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1. “O homem é um ser 100% pertencente, ao mesmo tempo, à Natureza e à Cultura”.

Com base nesta frase, aponte as articulações entre os elementos naturais e


culturais do ente humano, com ênfase na complexa interação entre razão e
“loucura” presente nas sepulturas e pinturas rupestres neandertalenses.
Argumente com base nas condições presentes no processo de hominização e/ou o
caso dos outros primatas superiores (a saber: gorila, bonobo, chimpanzés, gibão e
orangotango).

2. Considerando e articulação entre os elementos naturais e culturais, compare o


sistema rito-simbólico da antropofagia ritual, presente nos povos ameríndios, com
o processo de redução da manifestação simbólica da violência, expresso na
progressiva instituição das “boas maneiras” pelo Ocidente
É um animal extremamente fragil. Anda sob duas pernas, sendo assim tem seus
orgãos vitais totalmente expostos e desprotegidos. Não possui garras e presas
afiadissimas, não é capaz de correr velozmente, pular metros e metros com facilidade,
muito menos pode voar. Sua pele é fina, os ossos são frageis e seus musculos
dificilmente conseguem tracionar um objeto superior ao seu proprio peso. Mesmo
assim, o Homo sapiens sapiens é o ser dominante do planeta Terra, habitando e
ocupando grande maioria da superficie terrestre, ate mesmo regiões inospitas. Se
qualquer pessoa perguntar a outra o porque deste ser tão fragil e, à primeira vista,
inofensivo domina todos os outros animais, a resposta vem facilmente à cabeça de
qualquer pessoa:

-“Nossa vantagem é nosso cerebro super-desenvolvido”

Até que ponto essa afirmação é pertinente? E o mais importante, se realmente nossa
vantagem for o cerebro super-desenvolvido, como o ser humano desenvolveu sua
caixa encefalica a ponto de o tornar tão “poderoso”?

Ao pesquisarmos ligeiramente a linha evolutiva do (filo) Homo, retrocedendo da


construção das primeiras ferramentas até chegarmos no advento das sociedades
classicas, é possivel concluir brevemente que o homem sempre esteve conectado, de
alguma forma, aos eventos naturais que o cercavam. Àquela altura, logicamente não
poderia compreender plenamente as causas dos eventos naturais, e isso influenciou
primeiramente o surgimento de formas primitivas de religiosidade e de arte. Essa
ultima acaba nos despertando um interesse maior, pois traz a tona as famosas
pinturas rupestres. Essa forma primitiva de arte era fortemente influenciada pelos
eventos naturais e correspondia, ate certo ponto, à religiosidade primitiva. Unindo
esses dois elementos, pode-se dizer que tenha nascido dai a cultura. Ainda não
completamente configurada, porem, sem sombra de duvida, a primeira manifestação
cultural que se tem noticia.

Ao aprofundarmos um pouco mais nossas pesquisas, sobretudo nas pinturas


rupestres neandertalenses, percebemos ainda mais fortemente essa influencia da
natureza. Eles pintavam sobre raios, incendios, batalhas com animais e, logicamente,
eles mesmos. Ao localizarem a si proprios no meio e representarem isso nas
cavernas, aquela especie peculiar de “macaco” estava prestes a dar mais um salto na
linha evolutiva. Naquela altura, já era capaz de fabricar ferramentas, graças ao seu
polegar opositor, e manusea-la para caça, pesca e demais tarefas necessarias para
sua propria sobrevivencia. E, embora os outros primatas que tambem possuem
polegar opositor, sobretudo gorilas e bonomos tambem sejam capazes de utilizar
ferramentas e alguns deles saibam fazer uma especie de pintura, a forma como o
homo interpretou a natureza atravez de sua pintura foi crucial para diferencia-lo dos
demais primatas.

Segundo Edgar Morin em seu livro “O Enigma do Homem”, as interações socio-


culturais entre os homo foi crucial no desenvolvimento do cerebro dos mesmos. E a
genese dessas interações foi justamente as manifestações que as pinturas rupestres
representavam. A manipulação do fogo e o advento da fala foram os proximos itens da
linha evolutiva, que culminou no aperfeiçoamento das relações socio-culturais, e, de
acordo com Morin, do cerebro tambem. Ambos caminharam de mãos dadas na linha
evolutiva posterior e o processo agora era desenfreado e progressivo: Desde as
pinturas rupestres vieram os costumes, os mitos e as tecnicas. Esse processo é
comumente chamado de Hominização.
Seguindo a linha da evolução e nos aprofundando ainda mais no processo de
hominização do homem já social e cultural (embora primitivo) e pegando como
exemplo os mais variados costumes funerarios destes antepassados, percebemos
simultaneamente a presença do mito, do costume, da tecnica e da influencia da
natureza. Os ritos funerarios podem ser interpretados como sendo a primeira tentativa
de compreensão da morte por parte do homem. E as diferentes crenças despertadas
por fenomenos da natureza nas diferentes regioes do planeta, traz a tona uma
variedade fantastica de mitos e tecnicas do homem primitivo. Segue abaixo alguns
exemplos:

-Em algumas tribos amazonicas, costumava-se realizar funerais em duas partes, onde
primeiramente era exposto ao sol, em alguns casos com oferendas, e logo em seguida
era sepultado em vasos especificos; depois de um determinado tempo o cadaver era
desenterrado para que houvesse a “comprovação” de que já não “havia mais vida”
naquele corpo, o que liberava, por exemplo, a viuva para se casar de novo;

-Em outra tribo americana, os Wari’, a carne do defunto é consumida pelos habitantes
de sua tribo. Depois de todos os parentes contemplarem o morto, o mesmo é “limpo” e
preparado para que seja comido. A cabeça sempre é lançada ao fogo para que
queime e perca toda a caracterização humana, representando assim a ruptura
simbolica da vida. O consumo da carne é visto não como alimentação, mas sim como
uma forma de preservar o morto dentro de cada individuo, de acordo com Aparecida
Vilaça em seu artigo “Fazendo corpos - reflexões sobre morte e canibalismo entre os
Wari' à luz do perspectivismo”

Em O Homem e a Morte, Edgar Morin afirma que: “é nas atitudes e crenças perante a
morte que o homem se distingue mais nitidamente dos outros seres vivos”. De fato,
mesmo sabendo que alguns animais compreendem a morte e tambem tem luto, o
humano se diferencia exatamente pelo fato de realizar funeral e atribuir uma crença
mitica a tal costume. Todas as tecnicas e habitos realizados no sepultamento tentam
representar a passagem do mundo carnal para o mundo espiritual. Dentro do costume
do funeral, surge da forma com a qual conhecemos a religião. A essa altura, o homem
já fala, escreve, manuseia metal e já tem costumes socio-culturais avançados a tal
ponto de construir sociedades. Nesse contexto a religiao passa a caracterizar a
“identidade” de cada sociedade. A forma como se comportam, como explicam os
fenomenos naturais e como sepultam os mortos configurou tal costume.

Seguindo essa linha, percebemos que em um certo momento que a religião passa a
ditar regras mais especificas, sobretudo na forma com a qual cada individuo se
comporta perante a sociedade. Pegando como objeto de estudo a religião judaico-
cristã, que é a dominante no planeta atualmente, percebemos que dogmas passaram
a comandar, e porque não dizer adestrar o homem enquanto ser social. Lembrando
que de acordo com Morin, o ser humano desenvolvia ainda mais seu cerebro à medida
que tais relações socio-culturais (que tinham origem primitiva em eventos naturais) se
tornavam cada vez mais complexas.

Os dogmas judaico-cristãos foram se configurando como dominantes à medida que o


homem europeu passou a ocupar os demais continentes. O padrão funerario agora
poderia se configurar de duas formas: O enterramento do morto em um caixão de
madeira cercado de flores como forma de oferenda, a uma distancia padrão de sete
palmos da superficie com uma pedra onde era gravada um breve resumo de sua vida
ou uma frase de efeito. Ou senão era incinerado e as cinzas resultantes são
depositadas em uma urna. Ou as cinzas ficam em poder de algum parente ou são
lançadas em algum lugar de preferencia do prorpio morto (preferencia essa
manifestada ainda em vida). Pode-se dizer que o costume funerario judaico-cristão
tem, claro, seu fundo de lealdade com o mito, porem é necessario dizer que é um
costume primeiramente sanitario. O ato tanto de enterrar quanto de incinerar o
cadaver evitaria que as demais pessoas contraissem a doença que vitimou o individuo,
por exemplo. Alem de uma questão de organização do espaço social, uma vez que
passou a ser extremamente desagradavel para os vivos ocuparem o mesmo espaço
que cadaveres.

A noção de desagradavel provocou aquela que talvez tenha sido a ultima evolução de
costumes socio-culturais da sociedade judaico-cristã. Uma serie de recomendações
passou a ser transmitida aos individuos dessa sociedade como regras de convivencia.

O advento da classe denominada “Burguesia” criou um conjunto de costumes que


visava rotular individuos como Nobres, bem-educados e finos. Os que não seguissem
tais regras eram denominados com rotulos pejorativos e considerados indignos de se
socializarem com a “alta sociedade”.

A linha evolutiva da cultura atravez da hominização que surgiu na tentativa de


compreender os fenomenos naturais representando-os nas pinturas rupestres, que
deu origem ao mito, que por sua vez evoluiu para a religião, que passou a regular os
costumes funerarios e sociais do individuo culminando em habitos “dignos de nobres”
nos trouxe ao presente, a um ser humano que não escarra em publico e não alivia
suas necessidades fisiologicas em publico, alem de enterrar ou cremar os falecidos
para evitar o alastramento da doença que o vitimou e/ou retirar o corpo do espaço
social. Esse, portanto, é visto como um fator de aceleração do desenvolvimento do
encefalo humano e agregado a gama de fatores que nos levou a ser o animal
dominante do planeta: A posição bípede, o polegar opositor e o cerebro super-
desenvolvido, que causou a criação de relações socio-culturais que conforme iam
ficando mais complexos, mais desenvolveram a mente humana.

Referencias:

Aparecida Vilaça - Fazendo corpos - reflexões sobre morte e canibalismo entre os


Wari' à luz do perspectivismo

O Enigma do Homem e O Homem e a Morte - Edgar Morin

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