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VIABILIDADE ECONÔMICA DE FLORESTAS DE EUCALIPTO NO ESTADO DE GOIÁS

Thiago Name Chaul1; Luciana Gonçalves Tibiriçá2

RESUMO

Tal trabalho visa esclarecer o real impacto que a monocultura do eucalipto exerce sobre
o meio que está inserido, acabando com os mitos que foram atribuídos a essa planta e ressaltando
as verdades sobre ela. Identificar a real viabilidade econômica de madeira oriunda de florestas
plantadas de eucalipto, destinada a construção civil em um intervalo de vinte quatro messes para
que atenda o momento de corte, sendo o mesmo quando a planta atinge a marca de 6 metros de
comprimento,sendo essa medida com um raio de 8-10cm de diâmetro. Como se trata de projeto
no qual se estende ao longo de vinte e quatro messes, os métodos utilizados para implantação do
mesmo passa por várias etapas. Essas vão desde a coleta de solo para análise, até a colheita
florestal, sendo todos os procedimentos com um respaldo técnico para garantir o bom resultado
do projeto. Os resultados foram bastante compensatórios do ponto de vista econômico,
lembrando que ao investir na área florestal, o retorno é a longo prazo.

Palavras-chave: florestas plantadas, eucalipto e colheita florestal.

ABSTRACT

Such work aims at to clarify the real impact that the monoculture of eucalipto exerts on
the way that is inserted, finishing with all myths that had been attributed to this plant and
standing out the truths on it. To identify the real deriving wooden economic viability of planted
forests of eucalipto, destined the civil construction in an interval of twenty four messes so that it
takes care of the cut moment, being the same when the plant reaches the mark of 6 meters of
length, being this measure with a ray of 8-10cm of bifool. As one is about project in which if it
extends throughout twenty and four messes, the methods used for implantation of the same pass
for some stages. This they go since of the ground collection for analysis, until the forest harvest,
being all the procedures with an endorsement technician to guarantee the good result of the
project. The results had been sufficiently compensatory of the economic point of view,
remembering that when investing in the forest area, the return is in the long run.

Key Words: planted forests, eucalipto and forest harvest.

Goiânia, 2006/2

1
Orientando. Graduando em Engenharia Ambiental.
2
Orientadora. Geóloga, Mestre em Geografia. Professora Convidada do Curso de Engenharia Ambiental da
Universidade Católica de Goiás.
2

INTRODUÇÃO

É fundamental a importância do pleno entendimento do que vem a ser uma floresta


energética. Para tanto, é preciso ressaltar suas características, o uso de seus produtos e
subprodutos e diferenciá-la de uma floresta de vegetação nativa. A floresta energética é uma
monocultura com a finalidade de produção de energia na forma de biomassa, madeira para a
serraria ou construção civil, de tal forma que o manejo e produção ocorram ordenados e
planejados. Já a floresta de vegetação nativa guarda o mais perfeito equilíbrio de seus
ecossistemas, tendo suas funções insubstituíveis. As principais conseqüências da extração
desordenada da floresta nativa são as alterações no clima, aumento dos riscos de erosão,
assoreamento dos cursos d’águas e redução gradativa do recurso água, perda da biodiversidade
microbiológica do solo, da flora e da fauna, da diversidade genética, redução da densidade ou
abundância e alteração da estrutura da vegetação, essa extração é necessária para produção de
alimentos em geral, ou seja o desenvolvimento quando o mesmo se faz de forma sustentável.

MITOS E VERDADES SOBRE A MONOCULTURA DO EUCALIPTO

O setor florestal brasileiro está em ascensão; no entanto um pouco aquém de outros


países com menor potencial produtivo, devido a fatores climáticos. Segundo a EMBRAPA
FLORESTAS (2003), nosso país conta com, aproximadamente, 530 milhões de hectares de
Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federais e 4,8 milhões
de hectares de florestas plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra. Com a exploração de áreas
de florestas, sejam elas nativas ou plantadas, o Brasil gera mais de 2 milhões de empregos,
contribui com mais de US $ 20 bilhões para o produto interno bruto (PIB), exporta mais de US$
4 bilhões (8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano,
arrecadados de 60.000 empresas.
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A SBS Sociedade Brasileira de Silvicultura (2005) relata que as áreas de florestas no


mundo estão dividas em 3,682 bilhões de hectares, ou seja, 95% das áreas naturais, e 187 milhões
de hectares, (ou 5% com florestas plantadas), mostrando uma extrema necessidade de aumentar
as áreas de florestas plantadas, visando preservar as florestas naturais. Ainda segundo a mesma
fonte, as florestas naturais suprem o consumo de madeira no mundo na ordem de 65%, contra
35% de contribuição das plantadas, sendo que a cultura do eucalipto ocupa apenas 0,35% do
território do Brasil, o que injustificável, uma vez que o consumo brasileiro é de,
aproximadamente, 300 milhões de m3 de madeira ao ano.

De acordo com OLIVEIRA et al (2005), o eucalipto produzido no Brasil se destina


basicamente à produção de celulose e papel e ao carvão que abastece as siderúrgicas. As
indústrias brasileiras que usam o eucalipto como matéria-prima para a produção de papel,
celulose e demais derivados representam 4% do nosso PIB, 8% das exportações e geram
aproximadamente 150 mil empregos. Hoje, o Brasil tem a maior área plantada de eucaliptos do
mundo (mais de 3 milhões de hectares),é o maior produtor mundial da celulose (cerca de 6,3
milhões de toneladas por ano) e alcançamos o maior índice médio de produtividade (40m3/ha/
ano).

A prática da monocultura florestal é bastante condenada (principalmente no caso do


eucalipto), onde ambientalistas sem o menor conhecimento técnico o julgam danoso ao meio
ambiente. Segundo DOUROJEAMI (2001), o eucalipto não é apenas uma espécie única, mas sim
são centenas de espécies, sendo todas originárias da Austrália. Algumas extensamente cultivadas
no mundo atualmente, especialmente na América Latina, onde chegaram por volta do século
XIX. O autor ainda afirma que os danos ambientais decorrentes do cultivo do Eucalipto como
monocultura são os mesmos que provocam qualquer outra planta exótica importada pelos
colonizadores e aqui cultivada da mesma forma.

Não só no estado de Goiás, mas em todo o restante do Brasil, o Eucalyptus spp teve
uma ótima adaptação quando plantado em escala comercial na forma de monocultura. Com o
espaçamento e correção do solo adequados, é possível alcançar índices de produtividade
invejáveis em vista de outros países, produzindo madeira de qualidade e com um volume
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considerável em um curto espaço de tempo, uma vez que o clima favorece o desenvolvimento
dessa espécie. É por isso que o Brasil está à frente deste agronegócio vantajoso economicamente.
Os produtos oriundos de florestas e energéticas estarem tão valorizados, sendo pela crise
energética, a qual é suprida pela biomassa, ou pelo nobre emprego da madeira nos mais
diversificados setores e até mesmo produtos não madeiráveis, tais como óleos, resinas e folhas.
Segundo a SBS-SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA (2005), a produtividade
florestal brasileira chega a ser 10 vezes maior do que a de outros países concorrentes, que em
muitos casos aguardam cerca de 40 anos para o corte de uma árvore de pinus no hemisfério
Norte. Aqui essa mesma árvore pode ser explorada aos 14 anos. No eucalipto, a precocidade é
ainda maior, e ainda existem técnicas para utilização de terrenos degradados que permite o
melhor aproveitamento dos mais diversos terrenos (BAENA, 2005).

A EMBAPA FLORESTAS (2003) advoga que as florestas plantadas nacionais, estão


distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Tais florestas visam a garantia do suprimento
de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha,
serrados, compensados e lâminas e painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e
Medium Density Fiberboard - MDF).

Um estudo recente desenvolvido pela Aracruz Celulose S/A. (empresa líder na


produção de celulose brasileira), juntamente com universidades e organizações não-
governamentais (ONG), em uma área de 280 hectares, mostra que as raízes do eucalipto não
chegam a descer mais de 2 metros em busca de nutrientes. Ao mesmo tempo, poços de
monitoramento demonstram que o lençol freático presente nessa área de plantio mantém-se
estável a uma profundidade que varia de 16 a 25 metros. Segundo Auro Campi de Almeida,
agrônomo da Aracruz responsável pelas pesquisas, essas duas constatações provam que as raízes
do eucalipto não têm como sugar tanta água do subsolo, como divulga maciçamente na mídia,
(GLOBO RURAL,2000).

Alega-se, por exemplo, que uma árvore de eucalipto pode consumir cerca de 360
litros de água por dia (LIMA, 1993). Num espaçamento de 2x2 metros, isso equivaleria a uma
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evapotranspiração diária de cerca de 90 milímetros. Supondo tratar-se do valor correspondente ao


pico da transpiração diária, e que a média diária fosse a metade desse valor, ainda assim a
evapotranspiração anual alcançaria a cifra astronômica de 16425 milímetros (Lima, op cit.).

Os estudos de LIMA (1993), ainda implicam em dados que apresentam uma clara
evidência de que as plantações de eucalipto, no que diz respeito ao balanço hídrico de bacias
hidrográficas, não diferem de outras espécies florestais, apresentando aumento médio do deflúvio
devido ao corte da floresta, e diminuição média do deflúvio devido ao reflorestamento da bacia,
da mesma magnitude de resultados similares obtidos com outras espécies florestais. No conjunto,
a imagem hidrológica das espécies de eucalipto como um todo, ou das plantações do mesmo, é
suficientemente clara para eliminar qualquer preocupação para com possíveis efeitos hidrológicos
colaterais.

Em relação ao consumo de água para incorporação de matéria usando algumas


culturas agrícolas a Sociedade Brasileira de Silvicultura expôs informações sobre algumas delas,
pois com 1 litro de água é possível produzir:

Batata Milho Açúcar Feijão Trigo Madeira Madeira


Cerrado Eucalipto
1 litro de 0,4-0,65g 0,5-1,1g 1,8g 0,5g 0,9g 0,4g 2,9g
ÁGUA
Fonte: SBS(2005).

DOUROJEAMI (2001), defende que o Departamento Florestal da Organização das


Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), tem promovido muitos meses de
consultoria de grandes especialistas mundiais, e tais estudos implicam na produção de relatórios
técnicos ainda organizando eventos para analisar e debater os resultados. Nenhum dos
profissionais consultados, em momento algum, achou que o eucalipto é uma planta muito danosa
ou “antiecológica”. Apenas discutiram quais são as condições ecológicas onde essa árvore pode
ser mais, ou menos, conveniente. Especialmente em termos de conservação de solos e de seu
impacto sobre outras espécies.
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Sistemas Agroflorestais (SAF) são definidos como a combinação de cultivos


simultâneos de essências florestais com culturas anuais ou perenes. Esses sistemas contribuem
para o aumento da cobertura florestal e se constituem em opção para o aumento da produção de
madeira, lenha e alimentos, além de permitirem a utilização mais eficiente dos recursos naturais,
a diversificação da produção, a formação de culturas alimentares, a redução dos riscos de
produção e a diversificação da renda dos produtores (OLIVEIRA et al., 2005).

À combinação de árvores com pastagens denominam-se sistemas silvipastoris, as


pastagens e a inclusão de culturas agrícolas durante a fase inicial de desenvolvimento das
espécies arbóreas são chamadas sistemas agrossilvipastoris e a associação de árvores com
culturas agrícolas são: sistemas silviagrícolas, todos de grande aplicabilidade. A atividade
florestal exige rotações mais longas que as demais atividades agropecuárias, principalmente
quando se pretende obter um produto final destinado a serraria. O corte do eucalipto para
industrialização ocorre normalmente aos 7 anos de idade, num regime que permite até 3 cortes
sucessivos, com ciclo final de até 21 anos. Os reflorestamentos tradicionais de eucalipto são
representados por densos maciços florestais, plantados em espaçamentos regulares e,
normalmente, com uma única espécie. Entretanto, nas propriedades rurais, além dessa
possibilidade de plantio, as árvores também podem ser cultivadas de forma integrada com as
atividades agrícola e pecuária ou, ainda como quebra-ventos, cercas vivas e proteção de animais.
Todavia para que se tenha sucesso nesse tipo de empreendimento, é necessário considerar os
espaçamentos e as espécies florestais. Nesses sistemas normalmente são usadas menores
densidades de plantio e diferentes arranjos espaciais das espécies florestais em campo (RIBASKI
et al. ,2002).

Plantios mais adensados resultam na produção de um elevado número de árvores com


pequenos diâmetros, as quais normalmente são utilizadas para fins menos nobres, tais como
lenha, carvão, celulose, engradados e estacas para cercas. Espaçamentos amplos resultam em um
número menor de plantas por unidade de área, tornando mais fácil o acesso de máquinas para o
plantio e tratos culturais, facilitando a retirada da madeira e empregando menos mão-de-obra,
além de permitirem a produção de madeira de melhor valor comercial (postes, vigas, esteios e
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serraria). Como desvantagens, há maior necessidade de tratos culturais e menor derrama


natural. Na produção de madeira de alta qualidade, para serraria, é necessário que os espaços
entre as plantas sejam superiores ao normal. Assim, o manejo florestal deve ser baseado em
podas freqüentes e rigorosas, de forma a alcançar um mercado com maiores preços mediante uma
mercadoria de maior valor agregado. Desta forma, a implantação de povoamentos de eucalipto,
assim manejados, é naturalmente uma excelente alternativa para se integrar as atividades
agrícola, florestal e pecuária em um sistema de produção misto (RIBASKI et al.,2002).

Segundo estudos seguidos de pesquisas desenvolvidos por SCOLFORO et al. (2005),


chega-se a conclusão que implantar sistemas agrosilvopastoris com eucalipto em região de
cerrado é uma opção viável economicamente, desde que, pelo menos, 5% da madeira produzida
seja usada para serraria e a madeira restante seja usada para energia ou para outro fim que alcance
valor igual ou mais alto no mercado. Algumas situações que podem fazer com que o sistema
agrosilvopastoril com eucalipto dê prejuízo: taxas de desconto maiores que 11,45% ao ano; preço
da terra acima de US$ 2.000,00 por hectare; produtividade do eucalipto inferior a 20,86
st/ha/.ano; preço da arroba de boi menor que US$ 16,75; preço da madeira para serraria abaixo de
US$ 5,24/st; preços do saco de soja e de arroz inferiores a US$ 6,34 e US$ 5,96
(respectivamente), e aumento de mais de 5,38%, simultaneamente, em todos os custos de
produção.

De acordo com a reportagem publicada em junho pela REVISTA MATÉRIA (2004),


uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa realizou um estudo denominado
“Avaliação econômica de plantações de eucalipto submetidas a desbaste”, onde foi verificado que
existe maior viabilidade econômica para os projetos que realizam desbaste mais cedo, ou seja,
aos 48 meses, gerando maior rentabilidade. Observa-se, também, que o desbaste na intensidade
de 20% de remoção da área basal é a opção mais rentável. O objetivo deste estudo foi determinar,
através de métodos de avaliação econômica, a idade econômica de corte de plantações de
eucalipto submetidas a desbaste. Para tanto, foram utilizados dados de um experimento de
desbastes estabelecido na região nordeste da Bahia. Foram consideradas as variações de
intensidades de desbaste (0, 20, 40 e 60% de retirada em área basal) para projeções realizadas em
diferentes classes de local. Como forma de aproveitar áreas já desmatadas e diminuir a pressão
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exercida sobre as florestas nativas, bem como atender a mercados específicos, cada vez mais as
florestas plantadas passam a desempenhar um importante papel como fonte alternativa de
matéria-prima para a indústria florestal.

Segundo OLIVEIRA (2005), o cultivo comercial de eucalipto, pode-se dividir em


custo de produção e custos de comercialização, sendo que esse último pode ser subdividido em
custo de corte e custo de transporte. Também o comercial de eucalipto, pode ser subdividido em
custo plantio, envolvendo tudo que se gasta no primeiro ano com a lavoura e custo de
manutenção, e no segundo ano até o período que precede a corta dos eucaliptos. O custo médio
de plantio é calculado em R$ 2000,00 por hectare plantado composto, basicamente, por gastos
com mudas, mão-de-obra, adubação, preparo do solo, combate de plantas invasoras, combate de
formigas, gastos com insumos. Vale ressaltar que esse custo pode variar dependendo da região,
da topografia do terreno, do tipo e da situação do solo, do espaçamento entre as mudas.

METODOLOGIA

Para comprovação da viabilidade econômica da implantação de florestas de Eucalipto


no Estado de Goiás, será aqui descrito um projeto suas características e etapas de implantação,
para que em seguida seja possível analisá-lo e obter resultados sobre viabilidade econômica do
mesmo. O projeto em questão é uma floresta de 14,76 hectares, inserida na Fazenda Santo
Antônio no município de Aparecida de Goiânia–GO. Sua localização é apresentada no croqui de
acesso, que segue em anexo. A área do projeto possui um latossolo vermelho, onde é possível
observar algumas manchas de cascalho ao longo da área, sua tipologia vegetal predominante é o
cerrado aberto baixo (CAB).
Sendo que o primeiro passo para implantação da floresta, foi a realização de uma
análise de solo para constatação da real situação, da fertilidade do mesmo, o critério para
realização dessa análise foi a amostragem, na qual foram coletadas amostras de solo de diversos
pontos em zig-zag, a uma profundidade de 0 à 20cm ao longo da área e misturadas de forma
homogênea, onde o resultado da análise descriminava um potencial de hidrogenização (pH) de
4,2, deficiências de macro e micronutrientes, e um percentual de matéria orgânica (2,6%). Tal
resultado já era esperado, sendo que este solo hoje possui baixa fertilidade devido suas
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propriedades físicas, pelo fato da área ter sido usada por 30 anos como pastagem, e sem ter tido o
menor auxilio de técnicas de conservação de solo, como curvas de níveis e rotações de culturas,
sendo que esse solo é de bom potencial para trabalhar a fertilidade. Diante desse impasse, a
solução foi a correção do solo de forma precisa, pois assim feita não onera custos, nem foge do
foco que é a produção agrícola economicamente viável. Como o pH demonstravam solo ácido,
foi preciso corrigi-lo com calcário, o qual foi dirigido em torno de 2 toneladas/ha logo após a
gradagem do solo e antes do nivelamento, assim feito a calcário é muito bem incorporado ao
solo, a adubação foi utilizado um N-P-K, 8-28-16, + 0,5% de Br e Zn , em torno de 200g por
cova de planta, afim de suprir as deficiências de nutrientes. A adubação é repetida no final do
período chuvoso, mais precisamente no mês de março, na forma de um N-P-K-20-0,5-20+ 0,5%
de Br e Zn ministrando 120g/cova. Um grave problema enfrentado no plantio de eucalipto é a
formiga saúva spp., grande oneradora de custos nesse tipo de empreendimento, pois possui
grande poder destruição de mudas. Assim sendo, é preciso combatê-la com formicida adequado,
neste projeto foi usado regente 800 (nome comercial), que se aplica na forma de jato dirigido nas
entradas dos formigueiros e formicidas a base de isca granulado (fipronil), não só após inserir as
mudas no solo como 60 dias antes, persistindo ao longo dos dois primeiros anos da floresta.

É comum entre técnicos da área florestal a recomendação do plantio de


1667mudas/ha ou 8067mudas/alqueire. Só que neste projeto, foram utilizadas 23.000 mudas de
Eucalyptus camaldulensses spp., dentro do espaçamento 3x2m (sendo três metros entre ruas e 2
metros entre mudas), distribuídas ao longo dos 14,76 hectares, sendo 1558 mudas/ha ou
7542mudas/ alqueire. Esta floresta contou ainda com um sistema silviagrícola, neste caso foi
cultivado mandioca em uma área de quatro hectares entre o espaçamento das ruas da floresta,
com a finalidade de agregar valor. A perda no número de mudas por hectare se deu devido um
recuo de 4m ao longo da floresta foi feito para a realização de aceiros, visando a prevenção de
queimadas durante o período de seca, além da presença de algumas árvores de essência nativa
que fazem parte da área, essa mudas foram dispostas ao solo no dia 5 de novembro de 2004, com
20cm de porte, as quais foram produzidas pelo Viveiro Ambiental, localizado no 6km da rodovia
GO-010 (saída para Bonfinópolis), e comercializadas pelo valor de R$0,20 a unidade. Durante a
realização do plantio das mudas do projeto foram utilizados dez trabalhadores braçais, com
prática neste tipo de tarefa, durante cinco dias consecutivos para o plantio e adubação da área.
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As fotos a seguir (Figura1) e (Figura2), mostram a floresta em seu primeiro ano de


implantação, mais precisamente com onze meses, logo quando a mandioca estava pronta para
colheita.

Figura1- Consórcio silviagrícola de com mandioca Figura2- Produção de mandioca.

Logo em seguida, a grande dificuldade é o combate a plantas invasoras e agressivas,


como o capim braquiária (Brachiaria decumbens spp.) que teve grande incidência e que possui
grande capacidade de rebrota em um curto intervalo de tempo. Isto dificulta bastante a
manutenção das mudas para deixá-las desprovidas de capim. É de extrema importância mantê-las
sem capim num raio de 100cm de seu caule, pois o mesmo além de se beneficiar dos nutrientes
ali dispostos, ainda não permite que chegue até as mudas os raios solares necessários para o
processo de fotossínteses da planta.

O combate a plantas concorrentes, é um grande desafio de reflorestamentos e


aflorestamentos, pois durante o período chuvoso essas plantas se propagam de forma assustadora
em pouco tempo, e se não combatidas tomam conta de toda área colocando em risco todo o
investimento depositado no empreendimento. Assim é preciso aplicar técnicas de combate como
capina manual fazendo um coroamento de 100cm de raio em todas as mudas, aplicação de
herbicida dessecante na forma de jato dirigido com um protetor de plástico no bico, afim de evitar
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o contato com as mudas que nessa fase permaneciam ainda muito novas, roçagem feita por trator
com uma roçadeira hidráulica e grade aradora, entre ruas nos seis primeiros meses.Tudo isso para
manter o pé da planta livre, sem o menor tipo de concorrência por nutrientes por parte de outras
plantas não desejadas, como comprova a Figura3.

Figura3- Limpeza feita pelo uso de herbicida dessecante.

Neste projeto, durante o período de seca, o monitoramento de prevenção a queimada


eram constantes, sempre mantendo um aceiro de 4m em torno da área, e ao iniciar o período
chuvoso foi feita uma calcareação de cobertura na forma de 100g/muda e uma adubação com um
N-P-K-20-0,5-20 + 0,5% de Br e Zn, sendo a proporção de 120g/muda. Durante todas essas
etapas, o combate ao ataque de formigas juntamente com o controle das plantas concorrentes
foram de trabalho intenso.

Para melhor descrever os custos de implantação da Floresta de Eucalipto da Fazenda


Santo Antônio, os mesmos foram dispostos na forma de uma tabela exibida logo abaixo, que
segue por ordem de prioridades para tal implantação.
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ORÇAMENTO DE CUSTO DE PRODUÇÃO


Espécie: Eucalyptus (espaçamento 3X2)
CUSTO DE IMPLANTAÇÃO/HECTARE
Valores – R$ Época de
Especificação Unid Quantid
Realização
Unitário Total
I – SERVIÇOS
A – Preparo do solo, para plantio
Grade aradora h/m 1 R$ 45,00 R$ 45,00 Imediata
Nivelamento h/m 0,5 R$ 45,00 R$ 22,50 Imediata
Curva de Nível h/m 1 R$ 45,00 R$ 45,00 Imediata
Aplicação de Calcário h/m 0,5 R$ 45,00 R$ 22,50 Imediata
B – Aquisição de Mudas Un. 1667 R$ 0,20 R$ 333,40 Imediata
Plantio + adubação d/h 3 R$ 20,00 R$ 60,00 Imediata
Aplicação de herbicidas h/m 0,5 R$ 45,00 R$ 22,50 Imediata
Combate à formiga (área toda) d/h 1 R$ 20,00 R$ 20,00 Imediata
Aquisição de mudas para replantio Mudas/ha 200 R$ 0,20 R$ 40,00 Janeiro
Replantio d/h 1 R$ 20,00 R$ 20,00 Janeiro
Sub-total R$ 630,.90
C - Combate a plantas invasoras.
Gradagem - 45 dias após o platio. h/m 0,5 R$ 40,00 R$ 20,00 I Ano
Gradagem - 6 primeiros meses. h/m 0,5 R$ 40,00 R$ 20,00 I Ano
Coroamento/Capina*. d/h 5 R$ 20,00 R$ 100,00 I Ano
Coroamento/Capina**. d/h 5 R$ 20,00 R$ 100,00 I Ano
Roçagem após o inicio do período
chuvovo. h/m 0,5 R$ 40,00 R$ 20,00 II Ano
Sub-total R$ 260,00
D– Fertilizantes
Aquisição de NPK + Cu + Zn *** ton 0,35 R$ 740,00 R$ 259,00 Imediata
Sub-total R$ 259,00
E – Defensivos
Aquisição de Herbicida L 3 R$ 9,00 R$ 27,00 Imediata
Aquisição de formicida (Kautrine) Kg 1 R$ 11,00 R$ 11,00 Imediata
Aquisição de formicida (Grão verde
- isca) Pct 20 R$ 0,20 R$ 4,00 Imediata
Sub-total R$ 42,00
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II – OUTROS DESEMBOLSOS
A – Calcário + frete ton 1 R$ 41,11 R$ 41,11 Imediata
Sub-total R$ 41,11
TOTAL GERAL (implantação)
OBS: Número de plantas/ha 1.667 (espaçamento de 3x2m) – reposição de 10% (1.834 mudas)

CUSTO DE MANUTENÇÃO E OUTROS DESEMBOLSOS


Valores – R$
Especificação Unid Quantid Ano III e
Ano I Ano II IV
Adubação de Cobertura Aquisição
de NPK + Cu + Zn + Br*** -
Realizada no final do período ton 0,20 R$ 156,00 * *
chuvoso
Adubação de Cobertura Aquisição
de NPK + Cu + Zn + Br*** -
Realizada no inicio do período ton 0,20 * R$ 156,00 *
chuvoso
Encarregado Geral do plantio Unid 1 R$ 350,00 * *
TOTAL R$ 662,00

TOTAL GERAL R$ 1895,01

O custo supracitado refere-se as atividades possíveis de discriminar, sendo que seus


preços são oscilantes em cada mercado regional. É preciso considerar também alguns outros
desembolsos que surgem como eventualidade: longo do plantio, que são oneradores de custo
consideráveis, como manutenção de máquinas, combustível para locomoção até a área, serviço de
cerca, etc.

RESULTADOS

Pelo fato do projeto ter sido implantado em novembro do ano de 2004, o mesmo não
está em sua fase de corte que oscila de 24 à 30 meses. Os resultados apresentados estão baseados
no preço de mercado atual, simulando uma eventual comercialização dessa mesma madeira
produzida. Neste caso, a madeira foi destinada a escoramento de lajes para construção civil, pois
a localização da Fazenda Santo Antônio é nobre muito perto da cidade de Goiânia, onde o
consumo desse produto é enorme.
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Em um hectare foram plantadas 1558 mudas e cada muda em seu ponto de corte
atinge a marca de duas escoras de 3 metros de comprimento. Assim tem-se 3116 escoras/ha. As
escoras são comercializadas com madeireiras ou diretamente com firmas de engenharia civil
(construtoras), geralmente em torno de R$ 30,00 à R$ 36,00 a dúzia de escoras.

Ao contabilizarmos uma perda de 5% na produção, o que é bastante comum, temos


2960 escoras equivalentes a 247 dúzias vendidas a um preço médio de R$ 34,00, o que resulta em
uma receita bruta de R$ 8.398,00/ha. Como se trata de 14,76 ha, gera-se R$123.954,48 brutos
para ser descontados todo o custo de implantação, corte e transporte.

O custo de implantação ficou previsto em R$ 27.970,00 para os 14,76ha ao longo dos 24


meses, os de corte e transporte R$11.808,00 para os mesmos 14,76ha. Assim tivemos um gasto
de R$39.778,00 que, ao subtrair da receita bruta gerada, obtêm-se uma receita líquida de R$
84.176,48. Ao ser dividida pelos vinte e quatro meses do projeto, resulta em uma renda de R$
3.507,35 mensal em 14,76ha de área plantada.

CONCLUSÃO

O mercado se apresenta bom para madeiras de árvores de origem exóticas, neste caso a
madeira do eucalipto empregada na construção civil, a qual é vista com bons olhos pelos
consumidores pelo fato de causar menos impactos ao meio ambiente, quando comparadas às de
essências nativas.

Este projeto comprova que floresta de eucalipto no Estado de Goiás, com sua madeira
destinada ao escoramento de obra produzida aos vinte quatro meses, em uma distância próxima
da capital Goiânia ( raio de 100Km), é economicamente viável, pois ao aplicarmos R$ 27.970,00
ao longo de vinte e quatro meses, associados com o trabalho para realização de tal
empreendimento, obtêm-se o resultado de R$123.954,48, o mesmo que aplicarmos o montante
inicial à uma taxa de juros de 6,4% ao mês, durante vinte quatro meses. Como comprova a
fórmula abaixo:
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M = C x ( 1 + i )^n

onde:
M-> valor obtido no término da aplicação
C -> valor aplicado
i -> taxa de juros (na forma unitária ou decimal)
n -> número de períodos ( messes)

123.954,48 = 27.970,00 x (1 + i ) ^24

taxa de juros = 6,4% ao mês


16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAENA,Eliseu de Souza.Conhecimento interativo sobre cultura florestais, São José dos Pinhais,
PR, v. 1, n. 1, p. 3-9, jul./dez. 2005

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em:<http://globorural.globo.com/barra.asp?d=/edic/170/rep_euca1.htm>.Acesso em 07 de abril
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MATÉRIA,Revista. » nº 82 - ano 14 - Julho de 2004.Disponível


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OLIVEIRA,Antônio Donizette. SCOLFORO, José Roberto Soares.SILVEIRA,Vicente de Paula.


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RIBASKI, S.J.; MONTOYA, L.J.; RODIGHERI, H.R. Sistemas agroflorestais: aspectos


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competitiva do mundo em florestas plantadas. In: Anuário Brasileiro da Silvicultura - Gazeta ,
São Paulo.

SCOLFORO, Jose Roberto Soares. Analise comparativa dos procedimentos de inventario


florestais repetidos em povoamentos de eucalyptus spp. Vicosa : Ufv, 2005.

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