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Arranjo a duas vozes


Elaborar um arranjo a duas vozes consiste em criar uma linha melódica
que acompanhe a melodia e a harmonia da música escolhida. As possibilidades
de criação desta segunda melodia são muitas, então para facilitar o estudo
iremos agrupar em dois tipos básicos. Um deles é o que chamaremos de
Melodia em Bloco que consiste na criação de uma segunda voz com o ritmo
exatamente igual ao da melodia principal. Quando o ritmo da segunda voz for
diferente da melodia principal, criando deste modo uma certa independência
entre as duas melodias, denominaremos de Contracanto. Esta nomenclatura é
uma convenção utilizada ao longo deste trabalho. Outras definição destes
termos podem ser encontradas em trabalhos de outros autores.
Por uma questão didática iremos subdividir o arranjo a duas vozes de
acordo com o livro "ARRANJO - método prático" de Ian Guest (1996). Esta
subdivisão resulta nos seguintes tópicos:
• Contracanto Passivo
• Contracanto Ativo
• Melodia em Bloco

Contracanto Passivo

O contracanto passivo consiste em criar uma melodia cujo as notas


tenham a mesma duração do acorde em que ela está inserida. O ritmo do
contracanto segue o ritmo harmônico. Veja alguns exemplos:

Exemplo 1: Trecho da música Asa Branca de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira

Observe que o ritmo do contracanto


segue o ritmo da harmonia
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Cuidados a serem tomados na elaboração de um contracanto

• Definir a tonalidade ideal para o tipo de voz que irá cantar a melodia principal,
levando em consideração o tipo de grupo que irá interpretar (coral, quarteto
feminino, quarteto masculino, etc.) e a sonoridade pretendida (mais vibrante,
mais suave, mais escuro, mais claro, etc.). Não esquecer de escrever o
contracanto de acordo com o tipo de voz que irá cantá-lo.

• As notas utilizadas na construção do contracanto são apenas as notas do


acorde (tríades ou tétrades básicas) ou notas de tensão. A escolha destas notas
vai variar de acordo com o estilo. Na Bossa Nova, por exemplo, as tensões são
muito bem vindas, assim como as sétimas e as terças, quando for utilizar notas
do acorde (veja exemplo 4). No Sertanejo e em alguns outros estilos regionais,
geralmente não se utiliza tensões e raramente a sétima é usada (a não ser nas
dominantes), privilegiando as notas das tríades básicas (veja exemplo 1). É
importante, também, tornar o contracanto o mais "cantável" possível.

• Evitar o intervalo de segunda menor entre as melodias pois isto pode


comprometer a clareza de ambas.

Segunda menor
não é recomendado

• Evitar cruzamento de vozes ( que é o fato de uma voz, que estava cantando
mais grave que a outra, passar a cantar mais agudo). Não significa que isso
nunca possa ocorrer, porém se a intenção é ter melhor clareza melódica o
cruzamento pode atrapalhar.

• Tomar cuidado com os uníssonos e as oitavas pois isso pode diminuir o


contraste e gerar um certo "vazio", a não ser que a intenção seja esta.

• Não esquecer de ficar sempre atento com a análise dos movimentos entre as
vozes (contrário, oblíquo, direto e paralelo) e com a análise melódica do canto
e do contracanto.
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Contracanto Ativo

O contracanto ativo consiste em criar uma melodia que tenha uma


movimentação rítmica maior do que o contracanto passivo e mais independente
em relação ao ritmo harmônico criando, deste modo, um contraste ainda maior
em relação a melodia principal. Um exemplo muito conhecido de contracanto
ativo é o da música Andança de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo
Caymmi.

Etc...

O contracanto ativo pode surgir espontaneamente ou pode ser


desenvolvido a partir de um contracanto passivo. Veja o exemplo abaixo:

Contracanto Passivo
da música Vira Virou.

Contracanto Ativo feito


a partir do contracanto
passivo.
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Os cuidados a serem tomados na elaboração do contracanto ativo são os


mesmos do contracanto passivo com o acréscimo de algumas particularidades
tais como:

• Pode ser utilizado notas auxiliares (bordaduras, apojaturas, passagens, etc...).


Quando isso ocorrer é preciso ficar atento as recomendações abordadas no
ítem "análise melódica" .

• Evitar grandes distâncias entre canto e contracanto. Geralmente procura-se


não passar de uma décima (Terça + Oitava). Quando a distância passar deste
intervalo é recomendado voltar o mais rápido possível para uma distância
dentro deste limite. Uma distância muito grande entre as melodias pode criar
uma sensação de "buraco" entre as mesma, por isso ela não é recomendada, a
não ser que a intenção seja esta.

Veja abaixo um exemplo de um contracanto ativo a duas vozes feito para


música Arrastão de Edu Lobo e Vinícius de Moraes:
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Melodia em Bloco

Esta técnica consiste em criar uma melodia com o mesmo ritmo da


melodia principal. Geralmente o texto das duas melodias é o mesmo. Com isso
surge o desafio de criar um canto interessante e melodioso que soe bem com a
melodia principal e que se ajuste a harmonia. Veja os exemplos abaixo:

Exemplo 1: Trecho da música San Vicente de Milton Nascimento

Exemplo 2: Trecho da música Quem te viu, quem te vê de Chico Buarque

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