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Economia e Política
Cafeicultura e
Grande Indústria
A TRANSIÇÃO NO ESPÍRITO SANTO • 1955-1985
Cafeicultura e
Grande Indústria
A TRANSIÇÃO NO ESPÍRITO SANTO • 1955-1985
2ª edição
Vitória
Espírito Santo em Ação
2012
© 2012 Haroldo Corrêa Rocha, Angela Maria Morandi
ASSESSORIAS
Orlando Caliman Assessor de Planejamento e Gestão
Eugênio Fonseca Assessor de Comunicação
Pedro Amaral Oliveira Assessor de Segurança
Rua José Alexandre Buaiz, 190. Ed. Master Tower – Sala 1414 – Enseada do Suá – Vitória/ES.
CEP: 29050-918 Tel: 3024-7700, Fax: 3024-7709 – www.espiritosantoemacao.org.br
1ª edição, 1991
Série
Espírito Santo : Economia e Política
CDD: 338.1737098152
CDU: 338.45 (815.2)
Realização Patrocínio
Espírito Santo • Economia e Política 3
Agradecimentos
constantes da 1ª edição
Prefácio à 2ª edição
Prefácio à 1ª edição
Com esse trabalho não é exagero dizer que o Estado do Espírito Santo
passa a ser um dos mais bem estudados em termos da evolução de sua
economia.
Wilson Cano2
2 Wilson Cano é economista pela PUC-SP, tem curso de pós-graduação pela Cepal e pelo Ilpes e doutorado pela Unicamp-SP,
onde é também professor livre-docente, dando aulas no Curso de Pós-Graduação em Economia (Mestrado e Doutora-
do). Autor de vários trabalhos, entre os quais Raízes da Concentração Industrial em São Paulo e Desequilíbrios
Regionais e Concentração Industrial no Brasil – 1930/1970. Conferencista, assessor, consultor e conselheiro de
organismo e instituições nacionais e internacionais.
Sumário
Lista de Tabelas........................................................................................ 15
Apêndice Estatístico................................................................................ 17
Apresentação........................................................................................ 21
Introdução............................................................................................ 23
Referências......................................................................................... 50
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Apêndice Estatístico...................................................................161
Referências...........................................................................................167
Espírito Santo • Economia e Política 15
Lista de Tabelas
Apêndice Estatístico
Apresentação
Boa leitura.
Introdução
radicalmente diferente das que já haviam sido utilizadas nas crises anteriores.
Os órgãos federais responsáveis pela política cafeeira decidiram erradicar os
cafezais até que a capacidade produtiva e as safras colhidas se equiparassem
às necessidades do mercado consumidor. E, para viabilizar essa política, foi
estabelecida uma considerável indenização por cova erradicada.
Essa política, embora tenha causado uma grave crise social, resultou
numa significativa injeção de recursos na economia estadual, que buscou
aplicações alternativas. Associaram-se a isso outras políticas de incentivos
e financiamentos a atividades específicas, que possibilitaram viabilizar o
início de um processo de diversificação econômica.
As três últimas décadas que foram palco dessas mudanças devem ser
subdivididas em dois subperíodos.
Espírito Santo
nos anos 1960 e 2010
1. INTRODUÇÃO
Nas cinco décadas que se seguiram o Espírito Santo passou por uma
grande transformação econômica e social. A sociedade e a economia estadual
do início da segunda década do século XXI são completamente diferentes
do Espírito Santo de meio século atrás. Neste mesmo período, realizou-se,
também, o processo de globalização, suportado, sobretudo, pela evolução
e aplicação das tecnologias da microeletrônica em todas as atividades hu-
manas, pela multiplicação das relações financeiras e pela revolução nos
meios de transportes e nos sistemas de logística. O Espírito Santo mudou, o
Brasil mudou e o mundo mudou. Os desafios de hoje são qualitativamente
diferentes dos desafios de cinco décadas atrás.
TABELA 1 - E
spírito Santo: População Residente por Situação de Domicílio e
Metropolitana - 1960-2010
1960 1970 1980 1991 2000 2010
População total 1.418.348 1.599.324 2.023.338 2.600.618 3.097.232 3.514.952
Urbana % 28,4 45,1 66,8 74,0 79,5 83,4
Rural % 71,6 54,9 33,2 26,0 20,5 16,6
Região Metropolitana da Grande Vitória
População total 216.274 418.273 753.959 1.136.842 1.438.596 1.687.704
% no ES 15,2 26,2 37,3 43,7 46,4 48,0
Municípios
Vila Velha 55.587 123.742 203.401 265.586 345.965 414.586
Serra 9.192 17.286 82.568 222.158 321.181 409.267
Cariacica 39.608 101.422 189.099 274.532 324.285 348.738
Vitória 83.351 133.019 207.736 258.777 292.304 327.801
Guarapari 14.861 24.105 38.500 61.719 88.400 105.286
Viana 6.565 10.529 23.440 43.866 53.452 65.001
Fundão 7.110 8.170 9.215 10.204 13.009 17.025
Fonte: IBGE (1949-1980, 1951, 1967, 1973, 1991, 2000, 2010).
TABELA 2 - T
axa média de crescimento do PIB, ES e BR - 1960-2009
1960/70 1970/80 1980/90 1990/00 2000/06 2002/09
Espírito Santo 8,1 11,5 2,9 3,9 5,3 3,8
Brasil 7,7 10,3 2,0 2,4 3,7 3,4
Fonte: Elaboração de Sávio Caçador a partir de dados do Ipeadata (2009b) e IJSN.
TABELA 3 - E
spírito Santo: Composição Setorial do PIB - 1960-2009
Setores 1960 1970 1980 1990 2000 2002 2009
Agropecuária e pesca 41,8 20,8 14,7 6,0 8,8 8,2 6,8
Indústria 5,3 13,2 36,2 36,4 37,1 31,8 29,8
Comércio e serviços 52,9 66,1 49,1 57,6 54,1 60,1 63,5
Fonte: Elaboração de Sávio Caçador a partir de dados do Ipeadata e IJSN (2002 e 2009).
principal atividade, pois superada a crise dos anos 1960 houve a retomada
do plantio, sobretudo do café conilon, e sucederam-se safras recordes, res-
pondendo, atualmente por 41% do PIB agrícola estadual. O Espírito Santo,
no início dos anos 1960, era o quarto maior produtor nacional, tendo tido
como safra recorde 2,3 milhões de sacas. Nos últimos anos, o Espírito Santo
ascendeu ao posto de segundo maior produtor e em 2011 respondeu por
27% da produção nacional, tendo tido a maior safra de sua história, 11,5
milhões de sacas, sendo 2,7 milhões de sacas de café arábica (1 milhão de
sacas de café de alta qualidade) e 8,8 milhões de sacas de conilon. Em 1965,
a área ocupada com café era de aproximadamente 420 mil/ha e, em 2011,
a área foi ampliada para 450 mil/ha, o que indica que a produtividade teve
um aumento de 400%, tendo passado de 5,5 para 25,5 sacas por hectare.
Esta evolução se deu principalmente em função do desenvolvimento, pelo
Incaper, de espécies mais produtivas e da disseminação de tecnologia junto
aos produtores rurais.
TABELA 4 - E
spírito Santo: Arrecadação de ICMS Fundap (Importações) - 1971/2000
(US$ mil)
Ano Valor Ano Valor Ano Valor
1971 1.336,8 1981 45.531,7 1991 50.938,0
1972 7.308,7 1982 33.063,5 1992 55.933,2
1973 13.737,2 1983 18.513,0 1993 59.616,3
1974 19.624,9 1984 16.766,5 1994 245.649,6
1975 9.344,2 1985 8.069,0 1995 535.280,9
1976 13.516,8 1986 8.923,2 1996 431.606,2
1977 13.773,6 1987 19.625,6 1997 658.912,9
1978 16.705,6 1988 19.899,8 1998 521.505,3
1979 41.890,9 1989 32.229,9 1999 301.755,0
1980 70.570,8 1990 34.419,5 2000 380.165,4
Média Anual 20.781,0 Média Anual 23.704,2 Média Anual 324.136,3
Fonte: Os valores do ICMS - FUNDAP, no período 1971-1993, foram extraídos Pereira (1998). Os demais
dados foram calculados por Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito
Santo [2000?].
TABELA 5 - E
volução dos investimentos públicos estaduais - 2003/2011
(R$ milhão)
Anos Receita estadual¹ Investimentos %
2003 5.258,7 109,9 2,1
2004 6.305,4 192,3 3,0
2005 7.810,9 434,3 5,6
2006 8.556,8 727,1 8,5
2007 10.006,0 757,8 7,6
2008 11.102,6 911,3 8,2
2009 10.888,8 1.178,0 10,8
2010 11.928,8 1.593,1 13,4
2011 14.079,2 1.206,1 8,6
Fonte: Espírito Santo (2011).
¹ Receita estadual= receita corrente+receita de capital
TABELA 6 - E
xportações e importações do Espírito Santo - 1989-2011
(US$ milhão)
Anos Exportações Importações Saldo Comercial
1989 1.697,90 591,89 1.106,01
1990 1.414,73 595,79 818,94
1991 1.694,22 763,99 930,23
1992 1.657,51 794,10 863,41
1993 1.748,11 1.205,19 542,92
1994 2.301,55 1.938,37 363,18
1995 2.748,71 3.718,67 - 969,96
1996 2.454,26 3.168,40 - 714,14
1997 2.547,07 4.286,61 - 1.739,54
1998 2.408,53 3.468,79 - 1.060,26
1999 2.447,10 2.620,56 - 173,46
2000 2.791,32 2.507,87 283,45
2001 2.429,26 2.448,12 - 18,86
2002 2.597,07 2.019,55 577,52
2003 3.535,43 2.156,73 1.378,70
2004 4.055,55 3.011,00 1.044,55
2005 5.593,06 4.088,64 1.504,42
2006 6.721,78 4.896,13 1.825,65
2007 6.871,95 6.638,51 233,44
2008 10.099,37 8.606,60 1.492,77
2009 6.510,24 5.484,25 1.025,99
2010 11.954,30 7.595,37 4.358,93
2011 15.158,50 10.737,63 4.420,87
Fonte: MDIC
O Espírito Santo encontra-se, mais uma vez, diante de uma ação federal
que atrapalha o seu desenvolvimento. Efeito semelhante teve a política de
erradicação dos cafezais adotada na década de 1960.
6,00
5,10
4,98
5,00
4,00
2,78
3,00 2,30 2,49
1,84
2,00
1,00 0,54
0,00
Área População PIB PIB PIB Valor das Valor das
agropecuário industrial importações exportações
Fonte: Ipeadata.
Referências
Capítulo
1
O Espírito Santo
e a política de
desenvolvimento
regional
Tabela 1 – D
istribuição regional da renda interna e da população residente, Brasil e
Espírito Santo, 1949-1980, em %
1949 1959 1970 1975 1980
População
População
População
População
População
PIB a.c.f.
PIB a.c.f.
PIB a.c.f
Regiões
Renda
Renda
Norte 3,6 1,7 3,7 2 3,9 2,2 3,9 2,1 4,9 3,1
Nordeste 34,7 14,1 31,6 14,1 30,3 11,7 29,9 11,3 29,3 12
Sudeste 43,4 66,5 43,8 64,1 42,6 65,5 42,3 64,3 43,6 62,4
Espírito Santo 1,7 1,4 1,5 1,1 1,7 1,2 1,6 1,1 1,7 1,5
Sul 15 15,9 16,7 17,4 17,7 16,7 18 18,1 15,9 17
Centro-Oeste 3,3 1,8 4,2 2,4 5,5 3,9 5,9 4,2 6,3 5,5
Brasil 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fontes: IBGE (1949-1980); Instituto Brasileiro de Economia (1987).
Nota: A
partir de 1970, utilizou-se o PIB ao custo de fatores, por serem as únicas informações regionais publi-
cadas pela FGV nas contas nacionais.
3 Essa teoria sobre as desigualdades regionais sofreu contundentes críticas por parte de alguns autores que se ocupam da
questão regional no Brasil. Veja-se especialmente Cano (1985a) e Oliveira (1981).
Espírito Santo • Economia e Política 55
4 O Sistema 34/18 refere-se ao fixado no artigo 34 da Lei nº 3.995, de 14-12-61, que aprovou o primeiro Plano Diretor da
Sudene, e no artigo 18 da Lei nº 4.239, de 27-06-83, que sancionou o programa da Sudene para o período 1963/65.
5 A avaliação dos resultados do Sistema 34/18 para o nordeste foi realizada em vários trabalhos de vários autores, destacando-
-se os de Goodman e Albuquerque (1974), de Hirschman (1967) e de Magalhães (1978).
Espírito Santo • Economia e Política 57
ser aprovados pelo Governo, por meio das suas instituições responsáveis,
dentro dos programas considerados prioritários.
Assim, essa política adversa fez com que, durante um bom tempo, a
economia capixaba ficasse de fora da política regional brasileira.
O café era quase sempre a única fonte de renda monetária das pequenas
propriedades e o meio de acesso aos produtos não gerados no seu interior.
Uma parte dos recursos disponíveis (incluindo mão de obra) destinava-se
à produção de subsistência para as famílias, o que era reforçado em mo-
mentos de crise, possibilitando a sobrevivência das pequenas propriedades
numa conjuntura desfavorável para os preços do café.
6 Os dados referentes à área plantada foram retirados de IBGE (1940 – 1989) e os da renda interna extraídos de Univer-
sidade Federal do Espírito Santo (1982).
Espírito Santo • Economia e Política 61
Tabela 2 - P
reço médio de exportação do café (verde e solúvel), Brasil, 1945-1987
(US$/sacas de 60 kg)
Ano Preço Ano Preço Ano Preço Ano Preço
1945 16,18 1956 61,27 1967 42,29 1978 182,81
1946 22,41 1957 59,05 1968 41,88 1979 193,81
1947 28,17 1958 53,36 1969 43,11 1980 182,21
1948 28,05 1959 41,98 1970 57,46 1981 110,25
1949 32,61 1960 42,37 1971 44,68 1982 123,6
1950 58,34 1961 41,86 1972 55,01 1983 131,33
1951 62,79 1962 39,24 1973 67,83 1984 145,56
1952 66,07 1963 38,27 1974 73,81 1985 136,82
1953 70,05 1964 50,83 1975 63,96 1986 234,72
1954 86,83 1965 52,4 1976 153,7 1987 117,46
1955 61,61 1966 45,41 1977 259,19
Fonte: Anuário estatístico do café (1977).
7 O empresariado local foi representado pela Associação Comercial de Vitória e pelas Federações das Indústrias, do Comércio
e das Associações Rurais do Estado do Espírito Santo.
Espírito Santo • Economia e Política 65
Talvez por ser uma reivindicação pouco realista, pois envolvia uma série
de ônus para o orçamento federal, o projeto de lei não passou de projeto.
Capítulo
2
Antecedentes:
crise agrícola e
industrialização
1955/75
8 Sobre o Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek ver o trabalho de Lessa (1982).
72 Cafeicultura & Grande Indústria
9 Sobre a política e a crise cafeeira nos anos 1950 e 1960 ver Guarnieri (1979).
Espírito Santo • Economia e Política 73
10 A política de incentivos fiscais foi instituída pelo Decreto-Lei nº 880, de 18-09-1969, e pela Lei estadual nº 2469, de
28-11-1969. Os recursos gerados a partir desta legislação, no primeiro caso, oriundos do Imposto de Renda (IR); e, no
segundo, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM), constituíram o Fundo de Recuperação Econômica do Estado
do Espírito Santo – Funres – administrado pelo Grupo Executivo pela Recuperação Econômica do Estado do Espírito
Santo – Geres – ambos criados pelo Decreto-Lei 880.
74 Cafeicultura & Grande Indústria
11 Dados básicos dos Censos Industriais de 1950 e 1960 compatibilizados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas – NEP – se-
gundo o Censo de 1960 e publicados em MORANDI (1984, tabelas 36 e 37).
Espírito Santo • Economia e Política 75
Tabela 3 - N
úmero de cafeeiros plantados, Espírito Santo, 1940-1987
Número de cafeeiros plantados
Ano
Total Em produção Novos
1940 257.272.755 212.997.130 44.275.625
1950 359.238.801 247.146.325 85.092.476
1960 447.645.103 360.431.122 87.213.981
1970 234.845.114 202.613.200 32.231.914
1975 247.165.671 193.756.765 53.408.906
1980 447.114.159 298.598.296 148.515.863
1985 645.214.793 485.175.737 160.039.056
1987 672.147.000 543.004.000 138.143.000
Fontes: Instituto Brasileiro do Café (1987); IBGE (1974a; 1979a; 1983a; 1987).
12 Para verificação da expansão da cafeicultura nos outros estados brasileiros vide Anuário estatístico do Brasil (1940-1989)
e Anuário estatístico do café (1977).
76 Cafeicultura & Grande Indústria
Tabela 4 - P
rodução de café beneficiado (média trienal), Espírito Santo, 1942/44-1987
(sacas de 60 kg)
Anos Produção de café Anos Produção de café
1942/44 1.467.166 1966/68 1.373.225
1945/47 1.768.050 1969/71 1.157.617
1948/50 1.523.542 1972/74 1.126.558
1951/53 1.487.608 1975/77 1.020.392
1954/56 1.751.575 1978/80 2.339.317
1957/59 2.356.817 1981/83 3.426.492
1960/62 2.316.808 1984/86 4.233.656
1963/65 2.084.167 1987 3.708.275
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1973); IBGE (1940-1989). Cálculos dos autores.
Notas:
1. A partir de 1947, os dados que se apresentavam em toneladas foram convertidos para sacas de 60 kg.
2. A partir de 1959, os dados referentes a café em coco foram transformados para café beneficiado com o
seguinte critério: 2 kg de café em coco = 1 kg de café beneficiado.
São Paulo 244.420 54.944 299.364 304.762 62.135 366.897 17.729 21.420 39.149
Minas Gerais 230.564 133.139 363.703 241.538 111.596 353.134 11.609 35.671 47.280
Paraná 125.712 124.185 249.957 161.062 146.000 304.062 7.429 52.538 59.967
Espírito Santo 67.903 235.272 303.175 60.429 239.000 299.429 3.707 66.547 70.254
Outros 54.887 108.257 163.144 50.726 115.000 165.726 2.198 31.980 34.178
Total 723.546 655.797 1.379.343 818.517 673.731 1.492.248 42.672 208.156 250.828
Nota: 1
ª Fase (de junho de 1962 a agosto de 1966).
2ª Fase (de agosto de 1966 a maio de 1967).
Espírito Santo • Economia e Política 79
Tabela 6 - P
articipação relativa por estado no Programa de Erradicação dos Cafezais
Valor pago aos
Cafeeiros erradicados Área liberada
cafeicultores Ago/1966
Estados (%) (%)
(%)
1ª fase 2ª fase Total 1ª fase 2ª fase Total 1ª fase 2ª fase Total
São Paulo 33,8 8,4 21,7 37,2 9,1 24,5 41,6 10,3 15,6
Minas Gerais 31,9 20,3 26,4 29,5 16,6 23,7 27,2 17,1 18,9
Paraná 17,4 18,9 18,1 19,7 21,7 20,6 17,4 25,8 23,9
Espírito Santo 9,4 35,9 22,0 7,4 35,5 20,1 8,7 32,0 28,0
Outros 7,5 16,5 11,8 6,2 17,1 11,1 5,1 15,4 13,6
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Tabela 5.
Tabela 7 - Percentual da população cafeeira e da área cultivada com café atingidas pela
erradicação
Nº de cafeeiros erradicados/nº de Área liberada pela erradicação/área
Estados
cafeeiros existentes em 1961 (%) com cafeeiros em 1961 (%)
São Paulo 26,0 26,5
Assim, pareceria natural, até certo ponto, que o Espírito Santo sofresse
uma erradicação proporcionalmente maior, na medida em que a política
visava exatamente a erradicar os cafeeiros antieconômicos.
Por outro lado, e este parece ser o aspecto mais relevante, a significativa
indenização oferecida pelo Gerca por cova erradicada diante da pequena
produtividade e lucratividade da cafeicultura deve ter assumido aos olhos
dos cafeicultores o papel de um negócio mais atraente e rentável do que a
manutenção da planta e a colheita do produto. Segundo o Instituto Bra-
sileiro do Café (1963) o rendimento do café no Espírito Santo era de 308
kg/ha, enquanto em São Paulo era de 446 kg/ha e na Colômbia de 523
kg/ha. Devido a isso,
[...] com a queda dos preços do café, (...) o produtor capixaba foi toma-
do pelo desânimo, e a nossa cafeicultura revelou-se totalmente inviável.
Assim, quando o IBC ofereceu, no curso dos dois programas, de 400 a
700 cruzeiros velhos (Cr$ 0,40 e Cr$ 0,70 moeda atual) por pé que se
extirpasse, houve uma verdadeira corrida pela erradicação, porque
a produção da maioria das lavouras, por mil pés, aos preços vigorantes
(em torno de 15 cruzeiros velhos por saco), representava remuneração
sensivelmente inferior (ESPÍRITO SANTO, 1979, p. 2).
Tabela 8 - E
stimativa do desemprego de mão de obra ocasionado pelo Programa de
Erradicação dos Cafezais, Espírito Santo, 1962/67
Fatores de desemprego e reocupação 1ª fase 2ª fase Total
1. Mão de obra liberada pela erradicação 14.827 58.643 73.470
2. Reocupação por atividades alternativas 2.639 10.437 13.076
2.1 Pastagens 1.949 7.708 9.657
2.2 Milho 475 1.878 2.353
2.3 Arroz 8 31 39
2.4 Algodão 28 112 140
2.5 Feijão 109 432 541
2.6 Mamona 40 159 199
2.7 Café 30 117 147
Saldo de desempregados 12.188 48.206 60394
Fontes: 1
ª Fase: Estimativa de Guarnieri (1979).
2ª Fase: Estimativa dos autores com base nos Quadros III.9 a III.13 do citado trabalho de Guarnieri
(1979).
82 Cafeicultura & Grande Indústria
Culturas São Paulo Minas Gerais Paraná Espírito Santo Outros estados Brasil
Substitutivas Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) % Área (ha) %
Pastagem 81.676 26,8 160.623 66,5 65.069 40,4 42.361 70,1 17.095 33,7 366.824 44,8
Milho 78.019 35,6 34.298 14,2 17.878 11,1 5.680 9,4 15.218 30,0 151.093 18,5
Arroz 51.809 17,0 3.865 1,6 2.738 1,7 60 0,1 6.087 12,0 64.559 7,9
Algodão 22.248 7,3 – – 25.770 16,0 242 0,4 152 0,3 48.412 5,9
Feijão 6.400 2,1 18.115 7,5 7.731 4,8 1.088 1,8 3.500 6,9 36.834 4,5
Cana-de-açúcar 19.505 6,4 4.831 2,0 2.255 1,4 1.269 2,1 964 1,9 28.824 3,5
Mandioca 4.267 1,4 4.106 1,7 3.382 2,1 6.405 10,6 1.522 3,0 19.682 2,4
Mamona 4.267 1,4 – – 4.671 2,9 363 0,6 761 1,5 10.062 1,2
Café 3.047 1,0 966 0,4 483 0,3 121 0,2 101 0,2 4.718 0,6
Reflorestamento 1.524 0,5 1.691 0,7 805 0,5 181 0,3 – – 4.201 0,5
Outras Culturas 15.238 5,0 13.043 5,4 28.372 17,7 2.659 4,4 5.275 10,4 64.723 7,9
Total 304.762 100,0 241.538 100,0 161.062 100,0 60,429 100,0 50.726 100,0 818.517 100,0
13 Conforme Carvalho Filho (1975), foram instituídos o Programa Global de 1969 e o Plano de Emergência com meta
de plantio de 100 milhões de pés, tendo sido realizado o plantio de 39 milhões de pés com financiamento nos anos de
1969 e 1970. No início dos anos 70, foram adotados outros Planos de Renovação e Revigoramento de Cafezais, tendo
sido financiadas 87 milhões de mudas e realizado o plantio de 120 milhões de pés.
Espírito Santo • Economia e Política 85
14 A região norte do Espírito Santo tem uma área de 2.373.800ha, o que corresponde a 52,1% da área total do estado. Em
1920 apenas 5,6% dessa área era apropriada, aumentando para 37,9%, em 1950, e 49,7%, em 1960. Na década de 1960
foram ocupados 801.667ha nessa região o que representou 21,3% da área total do estado. Com isso 83,4% das terras
apropriadas daquela região já estavam apropriadas em 1970 (MORANDI et al., 1984).
86 Cafeicultura & Grande Indústria
Tabela 10 - L
enha e madeira em toros extraídas de florestas nativas, Espírito Santo,
1952/54 – 1987 (média trienal)
Madeiras em toros Índice de Índice de
Anos Lenha (m3)
(m3) crescimento crescimento
1952/54 79.692,7 100,0 357.999,3 100,0
1955/57 169.409,7 212,6 1.068.391,3 298,4
1958/60 247.349,3 310,4 1.628.790,0 455,0
1961/63 282.370,3 354,3 1.866.598,3 521,4
1964/66 349.176,7 438,2 1.760.137,0 491,7
1967/69 344.120,7 431,8 1.696.232,7 437,8
1970/72 274.830,3 344,9 1.453.966,3 406,1
1973/75 317.200,0 398,0 1.416.768,7 395,7
1976/77 206.339,5 258,9 674.471,5 188,4
1978/80 120.598,0 151,3 508.239,4 142,0
1981/83 208.968,0 262,2 470.710,7 131,5
1984/86 182.303,7 228,8 394.092,0 110,1
1987 161.303,7 203,0 339.860,0 94,9
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1955-1987); IBGE (1940-1989).
Tabela 12 - P
articipação relativa dos principais estados importadores no total das
exportações de madeira, Espírito Santo, 1935/37 – 1965
Anos Rio de Janeiro Minas Gerais Outros Total
1935/37 92,0 4,7 4,4 100,0
1938/40 78,0 13,8 8,2 100,0
1942/43 90,1 7,7 2,3 100,0
1944/46 86,0 8,7 5,3 100,0
1947/49 59,8 6,6 33,7 100,0
1950/52 76,7 5,5 17,8 100,0
1953/55 71,5 17,9 10,6 100,0
1956/58 65,1 29,2 5,8 100,0
1959/61 66,2 23,6 10,3 100,0
1962/64 61,2 23,5 15,3 100,0
1965 58,9 17,2 24,0 100,0
Fonte: Anuário estatístico do Espírito Santo (1955-1987).
Nota: Cálculos dos autores.
88 Cafeicultura & Grande Indústria
15 Sobre o papel da pecuária na ocupação de terras esgotadas, modalidades predatórias de cultivo e de terras ainda não
esgotadas, cujos fazendeiros têm mais como reserva de valor que como recurso produtivo, ver Szmrecsányi (1981).
16 Dados básicos do IBGE (1974a). Cálculos do NEP/Ufes.
Tabela 13 - E
fetivo bovino e taxa anual de crescimento do rebanho, Espírito Santo, 1950-1985
Centro 132.725 166.099 221.770 326.563 290.744 285.743 2,3 2,9 8,0 4,6 (-2,3) (-0,3)
Sul 201.366 269.559 385.439 516.514 488.131 463.568 3,0 3,6 6,0 4,4 (-1,1) (-1,0)
Norte 103.372 218.232 779.600 1.261.082 1.065.150 1.010.512 7,8 16,6 10,1 12,4 (-3,3) (-1,0)
Total 437.463 653.890 1.386.809 2.104.159 1.844.025 1.759.823 3,5 7,8 8,7 8,1 (-2,6) (-0,9)
Tabela 14 - Área e taxa anual de crescimento das pastagens, Espírito Santo, 1950/1985
Centro 171.909 227.141 329.264 387.561 351.859 320.501 2,83 3,78 3,31 (1,91) (1,8)
Sul 253.803 326.940 463.532 507.484 473.738 433.926 2,56 3,55 1,83 (1,37) (1,7)
Norte 158.073 288.575 1.037.187 1.235.513 1.153.148 1.125.174 6,20 13,65 3,56 (1,37) (0,5)
Total 583.785 842.656 1.829.983 2.130.558 1.978.745 1.879.617 3,74 8,06 3,09 (1,47) (1,0)
Nota: T
axas de crescimento calculadas pelos autores.
Os parênteses indicam que as taxas de crescimento são negativas.
Espírito Santo • Economia e Política
89
90 Cafeicultura & Grande Indústria
17 No Espírito Santo, segundo dados dos Censos Demográficos do IBGE, a população urbana na década de 1940 cresceu à taxa
de 2,4% ao ano, enquanto nas décadas 1950 e 1960 cresceu, respectivamente, 7,4% e 5,8% ao ano. Em 1950 apenas quatro
municípios (Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, Vila Velha e Colatina) tinham população urbana superior a 10 mil habitantes,
somando 111 mil habitantes, ou 55,5% da população urbana do estado. Em 1960, esse número aumentou para oito municípios
(Vitória, Vila Velha, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Cariacica, Conceição da Barra e Alegre), que somaram
315 mil habitantes, ou 76,9% da população urbana estadual. No ano de 1970, eram 13 os municípios com mais de 10 mil
habitantes, somando um total de 629 mil habitantes, ou 87,3% da população urbana do Espírito Santo, conforme Celin (1982).
92 Cafeicultura & Grande Indústria
na região norte do estado, não teve no café o fator determinante, visto que
o produto vivia uma grande crise de preços e não se apresentava como ativi-
dade rentável. A exploração madeireira, no entanto, aparecia como um dos
mais rentáveis negócios, passando a ser atividade principal e determinante do
desmatamento. E, uma vez realizado o desmatamento, a terra encontrava-se
nua, sem que a lavoura cafeeira a ocupasse. Nessas condições, mesmo que
não permitisse bom nível e lucratividade, a pecuária apresentava-se como a
melhor forma de ocupação da terra, pois não exigia grande imobilização nem
grande investimento em manutenção do rebanho e da mão de obra. Ademais,
tradicionalmente, a pecuária extensiva constituiu-se numa forma bastante
eficiente de ocupar e “reservar” a terra, principalmente devido à reprodução
natural do rebanho e às grandes áreas que demanda.
Atividades
Nº de
estabelecimentos
Área (ha)
Área média (ha)
Nº de
estabelecimentos
Área (ha)
Área média (ha)
Nº de
estabelecimentos
Área (ha)
Área média (ha)
Nº de
estabelecimentos
Área (ha)
Área média (ha)
Nº de
estabelecimentos
Área (ha)
Área média (ha)
Agricultura 46.720 2.297.517 49,2 48.810 1.951.505 40,0 43.217 1.770.196 41,0 44.748 1.997.074 44,6 54.285 2.316.197 42,7
. Arroz 930 41.141 44,2 2.002 102.306 51,1 1.984 79.911 40,3 1.154 53.789 46,6 1.572 66.970 42,6
. Banana 465 12.149 26,1 3.031 84.934 28,0 3.508 115,165 32,8 3.673 120.501 32,8 3.708 107.611 29,0
. Cacau 465 64.022 137,7 514 65.843 128,1 520 78.336 150,6 574 76.990 134,1 589 65.357 110,9
. Café 35.468 1.819.721 51,3 22.374 993.286 44,4 21.042 981.972 46,7 25.609 1.220.711 47,7 36.506 1.527.477 41,8
. Cana-de-açúcar 448 44.581 99,5 975 40.383 41,4 830 29.618 35,7 779 47.636 61,2 1.056 119.752 113,4
. Feijão 2.073 71.743 34,6 2.146 73.262 34,1 3.775 147.568 39,1 2.826 141.265 50,0
. Milho 3.913 115.098 29,4 9.534 293.585 30,8 5.387 153.208 28,4 2.972 112.220 37,8 2.559 87.363 34,1
Pecuária 2.995 310.096 103,5 13.866 1.408.761 101,6 16.080 1.847.831 114,9 13.072 1.528.546 116,9 13.851 1.347.855 97,3
Hortifloricultura 37 533 14,4 274 5.098 18,6 489 10.682 21,8 473 10.883 23,0 150 7.463 49,7
Silvicultura 9 398 44,2 64 53.242 831,9 74 142.239 1.922,1 48 197.044 4.105,1 46 198.914 4.324,2
Avicultura 39 920 23,6 195 7.895 40,5 232 8.846 38,1 689 20.702 30,0 737 15.861 21,5
Estrativa vegetal 213 20.248 95,1 554 66.983 120,9 485 58.870 121,4 343 43.839 127,8 20 7.333 366,7
Total 50.752 2.700.722 53,2 65.252 3.599.440 55,2 60.585 3.838.842 63,4 59.380 3.798.228 64,0 69.140 3.895.428 56,3
Tabela 16 - Q
uantidade produzida das principais culturas agrícolas (média trienal),
Espírito Santo, 1945/47 – 1987/88 (toneladas)
Culturas
Anos Arroz em Banana Cacau Café Cana-de- Feijão Mandio-
Milho
Casca (1) Amêndoa em Coco -açúcar em grão ca
1945/47 19.970 97.585 1.596 211.166 464.875 19.964 360.855 69.287
1948/50 24.944 118.285 2.935 182.825 439.438 24.941 303.228 70.107
1951/53 26.532 139.725 3.642 178.513 462.891 21.929 298.522 76.464
1954/56 23.565 176.320 3.433 201.189 493.750 26.270 387.971 79.727
1957/59 34.168 203.540 5.366 283.818 581.113 31.784 463.846 129.891
1960/62 45.026 240.610 5.564 278.017 595.433 38.267 425.623 151.334
1963/65 62.028 328.315 4.225 250.100 714.260 35.869 520.027 155.988
1966/68 57.345 387.230 5.603 164.787 704.730 41.073 570.900 216.533
1969/71 73.333 486.090 6.043 138.914 732.337 41.742 778.943 233.091
1972/74 81.492 475.642 7.368 135.187 620.009 45.715 632.891 244.931
1975/77 64.018 393.425 7.522 122.447 807.943 38.280 768.777 203.655
1978/80 64.468 232.455 11.593 280.718 978.449 39.982 688.889 213.554
1981/83 67.873 271.675 11.310 411.179 1.444.459 46.933 476.414 199.452
1984/86 101.797 325.265 12.192 508.039 2.687.074 48.235 528.841 231.221
1987/88 112.858 338.370 8.123 444.993 2.838.568 61.337 306.856 237.009
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1973); IBGE (1940-1989).
Notas: (1) A produção de banana foi convertida em tonelada de acordo com a seguinte relação: um cacho é igual a 15Kg.
Tabela 17 - Á
rea colhida1 das principais culturas agrícolas
(média trienal), Espírito Santo, 1945/47 – 1987/88 (hectares)
Arroz Cana-
Cacau Café Feijão Man-
Anos em Banana de- Milho Total
Amêndoa em Coco em grão dioca
Casca açúcar
1945/47 15.493 4.589 4.034 226.250 16.170 30.968 25.570 82.941 413.202
1948/50 16.796 5.243 7.255 225.069 15.667 37.043 22.262 80.086 417.917
1951/53 18.283 6.407 10.898 238.691 15.834 35.380 20.587 86.333 445.994
1954/56 19.294 7.321 11.543 269.069 17.242 39.754 24.023 96.410 495.063
1957/59 22.972 7.753 16.014 300.839 19.495 49.295 26.672 143.913 597.628
1960/62 28.616 9.735 19.108 300.301 21.686 61.672 27.141 168.163 646.704
1963/65 46.883 14.360 24.438 327.884 26.097 60.403 38.733 167.585 717.072
1966/68 46.000 17.698 22.329 244.622 23.873 74.302 43.131 219.519 701.859
1969/71 55.858 19.957 24.004 209.235 25.360 87.870 48.387 235.031 720.269
1972/74 54.744 24.273 22.101 196.871 19.859 85.139 49.868 221.840 702.383
1975/77 47.910 29.975 21.157 192.362 26.063 85.087 54.985 188.589 668.698
1978/80 38.890 28.217 21.349 274.403 30.611 81341 47.486 167.204 705.433
1981/83 29.700 23.378 20.391 337.630 28.754 92.269 28.820 130.264 699.923
1984/86 35.488 28.068 21.010 409.115 44.346 101.683 31.186 130.869 801.765
1987/88 36.886 27.741 21.587 438.5862 50.996 83.685 18.766 123.326 801.573
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1973); IBGE (1940-1989).
Notas: (1) Até 1965 a informação refere-se à área cultivada.
(2) O dado é referente apenas ao ano de 1987.
Espírito Santo • Economia e Política 95
Tabela 18 - R
endimento médio das principais culturas agrícolas, Espírito Santo, 1945/47
– 1987/88 (toneladas)
Arroz Cacau Café Cana-de- Feijão
Anos Banana Mandioca Milho
em Casca Amêndoa em Coco -açúcar em grão
1945/47 1,3 21,3 0,4 0,9 28,7 0,6 14,1 0,8
1948/50 1,5 22,6 0,4 0,8 28,0 0,7 13,6 0,9
1951/53 1,5 21,8 0,3 0,7 29,2 0,6 14,5 0,9
1954/56 1,2 24,1 0,3 0,8 28,6 0,7 16,2 0,8
1957/59 1,5 26,3 0,3 0,9 29,8 0,6 17,4 0,9
1960/62 1,6 24,7 0,3 0,9 27,5 0,6 15,7 0,9
1963/65 1,3 22,9 0,2 0,8 27,4 0,6 13,4 0,9
1966/68 1,2 21,9 0,3 0,7 29,5 0,6 13,2 1,0
1969/71 1,3 24,4 0,3 0,7 28,9 0,5 16,1 1,0
1972/74 1,5 19,6 0,3 0,7 31,2 0,5 12,7 1,1
1975/77 1,3 13,1 0,4 0,6 31,0 0,5 14,0 1,1
1978/80 1,7 8,2 0,5 1,0 32,0 0,5 14,5 1,3
1981/83 2,3 11,6 0,6 1,2 50,2 0,5 16,5 1,5
1984/86 2,9 11,6 0,6 1,2 60,6 0,5 17,0 1,8
1987/88 3,1 12,2 0,4 1,0 55,7 0,7 16,4 1,9
Fontes: Tabelas 16 e 17.
Cálculos dos autores.
18 A atividade de reflorestamento desenvolveu-se no Espírito Santo a partir da Lei 5.106, de 02-09-1966, que permitiu a
dedução de até 50% do Imposto de Renda (IR) devido para aplicação em florestamento; e da Portaria 784, de 24-01-
1969, do IBDF, que tornou obrigatório o plantio de novas essências florestais às empresas que utilizavam madeira como
matéria-prima. Assim, instalou-se em 1967 a Aracruz Florestal S/A, empresa que em 1969 tomou um empréstimo na
Codes correspondente a uma dotação específica do IBC-Gerca para reflorestamento. Deve-se mencionar também a
Docemade (atual Florestas Rio Doce S/A), subsidiária da CVRD, que iniciou um grande projeto de reflorestamento em
1969, e outras oito empresas de pequeno porte que, em 1970, já realizavam reflorestamento no Espírito Santo (BANCO
DE DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO SANTO, [1970?a]).
98 Cafeicultura & Grande Indústria
19 A Cofavi foi fundada em 1942 por um grupo de empreendedores capixabas. A sua unidade industrial começou a operar
em 1945 e compunha-se de um pequeno alto-forno a carvão vegetal com capacidade de produção de 40 toneladas por
dia ou 12 mil toneladas/ano de ferro-gusa. Esse alto-forno funcionou até 1962, quando foi paralisado, no mesmo local
onde atualmente está instalada a Cofavi, no bairro Jardim América, em Cariacica. Em 1959, no âmbito do Plano de
Metas do Governo Kubitschek, a Cofavi elaborou e foi aprovado pelo Governo Federal, através do BNDE, o seu plano de
expansão, que consistiu, em sua primeira etapa, na instalação de uma unidade de laminação para perfis leves e médio,
com capacidade de produção de 130 mil t/ano. Em 31 de outubro de 1963 foi inaugurada essa unidade, que passou a
operar utilizando lingotes de aço produzidos pela Usiminas, pois esta sua 1ª etapa foi conjugada com o projeto daquela
empresa. A nova Cofavi contou com o apoio decisivo do BNDE, que, além de garantir os recursos de financiamento
para sua instalação, se tornou também o seu principal acionista, detendo 95% de suas ações. Foi de grande importância
também a participação da empresa alemã Ferrostaal A.G. que, como maior acionista privada, teve a responsabilidade
do financiamento e fornecimento de todo o material e equipamento importado (CAPES, 1959; COMPANHIA FERRO E
AÇO DE VITÓRIA, 1962, [19--a], [19--b]).
100 Cafeicultura & Grande Indústria
Por outro lado, os outros dois mais importantes gêneros, que, tanto
em 1959 quanto em 1970, apareceram em primeiro e segundo lugares em
valor da produção, também apresentaram elevadas taxas de crescimento,
mas tiveram sua expansão determinada mais diretamente por políticas
específicas de apoio à industrialização implementadas a partir de 1967,
após a erradicação dos cafezais.
Tabela 19 - T
axa anual de crescimento do valor da produção da indústria de produtos
alimentares, Espírito Santo, 1959 – 1980
Subgêneros 1959/70 1959/75 1970/75 1975/80
Beneficiamento, torrefação e moagem de produtos
alimentares 12,4 10,1 5,3 16,1
Abate de animais e preparo de conservas de carne e
banha de porco 25,6 24,1 20,8 0,0
Laticínios (indústria pasteurização de leite) 16,4 18,2 22,3 3,1
Açúcar 9,6 10,1 11,0 18,6
Balas, caramelos, gomas de mascar, bombom, chocolate
e doce de leite 6,3 8,7 14,2 20,2
Produtos de padarias, confeitarias, pastelarias e sorvetes 7,9 6,8 4,4 0,0
Outros produtos alimentares 10,4 10,6 11,1 19,9
Total 14,0 14,1 14,1 10,4
Fontes: IBGE (1966b, 1974b, 1979b, 1984b).
Notas:
1. “Outros produtos alimentares” equivale ao valor de produção total do gênero excluídos os três primeiros subgêneros.
2. Taxas de crescimento calculadas pelos autores.
102 Cafeicultura & Grande Indústria
Tabela 20 - A
plicações dos recursos do IBC/Gerca do Programa de Diversificação
Econômica das Regiões Cafeeiras, Espírito Santo, 1967/70
Finalidades CR$ %
1. Projetos agroindustriais
1.1. Indústria de Leite 0,1 0,9
1.2. Indústria de Carne 2,8 23,9
1.3. Indústria de Mandioca 0,2 1,7
1.4. Indústria de Ração 0,2 1,7
1.5. Indústria de Madeira 0,7 6,0
1.6. Indústria de Açúcar 1,9 16,2
1.7. Indústria de Sizal 0,2 1,7
1.8. Indústria de Algodão 0,4 3,4
1.9. Indústria de Móveis 0,6 5,1
1.10. Indústria de Vestiário 0,1 0,9
1.11. Indústria de Latas 0,6 5,1
1.12. Indústria de Avícola 0,2 1,7
1.13. Reflorestamento 1,5 12,8
1.14. Indústria de Café 2,0 17,1
Total 11,7 100,0
Fonte: IBC-Gerca publicados em Guarnieri (1979).
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 11,2 32,5 26,3 13,7 54,9
Capítulo
3
Expansão recente:
desenvolvimento
econômico e
hegemonia do
grande capital –
1975/85
24 Na literatura, sobretudo oficial, e no meio intelectual capixaba foi consagrada a expressão “Grandes Projetos” como
qualificadora das grandes indústrias hoje existentes no Estado e que na década de 1970 ainda se encontravam em fase
de projeto. Essa expressão, do nosso ponto de vista, tem um significado bastante limitado, uma vez que se refere apenas
a um conjunto determinado de projetos industriais, que, aliás, não são mais projetos, mas empreendimentos em fun-
cionamento. Assim, a expressão não abrange os projetos e os empreendimentos dos diversos setores de atividade que,
mesmo não sendo de grande porte, são controlados por grandes grupos econômicos. Devido a essas limitações adotamos
neste trabalho o conceito de grande capital, que nos parece mais adequado para qualificar o novo padrão de crescimento
econômico vigente no Espírito Santo a partir de meados dos anos 1970. Grande capital não é empregado aqui com
referência apenas aos grandes empreendimentos industriais, mas a todos os projetos/empreendimentos dos diversos
setores de atividade, mesmo aqueles de pequeno porte, desde que sejam controlados por grandes grupos econômicos.
114 Cafeicultura & Grande Indústria
A elevação substancial dos preços foi o estímulo que faltava aos ca-
feicultores para a realização de novos plantios. Estímulo esse que, aliado
118 Cafeicultura & Grande Indústria
26 Entre 1970 e 1974 o IBC-Gerca concedeu financiamento apenas para o plantio de café arábica, o tipo tradicionalmente
plantado no Brasil e no Espírito Santo. A partir de 1975 passou a financiar também o plantio do café conillon (Robusta),
tipo africano, cuja cultura se expandiu aceleradamente, tendo assumido um papel de destaque na cafeicultura estadual
na década de 80 (CAFÉ..., 1983).
27 Cf. IBGE (1985 e 1986).
Espírito Santo • Economia e Política 119
fora de 0,7 tonelada de café em coco por ha, passou a 1,2 t/ha no triênio
1984/86, com um crescimento de 71% (tabela 18).
Tabela 22 - Á
rea de matas naturais e de reflorestamento, Espírito Santo, 1960-1985
Anos Naturais Reflorestamento
1960 858.141 25.296
1970 654.929 25.119
1975 439.628 98.388
1980 438.174 143.148
1985 399.274 156.785
Fontes: IBGE (1974a, 1979a, 1984a, 1983a, 1987).
órgão, indicam uma área de 132,1 mil ha para o ano de 1989. Esse dado
pode ser tomado como indicativo de certa estabilidade da área plantada,
pois, embora não se refira à totalidade da área reflorestada, corresponde à
área reflorestada das principais empresas reflorestadoras.
Tabela 23 - Área reflorestada incentivada por empresa reflorestadora, Espírito Santo, 1989
Empresas Total executado (ha) % Sobre o total
Aracruz Florestal S/A 76.817,26 58,17
Florestas Rio Doce S/A 35.189,99 26,42
Acesita Energética S/A 7.470,77 5,7
Cia. Brasileira de Ferro - CBF 4.362,98 3,5
Cia. Siderúrgica Belgo Mineira 2.542,14 1,9
Inonubrás – Inoculantes e Ferro-Ligas Nipo Brasileiros S.A 1.903,55 1,65
Cia. Siderúrgica Barbará 407,17 0,32
Mucuri Agroflorestal Ltda. 380 0,03
Outras 3.119,93 2,31
28 A Aracruz Florestal S/A possui 100 mil ha de terra, dos quais 80 mil reflorestados com eucaliptos. O restante é ocupado
com áreas de estradas, reservatórios de água, área de preservação, áreas industriais e bairro residencial (ARACRUZ CE-
LULOSE, [1987?]).
122 Cafeicultura & Grande Indústria
29 De 1981, quando teve início, até 1985, o programa de recuperação dos vales úmidos, Provárzeas, recuperou 28 mil ha,
que, em sua maior parte, se destinou ao plantio do arroz. Aproximadamente 60% do arroz do Espírito Santo é produzido
nas áreas recuperadas através do Provárzeas. (AGRICULTURA..., 1986).
30 Esta melhoria substantiva do rendimento médio da cultura do milho deve ser creditada ao uso de sementes selecionadas
e híbridas que possibilitaram maior produtividade. Segundo os técnicos da Secretaria de Agricultura do Estado do Espírito
Santo, 80% dos produtores já usam sementes híbridas em suas lavouras do produto. Ainda segundo os mesmos técnicos,
o milho, apesar da maior produtividade, continua sendo uma lavoura que é realizada em pequena escala e voltada ma-
joritariamente para atender a própria subsistência da propriedade onde é produzido, sendo que 70% da produção não
chega a sair dos seus municípios e é consumida no mesmo local de produção (AGRICULTURA..., 1986).
Espírito Santo • Economia e Política 123
31 O Espírito Santo em 1985 ocupava a posição de 10º estado produtor de banana. A produção foi suficiente para atender a
demanda estadual, sendo que a totalidade da banana prata ofertada pela Ceasa-ES naquele ano foi originária do próprio
estado. Além disso, foram exportadas aproximadamente 62 mil t do produto, sendo 50,6 mil t para o Rio de Janeiro; 8,6
mil t para Minas Gerais; e 2,4 mil t para São Paulo. (AGRICULTURA..., 1986).
32 Até 1979 só existia no Espírito Santo uma usina de açúcar e álcool (Usina Paineiras S/A), localizada no sul do estado,
com aproximadamente 20 mil ha de cana-de-açúcar, que representavam cerca de 80% da área cultivada com o produto.
Com o Proálcool, foram instaladas outras 6 destilarias autônomas na região norte do estado, o que exigiu a duplicação
da área plantada de cana-de-açúcar, que atingiu 50 mil ha em 1988 (PROÁLCOOL..., 1985; IBGE, 1989).
124 Cafeicultura & Grande Indústria
33 O número de granjas chegou a ser de 306 em 1978/79, mas, a partir desse período, houve uma relativa concentração
no setor, tendo-se reduzido a 255 granjas em 1984. Isto se deu, em grande medida, devido a dificuldades financeiras dos
pequenos avicultores e de problemas de abastecimento de milho das granjas (AGRICULTURA..., 1986).
Espírito Santo • Economia e Política 125
Essa crise da pecuária pode ser explicada tanto pela concorrência imposta
pelo café quanto pelo comportamento dos preços do leite e da carne. Entre
34 A hortifloricultura envolve vários produtos agrícolas, em geral lavouras temporárias, que, no Espírito Santo, são desenvolvidas
em pequenas propriedades familiares. Assim, a atividade convive sempre com o impacto das flutuações dos preços dos
seus produtos, que, ao atingirem agricultores pouco capitalizados, determinam grande irregularidade no desempenho do
setor. Os produtos hortifrutigranjeiros podem ser divididos em dois grupos, sendo o Espírito Santo muito dependente de
importações. Em 1985, dos produtos comercializados na Ceasa/ES, 67,7% eram oriundos do Espírito Santo. Para alguns
produtos selecionados foram verificados os seguintes percentuais de produção local:
GRUPO I GRUPO II
Cebola – 0,7% Melancia – 1,2%
Batata inglesa – 12,1% Laranja – 28,7%
Abóbora – 28,2% Banana prata – 99,9%
Alho – 80,2%
Tomate – 97,5%
Observe no grupo I que no caso da cebola, batata inglesa e abóbora a dependência é quase total, e no caso do alho e
tomate tem-se a autossuficiência, havendo inclusive excedentes exportáveis. A produção de alho sofreu um grande
impulso a partir de 1980/81, com o I Plano Nacional de Produção e Abastecimento de Alho, tendo a área colhida e
a produção aumentado de 215 ha e 1 mil t, em 1980, para 238 ha e 4,1 mil t, em 1988, respectivamente. O tomate,
produto relativamente tradicional no Espírito Santo, não teve um bom desempenho nos primeiros anos da década de
1980, mas recuperou-se a partir de 1983, tendo atingido, em 1988, 1,3 mil ha de área colhida e 67,1 mil t de produ-
ção. Tanto o alho quanto o tomate têm sua produção concentrada na região serrana, especialmente no município de
Santa Leopoldina.
No grupo das frutas o Espírito Santo é autossuficiente em banana prata e abacaxi, mas vem desenvolvendo esforços no
sentido de expandir a produção de outras frutas através do Programa Estadual de Fruticultura de Clima Temperado, que
foi implantado em 1984 e até julho de 1986 já tinha apoiado vários produtos: videira (25 ha), pêssego (8,3 ha), figo
(10,8 ha), ameixa (3 ha), caqui (0,8 ha), morango e marmelo. Deve-se destacar ainda a cultura do mamão e da manga
realizada em escala empresarial em algumas fazendas no Espírito Santo, que são inclusive bem-sucedidas em termos de
exportação desses produtos para a Europa. Sobre esse assunto consultar Agricultura... (1986); IBGE 1940-1989).
35 Segundo dados do IBGE, a produção de leite no Espírito Santo foi sempre crescente entre 1974 e 1983, tendo passado de
186,6 milhões para 340,3 milhões de litros. A partir de 1984, em função do baixo nível de preços do produto, verificaram-
-se quedas de produção, certamente devido ao desestímulo dos produtores que devem ter-se voltado mais para a pecuária
criatória e de corte do que para a pecuária leiteira. Entre 1983 e 1985 verificou-se uma redução de 21,4% na produção
de leite.
126 Cafeicultura & Grande Indústria
1973 e 1977, o preço médio real da arroba de boi caiu 31%. Nos anos de
1978 e 1979, houve recuperação, e, a partir de 1980 até 1989, houve uma
redução de 46,4% (tabela 25). Observa-se que, durante a maior parte do
tempo, os preços se mantiveram em queda, contribuindo para desestimular
a atividade e reduzir o rebanho. Assim, a partir de 1975 o rebanho bovino
entrou em franco declínio, reduzindo-se de 2,1 para 1,7 milhão de cabeças
em 1985, uma queda de 16,4% (tabela 25).
Tabela 24 - P
rodução de leite de vaca por região, Espírito Santo, 1975 – 1985 (mil litros)
Variação Percentual
Anos / Regiões 1975 1980 1985
1980/75 1985/80
Sul 110.027 126.613 112.634 15,07 (11,04)
Norte 123.346 154.035 118.412 24,88 (23,13)
Centro 38.661 45.454 50.358 17,57 (10,79)
Total 272.034 326.102 281.412 19,87 (13,70)
Fontes: IBGE (1974a, 1979a, 1984a, 1983a, 1987).
Nota: Os parênteses indicam que a variação percentual foi negativa.
Tabela 25 - P
reço médio da carne bovina, Espírito Santo, 1973 – 1989
Boi em Pé Vaca em Pé
Anos
(Cr$/Arroba) (Cr$/Arroba)
1973 116,98 –
1974 105,89 –
1975 93,05 –
1976 85,23 –
1977 81,1 63,94
1978 103,76 93,51
1979 143,15 128,29
1980 128,73 114,6
1981 85,83 74,95
1982 74,38 62,63
1983 85,55 76,96
1984 94,07 85,97
1985 82,3 74,05
1986 81,7 75,07
1987 84,63 75,46
1988 46,63 41,51
1989 69,07 60,16
Fontes: Dados de 1973 a 1984 fornecidos por Cepa/ES e Emater/ES.
Dados de 1988 a 1989 fornecidos por Sima/ES.
Notas:
1. Preço pago aos produtores pelos matadouros frigoríficos sob inspeção federal (Sima/ES).
2. Dados deflacionados pelo IGP – disponibilidade interna da FGV.
Espírito Santo • Economia e Política 127
Por fim, deve-se obs ervar que, nos últimos anos, surgiram no Espírito
Santo novas culturas não tradicionais, viabilizadas através de benefícios
fiscais e creditícios. É o caso da pimenta-do-reino, que conta com um pro-
grama de financiamento do Geres,36 da seringueira, cuja plantação passou
a ser estimulada a partir de 1979, mediante o Programa da Borracha;37 e a
suinocultura, financiada tanto pelo Geres quanto pelo Banco Nacional de
Crédito Cooperativo S.A – BNCC.38
36 A pimenta-do-reino consolidou-se como cultura alternativa na região norte do Espírito Santo a partir de 1978/79 tendo
a sua área colhida crescido de 153 há, em 1978, para 1,2 mil há, em 1988. No mesmo período a produção passou de 167
para 2,7 mil t, o que indica crescimento de 101,8% na produtividade (1,09 t/ha para 2,2 t/ha). Cf. IBGE (1940-1989).
37 A plantação de seringueira no Espírito Santo teve início em 1979, em decorrência do apoio da Superintendência do
Desenvolvimento da Borracha (Sudhevea) que, através dos Programas da Borracha (Probor I e II) financiou o plantio
com crédito subsidiado e de longo prazo. Assim, em 1986 já existiam no estado 10 mil ha de seringueira, sendo que as
plantações mais antigas já estavam em idade produtiva, com 7 anos (AGRICULTURA..., 1986).
38 A criação de suínos sempre foi uma atividade de subsistência nas pequenas propriedades. Com as transformações ocorridas
a partir de fins da década de 1970, as pequenas propriedades vêm se especializando em determinadas atividades, como
é o caso da suinocultura, que tem se tornado uma atividade cada vez mais empresarial, onde o suíno é confinado e de
espécie própria para a produção de carne. Assim, observou-se uma transformação qualitativa da suinocultura estadual,
embora do ponto de vista quantitativo se tenha verificado a redução do rebanho, de 711 milhões de cabeças, em 1976,
para 433 milhões, em 1985. A atividade criatória tornou-se ligada direta ou indiretamente à agroindústria (frigorífico,
produção de filhotes e de ração), como é o caso do complexo da Cooperativa Agropecuária do norte do Espírito Santo –
Coopnorte – (Nova Venécia), que envolve o Projeto de Integração da Suinocultura do Norte do Espírito Santo – Suinorte
– com uma unidade produtora de rações e concentrados e uma de cria de filhotes com 1.200 matrizes. Também faz parte
desse complexo o Frigorífico do Norte do Espírito Santo – Frigonorte – que tem capacidade de abate de 240 suínos e 240
bovinos por dia. Esse complexo Suinorte/Frinorte começou a ser construído em 1980 com o apoio do sistema Geres/
Bandes, sendo um projeto integrado de cria, recria/engorda, abate e produção de rações (AGRICULTURA..., 1986).
128 Cafeicultura & Grande Indústria
Tabela 26 - E
volução do número de máquinas agrícolas, Espírito Santo, 1970 – 1985
Tratores Arados
Anos Total Menos de De 50 cv Tração Tração
50 cv e mais animal mecânica
1960 508 445 63 1.905 587
1970 1.131 744 387 6.790 931
1975 1.940 869 1.071 6.886 1.475
1980 5.334 2.285 3.049 5.774 4.000
1985 9.079 5.172 3.907 4.901 6.328
Fontes: IBGE (1974a, 1979a, 1984a, 1983a, 1987).
Tabela 27 - T
axa anual de crescimento do número de tratores e arados, Espírito Santo,
1960 – 1985
Arados
Anos Tratores
Tração animal Tração mecânica
1960/70 8,3 13,6 4,7
1970/75 11,4 0,3 9,6
1975/80 22,4 (3,5) 22,1
1980/85 11,2 (3,2) (9,6)
Fonte: Tabela 26.
Nota: Os parênteses indicam que a taxa de crescimento é negativa.
Adubos
Calcário Total Animal Vegetal
Total Químicos Orgânicos
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
1960 2.914 5,3 275 0,5 2.861 5,3 97 0,2 – – – – – –
1970 9.454 13,4 2.864 4,1 8.110 11,5 515 0,7 – – – – – –
1975 14.478 23,9 10.394 17,2 9.871 16,3 2.228 3,7 45.157 74,5 35.656 58,9 25.347 41,8
1980 33.919 57,1 30.143 50,8 16.116 27,1 6.754 11,4 48.539 81,7 32.107 54,1 34.001 57,3
1985 43.636 63,1 39.905 57,7 43.298 62,6 9.019 13,0 48.037 69,5 31.024 44,9 33.065 47,8
39 A eletrificação rural no Espírito Santo foi intensificada a partir de 1975, quando existiam apenas 943 estabelecimentos
eletrificados. Até 1980 foram eletrificados 6.814 estabelecimentos. A partir de 1981, com a junção de esforços da Escelsa,
do Governo Estadual e do Geres, o Programa de Eletrificação Rural sofreu grande impulso, graças ao qual, em fevereiro
de 1986, o Espírito Santo passou a ter 21.326 estabelecimentos rurais eletrificados. Isso representava aproximadamente
30% do total de estabelecimentos rurais do Espírito Santo (ELETRIFICAÇÃO..., 1986).
40 Para maiores detalhes sobre a expansão da fronteira agrícola ver Morandi e outros (1984).
Espírito Santo • Economia e Política 131
41 Essas hipóteses foram levantadas por Muller (1987), que ainda mostra que, dos 10.056 estabelecimentos que surgiram no
Espírito Santo no período de 1980/85, 55,3% (5.562) tinham área inferior a 10 ha, o que é apresentado como evidência
de que houve represamento de mão de obra. Adicionalmente observou-se também que o crescimento do pessoal ocupado
foi significativamente maior no estrato de estabelecimentos com menos de 10 ha, certamente devido ao crescimento do
número de parceiros e ocupantes.
42 Os dados dos censos agropecuários evidenciam a redução absoluta e relativa da mão de obra familiar, embora em 1980
essa modalidade ainda representasse 50,7% do total do pessoal empregado no setor agrícola. Essa tendência, associada à
expansão (absoluta e relativa) das relações de assalariamento e parceria, deve estar relacionada às transformações ocorridas
na agricultura estadual, onde várias culturas se desenvolvem sob a forma de ativida de empresarial e o café se expande,
certamente, com base no sistema de parceria. Na primeira metade da década de 1980 essas tendências se confirmaram,
tendo havido, contudo, em função da desconcentração da propriedade da terra, um aumento absoluto da mão de obra
familiar, o que constitui uma inversão de tendência relativamente ao ocorrido na década de 1970.
132
Cafeicultura & Grande Indústria
Tabela 29 - Estrutura fundiária – percentual de participação por estrato de área no total, Espírito Santo, 1950-1985
0 a 100 ha 87,8 89,6 89,5 87,0 87,4 89,3 52,5 54,7 49,7 42,6 40,2 41,9
100 a 500 ha 11,4 9,7 9,6 11,7 11,2 9,6 33,4 31,4 33,0 34,5 33,4 32,4
500 a 1000 ha 0,6 0,5 0,7 0,9 0,9 0,7 6,6 6,1 8,4 9,4 9,9 9,2
+ 1000 ha 0,2 0,2 0,2 0,4 0,4 0,4 7,5 7,7 8,9 13,5 16,5 16,5
Total 44.169 54.795 70.711 60.585 59.380 69.140 2.524.873 2.888.667 3.759.360 3.838.842 3.798.228 3.895.428
Tabela 30 - T
axa anual de crescimento do valor da produção da indústria de
transformação, Espírito Santo, 1949 – 1980
Gêneros / Anos 1949/59 1959/70 1970/75 1975/80
1. Minerais Não Metálicos 7,05 17,75 19,7 11,0
2. Metalurgia 6,78 27,59 31,6 0,6
3. Mecânica 1,35 7,72 111,1 33,3
4. Mat.Elétrico e de Comunicação – 63,68 29,3 17,0
5. Material de Transporte 16,20 43,40 35,7 1,0
6. Madeira 7,89 15,10 11,1 (3,3)
7. Mobiliário 15,25 11,26 13,4 8,0
8. Papel e Papelão 19,75 (4,71) 12,1 190,0
9. Borracha – 0,31 37,0 (4,2)
10. Couros e Peles 6,10 0,15 9,8 13,6
11. Química 33,63 51,09 14,4 34,0
12. Prod.Farmacêuticos e Veterinários (0,22) 18,81 12,1 (22,2)
13. Perfumaria 6,19 (3,69) 20,0 16,7
14. Matéria Plástica – – 53,3 30,8
15. Têxtil 7,19 6,24 13,2 9,6
16. Vest. e Calçados 12,42 13,39 23,8 18,3
17. Produtos Alimentares (6,62) 14,03 14,1 10,4
18. Bebidas (3,13) 18,34 1,6 32,2
19. Fumo – – – –
20. Editorial e Gráfica 10,14 10,42 14,8 18,0
21. Diversos 14,02 22,93 134,1 8,5
Total (1,25) 14,89 17,7 11,5
Fontes: IBGE (1974a, 1979a, 1984a, 1983a, 1987).
Taxas anuais de crescimento calculados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa do Departamento de Economia da Ufes.
Nota: Os parênteses indicam que a taxa de crescimento é negativa.
Nessas condições, não era de se esperar que esses gêneros mais dinâ-
micos viessem a se tornar representativos no setor industrial, exceção feita
à metalurgia, que recebeu pesados investimentos estatais nos anos 1960
e 70, com a construção da nova planta industrial da Companhia Ferro
e Aço de Vitória – Cofavi. Foram também instalados outros projetos de
menor porte, em geral por capitais privados de outros estados, tais como:
Companhia Brasileira de Ferro S/A e Cimetal Siderúrgica S/A.
Tabela 31 - Participação relativa dos principais gêneros na formação do valor bruto da produção da indústria de transformação, Espírito Santo, 1949 – 1980
Prod. Alimentares 76,79 Prod. Alimentares 43,94 Prod. Alimentares 40,44 Prod. Alimentares 34,62 Prod. Alimentares 32,94
Madeira 8,58 Madeira 20,79 Madeira 21,21 Metalurgia 17,42 Papel e Papelão 11,54
Têxtil 3,50 Têxtil 7,94 Metalurgia 9,96 Madeira 15,90 Metalurgia 10,41
Min. Não Metálicos 3,32 Min. Não Metálicos 7,44 Min. Não Metálicos 9,75 Min. Não Metálicos 10,61 Min. Não Metálicos 10,37
Bebidas 2,00 Mobiliário 3,67 Têxtil 3,35 Mat. de Transporte 4,40 Madeira 7,81
Metalurgia 1,44 Metalurgia 3,14 Mobiliário 2,58 Têxtil 2,76 Química 4,92
Perfumaria 1,12 Edit. e Gráfica 2,65 Bebidas 2,28 Vest. e Calçados 2,61 Mecânica 3,62
Edit. e Gráfica 0,89 Vest. e Calçados 2,34 Química 2,27 Mobiliário 2,14 Vest. e Calçados 3,50
Mobiliário 0,79 Perfumaria 2,31 Mat. de Transporte 2,18 Química 1,96 Mat. de Transporte 2,68
Vest. e Calçados 0,64 Bebidas 1,65 Vest. e Calçados 2,13 Edit. e Gráfica 1,51 Bebidas 2,55
43 Para uma análise crítica do II Plano Nacional de Desenvolvimento, ver o trabalho Lessa (1978).
44 Especialmente no governo de Arthur Carlos Gerhardt Santos, de março de 1971 a março de 1975, adotou-se uma política
de atração de investidores nacionais e estrangeiros para o Espírito Santo. Isso se efetivou através de encontros, no Brasil
e no Exterior, do Governo do Estado com empresários e da publicação de vários folhetos publicitários onde se procurou
divulgar as vantagens econômicas apresentadas pelo estado, especialmente em termos de infraestrutura e de incentivos
fiscais/financeiros.
Espírito Santo • Economia e Política 137
45 A fábrica da Aracruz Celulose S/A começou a operar em 1979, com uma capacidade nominal de produção de 400 mil
t/ano de celulose branqueada (fibra curta) de eucalipto. Naquele ano foram produzidas 290,5 mil t (65% exportadas)
e em 1980 a produção atingiu 361,2 mil t (90,3% da capacidade instalada), tendo sido exportadas 287,7 mil t, ou seja,
79,6% do total produzido. Nos anos subsequentes foram realizados investimentos complementares na planta industrial,
ampliando-se a capacidade produtiva para 500 mil t/ano. Em 1986 atingiu-se a plena capacidade, com uma produção
de 491,7 mil toneladas, das quais 384,9 mil foram exportadas (ARACRUZ CELULOSE, [1981], [1987]).
46 A unidade industrial da Chocolates Vitória S/A, instalada no Município de Viana, foi inaugurada em 13 de dezembro
de 1974, mas entrou em operação efetiva em novembro de 1975, quando empregava 85 funcionários, produzia 7,5 mil
t de produtos/ano e consumia 125 mil sacas de cacau. Inicialmente produzia produtos acabados (bombons, tabletes
recheados, crocantes e ovos de páscoa) que eram destinados ao mercado nacional, e semiacabados (licor, manteiga e torta
de cacau) para exportação. Posteriormente, em face das dificuldades de competir no mercado interno com as grandes
indústrias de produtos acabados – Nestlé, Garoto e Lacta – foi desativada a produção de acabados, concentrando-se a
produção nos semiacabados e nos chocolates em barra. Após sucessivas ampliações de capacidade produtiva, a fábrica
apresentava em 1986 uma capacidade instalada de processamento de 1 milhão de sacas de cacau por ano, o equivalente
a 8 vezes a capacidade inicial. Em 1985 foram industrializadas 560 mil sacas, tendo sido exportadas aproximadamente
75% dessa produção, o que resultou numa receita de exportação de 75 milhões de dólares. A previsão para 1986 era de
processamento de 720 mil sacas de cacau (INDÚSTRIA..., 1975; VITÓRIA..., 1986).
138 Cafeicultura & Grande Indústria
47 A indústria mecânica no Espírito Santo desenvolveu-se principalmente a partir dos investimentos de grande porte e de
atividades específicas como a exploração do mármore e a cafeicultura. Em 1980 era bastante relevante, dentro do gênero
mecânica, o peso dos serviços de retífica de motores. Isso, entretanto, tinha tendência a ser modificado à medida que a
produção de máquinas e peças fosse se desenvolvendo. Veja na tabela 4 do apêndice estatístico as principais fábricas que
vêm despontando na mecânica estadual e que estão mais voltadas para a produção de máquinas.
Espírito Santo • Economia e Política 139
Além desses três gêneros emergentes, deve-se fazer referência a dois outros
tradicionais que, ao longo do tempo, se vêm expandindo de forma bastante
acelerada, e que, particularmente no período 1975/80, apresentaram ótimo
desempenho: em primeiro lugar, o gênero bebidas, com uma taxa anual de
crescimento de 32,2%, que passou a representar 2,6% do valor da produção
industrial, devido, basicamente, à entrada em operação de uma fábrica de
cerveja em 1978;50 em segundo lugar, o gênero vestuário, calçados e artefatos
de tecidos, principalmente no subgênero vestuário e confecções, cuja taxa
anual de crescimento foi de 18,3%, e a participação relativa, de 3,5%.51
48 A carboquímica no Espírito Santo era representada por apenas uma empresa, a Carboindustrial S/A, instalada no Centro
Industrial de Vitória – Civit – na Serra. A empresa foi criada em 1973, e sua planta industrial começou a operar em 01-
01-1976, tendo produzido naquele ano 26 mil t de produtos, embora sua capacidade fosse de 45 mil t/ano. O principal
produto da Carboindustrial é a pasta eletródica soderberg, que se destina às indústrias siderúrgicas e de alumínio. Além
dessa pasta, produz-se o antracito calcinado e a pasta de revestimento. O principal insumo dessa indústria deriva do
alcatrão de carvão mineral. Inicialmente os seus acionistas eram os seguintes: o grupo nacional Olivind Lorentzen que
detinha 37,5% das ações; o grupo norueguês Elken Spigerverket, com igual percentual; e o Geres, com os 25% restantes
do controle acionário (ESPÍRITO SANTO..., 1977; FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO,
1986; REALIDADE..., 1983).
49 Companhia Vale do Rio Doce (1982).
50 Trata-se da fábrica da Indústria de Bebidas Antárctica do Espírito Santo S.A, do Grupo Antárctica, que foi constituída
em 19 de outubro de 1973. Essa fábrica surgiu a partir de um projeto elaborado pela empresa Vick Bier do Brasil S/A,
constituída em 1971. A Companhia Antárctica Paulista associou-se inicialmente àquela empresa e, posteriormente, em
junho de 1975, comprou a totalidade de suas ações, assumindo o controle do empreendimento. A fábrica foi inicial-
mente dimensionada para a produção de 600 mil hl/ano de cervejas, tendo sido inaugurada em 18 de maio de 1978.
Em dezembro de 1981, foi concluído um amplo projeto de expansão que elevou consideravelmente sua capacidade de
produção. Em 1983 a empresa empregava cerca de 700 funcionários (REALIDADE..., 1983).
51 A indústria do vestuário (confecções) no Espírito Santo teve uma grande expansão a partir dos anos 1970. Os dados do
Ideies indicam que 91,7% das empresas existentes em 1986 surgiram após 1974. A maior concentração de indústrias
encontra-se nos municípios de Colatina, Vila Velha e Vitória. As mais importantes empresas são apresentadas na tabela
5 do apêndice estatístico. A indústria de calçados compõe-se de número reduzido de empresas, destacando-se dentre elas
a Calçados Itapuã S/A, localizada em Cachoeiro de Itapemirim, que foi fundada em 17 de maio de 1956. Sua fábrica é
de grande porte, tendo produzido aproximadamente 3 milhões de pares de calçados e empregado 1.700 trabalhadores
em 1982 (REALIDADE..., 1983).
140 Cafeicultura & Grande Indústria
52 A Companhia Siderúrgica de Tubarão – CST – é uma usina integrada que produz placas de aço. Em 1984, seu primeiro
ano de operação, foram produzidos 2 milhões t de placas. No ano seguinte a produção atingiu 2,6 milhões t e já no
terceiro ano de operação a usina atingiu a plena capacidade em todas as suas unidades (coqueria, sinterização, alto-forno
e aciaria), tendo produzido 3 milhões t de placas (COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO, [1985?], [1987?], 1986).
53 Em 1978 entrou em operação o 3º forno elétrico da Aciaria I da Cofavi, o que elevou sua capacidade de produção a 200
mil t/ano. Por outro lado, a capacidade de laminação, após várias etapas de modernização, situava-se em torno de 300
mil t/ano, o que levou a Cofavi a realizar a 2ª etapa de expansão com a construção da Aciaria II, que tem capacidade
para produção de 300 mil t/ano de aço. Assim, a capacidade global das Aciarias da Cofavi passou a 500 mil t/ano. A
Aciaria II foi inaugurada e entrou em operação em 06 de março de 1987, e estava em fase de planejamento a 3ª etapa de
expansão que deverá elevar sua capacidade para 1 milhão de t/ano, com a ampliação da Aciaria II e instalação de outra
linha de laminação (COMPANHIA FERRO E AÇO DE VITÓRIA, [198-?a]).
Espírito Santo • Economia e Política 141
54 O setor produtor de ferro-gusa independente apresenta uma capacidade produtiva global de 420 mil t/ano e emprega
aproximadamente 800 trabalhadores (COMPLEXO..., 1986).
55 As mais importantes fábricas de estruturas metálicas surgiram e se desenvolveram nos anos 1970, especialmente a partir
da segunda metade da década. Destacam-se, dentre elas, a Gaggiato Const. e Inst. Ltda., a Hitachi Zosen Metalmecânica
Ltda., Saveli Const. Metalúrgica Ltda. e a Metalúrgica Carapina Ltda. Para maiores detalhes vide: Federação das Indústrias
do Estado do Espírito Santo (1986); Espírito Santo..., 1985a).
56 Aracruz Celulose ([1987]).
142 Cafeicultura & Grande Indústria
57 A Companhia de Cimento Portland Paraíso iniciou suas atividades no Espírito Santo em setembro de 1982, quando começou
a ser construída sua unidade, que entrou em operação em julho de 1984. A unidade instalada não é propriamente uma
fábrica de cimento, porque é constituída apenas pela fase de moagem, possuindo um moinho com capacidade de 32 mil
t/mês. A empresa adquire seus insumos de outras indústrias, sendo a escória de alto-forno da CST (Vitória), o clinker de
uma fábrica do mesmo grupo empresarial (Cantagalo-RJ), gesso mineral (Pernambuco), gesso sintético da Bayer (Rio
de Janeiro) e gesso calcinado da Logasa S/A (Vitória). A fábrica envolveu um investimento de US$ 25 milhões, emprega
aproximadamente 150 funcionários e desde a sua inauguração tem operado com grande capacidade ociosa, estando no
início de 1988 usando apenas 25% de sua capacidade, ou seja, produzindo em média 8 mil t/mês. Cf. A Gazeta, 10-10-
86; e informações prestadas por funcionários da empresa.
58 Realidade... (1983).
Espírito Santo • Economia e Política 143
A indústria mecânica também deve ter-se ampliado, uma vez que tende
a expandir em conjunto com o setor industrial, num primeiro momento,
através de unidades de reparo e, posteriormente, através da produção de
peças e máquinas de maior complexidade tecnológica.
59 No Espírito Santo existem sete destilarias de álcool combustível, sendo seis destilarias autônomas, todas localizadas na
região norte e uma destilaria anexa à Usina Paineiras S/A, localizada no sul do estado. Na tabela 6 do apêndice estatístico
são apresentadas as principais características dessas destilarias.
60 Aracruz Celulose ([1981], [1989]).
61 Foi inaugurada, em março/88, uma unidade de destilação do alcatrão (Carboderivados S/A), cujos acionistas principais
são os grupos Carboindustrial S/A e Norquisa S/A, com investimento inicial de 20 milhões de dólares e capacidade de
processamento de 70 mil t/ano de alcatrão, fornecido pela CST (COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO, [1981]).
144 Cafeicultura & Grande Indústria
62 Os grupos Itapemirim e Mercedes Bens são os únicos no país autorizados a produzir carrocerias e o conjunto mecânico
de ônibus. Com base nessa autorização, em 1982 foi inaugurado o parque industrial do Grupo Itapemirim, para recu-
peração e fabricação de ônibus. Fabrica-se a linha “Tribus”, ônibus moderno, confortável e eficiente com três eixos. Em
1983 previa-se a produção de 40 veículos por mês ou 480 por ano, o que empregaria um total de 1.200 operários. A
produção destina-se majoritariamente ao atendimento das necessidades da própria empresa, embora se realize também
a comercialização de parcela dos veículos recuperados (REALIDADE..., 1983).
63 A pelotização de minério de ferro é feita por seis usinas, sendo cinco delas controladas pela CVRD e a sexta controlada
pelo grupo Samitri. A capacidade nominal do conjunto das usinas é de 22 milhões de t/ano de pellets. Veja na tabela 7
do apêndice estatístico as principais características dessas usinas.
Espírito Santo • Economia e Política 145
Capítulo
4
Crescimento
econômico,
urbanização e
dinamização do
setor terciário
64 Para maiores detalhes sobre a proposta metodológica de análise de uma economia urbana ver Cano (1985b).
65 Na década de 1980 o Espírito Santo dispunha de sete portos em sua costa. Dois para movimentação de carga geral controlados
pela Portobras S/A, os portos de Vitória e de Capuaba. Os outros cinco são portos privativos de grandes empresas destina-
dos à movimentação de cargas específicas do interesse dessas empresas: o porto de Tubarão, da CVRD, para exportação de
minério de ferro; o de Praia Mole, da CST, para exportação de placas de aço e importação de carvão siderúrgico; o de Barra
do Riacho, da Aracruz Celulose S/A, para exportação de celulose; o de Ponta de Ubú, da Samarco S/A, para exportação de
pellets de minério de ferro; e o Terminal de Regência, da Petrobras, para embarque de petróleo bruto.
Espírito Santo • Economia e Política 149
Brasil (Nº) 18.782.891 32.004.817 52.904.744 80.436.409 33.161.506 38.987.526 41.603.810 38.566.597 51.944.397 70.992.343 94.508.554 119.002.706
ES (Nº) 199.186 403.461 721.916 1.351.646 758.052 1.014.887 877.417 671.694 957.238 1.418.348 1.599.333 2.023.340
Cafeicultura & Grande Indústria
Grande Vitória (Nº) 82.827 169.647 332.483 694.322 28.104 28.618 53.515 11.941 110.931 198.265 385.998 706.263
ES/Brasil 1,06 1,26 1,36 1,68 2,29 2,60 2,11 1,74 1,84 2,00 1,69 1,70
Grande Vitória/ES 41,58 42,05 46,05 51,37 3,71 2,82 6,10 1,78 11,59 13,98 24,13 34,90
Brasil (%) 36,16 45,08 55,98 67,59 63,84 54,92 44,02 32,41 100 100 100 100
ES (%) 20,81 28,45 45,14 66,80 79,19 71,55 54,86 33,20 100 100 100 100
Grande Vitória (%) 74,67 85,57 86,14 98,31 25,33 14,43 13,86 1,69 100 100 100 100
Taxa de Crescimento 1950/1960 1960/1970 1970/1980 1950/1960 1960/1970 1970/1980 1950/1960 1960/1970 1970/1980
Brasil1 5,5 5,2 4,3 1,6 0,7 (0,8) 3,2 2,9 2,3
ES2 7,3 6,0 6,5 3,0 (1,5) (2,6) 4,0 1,2 2,4
Grande Vitória 7,4 7,0 7,6 0,2 6,5 (13,9) 6,0 6,9 6,2
1 2
Fontes: Gonçalves (1989). Rodrigues (1987a).
Espírito Santo • Economia e Política 151
Tabela 34 - P
opulação urbana e rural estimada, Espírito Santo, 1980 – 1990
Tabela 35 - P
opulação urbana e rural estimada, Grande Vitória, 1980 – 1990
População Urbana População Rural População Total
Anos
Nos Absolutos % Nos Absolutos % Nos Absolutos
1980 694.322 98,31 11.941 1,69 706.263
1985 894.724 99,02 8.855 0,98 903.579
1990 1.148.824 99,38 7.167 0,62 1.155,991
TAXA ANUAL DE
5,2 (5,0) 5,1
CRESCIMENTO – 1980-90
Fonte: Rodrigues (1987b).
. Extração Mineral ¹ 1.067 0,39 1.289 0,36 3.982 0,87 10.906 1,53
. Ind. de Transformação 8.865 3,20 10.190 2,89 28.167 6,15 68.025 9,57
. Ind. de Construção 6.364 2,30 9.040 2,56 28.008 6,12 65.598 9,23
. Serv. Ind. de Utilidade Pública 500 0,18 731 0,21 2.107 0,46 7.049 0,99
SETOR TERCIÁRIO 25.306 19,63 90.367 25,64 147.758 32,28 297.305 41,84
. Comércio de Mercadorias 12.203 4,41 18.363 5,21 29.689 6,49 61.975 8,72
. Prestação de Serviços² 18.579 6,71 31.575 8,96 49.142 10,73 104.200 14,66
. Transp. Comum. e Armazenagem 10.081 3,64 17.211 4,88 22.474 4,91 34.648 4,88
. Atividades Sociais 5.531 2,00 10.189 2,89 25.470 5,56 47.927 6,74
. Administração Pública 4.140 1,50 5.548 1,57 10.332 2,26 20.447 2,88
. Defesa Nacional e Seg.Pública 2.101 0,76 3.207 0,91 3.632 0,79 7.535 1,06
. Inst. de Crédito, Seguros, Capital e Com. de Imóveis e Valores 766 0,28 1.607 0,46 3.507 0,77 12.284 1,73
. Outros 905 0,33 2.667 0,76 3.512 0,77 8.289 1,17
. Outras Atividades³ 372 0,13 1.923 0,55 7.382 1,61 19.481 2,74
Total 276.689 100,00 352.476 100,00 457.787 100,00 710.605 100,00
Fontes: IBGE (1951, 1967, 1973, 1983b).
Notas:
1. A extração mineral nos censos de 1950 e 1960 foi classificada no setor primário. Nos censos de 1970 e 1980 passou a ser classificada no setor secundário em função de envolver
atividades de processamento industrial.
2. Em 1950 “Prestação de Serviços” engloba os “serviços de abastecimento de água e esgoto”. Com base na sua participação relativa em 1960, calculamos sua participação em 1950 e o
retiramos deste ramo para acrescentá-lo ao de “Serviços Ind. de Utilidade Pública”.
3. Em “Outras Atividades” estão classificadas as “atividades não compreendidas nos demais ramos”, “atividades mal definidas e não declaradas” e o pessoal que se encontrava “procurando
emprego pela 1ª vez” – em 1970, 2.102 e em 1980, 14.459.
4. Os dados de 1950 e 1960 não incluem as informações referentes à área em litígio da Serra dos Aimorés, onde a PEA deveria ser predominantemente do setor primário.
Espírito Santo • Economia e Política 155
Tabela 37 - N
ovos empregos criados, segundo setor e ramo de atividade, Espírito Santo,
1950 – 1980
Década de 1950 Década de 1960 Década de 1970
Setores e Ramos
de Atividade Nos Nos Nos
% % %
Absolutos Absolutos Absolutos
SETOR PRIMÁRIO 33.721 44,49 1.447 0,14 1.858 0,77
. Agricultura, Pecuária, Silvicultura 31.715 41,85 -81 -0,08 1.534 0,64
. Extração Vegetal 1.391 1,84 617 0,60 -103 -0,04
. Caça e Pesca 615 0,81 911 0,88 427 0,18
Setor Secundário 4.454 5,86 41.014 39,74 89.314 37,14
. Extração Mineral 222 0,29 2.693 2,61 6.924 2,88
. Ind. de Transformação 1.325 1,75 17.977 17,42 39.858 16,58
. Ind. de Construção 2.676 3,53 18.968 18,38 37.590 15,63
. Serv. Ind. de Utilidade Pública 213 0,30 1.376 1,33 4.942 2,05
SETOR TERCIÁRIO 36.061 47,58 57.391 55,61 149.547 62,19
. Comércio de Mercadorias 6.160 8,13 11.326 10,97 32.286 13,43
. Prestação de Serviço 12.996 17,15 17.567 17,02 55.058 22,90
. Transp. Comum. e Armazenagem 7.130 9,41 5.263 5,10 12.174 5,06
. Atividades Sociais 4.658 6,15 15.281 14,81 22.457 9,34
. Administração Pública 1.408 1,86 4.784 4,64 10.115 4,21
. Defesa Nacional e Seg. Pública 1.106 1,46 425 0,41 3.903 1,62
. Inst. de Crédito, Seguros, Capital e
841 1,11 1.900 1,84 8.777 3,65
Com. de Imóveis e Valores
. Outros 1.762 2,32 845 0,82 4.777 1,98
. Outras Atividades¹ 1.551 2,05 3.357 3,25 -258 -0,11
TOTAL 75.787 100,00 103.209 100,00 240.461 100,00
Fonte: Tabela 36.
Nota: 1 Nos anos de 1970 e 1980 foram excluídas do cálculo as pessoas da condição “procurando emprego pela 1ª vez”.
Tabela 38 - T
axas anuais de crescimento da PEA, Espírito Santo, 1950 – 1980
Setor de Atividade 1960-50 1970-60 1980-70 1980-50
POPULAÇÃO TOTAL 4,0 1,2 2,4 2,5
POPULAÇÃO URBANA 7,3 6,0 6,5 6,6
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA 2,5 2,6 4,5 3,2
- Setor Primário 1,5 0,1 0,1 0,6
- Setor Secundário 2,4 11,3 9,3 7,6
. Indústria de Transformação 1,4 10,7 9,2 7,0
. Indústria de Construção 3,6 12,0 8,9 8,1
- Setor Terciário 5,2 5,0 7,2 5,8
. Prestação de Serviços² 5,4 4,5 7,8 5,9
. Comércio de Mercadorias 4,2 4,9 7,7 5,6
. Transp. Comum. e Armazenagem 5,5 2,7 4,4 4,2
. Atividades Sociais 6,3 9,6 6,5 7,5
Fontes: Tabelas 33 e 36.
(Em porcentagem)
Setor Terciário
Transportes e Administração
Microrregiões Homogêneas Atividades Sociais Outras Total Total da Pea
Comunicações Pública
1970 1980 1970 1980 1970 1980 1970 1980 1970 1980 1970 1980
GRANDE VITÓRIA 50,43 49,14 43,57 49,78 61,16 58,35 50,39 56,68 47,72 52,77 23,42 36,10
TOTAL DEMAIS MICRORREGIÕES 49,57 50,86 56,43 50,22 38,84 41,65 49,61 43,32 52,28 47,23 76,58 63,90
. Alto São Mateus 1,18 0,71 1,91 1,86 1,23 1,74 2,28 2,38 2,34 1,50 4,70 2,50
. Colatina 12,95 10,61 14,89 12,20 12,65 10,06 15,54 9,74 14,97 10,94 20,29 16,18
. Baixada Espírito-Santense 9,51 11,27 7,98 8,37 5,13 6,98 9,67 9,51 8,44 9,65 13,27 12,50
. Colonial Serrana 6,61 5,76 7,50 6,14 4,91 4,78 3,53 4,11 5,14 4,60 11,40 9,15
. Vertente Oriental do Caparaó 1,37 1,74 3,60 2,91 2,11 2,21 1,49 2,80 2,38 2,44 5,63 4,81
. Cach. Itapemirim 14,48 15,99 16,67 14,07 10,24 12,09 14,30 10,29 15,52 13,16 15,68 13,08
. Litoral Sul 3,46 4,78 3,89 4,67 2,56 3,78 2,79 4,50 3,48 4,94 5,61 5,70
Total Espírito Santo 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Espírito Santo • Economia e Política
Apêndice
Estatístico
TABELA 1 - Q
uantidade produzida de algumas culturas agrícolas emergentes - Espírito
Santo – 1970 - 1988 (toneladas)
Culturas
Anos Abacate Abacaxi Batata- Laranja Mamão Pimenta-
Alho Tomate
(*) (*) inglesa (*) (*) do-reino
1970 15.549 16.196 616 5.072 212.142 – 68 11.047
1971 14.526 18.143 557 5.548 205.151 – 68 11.430
1972 15.893 16.872 589 5.623 222.950 – 67 11.906
1973 14.278 21.559 111 5.753 223.945 3.506 134 17.167
1974 14.479 21.078 298 4.822 175.000 2.487 122 20.734
1975 17.667 41.460 290 4.820 402.500 2.715 150 31.500
1976 17.230 20.550 241 7.364 424.005 3.540 149 31.840
1977 17.402 14.400 245 4.003 424.005 1.988 151 29.100
1978 13.635 14.740 687 2.770 207.000 1.955 167 43.750
1979 13.144 14.740 645 1.402 207.000 4.603 187 50.159
1980 12.935 14.300 1.034 2.628 132.750 6.275 471 35.391
1981 12.502 20.400 1.197 3.647 132.729 12.835 483 36.971
1982 12.252 18.856 2.256 4.672 120.211 33.195 1.166 37.387
1983 12.854 25.300 1.800 4.536 136.221 60.305 1.402 43.849
1984 11.722 36.679 1.190 8.646 176.591 150.942 2.072 49.003
1985 11.360 26.563 1.945 5.887 160.295 87.776 1.974 51.915
1986 10.432 21.823 4.504 7.146 161.067 93.102 2.298 53.779
1987 9.844 30.762 6.732 12.092 171.389 69.927 2.994 53.515
1988 – 34.381 4.124 17.124 176.425 – 2.758 67.134
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1955-1987); IBGE (1940-1989).
Nota: (*) Dados em 1.000 frutos.
162 Cafeicultura & Grande Indústria
TABELA 2 - Á
rea de colheita de algumas culturas agrícolas emergentes Espírito Santo –
1970 – 1988 (hectares)
Culturas
Batata- Pimenta-
Anos Abacate Abacaxi Alho Laranja Mamão Tomate Total
inglesa do-reino
1970 470 1.417 349 546 4.253 – 70 797 7.902
1971 491 1.576 349 604 4.327 – 70 864 8.281
1972 500 1.775 385 636 4.464 – 70 877 8.707
1973 490 1.235 79 702 3.249 374 119 806 7.054
1974 487 1.195 198 747 3.500 236 68 825 7.256
1975 505 2.764 177 629 3.500 252 84 700 8.611
1976 509 1.337 35 1.026 3.687 254 82 796 7.726
1977 518 800 35 564 3.687 144 82 582 6.412
1978 444 670 131 364 1.800 159 153 875 4.596
1979 435 670 150 230 1.800 230 208 1.093 4.816
1980 433 650 215 292 1.500 252 221 753 4.316
1981 427 930 257 350 1.500 400 230 756 4.850
1982 432 569 547 419 1.584 535 488 819 5.393
1983 461 961 425 411 1.678 1.168 660 1.004 6.768
1984 409 1.221 254 757 2.116 1.632 782 976 8.147
1985 382 946 393 529 1.946 1.306 795 1.050 7.347
1986 366 819 902 649 1.971 1.220 917 1.134 7.978
1987 261 1.161 1.372 1.025 2.119 1.102 1.126 1.086 9.352
1988 – 1.425 738 1.288 2.183 – 1.221 1.330 8.205
Fontes: Anuário estatístico do Espírito Santo (1955-1987); IBGE (1940-1989).
TABELA 5 - R
elação das oito principais indústrias de confecções - Espírito Santo – 1986
Empresa Localização Início de Atividades
. Cherne Ind. do Vestuário Ltda Colatina 23.04.74
. Confecções Merpa São Paulo Ltda. Colatina 01.07.71
. Comercial e Distribuidora Paulista Ltda. Colatina 23.04.74
. Confecções Otto Ltda. Colatina 23.02.65
. Confecções Guritex – Com. Imp.E Exp.Ltda. Vitória 27.06.68
. Rizk Ind.e Com. de Confecções Ltda. Vila Velha 16.09.75
. Papilon – Ind. e Com. de Confecções Ltda. Cachoeiro de Itapemirim 09.02.77
. Incopel – Ind. E Com. de Confecções Ltda. São Gabriel da Palha 02.08.78
Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (1986).
164
Tabela 6 - Usinas de álcool hidratado/anidro implantadas no Espírito Santo – Dados gerais - 1986
1. Usina Paineiras S/A Ataliba Carvalho Brito Itapemirim 1980 20.091 300.000 400 1.100
Sta.Terezinha/Gepar
2. Linhares Agroindustrial S.A (Lasa) Linhares 1982 3.800 160.000 365 950
(SP) – Marim/Gama – (ES)
4. Destilaria Itaúnas S/A (Disa) Donato - RJ Com. da Barra 1982 2.140 240.00 300 800
5. Álcooleira Mateense S/A (Almasa) Coser São Mateus 1982 2.300 60.000 120 300
Capacidade
Investimento Número de Início de
Usina Localização Produtiva Acionistas
(US$ Milhões) Empregados Atividades
(Milhões T/Ano)
SAMITRI - 51%
Samarco Mineração S/A UBU – Anchieta 593 5 450 1978
Marcona Internacional - 49%
Referências
17. CARVALHO FILHO, José Juliano de. Política cafeeira do Brasil, seus
instrumentos, 1961 – 1971. São Paulo: USP/IPE, 1975.
59. ______. Censo demográfico: mão de obra, Espírito Santo. Rio de Janeiro,
1983b. (9. Recenseamento geral do Brasil, 1980, v. 1, t. 5, n. 17).
61. ______. Censo industrial: dados gerais, Espírito Santo. Rio de Janeiro,
1984b. (9. Recenseamento geral do Brasil, 1980, v. 3, t. 2, n. 17, pt. 1).
62. ______. Censo industrial: Espírito Santo. Rio de Janeiro, 1974b. (8.
Recenseamento geral do Brasil, 1970, v. 4, t. 15).
70. MELLO, João Manoel Cardoso de. O capitalismo tardio. São Paulo:
Brasiliense, 1982.
72. OLIVEIRA, Francisco de. Elegia para uma re(li)gião. 3. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1981.
73. PAIVA, Rui Miller et. al. Setor agrícola no Brasil. São Paulo: Forense
Universitária, 1976.
83. VITÓRIA fatura US$ 100 milhões com chocolate. A Gazeta, Vitória,
11 maio 1986.