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Vimos que se introduzimos uma base ortonormal {e1 , e2 } podemos expressar
qualquer vetor r em termos de uma combinação linear dos vetores base,
r = r1e1 + r2e2 .
Até agora, consideramos sempre que esta base é fixa, ou seja, não depende do
tempo. Entretanto, isto não é a regra. Podemos pensar em uma base que varia
em tempo. Por exemplo, consideramos o movimento de um objeto cujo vetor
posição é dado por
r = r (t) .
Para cada instante, vamos introduzir o vetor unitário na direção deste vetor
posição. Escrevemos tal vetor por
er .
r = r (t) ,
er = er (t)
61
Esta relação leva a seguinte conclusão (ver a questão 7-b anterior),
der
er · = 0,
dt
isto é, o vetor
der
dt
é ortogonal ao vetor er . Em outras palavras, o vetor d
er
dt é linearmente indepen-
dente do vetor er e serviria para expressar qualquer outro vetor, digamos q, em
termos de combinação linear dos dois,
der
q = c1er + c2 ,
dt
o que acontece na Eq.(21). Entretanto, o vetor
der
dt
não necessariamente um vetor unitário,
der
dt = 1.
Vejamos que o módulo deste vetor está associado com a velocidade angular do
objeto. Seja θ o ângulo que o vetor posição r faz com o eixo X. Naturalmente
este ângulo varia no tempo t e, portanto, uma função do t,
θ = θ (t) .
onde {e1 , e2 } é a base fixa usual. Podemos calcular o vetor velocidade deste
vetor,
der d
= {cos θ e1 + sin θ e2 }
dt dt
dθ dθ
= − sin θe1 + cos θe2
dt dt
dθ
= {− sin θe1 + cos θe2 } .
dt
Na representação de vetor coluna, temos
der dθ − sin θ
= .
dt dt cos θ
62
d
er
A partir desta expressão, podemos calcular o múdulo do vetor dt , por
der der der
= ·
dt dt dt
dθ
2
2 2
= (− sin θ) + (cos θ)
dt
dθ
= .
dt
d
er
Podemos agora introduzir o vetor paralelo a dt mas tem o módulo um por
1 de
eθ ≡ dθ r
dt
dt
− sin θ
= .
cos θ
Assim, agora temos dois vetores ortonormais,
er · er = 1,
er · eθ = 0,
eθ · eθ = 1,
em cada instante t. Podemos então expressar qualquer vetor, digamos q, em
termos de combinação linear dos dois vetores er e eθ , como
q = qr er + qθeθ .
No caso da velocidade do objeto, temos
dr dr dθ
v = = er + r eθ .
dt dt dt
1. Mostre que
deθ dθ
= − er .
dt dt
2. Mostre que o vetor aceleração pode ser expresso como
dv
a =
dt 2
d2 r dθ dr dθ d2 θ
= −r er + 2 + r 2 eθ . (22)
dt2 dt dt dt dt
63
Aqui, ω é a velocidade angular. Neste caso, expresse o vetor velocidade e
o vetor aceleração na base {er , eθ }.
4. Mostre que a componente eθ da aceleração na Eq.(22) pode ser escrita
como
1 d 2 dθ
r .
r dt dt
(Este resultado vai ser utilizado mais adiante e é bastante importante.)
y = f (x) .
64
Separe os casos de a > 1 e 0 < a < 1).
y = −f (x) ,
y = f (−x) ,
y = f (x) + a,
y = af (x) + b
y = f (ax + b)
2
y = f (x)
y = f −1 (x) ,
1
y = ,
f (x)
y = ef (x) .
65
9 Os Princípios da Dinânica
1. A primeira lei de Newton, ou a lei de inercia, diz que na ausência de
qualquer força, um corpo permanece repouso ou num movimento retiinear
uniforme. Escolhe um exemplo de um movimento de corpo e discuta se
este princípio se aplica. Se não, discuta também o porque.
2. Tem um copo sobre uma mesa de um trêm em movimento retilinear uni-
forme. O copo permanece na mesa em repouso, mesmo quando o atrito
da superfície da mesa é despresível. Quando o trêm freia, o copo dis-
lisa na superfície da mesa. O copo dislisa também quando o trêm entra
numa curva, mesmo mantendo sua velocidade em módulo. Explique estes
fenômenos pela lei da inercia.
3. Consideramos uma mola de complimento natural l0 . Fixando uma das
extremidades e puxamos a outra extremidade por uma força f. Seja o
complimento resultane l. Dentro de um certo limite, temos a lei de Hook,
f = k (l − l0 ) ,
66
Q
PA
rA r
rC PC
rB
PB
Expresse a força f que está atuando no objeto Q em termos dos ve-
tores posição.
(b) Expresse a condição para o vetor posição r pela qual o corpo Q esteja
em equilíbrio.
(c) Vamos supor que todas as molas são muito pequenas de tal forma que
os complimentos naturais sejam despresíveis. Além disto, se todas as
constantes de mola são iguais, qual é a posição do equilíbrio?
(d) Continuamos supor que os complimentos naturais são despresíveis.
Qual seria a condição para as constantes de mola pela qual a posição
de equilíbrio seja no centro da massa do triângulo, PA -PB -PC ?
k1 k2
A)
k1
B)
k2
k1 k2 k3
C)
67
5. Obtenha a força f necessária para puxar o objeto O até na posição x como
ilustrada na figura abaixo. As duas molas são idênticas e têm constante
de mola k, o comprimento natural l0.
l0
f
x
l0
m2
m1
r2
r1
68
(a) Sejam r1 e r2 os vetores posição dos corpos m1 e m2 , respectivamente.
Escreva as equações diferenciais (equação de movimento) para os ve-
tores r1 e r2 .
(b) Definimos o vetor momento de centro de massa por
P = m1v1 + m2v2 ,
onde
dr1
v1 = ,
dt
dr2
v2 = .
dt
Mostre que este vetor é um vetor constante no tempo.
(c) Discuta o movimento do vetor posição do centro de massa do sistema
definido por
= m1r1 + m2r2 .
R
m1 + m2
8. Consideramos o problema análogo a questão anterior mas agora com 3
corpos ligado pelas 3 molas com constantes de mola k12 , k23 , e k31 , re-
spectivamente.
m2
m1
r2
r1
r3 m3
O
(a) Sejam r1 , r2 e r3 os vetores posição dos corpos m1 , m2 e m3 , respec-
tivamente. Escreva as equações diferenciais (equação de movimento)
para os vetores r1 , r2 e r3
69
(b) Definimos o vetor momento de centro de massa por
onde
dr1
v1 = ,
dt
dr2
v2 = ,
dt
dr3
v3 = ,
dt
Mostre que este vetor é um vetor constante no tempo.
(c) Discuta o movimento do vetor posição do centro de massa do sistema
definido por
= m1r1 + m2r2 + m3r3 .
R
m1 + m2 + m3
9. Consideramos o problema acima, mas agora tem 4 massas, m1 , m2 , m3 e
m4 .
(a) Quantas molas precisariam para ligar todas as massas entre si.
(b) Escreva as equações de movimentos para cada uma das massas.
(c) Mostre que o vetor momento de centro de massa é um vetor constante
no tempo.
(d) Discuta o movimento do vetor posição do centro de massa do sistema.
(e) Repete as questões acima, a),b), c) e d) para o caso de n−massas,
m1 , m2 , ...., mn .
70
9.1 Trabalho e Energia
Primeira, vamos considerar um exemplo simples. O problema de queda livre
unidimensional de um corpo de massa m pela força gravitacional da terra com
constante de aceleração gravitacional g. Seja y a coordenada vertical do corpo.
Podemos expressar a segunda lei de Newton como
d2 y
m = −mg. (23)
dt2
Já sabemos resolver esta equação para obter a coordenada vertical y como função
do tempo t. Mas aqui, vamos ver de outro ângulo.
Multiplicamos dy/dt aos ambos lados da equação acima, temos
d2 y dy dy
m 2
= −mg . (24)
dt dt dt
Só que observamos que
2
d2 y dy 1 d dy
2
= , (25)
dt dt 2 dt dt
utilizando a regra de cadeia da derivada.
ou equivalentemente,
2
d m dy
+ mgy = 0.
dt 2 dt
71
Esta equação implica que a quantidade,
2
m dy
+ mgy
2 dt
é constante no tempo, mesmo que cada um dos termos,
2
m dy
(26)
2 dt
e
mgy (27)
são separadamente variam no tempo. A quantidade na Eq.(26)
2
m dy
T ≡
2 dt
é chamada de energia cinética, e a quantidade na Eq.(27)
V ≡ mgy
é chamada de energia potencial. Mesmo que T e V variam no tempo, a soma,
E =T +V
é constante no tempo. Chamaremos E a energia total. Vamos denotamos as
quantidades correspondentes no instante t1 por
E1 = T1 + V1
e no instante t2 por
E2 = T2 + V2 .
A constança da energia total significa que temos que ter
E1 = E2 ,
ou seja
T1 + V1 = T2 + V2 .
Se V2 < V1 , ou seja, se a energia potencial reduz do instante t1 para t2 , então,
a energia cinética aumenta a mesma quantidade correspondente da decrescimo
da energia potencial.
Aqui, o fato fundamental é que, a equação de movimento (ou a segunda lei
de Newton) mostra que o movimento de queda livre sempre conserva a energia
total, ou seja, a soma de energia potencial e a energia cinética seja sempre
constante. Podemos utilizar este fato para resolver alguns problemas do modo
bem simples.
1. Lançamos uma pedra de massa m na direção vertical com a velocidade
inicial v0 . Qual é a altura que a pedra atinge? Despreze o efeito de ar.
2. Uma pessoa cai de um predio de 10m de altura. Qual é a velocidade em
km/h do corpo quando atinge ao terreo ? (Despreze o efeito de ar).
72
9.2 Uma mola unidimensional
Podemos aplicar o argumento análogo para um sistema de massa-mola. Para
simplificar a idéia, consideramos um problema unidimensional, ou seja, o movi-
mento de uma massa m ligada por uma mola.
Na figura acima, uma massa está ligada pela mola de constante de mola k,
comprimento natural l0 num plano sem atrito.
f = −k (x − l0 ) .
d2 x
m = −k (x − l0 ) .
dt2
Note que a escolhe da origem do sistema de coordenadas não é univoca.
Podemos escolher qualquer posição horizontal como a origem do sistema
de coordenadas.
73
2. Escreva a equação de movimento da massa acima usando sistema de co-
ordenadas o qual tem sua origem no ponto de equilibrio da massa.
3. Verifique que as equações obtidas os itens 1 e 2 acima estão relacionadas
através de uma transformação de variável e idenfifique a transformação.
4. Temos uma equação de movimento,
d2 x
m = −kx,
dt2
com k > 0. Mostre que
2
1 dx 1
E= m + kx2
2 dt 2
é constante no tempo t.
5. Utilizando o resultado acima do item 4, argumente que o movimento é os-
cilatório. Qual é a amplitude máxima da oscilação? Quando a velocidade
atinge seu máximo?
6. Se a equação de movimento for
d2 x
m = +kx,
dt2
com k > 0, que tipo de movimento ocorreria?
9.3 Trabalho
A conservação de energia ocorre nos casos mais amplos. Para isto, vamos in-
troduzir o conceito de “trabalho”. Quando aplica uma força f a um objeto,
realizando um deslocamento infinitesimal ∆r, dizemos que a força realizou o
trabalho,
∆W = f · ∆r.
O significado desta definição de “trabalho” pode ser entendido pela a figura
abaixo.
74
Neste exemplo, para levantar o peso de massa m por uma altura ∆h, devemos
puxar a corda a mesma distância ∆h, com a força f = mg. Quando o objeto é
levantado por ∆h, ele adquire a energia potencial
∆V = mg × ∆h.
Por outro lado, o trabalho que foi fornecido pela força que puxou a corda é
∆W = T × ∆h
= mg × ∆h,
75
f
M
f = f (x) .
d2 x
m = f (x) .
dt2
(a) Deduza a lei de conservação de energia,
E = T + V (x) = Const,
onde
2
1 dx
T = m ,
2 dt
x
V (x) = − f (x′ ) dx′ ,
x0
76
(b) Aplique o resultado para o problema de uma massa em queda-livre
sob a força gravitacional da Terra.
(c) Aplique o resultado para o problema de uma massa ligada a uma
mola.
(d) Uma planeta de massa m sente a força gravitacional do sol quando
está na distância x do sol como
M⊙ m
f = −G ,
x2
onde G é a constante gravitacional de Newton (G = 6.67259 ×
10−11 m3 kg−1 s−2 ) e M⊙ é a massa do Sol M⊙ = 2 × 1030 kg . Obtenha
a energia potencial V (x) para esta força. Afixe a indeterminação da
constante no potencial pela condição de
V → 0, para x → ∞.
77
9.4 Integral de linha e Força Conservativa
Podemos generalizar a dedução da lei de conservação de energia numa situação
mais geral que os casos unidimensional. Vamos supor que um objeto de massa
m está sujeito sob a ação de uma força que depende apenas da posição de objeto.
Portanto, a força vetor é uma função de posição do objeto. Seja r o vetor posição
do objeto num instante. Então, a força é uma função deste vetor r :
f = f (r) .
A segunda lei de Newton ( a equação de movimento) fica
d2r
m = f (28)
dt2
Podemos seguir o procedimento análogo ao caso unidimensional. No caso uni-
dimensional, multiplicamos a velocidade aos dois lados desta equação. Aqui,
também multiplicamos a velocidade aos dois lados. Só que devemos tomar
cuidado da natureza vetorial. Ou seja, o produto deve ser o produto escalar.
Temos
d2r dr dr
m 2 · = f · . (29)
dt dt dt
Se expressamos todos os vetores em termos de componentes x, y e z,
r = xex + yey + zez ,
dr dx dy dz
= ex + ey + ez ,
dt dt dt dt
d2r d2 x d2 y d2 z
=
e x +
e y + ez ,
dt2 dt2 dt2 dt2
f = fxex + fy ey + fz ez ,
a Eq.(29) fica
2
d x dx d2 y dy d2 z dz dx dy dz
m + + = fx + fy + fz , (30)
dt2 dt dt2 dt dt2 dt dt dt dt
onde lembramos que o produto escalar de dois vetores
a = axex + ay ey + az ez ,
b = bxex + by ey + bz ez ,
fica
a · b = (axex + ay ey + az ez ) · (bxex + byey + bz ez )
= ax bx + ay by + az bz .
Da Eq.(29), temos 2
d m dr dr
= f · , (31)
dt 2 dt dt
78
onde usando a notação,
2
dr
dt
no lugar de
dr dr
· .
dt dt
Daqui adiante, escrevemos sempre
a2 = a · a = |a|2 ,
ou em geral,
an = |a|n
para qualquer vetor a.
f(t)
...... ......
t0 tf
79
Questão: Na figura acima, qual é número total de tilinhas? Qual é a largura?
A onde corresponde o valor de t = ti ?
Questão: Utilizando a figura abaixo,
x
x=x(t)
y=f(x)
.
,
,
....
y t
80
que vale para todos os valores de t, então, as funções primitivas de f e g, F e
G devem ser idênticas, a menos de uma constante. Temos
ou
t t
f (t′ ) dt′ = g (t′ ) dt′ + Const. (34)
1 dx
= g (t) .
f (x) dt
O lado esquerdo é
1 dx 1
dt = dx,
f (x (t)) dt f (x)
e temos
1
dx = g (t) dt + Const.
f (x)
Se as integrais envolvidas sejam efetuadas, temos relação entre x e t, ou seja,
teremos a sulição da equação (35),
x = x (t) .
81
Exemplo: Obtenha a solução da seguinte equação diferencial,
2
dx
+ ω 2 x2 = C, (36)
dt
onde ω e C (> 0) são constantes.
Solução: Da Eq.(36), temos
dx
= ± C − ω2 x2 .
dt
√
Dividindo os dois lados por C − ω2 x2 , temos
1 dx
√ = ±1.
C − ω x dt
2 2
√
1 1 C
= √ cos θ dθ
C 1 − sin θ ω
2
1
= dθ
ω
1
= (θ − θ0 ) ,
ω
onde θ0 é uma constante. Substituindo este resultado de volta, temos
1
(θ − θ0 ) = ±t + Const.
ω
82
Podemos juntar as duas constantes e escrevemos
θ = ±ωt + δ,
Qual é o valor de δ ′ ?
Exercício: Argumente que as duas soluções
√
C
x+ (t) = sin (+ωt + δ) ,
ω
e √
C
x− (t) = sin (−ωt + δ)
ω
podem ser unificadas apenas
√
C
x (t) = sin (ωt + δ) ,
ω
ou √
C
x (t) = cos (ωt + δ) ,
ω
ou ainda √
C
x (t) = cos (ω(t − t0 )),
ω
onde t0 é uma constante.
83
1. Obtenha a solução das seguintes equações diferenciais.
dv
+ av + b = 0,
dt
2
m dx k
+ x2 = E,
2 dt 2
dx (t) t
= ,
dt x
dy
y2 + t3 = 1,
dt
2
dz
− z 4 t2 = 0,
dt
2
dx dx
−2 − x2 = 0.
dt dt
d2 z
m = fz ,
dt2
onde fz é a força que atua na gota.
84
(c) A solução acima mostra que a velocidade da queda de uma gota de
água se torna constante para t muito grande independentemente da
condição inicial. Esta velocidade no limite de t → ∞ é chamada a
velocidade final (ou a velocidade asintótica). Discuta a propriedade
desta velocidade em função da massa da gota e o coeficiente de atrito.
d2 x
m = f (x) ,
dt2
onde f (x) é a força que atua na massa m na posição x.
x=x1
x=x1
V=E
V=V(x)
A)
85
V
x=x1 x
V=E=Vmin
V=V(x)
B)
V
V=E
V=V(x)
x=0
C)
86
V
V=E
V=V(x)
D)
V=E
V=V(x)
x=0
E)
87
y
y0
O x
xf
88
y
y=f(x)
y0
O x
xf
y = f (x) .
89
Como sempre, a quantidade
tf
dr
f · dt
t0 dt
deve ser entendida como o limite da soma (integral de Riemann),
tf N
dr dr
f· dt = lim f· ∆t.
t0 dt N→∞
i=1
dt t=ti
∆t→0
indica que a integral deve ser feito alongo a certo trajetório (caminho) C. Es-
crevemos também como
tf
dr
f· dt = f · dr.
t0 dt C
Note que dx, dy e dz não são independentes pois o vetor r deve mover alongo
ao trajetório C indicado. Este tipo de integral é chamada de integral de linha.
90
1. Calcule a integral de linha no plano X − Y
f · dr
C
quando
fx
f =
fy
x2 + y 2
=
xy
(0,1)
(0,0) x
Caso A
(0,1) (1,1)
(0,0) (1,0) x
Caso B
91
y
(0,1)
(1,1)
(0,0) (1,0) x
Caso C
(0,1)
x2+y2=1
(0,0) (1,0) x
Caso D.
(dica: Use a expressão parametrica, x = cos θ, y = sin θ para o último
caso)
92
9.4.2 Força Conservativa
Como vimos, para uma força geral, o trabalho que a força fornece de mover a
massa de um ponto rA a um outro ponto rB é expresso por
rB
W = f · dr,
rA ;C
onde C representa o caminho que leva do ponto rA até rB . O trabalho em geral
depende do caminho, mesmo que os dois pontos inicial e final sejam fixos. Mas
certa classe de forças, W não depende do caminho que leva do ponto rA até rB .
Neste caso, concluimos que W deve ser somente função de coordenadas de rA e
rB . Temos
W = W (rA , rB ) .
Quando acontece isto, a força f é dita “força conservativa”. Podemos provar
que
W (rA , rB ) = −W (rB , rA ) .
93
onde
r0 = r (t0 ) ,
rf = r (tf ) .
A função V (r) é chamada de energia potencial, enquanto,
2
m dr
T =
2 dt
é chamada de energia cinética. A partir da equação acima, conclua que
em qualquer momento, a quantidade,
E ≡ T + V (r)
é uma constante, ou seja independente do tempo.
5. Mostre que uma força conservativa pode ser obtida pelo potencial por
∂V (x, y, z)
fx = − ,
∂x
∂V (x, y, z)
fy = − ,
∂y
∂V (x, y, z)
fz = − .
∂z
As tres equações acima aparece frequentemente. É útil introduzir uma
notação que condensa as tres equações numa equação vetorial. Assim,
introduzimos um “operador diferencial vetorial” ∇ por
∂ ∂ ∂
∇ ≡ e1 + e2 + e3
∂x ∂y ∂z
∂
∂x
∂
→ ∂y
∂
∂z
94
Em geral, para uma função V (x, y, z) ,
∂V ∂V ∂V
∇V = e1 + e2 + e3 .
∂x ∂y ∂z
V (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 ,
V (x, y, z) = x3 yz 2
1
V (r) = ,
x + y2 + z 2
2
V (r) = r2 ,
1
V (r) = , (a : const),
r2
+ a2
2
V (r) = e−ar ,
1
V (r) = ,
|r|
V · r, (C
(r) = C : const)
V (r) = ar2 + b · r + c,
V = V (|r|) ,
f // r.
f = −∇V (r) ,
A → B,
B→A
não é sempre verdade.
95
Questão: Dê alguns (>2) exemplos de afirmação para o qual sua reciproca não
é verdade.
Questão: Dê alguns (>2) exemplos de afirmação para o qual sua reciproca
também é verdade.
Questão: Para uma dada afirmação,
/ →B
A / (se não A, então não vale B).
A → B,
1. (a) Se
x = 1,
então
x2 = 1.
(b) Se
x2 + 3x + 2 = 0,
então
(x + 1) (x + 2) = 0.
96
(c) Se
f (x) = x3 + 2x,
então
df
= 3x2 + 2.
dx
(d) Se
f = −∇V (x, y, z) ,
então
∂fx ∂fy
− = 0,
∂y ∂x
∂fy ∂fz
− = 0,
∂z ∂y
∂fz ∂fx
− = 0,
∂x ∂z
97
9.5 Forças centrais
Certas forças que atuam entre dois corpos, tipo a força gravitacional ou a força
eletrostática, tem sua direção paralela ao vetor da coordenada relativo entre
dois corpos e sua magnitude não depende da direção, mas depende apenas a
distância. Por exemplo, a força gravitacional que a Terra sente do Sol é
M⊙ M⊕
fSol→T erra = −G er ,
r2
onde
r = |r|
é o módulo do vetor posição da Terra com o Sol na origem (vetor radial), e
1
er = r
r
é o vetor unitário radial. Como se ver, a direção da força sempre está paralela
ao vetor r, e a magnitude da força (módulo do f) depende apenas de r, e não
depende da direção. Este tipo de força é chamado “forças centrais” . Em geral,
uma força central tem a forma,
f = F (r) er ,
onde a função
F (r)
representa a magnitude da força como função da distância. Neste caso podemos
mostrar que a integral,
r
I (r, r0 ; C) ≡ f · dr
r0 ;C
98
9.6 Potencial de um sistema com mais de um corpo
O conceito de potencial pode ser generalizado para um sistema que contém
mais de um corpo. Para começar, vamos considerar um sistema de dois corpos
interagindo pela força que atua entre eles mas sem nenhuma força externa.
Temos a lei de Newton para cada um destes corpos,
d2r1
m1 = f2→1 ,
dt2
d2r2
m2 2 = f1→2 , (40)
dt
onde m1,2 e r1,2 representam as massas e vetores posição de corpo 1 e 2, respec-
tivamente e f2→1 representa a força gerada pelo corpo 2 atuando no corpo 1, e
f2→1 vice-versa. Como vimos, pela terceira lei de Newton, temos
Suponhamos que estas forças são conservativas. Nos queremos uma função
potencial,
V (r1 , r2 ) = V (x1 , y1 , z1 , x2 , y2 , z2 ) ,
de tal forma
onde
1, ∇
∇ 2
Ou equivalentemente,
V (r1 , r2 ) = V (r1 − r2 ) .
99
Exercício: Se o potencial V tem a propriedade Eq.(42), mostre que a pro-
priedade da força, Eq.(41) é satisfeita naturalmente.
Exercício: Se o potencial V tem a propriedade Eq.(42), mostre que o sistema
que obdece a Eq.(40) satisfaz a seguinte lei de conservação,
2 2
1 dr1 1 dr2
m1 + m2 + V (r1 , r2 ) = E : Const. (43)
2 dt 2 dt
Note que para este tipo de sistema (dois corpos interagindo entre si, mas
não existe nenhuma força externa), a equação acima mostra que a energia total
do sistema é dado por
2 2
1 dr1 1 dr2
m1 + m2 + V (r1 , r2 ) .
2 dt 2 dt
d2r1
m1 = f (r1 ) ,
dt2
d2r2
m2 2 = f (r2 ) . (44)
dt
1. (a) Qual é a diferença deste sistema comparado com o sistema de-
scrito pela Eq.(40)?
(b) Deduza a lei de conservação de energia para este sistema e com-
pare o resultado com a Eq.(43).
O potencial
V (r1 , r2 )
é dito potencial de 2 corpos. Podemos generalizar facilmente a lei de conservação
de energia para um sistema composto de mais de 2 partículas que interagem
entre si, pela interação de dois corpos, ou seja a força dois a dois. Por exemplo,
se 3 corpos cuja equação de movimento é dada por
d2r1
m1 = f2→1 + f3→1 ,
dt2
d2r2
m2 2 = f1→2 + f3→2 , (45)
dt
d2r3
m3 2 = f1→3 + f2→3 ,
dt
como no caso de 3 massas com 3 molas ilustrada na fugura abaixo,
100
m2
m1
r2
r1
r3 m3
O
101
10 Colisão entre dois corpos
10.1 Colisão Elástica
Em geral, um processo de colisão entre dois corpos pode provocar vários proces-
sos tais como deformação ou quebra dos corpos em colisão, emissão de calor,
som, etc. Estes fenomenos são mais complicados a ser tratados, envolvendo
processos físicos ainda não formluados neste curso até agora. Mas podemos
considerar a situação mais simples idealizada de colisão entre dois corpos, isto
é, a colisão puramente elástica, o que ocorre aproximadamente, por exemplo na
colisão de duas bolas de bilhar.
Podemos formular o problema de seguinte forma. Começcamos as duas
equações de movimento de dois corpos 1 e 2 em colisão.
d2r1
m1 = f2→1 ,
dt2
d2r2
m2 2 = f1→2 ,
dt
e pela 3a lei, temos
f1→2 = −f2→1 .
Escrevendo simplesmente f2→1 como f,
d2r1
m1 = f,
dt2
d2r2
m2 2 = −f.
dt
Como vimos anteriormente, podemos mostrar
d dr1 dr2
m1 + m2 = 0,
dt dt dt
ou
dr1 dr2
m1 + m2 = P : Const. (46)
dt dt
o que mostra que o momento do centro de massa é uma quantidade conservada.
Por outro lado, no caso de f é uma força conservada, em geral, podemos
escrever
f = f (r1 − r2 ) ,
e deve existir o potencial V tal que
f (r) = −∇V
(r) ,
onde
r = r1 − r2
102
é o vetor de coordenada relativa. A lei de conservação neste caso, temos (veja
a Eq.(43),
2 2
1 dr1 1 dr2
m1 + m2 + V (r1 − r2 ) = E : Const. (47)
2 dt 2 dt
Assim, sob a força conservativa,
Como na maioria dos casos de processo de colisão, a força entre dois corpos
tende a zero quando a distância entre dois corpos fica suficientemente grande.
Isto permite escolher a origem da integração do potencial de tal forma que
V (r1 − r2 ) → 0, |r1 − r2 | → ∞.
A distância onde o potencial (ou a força) se torna nula além deste valor é
chamado o alcance do potencial. Num processo de colisão, dois corpos vêm de
longe (bem fora do alcance do potencial), interagem através desta força e vai
espalhar de novo a fora do alcance (veja a figura abaixo).
Pf(1) Pf(2)
Pi(1) Pi(2)
(i) (i)
Nesta figura, p1 e p1 representam os momentos dos dois corpos antes da colisão
(f ) (f )
(fora do alcance do potencial), e p1 e p2 são os momentos depois da colisão.
Pela conservação de momento total, temos
(i) (i) (f ) (f )
p1 + p2 = p1 + p2 . (48)
Por outro lado, a conservação da energia diz que
1 (i) 2 1 (i) 2 1 (f ) 2 1 (f ) 2
p1 + p2 +V (r1 (ti ) − r2 (ti )) = p1 + p +V (r1 (tf ) − r2 (tf )) ,
2m1 2m2 2m1 2m2 2
103
onde r1 (ti ) representa o vetor posição do corpo 1 num instante ti antes da
colisão e r1 (tf ) o vetor posição do corpo 1 num instante tf depois da colisão e
analogamente para r2 (ti ) e r2 (tf ). Para o estado de dois corpos antes e depois
da colisão, temos
V = 0,
pois os dois corpos estão fora do alcance do potencial. Desta forma, a conser-
vação da energia se reduz a
1 (1) 2 1 (2) 2 1 (1) 2 1 (2) 2
pi + pi = pf + p . (49)
2m1 2m2 2m1 2m2 f
Vejamos que as equações Eq.(48) e Eq.(49) constituem um conjunto de vín-
(1) (2)
culo bastante forte para os valores de momentos finais, pf e pf . Em outras
(1) (2)
palavras, os valores de momentos finais pf e pf ficam bastante limitados para
uma dada condição inicial de momentos iniciais. Vamos ver de seguinte forma.
Os momentos iniciais são completamente arbitrários, pois podemos considerar
(1)
sempre a situação de colisão para um par de vetores momento iniciais pi e
(2) (1) (2)
pi . Para determinar os momentos finais pf e pf , precisariamos 6 números,
pois eles são vetores tridimensionais. Por outro lado, temos 4 equações (Eq.(48)
e Eq.(49)), e portanto, o número de graus de liberdade finais é 6 − 4 = 2. Em
outras palavras, para saber os momentos finais da colisão, precisamos especificar
(1) (2)
apenas 2 dos 6 componentes dos pf e pf e outros 4 podem ser determinados
através das equações, Eq.(48) e Eq.(49).
104
Pf(1)
v0 θ
m2
m1 ψ
Pf(2)
Colisão vista no Sistema Laboratório
105
e discuta o significado.
(f)
(h) Para m1 ≫ m2 , discuta sobre valor de θ e p1 .
(1)
(i) Para m1 = m2 , obtenha pf como função de θ e discuta o resultado.
(j) Para m1 = m2 , obtenha o ângulo ψ como função de θ e discuta o
resultado.
3. Mostre que quando dois esferas rígidas de mesma massa chocam frontal-
mente, eles trocam seus momentos completamente. Ou seja, se inicial-
mente uma dela estava em repouso (o alvo), após a colisão frontal, o
projétil se torna repouso e o alvo sai com o momento exatamente mesmo
do projétil inicial.
106
massas de barro colidem e gludem, a grande parte da energia cinética inicial se
transforma em calor.
Vamos estudar o problema acima mais em detalhe. Suponhamos que a massa
m1 incide com momento inicial P0 em cima de outra mass m2 e apois a colisão,
as duas massas gludem e se formam uma massa única.
mento relativo
Como vimos, o movimento de centro de massa para um sistema de 2 corpos
sem força externa é um movimento retilinear uniforme. Neste caso, se um ob-
servador esteja num vehículo que movimenta junto com o centro de massa do
sistema, o observador veria um processo de colisão como se fosse dois objetos
se colidindos de lados opostos e espalham também nas direções opostas (veja a
figura abaixo).
107
m1 m2
Antes
Depois
A imagem acima, embora aparece bem diferente a da figura anterior, a colisão
vista no Sistema Laboratório, representa o mesmo processo. Apenas o obser-
vador está em movimento junto com o centro de massa do sistema, enquanto,
no Sistema Laboratório, o observador está parado no sistema de referência onde
o alvo estava afixado antes da colisão. Vamos descrever as leis de conservação
de energia e de momento neste sistema.
CM é dado como sempre por
1. O vetor posição do Centro de Massa, R
CM = 1
R (m1r1 + m2r2 ) .
m1 + m2
CM
Expresse a velocidade do Centro de Massa, VCM = dR
dt e expresse em
termos de v1 e v2 .
2. Para um observador cuja velocidade é VCM , como aparecem as velocidades
dos corpo 1 e corpo 2, v1′ e v2′ ?
3. Mostre que a velocidade relativa entre 1 e 2 no sistema CM
′
vrel ≡ v1′ − v2′ ,
108
4. Calcule os momentos p′1 e p′2 dos corpos vistos pelo observador neste sis-
tema. Verifique que o momento total é nulo, ou seja
p′1 = −
p′2
5. Calcule as energias cinéticas e sua soma neste sistema. Mostre que esta
energia pode ser escrita como
µ 2
ECM = vrel ,
2
onde
m1 m2
µ= .
m1 + m2
A quantidade µ é chamada de “massa reduzida”.
6. Calcule a diferença das energias do sistema Laboratório e do sistema Cen-
tro de Massa. Interprete o resultado.
7. No sistema de referência, as duas partículas de massa m1 e m2 tem as
velocidades v1 e v2 . Os vetores posição são r1 e r2 . Vamos introduzir a
mudânça de variáveis,
= 1
R (m1r1 + m2r2 ) ,
m1 + m2
r = r1 − r2 .
(a) Inverta a relação acima e expresse r1 e r2 em termos de R e r.
(b) Expresse as seguintes quantidades em termos de R e r e suas derivadas.
2 2
1 dr1 1 dr2
T = m1 + m2 ,
2 dt 2 dt
dr1 dr2
P = m1 + m2 .
dt dt
11 Meio Contínuo
Até agora, consideramos situações em que o tamanho de objetos em questão
não é relevante para a descrição do problema. Por exemplo, no problema de
Sol e Terra, não consideramos o tamanho do Sol, nem da Terra. Isto foi jus-
tificado, porque comparado com a distância em questão (a distância entre o
Sol e a Terra) é muito grande comparado com os raios dos objetos e, portanto,
podemos desprezar o efeito de extensão espacial deles. Mas quando consider-
amos o problema de um satelite artificial em volta da Terra, o raio da Terra não
é desprezível em relação ao raio da orbita do satelite. Neste caso, sera que vale
a fórmula para a força gravitacional,
mM⊕
f = −G 2 er ?
r
Na verdade, a fórmula acima só vale quando as massas m e M⊕ são ponteformes.
109
1. No Universo, é observado que muitas galaxias formam um agolomerado
chamado de cluster. Sejam m1 , m2 , ..., mN as massas e r1 , r2 , ..., rn os ve-
tores posição das galaxias medido do centro do cluster, respectivamente.
Expresse a força gravitacional total atuando numa galaxia M localizada
numa posição r do centro do cluster, como mostrada na figura abaixa.
110
11.0.1 Soma Contínua
Nas duas questões acima, as respostas tem a forma
N
mi × (Qi ) ,
i=1
N mi = mT ot .
111
z
(x,y,z)
θ
y
φ
x
Figure 3:
onde rm indica o vetor posição da massa a ser somada. Em outras palavras,
a soma varre sobre todas as posições rm dentro do volume V . Para executar
a soma, vamos introduzir o sistema de coordenadas esfericas. Um ponto no
espaço r pode ser expresso em termos de coordenadas Cartesianas, (x, y, z) mas
isto não é a única forma. Podemos introduzir um novo sistema, chamado o
sistema de coordenadas esfericas. Para um dado ponto r, consideramos um
plano formado de eixo z e o vetor r, como ilustrado na figura abaixo em termos
de paralelograma cinza.Agora, vamos introduzir os dois ângulos como ilustrada
na figura acima. Um, o ângulo azimutal, φ que o ângulo que o plano acima
faz com o eixo x, e outro, o ângulo zenital θ, o ângulo que o vetor r faz com o
eixo z. Qualquer direção no espaço a partir da origem pode ser especificada em
termos destes dois ângulos, (θ, φ). Assim, qualquer ponto no espaço pode ser
especificado pela a distância e a direção, ou seja,
(r, θ, φ) ,
112
onde r mede a distância da posição a partir da origem. Estes tres números
constituem as coordenadas esfericas.
Exercício: Mostre que as coordenadas Cartesianas (x, y, z) do ponto é expres-
sas em termos de coordenadas esfericas por
x = r sin θ cos φ,
y = r sin θ sin φ,
z = r cos θ.
Exercício: Mostre que qualquer ponto na superfície de uma esfera com o raio
r fixo é especificado pelo par de ângulos, (θ, φ), com
0 ≤ φ ≤ 2π,
0 ≤ θ ≤ π.
Discuta porque o ângulo zenital θ não varia até 2π, mas apenas até π.
Exercício: Mostre que a pequena área na superfície de uma esfera com raio r,
constituiído por 4 pontos infintesimalmente separados
{(θ, φ) , (θ + dθ, φ) , (θ, φ + dφ) , (θ + dθ, φ + dφ)}
é dada por
dS = r2 sin θdθdφ.
Exercício: A área da superfície de uma esfera com raio r pode ser calculada
como a soma das pequenas áreas dS sobre todos os pontos na superfície,
S= dS.
totos os pontos
Com isto, mostre que a área de superfície de uma esfera de raio r é dada
por
S = 4πr2 .
113
11.1 Energia Potencial de Uma Esfera Homogênea
onde rm varre todos os pontos dentro da Terra. Suponhamos que a Terra é uma
esfera perfeita com a densidade de massa ρ homogênea. Neste caso, para um
pequeno elemento de volume contém a massa,
dm = ρdV.
A quantidade |r − rm | pode ser expressa como função de (r, θ, φ) da seguinte
forma.
|r − rm | = |r − rm |2
= (r − rm ) · (r − rm )
= r2 − 2r · rm + rm 2
= r2 − 2rrm cos α + rm 2 ,
onde α é o ângulo entre o vetor r e rm . Note que para calcular a energia poten-
cial, a escolhe das direções de eixos (X, Y, Z) não deve influenciar no resultado
final, pois a energia potencial não depende de como colocar o sistema de refer-
ência. Assim, podemos escolher arbitrariamente as direções de eixos. Uma mais
conveniente é esoclher a direção do eixo Z coincidindo na posição do satelite M .
Veja a figura abaixo.
114
z
M
r r - rm
∆m
rm
y
x
Neste escolhe do sistema de coordenadas, o ângulo α entre os vetores r e rm
coincide com o ângulo zenital θ do vetor rm . A energia potencial então fica
R π 2π
2 1
V (r) = −GM ρ rm drm sin θdθ dφ .
2
r − 2rrm cos θ + rm2
0 0 0
Segunda, a integral em θ pode ser feita, observando a seguinte forma (faça com
substituição, cos θ = t),
sin θ 1
√ dθ = − √ dt
A − 2B cos θ A − 2Bt
1√
= A − 2Bt
B
1√
= A − 2B cos θ.
B
115
Temos então
R cos θ=−1
1 2
2 2
V (r) = −2πGM ρ rm drm r − 2rrm cos θ + rm
0 rrm cos θ=1
R
2 1
= −2πGM ρ rm drm r2 + 2rrm + rm 2 − r2 − 2rrm + rm
2
0 rrm
R
2 1
= −2πGM ρ rm drm {|r + rm | − |(r − rm )|} .
0 rr m
pois
r2 ± 2rrm + rm
2 = (r ± rm )2
= |r ± rm | .
e, portanto,
|r + rm | = r + rm ,
|r − rm | = r − rm .
Assim,
R
2 1
V (r) = −2πGM ρ rm drm 2rm
0 rrm
GM ρ R 2
= −4π rm drm
r 0
GM ρ R3
= −4π .
r 3
Aqui, sabemos que
4π 3
R
3
é o volume da Terra, e temos
4π 3
R ρ
3
é a massa total contida na Terra. Escrevendo a massa total da Terra como M⊕ ,
finalmente podemos obter a energia potencial do satelite pela força gravitacional
da Terra como
M M⊕
V (r) = −G , (52)
r
que é exatametne igual a fórmula conhecida de potencial gravitacional de duas
massas M e M⊕ ponteformes, separada na distância r.
116
Exercício: Calcule o vetor força correspondente a esta energia potencial.
y
(c,b)
(0,b)
x2+b2y2=a2
O (a,0) x
(e,f)
y
(0,b)
(c,d)
O (a,0) x
x2 y2
+ 2 = 1.
a2 b
117
em termos de coordenadas polares,
x = r cos θ,
y = r sin θ,
(0,0,h)
R y
x
O círclo da base no plano x − y tem raio R e o cone tem a altura h.
118
z
(0,0,h)
R y
r < R.
V (r)
119
12 Momento Angular, Torque
Porque a orbita da Terra é quase circular num plano? Alias, porque todas as
planetas se comportam assim? A situação análoga ocorre quando rodamos uma
pédra marrando por uma corda. A pedra faz um movimento circular e não sai
de um plano. Qual é a razão que um piâo fica em pé? Porque uma bicicleta
(ou até monocicleta) não cai? Todas as questões acima estão relacionadas com
uma lei, que é a conservação de momento angular. Para formular este tipo de
problema, introduzimos novas quantidades associadas a fenômeno de rotação.
r
O
f
c = a × b
120
é definido pela forma tal que o vetor resultante c tenha as seguites propriedades:
• Módulo:
|c| = |a| b sin θ,
onde θ é o ângulo entre os dois vetores.
• Direção: O vetor c aponta na direção para a qual, os três vetores, a, b e
c forma um sistema destrogiro (ou seja, a direção de um parafuso avança
quando gira da direção de a para a direçao de b).
Desta forma, o módulo do vetor “torque” no ponto da cabeça do parafuso é
dado por
|τ | = |r| f sin θ,
• Linearidade:
(αa) × b = a × αb = α a × b (54)
• Distributividade:
a × b + c = a × b + a × c. (55)
a × b = 0.
121
Exercício: Usando as propriedades de produto vetorial acima obtidas, mostre
que se
e
c = a × b,
então,
da ! "
d db
a × b = × b + a × .
dt dt dt
nentes,
e1 e2 e3
c = det a1 a2 a3 .
b1 b2 b3
122
c
a
Mostre que o volume deste paralelepepido é dado por
V = a · b × c .
1. Mostre que
a · a × b = 0,
b · a × b = 0.
a, b, c
e o vetor
d = a × b × c
123
(a) Mostre que
d ⊥ a,
e d está no plano formado de vetor b e c.
(b) Expresse, em termos de relação entre vetores, o fato de que o
vetor d está no plano formado de b e c.
(c) Seja {e1 , e2 , e3 } uma base ortonormal. Mostre que
ei × (ej × ek ) = 0, (i, j, k) = (1, 2, 3) .
(d) Mostre que em geral,
a × b × c = a × b × c.
124
(f) Com o resultado acima, argumente que o movimento de um ob-
jeto sob uma força central sempre ocorre num plano.
4. Consideramos dois objetos massivos, interagindo entre si pela força
de dois corpos, ilustrado abaixo.
m2
m1
r2
r1
O
Podemos escrever as equações de movimento como
d2r1
m1 = F ,
dt2
d2r2
m2 2 = −F ,
dt
onde F representa a força que atua na massa m1 origianda da massa
m2 .
(a) Mostre (novamente!) que o momento linear total é um constante
no tempo.
(b) Com isto, mostre (de novo, também) o movimento da posição do
centro de massa é um movimento retilinear uniforme.
(c) Definimos os momentos angulares dos objetos em relação a origem
O por
1
L = r1 × p1 ,
2
L = r2 × p2 .
Mostre que
d L1 + L
2
= (r1 − r2 ) × F .
dt
125
(d) Mostre que se a força F está sempre na direção do vetor da
distância relativa, o momento angular total é um constante de
movimento.
5. Consideramos 3 corpos interagindo entre si via molas ligadas a eles.
m2
k12
m1
r2
k23
r1
k13
m3
r3
y
O
x
A partir de 3 equações de movimento para cada massa, prove que o
momento linear total
d2r
m = F (r) er ,
dt2
onde F (r) representa a dependência da força em função da distância da origem
e er é o vetor unitário radial. Como vimos
= r × p
L
126
é uma constante do movimento
=L
L 0,
x = r cos θ,
y = r sin θ,
em termos de r e θ.
2. Calule
= r × p,
L
tem a forma
e verifique que L
0
= 0 .
L
Lz
Mostre que
dθ
Lz = mr2 .
dt
3. Um menino está girando com mão uma pedra de massa m, marrada pela
corda de comprimento ℓ (veja a figura abaixo) com velocidade angular ω.
127
l
128
y
r(t)
S(t) r(t0)
O x
129
polares,
x = r cos θ,
y = r sin θ,
e a base movente,
er , eθ
tal que
r = rer ,
dr dr dθ
= er + r eθ .
dt dt dt
Expresse er e eθ explicitamente em termos de θ.
4. Mostre que
2
d2r d2 r dθ dr dθ d2 θ
= − r
e r + 2 + r eθ .
dt2 dt2 dt dt dt dt2
130
onde
mM⊙ ℓ2
feff = −G 2
+ .
r mr3
Interprete a natureza desta força efetiva.
9. Como vemos na Eq.(60) a equação de movimento radial tem a mesma
forma de um movimento unidimensional, podemos aplicar o método de
obter a lei de conservação da energia. Obtenha a lei de conservação da
energia e mostre que o potencial efetivo é dada por
mM⊙ ℓ2
Uef f = −G + .
r 2mr2
15. Para obter a solução da equação diferencial acima não é difícil (tem a forma
de separação das variáveis), mas a conta fica longa. Resolveremos esta na
131
Mecânica Clássica I, mas aqui, so mostramos o resultado. A solução pode
ser escrita como
r0
r= , (64)
1 + ǫ cos θ
onde r0 e ǫ são constantes dados por
ℓ2
r0 = , (65)
GM⊙ m2
e
2m
ǫ = r0 (E − E0 ), (66)
ℓ2
com
1 (GM⊙ )2 m3
E0 = − . (67)
2 ℓ2
(Aqui, r0 é o raio da órbita circular e E0 é o valor mínimo da energia da
questão [11]. Portanto sempre E ≥ E0 .)
em termos de r, ǫ e r0 .
(b) Usando a Eq.(64), calcule
dr
dθ
e
2mEr2 2Gm2 rM⊙
r2 + − 1
ℓ2 ℓ2
(use o resultado do item (a) acima) separadamente, e verifique que a
Eq.(64) é a solução da equação, Eq.(63).
(c) Para um par de valores de conjunto (r0 , ǫ) (por exemplo, r0 = 1, ǫ =
1/2) calcule o valor de r para varios valores de θ, e esboce o grafico
da Eq.(64).
(d) Utilizando o sistema de coordenadas Cartesianos, mostre que a tra-
jetória expressa na forma polar Eq.(64) é um elipse e obtenha o eixo
maior e o eixo menor em termos de r0 e ǫ.
132
13 Movimento de Corpo Rígido
Até agora, sempre consideramos um objeto, ou conjunto de objetos ponteformes,
para quais, podiamos sempre especificar a posição do objeto por um vetor r.
Exercício: Temos duas bolas de ferro esféricas com massa m1 e m2 (m1 < m2 ).
O que acontece em vez de utilizar as bolas, usar dois cubos com super-
fície bem lisa (i.e., o atrito com a superfície do plano seja desprezivel)?
133
A diferença entre dois casos acima pode ser entendido do ponto de vista da
conservação da energia. No caso de deslisamento sem atrito dos cubos, a lei de
conservação da energia tem a forma,
1 2
mv + mgy = Const., (68)
2
onde
dr
v = ,
dt
é o vetor velocidade do centro de massa do cubo, e
x (t)
r =
y (t)
E0 = mgy0 ,
134
translacional), se a bola está rodando em torno do centro da massa, a bola
certamente tem a energia cinética. Desta forma, a lei da conservação da energia
para o caso da bola rolando, deve ter a forma
Etrans Erot
Já que a energia total é igual a energia inicial E0 , e Erot > 0, a equação Eq.(69)
mostra que a velocidade do movimento translacional fica sempre menor que o
caso do cubo (sem rolamento) quando comparado na mesma altura y. Agora
para discutir quantitativamente, devemos saber quanto vale a energia de rotação
Erot .
Na forma análoga quando calculamos a energia potencial da Terra, podemos
dividir a bola em pequenas (infinitesimalmente) massas, dm. Vamos escolher
uma destas massas, cujo vetor posição a partir do centro de massa da bola é
ξ. Escrevendo R o vetor posição do centro de massa C da bola, medindo da
origem fixo O, o vetor posição da pequena massa dm fica (veja a figura)
+ ξ.
r = R
dr
dR dξ
v = = + .
dt dt dt
135
ξ
Figure 4:
A energia cinética total da bola é a soma destas energias sobre todas as pequenas
massas contidas na bola.
EK_tot = Edm .
dm ∈ Bola
136
Ou seja, a energia cinética total da bola em movimento que envolve rola-
mento pode ser escrita na seguinte forma.
! "2
1
dR
EK_tot = ∆m
2 dt
dm∈Bola
" ! " !
dR dξ
+ ∆m ·
dt dt
dm∈Bola
! "2
1 dξ
+ ∆m .
2 dt
dm∈Bola
Aqui, o simbolo
dm∈Bola
onde a condição de que o ponto (x, y, z) esteja dentro da esfera é expressa por
x2 + y 2 + z 2 ≤ R 2 .
EK_tot = I1 + I2 + I3 ,
137
temos
"2 !
1 dR
I1 = ∆m
2 dt
dm∈Bola
! "2
1 dR
= dV ρ ,
2 V dt
Mas as quantidades
! "2
dR
ρ,
dt
Obviamente
dV = V
V
pela sua definição. (A soma sobre todas as pequenas volumes dentro do volume
total V ). Temos então,
! "2
1 dR
I1 = ρ V
2 dt
! "2
1
dR
= M ,
2 dt
onde
M = ρV
é a massa total da bola.
Agora consideramos o segundo termo.
! " ! "
dR dξ
I2 = ∆m ·
dt dt
dm∈Bola
! " ! "
dR dξ
= ∆m · .
dt dt
ξ ∈bola
Aqui, a soma é feita sobre todas as posições ξ dentro da bola. Vamos analizar
em detalhe o termo dentro da soma, {}. Novamente
! "
dR
dt
138
é uma quantidade não depende da posição ξ. Mas a velocidade do vetor posição
dξ
dt depende da sua posição. Temos
! " ! "
dR dξ
I2 = · ∆m
dt dt
ξ ∈bola
e
= 1
R (∆m r) ,
M
ξ
I2 = 0.
ω = ω n.
Isto é, o vetor ω está na direção normal do plano de rotação, e tem o norm igual
a velocidade angular ω.
139
r
ξ
O
ω
140
Exercício: Mostre que podemos escrever
dr
= rω eθ ,
dt
e identifique o vetor eθ na figura acima.
dξ dr
= .
dt dt
Exercício: Mostre que
dξ
= ω × ξ.
dt
Exercçicio: Mostre que
1
I3 = Iω2 ,
2
onde
I= ∆m r2
ξ
141
ω
α
ξ y
O
φ
x
Com esta escolhe, podemos escrever
r = ξ sin α,
x = cos α,
dx = sin αdα,
1 − x2 = sin2 α,
142
então
R 1
I = 2πρ ξ 4 dξ dx 1 − x2
0 −1
R
2 × 4π
= ρ ξ 4 dξ
3 0
2 × 4π 5
= ρR
3×5
2 2 4π 3
= R ×ρ× R
5 3
2
= M R2 .
5
Finalmente a energia cinética total de uma bola em rotação é dada por
1
Erot = I ω2 ,
2
onde
2
I = MR2 .
5
O momento de inercia depende da forma e distribuição da massa dentro de
objeto. Podemos obter alguns casos explicitamente.
143
Etrans Erot
144
Para simplificar a idéia, vamos considerar que o objeto é uma placa no plano de
rotação. Neste caso, ω ⊥ξ e podemos confirmar facilmente que
ξ × ω × ξ = ξ 2 ω .
⊥ξ.
Exercício: Mostre a relação acima quando ω
1. Considere as duas massas iguas M ligadas pela uma mola cuja masssa e
comprimento são desprezivel (ver a figura abaixo). A constante da mola é
k. O sistema está girando em torno do centro da barra O com a velocidade
angular ω.
l O
145
2. Um patinador de gelo está rodando com velocidade angular ω com seus
braços esticados. A energia de rotação é
1
Erot = I0 ω 2 ,
2
e o momento angular é
L = I0 ω,
onde I0 é o momento de inércia do patinador com os braços esticados.
Suponha que o patinador incolhe os braços enquanto rodando e o momento
de inércia reduziu para I ∗ .
I ∗ < I0 .
e, consequentemente a velocidade angular muda para ω ∗ . Agora, se usar-
mos a conservação de momento angular, temos
I0 ω = I ∗ ω∗ ,
e então, temos
I0
ω∗ = ω. (70)
I∗
Por outro lado, se impormos a conservação de energia rotational, teriamos
1 1
I0 ω 2 = I ∗ ω ∗2 ,
2 2
e consequentemente
I0
ω =∗
. (71)
I∗
Naturalmente as Eqs.(70) e (71) fornecem diferentes valores para ω ∗ . Qual
é a resposta correta? E explique o porque.
3. Uma bola de massa m1 com a velocidade inicial v, colide perpendicu-
larmetne na ponta de uma barra de comprimento ℓ com massa M como
ilustrado na figura abaixo.
l
M
146
(Considere que o todo sistema está numa mesa sem atrito e o movimento
ocorre no plano da mesa).
147