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Casamento Casamento
Dezembro 1797 Dezembro 1801
Geração pós-iluminista e romântica - Início do século XIX (Depois de Napoleão)
Allegra Byron (1817-1822)
Elena A. Shelley (1818-1820)
Meias-
irmãs
19/02/1823 02/1837
01/01/1818 23/01/1826
Percy Shelley lutou contra a monarquia, a tirania, o militarismo, a religião, a
escravidão, a ignorância, as injustiças e as desigualdades de todos os tipos;
Ele era a favor da democracia, da liberdade de expressão, da anarquia, do ateísmo,
do vegetarianismo, do amor livre e de uma sociedade melhor e mais justa. Com sua
ideologia social-libertária, defendeu o direito das pessoas se levantarem contra os
governos, mas por meio da não-violência. Seu poema “Prometeu Liberto” exalta a
perfectibilidade humana de acordo com o pensamento iluminista.
• Percy Shelley casou-se com Harriet Westbrook (1795-1816) e teve duas crianças:
Elizabeth Esdaile Shelley, conhecida como Eliza (1813-1876) e Charles Bysshe Shelley
(1814-1826). Harriet Westbrook suicidou-se em novembro de 1816
• Percy Shelley abandonou Harriet ainda enquanto ela estava gravida e, em
28/07/1814, viajou para a França e a Suíça com Mary Wollstonecraft Godwin e sua
irmã Claire Clairmont – ambas com 16 anos. Nesta viagem Mary ficou grávida.
Eles tiveram 4 crianças: - “Clara” (22/02/1815 – 03/1815);
• William Shelley (24/01/1816 - 07/06/1819);
• Clara Everina Shelley (14/05/1817-24/09/1818)
• Percy Florence Shelley (12/11/1819- 05/12/1889)
Percy Shelley morreu afogado em 8/07/1822
Roteiro das duas viagens de Percy Shelley - Mary Shelley - Claire Clairmont
O Castelo Frankenstein localiza-se no estado de Hesse, na Alemanha,
construído pela família "Von Frankenstein".
O alquimista Johann Conrad Dippel (1673-
1734) residiu neste castelo, sendo-lhe
atribuída, por uma tradição local, a
destruição da torre por uma violenta
explosão, fruto do manuseio
de nitroglicerina, após o que teria sido
expulso da região pela população enfurecida.
Outra lenda pretende que Dippel desenvolvia
pesquisas com cadáveres, na tentativa de
trazê-los de volta à vida, e que algumas vezes
assinava o seu nome nos cadáveres como
"von Frankenstein", mesmo não sendo
descendente da família.
Mary Shelley (1797-1851) esteve com a
família na região alguns meses antes de
escrever a obra que a eternizaria,
"Frankenstein". Acredita-se que tenha ouvido
este folclore e nele se inspirado para criar o
enredo da obra, embora jamais tenha feito
menção a isso.
George Gordon Byron, (Londres, 22/01/1788 – 19/04/1824), conhecido como Lord Byron.
Entre 1809 e 1811, Byron fez uma grande viagem pelo mediterrâneo (evitando as guerras
napoleônicas) começando por Portugal - que estava ocupado pelas tropas napoleônicas -
(chamou Sintra de “Éden glorioso”), depois foi para Sevilha, Jerez de la Frontera, Cádiz até
chegar a Malta e Athenas. Como resultado da experiência Byron publicou "Peregrinação de
Childe Harold" (1812) e conquistou muitos fãs e se tornou uma celebridade.
Ele publicou vários poemas e se envolveu em muitos relacionamentos. Ele teve três filhas:
Elizabeth Medora Leigh (15/04/1814 – 28/08/1849) foi a terceira filha de Augusta Leigh,
que era meia-irmã de Lord Byron (filha do pai de Lord Byron, John “Mad Jack” Byron);
Ada Augusta King (10/12/1815 – 27/11/1852), Condessa de Lovelace e conhecida como
Ada Lovelace. Foi a única filha legítima de Lord Byron, com a esposa Anne Isabella
"Anabella" Byron (1792-1860).
Clara Allegra Byron (12/01/1817 – 20/04/1822) filha de Claire Clairmont (1798-1879)
Ele se separou de "Anabella" Byron em janeiro de 1816 e deve ter engravidado Maire
Clairmont em abril de 1816. O escândalo da separação, os diversos casos amorosos (com
mulheres e homens) e dívidas cada vez maiores influenciaram para deixar a Inglaterra em
abril de 1816 e nunca mais voltou.
Ele passou o verão em Genebra na Suíça (onde se encontrou com Claire, Mary e Percy
Shelley), sendo que em junho de 1816 nasceu a ideia do Frankenstein. Depois Byron foi
para a Itália (para onde foram Claire, Mary e Percy Shelley em 1818 e Percy morreu em
1822). Em julho de 1823, Byron deixou a Itália e foi para a Grécia lutar ao lado do gregos
contra o Império Otomano. Ele morreu em Mesolóngi, em 19/04/1824.
Around two hundred years ago, in
May 1816, a small group of English
travellers checked into the Hotel
d’Angleterre, a large three-storey
stone building facing the Alps on the
north side of Lake Geneva. In the
group was the 23-year-old poet Percy
Shelley, his mistress, Mary
Wollstonecraft Godwin, still only 18
years old, and their four-month-old
son William. (Mary was to marry
Percy in December that year, just two
weeks after hearing about the
suicide of his abandoned wife
Harriet.) The final member of the
company was Mary’s step-sister Clare
Clairmont, eight months her junior—
“the type of young woman who
today would be known as ‘arty,’” in
Muriel Spark’s tart summary.
https://www.prospectmagazine.co.uk/arts-and-books/sumer-1816-frankenstein-shelley-byron-villa-diodati
Congresso de Viena (1815) e a Pax Britannica
A estratégia de centrar o livro Frankenstein nas questões familiares e
falando dos mitos de Prometeu e Lúcifer tem a ver com a retomada do
poder das monarquias europeias (de “origem divina”) aliadas ao poder
das Igrejas, como a volta dos Bourbon em Nápoles, Espanha e França, a
dinastia de Orange na Holanda, dos Bragança em Portugal, dos Saboia
no Piemonte, etc...
Mary Shelley sabia das dificuldades em defender ideias republicanas e
revolucionárias na vitoriosa Inglaterra, depois do Congresso de Viena,
de 1815, e usou os conflitos familiares como metáfora dos fracassos da
Revolução Francesa e a derrota dos ideias de “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade”
Mary Shelley questiona também a “perfectibilidade humana” e a
dominação da natureza “possessível e explorável”!
Victor Frankenstein desafia “Deus” e a “Natureza”!
A Família Frankenstein.
Alphonse Frankenstein era um cidadão suíço de classe média alta, exerceu
várias funções públicas, morador de Genebra (parte de língua francesa), que
casou-se mais velho com a filha de um grande amigo, comerciante
arruinado, que morreu na miséria. Caroline Beaufort acompanhou o pai até
o leito de morte, “com vontade incomum e capacidade de suportar toda a
adversidade”. Ela aceitou a ajuda e a oferta de casamento, tornando-se a
senhora Frankenstein. Eles tiveram 3 filhos: o primogênito Victor, Ernest,
sete anos mais novo do que Victor e William, o caçula. Quando David tinha 5
anos, Alphonse e Caroline adotaram uma menina que era filha de um nobre
de Milão que lutava pela independência da Itália, mas ficou na pobreza (mais
ou menos como William Godwin) e uma mãe alemã que morreu ao dar à luz
(como Mary Shelley), mas estava sendo criada por uma família muito pobre.
Elizabeth Lavenza era linda “uma rosa entre sarças negras” e foi adotada pela
família, era uma filha adotiva que chamavam de “prima”, mas estava
prometida para ser esposa de David Frankenstein (Lembra a relação
incestuosa de Lord Byron com a meia-irmã Augusta Leigh, 1783-1851, que
resultou no nascimento de Elizabeth Medora Leigh ,15 April 1814 – 28
August 1849). Outra pessoa que se junta à família é Justine Moritz, a
governanta que veio de uma família monoparental feminina pobre (a mãe
era viúva com 4 filhos) – “feminização da pobreza” – e que a partir da morte
da mãe e dos 3 irmãos, passou a morar com os Frankensteins.
Ordem de nascimento ‘(‘ e morte ‘)’ dos personagens
* Há personagens
que não morrem
como a família de
“refugiados” (De
Lacey/cego, Ágata,
Félix e Safie) e os
professores de LECERCLE, Jean-Jacques. Frankenstein: Mito e Filosofia. José Olympio Ed. 1991
http://postllc.fflch.usp.br/sites/postllc.fflch.usp.br/files/A_contradicao_subjetiva_Frankenstein_e_a_fantasia.pdf
Ingolstadt
Criador e Criatura
Victor Frankenstein, desde criança, tinha paixão pelas ciências naturais e
estudava as obras dos alquimistas medievais – Albertus Magnus (1200-1280),
Cornelius Agrippa (1486-1535) e Paracelso (1493-1541). Aos 17 anos, por
incentivo dos pais, foi estudar química na universidade de Ingolstadt, na
Alemanha. Imbuído da ideia de fazer algo memorável para a humanidade, se
dedicou com afinco à bibliografia e à tecnologia mais avançada da época.
Com ajuda do seu professor Waldman, Victor Frankenstein passou dois anos
totalmente dedicados ao seu objetivo de entender “o princípio da vida”.
Após incrível esforço, ele conseguiu decifrar, sozinho, a fórmula da criação.
Sua autoconfiança lhe deu a certeza de que era capaz de “dar a vida a um
animal tão complexo e maravilhoso quanto o ser humano”. Ele juntou partes
de cadáveres e montou um corpo largo e de 2,40 metros de altura. Numa
noite sombria com a chuva batendo tristemente na janela, tomou os
instrumentos que estavam à sua volta e infundiu “a centelha de vida na coisa
inerte que jazia aos seus pés”. Victor viu a sua criatura abrir o “olho amarelo”
e “respirar com dificuldade”. Assustado, Frankenstein observa: “Ele era feio,
porém, quando aqueles músculos e articulações passaram a se mover, ele se
tornou uma coisa que nem Dante poderia ter concebido”. Alto e forte, o
monstro criado por Frankenstein se assemelha a um titã, que a mitologia
descreve como um ser de estatura gigante e de força física descomunal.
Illuminati da Baviera - Ingolstadt
Os Illuminati (plural de illuminatus, "iluminados") é,
historicamente, o nome que se refere aos Illuminati
da Baviera, uma sociedade secreta da época do
Iluminismo fundada em 1 de maio de 1776, em
Ingolstadt. Também chamados de “perfectibilistas”
ou "perfeccionistas“. Os objetivos da sociedade
eram opor-se à superstição, ao obscurantismo, à
influência religiosa sobre a vida pública e aos abusos
de poder do estado. "A ordem do dia," escreveram
em seus estatutos gerais, "é colocar fim às
maquinações dos perpetradores da injustiça,
controlá-los sem dominá-los". Os lluminati foram
proibidas por um édito do soberano bávaro Carlos
Teodoro, com o encorajamento da Igreja Católica.
Muitos intelectuais influentes e políticos
progressistas se consideraram membros. Atraiu
literários como Johann Wolfgang von Goethe e
Johann Gottfried Herder e duques reinantes de
Gotha e Weimar. (Wikipedia)
Lição de anatomia do Dr. van der Meer, Quadro de van Mierevelt, 1617. Museu de Delft
Willian Godwin defendia a ideia de que o
aprimoramento do homem só poderia ser alcançado
por meio a criação de uma “nova raça”, criada e
controlada, a partir de um processo que ele chamou de
“engenharia social”, na qual o método natural de
concepção deveria ser totalmente abolido.
O Monstro
Na genealogia de Foucault, o monstro “É o misto de dois reinos, o reino
animal e o reino humano: o homem com cabeça de boi, o homem com pés
de ave – monstros. É a mistura de duas espécies: o porco com cabeça de
carneiro é um monstro. É o misto de dois indivíduos: o que tem duas cabeças
e um corpo, o que tem dois corpos e uma cabeça, é um monstro. É o misto
de dois sexos: quem é ao mesmo tempo homem e mulher é um monstro”
(FOUCAULT, Michel. Os anormais. 2001, p.79)
Mas o monstro de Mary Shelley não é obra de uma aberração da natureza.
Não é uma besta de várias cabeças e nem um hermafrodita. Ele é um
monstro 100% produzido pela “genialidade humana” que usa partes de
defuntos humanos e os transforma em um “titã” (era largo e de 2,4 metros)
por meio do galvinismo, que era praticado por Erasmus Darwin (Avô de
Charles Darwin) e Alexander Von Humboldt, dentre outros.
O monstro foi produzido de forma assexuada, quase como uma clonagem.
O Monstro
• De “nascença”, era bom e ingênuo (tábula rasa);
• Era vegetariano
• Aprendeu a sobreviver pela experiência;
• Aprendeu a falar observando (escondido) o convívio de uma família;
• Aprendeu a ler (em francês) no livro “Paraíso Perdido” de Milton
• Refletiu sobre a sua infelicidade e exclusão social e solicitou justiça,
demandando uma “Eva”;
• Entrou em conflito com o seu criador que não quis atender seu pedido de
criar uma companheira feita de forma assexuada;
• Ameaçou acabar com a noite de núpcias (matar a esposa) para que o
Criador não concebesse outra criatura de forma sexuada;
• O monstro não matou Victor diretamente, mas levou-o à exaustão e morte.
A criação de uma outra criatura feminina como companheira do monstro
Victor Frankenstein percebe que daria início a uma nova raça que colocaria a
humanidade em perigo.