo vetor
deslocamento representado na figura (a) acima. Os vetores deslocamento representam apenas o efeito global do
movimento e não o movimento em si.

Com base no que vimos, vamos agora responder o


desafio proposto no início desta aula. O grupo que
descobriu, em 1972, a ligação Mammoth-Flint, viajou da
Entrada de Austin, no sistema Flint-Ridge, até o Rio do Eco,
no sistema Mammoth-Cave (como mostra a figura abaixo),
deslocando-se de 2,6km para oeste, 3,9km para sul e 25m para cima. Qual seria o vetor deslocamento
correspondente?

Solução: Primeiro, observamos a situação da figura (a) abaixo para determinar o deslocamento
horizontal dh. O módulo de dh pode ser calculado com o auxílio do teorema de Pitágoras:

d h = (2,6km) 2 + (3,9km) 2 = 4,69km

O ângulo θ em relação ao oeste é dado por

3,9km
tan θ = = 1,5
2,6km

ou

θ = arctan(1,5) = tan −1 (1,5) = 56°.

Em seguida, observamos a situação da figura (b) abaixo para determinar o deslocamento total d,

d = (4,69km) 2 + (0,025km) 2 = 4,69km ≈ 4,7km

e o ângulo φ,

0,025km
φ = tan −1 = 0,3°.
4,69km

Assim, o grupo se deslocou 4,7km em uma direção 56° ao sul da direção oeste e 0,3° para cima em
relação à horizontal. Naturalmente, o deslocamento vertical foi insignificante em comparação com o movimento
horizontal, mas o fato não facilitou o trabalho do grupo, que teve que realizar inúmeras e difíceis subidas e
descidas. O caminho realmente tomado foi bem diferente do indicado pelo vetor deslocamento, que apenas
aponta do ponto inicial para o ponto final.
Vamos, agora, considerar o deslocamento de uma partícula do ponto A até o ponto B e, em seguida, de
B para C, como mostra a figura a seguir. Podemos representar o deslocamento resultante (independente da
trajetória real, representada em linha pontilhada na figura ao lado) através de dois vetores deslocamento: AB e
BC. O deslocamento líquido desses dois deslocamentos é um único
vetor, de A para C.

Chamamos AC de vetor soma (ou resultante) dos vetores AB e


BC. Mas, esta não é uma soma algébrica comum. Redesenhando os
r r
vetores, temos a figura ao lado. Chamaremos a o vetor de A para B, b
r
o vetor de B para C e s o vetor soma. A relação entre estes três vetores
é a seguinte equação vetorial:

r r
s = a +b
r
onde s representa a soma vetorial.

Se observarmos a figura anterior, é possível encontrar uma regra para a soma vetorial.

r
9 Desenhe o vetor a em escala conveniente e ângulo apropriado.
r r
9 Desenhe o vetor b na mesma escala, com origem na extremidade do vetor a .
r r r
9 O vetor soma s é o vetor que se estende desde a origem de a até a extremidade de b .

Assim, percebemos propriedades importantes:

r r
1. A ordem da adição é irrelevante. Ou seja, adicionar a e b
r r
é o mesmo que adicionar b e a . Logo:

r r r r (Propriedade comutativa)
a+b =b +a

2. Quando existem mais de dois vetores, podemos agrupá-los em qualquer ordem. Portanto, se
r r r r r
quisermos adicionar os vetores a , b e c podemos adicionar a e b primeiramente e depois
r r r
adicionar seu vetor soma ao vetor c . Ou podemos adicionar b e c e, em seguida, adicionar
r
esta soma ao vetor a .

r r r r r r (Propriedade associativa)
( a + b ) + c = a + (b + c )
r r
3. O vetor − b é um vetor com mesmo módulo, mesma direção, mas sentido oposto ao vetor b .
A adição desses dois vetores é nula.

r r
b + ( −b ) = 0
r r
Somar − b é a mesma coisa que subtrair b . Usamos esta propriedade para
r r r
definir a diferença entre dois vetores. Seja d = a − b . Então:

r r r r r (Subtração)
d = a − b = a + ( −b )

r r r
Assim, calculamos o vetor diferença d somando o vetor − b ao vetor a . Este
processo está ilustrado na figura ao lado.

É importante observar que, embora tenhamos usado os vetores


deslocamento como exemplo, as regras de adição e subtração são válidas para
qualquer tipo de vetor, quer ele represente força, velocidade ou qualquer outra
grandeza vetorial. Entretanto, como na aritmética comum, só podemos somar
quantidades (vetores, no nosso caso) do mesmo tipo. Podemos somar dois
deslocamentos, por exemplo, ou duas velocidades, mas não faz sentido somar
um deslocamento e uma velocidade. No mundo dos escalares, seria como tentar
somar 21 segundos com 12 metros, o que é absurdo.

3. Componentes de vetores
Adicionar vetores geometricamente pode ser uma tarefa trabalhosa. Uma técnica mais simples envolve a
álgebra, mas é preciso que os vetores sejam posicionados em um sistema de coordenadas retangular, como
mostrado abaixo.

Uma componente de um vetor é a projeção deste vetor sobre um eixo.


r
Por exemplo, ax é a componente do vetor a sobre o eixo x. Da mesma forma, ay
r
é a componente de a sobre o eixo y.

Em geral, um vetor possui três componentes,


sobre os três eixos (x, y, z) de coordenadas. Podemos
r
encontrar geometricamente as componentes de a na
figura anterior.

a x = a cos θ a y = asenθ

r r
onde θ é o ângulo que o vetor a faz com o sentido positivo de x e a é o módulo de a .
r
Observe que a e as componentes ax e ay formam um triângulo retângulo. Logo podemos escrever o módulo e a
direção do vetor como:

2 2
a = ax + a y

ay
tan θ =
ax

r
A figura a seguir mostra um vetor b para o qual by é negativo e bx é positivo.

Vamos analisar o exemplo a seguir. Um pequeno avião deixa um aeroporto num


dia nublado e mais tarde é avistado a 215km de distância, voando numa direção que faz
um ângulo de 22° com o norte para o lado leste. A que distância a leste e ao norte do aeroporto se encontra o
avião no momento em que é avistado?

Solução :

4. Vetores unitários

Por definição, vetor unitário é aquele vetor que tem módulo igual a 1 e
aponta em um certo sentido. Ele não apresenta dimensão nem unidade e sua
função é especificar uma direção e um sentido. Costumamos representar os
vetores unitários que indicam os sentidos positivos de x, y, z através dos
vetores unitários iˆ , ĵ e k̂ .

Os vetores unitários são úteis para especificar


outros vetores. Por exemplo, podemos expressar o vetor
r
a da figura ao lado, como

r
a = a x iˆ + a y ˆj
r
As grandezas a x iˆ e a y ˆj são vetores, chamados componentes vetoriais de a . As
r
grandezas ax e ay são escalares. Como você representaria o vetor b abaixo em termos de
vetores unitários?
5. Adição de vetores através de suas componentes

Já vimos que é possível adicionar vetores geometricamente. Uma outra possibilidade é combinar suas
componentes, eixo a eixo. Para entender, consideremos

r r r
r = a +b

r r r r r r
Se r é a soma de a com b , cada componente de r deve ser igual à componente de a + b . Logo:

rx = a x + bx ry = a y + b y rz = a z + bz
r r
Esta é uma maneira simples de adicionarmos vetores. Assim, para somar os vetores a e b é preciso: (1)
decompor os vetores em suas componentes; (2) somar as componentes correspondentes, eixo a eixo, para
r r
calcular as componentes do vetor soma r ; (3) se necessário, combinar as componentes de r para determinar o
r
próprio vetor r .

6. Multiplicando vetores

r
Se multiplicarmos um vetor a por um escalar s, obteremos um novo vetor. Este novo vetor terá módulo
r r
igual ao produto do módulo de a pelo valor absoluto de s. Sua direção é a mesma direção de a . O sentido do
r r
novo vetor é o mesmo sentido do vetor a se s for positivo e oposto a a se s for negativo.

Podemos também multiplicar dois vetores entre si, utilizando duas técnicas: produto escalar e produto
vetorial.

• Produto escalar

r r
O produto escalar entre dois vetores, a e b (como mostrados na figura ao lado) é
definido como

r r
a ⋅ b = ab cos φ

r r r r
onde a é o módulo do vetor a , b é o módulo do vetor b e φ é o ângulo entre a e b .
O produto escalar pode ser considerado como o produto de duas grandezas: (1) o módulo de um dos
vetores; (2) a componente escalar do segundo vetor na direção do primeiro. Assim, por exemplo, na figura (b)
r r
anterior a componente escalar de a na direção de b é acosφ; observe que essa componente pode ser obtida
r r
trançando-se uma perpendicular a b a partir da extremidade de a . Da mesma forma, a componente escalar de
r r
b na direção de a é dada por bcosφ. Quando φ é igual a 0°, a componente de um dos vetores na direção do
outro tem valor máximo, o que também ocorre com o produto escalar. Por outro lado, quando φ é igual a 90°, a
componente de um dos vetores na direção do outro é nula é o produto escalar também é zero.

A equação
r r
a ⋅ b = ab cos φ

também pode ser reescrita da seguinte forma, para destacar as componentes e mostrar que a ordem da
multiplicação é irrelevante:

r r r r
a ⋅ b = b ⋅ a = (a cos φ )(b) = (a)(b cos φ )

Em outras palavras, a lei comutativa se aplica ao produto escalar. Note que, do lado direito da equação anterior
r r
só há grandezas escalares. Portanto, o resultado de um produto escalar entre dois vetores a ⋅ b é uma grandeza
escalar.

r r
Se os vetores a e b forem escritos em termos de vetores unitários, temos:

r r
a ⋅ b = (a x iˆ + a y ˆj + a z kˆ) ⋅ (bx iˆ + b y ˆj + bz kˆ)
r r
a ⋅ b = a x iˆ ⋅ bx iˆ + a x iˆ ⋅ b y ˆj + a x iˆ ⋅ bz kˆ + a y ˆj ⋅ bx iˆ + a y ˆj ⋅ b y ˆj + a y ˆj ⋅ bz kˆ + a z kˆ ⋅ bx iˆ + a z kˆ ⋅ b y ˆj + a z kˆ ⋅ bz kˆ
r r
a ⋅ b = a x bx + a y b y + a z bz

Lembrando que:
a x iˆ ⋅ b y ˆj = a x iˆ ⋅ bz kˆ = a y ˆj ⋅ bx iˆ = a y ˆj ⋅ bz kˆ = a z kˆ ⋅ bx iˆ = a z kˆ ⋅ b y ˆj = 0

Temos:

r r
a ⋅ b = a xbx + a y b y + a z bz

Como exemplo físico de produto escalar, temos a definição de trabalho W (escalar) realizado por uma
r r r r
força F quando seu ponto de aplicação sofre um deslocamento d . Se φ é o ângulo entre os vetores F e d , o
trabalho W é definido como

r r
W = F ⋅ d = Fd cos φ

Esta definição será devidamente estudada mais adiante.

• Produto vetorial

r r
Por definição, o produto vetorial de a com b é dado por

r r
a × b = absen φ
r r
onde φ é o ângulo entre a e b . Observe que:

r r r r
9 Se a e b são paralelos ⇒ a × b = 0
r r r r
9 Se a e b são perpendiculares ⇒ a × b = máximo

r r r r r
O produto vetorial entre a e b produz um vetor c , cuja direção é perpendicular ao plano definido por a e b .
r r
Para determinar o sentido de c , utiliza-se a regra da mão direita: os indicadores apontam no sentido de a para
r r
b e o polegar dirá o sentido de c . Observe então que

r r r r
b × a = −( a × b )
Escrevendo em termos do vetor unitário, temos

r r
a × b = (a x iˆ + a y ˆj + a z kˆ) × (bx iˆ + b y ˆj + bz kˆ)

Podemos expandir estes termos, lembrando da propriedade distributiva:

r r
a × b = a x iˆ × bx iˆ + a x iˆ × b y ˆj + a x iˆ × bz kˆ + a y ˆj × bx iˆ + a y ˆj × b y ˆj + a y ˆj × bz kˆ + a z kˆ × bx iˆ + a z kˆ × b y ˆj + a z kˆ × bz kˆ

Mas

a x iˆ × b y ˆj = a x b y (iˆ × ˆj ) = a x b y kˆ , a x iˆ × bz ˆj = a x bz (iˆ × kˆ) = a x b y (− ˆj ) = −a x b y ˆj ,

a y iˆ × bx ˆj = a x b y ( ˆj × iˆ) = a x b y (−kˆ) = −a x b y kˆ , a y iˆ × bz ˆj = a y bz ( ˆj × kˆ) = a y bz iˆ

a z iˆ × bx ˆj = a z bx (kˆ × iˆ) = a x b y ˆj , a z iˆ × b y ˆj = a z b y (kˆ × ˆj ) = a z b y (−iˆ) = −a x b y iˆ

E a x iˆ × bx iˆ = a x bx (iˆ × iˆ) = 0 , a y iˆ × b y iˆ = a y b y ( ˆj × ˆj ) = 0 e a z iˆ × bz iˆ = a z bz (kˆ × kˆ) = 0

Logo, temos que

r r
a × b = (a y bz − b y a z )iˆ + (a z bx − bz a x ) ˆj + (a x b y − bx a y )kˆ

r
Como exemplo físico de produto vetorial, temos a definição de torque τ (um efeito de rotação) de uma força
r r r
F cujo ponto de aplicação encontra-se a uma distância r de uma origem. O torqueτ que esta força exerce em
relação à origem é definido como

r r r
τ = r × F = rFsenφ

Esta definição será devidamente estudada mais adiante.

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