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VERSIEUX, D. P. O PROEJA e a formação integral dos trabalhadores.

In: 1º
Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, 2008, Belo
Horizonte. Anais do 1º Seminário Nacional de Educação Profissional e
Tecnológica, 2008.

O PROEJA e a formação integral dos trabalhadores

A resenha apresentada a seguir, teve como fonte o artigo "O PROEJA e


a formação integral dos trabalhadores" de autoria de Daniela Pereira Versieux,
Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFG - Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, campus Formosa. Daniela possui
experiência em Educação como docente das áreas de ciências da natureza e
biologia nos ensinos fundamental e médio, na seguintes modalidades: ensino
regular, educação de jovens e adultos e ensino médio integrado à educação
profissional; na formação continuada de professores; e na formação inicial de
docentes para a educação básica.

O objetivo do texto é a investigação da relação entre o PROEJA


(Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos) com a formação
integral dos trabalhadores. Buscando entender como esse programa pode
contribuir na superação da divisão entre o pensar e o fazer que vem
acontecendo a bastante tempo na nossa história. O texto se estrutura em 6
sessões.

Na sessão 1, Introdução, a autora começa com uma breve introdução


explicitando os objetivos pretendidos com o trabalho apresentado, que já foram
citados anteriormente. Além de nos indicar como foi feita a divisão do texto nas
sessões, situando a conjuntura do PROEJA, analisando os decretos que
determinaram o programa referido, sintetizando o debate sobre a formação
integral e averiguando em que medidas o governo atual segue a lógica do
governo anterior.

Na sessão 2, Do Decreto 2.208/1997 ao Decreto 5.154/2004: um


compromisso histórico e político, a autora mostra que o PROEJA tem suas
bases lançadas com o Decreto Presidencial 5.124/2004, do presidente Lula.
Surgindo a partir da superação da divisão entre a formação profissional (ensino
técnico) e a educação geral e básica, que tinham sido separadas radicalmente
uma da outra no Decreto 2.208/1997, do presidente Fernando Henrique
Cardoso.

Versiuex destaca que segundo Frigotto, o Decreto 5.154/2004, que


revoga o 2.208/97, "é um documento híbrido, com contradições" (FRIGOTTO,
2005a: 26) expressando um conflito ideológico e político. Mas que acaba
inovando por propor a integração da educação profissional com a educação de
jovens e adultos, além de propor também a elevação do nível de escolaridade
dos trabalhadores. O Decreto retoma a possibilidade da educação integrada
com o vínculo da formação profissional de nível médio ao ensino médio, mas
com formas precárias e apressadas herdadas do decreto anterior.

Já na sessão 3, Do Decreto 5.154/2004 ao PROEJA: superação ou


perpetuação da dualidade estrutural?, a autora nos apresenta que o Decreto
5.154/2004 sinalizava a possibilidade da educação integrada, mas que o
governo não configurou esforços em instituí-la nos estabelecimentos públicos
dos âmbitos federal, estadual e municipal, o que fez com que as matrículas do
ensino médio se ampliassem e elevassem sua qualidade.

Versieux traz uma citação de Frigotto que faz uma avaliação do que se
pretendia com esse decreto, de caráter transitório.

a (re)construção de princípios e fundamentos da formação dos


trabalhadores para uma concepção emancipatória dessa classe.
Acreditava-se que a mobilização da sociedade pela defesa do ensino
médio unitário e politécnico, a qual conquanto admitisse a
profissionalização, integraria em si os princípios da ciência, do trabalho
e da cultura, promoveria um fortalecimento das forças progressistas
para a disputa por uma transformação mais estrutural da educação
brasileira. (FRIGOTTO, 2005b: 1190)

A autora explica que o PROEJA é instituído, no âmbito restrito das


instituições vinculadas à educação profissional, sendo implementadas nas
instituições de Educação Básica uma Educação profissional para jovens e
adultos, sem nenhum tipo de discussão prévia com elas. Educação essa
apressada contando apenas com a carga horária máxima de 1.600 horas para
a formação inicial e continuada; e de 2.400 horas para o ensino médio
integrado. Há também a possibilidade das saídas intermediárias com a
"obtenção de certificados de conclusão do ensino médio com qualificação para
o trabalho, referentes aos módulos cursados, desde que tenha concluído com
aproveitamento a parte relativa à formação geral" (BRASIL, 2005a: art.6º) que
pode ser traduzida em uma formação profissional incompleta e superficial.

A formulação desse programa, com foco na restrição da carga horária,


do número de vagas e das saídas intermediárias, acaba não tendo aceitação
por alguns Centros Federais de Educação Tecnológica, Escolas Agrotécnicas
Federais e Escolas Técnicas Federais, obrigando o Governo Federal a
reformular o programa e revogar o Decreto anterior. A nova reformulação
amplia a possibilidade de articulação entre a formação geral e a profissional em
outras instituições; transforma também as carga horárias de máximas para
mínimas; e ainda cancela as "saídas intermediárias"; ampliando a possibilidade
de valorização dos saberes e das experiências dos trabalhadores adquiridas
fora do âmbito escolar.

A autora nos mostra o alerta que Frigotto dá para a questão da


fragmentação da política de Educação Profissional que o Governo Federal faz,
dentre eles o aumento de programas e projetos sem nenhum tipo de
articulação entre eles, como a Escola de Fábrica, o PROJOVEM (Programa
Nacional de Inclusão de Jovens) e o próprio PROEJA.

Para uma melhor compreensão de como segue o Governo Federal em


relação ao governo anterior, a autora faz uma análise mais apurada da política
de manutenção e reforço das diretrizes curriculares para o ensino médio, com
direção do Conselho Nacional de Educação (CNE). A resolução CNE/CEB
01/2005 (BRASIL, 2005b) adequou a resolução anterior (CNE/CEB 03/98) ao
decreto 5.154/2004, a partir das orientações do Ministério da Educação. A
resolução CNE/CEB 03/98 (BRASIL, 1998b) vinda das reformas educacionais
da década de 90 do século XX, determinou as diretrizes curriculares nacionais
do ensino médio, reforçando a dualidade estrutural do sistema.
De acordo com Frigotto (2005b) a resolução CNE/CEB 01/2005 reforma
de forma sutil a dualidade dos sistemas de ensino médio e profissional. Isso se
dá com o acréscimo de um parágrafo 3º ao artigo 12 da Resolução n. 03/98,
onde descreve as possíveis articulações entre a Educação Profissional técnica
de nível médio e o ensino médio.

Na sessão 4, O PROEJA e a formação integral, a autora argumenta a


visão de diversos autores sobre o tema da formação integral onde ela mostra
que após as reformas educacionais iniciadas em 1996 com a aprovação da
LDB "Darcy Ribeiro", a separação entre a educação geral, humanista, cultural e
científica da preparação para o trabalho foi reforçada. Ela cita primeiro Frigotto,
falando que,

o ideário da politécnica buscava e busca romper com a dicotomia entre


a educação básica e técnica, resgatando o princípio da formação
humana em sua totalidade: em termos epistemológicos e pedagógicos,
esse ideário defendia um ensino que integrasse ciência e cultura,
humanismo e tecnologia, visando ao desenvolvimento de todas as
potencialidades humanas. Por essa perspectiva, o objetivo
profissionalizante não teria fim em si mesmo nem se pautaria pelos
interesses do mercado, mas constituir-se-ia numa possibilidade a mais
para os estudantes na construção de seus projetos de vida,
socialmente determinados, possibilitados por uma formação ampla e
integral. (FRIGOTTO, 2005A: 35-36)

Versieux traz em seguida Acácia Kuenzer (KUENZER, 2000:30) que


defende uma nova escola média pautada na diversificação de conteúdos para
alunos que possuem relações diversificadas no seu dia a dia, seja no trabalho
ou com a cultura. Visando a construção de relações justas e igualitárias.

Logo após a autora cita Demerval Saviani que na década de 80, defende
o acesso total ao patrimônio cultural já produzido pelo ser humano por todas as
classes existentes. Pensando em uma alternativa de restauração do direito à
educação negada a parte da população, surgindo então o PROEJA.

A autora mostra as críticas feitas pelo Ministério da Educação em um


documento (Brasil, 2004) aos projetos como o PLANFOR aprovados no
governo do Fernando Henrique Cardoso onde apresentou "a educação
profissional como um remédio para os males do desemprego, do subemprego,
e da precarização do trabalho" (BRASIL, 2004: 12)

Dentro desse documento também foram citados novos rumos que


deveriam ser traçados em relação a educação profissional. Além disso o
documento também avalia que a educação tecnológica não faz a divisão entre
as modalidades e níveis de capacitação, mas sim possui um caráter global e
unificado. Há uma contradição na leitura das entrelinhas do discurso oficial,
onde fala na formação completa do trabalhador mas ao mesmo tempo somos
uma sociedade do conhecimento no qual precisamos aprender constantemente
para nos mantermos nossa "empregabilidade".

Para Newton Duarte a autora fala que a sociedade do conhecimento é


algo ideológico e produzido pelo capitalismo, enfraquecendo a luta contra essa
mesma sociedade capitalista. Frigotto complementa que de forma sutil essa
fala oficial esconde a perversidade por trás dela, onde afirmam que existe a
falta de pessoas empregáveis e não a falta de empregos.

Nesse trecho a autora analisa a proposta do PROEJA e a educação


integral a partir de alguns trechos do Documento Base do PROEJA (BRASIL,
2006b). Ela relata que na reflexão deste documento percebemos que existem
duas questões visíveis, a substituição do termo qualificação para o termo
competências e a preocupação de associar educação com geração de
emprego e renda. Outra preocupação é que a nossa formação integral não se
restrinja a um desenho curricular.

Na sessão 5, Financiamento da Educação de Jovens e Adultos:


alguns limites, a autora começa falando que a aprovação da Emenda
Constitucional n.53, que criou o FUNDEB em substituição ao FUNDEF,
reforçou o não investimento na educação integral pelo PROEJA.
Desconsiderando a EJA como um direito subjetivo. Versieux nos traz também
que ao se instituir o FUNDEB reforçou a vinculação orçamentária de estados e
municípios a suas atuações prioritárias. Com a obrigação de gastar a verba
com educação fundamental e infantil não abre espaço para inovação e
investimento em cursos que integram o ensino médio, Educação Profissional e
Educação de Jovens e Adultos. Apesar do PROEJA permitir a instituição
desses programas, na prática o FUNDEB desautoriza essa instituição.

Na sessão 6, À guisa de conclusão, podemos ver na última sessão que


autora relata o que aconteceu ao longo do artigo, onde procurou explicitar
alguns limites do governo em contribuir para a superação da divisão entre a
formação profissional e educação básica. Observou que há uma intenção em
mudar os rumos da educação no País. Mas, a forma como essa intenção é
feita acaba revelando contradições do Governo Federal em relação à educação
integrada. E entendeu que programas que não são articulados a nenhum
projeto econômico e social mais amplo não poderá superar a divisão entre o
pensar e o fazer, pois há uma questão histórica e estruturalmente construída
na luta entre classes do sistema.

Resenha crítica e subsídios

O artigo nos fornece bastante conhecimento a cerca da Educação de


Jovens e Adultos e a formação integral, apontando os Decretos no qual
surgiram e qual está em vigor hoje em dia. A autora procura durante o artigo
explicitar de forma detalhada quais mudanças ocorreram de um Decreto para o
outro, qual Governante estava no momento, além do que cada Decreto
realmente queria dizer por entrelinhas. Nos levando a observar que a questão
da divisão entre o pensar e fazer vem acontecendo a bastante tempo na nossa
história.

Essa análise do artigo é de grande pertinência pois assim conhecemos


todas as etapas pelo qual o Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
Adultos enfrentou para ter as condições que tem hoje, e do mesmo modo ainda
não possuindo as condições totais merecidas.

A leitura do texto é de certa forma fácil, sem que necessite de leitura


prévia, pois a autora explica cada conceito ou no caso Decretos que são
explicitados, a cada novo assunto ela explica de maneira sucinta e objetiva.
Com isso o texto é de grande auxílio para aqueles que se interessam com a
Educação dos Jovens e adultos e querem saber mais sobre os discursos
oficiais envoltas nos Decretos.

VERSIEUX, D. P. O PROEJA e a formação integral dos trabalhadores. In: 1º


Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, 2008, Belo
Horizonte. Anais do 1º Seminário Nacional de Educação Profissional e
Tecnológica, 2008.

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