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Apresentado no Pré-Evento Mulheres Chefes de Família: crescimento, diversidade e políticas,
realizado em 4 de novembro de 2002, Ouro Preto-MG pela CNPD, FNUAP e ABEP.
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ÁVILA, Maria Betânia. O tempo e o trabalho das mulheres. In: Um debate crítico a partir do
feminismo: reestruturação produtiva, reprodução e gênero. Maria Ednalva Bezerrra Lima et allia
(org) – São Paulo: CUT, 2002.
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As mulheres mudaram suas vidas em ritmo acelerado, compartilharam
com os homens a responsabilidade de prover a família e, quando
necessário, assumiram esta tarefa sozinha. Os homens, as famílias, a
sociedade e o Estado não acompanharam o ritmo deste movimento.
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Idem 1
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Queremos aqui chamar a atenção para os efeitos nefastos que se
observa a partir da articulação entre racismo e sexismo na vida das
mulheres chefes de família. A trajetória das mulheres negras e de
suas/seus descendentes, desde a abolição da escravatura até os dias
de hoje, é uma demonstração inequívoca do grau de injustiça social
que estes elementos articulados podem fazer perpetuar.
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Hoje, conforme destaca Sonia Corrêa, Estamos frente a um Estado
parcialmente reformado. São bastante conhecidas as críticas quanto
aos efeitos da reforma do Estado em termos de constrangimentos
fiscais e de seus impactos negativos sobre a capacidade de
investimento público em áreas prioritárias para responder às
necessidades das mulheres e reduzir as desigualdades entre homens
e mulheres. 4
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4. dificuldade em dar continuidade aos próprios estudos
Na área de Saúde:
1. Habitam em condições insalubres
2. convivem com altas incidências de morbidade em casa
3. sofrem prejuízos por terem que dedicar tempo ao
acompanhamento dos doentes
4. têm demandas não atendidas e diferenciadas para a regulação
da fecundidade e prevenção de DST/AIDS
Na área da Justiça
1. precisam de apoio jurídico para manter a guarda dos filhos
2. precisam de apoio jurídico para assegurar o recebimento de
pensão alimentícia
3. precisam de apoio jurídico para a investigação de paternidade
4. convivem com maior insegurança nos seus espaços
habitacionais
Na área de direitos humanos
1. sofrem discriminações sexistas e racistas que obstruem o
acesso aos direitos humanos
Na área da Agricultura
1. perdem acesso à terra por falta de um companheiro convivente
2. se assalariam em condições muito precárias
3. não têm acesso a financiamentos para investimento em
agricultura
4. a falta de gente adulta no grupo familiar para trabalhar a terra
reduz a produtividade.
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formular o planejamento governamental, como um todo, num enfoque
de gênero e étnico-racial. O máximo que se tem conseguido, na
relação/tensão entre movimentos sociais e ONG´s com organismos de
governo isoladamente, é que algumas políticas já definidas incorporem
a perspectiva de gênero. Nas Universidades e nas organizações não
governamentais a capacidade instalada também é pequena, de
maneira que a solução desta demanda exige muita força de vontade
política.
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Ainda no ano 2000, por iniciativa do Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher, foi realizada uma análise do Projeto de Lei de PPA 2000-2003.
O objetivo desta análise foi subsidiar o CNDM na definição de
estratégias para a incorporação da perspectiva de gênero na ação
governamental. Segundo a consultora Gilda Cabral, responsável por
este trabalho, dos 389 programas propostos pelo projeto de lei,
apenas dois dirigiam-se especificamente às mulheres: o de Combate à
Violência contra a Mulher e o de Saúde da Mulher 6.
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CABRAL, Gilda. Relatório Final – O Plano Plurianual (PPA 2000-2003) e a equidade de
gênero. Mimeo. Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Ministério da Justiça. Brasília; 2000.
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O Congresso Nacional incluiu duas novas orientações estratégicas às 4 que constavam do
projeto original. Uma delas objetiva “Promover os direitos de minorias vítimas de preconceito e
discriminação”, e inclui as mulheres nos seguintes termos: “... proteger a mulher e a criança contra
a violência doméstica e sexual e garantir os direitos das populações negras e indígenas”. Apesar
de a orientação estratégica dirigir-se aos macroobjetivos, o fato é que a inclusão desta nova
orientação pelo Legislativo não se traduziu em mudanças relevantes em termos dos 28
macroobjetivos e dos quase 389 programas que lhes correspondem.
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Planejamento e Investimentos Estratégicos, nos parece central para
que se possa enfrentar o desafio de superar o foco sobre as mulheres
e avançar para o enfoque de gênero ainda na fase de debate do PPA
no âmbito do Executivo. O mesmo se pode dizer com relação a
superar o foco sobre os negros para o enfoque nas relações raciais.
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Assim sendo, a sistematização dos estudos e pesquisas realizados
nesta área, bem como o incentivo a um trabalho mais aprofundado
sobre o acesso e os impactos das políticas públicas sobre este grupo
nos parecem de grande valia.
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WOORTMANN, Klaas e Woortmann, Ellen. Monoparentalidade e
chefia feminina - conceitos, contextos e circunstâncias. Mimeo.
Brasília, 2000.
www.planejamento.gov.br
www.abong.org.br
www.cfemea.org.br
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