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HORIZONTE
Queremos ser homens consagrados a Deus por toda vida, exercendo “juntos e por
associação”, a exemplo de SJB de La Salle e dos primeiros Irmãos, o ministério apostólico da
educação humana e cristã, especialmente dos pobres, num itinerário de vida fraterna em comunidade;
de vivência da fé em Cristo Ressuscitado e de zelo ardente com os que nos são confiados (Cf. R
1,2,5,6 e 7).
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virtual tornou-se um modus vivendi impactando os processos de subjetivação e as relações; crise do
compromisso comunitário e de lideranças; por um lado há maior valorização das individualidades e
por outro o enfraquecimento da “comunidade”; fragilidade dos vínculos afetivos; sensibilidade para
experiências de solidariedade e voluntariado; relativização dos princípios éticos e dos
comportamentos morais; revalorização das dimensões sensível e estética; sensibilidade e o
protagonismo de indivíduos e ONGs em relação ao meio ambiente e a sustentabilidade; dificuldade
para tomar decisões duradouras.
A sociedade (incluída a Vida Religiosa Consagrada), é afetada por importantes evoluções
antropológicas. Hoje a percepção primeira de cada qual é a de ser um indivíduo. Normas e regras são
menos impositivos que outrora. Cada qual faz suas escolhas; o projeto pessoal é valorizado. A
primazia da singularidade pessoal é um traço distintivo da cultura ocidental. Ela vem afetar a Vida
Religiosa num dos elementos constitutivos de sua identidade: a pertença a uma comunidade fraterna.
A primazia dada ao indivíduo e ao “tempo para si” e a tomada de consciência do valor de cada
pessoa (vocação, dons, liberdade, capacidade relacional) desvaloriza o instituído e muda a forma de
perceber e viver a autoridade e a obediência, a relação consigo mesmo e com o outro. Há um acento
na provisoriedade das relações e a obsolescência dos recursos materiais obscurecendo a possibilidade
de compromissos definitivos. Instaura-se uma sociedade flexível, fundada sobre a informação, a
estimulação das necessidades e dos desejos, a supervalorização dos “fatores humanos” no
funcionamento social, que se volvem em ironia com relação a tudo o que pode aparecer como
possível poder coercitivo, ou princípio de exemplo (cf. CORREF, A vida religiosa sob o perigo do
individualismo contemporâneo).
As subjetividades emergentes, nas suas diferentes nuances, são fruto das mudanças que
ocorrem cada vez mais rápido. Nesse processo a marca da descontinuidade, da fragmentação, do
efêmero está em tudo e todos, ampliando a pluralidade e a flexibilidade no modo de ser e viver
juntos. Sob a ótica da religiosidade percebemos que existe uma grande diversidade de expressões
religiosas, com uma forte marca do sincretismo. Muitas expressões de fé são voltadas para a solução
de problemas pessoais mais do que sociais, ganhando força os movimentos religiosos de origem
neopentecostal e espiritualista. Paralelamente, perde força a dimensão comunitária da fé, vivida em
grupos como as Comunidades Eclesiais de Base. As religiões de matriz oriental se constituem em
filosofias que favorecem a construção de um sentido de vida para as pessoas. Muitas vezes,
elementos dessas religiões são incorporados pelo cristianismo.
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Um olhar sobre o contexto eclesial nos faz perceber a diversidade de expressões de fé num
mundo plural; a ruptura na transmissão geracional da fé cristã no meio católico; a relativização da
verdade do Cristianismo; o fomento de uma Igreja de comunhão, participação e inclusão; um anseio
pelo cuidado da vida e da casa comum; o apelo para uma saída missionária ao encontro dos mais
empobrecidos, das periferias existenciais, sendo profetas da esperança e a expressão do rosto
misericordioso de Deus nas relações; o crescimento de perspectivas eclesiais conservadoras; o
enfraquecimento das diversas pastorais e fortalecimento dos movimentos carismáticos.
No coração da Igreja e da sociedade percebemos uma Vida Religiosa Consagrada que clama
por dinamizar a cultura do encontro que considera o estilo de vida relacional de Jesus (relações mais
humanas e humanizadoras); pelo testemunho alegre no seguimento de Jesus; pela reafirmação de sua
identidade como forma de fidelidade criativa às raízes evangélicas, carismáticas e proféticas; por
viver a imagem da Trindade em comunidades dinâmicas, interculturais e intergeneracionais; pelo
discernimento em relação a manutenção de suas estruturas institucionais para que essas sejam social
e evangelicamente significativas; por mais iniciativas intercongregacionais com o objetivo de
oferecer respostas às urgências de hoje; pelo aumento numérico de vocacionados e de Religiosos (as)
e pela fidelidade e perseverança de seus membros.
A Missão Lassalista é resultante da ação conjunta dos Irmãos e Colaboradores da Província
La Salle Brasil-Chile. Nesse contexto os Irmãos são interpelados a assumir a centralidade do voto de
associação para o serviço educativo aos pobres e de estabilidade no Instituto como expressão
primeira da identidade; a repensar o protagonismo/autoria do Irmão na missão educativa lassalista; a
fortalecer o senso de pertença; a promover uma espiritualidade integral e integradora que dê unidade
a vida do Irmão; a reconfigurar o processo formativo para que favoreça maior autonomia, liberdade,
iniciativa, e responsabilidade diante da vida, da Província e da sociedade; a uma qualificada
formação filosófica, teológica, administrativa e pedagógica dos Irmãos; a uma maior integração entre
o itinerário pessoal e o institucional; a compreender o momento sócio-histórico e discernir à luz do
Evangelho as necessidades educativas e pastorais de cada época; a um maior equilíbrio entre os
apelos da missão (profissionalismo) e da consagração; a promover a partilha do carisma sem medo; a
construção da cultura vocacional que valorize e promova a vocação de Irmãos e Leigos; a crescer no
senso e iniciativas intercongregacionais; a potencializar ainda mais a Escola em Pastoral, em
comunhão com a Igreja local.