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Prática de Ensino em

Educação Infantil
Material Teórico
A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

Responsável pelo Conteúdo:


Profa Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
A prática de ensino e o estágio curricular
supervisionado

• Introdução
• Importância da Prática de Ensino na Realização do Estágio
• A Práxis Pedagógica
• Situações Vivenciadas nos Estágios

OBJETIVO DE APRENDIZADO
Organizar informações e produzir saberes a partir da observação em
campo de estágio, que possibilitem a crítica e discussões na Disciplina
Prática de Ensino na Educação Infantil, com propostas de ações
alternativas aos fatos observados em campo de estágio.

ORIENTAÇÕES
Olá!

Seja bem vindo (a) às nossas discussões sobre Prática de Ensino em Educação
Infantil.

Saiba que esta Disciplina tem como propósito auxiliá-lo (a) a organizar informações
e produzir saberes a partir da observação em campo de estágio, que possibilitem
a crítica e as discussões na Disciplina, com propostas de ações alternativas aos
fatos observados em campo de estágio; oferecendo contato com as discussões
mais recentes dessa área; além de proporcionar momentos de leitura – textual e
audiovisual – e reflexão sobre os temas que serão aqui discutidos, contribuindo
com sua formação continuada e trajetória profissional.

Esta Disciplina está organizada em quatro unidades, cujo eixo principal será a
Prática de Ensino na Educação Infantil, com discussões sobre a Prática de Ensino
e o Estágio Curricular Supervisionado, voltadas para a formação do professor
de Educação Infantil, privilegiando as práticas pedagógicas necessárias para
o trabalho neste nível de ensino. Isto é o que você encontrará nesta e nas
próximas Unidades.

Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite
ao máximo esta vivência digital!
UNIDADE A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

Contextualização
Aprender na Educação Infantil?

Nesta Unidade, conheça como deve ser a formação do professor de Educação


Infantil e o papel da reflexão e do estágio nessa formação.

Você também vai ver como, neste nível de ensino, é preciso cuidar das crianças,
mas, acima de tudo, educá-las.

criança
ez que a
“ Um a v er, nada
a aprend
aprenda mente.
e s t r eitar sua
p o d e é fazer
s ê n c ia do ensino
A e s agiosa
p r e d iz a gem cont
da a outros”
contagie
para que
ollins)
(Mar va C

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Introdução
Nos cursos de formação de professores, como é o caso do curso de Pedagogia,
a grande expectativa dos alunos é a questão do aprender a ensinar. Afinal, este é o
domínio que esperam obter para poder exercer a profissão escolhida. Isso nos leva
a refletir sobre a importância da teoria e da prática nesse aprendizado.

Aprender a ser professor pede que se construam conhecimentos a partir do


diálogo entre teoria e prática, ou seja, entre o que se aprende na universidade e
o que se vivencia no momento dos estágios. Estes conhecimentos não podem vir
somente dos livros.

É preciso que o futuro professor, na qualidade de aluno e estagiário, esteja atento


e descubra por meio da convivência na escola onde realiza o estágio os valores,
a organização, o funcionamento da escola, além, também, das ações e trabalhos
desenvolvidos pelos professores, gestores, a comunidade e os próprios alunos.

Este conhecimento construído a partir da observação deverá necessariamente


servir de base para as reflexões a partir dos referenciais teóricos e discussões
propiciadas na disciplina de Prática de Ensino.

A Prática de Ensino e o estágio propiciam aos alunos, mesmo àqueles que já


exercem a docência, a construção de novos saberes e a formação da identidade
profissional. Por esse motivo, podemos afirmar que ambos são muito importantes
na motivação à reflexão do futuro professor.

Importância da Prática de Ensino na


Realização do Estágio
É muito importante que o aluno, futuro professor, possa observar as práticas
dos professores em exercício na Educação Infantil e depois possam discutir estas
práticas na disciplina Prática de Ensino.

Na Educação Infantil percebemos que as orientações contidas no Referencial


Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, além de servirem de
parâmetros para as escolas, apontam para a importância de a criança aprender a
expressar suas ideias e opiniões, participando ativamente de seu próprio processo
de aprendizagem.

Desde pequena, a criança pode ser estimulada a aprender e, gradativamente, a


selecionar, assimilar, interpretar, conferir, testar, reformular, estimar, explicar e se
comunicar num vasto mundo de possibilidades dentro da aprendizagem.

Nossas observações e discussões devem nos levar a refletir sobre a contribuição


da Educação Infantil para a futura vida escolar dos alunos.

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UNIDADE A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

Embora seja um tempo de muita socialização, brincadeiras e atividades, este


período é também um tempo de aprendizagem que certamente vai colaborar
para o desenvolvimento do processo cognitivo, afetivo e social que permeia a
aprendizagem da criança.

Percebemos que novas propostas didáticas e pontos de vista renovados sobre o


cotidiano das creches e pré-escolas têm levado os educadores e todos os profissionais
envolvidos a repensarem seu trabalho junto às crianças e às famílias.

A permanência da criança na escola de Educação Infantil deve levar à sua


aprendizagem e deve fazer sentido para o principal interessado, que é ela mesma.

A formação do professor não pode se restringir às teorias estudadas no curso


de formação ou somente a partir das experiências vivenciadas durante a curta
experiência do estágio. No entanto, é na observação do professor em sala de aula
que o aluno tem contato direto com a realidade do trabalho docente, podendo
refletir melhor sobre as competências e habilidades que precisamos conseguir para
assumir a profissão de educadores.

Desta forma, podemos avaliar a importância do estágio para o desenvolvimento


profissional, focando na interação ocorrida na disciplina de Prática de Ensino, na
qual ocorrem discussões, troca de saberes e um processo contínuo e necessário de
reflexão crítica acerca das práticas e reconstruções pessoais. Sob essa perspectiva,
o estágio e a Prática de Ensino surgem como uma oportunidade, entre tantas que
surgirão para o desenvolvimento e crescimento do professor.

Por esse motivo, a disciplina Prática de Ensino é tão importante para o aluno
e futuro professor. É o momento em sua formação no qual poderá confrontar a
teoria aprendida na Universidade com a prática vivenciada nos estágios.

Esta constante observação da ação do professor em sala de aula, reflexão sobre


essa ação em relação às teorias estudadas, construção de novas ações e novas
reflexões é um ciclo de ação-reflexão-ação, que os teóricos chamam de práxis
pedagógica.

A Práxis Pedagógica
Pinto e Fontana (2002) consideram que o Estágio e a Prática de Ensino convergem
para os saberes, histórias de vida e experiências, tanto individuais quanto coletivas.

Ressaltam, também, que por meio das atividades e discussões propiciadas na


Disciplina de Prática de Ensino, o trabalho realizado na escola e a produção de
conhecimento permitem mostrar que as ideias e os ideais de professores da escola
de educação básica, professores da universidade e alunos estagiários se encontram
e em alguns momentos se confrontam, em suas reflexões e ações.

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Vamos, então, refletir um pouco sobre o conceito de práxis.

A prática está inserida na execução de qualquer tarefa, e com a profissão de


professor não é diferente, pois ele utiliza prática e métodos no desenvolvimento de
suas aulas, no processo de ensino. O trabalho do professor é, portanto, ao mesmo
tempo prática e ação.

A prática mostra-se como uma atividade sistemática que se constrói a partir da


cultura da escola. Seu objetivo é permitir a construção do conhecimento, nas aulas, em
projetos ou atividades que são desenvolvidas tanto pelo professor quanto pela escola.

Com relação à ação, está mais ligada à subjetividade do professor, às suas


próprias iniciativas, sendo essencial para o processo reflexivo sobre a prática.

Vemos, então, que é preciso que o professor reflita para construir a prática
necessária para o ensino na sala de aula, a fim de que essa prática leve à
aprendizagem. Colocando-a em ação, o professor poderá analisar por meio da
reflexão se esta prática atende aos seus objetivos.

Portanto, por meio de um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão, surge o


que chamamos de práxis docente. A práxis permite que professor se torne sujeito do
processo, vez que não mais se prende apenas aos conteúdos abordados pelo currículo,
mas, sim, se transforma em agente de mudanças, utilizando seu senso crítico e reflexão
para atender às necessidades que os alunos mostram durante a ação.

Com isso, o professor pode, por meio da reflexão sobre a própria prática,
pesquisar seu trabalho e ressignificá-lo para que haja mais qualidade em seu
desenvolvimento e aplicação.

É importante destacar que certamente muitos alunos, ao realizar o estágio,


defrontam-se com professores acomodados em uma prática que é reproduzida há
tempos, reproduzindo as ações em sala de aula, que contraria o conceito de práxis
aqui descrito.

Na verdade, o que se espera de um bom professor é que lute para ultrapassar


as barreiras de uma prática pré-estabelecida, buscando métodos diferenciados, que
tragam a reflexão como forma de compreender a realidade, na construção de um
diálogo pedagógico que leve à crítica e à reflexão.

No entender de Freire, o homem não pode ser entendido fora de suas relações com o mundo,
Explor

de vez que é um “ ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da transformação do


mundo. O homem é um ser da “práxis”: da ação e da reflexão.
Fonte: http://player.slideplayer.com.br/4/1566410/.

Leia mais em :
Explor

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 8ª.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

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UNIDADE A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

Situações Vivenciadas nos Estágios


Quando o aluno de Pedagogia está na Universidade, no processo de formação
profissional, espera-se que a qualidade de sua formação relacione-se ao
favorecimento da articulação entre a teoria disponibilizada e discutida nas aulas
da graduação e as práticas sociais vivenciadas na realização do estágio, para que
o mesmo aprenda a refletir e agir, a partir da apropriação que faz da teoria e da
prática, o que vai permitir a realização da práxis pedagógica ou educativa.

Discutir o estágio e a Prática de Ensino na formação do professor é importante


na medida em que nesse tipo de atividade os alunos poderão vivenciar situações em
seu futuro local de trabalho.

Conforme destaca Curi (2011), a formação do professor se inicia antes mesmo


de o aluno frequentar o curso de graduação:
O professor é o único profissional que vai trabalhar no mesmo ambiente
em que foi formado; por esse motivo carrega marcas de toda a sua vivência
naquele ambiente, incluindo de seus professores (bons ou ruins). Muitas
vezes, ele se espelha em situações vivenciadas na sua formação anterior ao
curso de Graduação. Cada professor possui uma experiência própria de
situações de aprendizagem ou de dificuldades (...) aspectos individuais (...)
constitutivos de sua formação, ou seja, os conhecimentos dos professores
são provenientes de várias fontes e construídos em tempos diferentes.
(CURI,2011,p.78).

É preciso, então, vivenciar e entender o estágio como uma oportunidade de agir


e refletir, na constituição da práxis, que certamente oferecerá ao futuro professor
uma formação mais completa e contextualizada, possibilitando o desenvolvimento
de competências pedagógicas e sua inserção no mundo do trabalho.

Por este motivo, é importante que o futuro professor, ao realizar o estágio na


Educação Infantil, direcione seu olhar para a prática pedagógica do professor
que acompanha, para que possa adquirir a prática profissional e a competência
pedagógica necessárias à formação de sua postura e identidade docentes.

É preciso, também, que o aluno observe alguns focos importantes do trabalho


com Educação Infantil. Estes focos baseiam-se nas orientações contidas nos RCNEI
e que devem nortear o trabalho destes profissionais.
São eles:

• O cuidar; • Iniciação à Alfabetização e Letramento;


• Música; • Iniciação ao numeramento e ao pensamento geométrico;
• A contação de histórias; • O papel de cada espaço físico no desenvolvimento das crianças;
• Artes Visuais; • Jogos e Brincadeiras;
• História, Geografia e Ciências; • Inclusão.

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Nesta Unidade, vamos abordar um ponto muito discutido pelos profissinais da
Educação, que é a questão do binômio cuidar e educar.

Qual deve ser o foco principal na educação infantil?

Cuidar? Educar?
O CUIDAR
Nossa história da Educação nos mostra que a Educação Infantil foi construída
com base em características assistencialistas.

Aranha (2000) destaca que as crianças eram levadas à escola para que pudessem
receber cuidados e disciplina por parte dos adultos.

Conforme o tempo passou, o progresso se instalou na sociedade e tais mudanças


influenciaram na concepção das escolas de Educação Infantil, passando a focar seu
trabalho com as crianças tanto no educar quanto no cuidar, de forma alternada.

No transcorrer de nossa história, verificamos que cuidar e educar se apresentavam


sempre de forma antagônica, nunca de forma complementar.

Você Sabia? Importante!

A mudança no caráter de atendimento às crianças na Educação Infantil ocorreu pelas conquistas


na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 (http://goo.gl/hvB4b);
E no Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069/90 (http://goo.gl/XE9ht), que
conferiram às crianças direitos de cidadãs. Acesse os links para ler e saber como essas
mudanças ocorreram.

Atualmente, atendendo às mudanças na legislação e às novas teorias


educacionais, superou-se este trabalho assistencialista, e os conceitos de educar e
cuidar apresentam-se como pontos complementares.

Porém, modificar essa concepção de educação assistencialista não diz


respeito somente ao cumprimento da Legislação. Essa modificação legal deve
vir acompanhada de mudança de postura e conhecimento das especificidades da
educação infantil e das concepções sobre a infância, do papel da família, da escola
e do Estado, diante de crianças pequenas.

Hoje, a maioria das instituições de Educação Infantil, pautadas na LDB e no


RCNEI, tem os seus objetivos diretamente centrados no cuidar e educar. Por isso,
é preciso entender claramente os conceitos envolvidos nestes dois aspectos. Se
quisermos acolher nossas crianças de forma muito especial, cuidando e educando,
devemos entender as diferenças entre estes dois conceitos.

Educar é um conceito relacionado às ações pedagógicas que visam a apresentar


à criança situações e oportunidades de desenvolver suas capacidades e habilidades.

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UNIDADE A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:


Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras
e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir
para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal e
de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito
e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos
da realidade social e cultural (1998 p.24).

Esta citação nos mostra que, se pretendemos educar as crianças na Educação


Infantil, devemos sempre propiciar um ambiente de respeito e acolhida, e agir de
forma a deixá-las livres para que se expressem, ocupem seus espaços e desenvolvam
suas potencialidades, valores e um comportamento baseado no diálogo, e uma
aprendizagem com maior significado.

Educar, então, é não impor às crianças verdades já prontas, mas ajudá-las a


encontrar e fortalecer um caminho próprio de dar significado ao mundo e a si
mesmas, e de responder às mais diferentes situações em sua vida pessoal.

Já cuidar significa criar um ambiente que garanta o conforto da criança em


relação ao sono, fome, sede, higiene, e também sua segurança física e mental,
necessários à sua educação, permitindo-lhe explorar e construir os sentidos das
coisas para sua vida e acompanhando-a enquanto se percebe e se constitui como
sujeito.

O RCNEI destaca que, mesmo sendo parte integrante da educação infantil, o


cuidar exige do professor conhecimentos, habilidades e recursos que facilitem a
exploração da dimensão pedagógica desse cuidar.

O trabalho feito pelo professor, interagindo educar e cuidar, mostra uma


concepção que aceita a criança como um ser social, histórico, inserido na cultura
e um cidadão de direitos.

Os professores que escolhem esta proposta constroem outras formas de atuar,


aliando o cuidado e o atendimento às necessidades básicas da criança (alimentação,
higiene, saúde e proteção) à Educação.

Estas ações pedagógicas são construídas por cada professor, de acordo com as
características e necessidades de sua turma, e tem pautado os projetos e trabalhos
de muitas escolas de Educação Infantil.

O importante para o futuro professor é observar no momento de estágio e


refletir sobre as propostas da disciplina de Prática de Ensino sobre a visão que
se tem da criança nas escolas de Educação Infantil, que deve ser vista como um
ser pleno de potencialidades, pronto a ser estimulado e desenvolvido, para que
possa ter oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento, aprendendo,
conhecendo e compreendendo o mundo do qual faz parte.

Se assim pensarmos e trabalharmos, a Educação Infantil servirá de base para


o desenvolvimento das crianças, tanto na questão de conhecimento, quanto nas

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questões corporais, motoras, afetivas e emocionais. Isto fará com que se contribua
para a formação integral de crianças saudáveis e felizes.

Na Educação Infantil, muitas vezes se confunde o educar com o cuidar, o que


não deve ocorrer, apesar de que nesta fase as crianças precisam de cuidados
diferenciados para garantia de sua segurança e sobrevivência.

Por esse motivo, afirmamos que o fazer pedagógico do professor precisa se


pautar nas reais necessidades das crianças, para que possa atender à individualidade
de cada um e às necessidades de todos. Esse conhecimento deve ser a base da ação
educacional, permitindo que a criança cresça e construa sua própria aprendizagem.

O próprio RCNEI destaca a importância do conhecimento das necessidades


das crianças:
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das
crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar
pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se
atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o
desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes
e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre
desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando
em conta diferentes realidades sócio-culturais
(BRASIL,1998,p.25).

Portanto, o trabalho integrado do cuidar e educar auxilia o professor no


desenvolvimento das crianças, com base no respeito à diversidade e à realidade
das mesmas.

Antes de tudo devemos entender a especificidade do trabalho que será realizado


com as crianças de zero a cinco anos. É preciso ter clara a concepção que temos
de infância, dos seus direitos, de suas identidades pessoais, de suas potencialidades
humanas, lembrando que estas concepções precisam estar presentes em todo
nosso fazer pedagógico.

Refletir sobre os valores que acreditamos ser fundamentais para as crianças


também nos leva a pensar nas práticas pedagógicas para a construção social
destes sujeitos.

É preciso, também, que se pense na qualidade da Educação Infantil. Nesta faixa


etária os padrões de qualidade devem estar associados à concepção de educação
que o professor defende, ao entendimento de que, embora pequenas as crianças
deste nível de ensino devem ser consideradas como parte integrante de seus
contextos sociais e ambientais, pertencentes à determinada cultura e que como tais
devem agir e interagir por meio de diferentes linguagens, no desenvolvimento do
conhecimento e da autonomia.

Nesse sentido, estas interações deverão ser propiciadas pelo professor, na


criação de ambientes ligados à realidade dos alunos, que estimulem o pensar e
o crescer.

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UNIDADE A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado

As crianças precisam do apoio e incentivo dos adultos que, no caso da Escola, é


papel desempenhado prioritariamente pelo professor.

Aliando os aspectos biológico e afetivo do cuidar com o preparo para o


conhecimento, a vida e a cidadania do educar, o educador poderá estabelecer vínculos
com a criança, para identificar suas necessidades e atendê-las de forma eficaz.

“Unir cuidados e conteúdos é oferecer ao mesmo tempo afeto e Educação desde os


Explor

primeiros anos de vida”, Beatriz Ferraz.


Acesse: http://goo.gl/9fz7E2
e reflita sobre a afirmação da autora.

O RCNEI (1998) destaca que o grande desafio encontrado na Educação Infantil


é compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e
estarem no mundo.

Alguns teóricos mostram a necessidade de, neste nível de ensino, incorporarmos


aos poucos as nossas ações com o educar e o cuidar, para que as crianças tenham
condições de aprender em qualquer das situações apresentadas, sejam simples
brincadeiras, sejam situações pedagógicas intencionais e planejadas.

Os professores da Educação Infantil devem, então, equilibrar estes dois processos


complementares e indissociáveis: educar e cuidar.

As crianças precisam ser atendidas em suas necessidades básicas como


alimentação, higiene e segurança. Mas, para além destes cuidados, é preciso
atender a criança neste momento fértil de desenvolvimento, no qual ela se baseia
nas interações e exemplos das pessoas que a cercam, nas experiências vividas, na
cultura de seu grupo, para atribuir significados aos seus pensamentos, crescer e
aprender.

Nesse sentido, a criança começa a aprender a pensar por si, a desenvolver sua
autonomia, a ser escutada, a se formar como cidadã.

Não podemos nos esquecer, também, de que tanto a educação quanto o cuidado
não são exclusividade do professor em sala de aula. Este trabalho envolvendo o
educar e o cuidar precisa vir de uma ação conjunta dos educadores com os demais
membros da equipe da instituição, como merendeiros, faxineiros, porteiros,
coordenação, direção e os pais, pois é essencial garantir que o cuidar e o educar
aconteçam de forma integrada.

Essas ações podem ser previstas já no planejamento educacional, chegando até


a realização das atividades em si, em reuniões com os pais e demais membros da
equipe.

Podemos observar que mesmo quando estamos trocando ou alimentando uma


criança, podemos a estar educando ou estimulando.

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Portanto, podemos concluir que o cuidar e o educar devem ser trabalhados
juntos, num equilíbrio entre ambos, porque sabemos que as crianças precisam de
cuidados especiais, mas também são cidadãs em formação e, portanto, agentes
ativos da sociedade onde vivemos e que construiremos.

Acesse http://goo.gl/pdz6LI e leia as orientações que o Referencial Curricular Nacional


Explor

para a Educação Infantil oferece no Volume 1 – Introdução.

Considerações Finais
Nesta Unidade, foram desenvolvidos temas importantes para o trabalho do
professor na Educação Infantil.
Mostramos a importância da Prática de Ensino e das discussões presentes nesta
Disciplina para a formação do professor, destacando sua contribuição para que as
observações da prática pedagógica do professor propiciadas nos estágios possam
reforçar esta formação.
Conhecemos o conceito de práxis pedagógica, ressaltando a reflexão do professor
sobre sua ação, resultando em novas ações revistas e enriquecidas.
Nesta Unidade, foi destacado o “cuidar” como importante foco do trabalho do
professor, em parceria com o “educar”, constituindo pontos importantíssimos no
desenvolvimento e crescimento dos alunos.
Ser professor na Educação Infantil pede comprometimento com seus alunos e
consigo mesmo, em ações constantes de pesquisa e aprendizagem, na constituição
da própria prática e no crescimento de seus alunos

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UNIDADE

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Leitura
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
— Brasília: MEC/SEF, 1998.

Disponível em :
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

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Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.História da Educação. 2.ed. São Paulo:
Moderna, 2000.

BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm>. Acesso em: dez. 2015.

______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.


Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/
SEF, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_
vol1.pdf>. Acesso em dez.2015

CURI, Edda. A formação inicial de professores para ensinar matemática: algumas


reflexões, desafios e perspectivas. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e
Cultura, Natal, ano 6, n. 9, p. 75-94, jul. 2011.

PINTO, Ana Lúcia Guedes; FONTANA, Roseli Aparecida Cação. Trabalho Escolar
e Produção de Conhecimentos. In: MACIEL, Lizete Shizue Bomura; SHIGUNOV,
Neto; SHIGUNOV, Alexandre (Org.). Desatando os nós da formação docente.
Porto Alegre: Mediação, 2002. p. 5-22.

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