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LÍNGUA PORTUGUESA
- Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um con- autor;
junto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do - Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
entendimento do tema desenvolvido. compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
- Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias con- questão;
trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo- - O autor defende ideias e você deve percebê-las.
cadas e, consequentemente, errando a questão.
Fonte:
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova gues/como-interpretar-textos
de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais. QUESTÕES
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que 1-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – FCC/2014
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão, conside-
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um re o texto abaixo.
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- A marca da solidão
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vai dizer e o que já foi dito. Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de
paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia
testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
penumbra na tarde quente.
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, den-
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer
tro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando peque-
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- nas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos de quem é
cedente. capaz de parar de viver para, apenas, ver. Quando se tem a
Os pronomes relativos são muito importantes na in- marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Ja-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que neiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
a saber: No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- reduzido no qual o menino detém sua atenção é
te, mas depende das condições da frase. (A) fresta.
- qual (neutro) idem ao anterior. (B) marca.
- quem (pessoa) (C) alma.
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois (D) solidão.
o objeto possuído. (E) penumbra.
- como (modo)
- onde (lugar) Texto para a questão 2:
quando (tempo)
quanto (montante) DA DISCRIÇÃO
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(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente tex-
amigos. tual “O riso”.
(D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. (...) CERTO ( ) ERRADO
(E) entre amigos, não devem existir segredos.
5-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESPE/2010)
3-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE- Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atin-
CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN- giu pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge
CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e
questão. generalizado de energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elé-
trica (ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa es-
Casamento
tatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de
900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Há mulheres que dizem: Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de in-
Meu marido, se quiser pescar, pesque, vestimentos e também erros operacionais conspiraram para
mas que limpe os peixes. produzir a mais séria falha do sistema de geração e distri-
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, buição de energia do país desde o traumático racionamento
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. de 2001.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações).
de vez em quando os cotovelos se esbarram, Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas
ele fala coisas como “este foi difícil” do texto acima apresentado, julgue os próximos itens.
“prateou no ar dando rabanadas” A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18
e faz o gesto com a mão. estados do país” tem, nesse contexto, valor restritivo.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez (...) CERTO ( ) ERRADO
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa, 6-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMINIS-
vamos dormir. TRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura,
Coisas prateadas espocam: com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte
somos noivo e noiva. de São Paulo.”
(Adélia Prado, Poesia Reunida) Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que,
em sua estrutura sintática, houve supressão da expressão
A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que a) vigilantes.
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não b) carga.
gostam que os maridos frequentem pescarias, pois acham c) viatura.
difícil limpar os peixes. d) foi.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres e) desviada.
que não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os
esbarrões de cotovelos na cozinha. 7-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozi- Um carteiro chega ao portão do hospício e grita:
nhas com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os — Carta para o 9.326!!!
peixes. Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está
(D) as mulheres que amam valorizam os momentos em
mais simples do cotidiano vividos com a pessoa amada. branco, e um outro pergunta:
(E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, — Quem te mandou essa carta?
para limpar, abrir e salgar o peixe. — Minha irmã.
— Mas por que não está escrito nada?
4-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
PE/2012) Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a adaptações).
totalidade do universo, toda a sociedade, a história, a con-
cepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto
que se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, acima decorre
de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em A) da identificação numérica atribuída ao louco.
todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a
mundo. carta no hospício.
Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o C) do fato de outro louco querer saber quem enviou
Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: a carta.
Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações). D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
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8-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) (Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pin-
Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica: to. Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Ad-
— Por favor, quero falar com o dr. Pedro. ministração pública do Estado de São Paulo, org. Lais Ma-
— O senhor tem hora? cedo de Oliveira e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria
O sujeito olha para o relógio e diz: de Gestão pública, São Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e
— Sim. São duas e meia. 292, com adaptações)
— Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
— O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me 09-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
paga o aluguel do consultório... CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com
Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com o texto, liderança
adaptações). (A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não
pode ser desenvolvida por aqueles que somente executam
No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao tarefas em seu ambiente de trabalho.
homem para saber se ele (B) é típica de épocas passadas, como qualidades de
A) verificou o horário de chegada e está sob os cuida-
heróis da história da humanidade, que realizaram grandes
dos do dr. Pedro.
feitos e se tornaram poderosos através deles.
B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o paga-
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até
mento do aluguel.
C) tem relógio e sabe esperar. mesmo adquirida, de conseguir resultados desejáveis da-
D) marcou consulta e está calmo. queles que constituem a equipe de trabalho.
E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cui- (D) torna-se legítima se houver consenso em todos os
dados do dr. Pedro. grupos quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá
mobilizar esses grupos em torno de seus objetivos pes-
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO DA soais.
FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Atenção: As
questões de números 09 a 12 referem-se ao texto abaixo. 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
Liderança é uma palavra frequentemente associada a NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa
feitos e realizações de grandes personagens da história e da claro que
vida social ou, então, a uma dimensão mágica, em que al- (A) a importância do líder baseia-se na valorização de
gumas poucas pessoas teriam habilidades inatas ou o dom todo o grupo em torno da realização de um objetivo co-
de transformar-se em grandes líderes, capazes de influenciar mum.
outras e, assim, obter e manter o poder. (B) o líder é o elemento essencial dentro de uma orga-
Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a nização, pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta
maioria das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos ou objetivo.
desenvolver consideravelmente as suas capacidades de lide-
(C) pode não haver condições de liderança em algu-
rança.
mas equipes, caso não se estabeleçam atividades específi-
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns
que aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjun- cas para cada um de seus membros.
to, formam uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias (D) a liderança é um dom que independe da partici-
algumas habilidades, mas elas podem ser aprendidas tanto pação dos componentes de uma equipe em um ambiente
através das experiências da vida, quanto da formação volta- de trabalho.
da para essa finalidade.
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en- 11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI-
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da
para serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
que requerem a interação cooperativa dos membros envol- No contexto, inter-relação significa
vidos. Não pressupõe proximidade física ou temporal: pode- (A) o respeito que os membros de uma equipe devem
se ter a mente e/ou o comportamento influenciado por um demonstrar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por
escritor ou por um líder religioso que nunca se viu ou que resultarem em benefício de todo o grupo.
viveu noutra época. [...] (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação grupo devidamente orientado pelo líder e aqueles propos-
do poder de influência do líder, implica dizer que parte desse tos pela organização a que prestam serviço.
poder encontra-se no próprio grupo. É nessa premissa que (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em
se fundamenta a maioria das teorias contemporâneas sobre
equipe, de modo que os mais capacitados colaborem com
liderança.
os de menor capacidade.
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder
(D) a criação de interesses mútuos entre membros de
que existe nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para
fazerem o que se requer delas, da maneira mais efetiva e uma equipe e de respeito às metas que devem ser alcan-
humana possível. [...] çadas por todos.
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12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO Meus amigos partem para as suas férias, cansados de
DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe proximi- tanto trabalho; de tanta luta com os motoristas da contra-
dade física ou temporal ... (4º parágrafo) mão; enfim, cansados, cansados de serem obrigados a viver
A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que numa grande cidade, isto que já está sendo a negação da
(A) a presença física de um líder natural é fundamental própria vida.
para que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos. E eu vou para a Ilha do Nanja.
(B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sem- Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as
pre se atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de férias lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio
autores diversos. cresce como um bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou
(C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mes-
vendo os pescadores com suas barcas de sardinha, e a moça
mo se houver distância no tempo e no espaço entre aquele
à janela a namorar um moço na outra janela de outra ilha.
que influencia e aquele que é influenciado.
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e pos- (Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adap-
tas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia. tado)
Considerando o tipo textual apresentado, algumas ex- 16-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde,
“à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como
pressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor
um bosque” (último parágrafo), a autora sugere que viajará
diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem para um lugar
ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: (A) repulsivo e populoso.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” (B) sombrio e desabitado.
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina (C) comercial e movimentado.
de cobre e ouro no Chile.” (D) bucólico e sossegado.
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” (E) opressivo e agitado.
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desce- 17) (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
ram na mina...” PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.
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6-) 13-)
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, aban- Em todas as alternativas há expressões que represen-
donada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se tam a opinião do autor: Assisti ao maior espetáculo da
da figura de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, Terra / Não se pode esquecer / gesto humanitário que só
que consiste na omissão de um termo já citado anteriormen- enobrece / demonstrando coragem e desprendimento.
te (diferente da elipse, que o termo não é citado, mas facil-
mente identificado). No enunciado temos a narração de que RESPOSTA: “B”.
a carga foi desviada e de que a viatura foi abandonada.
RESPOSTA: “D”.
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um narrador. É uma série de fatos situados em um espa- - Narrador: é quem conta a história.
ço e no tempo, tendo mudança de um estado para outro, - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
segundo relações de sequencialidade e causalidade, e não - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico:
simultâneos como na descrição. Expressa as relações entre o tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o
os indivíduos, os conflitos e as ligações afetivas entre esses tempo interior, subjetivo.
indivíduos e o mundo, utilizando situações que contêm essa
vivência. Elementos Estruturais (II):
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e Personagens - Quem? Protagonista/Antagonista
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração Acontecimento - O quê? Fato
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; Tempo - Quando? Época em que ocorreu o fato
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo Espaço - Onde? Lugar onde ocorreu o fato
de texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que Modo - Como? De que forma ocorreu o fato
compõem o texto narrativo, ou seja, a história que é contada Causa - Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
nesse tipo de texto recebe o nome de enredo. Resultado - previsível ou imprevisível.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas Final - Fechado ou Aberto.
pelas personagens, que são justamente as pessoas en-
volvidas no episódio que está sendo contado. As persona-
Esses elementos estruturais combinam-se e articu-
gens são identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos
lam-se de tal forma, que não é possível compreendê-los
substantivos próprios.
isoladamente, como simples exemplos de uma narração.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mes-
Há uma relação de implicação mútua entre eles, para
mo sem querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)
as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. garantir coerência e verossimilhança à história narrada.
O lugar onde ocorre uma ação ou ações é chamado de Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão, obri-
espaço, representado no texto pelos advérbios de lugar. gatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
Além de contar onde, o narrador também pode es- personagens ou o fato a ser narrado.
clarecer “quando” ocorreram as ações da história. Esse
elemento da narrativa é o tempo, representado no texto Exemplo:
narrativo através dos tempos verbais, mas principalmente
pelos advérbios de tempo. É o tempo que ordena as ações Porquinho-da-índia
no texto narrativo: é ele que indica ao leitor “como” o fato
narrado aconteceu. Quando eu tinha seis anos
A história contada, por isso, passa por uma introdução Ganhei um porquinho-da-índía.
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), Que dor de coração me dava
pelo desenvolvimento do enredo (é a história propria- Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
mente dita, o meio, o “miolo” da narrativa, também cha- Levava ele pra sala
mada de trama) e termina com a conclusão da história (é o Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
final ou epílogo). Aquele que conta a história é o narrador, Ele não gostava:
que pode ser pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu...) ou impes- Queria era estar debaixo do fogão.
soal (narra em 3ª pessoa: Ele...). Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por ver- - O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira na-
bos de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de morada.
lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens,
que são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed.
fazem as ações expressas pelos verbos, formando uma Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, pág. 110.
rede: a própria história contada.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que
Observe que, no texto acima, há um conjunto de
conta a história.
transformações de situação: ganhar um porquinho-da-
-índia é passar da situação de não ter o animalzinho para
Elementos Estruturais (I):
a de tê-lo; levá-lo para a sala ou para outros lugares é
- Enredo: desenrolar dos acontecimentos. passar da situação de ele estar debaixo do fogão para a
- Personagens: são seres que se movimentam, se re- de estar em outros lugares; ele não gostava: “queria era
lacionam e dão lugar à trama que se estabelece na ação. estar debaixo do fogão” implica a volta à situação ante-
Revelam-se por meio de características físicas ou psicológi- rior; “não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas” dá a
cas. Os personagens podem ser lineares (previsíveis), com- entender que o menino passava de uma situação de não
plexos, tipos sociais (trabalhador, estudante, burguês etc.) ser terno com o animalzinho para uma situação de ser; no
ou tipos humanos (o medroso, o tímido, o avarento etc.), último verso tem-se a passagem da situação de não ter
heróis ou anti-heróis, protagonistas ou antagonistas. namorada para a de ter.
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Os personagens têm muita importância na constru- Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história
ção de um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser como sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo:
principais ou secundários, conforme o papel que desem-
penham no enredo, podem ser apresentados direta ou in- Festa
diretamente.
A apresentação direta acontece quando o personagem Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental
aparece de forma clara no texto, retratando suas caracterís- olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanha-
ticas físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se do de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro
dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor mais novo, mas ambos com menos de dez anos.
vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, Os três atravessam o salão, cuidadosamente, mas reso-
ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do lutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde
modo como vai fazendo. há seis mesas desertas.
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anunciam o que vai ser dito, como este, etc.), que podem Para transformar uma descrição numa narração,
perder sua função e assim não ser compreendidos. Se to- bastaria introduzir um enunciado que indicasse a passa-
marmos uma descrição como As flores manifestavam gem de um estado anterior para um posterior. No caso do
todo o seu esplendor. O Sol fazia-as brilhar, ao inver- texto II inicial, para transformá-lo em narração, bastaria di-
termos a ordem das frases, precisamos fazer algumas al- zer: Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-
terações, para que o texto possa ser compreendido: O Sol -se desse medo...
fazia as flores brilhar. Elas manifestavam todo o seu
esplendor. Como, na versão original, o pronome oblíquo Características Linguísticas:
as é um anafórico que retoma flores, se alterarmos a or-
dem das frases ele perderá o sentido. Por isso, precisamos O enunciado narrativo, por ter a representação de um
mudar a palavra flores para a primeira frase e retomá-la acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela tem-
com o anafórico elas na segunda. poralidade, na relação situação inicial e situação final, en-
Por todas essas características, diz-se que o fragmento quanto que o enunciado descritivo, não tendo transforma-
do conto de Machado é descritivo. Descrição é o tipo de ção, é atemporal.
texto em que se expõem características de seres concretos Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintá-
(pessoas, objetos, situações, etc.) consideradas fora da re- tico-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a
lação de anterioridade e de posterioridade. compreensão:
- Predominância de verbos de estado, situação ou in-
Características: dicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados
principalmente no presente e no imperfeito do indicativo
- Ao fazer a descrição enumeramos características, (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar).
comparações e inúmeros elementos sensoriais; - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que
- As personagens podem ser caracterizadas física e é descrito;
psicologicamente, ou pelas ações;
- A descrição pode ser considerada um dos elementos Exemplo:
constitutivos da dissertação e da argumentação;
“Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço
- É impossível separar narração de descrição;
entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no quei-
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes,
xo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco
mas sim a capacidade de observação que deve revelar
amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma orelha à
aquele que a realiza.
outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação.
lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não
Exemplo: “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia
tingia o bigode; tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos
mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande,
da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras.
carnuda, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito
excessivos do sexo que parecem conformados expressa- despegadas do crânio.”
mente para esposas da multidão (...)” (Raul Pompéia – O (Eça de Queiroz - O Primo Basílio)
Ateneu)
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, compa-
não existe relação de anterioridade e posterioridade entre rações, sinestesias). Exemplo:
seus enunciados.
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, “Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não
que se usem então as formas nominais, o presente e o muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês.
pretério imperfeito do indicativo, dando-se sempre pre- Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade
ferência aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e ca-
- Todavia deve predominar o emprego das compara- sava perfeitamente com os olhinhos de azougue.”
ções, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colori- (José de Alencar - Senhora)
do ao texto.
- Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo:
A característica fundamental de um texto descritivo é
essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apre- “Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa ve-
sentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, lha, e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro;
desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha
progressão de uma situação anterior para outra posterior. uma escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você
Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido
predomínio de verbos no presente ou no pretérito imper- de onde saíam três portas; no final do corredor tinha a co-
feito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em zinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e
relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça...”
marco temporal pretérito instalado no texto. (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ)
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Descrição de objetos constituídos por várias partes: A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação.
- Introdução: observações de caráter geral referentes É uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais
à procedência ou localização do objeto descrito. predominam. Porque toda técnica descritiva implica con-
- Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentá- templação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o
rios das partes que compõem o objeto, associados à expli- redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de sensi-
cação de como as partes se agrupam para formar o todo. bilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou
- Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza
todo (externamente) - formato, dimensões, material, peso, cenas ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade.
textura, cor e brilho.
- Conclusão: observações de caráter geral referentes a Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser
sua utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há
objeto em sua totalidade. maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a pre-
cisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da de-
Descrição de ambientes: notação.
- Introdução: comentário de caráter geral.
- Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura glo- Textos descritivos não-literários: A descrição técnica
bal do ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, lumi- é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usan-
nosidade e aroma (se houver). do uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é
- Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as
objetos lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, peças que os compõem, para descrever experiências, pro-
esculturas ou quaisquer outros objetos. cessos, etc. Exemplo:
- Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira
no ambiente. Folheto de propaganda de carro
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há três métodos pelos quais pode um homem chegar - Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona
a ser primeiro-ministro. O primeiro é saber, com prudência, a um fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início
como servir-se de uma pessoa, de uma filha ou de uma irmã; no começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices
o segundo, como trair ou solapar os predecessores; e o ter- de inflação que a década colecionou, agravou vários dos
ceiro, como clamar, com zelo furioso, contra a corrupção da históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência,
corte. Mas um príncipe discreto prefere nomear os que se va- principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente
lem do último desses métodos, pois os tais fanáticos sempre identificada pela população brasileira.”
se revelam os mais obsequiosos e subservientes à vontade - Proposição: o autor explicita seus objetivos.
e às paixões do amo. Tendo à sua disposição todos os car- - Convite: proposta ao leitor para que participe de al-
gos, conservam-se no poder esses ministros subordinando a guma coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na
maioria do senado, ou grande conselho, e, afinal, por via de sua”? Quer se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não
um expediente chamado anistia (cuja natureza lhe expliquei), entre pelo cano! Faça parte desse time de vencedores des-
garantem-se contra futuras prestações de contas e retiram- de a escolha desse momento!
-se da vida pública carregados com os despojos da nação.
- Contestação: contestar uma idéia ou uma situação.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
Ex: “É importante que o cidadão saiba que portar arma de
São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 234-235.
fogo não é a solução no combate à insegurança.”
Esse texto explica os três métodos pelos quais um ho- - Características: caracterização de espaços ou aspec-
mem chega a ser primeiro-ministro, aconselha o príncipe dis- tos.
creto a escolhê-lo entre os que clamam contra a corrupção - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
na corte e justifica esse conselho. Observe-se que: “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realida- televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque
de com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um de aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo,
homem particular e do que faz para chegar a ser primeiro- existem no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar
-ministro, mas do homem em geral e de todos os métodos programas) e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem
para atingir o poder); sinais recebidos). (...)”
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o as-
corte no momento em que se tornam primeiros-ministros); sunto do texto. Ex: “A principal característica do déspota
- a progressão temporal dos enunciados não tem impor- encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das
tância, pois o que importa é a relação de implicação (clamar normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o
contra a corrupção da corte implica ser corrupto depois da espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário,
nomeação para primeiro-ministro). pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer
e de suas necessidades.”
Características: - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos
que compõem o texto.
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se
temático; faz a pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entu-
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situa- siasmo pelo futebol não é uma prova de alienação?”
ção; - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de curiosidade do leitor.
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm
- Comparação: social e geográfica.
maior importância - o que importa são suas relações lógicas:
- Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
analogia, pertinência, causalidade, coexistência, correspon-
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem,
dência, implicação, etc.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e
de redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, apa-
características próprias a cada tipo de texto. rece a verdadeira doença do século...”
- Narração: narrar um fato.
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvi-
mento / Conclusão. Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresen- importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias
ta a ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvol- formas:
vimento. Tipos:
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem dis- com este tipo de abordagem.
cutidos. Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar
uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora a idéia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a
para dentro...” definição.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar si- Como ficam então aqueles trabalhadores que pas-
tuações distintas. saram à vida estudando, se especializando, para se dife-
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta renciarem e ainda estão desempregados?, como vimos no
pontos favoráveis e desfavoráveis. último concurso da prefeitura do Rio de Janeiro para “gari”,
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato havia até advogado na fila de inscrição. (E)
ou descrever uma cena. Já que a Constituição dita seu valor ao social que todos têm
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados es- o direito de trabalho, cabe aos governantes desse país, que al-
tatísticos. meja um futuro brilhante, deter, com urgência esse processo
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para de desníveis gritantes e criar soluções eficazes para combater
prováveis resultados. a crise generalizada (F), pois a uma nação doente, miserável e
- Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve desigual, não compete a tão sonhada modernidade. (G)
apresentar questionamento e reflexão.
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: concei- 1º Parágrafo – Introdução
tos, valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através A. Tema: Desemprego no Brasil.
dos porquês de uma determinada situação. Contextualização: decorrência de um processo históri-
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. co problemático.
- Exemplificação: dar exemplos.
2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fe-
chamento integrado de tudo que se argumentou. Para ela B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
convergem todas as ideias anteriormente desenvolvidas. remetem a uma análise do tema em questão.
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. dado da realidade.
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de quem propõe soluções.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
de quem lê.
7º Parágrafo: Conclusão
Exemplo:
F. Uma possível solução é apresentada.
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com
Direito de Trabalho
modernidade.
Com a queda do feudalismo no século XV, nasce um
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar
novo modelo econômico: o capitalismo, que até o século sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um
XX agia por meio da inclusão de trabalhadores e hoje pas- dos recursos que permite uma segurança maior no momento
sou a agir por meio da exclusão. (A) de dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são
A tendência do mundo contemporâneo é tornar todo atitudes que favorecem o senso crítico, essencial no desen-
o trabalho automático, devido à evolução tecnológica e a volvimento de um texto dissertativo.
necessidade de qualificação cada vez maior, o que provoca
o desemprego. Outro fator que também leva ao desempre- Ainda temos:
go de um sem número de trabalhadores é a contenção de
despesas, de gastos. (B) Tema: compreende o assunto proposto para discussão,
Segundo a Constituição, “preocupada” com essa cri- o assunto que vai ser abordado.
se social que provém dessa automatização e qualificação, Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
obriga que seja feita uma lei, em que será dada absoluta discutido.
garantia aos trabalhadores, de que, mesmo que as empre- Argumentação: é um conjunto de procedimentos lin-
sas sejam automatizadas, não perderão eles seu mercado guísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas
de trabalho. (C) opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É forne-
Não é uma utopia?! cer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma deter-
Um exemplo vivo são os bóias-frias que trabalham na minada tese.
colheita da cana de açúcar que devido ao avanço tecnoló- Estes assuntos serão vistos com mais afinco posterior-
gico e a lei do governador Geraldo Alkmin, defendendo o mente.
meio ambiente, proibindo a queima da cana de açúcar para
a colheita e substituindo-os então pelas máquinas, desem- Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são:
prega milhares deles. (D)
Em troca os sindicatos dos trabalhadores rurais dão - toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade
cursos de cabeleleiro, marcenaria, eletricista, para não per- de pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
derem o mercado de trabalho, aumentando, com isso, a - em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao
classe de trabalhos informais. tema;
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Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma - O homem, dia a dia, perde a dimensão de huma-
série de coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de nidade que abriga em si, porque os seus olhos teimam
características, funções, processos, situações, sempre ofe- apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o
recendo o complemente necessário à afirmação estabele- rodeiam.
cida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os
critérios de importância, preferência, classificação ou alea- - O espírito competitivo foi excessivamente exercido
toriamente. entre nós, de modo que hoje somos obrigados a viver
Exemplo: numa sociedade fria e inamistosa.
1- O adolescente moderno está se tornando obeso Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos
por várias causas: alimentação inadequada, falta de exer- marcam temporal e espacialmente a evolução de ideias,
cícios sistemáticos e demasiada permanência diante de processos.
computadores e aparelhos de Televisão. Exemplos:
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é gran- Tempo - A comunicação de massas é resultado de
de o número de emissoras que dedicam parte da sua pro- uma lenta evolução. Primeiro, o homem aprendeu a gru-
gramação à veiculação de programas religiosos de crenças nhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito
variadas. depois, inventou a escrita e só muitos séculos mais tarde
é que passou à comunicação de massa.
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A polêmica pró-gramática x contra gramática é bem sultado? Aí estão as estatísticas dos vestibulares. Valendo 40
antiga; na verdade, surgiu com os gregos, quando surgi- pontos a prova de redação, os escores foram estes no ves-
ram as primeiras gramáticas. Definida como “arte”, “arte tibular 1996/1, na PUC-RS: nota zero: 10% dos candidatos,
de escrever”, percebe-se que subjaz à definição a ideia da nota 01: 30%; nota 02: 40%; nota 03: 15%; nota 04: 5%. Ou
sua importância para a prática da língua. São da mesma seja, apenas 20% dos candidatos escreveram um texto que
época também as primeiras críticas, como se pode ler em pode ser considerado bom.
Apolônio de Rodes, poeta Alexandrino do séc. II a.C.: “Raça Finalmente pode-se invocar mais um argumento, lem-
de gramáticos, roedores que ratais na musa de outrem, es- brando que são os gramáticos, os linguistas - como especia-
túpidas lagartas que sujais as grandes obras, ó flagelo dos listas das línguas - as pessoas que conhecem mais a fundo a
poetas que mergulhais o espírito das crianças na escuridão, estrutura e o funcionamento dos códigos linguísticos. Que se
ide para o diabo, percevejos que devorais os versos belos”. esperaria, de fato, se houvesse significativa influência do co-
Na atualidade, é grande o número de educadores, filó- nhecimento teórico da língua sobre o desempenho? A respos-
logos e linguistas de reconhecido saber que negam a rela- ta é óbvia: os gramáticos e os linguistas seriam sempre os me-
ção entre o estudo intencional da gramática e a melhora do lhores escritores. Como na prática isso realmente não aconte-
desempenho linguístico do usuário. Entre esses especialis- ce, fica provada uma vez mais a tese que se vem defendendo.
tas, deve-se mencionar o nome do Prof. Celso Pedro Luft Vale também o raciocínio inverso: se a relação fosse sig-
com sus obra “Língua e liberdade: por uma nova concepção nificativa, deveriam os melhores escritores conhecer - teori-
camente - a língua em profundidade. Isso, no entanto, não se
de língua materna e seu ensino” (L&PM, 1995). Com efeito,
confirma na realidade: Monteiro Lobato, quando estudante,
o velho pesquisar apaixonado pelos problemas da língua,
foi reprovado em língua portuguesa (muito provavelmente
teórico de espírito lúcido e de larga formação linguística,
por desconhecer teoria gramatical); Machado de Assis, ao
reúne numa mesma obra convincente fundamentação para
folhar uma gramática declarou que nada havia entendido;
seu combate veemente contra o ensino da gramática em dificilmente um Luis Fernando Veríssimo saberia o que é um
sala de aula. Por oportuno, uma citação apenas: morfema; nem é de se crer que todos os nossos bons escri-
“Quem sabe, lendo este livro muitos professores talvez tores seriam aprovados num teste de Português à maneira
abandonem a superstição da teoria gramatical, desistindo tradicional (e, no entanto eles são os senhores da língua!).
de querer ensinar a língua por definições, classificações, Portanto, não há como salvar o ensino da língua, como
análises inconsistentes e precárias hauridas em gramáticas. recuperar linguisticamente os alunos, como promover um
Já seria um grande benefício”. melhor desempenho linguístico mediante o ensino-estudo
Deixando-se de lado a perspectiva teórica do Mestre, da teoria gramatical. O caminho é seguramente outro.
acima referida suponha-se que se deva recuperar linguis-
ticamente um jovem estudante universitário cujo texto Gilberto Scarton
apresente preocupantes problemas de concordância, re-
gência, colocação, ortografia, pontuação, adequação vo- Eis o esquema do texto em seus quatro estágios:
cabular, coesão, coerência, informatividade, entre outros.
E, estimando-lhe melhoras, lhe fosse dada uma gramática Primeiro Estágio: primeiro parágrafo, em que se enun-
que ele passaria a estudar: que é fonética? Que é fonolo- cia claramente a tese a ser defendida.
gia? Que é fonemas? Morfema? Qual é coletivo de borbo- Segundo Estágio: segundo parágrafo, em que se defi-
leta? O feminino de cupim? Como se chama quem nasce nem as expressões “estudo intencional da gramática” e “de-
na Província de Entre-Douro-e-Minho? Que é oração su- sempenho lingüístico”, citadas na tese.
bordinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio? E Terceiro Estágio: terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo
decorasse regras de ortografia, fizesse lista de homônimos, e oitavo parágrafos, em que se apresentam os argumentos.
parônimos, de verbos irregulares... e estudasse o plural de - Terceiro parágrafo: parágrafo introdutório à argumen-
compostos, todas regras de concordância, regências... os tação.
casos de próclise, mesóclise e ênclise. E que, ao cabo de - Quarto parágrafo: argumento de autoridade.
- Quinto parágrafo: argumento com base em ilustração
todo esse processo, se voltasse a examinar o desempenho
hipotética.
do jovem estudante na produção de um texto. A melhora
- Sexto parágrafo: argumento com base em dados es-
seria, indubitavelmente, pouco significativa; uma pequena
tatísticos.
melhora, talvez, na gramática da frase, mas o problema de
- Sétimo e oitavo parágrafo: argumento com base em
coesão, de coerência, de informatividade - quem sabe os fatos.
mais graves - haveriam de continuar. Quanto mais não seja
porque a gramática tradicional não dá conta dos mecanis- Quarto Estágio: último parágrafo, em que se apresenta
mos que presidem à construção do texto. a conclusão.
Poder-se-á objetar que a ilustração de há pouco é ape-
nas hipotética e que, por isso, um argumento de pouco A Argumentação Informal
valor. Contra argumentar-se-ia dizendo que situação como
essa ocorre de fato na prática. Na verdade, todo o ensino A nomenclatura também é de Othon Garcia, na obra já
de 1° e 2° graus é gramaticalista, descritivista, definitório, referida. A argumentação informal apresenta os seguintes
classificatório, nomenclaturista, prescritivista, teórico. O re- estágios:
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Nota: Uma frase injuntiva é uma frase que exprime Texto organizado em itens:
uma ordem, dada ao locutor, para executar (ou não exe-
cutar) tal ou tal ação. As formas verbais específicas destas Para economizar nas compras
frases estão no modo injuntivo e o imperativo é uma das
formas do injuntivo. Quem deseja economizar ao comprar deve:
- estabelecer um valor máximo para gastar;
Textos Injuntivo-Instrucionais: Instruções de mon- - escolher previamente aquilo que deseja comprar an-
tagem, receitas, horóscopos, provérbios, slogans... são tes de ir à loja ou entrar em sites de compra;
textos que incitam à ação, impõem regras; textos que for- - pesquisar os preços em diferentes lojas e sites, se
necem instruções. São orientados para um comportamen- possível;
to futuro do destinatário. - não se deixar levar completamente pelas sugestões
dos vendedores nem pelos apelos das propagandas;
Texto Injuntivo - A necessidade de explicar e orien- - optar pela forma de pagamento mais cômoda, sem
tar por escrito o modo de realizar determinados procedi- se esquecer de que o uso do cartão de crédito exige certa
mentos, manipular instrumentos, desenvolver atividades cautela e planejamento.
lúdicas e desempenhar algumas funções profissionais, por Do mais, é só ir às compras e aproveitar!
exemplo, deu origem aos chamados textos injuntivos, nos
quais prevalece a função apelativa da linguagem, criando- Texto organizado em períodos:
-se uma relação direta com o receptor. É comum aos tex-
tos dessa natureza o uso dos verbos no imperativo (Abra Para economizar nas compras
o caderno de questões) ou no infinitivo (É preciso abrir o
caderno de questões, verificar o número de alternativas...). Para economizar ao comprar, primeiramente estabe-
Não apresenta caráter coercitivo, haja vista que apenas leça um valor máximo para gastar e então escolha pre-
induz o interlocutor a proceder desta ou daquela forma. viamente aquilo que deseja comprar antes de ir à loja ou
Assim, torna-se possível substituir um determinado pro- entrar em sites de compra. Se possível, pesquise os preços
cedimento em função de outro, como é o caso do que em diferentes lojas e sites; não se deixe levar completa-
ocorre com os ingredientes de uma receita culinária, por mente pelas sugestões dos vendedores nem pelos apelos
exemplo. São exemplos dessa modalidade: das propagandas e opte pela forma de pagamento mais
- A mensagem revelada pela maioria dos livros de au- cômoda: não se esqueça de que o uso do cartão de crédito
toajuda; exige certa cautela e planejamento.
- O discurso manifestado mediante um manual de Do mais, aproveite as compras!
instruções;
- As instruções materializadas por meio de uma recei- Observe que, embora ambos os textos tratem do mes-
ta culinária. mo assunto, o segundo é uma adaptação do primeiro:
tanto o modo verbal quanto a pontuação sofreram alte-
Texto Instrucional - o texto instrucional é um tipo de rações; além disso, algumas palavras foram omitidas e ou-
texto injuntivo, didático, que tem por objetivo justamen- tras acrescentadas. Isso ocorreu para que o aspecto instru-
te apresentar orientações ao receptor para que ele realize cional, conferido pelos itens do primeiro exemplo, não se
determinada atividade. Como as palavras do texto serão perdesse no segundo texto, o qual, sem essas adaptações,
transformadas em ações visando a um objetivo, ou seja, passaria a impressão de ser um mero texto expositivo.
algo deverá ser concretizado, é de suma importância que
nele haja clareza e objetividade. Dependendo do que se GÊNEROS TEXTUAIS
trata, é imprescindível haver explicações ou enumerações
em que estejam elencados os materiais a serem utilizados, Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
bem como os itens de determinados objetos que serão nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
manipulados. Por conta dessas características, é necessário produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
um título objetivo. Quanto à pontuação, frequentemente e decodificar).
empregam-se dois pontos, vírgulas e pontos e vírgulas. É
possível separar as orientações por itens ou de modo coe- Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
so, por meio de períodos. Alguns textos instrucionais pos- Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz
suem subtítulos separando em tópicos as instruções, basta ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando con-
reparar nas bulas de remédios, manuais de instruções e dições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido.
receitas. Pelo fato de o espaço destinado aos textos instru- A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que
cionais geralmente não ser muito extenso, recomenda-se o o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma
uso de períodos. Leia os exemplos. frase for retirada de seu contexto original e analisada se-
paradamente, poderá ter um significado diferente daquele
inicial.
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Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- Até que chegou um terrível pirata à procura da riqueza
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- do lugar. Para dominar Lépida, roubou de um mago um
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. elixir paralisante e despejou no principal rio. Após beberem
a água, os habitantes ficaram muito lentos, tão lentos que
Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma não conseguiram impedir a maldade do terrível pirata. Seu
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia prin- povo nunca mais foi o mesmo. Lépida foi roubada em seu
cipal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fun- maior tesouro e permaneceu estagnada por muitos anos.
damentações, as argumentações, ou explicações, que levem Um dia nasceu um menino, que foi chamado de Zim. O
ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. único entre tantos que ficou livre da maldição que passara
de geração em geração. Diferente de todos, era muito ágil
Textos Ficcionais e Não Ficcionais e, ao crescer, saiu em busca de uma solução. Encontrou
pelo caminho bruxas de olhar feroz, gigantes de três, cinco
Os textos não ficcionais baseiam-se na realidade, e os e sete cabeças, noites escuras, dias de chuva, sol intenso.
ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos
Zim tudo enfrentou.
ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da
E numa noite morna, ao deitar-se em sua cama de fo-
história.
lhas, viu ao seu lado um velho de olhos amarelos e brilhan-
tes. Era o mago que havia sido roubado pelo pirata muitos
Ficcionais: Conto; Crônica; Romance; Poemas; História
em Quadrinhos. anos antes. Zim ficou apreensivo. Mas o velho mago (que
tudo sabia) deu-lhe um frasco. Nele havia um antídoto e
Não Ficcionais: Zim compreendeu o que deveria fazer. Despejou o líquido
no rio de sua cidade.
- Jornalísticos: notícia, editorial, artigos, cartas e textos Lépida despertou diferente naquela manhã. Um copo
de divulgação científica. de água aqui, um banho ali e eram novamente braços que
se mexiam, pernas que corriam, saltos e sorrisos. E a dança
- Instrucionais: didáticos, resumos, receitas, catálogos, das sapatilhas cor-de-rosa.
índices, listas, verbetes em geral, bulas e notas explicativas (Carla Caruso)
de embalagens.
CRÔNICA
- Epistolares: bilhetes, cartas familiares e cartas formais.
Em jornais e revistas, há textos normalmente assinados
- Administrativos: requerimentos, ofícios e etc. por um escritor de ficção ou por uma pessoa especializada
em determinada área (economia, gastronomia, negócios,
FICCIONAIS entre outras) que escreve com periodicidade para uma se-
ção (por exemplo, todos os domingos para o Caderno de
CONTO Economia). Esses textos, conhecidos como crônicas, são
curtos e em geral predominantemente narrativos, podendo
É um gênero textual que apresenta um único conflito, to- apresentar alguns trechos dissertativos. Exemplo:
mado já próximo do seu desfecho. Encerra uma história com
poucas personagens, e também tempo e espaço reduzido. A A luta e a lição
linguagem pode ser formal ou informal. É uma obra de ficção
que cria um universo de seres e acontecimentos, de fanta-
Um brasileiro de 38 anos, Vítor Negrete, morreu no
sia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto
Tibete após escalar pela segunda vez o ponto culminante
apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e en-
do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de
redo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua
um cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda
pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o
conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e (e última), dispensou o cilindro, devido ao seu estado geral,
tem apenas um clímax. Exemplo: que era considerado ótimo. As façanhas dele me emocio-
naram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto,
Lépida temendo e tremendo toda a vez que viajo no bondinho do
Pão de Açúcar, fico meditando sobre os motivos que levam
Tudo lento, parado, paralisado. alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido o cume
- Maldição! - dizia um homem que tinha sido o melhor mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada
corredor daquele lugar. sem a ajuda do oxigênio suplementar. O que leva um ser
- Que tristeza a minha - lamentava uma pequena bailari- humano bem sucedido a vencer desafios assim?
na, olhando para as suas sapatilhas cor-de-rosa. Ora, dirão os entendidos, é assim que caminha a hu-
Assim estava Lépida, uma cidade muito alegre que no manidade. Se cada um repetisse meu exemplo, ficando so-
passado fora reconhecida pela leveza e agilidade de seus lidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda
habitantes. Todos muito fortes, andavam, corriam e nada- estaríamos nas cavernas, lascando o fogo com pedras, co-
vam pelos seus limpos canais. mendo animais crus e puxando nossas mulheres pelos ca-
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Observe a tirinha em quadrinhos do Calvin: - Corpo – contém o desenvolvimento mais amplo e de-
talhado dos fatos.
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liação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) – o mais si. É possível também fazer alusão a outras cartas de leito-
sério teste internacional para avaliar o desempenho esco- res, para concordar ou não com o ponto de vista expresso
lar e coordenado pela Organização para a Cooperação e nelas. A linguagem da carta costuma variar conforme o
Desenvolvimento Econômico – continua sendo implacável perfil dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraí-
com o Brasil. No exame publicado de 2012, o País aparece da, se o público é jovem, ou ter um aspecto mais formal.
na incômoda penúltima posição entre 40 países avaliados. Esse tipo de carta apresenta formato parecido com o das
O teste aponta que o aprendizado de Matemática, Lei- cartas pessoais: data, vocativo (a quem ela é dirigida), cor-
tura e Ciências durante o ciclo fundamental é sofrível, e po do texto, despedida e assinatura.
perdemos para países como Colômbia, Tailândia e México.
Já passa da hora de as autoridades melhorarem a gestão TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
de nossa Educação Pública e seguir o exemplo da pequena
Paulista. Sua finalidade discursiva pauta-se pela divulgação de
Fonte: http://www.oestadoce.com.br/noticia/ conhecimentos acerca do saber científico, assemelhan-
editorial-cidade-paraibana-e-exemplo-ao-pais do-se, portanto, com os demais gêneros circundantes no
meio educacional como um todo, entre eles, textos didáti-
ARTIGOS cos e verbetes de enciclopédias. Mediante tal pressuposto,
já temos a ideia do caráter condizente à linguagem, uma
É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas re- vez que esta se perfaz de características marcantes - a ob-
vistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posi- jetividade, isentando-se de traços pessoais por parte do
ção por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, emissor, como também por obedecer ao padrão formal
o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o da língua. Outro aspecto passível de destaque é o fato de
tema em questão através do artigo (texto jornalístico). que no texto científico, às vezes, temos a oportunidade de
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem nos deparar com determinadas terminologias e conceitos
a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, próprios da área científica a que eles se referem.
precisa apresentar bons argumentos, que consistem em Veiculados por diversos meios de comunicação, seja
verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em jornais, revistas, livros ou meio eletrônico, comparti-
em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são lham-se com uma gama de interlocutores. Razão esta que
fáceis de contestar. incide na forma como se estruturam, não seguindo um
O artigo deve começar com uma breve introdução, padrão rígido, uma vez que este se interliga a vários fato-
que descreva sucintamente o tema e refira os pontos mais res, tais como: assunto, público-alvo, emissor, momento
importantes. Um leitor deve conseguir formar uma ideia histórico, dentre outros. Mas, geralmente, no primeiro e
clara sobre o assunto e o conteúdo do artigo ao ler apenas segundo parágrafos, o autor expõe a ideia principal, sendo
a introdução. Por favor tenha em mente que embora este- representada por uma ideia ou conceito. Nos parágrafos
ja familiarizado com o tema sobre o qual está a escrever, que seguem, ocorre o desenvolvimento propriamente dito
outros leitores da podem não o estar. Assim, é importante da ideia, lembrando que tais argumentos são subsidiados
clarificar cedo o contexto do artigo. Por exemplo, em vez em fontes verdadeiramente passíveis de comprovação -
de escrever: comparações, dados estatísticos, relações de causa e efei-
Guano é um personagem que faz o papel de mascote to, dentre outras.
do grupo Lily Mu. Seria mais informativo escrever:
Guano é um personagem da série de desenho ani- NÃO FICCIONAIS – INSTRUCIONAIS
mado Kappa Mikey que faz o papel de mascote do grupo
Lily Mu. DIDÁTICOS
Caracterize o assunto, especialmente se existirem opi-
niões diferentes sobre o tema. Seja objetivo. Evite o uso Na leitura de um texto didático, é preciso apanhar
de eufemismos e de calão ou gíria, e explique o jargão. suas ideias fundamentais. Um texto didático é um texto
No final do artigo deve listar as referências utilizadas, e ao conceitual, ou seja, não figurativo. Nele os termos signi-
longo do artigo deve citar a fonte das afirmações feitas, ficam exatamente aquilo que denotam, sendo descabida
especialmente se estas forem controversas ou suscitarem a atribuição de segundos sentidos ou valores conotativos
dúvidas. aos termos. Num texto didático devem se analisar ainda
com todo o cuidado os elementos de coesão. Deve-se ob-
CARTAS servar a expectativa de sentido que eles criam, para que
possa entender bem o texto.
Na maioria dos jornais e revistas, há uma seção desti- O entendimento do texto didático de uma determina-
nada a cartas do leitor. Ela oferece um espaço para o leitor da disciplina requer o conhecimento do significado exato
elogiar ou criticar uma matéria publicada, ou fazer suges- dos termos com que ela opera. Conhecer esses termos sig-
tões. Os comentários podem referir-se às ideias de um nifica conhecer um conjunto de princípios e de conceitos
texto, com as quais o leitor concorda ou não; à maneira sobre os quais repousa uma determinada ciência, certa
como o assunto foi abordado; ou à qualidade do texto em teoria, um campo do saber. O uso da terminologia cien-
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Bula (medicamento) - folha com informações sobre carta, a mesma deverá ser colocada em um envelope para
medicamentos. Nome que se dá ao conjunto de informa- ser enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior do
ções sobre um medicamento que obrigatoriamente os la- envelope deve-se conter alguns dados muito importantes
boratórios farmacêuticos devem acrescentar à embalagem tais como: nome do destinatário, endereço (rua, bairro e
de seus produtos vendidos no varejo. As informações po- cidade) e por fim o CEP. Já o remetente (quem vai enviar
dem ser direcionadas aos usuários dos medicamentos, aos a carta), também deve inserir na carta os mesmos dados
profissionais de saúde ou a ambos. que o do destinatário, que devem ser escritos na parte
da frente do envelope. E por fim deve ser colocado no
NOTAS EXPLICATIVAS DE EMBALAGENS envelope um selo que serve para que a carta seja levada à
pessoa mencionada.
As notas explicativas servem para que o fabricante do
produto esclareça ou explique aspectos da composição, NÃO FICCIONAIS – ADMINISTRATIVOS
nutrição, advertências a respeito do produto.
REQUERIMENTOS
NÃO FICCIONAIS – EPISTOLARES
É o instrumento por meio do qual o interessado re-
BILHETES quer a uma autoridade administrativa um direito do qual
se julga detentor. Estrutura:
O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as pes- - Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário),
soas, para pedir, agradecer, oferecer, informar, desculpar ou seja, da autoridade competente.
ou perguntar. O bilhete é composto normalmente de: data, - Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re-
nome do destinatário antecedido de um cumprimento, querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qua-
mensagem, despedida e nome do remetente. Exemplo: lificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documen-
to de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins
Belinha, de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei
Passei na sua casa para contar o que aconteceu comigo
10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor
ontem à noite.
da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação ci-
Telefone para mim hoje à tarde, que eu vou contar tudi-
vil deve ser colocado o número do registro funcional e a
nho para você!
lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando
Um beijinho da amiga Juliana. 14/03/2013
os fundamentos legais do requerimento e os elementos
probatórios de natureza fática.
CARTAS FAMILIARES E CARTAS FORMAIS
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou
diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação.
Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do cargo.
tratamento, por exemplo, se começamos a carta no trata-
mento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira OFÍCIOS
pessoa, seguindo também os pronomes e formas verbais
na terceira pessoa. Há vários tipos de cartas, o formato da O Ofício deve conter as seguintes partes:
carta depende do seu conteúdo:
- Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que órgão que o expede. Exemplos:
assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são
escritas de uma maneira particular. Of. 123/2002-MME
- Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e segu- Aviso 123/2002-SG
ro de comunicação dentro de uma organização. A lingua- Mem. 123/2002-MF
gem deve ser clara, simples, correta e objetiva.
- Local e data. Devem vir por extenso com alinha-
A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem mento à direita. Exemplo:
analisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-
se observar a concordância, a pontuação e a maneira de Brasília, 20 de maio de 2013
escrever com início, meio e então o fim, contendo tam- - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
bém um cabeçalho e se for uma carta formal, deve conter
pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e Assunto: Produtividade do órgão em 2012.
por fim a finalização da carta que deve conter somente um Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
cumprimento formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus dores.
etc.). Depois de todos esses itens terem sido colocados na
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem ser definido como qualquer recurso que torna uma coisa
é dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser in- mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no do-
cluído também o endereço. mínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a ou-
- Texto. Nos casos em que não for de mero encami- tra, mais possível que a outra, mais desejável que a outra,
nhamento de documentos, o expediente deve conter a se- é preferível à outra.
guinte estrutura: O objetivo da argumentação não é demonstrar a ver-
dade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como ver-
Introdução: que se confunde com o parágrafo de dadeiro o que o enunciador está propondo.
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argu-
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, mentação. O primeiro opera no domínio do necessário,
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”, empregue ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva
a forma direta; necessariamente das premissas propostas, que se deduz
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de
maior clareza à exposição; premissas e conclusões.
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea-
presentada a posição recomendada sobre o assunto. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca-
deamento:
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou A é igual a B.
títulos e subtítulos. A é igual a C.
Então: C é igual a A.
Argumentação
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma riamente, que C é igual a A.
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma Outro exemplo:
imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujei-
to educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja Todo ruminante é um mamífero.
que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, A vaca é um ruminante.
tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que Logo, a vaca é um mamífero.
o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comuni- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a con-
cação, todo texto contém um componente argumentativo. clusão também será verdadeira.
A argumentação é o conjunto de recursos de natureza lin- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes.
guística destinados a persuadir a pessoa a quem a comu- Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por
nicação se destina. Está presente em todo tipo de texto isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a mais
e visa a promover adesão às teses e aos pontos de vista provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma
defendidos. propaganda dizendo-se mais confiável do que os concor-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja rentes porque existe desde a chegada da família real por-
apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível tuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um banco
para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso,
mais que isso: como se disse acima, é um recurso de lin- confiável. Embora não haja relação necessária entre a so-
guagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo lidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta
que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de
sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio um banco. Portanto é provável que se creia que um banco
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de mais antigo seja mais confiável do que outro fundado há
recursos de linguagem. dois ou três anos.
Para compreender claramente o que é um argumento, Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do sécu- quase impossível, tantas são as formas de que nos vale-
lo IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são mos para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra.
úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. Por isso, é importante entender bem como eles funcionam.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Já vimos diversas características dos argumentos. É
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisa- preciso acrescentar mais uma: o convencimento do inter-
mos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos locutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo,
de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a ri- será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estiverem
queza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus valo-
qual das duas é mais desejável. O argumento pode então res. Não se pode convencer um auditório pertencente a
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LÍNGUA PORTUGUESA
uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina. Será var alguma delas. Parte da ideia de que o consenso, mesmo
mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele conside- que equivocado, corresponde ao indiscutível, ao verdadei-
ra positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com ro e, portanto, é melhor do que aquilo que não desfruta
frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as
Nos Estados Unidos, essa associação certamente não sur- afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido
tiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado da mesma e de que as condições de vida são piores nos países sub-
forma que no Brasil. O poder persuasivo de um argumento desenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se
está vinculado ao que é valorizado ou desvalorizado numa o risco de passar dos argumentos válidos para os lugares
dada cultura. comuns, os preconceitos e as frases carentes de qualquer
base científica.
Tipos de Argumento
Argumento de Existência
Já verificamos que qualquer recurso linguístico desti-
nado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enun- É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil
ciador é um argumento. Exemplo: aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo
que é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria
Argumento de Autoridade popular enuncia o argumento de existência no provérbio
“Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco- Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas docu-
nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domí- mentais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.)
nio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador ou provas concretas, que tornam mais aceitável uma afir-
está propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: mação genérica. Durante a invasão do Iraque, por exem-
revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do plo, os jornais diziam que o exército americano era muito
assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do mais poderoso do que o iraquiano. Essa afirmação, sem
autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um ser acompanhada de provas concretas, poderia ser vista
amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e como propagandística. No entanto, quando documenta-
verdadeira. Exemplo: da pela comparação do número de canhões, de carros de
combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
“A imaginação é mais importante do que o conhecimen-
to.”
Argumento quase lógico
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein.
É aquele que opera com base nas relações lógicas,
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação,
não há conhecimento. Nunca o inverso. como causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc.
Esses raciocínios são chamados quase lógicos porque, di-
Alex José Periscinoto. versamente dos raciocínios lógicos, eles não pretendem
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 estabelecer relações necessárias entre os elementos, mas
sim instituir relações prováveis, possíveis, plausíveis. Por
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
mais importante do que o conhecimento. Para levar o audi- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identida-
tório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais célebres de lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo
cientistas do mundo. Se um físico de renome mundial disse meu é meu amigo” não se institui uma identidade lógica,
isso, então as pessoas devem acreditar que é verdade. mas uma identidade provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais fa-
Argumento de Quantidade cilmente aceito do que um texto incoerente. Vários são os
defeitos que concorrem para desqualificar o texto do pon-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo to de vista lógico: fugir do tema proposto, cair em con-
maior número de pessoas, o que existe em maior núme- tradição, tirar conclusões que não se fundamentam nos
ro, o que tem maior duração, o que tem maior número dados apresentados, ilustrar afirmações gerais com fatos
de adeptos, etc. O fundamento desse tipo de argumento inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
é que mais = melhor. A publicidade faz largo uso do argu- indevidas.
mento de quantidade.
Argumento do Atributo
Argumento do Consenso
É aquele que considera melhor o que tem proprieda-
É uma variante do argumento de quantidade. Funda- des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por
menta-se em afirmações que, numa determinada época, exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais
são aceitas como verdadeiras e, portanto, dispensam com-
refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc.
provações, a menos que o objetivo do texto seja compro-
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LÍNGUA PORTUGUESA
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita fre- agredido. Essas palavras podem ter valor positivo (paz, jus-
quência, celebridades recomendando prédios residenciais, tiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas de valor
produtos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
no fato de que o consumidor tende a associar o produto injustiça, corrupção).
anunciado com atributos da celebridade. - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru-
Uma variante do argumento de atributo é o argumento badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos
da competência linguística. A utilização da variante culta e os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de polí-
formal da língua que o produtor do texto conhece a norma tico honesto para destruir o argumento.
linguística socialmente mais valorizada e, por conseguin- - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor,
te, deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse fora do contexto adequado, sem o significado apropriado,
sentido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subje-
ao que se diz. tiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O impe-
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado rialismo de certas indústrias não permite que outras cres-
de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê cam”, em que o termo imperialismo é descabido, uma vez
-lo das duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira se- que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
ria infinitamente mais adequada para a persuasão do que a outros à sua dependência política e econômica”.
segunda, pois esta produziria certa estranheza e não criaria
uma imagem de competência do médico: A boa argumentação é aquela que está de acordo com
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo-
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e le- nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem
vando em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equi- se dirige a comunicação, o assunto, etc).
pe médica houve por bem determinar o internamento do Convém ainda alertar que não se convence ninguém
governador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 de com manifestações de sinceridade do autor (como eu,
fevereiro de 2001. que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio fir-
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o governa- memente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a
dor no hospital por três dias. certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida-
de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
Como dissemos antes, todo texto tem uma função ar- construir um texto que revele isso. Em outros termos, es-
gumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
sério, para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo A argumentação é a exploração de recursos para fa-
ato de comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais zer parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com
neutro que pretenda ser, um texto tem sempre uma orien- isso, levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naqui-
tação argumentativa. lo que ele diz.
A orientação argumentativa é uma certa direção que Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
o falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
ao falar de um homem público, pode ter a intenção de cri- mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
ticá-lo, de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo
grandeza. pelo qual se estabelecem relações para chegar à conclu-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu são, com base em premissas. Persuadir é um processo de
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencimento, por meio da argumentação, no qual pro-
certos episódios e revelando outros, escolhendo determi- cura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
nadas palavras e não outras, etc. Veja: pensamento e seu comportamento.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persua-
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras são válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
trocavam abraços afetuosos.” uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
alguma coisa inesperada. até o choro.
Além dos defeitos de argumentação mencionados Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
citar outros: mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sen- a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
tido tão amplo, que serve de argumento para um ponto convencer. Na verdade, a escolha dos dados levantados,
de vista e seu contrário. São noções confusas, como paz, a maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada
que, paradoxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
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LÍNGUA PORTUGUESA
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumen- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a
tos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração
como discussão, debate, questionamento, o que implica a pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável
liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou para o processo dedutivo.
concordar parcialmente. A liberdade de questionar é fun- A forma de argumentação mais empregada na reda-
damental, mas não é suficiente para organizar um texto ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras
dissertativo. É necessária também a exposição dos funda- cartesianas, que contém três proposições: duas premissas,
mentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de maior e menor, e a conclusão. As três proposições são enca-
vista. deadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da maior
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu- por intermédio da menor. A premissa maior deve ser uni-
de argumentativa. A argumentação está presente em qual- versal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracteriza
quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que a universalidade.
ela melhor se evidencia. Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
Para discutir um tema, para confrontar argumentos (silogística), que parte do geral para o particular, e a indu-
e posições, é necessária a capacidade de conhecer ou- ção, que vai do particular para o geral. A expressão formal
tros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho
discussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos das consequências, baseia-se em uma conexão descenden-
opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade te (do geral para o particular) que leva à conclusão. Segun-
aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender do esse método, partindo-se de teorias gerais, de verdades
a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
ver as seguintes habilidades: fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor causa para o efeito. Exemplo:
de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
posição totalmente contrária; Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer-
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate sal)
e quais os argumentos que essa pessoa imaginária pos- Fulano é homem (premissa menor = particular)
sivelmente apresentaria contra a argumentação proposta; Logo, Fulano é mortal (conclusão)
- refutação: argumentos e razões contra a argumen-
tação oposta. A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
baseiase em uma conexão ascendente, do particular para o
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às leis
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos para
conclusões válidas, como se procede no método dialético. os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do raciocínio se
O método dialético não envolve apenas questões ideoló- faz do efeito para a causa. Exemplo:
gicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro- O calor dilata o ferro (particular)
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da O calor dilata o bronze (particular)
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. O calor dilata o cobre (particular)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O ferro, o bronze, o cobre são metais
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na dedu- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
ção, que parte do simples para o complexo. Para ele, ver-
dade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio tor- Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser
na-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas
o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas premissas também o forem. Se há erro ou equívoco na
proposições mais simples até alcançar, por meio de dedu- apreciação dos fatos, pode-se partir de premissas verdadei-
ções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, ras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se, desse modo,
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, o sofisma. Uma definição inexata, uma divisão incompleta,
ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os a ignorância da causa, a falsa analogia são algumas causas
seus elementos e determinar o lugar de cada um no con- do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção delibera-
junto da dedução. da de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental essas intenções propositais, costuma-se chamar esse pro-
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes cesso de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
contínuos do espírito em busca da verdade: - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
- evidência; - Lógico, concordo.
- divisão ou análise; - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- ordem ou dedução; - Claro que não!
- enumeração. - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da As definições dos dicionários de língua são feitas por
linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró- meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me-
prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o talinguística que consiste em estabelecer uma relação de
elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a equivalência entre a palavra e seus significados.
característica que o diferencia dos outros elementos dessa A força do texto dissertativo está em sua fundamen-
mesma espécie. tação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma
Entre os vários processos de exposição de ideias, a de- razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de
finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito vista deve ser demonstrada com argumentos válidos. O
das ciências. A definição científica ou didática é denotativa, ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem
ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual, valor, se não estiver acompanhado de uma fundamentação
enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de coerente e adequada.
sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica, Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a
a definição consta de três elementos: lógica clássica, que foram abordados anteriormente, auxi-
- o termo a ser definido; liam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a ar-
gumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus
- o gênero ou espécie;
elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e as
- a diferença específica.
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se
na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender
O que distingue o termo definido de outros elementos a reconhecer os elementos que constituem um argumen-
da mesma espécie. Exemplo: to: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida,
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há
contradição. Para isso é que se aprende os processos de
Elemento especie diferença raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
a ser definido específica raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um
tipo específico de relação entre as premissas e a conclusão.
É muito comum formular definições de maneira defei-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente cedimentos argumentativos mais empregados para com-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa- meração, comparação.
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para
por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser
sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que considerando os dados; conforme os dados apresentados. Fa-
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- z-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e
mento ou ferramenta ou instalação”; consequências, usando-se comumente as expressões: por-
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficiente- de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
mente restrito para que a diferença possa ser percebida sem
dificuldade; Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
prisma”; munho e pela interpretação. Na explicitação por definição,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não cons- empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no en-
tender de, no pensamento de. A explicitação se faz também
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé-
pela interpretação, em que são comuns as seguintes ex-
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e
pressões: parece, assim, desse ponto de vista.
também definição expandida;d
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma se-
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) quência de elementos que comprovam uma opinião, tais
+ adjuntos (as diferenças). como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma se-
quência de tempo, em que são frequentes as expressões:
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LÍNGUA PORTUGUESA
primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em se- toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião pessoal
guida, então, presentemente, antigamente, depois de, antes só terá validade se fundamentada na evidência dos fatos,
de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respecti- ou seja, se acompanhada de provas, validade dos argu-
vamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de mentos, porém, pode ser contestada por meio da contra
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, aco- -argumentação ou refutação. São vários os processos de
lá, ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, contra-argumentação:
na capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de-
Comparação: Analogia e contraste são as duas manei- monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico
ras de se estabelecer a comparação, com a finalidade de é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula
comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns “O lobo e o cordeiro”;
as expressões: da mesma forma, tal como, tanto quanto, as-
sim como, igualmente. Para estabelecer contraste, empre- Refutação por exclusão: consiste em propor várias
gam-se as expressões: mais que, menos que, melhor que, hipóteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aque-
pior que. la que se julga verdadeira;
Entre outros tipos de argumentos empregados para Desqualificação do argumento: atribui-se o argu-
aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo mento à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restrin-
encontram-se: gindo-se a universalidade da afirmação;
Argumento de autoridade: O saber notório de uma Ataque ao argumento pelo testemunho de autori-
autoridade reconhecida em certa área do conhecimen- dade: consiste em refutar um argumento empregando os
to dá apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação
trazer para o enunciado a credibilidade da autoridade ci- apresentada;
tada. Lembre-se que as citações literais no corpo de um
texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer Desqualificar dados concretos apresentados: con-
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela con- siste em desautorizar dados reais, demonstrando que o
tidos na linha de raciocínio que ele considera mais ade- enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou con-
quada para explicar ou justificar um fato ou fenômeno. clusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se na ar-
Esse tipo de argumento tem mais caráter confirmatório gumentação afirmou-se, por meio de dados estatísticos,
que comprobatório. que “o controle demográfico produz o desenvolvimento”,
afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispen- em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
sam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é acei- Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
to como válido por consenso, pelo menos em determinado desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se
- A declaração que expressa uma verdade universal (o Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possí-
homem, mortal, aspira à imortalidade); veis para desenvolver um tema, que podem ser analisadas
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas. Elege-
postulados e axiomas); se um tema, e, em seguida, sugerem-se os procedimentos
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de que devem ser adotados para a elaboração de um Plano
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que de Redação.
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo). evolução tecnológica
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema O texto deixa implícito que:
e com o argumento básico; - Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen- dos craques citados;
do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias - Esses craques são referência de alto nível em sua es-
transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam e pecialidade esportiva;
corroboram a ideia do argumento básico; - Há uma oposição entre Neto e esses craques no que
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando diz respeito ao tempo disponível para evoluir.
uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
obedecendo às partes principais da estrutura do texto, que Todos os textos transmitem explicitamente certas infor-
poderia ser mais ou menos a seguinte: mações, enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo,
o texto acima não explicita que existe a possibilidade de
Introdução Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclusão
do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz tam-
- função social da ciência e da tecnologia; bém com explicitude que há oposição entre Neto e os ou-
- definições de ciência e tecnologia; tros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. para evoluir. A escolha do conector “mas” entre a segunda
e a primeira oração só é possível levando em conta esse
Desenvolvimento dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto
do que aqueles que aparecem explícitos na sua superfície.
- apresentação de aspectos positivos e negativos do Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um
desenvolvimento tecnológico; tipo de significado quanto o outro, o que, em outras pa-
- como o desenvolvimento científico-tecnológico mo- lavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o
dificou as condições de vida no mundo atual; leitor passará por cima de significados importantes ou, o
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecno- que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista
logicamente desenvolvida e a dependência tecnológica que rejeitaria se os percebesse.
dos países subdesenvolvidos; Os significados implícitos costumam ser classificados
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
social;
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica-
vida do passado; apontar semelhanças e diferenças; das logicamente no sentido de certas palavras ou expres-
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:
tros urbanos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para “André tornou-se um antitabagista convicto.”
humanizar mais a sociedade.
A informação explícita é que hoje André é um antitaba-
Conclusão gista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ “vir a ser”, decorre logicamente que antes André não era
consequências maléficas; antitabagista convicto. Essa informação está pressuposta.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estra-
mentos apresentados. nho dizer que a palmeira tornou-se um vegetal.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano “Eu ainda não conheço a Europa.”
de redação: é um dos possíveis. A informação explícita é que o enunciador não tem co-
nhecimento do continente europeu. O advérbio ainda deixa
Informações implícitas: pressupostos e pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-la.
subentendidos. As informações explícitas podem ser questionadas pelo
receptor, que pode ou não concordar com elas. Os pres-
Texto: supostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos,
admitidos como tais, porque esta é uma condição para ga-
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um des- rantir a continuidade do diálogo e também para fornecer
ses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), fundamento às afirmações explícitas. Isso significa que, se
mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).” o pressuposto é falso, a informação explícita não tem ca-
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15. bimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a
aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer “Até Maria
Esse texto diz explicitamente que: compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o pressuposto
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são cra- da inclusão de um elemento inesperado.
ques; Na leitura, é muito importante detectar os pressupos-
- Neto não tem o mesmo nível desses craques; tos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a levar
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente. o receptor a aceitar a orientação argumentativa do emis-
sor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto,
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LÍNGUA PORTUGUESA
o enunciador pretende transformar seu interlocutor em Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea co-
cúmplice, pois a ideia implícita não é posta em discussão, pydesk.
e todos os argumentos explícitos só contribuem para con- O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de
firmála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema de que copidesque não existia em português.
pensamento montado pelo enunciador.
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades - Certos advérbios
incontestáveis” que estão na base de muitos discursos po-
líticos, como o que segue: A produção automobilística brasileira está totalmente
nas mãos das multinacionais.
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil
resolvido o problema da seca no Nordeste.” indústria automobilística nacional.
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa
a mudança do curso do São Francisco e, por consequên- - Você conferiu o resultado da loteria?
cia, a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo - Hoje não.
não teria continuidade se um interlocutor não admitisse A negação precedida de um advérbio de tempo de
ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, âmbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas
haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém in- nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o
terviesse com uma pergunta deste tipo: ato de conferir o resultado da loteria.
- Orações adjetivas
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do
rio?” Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor rua, fecham os cruzamentos, etc.
permite levar adiante o debate; sua negação compromete O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se im-
o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se cons- portam com a coletividade.
trói a argumentação, e daí nenhum argumento tem mais
importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o Os brasileiros que não se importam com a coletividade
diálogo não é possível ou não tem sentido. só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode rua, fecham os cruzamentos, etc.
ser embaraçosa ou não, dependendo do que está pressu- Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros
posto em cada situação. Para alguém que não faz segredo não se importam com a coletividade.
sobre a mudança de emprego, não causa o menor emba-
raço uma pergunta como esta: No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo,
é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas ex-
“Como vai você no seu novo emprego?” pressam se refere à totalidade dos elementos de um con-
junto; as restritivas, que o que elas dizem concerne apenas
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do tex-
dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo empre- to escreverá uma restritiva ou uma explicativa segundo o
go e quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. pressuposto que quiser comunicar.
O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o inter-
rogado tem um emprego diferente do anterior. Subentendidos: são insinuações contidas em uma fra-
se ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa
Marcadores de Pressupostos estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial
e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento,
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”,
substantivo poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada.
Julinha foi minha primeira filha. Há uma diferença capital entre o pressuposto e o su-
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as bentendido. O primeiro é uma informação estabelecida
outras nasceram depois de Julinha. como indiscutível tanto para o emissor quanto para o re-
Destruíram a outra igreja do povoado. ceptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode
igreja além da usada como referência. ser negado, mas o emissor coloca o implicitamente para
que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade
- Certos verbos do receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido
literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor
Renato continua doente. depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado aci-
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente ma, se o dono da casa disser que é muito pouco higiênico
no momento anterior ao presente. fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também
acha e que apenas constatou a intensidade do frio.
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Meus oito anos Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é mui-
to utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia, aqui
Oh! Que saudade que tenho o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto pri-
Da aurora da minha vida, mitivo conservando suas ideias, não há mudança do senti-
Da minha infância querida do principal do texto que é a saudade da terra natal.
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar
Naquelas tardes fagueiras outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas
À sombra das bananeiras e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da lín-
Debaixo dos laranjais! gua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação,
(Casimiro de Abreu) a voz do texto original é retomada para transformar seu
sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas ver-
“Meus oito anos” dades incontestadas anteriormente, com esse processo
há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma
Oh! Que saudade que tenho busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
Da aurora da minha vida, da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo
Da minha infância querida dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são
Que os anos não trazem mais abordados de maneira cômica e contestadora, provocando
Naquele quintal de terra risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada
Da rua São Antonio pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado ante-
Debaixo da bananeira riormente, teremos, agora, uma paródia.
Sem nenhum laranjais!
Texto Original
A intertextualidade acontece quando há uma referência Minha terra tem palmeiras
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode Onde canta o sabiá,
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, As aves que aqui gorjeiam
filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra
Não gorjeiam como lá.
ocorre a intertextualidade.
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o ob-
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
jeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor
do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é
Paródia
oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de
Minha terra tem palmares
mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando
onde gorjeia o mar
há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer
os passarinhos daqui
afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Vejamos duas das formas: a Paráfrase e a Paródia. não cantam como os de lá.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)
do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto O nome Palmares, escrito com letra minúscula, subs-
citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. Temos titui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social
um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por
livro “Paródia, paráfrase & Cia” : Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido
do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravi-
Texto Original dão existente no Brasil.
Minha terra tem palmeiras Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente
Onde canta o sabiá, apontar-se como um dos fatores de textualidade a refe-
As aves que aqui gorjeiam rência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados
Não gorjeiam como lá. estes num sentido bem amplo (orais, escritos, visuais - ar-
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) tes plásticas, cinema - , música, propaganda etc.) A esse
“diálogo”entre textos dá-se o nome de intertextualidade.
Paráfrase Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “co-
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos nhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? A intertextualidade pressupõe um universo cultural
Eu tão esquecido de minha terra… muito amplo e complexo, pois implica a identificação / o
Ai terra que tem palmeiras reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos
Onde canta o sabiá! mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e a capacidade de interpretar a função daquela citação ou
Bahia”) alusão em questão.
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Entre os variadíssimos tipos de referências, há provér- - a que se associa ao caráter formal, que pode ou não
bios, ditos populares, frases bíblicas ou obras / trechos de estar ligado à tipologia textual como, por exemplo, textos
obras constantemente citados, literalmente ou modificados, que “imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de
cujo reconhecimento é facilmente perceptível pelos interlo- relatório etc. ou que procuram imitar o estilo de um autor,
cutores em geral. Por exemplo, uma revista brasileira ado- em que comenta o seriado da TV Globo, baseado no livro
tou o slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”. Voltada de Guimarães Rosa, procurando manter a linguagem e o
fundamentalmente para um público de uma determinada estilo do escritor);
classe sociocultural, o produtor do mencionado anúncio es- - a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológi-
pera que os leitores reconheçam a frase da Bíblia (“Dize-me cos”), ligados a modelos cognitivos globais, às estruturas
com quem andas e dir-te-ei quem és”). Ao adaptar a senten- e superestruturas ou a aspectos formais de caráter linguís-
ça, a intenção da propaganda é, evidentemente, angariar a tico próprios de cada tipo de discurso e/ou a cada tipo de
confiança do leitor (e, consequentemente, a credibilidade texto: tipologias ligadas a estilos de época. Por superestru-
das informações contidas naquele periódico), pois a Bíblia tura entendem-se, entre outras, estruturas argumentativas
costuma ser tomada como um livro de pensamentos e en- (Tese anterior), premissas - argumentos (contra-argumen-
sinamentos considerados como “verdades” universalmente tos - síntese), conclusão (nova tese), estruturas narrativas
assentadas e aceitas por diversas comunidades. Outro tipo (situação - complicação - ação ou avaliação – resolução),
comum de intertextualidade é a introdução em textos de moral ou estado final etc.;
provérbios ou ditos populares, que também inspiram con- Um outro aspecto que é mencionado muito superfi-
fiança, pois costumam conter mensagens reconhecidas cialmente é o da intertextualidade linguística. Ela está liga-
como verdadeiras. São aproveitados não só em propagan- da ao que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama de
da mas ainda em variados textos orais ou escritos, literários formas do “discurso repetido”:
e não-literários. Por exemplo, ao iniciar o poema “Tecendo a - “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, dita-
manhã”, João Cabral de Melo Neto defende uma ideia: “Um dos populares; citações de vários tipos, consagradas pela
galo sozinho não tece uma manhã”. Não é necessário muito tradição cultural de uma comunidade etc.;
esforço para reconhecer que por detrás dessas palavras está - “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões
o ditado “Uma andorinha só não faz verão”. O verso inicial idiomáticas;
funciona, pois, como uma espécie de “tese”, que o texto irá - “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, em-
tentar comprovar através de argumentação poética. pregadas frequentemente mas ainda não lexicalizadas (ex.
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou “gravemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.).
construídas) e de alusões muito sutis que só são compar-
tilhadas por um pequeno número de pessoas. É o caso de A intertextualidade tem funções diferentes, dependen-
referências utilizadas em textos científicos ou jornalísticos do dos textos/contextos em que as referências (linguísticas
(Seções de Economia, de Informática, por exemplo) e em ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso “graus das fun-
obras literárias, prosa ou poesia, que às vezes remetem ções da intertextualidade”.
a uma forma e/ou a um conteúdo bastante específico(s), Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural
percebido(s) apenas por um leitor/interlocutor muito bem e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é o caso de
informado e/ou altamente letrado. Na literatura, podem-se “epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho e/ou
citar, entre muitos outros, autores estrangeiros, como Ja- a um texto. Sem dizer com isso que todas as epígrafes fun-
mes Joyce, T.S. Eliot, Umberto Eco. cionem apenas como pretextos. Em geral, o produtor do
A remissão a textos e para-textos do circuito cultural texto elege algo pertinente e condizente com a temática de
(mídia, propaganda, outdoors, nomes de marcas de produ- que trata. Existam algumas, todavia, que estão ali apenas
tos etc.) é especialmente recorrente em autores chamados para mostrar “conhecimento” de frases famosas e/ou para
pós-modernos. Para ilustrar, pode-se mencionar, entre ou- servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto”
tros escritores brasileiros, Ana Cristina Cesar, poetisa cario- não tem um papel específico nem na construção nem na
ca, que usa e “abusa” da intertextualidade em seus textos, a camada semântica do texto.
tal ponto que, sem a identificação das referências, o poema Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um
se torna, constantemente, ininteligível e chega a ser consi- verso que ocorreu a ele repentinamente (texto “A última
derado por algumas pessoas como um “amontoado aleató- crônica”, em que o autor confessa estar sem assunto e tem
rio de enunciados”, sem coerência e, portanto, desprovido de escrever). Afirma então:
de sentido.
Os teóricos costumam identificar tipos de intertextuali- “Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo
dade, entre os quais se destacam: meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembran-
- a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias ça: assim eu quereria meu último poema.”
jornalísticas que se reportam a notícias veiculadas anterior-
mente na imprensa falada e/ou escrita: textos literários ou Descreve então uma cena passada em um botequim,
não-literários que se referem a temas ou assuntos contidos em que um casal comemora modestamente o aniversário
em outros textos etc.). Podem ser explícitas (citações entre da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três
aspas, com ou sem indicação da fonte) ou implícitas (pará- velinhas brancas. O pai parecia satisfeito com o sucesso da
frases, paródias etc.); celebração, até que fica perturbado por ter sido observado,
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mas acaba por sustentar a satisfação e se abre num sorriso. Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetivi-
O autor termina a crônica, parafraseando o verso de Ma- dade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez das células,
nuel Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica: as cédulas” para concretizar um pouco mais o conceito de
que fosse pura como esse sorriso”. O verso de Bandeira não intertextualidade.
pode ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto.
A intertextualidade desempenha o papel de conferir uma Questão da Objetividade
certa “literariedade” à crônica, além de explicar o título e
servir de “fecho de ouro” para um texto que se inicia sem As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espa-
um conteúdo previamente escolhido. Não é, contudo, im- ço mental. Até parece que nossa cultura assinou um contrato
prescindível à compreensão do texto. com tais disciplinas, estipulando que lhes compete resolver
O que parece importante é que não se encare a in- tecnicamente boa parte dos conflitos gerados pela aceleração
tertextualidade apenas como a “identificação” da fonte e, das atuais mudanças sociais. É em nome do conhecimento
sim, que se procure estudá-la como um enriquecimento da objetivo que elas se julgam no direito de explicar os fenôme-
leitura e da produção de textos e, sobretudo, que se tente nos humanos e de propor soluções de ordem ética, política,
mostrar a função da sua presença na construção e no(s) ideológica ou simplesmente humanitária, sem se darem con-
sentido(s) dos textos. ta de que, fazendo isso, podem facilmente converter-se em
Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões “comodidades teóricas” para seus autores e em “comodida-
ligadas à intertextualidade influenciam tanto o processo de des práticas” para sua clientela. Também é em nome do ri-
produção como o de compreensão de textos”. gor científico que tentam construir todo o seu campo teórico
Considerada por alguns autores como uma das condi- do fenômeno humano, mas através da ideia que gostariam
ções para a existência de um texto, a intertextualidade se de ter dele, visto terem renunciado aos seus apelos e às suas
destaca por relacionar um texto concreto com a memória significações. O equívoco olhar de Narciso, fascinado por sua
textual coletiva, a memória de um grupo ou de um indiví- própria beleza, estaria substituído por um olhar frio, objetivo,
duo específico. escrupuloso, calculista e calculador: e as disciplinas humanas
Trata-se da possibilidade de os textos serem criados seriam científicas!
a partir de outros textos. As obras de caráter científico re- (Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu.
São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90)
metem explicitamente a autores reconhecidos, garantindo,
assim, a veracidade das afirmações. Nossas conversas são
Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do
entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações arma-
que se define como intertextualidade. As relações entre
zenadas em nossas mentes. O jornal está repleto de refe-
textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo
rências já supostamente conhecidas pelo leitor. A leitura
entre textos. Muitas vezes, para entender um texto na sua
de um romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer
totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele fora(m)
obra literária, nos aponta para outras obras, muitas vezes
citado(s).
de forma implícita. No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das
A nossa compreensão de textos (considerados aqui da Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço que estão
forma mais abrangente) muito dependerá da nossa expe- ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso, en-
riência de vida, das nossas vivências, das nossas leituras. tão, dispor do conhecimento de que Narciso, jovem dotado
Determinadas obras só se revelam através do conhecimen- de grande beleza, apaixonou-se por sua própria imagem
to de outras. Ao visitar um museu, por exemplo, o nosso quando a viu refletida na água de uma fonte onde foi matar
conhecimento prévio muito nos auxilia ao nos depararmos a sede. Suas tentativas de alcançar a bela imagem acabaram
com certas obras. em desespero e morte.
A noção de intertextualidade, da presença contínua de O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado,
outros textos em determinado texto, nos leva a refletir a demonstra que, dado o modo como as Ciências Humanas
respeito da individualidade e da coletividade em termos são vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado por
de criação. Já vimos anteriormente que a citação de outros sua própria beleza”, seria substituído por um “olhar frio, ob-
textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas, com que jetivo, escrupuloso, calculista e calculador”, ou seja, o olhar
objetivo? de Narciso perderia o seu tom de encantamento para se
Um texto remete a outro para defender as ideias nele transformar em algo material, sem sentimentos. A compara-
contidas ou para contestar tais ideias. Assim, para se definir ção se estende às Ciências Humanas, que, de humanas, nada
diante de determinado assunto, o autor do texto leva em mais teriam, transformando-se em disciplinas científicas.
consideração as ideias de outros “autores” e com eles dia-
loga no seu texto. Em vez das células, as cédulas
Ainda ressaltando a importância da intertextualidade,
remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-se aqui a Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao
importância do fenômeno da intertextualidade como fator documentário Arquitetura da destruição, de Peter Cohen. A
essencial à legibilidade do texto literário, e, a nosso ver, de fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme,
todos os outros textos. O texto não é mais considerado só que conta a aventura demente do nazismo, com seus so-
nas suas relações com um referente extra-textual, mas pri- nhos de beleza e suas fantasias genéticas, seus experimen-
meiro na relação estabelecida com outros textos”. tos de eugenia e purificação da raça.
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Os cientistas são engraçados: bons para inventar e pés- O vocabulário utilizado aponta para campos semân-
simos para prever. Primeiro, descobrem; depois se assus- ticos relacionados à clonagem, à raça pura, aos binômios
tam com o risco da descoberta e aí então passam a gritar arte/beleza, arte/destruição, corrupção.
“cuidado, perigo”. Fizeram isso com quase todos os inven- - Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ovelhas,
tos, inclusive com a fissão nuclear, espantando-se quando cientistas, inventos, células, clones replicantes, manipula-
“o átomo para a paz” tornou-se uma mortífera arma de ção genética, descoberta.
guerra. E estão fazendo o mesmo agora. - Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias
(...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência, genéticas, experimentos de eugenia, utopia perversa, ma-
ao procurar o bem, pode provocar involuntariamente o mal. nipulação genética, imperfeições físicas, eugenia.
O que a Arquitetura da destruição mostra é como a arte e a - Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de
estética são capazes de fazer o mesmo, isto é, como a bele- beleza, crueldade, tirano artista ditador de gênio, nietzs-
za pode servir à morte, à crueldade e à destruição. chiano, wagneriano, grandiosa ópera, diretor, protagonista,
Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acredita- espetáculos de massa e tochas acesas.
va ser alguma coisa como um “tirano-artista” nietzschiano - Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, fan-
ou um “ditador de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era tasmas.
arte,” e o mundo, uma grandiosa ópera da qual era diretor
e protagonista. Esses campos semânticos se entrecruzam, porque en-
O documentário mostra como os rituais coletivos, os globam referências múltiplas dentro do texto.
grandes espetáculos de massa, as tochas acesas (...) tudo
isso constituía um culto estético - ainda que redundante (...)
E o pior - todo esse aparato era posto a serviço da perversa 3. COERÊNCIA E COESÃO REFERENCIAL E
utopia de Hitler: a manipulação genética, a possibilidade de SEQUENCIAL:
purificação racial e de eliminação das imperfeições, prin-
3.1 RELAÇÕES ENTRE AS PARTES DO TEXTO;
cipalmente as físicas. Não importava que os mais ilustres
exemplares nazistas, eles próprios, desmoralizassem o que 3.2 IDENTIFICAÇÃO DA TESE DO TEXTO;
pregavam em termos de eugenia. 3.3 RELAÇÃO ENTRE TESE E ARGUMENTOS;
O que importava é que as pessoas queriam acreditar 3.4 ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS;
na insensatez apesar dos insensatos, como ainda há quem 3.5 PARTES PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS NO
continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca TEXTO;
mais piada do que ameaça. Já se atribui isso ao fato de que 3.6 RELAÇÕES DE SENTIDO ENTRE
a nossa arquitetura da destruição é a corrupção. Somos RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS;
craques mesmo é em clonagem financeira. O que seriam 3.7 RELAÇÃO CAUSA/CONSEQUÊNCIA ENTRE
nossos laranjas e fantasmas senão clones e replicantes vir-
PARTES E ELEMENTOS DO TEXTO;
tuais? Aqui, em vez de células, estamos interessados é em
manipular cédulas. 3.8 RELAÇÕES LÓGICO-DISCURSIVAS
(Zuenir Ventura, JB, 1997) PRESENTES NO TEXTO, MARCADAS POR
CONJUNÇÕES, ADVÉRBIOS, ETC.
Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao 4. RELAÇÕES ENTRE RECURSOS
documentário Arquitetura da destruição, o texto mantém EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO:
sua unidade de sentido na relação que estabelece com ou- 4.1 EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM
tros textos, com dados da História. TEXTOS VARIADOS;
Nesta crônica, duas propriedades do texto são facil- 4.2 EFEITO DE SENTIDO DECORRENTE
mente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção histó-
DO USO DA PONTUAÇÃO E DE OUTRAS
rica.
O texto se constrói, à medida que retoma fatos já co- NOTAÇÕES, DA ESCOLHA DE UMA
nhecidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o repertó- DETERMINADA PALAVRA OU EXPRESSÃO;
rio do leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior será a 4.3 EXPLORAÇÃO DE RECURSOS
sua competência para perceber como os textos “dialogam ORTOGRÁFICOS, MORFOSSINTÁTICOS E
uns com os outros” por meio de referências, alusões e ci- ESTILÍSTICOS.
tações.
Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou
seja, a sua intencionalidade, é preciso que o leitor tenha COERÊNCIA E COESÃO
conhecimento de fatos atuais, como as referências ao do-
cumentário recém lançado no circuito cinematográfico, à Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
ovelha clonada Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”, termos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
que dizem respeito aos envolvidos em transações econô- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
micas duvidosas. É preciso que conheça também o que foi estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
o nazismo, a figura de Hitler e sua obsessão pela raça pura, falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
e ainda tenha conhecimento da existência do filósofo Niet- a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
zsche e do compositor Wagner. elementos que compõem a oração, como também entre a
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sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam- * Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui
bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral-
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro- mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar.
cesso têm com o tema. Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- “estudo”, evitando repetição desnecessária.
ginária - composta de termos e expressões - que une os A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec-
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais,
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan-
diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, subs- do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida
tituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pro- é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se
nomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se fra- cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter-
ses, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
decorre daí a coerência textual. relação entre as duas orações).
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe- Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro-
rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao
textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais progressão textual, dada sua característica: são elementos
prejudica o entendimento do texto. Construído com os que não significam, apenas indicam, remetem aos compo-
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. nentes da situação comunicativa.
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enun- Já os componentes concentram em si a significação.
ciado não se constrói com um amontoado de palavras e Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi-
dependência e independência sintática e semântica, reco- cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de-
bertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem
estes princípios”. como os advérbios de tempo, referenciam o momento da
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Re- (presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns
lembre-se de que, por coesão, entende-se ligação, relação, dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo
nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual. ano, depois de (futuro).”
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Os adjetivos concordam com o substantivo a que se Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad-
referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos jetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
substantivos, classificam-se em: - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- têm os dois elementos flexionados.
culino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa,
mau e má, judeu e judia. Grau do Adjetivo
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no
feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a inten-
norte-americano, a moça norte-americana. sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. comparativo e o superlativo.
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acor- Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superio-
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos ridade Analítico
substantivos simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e feli- No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
zes, ruim e ruins boa e boas substantivos comparados, um tem qualidade superior. A for-
ma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça “mais...que”.
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra
que estiver qualificando um elemento for, originalmente, O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: rioridade Sintético
a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adje- Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de supe-
tivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos rioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom
cinza. /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/
Veja outros exemplos: maior, baixo/inferior.
Motos vinho (mas: motos verdes) Observe que:
Paredes musgo (mas: paredes brancas). a) As formas menor e pior são comparativos de superio-
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). ridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respec-
tivamente.
Adjetivo Composto b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais
o último elemento concorda com o substantivo a que se pequeno. Por exemplo:
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica- mentos.
rá invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- qualidades de um mesmo elemento.
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala-
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará ferioridade
invariável. Por exemplo: Sou menos passivo (do) que tolerante.
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Há locuções adverbiais que possuem advérbios corres- - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
pondentes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu artigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
apressadamente.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de - Quando indicado no singular, o artigo definido pode
modo são flexionados, sendo que os demais são todos in- indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
variáveis. A única flexão propriamente dita que existe na
categoria dos advérbios é a de grau: - No caso de nomes próprios personativos, denotando
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - do artigo: O Pedro é o xodó da família.
inconstitucionalissimamente, etc.;
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - - No caso de os nomes próprios personativos estarem
pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho. no plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias,
os Incas, Os Astecas...
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- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! - Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, tativas, que exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau!
Eia!, Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, quá-quá!, etc.
Boa! - Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo
Safa!, Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! e não a fazemos depois do “ó” vocativo.
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
- Desculpa: Perdão! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!,
Oh!, Eh! - Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas
Epa!, Ora! no diminutivo ou no superlativo: Calminha! Adeusinho!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Obrigadinho!
Quê!, Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?,
Cruz!, Putz! Interjeições, leitura e produção de textos
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!,
Raios!, Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! Usadas com muita frequência na língua falada informal,
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! quando empregadas na língua escrita, as interjeições cos-
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, tumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquiali-
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha- dade. Além disso, elas podem muitas vezes indicar traços
me, Deus! pessoais do falante - como a escassez de vocabulário, o
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos
diálogos - que comumente se faz uso das interjeições com
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
é, não sofrem variação em gênero, número e grau como sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e
os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto conteúdo mais emocional do que racional fazem das inter-
e voz como os verbos. No entanto, em uso específico, al- jeições presença constante nos textos publicitários.
gumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter
claro, neste caso, que não se trata de um processo natural Fonte:
dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, php
até loguinho.
Numeral
Locução Interjetiva
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora situa em determinada sequência.
bolas! Quem me dera! Virgem Maria! Meu Deus! Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Ó de casa! Ai de mim! Valha-me Deus! Graças a Deus! [quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Alto lá! Muito bem!
Eu quero café duplo, e você?
Observações: ...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
- As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
Por exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
Peço-lhe que me desculpe. ...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequên-
cia de “fila”]
- Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
gramaticais podem aparecer como interjeições. os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
Viva! Basta! (Verbos) a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se
Fora! Francamente! (Advérbios) trata de numerais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra- ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
Socorro!, Ajudem-me!, Silêncio!, Fique quieto! proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
dúzia, par, ambos(as), novena.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada: primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro,
triplo, quíntuplo, etc.
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões,
bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conse-
guiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido.
É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e
a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:
Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são larga-
mente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
comunitárias de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
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um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições: como, durante,
exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor
de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
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LÍNGUA PORTUGUESA
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
preposição a + artigos definidos o, os termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
a + o = ao Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
preposição a + advérbio onde Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para pro-
a + onde = aonde curar um tratamento adequado.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
Preposição + Artigos lugar e/ou a função de um substantivo.
De + o(s) = do(s) Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como
De + a(s) = da(s) parte da família
De + um = dum Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém.
De + uns = duns / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
De + uma = duma
De + umas = dumas 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio
Em + o(s) = no(s) das preposições:
Em + a(s) = na(s) Destino = Irei para casa.
Em + um = num Modo = Chegou em casa aos gritos.
Em + uma = numa Lugar = Vou ficar em casa;
Em + uns = nuns Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Em + umas = numas Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
A + à(s) = à(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Por + o = pelo(s) Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tra-
Por + a = pela(s) tamento.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Preposição + Pronomes Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
De + ele(s) = dele(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
De + ela(s) = dela(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
De + este(s) = deste(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + esta(s) = desta(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + esse(s) = desse(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + essa(s) = dessa(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + aquele(s) = daquele(s)
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + aquela(s) = daquela(s)
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + isto = disto
De + isso = disso
Fonte:
De + aquilo = daquilo
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aqui = daqui
De + aí = daí
Pronome
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou
Em + este(s) = neste(s) a ele se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o
Em + esta(s) = nesta(s) de alguma forma.
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s) A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
Em + aquela(s) = naquela(s) [substituição do nome]
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
Em + aquilo = naquilo [referência ao nome]
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s) Essa moça morava nos meus sonhos!
A + aquilo = àquilo [qualificação do nome]
Dicas sobre preposição Grande parte dos pronomes não possuem significados
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro
pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên-
um artigo, virá precedendo um substantivo. Ele servirá para cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos
determiná-lo como um substantivo singular e feminino. pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
A dona da casa não quis nos atender. nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes
Como posso fazer a Joana concordar comigo? têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
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LÍNGUA PORTUGUESA
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras Obs.: frequentemente observamos a omissão do pro-
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- nome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as pró-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência prias formas verbais marcam, através de suas desinências,
através do pronome seja coerente em termos de gênero as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, boa viagem. (Nós)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Pronome Oblíquo
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
nossa escola neste ano. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân- sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto
cia adequada] direto ou indireto) ou complemento nominal.
[neste: pronome que determina “ano” = concordância Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação
dância inadequada]
indica a função diversa que eles desempenham na oração:
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Pronomes Pessoais
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
tônicos.
São aqueles que substituem os substantivos, indican-
do diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou es- Pronome Oblíquo Átono
creve assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os prono-
mes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
pessoa ou às pessoas de quem fala. fraca: Ele me deu um presente.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim con-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto figurado:
ou do caso oblíquo. - 1ª pessoa do singular (eu): me
Pronome Reto - 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 1ª pessoa do plural (nós): nos
tença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. - 2ª pessoa do plural (vós): vos
Nós lhe ofertamos flores. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não há mais nada entre mim e ti.
diretos como objetos indiretos. Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não há nenhuma acusação contra mim.
objetos diretos. Não vá sem mim.
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi-
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- Atenção: Há construções em que a preposição, apesar
mas como mo, mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-
- Trouxeste o pacote? nome, deverá ser do caso reto.
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
- Não contaram a novidade a vocês? Não vá sem eu mandar.
- Não, no-la contaram.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
No português do Brasil, essas combinações não são mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
usadas; até mesmo na língua literária atual, seu emprego conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
é muito raro. quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas Ele carregava o documento consigo.
especiais depois de certas terminações verbais. Quando o
verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
é suprimida. Por exemplo: são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
fiz + o = fi-lo todos, ambos ou algum numeral.
fazeis + o = fazei-lo Você terá de viajar com nós todos.
dizer + a = dizê-la Estávamos com vós outros quando chegaram as más
notícias.
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome Ele disse que iria com nós três.
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no Pronome Reflexivo
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
tem + as = tem-nas nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
Pronome Oblíquo Tônico expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi-
dos por preposições, em geral as preposições a, para, de - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a Eu não me vanglorio disso.
função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
configurado: Assim tu te prejudicas.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Conhece a ti mesmo.
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Guilherme já se preparou.
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Ela deu a si um presente.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas Antônio conversou consigo mesmo.
Observe que as únicas formas próprias do pronome - 1ª pessoa do plural (nós): nos.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). Lavamo-nos no rio.
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto. - 2ª pessoa do plural (vós): vos.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro- Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta Eles se conheceram.
forma: Elas deram a si um dia de folga.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso inter-
locutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no
tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito
à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação
à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratar-
mos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado suposta-
mente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
- 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na
3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)
Pronomes Possessivos
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
anos. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela
que te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas
trouxe sua mensagem? que o procuraram ontem.
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- - próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e o problema.
anotações.
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-
- tal, tais: Tal era a solução para o problema.
lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos
- Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
Os pronomes demonstrativos são utilizados para ex- construções redundantes, com finalidade expressiva, para
plicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa
ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar
espaço, no tempo ou discurso. das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
No espaço:
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o - O pronome demonstrativo neutro ou pode represen-
carro está perto da pessoa que fala. tar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o em que aparece, geralmente, como objeto direto, predi-
carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da cativo ou aposto: O casamento seria um desastre. Todos o
pessoa que fala. pressentiam.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que
o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
quem falo. expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo
fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo faz as vezes de): Ninguém teve coragem de falar antes que
quanto por meio de correspondência, que é uma moda- ela o fizesse.
lidade escrita de fala), são particularmente importantes o
este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
pode causar ambiguidade. primeiro lugar: O referido deputado e o Dr. Alcides eram
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. [ou então: este
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da univer- solteiro, aquele casado]
sidade destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em parti- - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
cipar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universi- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
dade que envia a mensagem).
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antece- Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
Emprestei tantos quantos foram necessários.
exercendo função de complemento, e, consequentemente, é
(antecedente)
do caso oblíquo.
Ele fez tudo quanto havia falado.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o
(antecedente)
pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a se-
gunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
precedido de preposição.
É um professor a quem muito devemos. Importante: Em observação à segunda oração, o em-
(preposição) prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo
intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A (no caso “ajudar”) esteja no infinitivo ou gerúndio.
casa onde morava foi assaltada. Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo.
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
ou em que. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, di-
no exterior. ferentemente dos segundos que são sempre precedidos de
preposição.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa- - Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
lavras: estava fazendo.
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o
como você agiu semana passada. que eu estava fazendo.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando po-
díamos jogar videogame. Colocação Pronominal
- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações A colocação pronominal é a posição que os pronomes
numa só frase. pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao ver-
O futebol é um esporte. bo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te,
O povo gosta muito deste esporte. se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
oração em relação ao verbo:
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode 1. próclise: pronome antes do verbo
ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de 2. ênclise: pronome depois do verbo
gente que conversava, (que) ria, (que) fumava. 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Próclise Mesóclise
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado
- Palavras com sentido negativo: no futuro do presente ou no futuro do pretérito:
Nada me faz querer sair dessa cama. A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela
Não se trata de nenhuma novidade. se realizará)
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
- Advérbios: proposta a você)
Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio. Questões sobre Pronome
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LÍNGUA PORTUGUESA
04. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL – VUNESP – 2013). 09. (TRF 3ª REGIÃO- TÉCNICO JUDICIÁRIO - /2014)
Assinale a alternativa em que o pronome destacado está As sereias então devoravam impiedosamente os tripu-
posicionado de acordo com a norma-padrão da língua. lantes.
(A) Ela não lembrava-se do caminho de volta. ... ele conseguiu impedir a tripulação de perder a ca-
(B) A menina tinha distanciado-se muito da família. beça...
(C) A garota disse que perdeu-se dos pais. ... e fez de tudo para convencer os tripulantes...
(D) O pai alegrou-se ao encontrar a filha.
(E) Ninguém comprometeu-se a ajudar a criança. Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um
05. (ESCREVENTE TJ SP – VUNESP 2011). Assinale a pronome, na ordem dada, em:
alternativa cujo emprego do pronome está em conformi- (A) devoravam-nos − impedi-la − convencê-los
dade com a norma padrão da língua. (B) devoravam-lhe − impedi-las − convencer-lhes
(A) Não autorizam-nos a ler os comentários sigilosos. (C) devoravam-no − impedi-las − convencer-lhes
(B) Nos falaram que a diplomacia americana está aba- (D) devoravam-nos − impedir-lhe − convencê-los
lada. (E) devoravam-lhes − impedi-la − convencê-los
(C) Ninguém o informou sobre o caso WikiLeaks.
(D) Conformado, se rendeu às punições. 10. (AGENTE DE VIGILÂNCIA E RECEPÇÃo – VUNESP
(E) Todos querem que combata-se a corrupção. – 2013- adap.). No trecho, – Em ambos os casos, as câmeras
dos estabelecimentos felizmente comprovam os aconteci-
06. (PAPILOSCOPISTA POLICIAL - VUNESP - 2013). mentos, e testemunhas vão ajudar a polícia na investiga-
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronomi- ção. – de acordo com a norma-padrão, os pronomes que
nal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. substituem, corretamente, os termos em destaque são:
(A) Para que se evite perder objetos, recomenda-se A) os comprovam … ajudá-la.
que eles sejam sempre trazidos junto ao corpo. B) os comprovam …ajudar-la.
(B) O passageiro ao lado jamais imaginou-se na situa- C) os comprovam … ajudar-lhe.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. D) lhes comprovam … ajudar-lhe.
(C) Nos sentimos impotentes quando não consegui- E) lhes comprovam … ajudá-la.
mos restituir um objeto à pessoa que o perdeu.
(D) O homem se indignou quando propuseram-lhe GABARITO
que abrisse a bolsa que encontrara.
(E) Em tratando-se de objetos encontrados, há uma 01. C 02. E 03. C 04. D 05. C
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do- 06. A 07. C 08. E 09. A 10. A
nos.
RESOLUÇÃO
07. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
2013). 1-)
Há pessoas que, mesmo sem condições, compram produ- Restam dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro,
tos______ não necessitam e______ tendo de pagar tudo______ não está claro até onde pode realmente chegar uma po-
prazo. lítica baseada em melhorar a eficiência sem preços ade-
Assinale a alternativa que preenche as lacunas, correta quados para o carbono, a água e (na maioria dos países
e respectivamente, considerando a norma culta da língua. pobres) a terra. É verdade que mesmo que a ameaça dos
A) a que … acaba … à preços do carbono e da água faça em si diferença, as com-
B) com que … acabam … à panhias não podem suportar ter de pagar, de repente, di-
C) de que … acabam … a gamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer
D) em que … acaba … a preparação. Portanto, elas começam a usar preços-som-
E) dos quais … acaba … à bra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma ma-
neira de quantificar adequadamente os insumos básicos.
08. (AGENTE DE APOIO SOCIOEDUCATIVO – VUNESP E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde
– 2013-adap.). Assinale a alternativa que substitui, correta e sempre será a segunda opção.
respectivamente, as lacunas do trecho.
______alguns anos, num programa de televisão, uma jo- 2-)
vem fazia referência______ violência______ o brasileiro estava A) ...sei tratar tipos como o senhor. − sei tratá-los
sujeito de forma cômica. B) ...erguendo os braços desalentado... − erguendo-os
A) Fazem... a ... de que desalentado
B) Faz ...a ... que C) ...que tem de conhecer as leis do país? − que tem de
C) Fazem ...à ... com que conhecê-las ?
D) Faz ...à ... que D) ...não parecia ser um importante industrial... − não
E) Faz ...à ... a que parecia sê-lo
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LÍNGUA PORTUGUESA
3-) Substantivo
transpor [...] as matas espessas= transpô-las
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Subs-
4-) tantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais
(A) Ela não se lembrava do caminho de volta. denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenôme-
(B) A menina tinha se distanciado muito da família. nos, os substantivos também nomeiam:
(C) A garota disse que se perdeu dos pais. -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
(E) Ninguém se comprometeu a ajudar a criança -sentimentos: raiva, amor...
-estados: alegria, tristeza...
5-) -qualidades: honestidade, sinceridade...
(A) Não nos autorizam a ler os comentários sigilosos. -ações: corrida, pescaria...
(B) Falaram-nos que a diplomacia americana está aba-
lada. Morfossintaxe do substantivo
(D) Conformado, rendeu-se às punições.
(E) Todos querem que se combata a corrupção. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em
geral exerce funções diretamente relacionadas com o ver-
6-) bo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos ver-
(B) O passageiro ao lado jamais se imaginou na situa- bais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva.
ção de ter de procurar a dona de uma bolsa perdida. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento no-
(C) Sentimo-nos impotentes quando não conseguimos minal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito,
restituir um objeto à pessoa que o perdeu. do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontra-
(D) O homem indignou-se quando lhe propuseram mos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
que abrisse a bolsa que encontrara. de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem-
(E) Em se tratando de objetos encontrados, há uma penhadas por grupos de palavras.
tendência natural das pessoas em devolvê-los a seus do-
nos. Classificação dos Substantivos
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LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas - Permanecem invariáveis, quando formados de:
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de ca-rolhas
duas maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o - Casos Especiais
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses o louva-a-deus e os louva-a-deus
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva- o bem-te-vi e os bem-te-vis
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
de três maneiras. Plural das Palavras Substantivadas
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Pese bem os prós e os contras.
o látex - os látex. O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Plural dos Substantivos Compostos Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou
“z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui mui-
-A formação do plural dos substantivos compostos de- tos seis e alguns dez.
pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Plural dos Diminutivos
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme- e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
queres. pãe(s) + zinhos = pãezinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos animai(s) + zinhos = animaizinhos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e botõe(s) + zinhos = botõezinhos
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: tren(s) + zinhos = trenzinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores colhere(s) + zinhas = colherezinhas
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- flore(s) + zinhas = florezinhas
feitos mão(s) + zinhas = mãozinhas
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho- papéi(s) + zinhos = papeizinhos
mens nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras funi(s) + zinhos = funizinhos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando pai(s) + zinhos = paizinhos
formados de: pé(s) + zinhos = pezinhos
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas pé(s) + zitos = pezitos
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e
alto- -falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
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LÍNGUA PORTUGUESA
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
sempre que a terminação preste-se à flexão. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Os Napoleões também são derrotados. - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
As Raquéis e Esteres. do normal. Por exemplo: casa
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural dos Substantivos Estrangeiros do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. cador de aumento. Por exemplo: casarão.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- do ser. Pode ser:
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
quiens. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
Observe o exemplo: cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Verbo
Plural com Mudança de Timbre Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pes-
soa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
Certos substantivos formam o plural com mudança de processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato ocorrência (nascer); desejo (querer).
fonético chamado metafonia (plural metafônico). O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não
Singular Plural os seus possíveis significados. Observe que palavras como
corpo (ô) corpos (ó) corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
esforço esforços ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam,
fogo fogos porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos
forno fornos possuem.
fosso fossos
imposto impostos Estrutura das Formas Verbais
olho olhos
osso (ô) ossos (ó) Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
ovo ovos apresentar os seguintes elementos:
poço poços
porto portos - Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
posto postos do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am.
tijolo tijolos (radical fal-)
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que indi-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. ca a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar),
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), 2ª - Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I -
de molho (ó) = feixe (molho de lenha). (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
Particularidades sobre o Número dos Substantivos signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, signa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (sin-
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. gular ou plural):
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin- falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
nome) e honras (homenagem, títulos).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados
com sentido de plural: (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois
Aqui morreu muito negro. a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas
improvisadas. formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais,
ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal,
quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam
- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela
mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula in-
tegrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da
ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes menciona-
dos, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à
loja, levará as encomendas.
Presente do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito
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LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.
Modo Imperativo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
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LÍNGUA PORTUGUESA
03. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013-adap.) Sem (A) Caso a criança se havia perdido…
querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser (B) Caso a criança perdeu…
cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da (C) Caso a criança se perca…
pergunta “débito ou crédito?”. (D) Caso a criança estivera perdida…
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de (E) Caso a criança se perda…
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. 08. (AGENTE DE APOIO OPERACIONAL – VUNESP –
(C) adotar como referência de qualidade. 2013-adap.). Assinale a alternativa em que o verbo desta-
(D) julgar de acordo com normas legais. cado está no tempo futuro.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não com-
04. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a al-
prar.
ternativa contendo a frase do texto na qual a expressão ver-
bal destacada exprime possibilidade. C) É como se abrissem em nós uma “caixa de neces-
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sis- sidades”…
tema capaz de disponibilizar um grande número de obras D) … de onde vem o produto…?
literárias... E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
(B) Funcionando como um imenso sistema de informa-
ção e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme 09. (AGERBA - TÉCNICO EM REGULAÇÃO – IBFC/
arquivo virtual. 2017-adaptada)
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares,
associação, e não mais por sequências fixas previamente pode causar confusão. O verbo “quis”, presente em “Mi-
estabelecidas. nha mãe sempre quis viajar” é um exemplo típico. Nesse
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse sentido, assinale a alternativa em que se indica INCORRE-
conceito está ligado a uma nova concepção de textuali- TAMENTE a sua flexão.
dade... a) queres – Presente do Indicativo.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponi- b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
bilizar toda a literatura do mundo... c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
d) queira – Presente do Subjuntivo.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O
10. (AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITEN-
crescimento econômico, se associado à ampliação do empre-
go, PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, CIÁRIA – VUNESP – 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
se passarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma-
do indicativo, teremos a forma: deira no animal.
A) puder. II. Existiam muitos ferimentos no boi.
B) poderia. III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida
C) pôde. movimentada.
D) poderá. Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este
E) pudesse. pelo verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
A) Existia – Haviam – Existiam
06. (ESCREVENTE TJ SP VUNESP 2013) Assinale a alter- B) Existiam – Havia – Existiam
nativa em que todos os verbos estão empregados de acor- C) Existiam – Haviam – Existiam
do com a norma- -padrão. D) Existiam – Havia – Existia
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da E) Existia – Havia – Existia
impressão definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em GABARITO
silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a tra-
01. B 02. D 03. E 04. B 05. B
balhar no feriado.
06. A 07. C 08. B 09. B 10. D
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a reque-
ra a seu superior. RESOLUÇÃO
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não - Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
esteja explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar mestres.
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
ção das frases seguintes: - Eu o acompanharei.
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) Ele será acompanhado por mim.
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indi-
cativo) Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado,
não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Saiba que:
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) - Aos verbos que não são ativos nem passivos ou refle-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) xivos, são chamados neutros.
O vinho é bom.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Aqui chove muito.
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Observe a transformação da frase seguinte: - Há formas passivas com sentido ativo:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) É chegada a hora. (= Chegou a hora.)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nas-
cido.)
Obs.: é menos frequente a construção da voz passi- És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou)
va analítica com outros verbos que podem eventualmente
funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou mar- - Inversamente, usamos formas ativas com sentido
cada pela doença. passivo:
Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas)
Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado)
2- Voz Passiva Sintética
- Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com
cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o
o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE.
sujeito é paciente.
Por exemplo:
Chamo-me Luís.
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Batizei-me na Igreja do Carmo.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Operou-se de hérnia.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva Vacinaram-se contra a gripe.
sintética.
Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz la- Fonte:
tina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacio- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
nam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem php
o significado de voz passiva como sendo a voz que expres- Questões sobre Vozes dos Verbos
sa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva temos dois
elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE 01. (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI-
e AGENTE DA PASSIVA. NISTRAÇÃO – AOCP/2010) Em “Os dados foram divulgados
ontem pelo Instituto Sou da Paz.”, a expressão destacada é
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva (A) adjunto adnominal.
(B) sujeito paciente.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- (C) objeto indireto.
tancialmente o sentido da frase. (D) complemento nominal.
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa) (E) agente da passiva.
Sujeito da Ativa objeto Direto
02. (FCC-COPERGÁS – AUXILIAR TÉCNICO ADMINIS-
A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Pas- TRATIVO - 2011) Um dia um tufão furibundo abateu-o pela
siva) raiz. Transpondo- -se a frase acima para a voz passiva,
Sujeito da Passiva Agente da Passiva a forma verbal resultante será:
(A) era abatido.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o (B) fora abatido.
sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo (C) abatera-se.
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. (D) foi abatido.
Observe mais exemplos: (E) tinha abatido
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LÍNGUA PORTUGUESA
03. (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) (A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos”
... valores e princípios que sejam percebidos pela socie- (B) “o consumidor pode solicitar a devolução do di-
dade como tais. nheiro”
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo (C) “enviar o brinquedo por sedex”
passará a ser, corretamente, (D) “A empresa também é obrigada pelo Código de
(A) perceba. Defesa do Consumidor”
(B) foi percebido. (E) “A empresa fez campanha para recolher”
(C) tenham percebido.
(D) devam perceber. 09. (METRÔ/SP –SECRETÁRIA PLENO – FCC/2010)
(E) estava percebendo. Transpondo-se para a voz passiva a construção Mais tarde
vim a entender a tradução completa, a forma verbal resul-
04. (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA SEM tante será:
ESPECIALIDADE – FCC/2012) As ruas estavam ocupadas (A) veio a ser entendida.
pela multidão... (B) teria entendido.
A forma verbal resultante da transposição da frase (C) fora entendida.
acima para a voz ativa é: (D) terá sido entendida.
(A) ocupava-se. (E) tê-la-ia entendido.
(B) ocupavam.
(C) ocupou. 10. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
(D) ocupa. PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011 - ADAP-
(E) ocupava. TADA)
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a série
05. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - Mulheres.
FCC/2012) A frase que NÃO admite transposição para a Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a for-
voz passiva está em: ma verbal resultante será:
(A) Quando Rodolfo surgiu... (A) foi empreendida.
(B) ... adquiriu as impressoras... (B) são empreendidos.
(C) ... e sustentar, às vezes, família numerosa. (C) foi empreendido.
(D) ... acolheu-o como patrono. (D) é empreendida.
(E) ... que montou [...] a primeira grande folhetaria do (E) são empreendidas.
Recife ...
GABARITO
06. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
FCC/2010) O engajamento moral e político não chegou 01. E 02. D 03. A 04. E 05. A
a constituir um deslocamento da atenção intelectual de 06. B 07. C 08. D 09. A 10. D
Said ...
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a RESOLUÇÃO
forma verbal resultante é:
a) se constituiu. 1-)
b) chegou a ser constituído. No enunciado temos uma oração com a voz passiva do
c) teria chegado a constituir. verbo. Transformando-a em ativa, teremos: “O Instituto Sou
d) chega a se constituir. da Paz divulgou dados”. Nessa, “Instituto Sou da Paz” funcio-
e) chegaria a ser constituído. na como sujeito da oração, ou seja, na passiva sua função é a
de agente da passiva. O sujeito paciente é “os dados”.
07. (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METROVIÁRIOS
CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’ indicava in- 2-)
distintamente as músicas produzidas no interior do país... Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. = Ele
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a foi abatido...
forma verbal resultante será:
(A) vinham indicadas. 3-)
(B) era indicado. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) eram indicadas. ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
(D) tinha indicado. remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
(E) foi indicada. princípios...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ponto de Interrogação
Pontuação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
vedo)
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Ve-
Reticências
jamos as principais funções dos sinais de pontuação co-
1- Indica que palavras foram suprimidas.
nhecidos pelo uso da língua portuguesa.
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
Ponto 2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em
que se encontra. 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite. - Este mal... pega doutor?
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. - Deixa, depois, o coração falar...
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LÍNGUA PORTUGUESA
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alterna- 05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.).
tiva em que a pontuação está corretamente empregada, de Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. após o acréscimo das vírgulas.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, em- (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na
bora, experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, pulseira instruções para que envie, uma mensagem eletrô-
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo nica ao grupo ou acione o código na internet.
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. (B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, em- onde o código foi acionado.
bora experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, (C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra-
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo dos, recebem automaticamente, uma mensagem dizendo
que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona. que a criança foi encontrada.
82
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega 09. (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPERACIONAL
primeiro às, areias do Guarujá. PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – FCC/2011) O perío-
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o te- do corretamente pontuado é:
lefone de quem a encontrou e informar um ponto de re- (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivência
ferência em condições hostis nem sempre conseguem agradar, aos
espectadores.
06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramatical- tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
mente correto, é necessário inserir sinais de pontuação. história ficcional.
Assinale a posição em que não deve ser usado o sinal de (C) A história de heroísmo e de determinação que nem
ponto, e sim a vírgula, para que sejam respeitadas as re- sempre, é convincente, se passa em um cenário marcado,
gras gramaticais. Desconsidere os ajustes nas letras iniciais pelo frio.
minúsculas. (D) Caminhar por um extenso território gelado, é correr
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas riscos iminentes que comprometem, a sobrevivência.
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau- (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar a
lo(A) o programa desenvolve ainda oficinas e cursos para as liberdade, nada poderia parecer, realmente intransponível.
crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e correta(B)
os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam de ati- GABARITO
vidades sobre cidadania e reciclagem(C) as escolas partici-
pantes se tornam também centros de descarte de garrafas 01. C 02. C 03. D 04. C 05. E
PET(D) destinadas depois para reciclagem(E) o programa 06. D 07. A 08. B 09.B
possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde das crian-
ças e transformação das comunidades em lugares melhores RESOLUÇÃO
para se viver.
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117) 1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
a) A (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
b) B embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma
c) C intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
d) D encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
e) E sua dona.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa
07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – VU- e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando
pontuação. encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas sua dona.
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa
viada. e, embora experimentasse a sensação de violar uma inti-
(B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, por- midade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X)
que você está junto; com os outros motoristas cujos com- encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a
portamentos, são desconhecidos. sua dona.
(C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e,
ser uma extensão de nossa personalidade. embora , (X) experimentasse a sensação de violar uma in-
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; au- timidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando ,
mentar os níveis de estresse em alguns motoristas. (X) encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas a sua dona.
na rua, são as principais causas da ira de trânsito.
2-) A oração restringe o grupo que participará da cam-
08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS panha (apenas os que não têm o nome do pai na certidão
GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU- de nascimento). Se colocarmos uma vírgula, a oração tor-
MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo nar-se-á “explicativa”, generalizando a informação, o que
econômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, dará a entender que TODAS as pessoa não têm o nome do
você aí desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada pai na certidão.
para te dizer, agora afasta que abriu o sinal.” RESPOSTA: “CERTO”.
No período acima, as vírgulas foram empregadas em
“Paciência, minha filha, este é [...]”, para separar 3-)
(A) aposto. (A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o
(B) vocativo. treino. = mantê-la (termo deslocado)
(C) adjunto adverbial. (B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos es-
(D) expressão explicativa. portes? = mantê-la (vocativo)
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LÍNGUA PORTUGUESA
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado
prepara para o evento. para se dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
= mantê-la (explicação)
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o apri- 9-) Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão ina-
moramento do desportista. dequadas ou faltantes:
= pode retirá-la (advérbio de tempo) (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
judô, natação e canoagem. aos espectadores.
= mantê-la (enumeração) (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en-
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma
4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou fal- história ficcional.
tante: (C) A história de heroísmo e de determinação (X) que
a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem! nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da marcado, (X) pelo frio.
transação. (D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é
c) Maria, você trouxe os documentos? correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre-
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema. vivência.
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma (E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar
movimentação estranha. a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans-
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações ina- ponível.
dequadas
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá
na pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem 5. VARIAÇÃO LINGUÍSTICA:
eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
5.1 MARCAS LINGUÍSTICAS QUE
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os
pais de onde o código foi acionado.
EVIDENCIAM O LOCUTOR E O
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastra- INTERLOCUTOR DO TEXTO;
dos , (X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem 5.2 MARCAS LINGUÍSTICAS OU SITUAÇÕES
dizendo que a criança foi encontrada. DE USO QUE SINGULARIZAM AS
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) che- VARIEDADES LINGUÍSTICAS SOCIAIS,
ga primeiro às , (X) areias do Guarujá. REGIONAIS E DE REGISTRO.
6-)
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas “Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói;
de bambu para 4600 alunos da rede pública de São Pau- se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da
lo(A). O programa desenvolve ainda oficinas e cursos para
idade; se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um
as crianças utilizarem a bicicleta de forma segura e corre-
mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)”
ta(B). Os alunos ajudam a traçar ciclorrotas e participam
de atividades sobre cidadania e reciclagem(C). As escolas
Todas as pessoas que falam uma determinada língua
participantes se tornam também centros de descarte de
conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento
garrafas PET(D), destinadas depois para reciclagem(E). O
podem sofrer variações devido à influência de inúmeros
programa possibilitará o retorno das bicicletas pela saúde
fatores. Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis
das crianças e transformação das comunidades em lugares
melhores para se viver. e outras vezes bastantes evidentes, recebem o nome gené-
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posi- rico de variedades ou variações linguísticas.
ção (D), pois antecipa um termo explicativo. Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por
todos os seus falantes em todos os lugares e em qual-
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: quer situação. Sabe-se que, numa mesma língua, há for-
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas mas distintas para traduzir o mesmo significado dentro de
circunstâncias, ceder à frustração para que a raiva seja ali- um mesmo contexto. Suponham-se, por exemplo, os dois
viada. enunciados a seguir:
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estres-
se, porque você está junto; (X) com os outros motoristas Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz
cujos comportamentos, (X) são desconhecidos. tempo.
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há
podem ser uma extensão de nossa personalidade. anos.
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; Qualquer falante do português reconhecerá que os
(X) aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas. dois enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas sentido, mas também que há diferenças. Pode dizer, por
na rua, (X) são as principais causas da ira de trânsito. exemplo, que o segundo é de gente mais “estudada”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem - a omissão do “s” como marca de plural de substanti-
saber dar grandes explicações, as pessoas têm noção de vos e adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as
que existem muitas maneiras de falar a mesma língua. É o amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
que os teóricos chamam de variações linguísticas. - o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Es-
As variações que distinguem uma variante de outra pero que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas
se manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico, últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava
morfológico, sintático e lexical. acontecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esfor-
çado) mais que eu.
Variações Fônicas
Variações Sintáticas
São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons
constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica Dizem respeito às correlações entre as palavras da fra-
são abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os se. No domínio da sintaxe, como no da morfologia, não
domínios em que se percebe com mais nitidez a diferen- são tantas as diferenças entre uma variante e outra. Como
ça entre uma variante e outra. Entre esses casos, podemos exemplo, podemos citar:
citar: - o uso de pronomes do caso reto com outra função
- a queda do “r” final dos verbos, muito comum na lin- que não a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o)
guagem oral no português: falá, vendê, curti (em vez de na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve
curtir), compô. entre tu (em vez de ti) e ele.
- o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu - o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe
me alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem (em vez de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
clássica, hoje frequentes na fala caipira. - a ausência da preposição adequada antes do prono-
- a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, me relativo em função de complemento verbal: são pes-
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na soas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o me-
linguagem oral coloquial. lhor filme que (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa
que (em vez de em que) eu mais confio.
- a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pro-
(Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas for-
nome “que” no início da frase mais a combinação da pre-
mam típicas de pessoas de baixa extração social.
posição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maio-
que eu já conhecia a família dele (em vez de ...cuja família
ria das regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do
eu já conhecia).
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster,
quando se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu
pastel; faróu, farór, farol.
quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, sua (em vez de tua) voz me irrita.
preguntar, estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa - ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles
extração social. chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou
naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
Variações Morfológicas
Variações Léxicas
São as que ocorrem nas formas constituintes da pa-
lavra. Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não É o conjunto de palavras de uma língua. As varian-
são tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não tes do plano do léxico, como as do plano fônico, são
são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: muito numerosas e caracterizam com nitidez uma va-
- o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para riante em confronto com outra. Eis alguns, entre múlti-
criar o superlativo de adjetivos, recurso muito característico plos exemplos possíveis de citar:
da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em - a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito
vez de humaníssimo), uma prova hiper difícil (em vez de para formar o grau superlativo dos adjetivos, características
dificílima), um carro hiper possante (em vez de possantís- da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior le-
simo). gal; maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos - as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), e, às vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de
se ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser). piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal chamam de
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de cueca aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o que
irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia). chamamos de fila no Brasil, em Portugal chamam de bicha;
- uso de substantivos masculinos como femininos ou café da manhã em Portugal se diz pequeno almoço; cami-
vice-versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a sola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter,
champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó), malha, camiseta.
mistura do cal (da cal).
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- Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de - Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico ex-
palavras recém-criadas, muitas das quais mal ou nem es- cessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em
traram para os dicionários. A moderna linguagem da com- vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar
putação tem vários exemplos, como escanear, deletar, prin- (em vez de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); ob-
tar; outros exemplos extraídos da tecnologia moderna são nubilar (em vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em
mixar (fazer a combinação de sons), robotizar, robotização. vez de casamento); chufa (em vez de caçoada, troça).
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Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o ser- - Estilo Formal: aquele em que é alto o grau de refle-
vomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurolo- xão sobre o que se diz, bem como o estado de atenção e
gia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o vigilância. É na linguagem escrita, em geral, que o grau de
Incra, a Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU. formalidade é mais tenso.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o con- - Estilo Informal (ou coloquial): aquele em que se fala
glomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM, com despreocupação e espontaneidade, em que o grau de
a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a gui- reflexão sobre o que se diz é mínimo. É na linguagem oral
tarra elétrica. íntima e familiar que esse estilo melhor se manifesta.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra
tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, Como exemplo de estilo coloquial vem a seguir um pe-
filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, queno trecho da gravação de uma conversa telefônica en-
carnet da girafa, poluição. tre duas universitárias paulistanas de classe média, trans-
Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos crito do livro Tempos Linguísticos, de Fernando Tarallo. AS
fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrra- reticências indicam as pausas.
nhuras. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super
congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Eu não sei tem dia... depende do meu estado de espíri-
Rodoviária. Argh! Pow! Click! to, tem dia que minha voz... mais ta assim, sabe? taquara
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Vences- rachada? Fica assim aquela voz baixa. Outro dia eu fui lê
lau Brás, ou mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas um artigo, lê?! Um menino lá que faiz pós-graduação na,
começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na na GV, ele me, nóis ficamo até duas hora da manhã ele me
esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é explicando toda a matéria de economia, das nove da noite.
uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos
os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e pa- Como se pode notar, não há preocupação com a pro-
lavras somos, finalmente, mas com que significado? núncia nem com a continuidade das ideias, nem com a es-
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, colha das palavras. Para exemplificar o estilo formal, eis um
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988) trecho da gravação de uma aula de português de uma pro-
fessora universitária do Rio de Janeiro, transcrito do livro
- De Situação: aquelas que são provocadas pelas al- de Dinah Callou. A linguagem falada culta na cidade do Rio
terações das circunstâncias em que se desenrola o ato de de Janeiro. As pausas são marcadas com reticências.
comunicação. Um modo de falar compatível com determi-
nada situação é incompatível com outra: ...o que está ocorrendo com nossos alunos é uma frag-
mentação do ensino... ou seja... ele perde a noção do todo...
Ô mano, ta difícil de te entendê. e fica com uma série... de aspectos teóricos... isolados... que
ele não sabe vincular a realidade nenhuma de seu idioma...
isto é válido também para a faculdade de letras... ou seja...
Esse modo de dizer, que é adequado a um diálogo em
né? há uma série... de conceitos teóricos... que têm nomes
situação informal, não tem cabimento se o interlocutor é o
bonitos e sofisticados... mas que... na hora de serem em-
professor em situação de aula.
pregados... deixam muito a desejar...
Assim, um único indivíduo não fala de maneira unifor-
me em todas as circunstâncias, excetuados alguns falantes
Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o
da linguagem culta, que servem invariavelmente de uma
grau de formalidade e planejamento típico do texto escrito,
linguagem formal, sendo, por isso mesmo, considerados
mas trata-se de um estilo bem mais formal e vigiado que o
excessivamente formais ou afetados.
da menina ao telefone.104
São muitos os fatores de situação que interferem na
fala de um indivíduo, tais como o tema sobre o qual ele
discorre (em princípio ninguém fala da morte ou de suas
crenças religiosas como falaria de um jogo de futebol ou
de uma briga que tenha presenciado), o ambiente físico em
que se dá um diálogo (num templo não se usa a mesma
linguagem que numa sauna), o grau de intimidade entre
os falantes (com um superior, a linguagem é uma, com um
colega de mesmo nível, é outra), o grau de comprometi-
mento que a fala implica para o falante (num depoimento
para um juiz no fórum escolhem-se as palavras, num rela-
to de uma conquista amorosa para um colega fala-se com
menos preocupação).
As variações de acordo com a situação costumam ser
chamadas de níveis de fala ou, simplesmente, variações de
estilo e são classificadas em duas grandes divisões:
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(A) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoecker ex- (A) Quando o bebedor tem consciência (de) que precisa
põem que se manifestam (manifesta) até hoje, na vida civil dos sol- de ajuda, não se opõe (a) interromper e controlar o processo
dados dos EUA, a violência vivida e praticada por estes no Vietnã. destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma vida
(B) Se manifesta (manifesta-se) até hoje, na vida civil dos saudável.
soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por eles no (B) Quando o bebedor tem consciência de que precisa de aju-
Vietnã, segundo expõem Jason Lindo e Charles Stoecker em da, não se opõe de (a) interromper e controlar o processo destru-
sua dissertação. tivo, o que o (lhe) permitirá retomar o ritmo de uma vida saudável.
(C) Em sua dissertação, Jason Lindo e Charles Stoecker (C) Quando o bebedor tem consciência (de) que precisa
expõe (expõem) que (se) manifesta-se (X) até hoje, na vida de ajuda, não se opõe em (a) interromper e controlar o pro-
civil dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por cesso destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma
estes no Vietnã. vida saudável.
(D) Se manifestam (manifesta-se) até hoje, na vida civil (D) Quando o bebedor tem consciência de que precisa
dos soldados dos EUA, a violência vivida e praticada por eles de ajuda, não se opõe a interromper e controlar o processo
no Vietnã, segundo expõe Jason Lindo e Charles Stoecker em destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma vida
sua dissertação. saudável.
(E) Manifesta-se até hoje, na vida civil dos soldados dos (E) Quando o bebedor tem consciência de que precisa de
EUA, a violência vivida e praticada por eles no Vietnã, segundo ajuda, não se opõe (a) contra interromper e controlar o proces-
Jason Lindo e Charles Stoecker expõem em sua dissertação. so destrutivo, o que o (lhe) permitirá retomar o ritmo de uma
vida saudável.
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
06-) (POLÍCIA CIVIL/SP – PERITO CRIMINAL – VU-
NESP/2013) Observe os enunciados: 08-) (TRF/4ª REGIÃO – ENFERMAGEM – FCC/2010) A
• A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje. concordância verbal e nominal está inteiramente correta
• A probabilidade de um veterano branco ser preso por na frase:
um crime violento é significativamente mais alta do que... a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os especialis-
Os advérbios em destaque expressam, respectiva- tas à conclusão de que um pequeno grupo de uma das tri-
mente, circunstâncias de bos africanas teria saído em busca de melhores condições
(A) lugar e modo. de vida em lugares mais distantes.
(B) tempo e intensidade. b) Pesquisas genéticas abre caminho para a descober-
(C) modo e intensidade. ta do tratamento de certas doenças, pois sabem-se que
(D) tempo e causa. pessoas de grupos diferentes reagem de forma diferencia-
(E) tempo e modo. da aos medicamentos.
c) O mapeamento genético de povos africanos têm
“Hoje” = tempo; geralmente os advérbios terminados em sido negligenciados porque, segundo pesquisadores, o
“-mente” são de modo (= com significância). acesso aos locais onde vivem é difícil e ocorre limitações
em razão de hábitos e de crenças.
RESPOSTA: “E”. d) Será importante para o tratamento de doenças ge-
néticas de populações, até mesmo as que se localiza em
07-) (POLÍCIA CIVIL/SP – PERITO CRIMINAL – VU- regiões distantes e de difícil acesso, os resultados obtidos
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à re- nas mais recentes pesquisas.
gência nominal e verbal. e) A reconstituição feita a partir de fósseis faciais mos-
(A) Quando o bebedor tem consciência que precisa de aju- tram como deveria ser o rosto dos homens primitivos, ou
da, não se opõe interromper e controlar o processo destrutivo, seja, daqueles que teria dado origem às atuais populações
o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma vida saudável. dos países europeus.
(B) Quando o bebedor tem consciência de que pre-
cisa de ajuda, não se opõe de interromper e controlar o Fiz as correções entre parênteses e sublinhei os termos
processo destrutivo, o que o permitirá retomar o ritmo de que se relacionam:
uma vida saudável. a) Os dados obtidos nas pesquisas levam os especialistas
(C) Quando o bebedor tem consciência que precisa de à conclusão de que um pequeno grupo de uma das tribos afri-
ajuda, não se opõe em interromper e controlar o processo canas teria saído em busca de melhores condições de vida em
destrutivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma lugares mais distantes.
vida saudável. b) Pesquisas genéticas abre (abrem) caminho para a des-
(D) Quando o bebedor tem consciência de que precisa de coberta do tratamento de certas doenças, pois (se) sabem-se
ajuda, não se opõe a interromper e controlar o processo destru- (sabe) que pessoas de grupos diferentes reagem de forma di-
tivo, o que lhe permitirá retomar o ritmo de uma vida saudável. ferenciada aos medicamentos.
(E) Quando o bebedor tem consciência de que pre- c) O mapeamento genético de povos africanos têm (tem)
cisa de ajuda, não se opõe contra interromper e contro- sido negligenciados (negligenciado) porque, segundo pesqui-
lar o processo destrutivo, o que o permitirá retomar o sadores, o acesso aos locais onde vivem é difícil e ocorre (ocor-
ritmo de uma vida saudável. rem) limitações em razão de hábitos e de crenças.
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(PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMUNITÁ- a) Orson Welles talvez não imaginasse o risco da tragé-
RIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) Leia o poema para respon- dia que ... (poder) provocar as dramatizações = poderiam
der às questões de números 133 e 134. b) Quaisquer que sejam as técnicas, não lhes ... (caber)
= cabe (não cabe a elas...)
DA DISCRIÇÃO c) Muito do que se ...... (prever) nos usos = prevê
Mário Quintana d) Nenhuma das vantagens que ...... (oferecer) a tecno-
Não te abras com teu amigo logia = oferece
Que ele um outro amigo tem. e) Quando não se ...... (reconhecer) = reconhece
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também... RESPOSTA: “A”.
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
16-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALU-
13-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE COMU-
NO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012 - ADAP-
NITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o poe-
TADA) “É justo RECONHECER que medidas vêm sendo to-
ma, é correto afirmar que
madas no sentido de reverter o quadro atual.”
(A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade
A oração destacada exerce, em relação à primeira,
é algo ruim.
(B) amigo que não guarda segredos não merece respeito. a função de:
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos. A) sujeito.
(D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. B) objeto direto.
(E) entre amigos, não devem existir segredos. C) objeto indireto.
D) aposto.
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação E) predicativo.
contida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser
arriscado. Se substituirmos a oração “reconhecer” pelo prono-
me “isso” teremos: É justo isso, ou, ISSO é justo. Temos um
RESPOSTA: “D”. exemplo de oração subordinada substantiva subjetiva - re-
duzida de infinitivo (função de sujeito da oração principal).
14-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE CO-
MUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te RESPOSTA: “A”.
abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado
em sentido figurado. (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SE-
Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir” CRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENITEN-
continua sendo empregado em sentido figurado. CIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder
(A) Ao abrir a porta, não havia ninguém. às questões de números 17 a 20.
(B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abridor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente. Casamento
(D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa.
(E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico. Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empregado em
mas que limpe os peixes.
seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir a mente” =
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
aberto a mudanças, novas ideias).
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
RESPOSTA: “C”.
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
15-) (TRF/4ª REGIÃO – ODONTOLOGIA – FCC/2010) O ele fala coisas como “este foi difícil”
verbo indicado entre parênteses deverá adotar uma forma “prateou no ar dando rabanadas”
do plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: e faz o gesto com a mão.
a) Orson Welles talvez não imaginasse o risco da tragé- O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
dia que ...... (poder) provocar as dramatizações de sua trans- atravessa a cozinha como um rio profundo.
missão radiofônica. Por fim, os peixes na travessa,
b) Quaisquer que sejam as técnicas, não lhes ...... (caber) de- vamos dormir.
terminar por si mesmas o sentido que ganhará sua aplicação. Coisas prateadas espocam:
c) Muito do que se ...... (prever) nos usos de uma nova técni- somos noivo e noiva.
ca depende, para realizar-se, do que se chama “vontade política”. (Adélia Prado, Poesia Reunida)
d) Nenhuma das vantagens que ...... (oferecer) a tecnolo-
gia mais ousada é capaz de satisfazer as aspirações humanas.
e) Quando não se ...... (reconhecer) nas ciências o bem
que elas nos trazem, as saídas místicas surgem como solução.
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dá sentido a toda / dá sentido a muitas coisas / dá sen- (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, (X) tenham
tido a que seja / dá sentido à contingência / dá sentido a adotado o jus soli, não é coincidência.
investir (E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos, como
parece querer parte do governo, é uma ideia que vai contra o
RESPOSTA: “D”. espírito que presidiu a criação do Brasil.
Assinalei com “X” as pontuações faltantes ou inadequadas: (A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a diversas
(A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, (X) é uma (B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qualquer
ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma, (X) (C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. = a esta
grupos de pessoas em povos. (D) O medo de partir equipara-se à esperança de voltar.
(B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica (E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a uma
(X) traz consigo, (X) duas visões de mundo antagônicas. missão
(C) O que definia um povo (X) para ele, (X) era a vonta-
de das pessoas de construir um futuro juntas. RESPOSTA: “D”.
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27-) (CREMESP/SP – ANALISTA CONTÁBIL – VU- I. Uma lei que, devido a todo esse empenho do governo
NESP/2011 - adaptada) Assinale a alternativa que estadual, “pegou”. = correta
preenche, respectivamente, as lacunas: II. Uma lei que, devido (a) esse empenho todo do gover-
Morador de Bruxelas, morto em junho, teria con- no estadual, “pegou”.
traído _____ bactéria resistente ______ vacina aplicada, III. Uma lei que, devido à (a) todo esse empenho do go-
no país asiático, após o acidente e _______ hospitaliza- verno estadual, “pegou”.
ção. IV Uma lei que, devido ao empenho todo do governo
(A) a ... à ... à estadual, “pegou”. = correta
(B) à ... a ... à I e IV estão corretas
(C) à ... a ... a
(D) a ... à ... a RESPOSTA: “B”.
(E) à ... à ... a
30-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
Contraído o quê? A bactéria (objeto direto, sem pre- TRATIVA – FCC/2012) Está inteiramente adequada a pon-
posição) = a tuação da frase:
Resistente a quê? À vacina (com preposição) = à (A) Objetos voadores não identificados, mais conhe-
Após o quê? A hospitalização = a cidos como óvnis foram, não apenas objeto, de acalora-
A/à/a– das controvérsias, como tema de inúmeros filmes de su-
cesso, principalmente aqueles produzidos em Hollywood
RESPOSTA: “D”. essa verdadeira fábrica de sonhos.
(B) Objetos voadores, não identificados, mais conhe-
(CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU- cidos como óvnis foram, não apenas objeto de acaloradas
NESP/2012 - ADAPTADA) Para responder às questões controvérsias, como tema de inúmeros filmes de sucesso,
de números 148 e 149, considere o trecho a seguir. principalmente, aqueles produzidos em Hollywood essa
Uma lei que, por todo esse empenho do governo es- verdadeira fábrica de sonhos.
tadual, “pegou”. E justamente no Rio, dos tantos jeiti- (C) Objetos voadores não identificados mais conheci-
nhos e esquemas e da vista grossa. dos, como óvnis foram não apenas, objeto de acaloradas
controvérsias, como tema de inúmeros filmes, de suces-
28-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU- so, principalmente aqueles produzidos, em Hollywood,
NESP/2012) No contexto em que está empregada, a ex- essa verdadeira fábrica de sonhos.
pressão “pegou” assume um sentido que também está (D) Objetos voadores não identificados, mais conhe-
presente em: cidos como óvnis, foram não apenas objeto de acaloradas
(A) Já não há dúvidas de que essa moda pegou. controvérsias, como tema de inúmeros filmes de sucesso,
(B) O carro a álcool não pegou por causa do frio. principalmente aqueles produzidos em Hollywood, essa
(C) O trem pegou o ônibus no cruzamento. verdadeira fábrica de sonhos.
(D) Ele, sem emprego, pegou o serviço temporário. (E) Objetos voadores, não identificados, mais conhe-
(E) Ele correu atrás do ladrão e o pegou. cidos como óvnis foram não apenas, objeto de acalora-
das controvérsias, como tema de inúmeros filmes, de su-
A alternativa que apresenta o verbo “pegou” em seu cesso principalmente aqueles produzidos em Hollywood,
sentido conotativo é a letra “A”. essa verdadeira fábrica de sonhos.
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Com palavras do próprio texto responderemos: o mun- (C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida-
do cabe numa fresta. dãos ansiosos e sofredores...
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cida-
RESPOSTA: “A”. dões ansioso e sofredores...
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida-
36-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – dãos ansiosos e sofredores...
FCC/2014) No primeiro parágrafo, a palavra utilizada
em sentido figurado é Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternati-
(A) menino. va correta já indica onde estão as inadequações nos demais
(B) chão.
itens.
(C) testa.
(D) penumbra.
(E) tenda. RESPOSTA: “C”.
Novamente, responderemos com frase do texto: seu 40-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
rosto formando uma tenda. NESP/2011) Assinale a alternativa que apresenta o uso
correto das vírgulas.
RESPOSTA: “E”. (A) Marta antes do almoço, arrumou o berço do
bebê, as camas, e a sala de visitas.
37-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – (B) Marta, antes do almoço arrumou, o berço do
FCC/2014) No primeiro parágrafo, o pronome “eles” bebê as camas, e a sala de visitas.
substitui a palavra (C) Marta, antes do almoço, arrumou, o berço do
(A) bruços. bebê, as camas, e a sala de visitas.
(B) quentes. (D) Marta, antes do almoço, arrumou o berço do
(C) paralelepípedos. bebê, as camas e a sala de visitas.
(D) braços. (E) Marta antes do almoço, arrumou, o berço do
(E) tufos. bebê, as camas, e a sala de visitas.
*Lembre-se: durante a realização de sua prova, use o
Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternati-
caderno de questões! Grife-o, faça flechas, sublinhe, enfim,
va correta já indica as inadequações nos demais itens.
destaque o que for necessário para facilitar a compreensão!
Retomando o texto: Tem os braços dobrados e a testa
pousada sobre eles. RESPOSTA: “D”.
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42-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU- Imagina-se que, quando essa lei começar para valer,
NESP/2011) Eu e meu vizinho ______ encontramos na casa os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol-
de Joel quando fui buscar este livro para ________ ler. pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar
Assinale a alternativa que preenche, correta e res- as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos,
pectivamente, as lacunas. quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de-
(A) se … eu predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha com-
(B) si … mim pulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar
(C) nos … mim barricadas de fogo com ele.
(D) se … mim É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
(E) nos … eu tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
gum motivo, parecem querer levar ao colapso.
Eu + meu vizinho = nós; nós nos... / antes de verbo Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis-
no infinitivo devemos usar “eu”, não “mim” (cuidado com a mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autorida-
pegadinha: “Para mim, ler é um prazer!” Nesse caso, além de, resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos
da presença da vírgula, nota-se que é uma “opinião”, não a públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
prática de uma ação.) (Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013.
Adaptado)
RESPOSTA: “E”.
44-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
43-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU- NESP/2013) Na oração – ... parecem querer levar ao colap-
NESP/2011) Considerando a concordância das palavras, so. – (3.º parágrafo), o termo em destaque é sinônimo de
assinale a alternativa correta. (A) progresso.
(A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha en- (B) descaso.
tristecido Joel. (C) vitória.
(D) tédio.
(B) Estava ali, na mesa, os papéis recebidos por
(E) ruína.
Marta.
(C) Já se conhece as causas da sua tristeza.
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam
autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à
agradável.
queda, ao fim, à ruína da cidade.
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre
Joel e Marta.
RESPOSTA: “E”.
(A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha (tinham) 45-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
entristecido Joel. NESP/2013) O texto apresenta variação no uso da lingua-
(B) Estava (estavam) ali, na mesa, os papéis recebidos gem, oscilando entre a mais formal e a mais espontânea.
por Marta. Desta última, há exemplo em:
(C) Já se conhece (conhecem) as causas da sua tristeza. (A) A Prefeitura do Rio está lançando a Operação Lixo
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam Zero...
(estava) agradável. (B) Em primeira instância, a campanha é educativa.
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre Joel (C) ... para quem tratar a via pública como a casa da
e Marta. sogra.
(D) ... jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de
RESPOSTA: “E”. fogo com ele.
(E) ... talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua.
(UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder A linguagem informal, espontânea, está mais evidente no
às questões de números 44 a 47. uso da expressão “casa da sogra”.
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Para responder à questão, retomemos o texto: 48-) (UFTM – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao
recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol- emprego e à colocação pronominal.
pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos, feitura vai multá-los.
quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de- (B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Pre-
predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha compul- feitura vai lhes multar.
são, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barrica- (C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Pre-
das de fogo com ele. feitura vai multar eles.
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es- (D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefei-
tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al- tura os vai multar.
gum motivo, parecem querer levar ao colapso. (E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitu-
Identifiquei os termos que se relacionam (faça esse es- ra lhes vai multar.
quema ao realizar seu concurso, o que facilita muito a com-
preensão textual). Através disso chegamos à conclusão de (A) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefei-
que o termo “eles” relaciona-se a “jovens golpistas”. tura vai multá-los.
(B) Os porcalhões do Rio que cuidem-se, pois a Prefei-
RESPOSTA: “D”. tura vai lhes multar.
(C) Os porcalhões do Rio que se cuidem, pois a Prefei-
47-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- tura vai multar eles.
NESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto à (D) Se cuidem os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
concordância. os vai multar.
(A) Terá equipes percorrendo as ruas para flagrar (E) Cuidem-se os porcalhões do Rio, pois a Prefeitura
maus cidadãos, e caberá multas para quem destratar a lhes vai multar.
via pública. Como as alternativas apresentam o mesmo texto, o
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar item correto já indica onde estão as inadequações nos de-
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar mais.
a via pública.
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para fla- RESPOSTA: “A”
grar maus cidadãos, e caberá multas para quem destra-
tar a via pública. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEIRO –
(D) Haverão equipes percorrendo as ruas para fla- ÁREA CIVIL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia o texto
grar maus cidadãos, e caberão multas para quem des- para responder às questões de números 49 a 51.
tratar a via pública.
(E) Existirá equipes percorrendo as ruas para flagrar Bolsa rosa, contas no vermelho
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar
a via pública. Não fosse por um detalhe crucial – de onde tirar o
dinheiro –, a criação de um regime de aposentadoria
(A) Terá (haverá) equipes percorrendo as ruas para fla- para milhões de donas de casa brasileiras de baixa ren-
grar maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem da até poderia fazer sentido. Há diversos projetos de lei
destratar a via pública. em tramitação na Câmara para reconhecer os direitos
(B) Haverá equipes percorrendo as ruas para flagrar das mulheres dedicadas integralmente às tarefas do-
maus cidadãos, e caberão multas para quem destratar a mésticas. Mas eles ignoram o impacto econômico que
via pública. isso teria nas contas públicas. A deputada Alice Portu-
(C) Existirão equipes percorrendo as ruas para flagrar gal (PT-SC), defensora da criação dessa espécie de bol-
maus cidadãos, e caberá (caberão) multas para quem des- sa-cor-de-rosa, afirma que “muitas vezes, após 35 anos
tratar a via pública. de casamento, o marido vai embora, e ela (a mulher),
(D) Haverão (haverá) equipes percorrendo as ruas para que prestou serviços a vida inteira, não tem amparo”.
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adicio-
tar a via pública. nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
(E) Existirá (existirão) equipes percorrendo as ruas para
flagrar maus cidadãos, e caberão multas para quem destra- (Exame, edição 988, ano 45, n.º 5, 23.03.2011)
tar a via pública.
RESPOSTA: “B”.
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41-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGE- ... em que estas anotações vadias foram feitas = dois
NHEIRO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) Considere as verbos na voz passiva, então teremos um na ativa: caderni-
frases: nho em que fiz anotações vadias...
I. Há diversos projetos de lei em tramitação na Câ-
mara. RESPOSTA: “C”.
II. Caso a bondade seja aprovada, haverá custo adi-
cional de 5,4 bilhões de reais por ano. 43-) (TRF/3ª REGIÃO – PSIQUIATRIA – FCC/2014)
Assinale a alternativa que, respectivamente, subs- Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-
titui o verbo haver pelo verbo existir, conservando o se ...... dor, considerada como um elemento formador
tempo e o modo. do caráter, contexto ...... pathos pode converter-se em
(A) Existe – existe éthos.
(B) Existem – existirão Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
(C) Existirão – existirá na ordem dada:
(D) Existem – existirá a) às - porque - a - em que
(E) Existiriam – existiria b) às - pelas quais - à - de que
c) as - que - à - com que
Há = presente do Indicativo / haverá = futuro do pre- d) às - por que - a - no qual
sente do indicativo. e) as - por que - a - do qual
Ao substituirmos pelo verbo “existir”, lembremo-nos
de que esse sofrerá flexão de número (irá para o plural, Em nossa cultura, às experiências (a dor é somada com
caso seja necessário): as experiências, somada às experiências – objeto indireto)
I. Existem diversos projetos de lei em tramitação na por que (= pelas quais) passamos soma-se a dor (objeto
Câmara. direto), considerada como um elemento formador do ca-
II. Caso a bondade seja aprovada, existirá custo adicio- ráter, contexto no qual pathos pode converter-se em éthos.
nal de 5,4 bilhões de reais por ano.
RESPOSTA: “D”.
Existem / existirá.
44-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
RESPOSTA: “D”.
TRATIVA – FCC/2012) Considere:
...... angústia de imaginar que o homem pode estar
42-) (TRF/1ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
só no universo soma-se a curiosidade humana, que se
FCC/2011)
prende ...... tudo o que é desconhecido, para que não
Assim como os antigos moralistas escreviam má-
desapareça de todo o interesse por pistas que dariam
ximas, deu-me vontade de escrever o que se poderia embasamento ...... teses de que haveria vida em outros
chamar de mínimas, ou seja, alguma coisa que, ajus- planetas.
tada às limitações do meu engenho, traduzisse um Preenchem corretamente as lacunas da frase acima,
tipo de experiência vivida, que não chega a alcançar na ordem dada:
a sabedoria mas que, de qualquer modo, é resultado (A) À − a − às
de viver. Andei reunindo pedacinhos de papel em que (B) A − à − as
estas anotações vadias foram feitas e ofereço-as ao lei- (C) À − a − as
tor, sem que pretenda convencê-lo do que penso nem (D) A − a − às
convidá-lo a repensar suas ideias. São palavras que, de (E) À − à – as
modo canhestro, aspiram a enveredar pelo avesso das
coisas, admitindo-se que elas tenham um avesso, nem Leia “voltando” os termos do texto: Soma-se a curio-
sempre perceptível mas às vezes curioso ou surpreen- sidade humana à angústia de imaginar = ficamos com os
dente. itens A e E, somente. Quem se prende, prende-se A algo
(Carlos Drummond de Andrade. O avesso das coisas ou A alguém, então: “que se prende a tudo (sem acento
[aforismos]. 5.ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 3) indicativo de crase, por ser um pronome indefinido); em-
basamento A quê? às teses. Temos: à / a / às.
...em que estas anotações vadias foram feitas...
RESPOSTA: “A”.
Observando o contexto em que a frase acima foi
empregada, a sua transposição para a voz ativa produz 45-) (TRF/4ª REGIÃO – TAQUIGRAFIA – FCC/2010)
corretamente a seguinte forma verbal: Está plenamente adequada a pontuação da frase:
a) fizeram-se. a) Por vezes uma obra literária acaba mesmo, sem
b) tinha feito. o pretender, influindo no plano político e social, pois o
c) fiz. caminho do escritor não é traçado tão somente, pelo
d) faziam. que ele prevê mas também, pelas forças do acaso ou
e) poderia fazer. pelas determinações sociais.
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) Por vezes, uma obra literária acaba, mesmo sem o pre- 47-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP –
tender, influindo no plano político e social, pois o caminho do GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) De acordo com o
escritor não é traçado tão somente pelo que ele prevê, mas texto, o ataque de Wellington de Oliveira
também pelas forças do acaso ou pelas determinações sociais. (A) foi rapidamente esquecido pelos alunos da es-
c) Por vezes, uma obra literária, acaba mesmo sem o pre- cola.
tender, influindo no plano político e social, pois o caminho do (B) foi facilitado pelos funcionários da escola.
escritor não é traçado tão somente pelo que ele prevê, mas (C) se deu mesmo com vigília da guarda municipal.
também, pelas forças do acaso, ou pelas determinações sociais. (D) alterou a rotina da escola Tasso da Silveira.
d) Por vezes uma obra literária acaba mesmo sem o pre- (E) tem reforçado a sensação de segurança.
tender, influindo no plano político e social; pois o caminho do
escritor não é traçado, tão somente, pelo que ele prevê mas Utilizando trechos do texto: Desde o dia do ataque,
também, pelas forças do acaso ou pelas determinações sociais. agentes da guarda municipal fazem vigília na porta do colé-
e) Por vezes, uma obra literária acaba mesmo sem o pre-
gio... “Aquele dia marcou nossa vida para sempre”...
tender, influindo no plano político e social pois o caminho do
escritor, não é traçado, tão somente, pelo que ele prevê, mas
RESPOSTA: “D”.
também pelas forças do acaso, ou pelas determinações sociais.
Tendo em vista a igualdade textual entre os itens, a indicação da 48-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP –
alternativa correta aponta as inadequações presentes nas demais. GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) A frase – Como o
matador Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à
RESPOSTA: “B”. vontade pelo portão. – equivale a:
(A) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
46-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – tade pelo portão, portanto era ex-aluno.
GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Em – Por que, ain- (B) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
da hoje, pomos em risco nossas vidas, a vida de muitos, a tade pelo portão, mas era ex-aluno.
vida de todos, produzindo a guerra? – a figura de lingua- (C) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
gem presente, conforme as expressões em destaque, é a tade pelo portão, porque era ex-aluno.
(A) sinestesia. (D) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(B) metáfora. tade pelo portão, conforme era ex-aluno.
(C) antítese. (E) O matador Wellington de Oliveira passou à von-
(D) hipérbole. tade pelo portão, apesar de ser ex-aluno.
(E) gradação.
A alternativa que apresenta coerência com o enunciado
Gradação: Consiste em dispor as ideias por meio de pala- é a que tem a presença da conjunção explicativa – “porque”.
vras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente.
(fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil7.php) RESPOSTA: “C”.
RESPOSTA: “E”. 49-) (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
– GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011) Assinale a alter-
(PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – nativa correta quanto à pontuação e à acentuação.
GUARDA MUNICIPAL – VUNESP/2011 - ADAPTADA) Leia
(A) As escolas do Rio contratarão mais inspetores,
o texto para responder às questões de números 47 a 49.
tornando possível maior controle do acesso de pessoas
a esses locais.
Desde o dia do ataque, agentes da guarda munici-
pal fazem vigília na porta do colégio. Como o matador (B) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores
Wellington de Oliveira era ex-aluno, passou à vontade tornando possível maior controle do acesso de pessoas
pelo portão. Mas o debate sobre como garantir a segu- a esses locais.
rança nas escolas públicas permanece aceso. Nas escolas (C) As escolas, do Rio, contratarão mais inspetores,
da rede municipal do Rio, funcionários encarregados da tornando possivel maior controle do acesso de pessoas
merenda e de outras funções eram também incumbidos a esses locais.
de zelar pela portaria. A ideia agora é dotar as escolas de (D) As escolas do Rio contratarão mais inspetores,
porteiros responsáveis pela entrada e saída de visitantes tornando possível maior contrôle do acesso de pessoas
devidamente identificados. Também haverá mais inspe- a esses locais.
tores, de modo que cada colégio conte com um deles por (E) As escolas do Rio, contratarão mais inspetores,
andar. O mais difícil será amenizar a sensação de insegu- tornando possivel maior contrôle do acesso de pessoas
rança que restou. Recentemente, ao ouvirem a movimen- a esses locais.
tação de estudantes no corredor, os alunos de uma das
turmas da Tasso de Oliveira saíram correndo, no meio da Como as alternativas apresentam o mesmo texto, não
aula, aos berros. “Aquele dia marcou nossa vida para sem- indiquei nas demais as incorreções.
pre”, afirma Luís Marduk, diretor da escola.
(Veja, 25.05.2011) RESPOSTA: “A”.
101
LÍNGUA PORTUGUESA
50-) (CREFITO/SP – OPERADOR DE VÍDEO – VU- 53-) (TRF/5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO –
NESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto à FCC/2012) O verbo flexionado no singular que também
concordância. pode ser corretamente flexionado no plural, sem que
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente nenhuma outra alteração seja feita na frase, está des-
protegidas. tacado em:
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamen- a) Para promover os direitos humanos, a consolida-
te protegido. ção da democracia em todos os países é extremamente
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequada- necessária.
mente protegido. b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Hu-
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequa- manos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de
damente protegido. zelar pela manutenção dos Direitos Humanos.
(E) Os envolvidos, então, não estava adequadamen- c) A comunidade internacional trata os direitos hu-
te protegidos. manos de forma global, justa e equitativa, em pé de
igualdade e com a mesma ênfase.
(A) As pessoas, então, não estavam adequadamente d) A maior parte dos países compreende que o di-
protegidas. reito ao trabalho é de vital importância para o desen-
(B) Nenhuma pessoa, então, estava adequadamente volvimento de povos e nações.
protegido = protegida e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
(C) Os envolvidos, então, não estavam adequadamente 1993, reconhece uma série de direitos fundamentais,
protegido = protegidos como o direito ao desenvolvimento.
(D) Todas as pessoas, então, não estavam adequada-
mente protegido = protegidas Sublinhei os termos que se relacionam, justificando a
(E) Os envolvidos, então, não estava (estavam) adequa- concordância verbal:
damente protegidos. a) Para promover os direitos humanos, a consolidação
da democracia em todos os países é extremamente neces-
RESPOSTA: “A”.
sária.
b) Cada um dos países do Conselho de Direitos Huma-
51-) (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP – ENGENHEI-
nos da Organização das Nações Unidas (ONU) há de zelar
RO – ÁREA CIVIL – VUNESP/2011) O tema desse texto é
pela manutenção dos Direitos Humanos.
(A) o uso de bolsas cor-de-rosa pelas donas de casa
c) A comunidade internacional trata os direitos huma-
brasileiras.
nos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade
(B) o desamparo das mulheres abandonadas pelos
maridos. e com a mesma ênfase.
(C) a falta de dinheiro para pagar salários a mulhe- d) A maior parte dos países compreende (ou “com-
res de baixa renda no Brasil. preendem” = facultativo; tanto concorda com “a maior par-
(D) o alto custo das contas públicas brasileiras. te” quanto com “países”) que o direito ao trabalho é de vital
(E) o impacto econômico da aposentadoria de do- importância para o desenvolvimento de povos e nações.
nas de casa nas contas públicas. e) A declaração de Direitos Humanos de Viena, de
1993, reconhece uma série de direitos fundamentais, como
Pela leitura do texto, fica evidente que ele aponta o o direito ao desenvolvimento.
impacto econômico que o pagamento de aposentadoria às
donas de casa causará às contas públicas. RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “A”.
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