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Tradução da Publicação: Losses from Water Supply Systems:

Standard Terminology and Recommended Performance Measures.


The Blue Pages. Ed. A. Lambert e W. Hirner, International Water
Association (IWA), 2000.

Arsae-MG
29/05/2015
Apresentação

As perdas do serviço de abastecimento de água representam desperdício de recursos


naturais, operacionais e de receita. Por se tratar de um setor com característica de monopólio,
historicamente os prestadores têm repassado aos usuários os custos associados às perdas, sejam
reais ou aparentes. Deficiências de planejamento, baixa eficiência operacional e altos índices de
perdas são consequências diretas.

A ilusão de disponibilidade hídrica fez com que programas de eficiência tenham sido
preteridos por obras de ampliação da infraestrutura de captação e tratamento de água, que
implicam em aumento de custos e tarifas de usuários. Apesar de permitirem a superação de
desafios imediatos, tal postura é insustentável.

O marco regulatório do saneamento, instituído pela Lei Federal 11.445 de 2007, definiu
diretrizes que incluem eficiência da prestação, sustentabilidade, inibição do desperdício de
recursos, adoção de tecnologias modernas e eficientes, modicidade tarifária, preservação do
meio ambiente e de recursos hídricos, dentre outras.

Nos anos recentes, com o crescimento da conscientização ambiental e especialmente


pelo contexto de escassez hídrica, a relevância do combate às perdas no setor de abastecimento
de água tem se evidenciado.

Com vistas a disseminar boas práticas e incentivar a adoção de programas de redução e


controle de perdas dos prestadores regulados, a Arsae-MG traduziu este importante documento
da IWA (International Water Association), resultado das discussões de um grupo de trabalho
formado por especialistas no tema.

O documento, simples e objetivo, busca padronizar conceitos, conscientizar da


importância da construção de um balanço hídrico, além de definir indicadores físicos e
financeiros que indiquem a priorização de ações.

O enfrentamento da situação exige a adoção pelo prestador de um programa de controle


de perdas abrangente, que contenha as etapas de diagnóstico, avaliação das alternativas de ação,
planejamento, implementação, acompanhamento, avaliação dos resultados e aperfeiçoamento.
Trata-se de um procedimento que deve ser permanente.

Além de melhorias na gestão, a Arsae reconhece que os prestadores precisam de apoio


do regulador para a viabilização de programas de controle de perdas.

Este documento deve ser considerado pelos prestadores como referência para a
apresentação de projetos que possam conduzir a um processo interativo e colaborativo na busca
de melhorias operacionais visando a eficiência e a sustentabilidade das atividades, tendo em
vista a preocupação com o meio ambiente e com as gerações futuras.

Esta tradução contou com a participação de Adriane Neves Scarpelli, Bruno Aguiar Carrara de Melo, Érica
Patrícia Villalaz Oliveira, Felipe Aprígio dos Santos Teixeira Ribeiro, Fernanda Ayako Freitas, Hubert Brant
Moraes, Mayara Milaneze Altoé Bastos, Rodrigo Bicalho Polizzi e Walter Lorenzo Zilio Motta de Souza.
the blue pages
A fonte de informação IWA sobre questões de água potável
__________________________________________________________________________________________

Perdas nos Sistemas de Abastecimento de Água: Terminologia


Padrão e Medidas de Desempenho Recomendadas
Sumário Em 1996, o Comitê de Operação e Manutenção
da Divisão de Distribuição da IWA montou uma
A quantidade de água perdida é um importante força tarefa para rever as metodologias existentes
indicador de quão positiva ou negativa é a para comparação internacional de perdas de água
evolução da eficiência na distribuição de água, em sistemas de abastecimento. Os principais
tanto em uma base anual como em uma tendência objetivos eram:
que se tem ao longo dos anos. Altos e crescentes
volumes perdidos de água, que são um indicador • Preparar uma terminologia básica e
da ineficácia no planejamento e construção, e da padronizada recomendada para cálculo das
baixa atividade de manutenção operacional, perdas aparentes e das perdas reais.
devem ser o estímulo para se iniciar um • Revisar e recomendar indicadores de
programa de controle de perdas mais ativo. desempenho para comparações de perdas em
nível internacional.
No entanto, uma rede livre de perdas não é algo
tecnicamente e economicamente concebível, não Esta publicação resume as principais conclusões
podendo ser evitado um pequeno nível de perdas, da Força Tarefa em Perdas de Água, com uma
nem mesmo no sistema com melhor operação ou especial referência aos indicadores de
manutenção, no qual os prestadores de serviço de desempenho para obtenção de controle das
abastecimento tomam muita atenção para o perdas (vazamentos e extravasamentos) em
controle dos volumes perdidos. sistemas de adução e distribuição. A terminologia
recomendada e toda a gama de indicadores
Com uma tendência internacional crescente em sugeridos para avaliação de desempenho estão
direção à sustentabilidade, à eficiência disponíveis no manual de boas práticas da IWA:
econômica e à proteção ao meio-ambiente, o Indicadores de Desempenho para Sistemas de
problema de perdas de água em sistemas de Abastecimento de Água (Alegre, Hirner, Baptista,
abastecimento é de grande interesse no mundo. & Perena). O desenvolvimento da equação para
Tanto aspectos técnicos quanto financeiros estão cálculo do valor técnico mínimo (inevitável) de
recebendo uma atenção crescente, especialmente perdas reais anuais, baseado em pesquisas
em períodos de restrição na disponibilidade internacionais, é descrito em detalhes em uma
hídrica ou em que ocorre rápido desenvolvimento recente publicação da AQUA (Lambert, Bronw,
econômico. Takizawa, & Weimer, Dec 1999). As conclusões
Problemas particulares e desentendimentos da Força Tarefa em Perdas de Água estão
desnecessários surgem por causa de diferentes resumidas na seção 8 destas Blue Pages.
definições utilizadas para descrever e calcular o
volume de perdas. Além disto, indicadores Esta publicação busca ser exclusivamente um
tradicionais de desempenho geralmente dão documento informativo, não refletindo as
políticas da IWA ou de seus membros.
impressões conflitantes da verdadeira efetividade
do controle de perdas de água (IWSA, 1990).

3
CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO 5

2. A IMPORTÂNCIA DE MEDIÇÕES CONFIÁVEIS 5

3. DEFINIÇÕES PADRONIZADAS PARA USO INTERNACIONAL 7

4. COMPONENTES DO BALANÇO HÍDRICO E CÁLCULOS 9

5. INDICADORES DE DESEMPENHO FINANCEIRO 10

6. INFLUÊNCIAS SOBRE AS PERDAS REAIS DE ÁGUA 11

7. INDICADORES DE DESEMPENHO TÉCNICO PARA PERDAS REAIS DE ÁGUA 11

8. CONCLUSÕES 16

9. AGRADECIMENTOS 17

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17

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1. INTRODUÇÃO
• Recomendar os Indicadores de Desempenho
mais apropriados para uso internacional.
Os problemas de perdas de água e de receitas são:
A quantidade real de água perdida na rede de
• Técnicos: nem toda a água fornecida pelo
distribuição irá variar de sistema para sistema
prestador de serviços de abastecimento chega
dependendo de fatores locais como topografia,
ao cliente.
extensão de rede, número de ligações e
• Econômicos e Financeiros: nem toda água
procedimentos de serviço, e de quão bem o
distribuída é paga.
sistema está sendo operado e mantido. Em um
• Terminológicos: falta de definições
sistema bem operado, as perdas de água devem
padronizadas dos conceitos de perda de água e
ser continuamente monitoradas e controladas, e
de receita.
mencionadas a cada ano em um relatório anual.
Os objetivos deste trabalho são:
O volume anual de perdas consiste em dois tipos
• Introduzir uma terminologia padrão para uso separados de perdas – Real (física) e Aparente
internacional (não física), que são descritas na Seção 3 abaixo.
• Recomendar como o volume anual de perdas
reais e aparentes deve ser calculado a partir de
um Balanço Hídrico

2. A IMPORTÂNCIA DE MEDIÇÕES CONFIÁVEIS

A medição confiável de todos os volumes de água mas a exatidão dessa medição é também questão-
pode e deve ser um componente integrante do chave nos cálculos do balanço hídrico. A
abastecimento de água, da gestão da demanda por micromedição requer uma gestão cuidadosa caso
água e da determinação das perdas (Figura 1). A sejam buscados resultados representativos e
parte mais importante de determinar quanta água significativos.
está sendo perdida em um sistema é o de
Uma organização eficiente irá reconhecer e lidar
quantificar com precisão o volume de água que
com problemas potenciais, tais como modelo ou
está entrando nesse sistema. Medições da captação,
dimensionamento inadequado de hidrômetro,
da saída do tratamento, da água importada e
instalação incorreta do aparelho, incrustação do
exportada, dos volumes de entrada nos setores do
medidor, deterioração com a idade, vazões
sistema de distribuição são essenciais para o
inferiores às que o medidor pode registrar de forma
cálculo do balanço hídrico.
confiável, manutenção/substituição insuficiente,
Medições das vazões noturnas por setores do frequência de calibração, incapacidade de obter
sistema de distribuição (Hirner, 1998) são leituras e influência dos ciclos e das rotas de
extremamente úteis para identificar rapidamente a leitura. Sempre que a medição real não for
presença de novos vazamentos não declarados, que possível, por exemplo, em atividades como o
podem então ser localizados e rapidamente combate ao incêndio, descarga de rede etc, todos
reparados. Essa técnica pode ser usada os esforços devem ser feitos para estimar cada
independente se os clientes são micromedidos ou componente do uso da água com precisão para
não. determinar quantidades realistas para o balanço
hídrico.
O objetivo principal da micromedição é gerar
receita econômica baseada em consumo medido,

5
Figura 1: Definição das entradas e saídas do sistema de distribuição de água

(*) Pode estar localizado em qualquer lugar entre a captação e o tratamento


(**) Pode estar localizado em qualquer lugar abaixo (a jusante) do tratamento
(A)* Equivale ao item “A” do Balanço Hídrico. O “Volume de Entrada no Sistema” é o primeiro item a ser
preenchido no B.H.1

1
Nota do Tradutor (NdT): A Arsae considera relevante o monitoramento da água tratada utilizada nas ETAs para lavagem dos
filtros. Apesar de não incluído no balanço hídrico da IWA, medições antes e depois da ETA são importantes para o monitoramento
de perdas

6
3. DEFINIÇÕES PADRONIZADAS PARA USO INTERNACIONAL

Qualquer discussão relativa a perdas deve ser Consumo Autorizado (Figura 2) inclui itens como
precedida por uma definição clara dos combate a incêndio e treinamento, descarga de
componentes do balanço hídrico e dos dados redes, limpeza de ruas, irrigação de praças
complementares utilizados em sistemas de municipais, fontes públicas, proteção contra
abastecimento de água. No entanto, existem geadas e água para canteiros de obras de
diferenças significativas nas definições utilizadas implantação de redes. Estes podem ser faturados
em diferentes países. A terminologia das melhores ou não faturados, medidos ou não medidos, de
práticas da IWA presentes na Figura 2 foi acordo com a prática local.
selecionada a partir de países que já têm seu
“Perdas de Água” do sistema são calculadas
próprio (mas diferente) procedimento padrão
como:
nacional e terminologia para Balanço Hídrico
Perdas de Água = Volume de Entrada no Sistema –
(França, Alemanha, Japão, Reino Unido, EUA).
Consumo Autorizado.
Assim, cada terminologia nacional difere do
padrão da IWA, em certa medida, até por causa da Perdas de Água podem ser consideradas como o
diferença de idiomas. Portanto, ao empreender volume total do sistema inteiro, ou por sistemas
uma comparação internacional ou benchmarking, parciais, tais como adutoras de água bruta,
é necessário primeiro distribuir os componentes adutoras de água tratada ou sistema de
do balanço hídrico nacional nos mesmos distribuição. Em cada caso, os elementos de
componentes como mostrado na Figura 2. Quando cálculo podem ser ajustados adequadamente.
os países ainda não possuem um padrão para tais Perdas de Água consistem em perdas reais e
cálculos, a terminologia da IWA, como mostrado aparentes.
nas Figuras 1 e 2, é proposta como versão a ser “Perdas Reais” são perdas físicas de água do
adotada como modelo. Esta terminologia inclui as sistema pressurizado até o ponto de
seguintes definições: hidrometração. O volume perdido através de todos
"Água Captada" é o volume de água obtido para os tipos de vazamentos, rompimentos e
entrada nas adutoras de água bruta, conduzido às extravasões depende da frequência, vazão e
estações de tratamento de água. durações médias de vazamentos individuais.

"Água Produzida" é o volume de água para "Perdas Aparentes" consistem em consumo não
entrada nas adutoras de água tratada ou autorizado (furto ou uso ilegal), e todos os tipos
diretamente no sistema de distribuição. de imprecisões associadas com macro e
micromedição. Sub-medição da produção e sobre-
"Água Importada e Exportada" refere-se aos medição dos usuários levam à sub-avaliação das
volumes transferidos entre prestadores nas perdas reais. Sobrestimar a produção e subestimar
fronteiras de operação. o consumo dos usuários, conduz à sobrestimativa
de perdas reais.
"Volume de Entrada no Sistema" é o volume de
entrada de água no sistema de adução ou no “Água não Convertida em Receita” é a
sistema de distribuição. diferença entre o Volume Entrada no Sistema e o
“Consumo Autorizado” é o volume de água Consumo Autorizado Faturado (Água Faturada,
Figura 2).
medido e/ou não medido consumido pelos
usuários cadastrados, sendo implicitamente ou
explicitamente autorizados pelo prestador a fazê-
lo para fins domésticos, comerciais, industriais e
públicos. Isso inclui água exportada. Note que

7
Figura 2: Componentes do Balanço Hídrico para um Sistema de Adução de Água Tratada ou de
um Sistema de Distribuição2

A B C D E
D.1 Consumo Medido
Faturado (incluíndo água
D. Consumo
exportada)
Autorizado H. Água Faturada
Faturado D.2 Consumo Estimado
Faturado
B. Consumo
Autorizado E.1 Consumo Medido não
E. Consumo Faturado
Autorizado não
Faturado E.2 Consumo não medido
não Faturado
A. Volume
F.1 Consumo não
de Entrada Autorizado
F. Perdas I. Água não
no Sistema Convertida em
Aparentes
F.2 Imprecisão de Medição Receita
(ANCR ou
G.1 Vazamentos e NRW)**
C. Perdas de
Extravasamentos em
Água Reservatórios

G. Perdas Reais G.2 Vazamentos em


(Físicas) Adutoras e Redes

G.3 Vazamentos em Ramais


até o ponto de Medição do
Cliente

Obs.: Dificuldades podem ser experimentadas ao preencher o Balanço Hídrico com razoável precisão quando
um número significativo de usuários não é medido. Nesses casos, o Consumo Autorizado não Medido deve
ser proveniente de amostra de medição de um número estatisticamente representativo de ligações individuais
de várias categorias, e/ou por medição da entrada de água em uma área com perfil uniforme de usuários (com
dados ajustados para vazamentos e variações de pressão diurna conforme o caso).

**A Força Tarefa do IWA sobre Indicadores de Performance recomenda que, se o termo “Água não
Contabilizada” é usado, ela pode ser definida e calculada do mesmo modo que “Água não
Convertida em Receita” na mesma tabela.

Passo-a-passo para calcular a água não faturada e as perdas de água:


Passo 1: Introduzir o Volume de entrada de Água no Sistema (A);

2
NdT: Importante que seja sempre informado volume faturado medido sem o cálculo da água virtual referente ao consumo
mínimo. Os autores entendem que o termo volume faturado não inclui água virtual, diferente do conceito adotado no Brasil.

8
Passo 2: Determinar o Consumo Medido Faturado (D.1) e o Consumo Estimado Faturado (D.2). Introduzir
o total destes como Consumo Autorizado Faturado (D) e como Água Faturada (H);
Passo 3: Calcular o Volume de Água não Convertida em Receita (ANCR ou NRW) (I) subtraindo do Volume
de Entrada de Água no sistema (A) a Água Faturada (H);
Passo 4: Definir o Consumo Medido não Faturado (E.1) e o Consumo não Medico não Faturado (E.2);
registrar o total em Consumo Autorizado não Faturado (E);
Passo 5: Somar os volumes correspondentes ao Consumo Autorizado Faturado (D) e ao Consumo
Autorizado não Faturado (E); introduzir o resultado como Consumo Autorizado (B);
Passo 6: Calcular as Perdas de Água (C) como a diferença entre o Volume de Entrada de Água no Sistema
(A) e o Consumo Autorizado (B);
Passo 7: Avaliar, usando os melhores métodos disponíveis, as parcelas do Consumo não Autorizado (F.1) e
de Imprecisão de Medição (F.2), somá-las e registar o resultado em Perdas Aparentes (F);
Passo 8: Calcular as Perdas Reais (G) subtraindo as Perdas Aparentes (F) das Perdas de Água (C);
Passo 9: Avaliar as parcelas das Perdas reais (G.1, G.2 e G.3) usando os melhores métodos disponíveis
(análise de fluxos noturnos, frequência de rompimentos/interrupções/vazão/cálculos de duração, modelagem,
etc.), somá-las e comparar com o resultado das Perdas Reais (G).

4. COMPONENTES DO BALANÇO HÍDRICO E CÁLCULOS

Todos os cálculos do balanço hídrico são


As melhores práticas no gerenciamento de perdas aproximados, até certo ponto, devido à dificuldade
consistem em uma combinação de contínuos de avaliar todos os componentes com precisão
cálculos do balanço hídrico junto com medição da completa (Alegre, Hirner, Baptista, & Perena,
vazão noturna de forma contínua ou conforme a ISBN 1 900222 272) (Lambert, Bronw, Takizawa,
necessidade. O balanço hídrico, que geralmente & Weimer, Dec 1999). É provável que a
cobre um período de 12 meses, pode incluir: confiabilidade seja maior quando os volumes de
entrada são comprados (com importação
• Uma contabilização minuciosa de toda a água
duplicada), e toda a água é medida através de
que entra e sai do sistema, incluindo inspeção
medidores precisos e frequentemente calibrados
dos registros do sistema.
de usuários abastecidos que não utilizam caixas
• Testes periódicos dos hidrômetros e programa d’água. Caixas d’água podem resultar em baixas
de calibração. vazões nas ligações, e esse baixo fluxo pode não
• Ajustes na defasagem de tempo entre a leitura ser registrado precisamente no medidor do
do medidor da produção (macromedidor) e usuário.
leitura dos medidores dos usuários
(hidrômetros). Dentre as melhores práticas, tal como
recomendado pelo Grupo de Indicadores de
O cálculo do balanço hídrico quantifica o volume Desempenho IWA (Alegre, Hirner, Baptista, &
de água total no sistema, o consumo autorizado Perena, ISBN 1 900222 272), está em atribuir
(faturado e não faturado, medido e não medido) e graus de confiança para cada um dos componentes
as perdas de água (aparentes e reais), conforme a do balanço hídrico, incorporando tanto
Figura 2. Onde a detecção contínua de confiabilidade quanto níveis de precisão. Em
vazamentos não é praticada, o processo deve alguns países, esses níveis são verificados de
também incluir uma análise de custo benefício forma independente, como parte do processo.
para recuperar o excesso de vazamento, levando a
um programa de detecção de vazamentos Cada componente do balanço hídrico anual
(American Water Works Association, 1997). (Figura 2) sempre deve ser inicialmente
apresentado em termos de volume por ano. O

9
volume anual de Água não Convertida em • Perdas provenientes de vazamentos e
Receita, Perdas de Água, Perdas Aparentes e rompimentos informados ao prestador - vazão
Perdas Reais são calculados usando o passo-a- tipicamente alta, de curta duração e volumes
passo abaixo da Figura 2. moderados.
• Perdas com rupturas não declaradas,
O passo 9 do processo de cálculo recomenda que
encontradas por controle ativo de vazamentos
os volumes de Perdas Reais calculados pela
(CAV ou Active Leakage Control) - vazão
diferença entre as Perdas de Água e Perdas
média, mas a duração e o volume dependem
Aparentes deve ser verificado, se possível,
da política do CAV.
avaliando os componentes individuais das Perdas
• Transbordamento e vazamento de
Reais. Uma compreensão muito melhor de Perdas
reservatórios.
Reais pode ser obtida pela classificação dos
componentes (Lambert, A.O. Accounting for Métodos de avaliação das Perdas Reais, além do
Losses - the Bursts and Background Estimates balanço hídrico, incluem:
Concepts, 1994), como se segue:
• Análise de vazão noturna baseada em medição
de áreas setorizadas.
• Registro do número de ocorrências e tipos de
• Perdas ocultas provenientes de vazamentos
vazamentos e rompimentos, suas vazões
indetectáveis muito pequenos – vazão
médias e durações.
tipicamente baixa, de longa duração e grandes
• Simulações de cálculo que levem em
volumes.
consideração vazamentos ocultos e pressão.

Embora as Perdas Físicas após o ponto de


medição do cliente estejam excluídas da avaliação
das Perdas Reais, segundo esta definição, às vezes
elas podem ser altamente significativas e dignas
de atenção para fins de gerenciamento.

5. INDICADORES FINANCEIROS DE DESEMPENHO

5.1 Em termos de volume: usa a composição do calculado através da inserção de valores


Volume de Entrada de Água no Sistema nos monetários apropriados, em moeda local por m³,
componentes Água Faturada (H/A) e Água não sobre os volumes anuais de Consumo Autorizado
Convertida em Receita (I/A). O componente Água não Faturado (E), Perdas Aparentes (F) e Perdas
não Convertida em Receita (I), que inclui Reais (G) obtidos usando a Figura 2. Um exemplo
Consumo Autorizado não Faturado (E), é de cálculo é mostrado como Passo 2 na Figura 4.
expresso como um percentual do Volume de Um valor conveniente para Perdas Aparentes e
Entrada no Sistema. No entanto, o verdadeiro Consumo Autorizado não Faturado normalmente
indicador de desempenho financeiro precisa seria a tarifa média de venda de água aos usuários.
refletir custos tão bem quanto volume. Um valor apropriado para Perdas Reais seria o
custo unitário de produção e bombeamento de
5.2 Em termos de custos: Um indicador de água, ou uma tarifa de fornecimento água por
desempenho financeiro aperfeiçoado pode ser
10
atacado, o que for mais elevado (Referência individual estimar qual o percentual da despesa
bibliográfica 7). anual é atribuído a:

Cada uma destas avaliações, e a sua soma, podem • Consumo Autorizado não Faturado
ser simplesmente expressas como um percentual • Perdas Aparentes Resultante de Imprecisão de
do custo corrente anual do abastecimento de água. Medição e do Consumo não Autorizado
Esta visão geral permite a um fornecedor de água • Perdas Reais

6. INFLUÊNCIAS SOBRE PERDAS REAIS DE ÁGUA

Para cada sistema existem diversas influências Pesquisas do Japão e Reino Unido que foram
locais importantes que limitam as possibilidades publicadas demonstraram claramente que, à
para gestão das Perdas Reais de água e que medida que as pressões dos sistemas de
precisam ser reconhecidas durante a seleção do distribuição variam, as taxas de vazamento variam
indicador de performance operacional para se em um nível maior do que poderia ser previsto por
atingir uma efetiva gestão de Perdas Reais: uma teórica relação quadrática entre pressão e
velocidade. Isto ocorre porque a área efetiva de
• O número de ligações ativas; alguns vazamentos varia conforme a pressão. Para
• A localização do hidrômetro do usuário dentro grandes sistemas é uma simplificação aceitável
da ligação; assumir relação linear entre pressão e taxa de
• O comprimento da rede; vazamento.
• A pressão média de operação quando o
sistema trabalha pressurizado; Como a oferta contínua de água pressurizada é o
• O percentual de tempo por ano em que o objetivo primário de um sistema de abastecimento
sistema fica pressurizado; de água, o Manual de Boas Práticas da IWA:
• Condições de infraestrutura, materiais, Indicadores de Desempenho para Serviços de
frequência de vazamentos e rompimentos Abastecimento de Água (Alegre, Hirner,
(Sattler, 1997); Baptista, & Perena) apresenta a continuidade do
• O tipo de solo e condições do terreno, já que abastecimento como um indicador de performance
da qualidade do serviço (Qs10). No entanto, como
eles influenciam na proporção de vazamentos
a continuidade no abastecimento não é atingida
e rompimentos que são rapidamente
em muitos países, qualquer indicador de
identificados na superfície do terreno.
performance pensado para uso internacional na
comparação de taxas médias de perda real de água
Estas influências são discutidas em detalhes na
em sistemas de abastecimento deve considerar o
referência 3 da bibliografia, mas dois pontos
percentual de tempo em que o sistema fica
precisam ser destacados aqui – a influência da
pressurizado.
pressão de operação e o percentual de tempo que
o sistema fica pressurizado.

11
7. INDICADORES DE DESEMPENHO TÉCNICO PARA PERDAS REAIS DE ÁGUA

7.1 Indicadores de Performance Tradicionais Percentual do Volume de Entrada no Sistema:


(IPs): os simples e tradicionais Indicadores É um indicador adequado para definir visões
Técnicos de Perdas Reais que são mais utilizados financeiras e ecológicas dos impactos causados
em diversas partes pelo mundo para comparação pelas perdas de água, como definido no item 5.1 e
do volume de perdas reais anuais são: no Manual de Boas Práticas do IWA: Water
• Como percentual do Volume de Entrada no Indicator in Water Supply Systems (Alegre,
Sistema. Hirner, Baptista, & Perena). Defende-se a adoção
• Calculado por tamanho da rede e por dia (ou do valor percentual para avaliação financeira do
horas). Volume de Água Não Convertida em Receita
• Calculado por ligação e por dia (ou hora) (ANCR) e indicadores sobre fontes de recursos
• Calculado por economia e por dia (ou hora) hídricos.
• Calculado por comprimento do sistema e por
dia (ou hora) (em que o tamanho do sistema Apesar da visão técnica das perdas em sistemas de
inclui comprimento da rede mais o distribuição, a Perda Real expressa como
comprimento do ramal entre a rede e o ponto percentual do Volume de Entrada no Sistema não
de medição do usuário). é adequada para obter a eficiência da gestão sobre
sistemas de distribuição. Os principais motivos
Importante notar que o número de ligações deve são:
ser usado preferencialmente sobre o número de
economias. Isto acontece uma vez que a perda real • O indicador falha em captar qualquer dos
ocorre nas ligações e não é incomum que estas se fatores chave de influência em perdas reais
dividam em outras diversas tubulações para apontados no item 6.
servirem diversas economias após o ponto de • Diferenças de consumo influenciam no valor
medição do usuário. de perdas calculadas em percentual.

Figura 3: Perdas Reais como percentual do Volume de Entrada no Sistema versus o consumo, em
litros/ligações/dia, para valores diferentes de Perdas Reais em litros/ligação/dia (curvas)

12
A figura 3 mostra como as Perdas Reais expressas 7.4 Indicador Técnico de Perdas Reais (ITPR):
em percentual (eixo Y) do Volume de Entrada do a Força Tarefa de Perdas de Água recomenda que
Sistema varia de acordo com o Consumo Médio o Indicador Técnico de Perdas Reais seja aquele
por Ligação (eixo X) e com as Perdas Reais, em em que o volume de Perdas Reais esteja divido
litros/ligação/dia (curvas). Por exemplo, com pelo número de ligações3, considerando-se apenas
perdas de 100 litros por ligação por dia – que é o período do ano em que o sistema trabalhe
um bom indicador técnico de performance – o pressurizado.
percentual de perdas pode variar entre 1,2% e
29% dependendo se o consumo é 8.000 litros por ITPR = (Volume Anual de Perdas
ligação por dia (ex.: regiões metropolitanas) ou Reais)/(Ligações)/(dias em que o sistema esteve
apenas 250 (áreas rurais e vilarejos). Perdas pressurizado)
expressas em percentual também não são
adequadas para comparação entre sistemas de Uma interpretação mais detalhada dos valores
funcionamento contínuo e intermitente. para o ITPR (Op24 na Referência 2 da
bibliografia) pode ser obtida ao compararmos o
A Força Tarefa em Perdas de Água da IWA valor desse indicador com aquele que melhor
endossa as conclusões do Manual de Boas estima a Perda Real Inevitável (PRI) de acordo
Práticas da IWA: Indicadores de Desempenho com as condições locais de densidade de ligações,
para Serviços de Abastecimento de Água (Alegre, localização do ponto de medição e pressão média
Hirner, Baptista, & Perena) e outros diversos de operação, tomando-se que todos os aspectos de
Comitês Técnicos Nacionais e seus reguladores controle de perdas estão sendo geridos sobre os
(Ex.: Referência 9 da bibliografia) de que o uso do padrões técnicos mais elevados.
percentual não é indicado para calcular a
eficiência da gestão sobre Perdas Reais em 7.5 Perda Real Inevitável (PRI): É
sistemas de distribuição. recomendável que o cálculo da PRI em
litros/ligação/dia seja baseado na equação que será
7.3 Se não o percentual, qual indicador de apresentada. Isto irá determinar influências
desempenho? Efetivamente, a escolha de um separadas sobre perdas reais do comprimento de
indicador de performance operacional básico para rede (ExtRede em km), número de ligações (Lig),
Perdas Reais está ligada ao tamanho da rede ou ao comprimento total do ramal entre a rede e o ponto
número de ligações. A experiência internacional de medição (ExtRamal em km) e a pressão média
demonstra que grande parte das perdas ocorre nas (P em metros coluna de água) quando o sistema
ligações, não na rede, excetuado os casos em que opera pressurizado.
há baixa densidade de ligações. Esta experiência é
confirmada pela análise técnica e estatística PRI = (A x ExtRede/Lig + B + C x ExtRamal/Lig)
apresentada dentro da Referência 3 da x Pressão
bibliografia. Com isto, se um único indicador de (litros/ligação/dia quando o Sistema está
performance tiver de ser escolhido para pressurizado)
comparações nacionais e internacionais, aquele
que utiliza ponderação por ligações é
provavelmente o mais indicado para cobrir o
3 NdT: O entendimento mais atual coloca que este valor
maior conjunto de situações possíveis.
deve ser utilizado quando a densidade de ligações por
quilômetro de rede for superior a 20. Caso contrário deve
ser utilizado o indicador em que o volume é dividido pela
extensão de rede.
13
A definição de PRI e a derivação dos coeficientes Note-se que pode não ser economicamente viável
A (18), B (0,80) e C (25) são explicados na atingir os valores ideais da Tabela 1. Isto
referência 3 da bibliografia. A equação e seus dependerá do custo e da disponibilidade de água
parâmetros A, B e C são baseados em análises em cada local.
estatísticas de dados internacionais, incluindo 27
diferentes sistemas de abastecimento de água em 7.6 Comparações entre ITPR e PRI: A
20 países. diferença entre ITPR e PRI representa o potencial
máximo de redução de perdas reais quando o
Um exemplo de cálculo baseado nestes sistema está pressurizado. Da mesma forma, a
parâmetros é apresentado no 4º Passo da figura 4. proporção entre ITPR e PRI é um índice
Esta equação básica pode ser apresentada e adimensional bastante útil para uma avaliação
utilizada em uma ampla variedade de maneiras. geral das condições e da gestão da infraestrutura
Por exemplo, a Tabela 1 pode ser usada para sob o atual regime de continuidade na prestação e
procurar valores estimados para o PRI, nas para determinado nível de pressão, sendo
mesmas unidades que as do ITPR recomendado como passo adicional na
(litros/ligações/dia), para diferentes combinações interpretação do valor calculado para o ITPR para
de densidade de ligações, de pressão média e de uma grande gama de situações e contextos
comprimento médio do ramal que liga a rede internacionais. A questão sobre quando a pressão
pública ao hidrômetro (metros por ligação). Desta média do sistema é desnecessariamente alta, ou
forma, a Perda Real Inevitável para um sistema muito baixa, deve ser avaliada regularmente.
com densidade de 40 ligações por quilômetro de
rede e 40 mca. de pressão média deveria ser: Índice Infraestrutural de Perdas Reais (IIPR) =
ITRP/PIA
• 50 litros/ligação/dia para consumidores Por exemplo, se o ITRP é 107 litros/ligação dia, e
localizados no limite da rua tem-se a PRI com valor de 53,6 litros/ligação/dia
• 60 (=50+0,025*10*40) litros/ligação/dia para (como no passo 4 do cálculo da Figura 4), o
consumidores localizados em média a 10 Índice Infraestrutural de Perdas Reais é 107/53,6
metros do limite da rua. = 2,0. Valores de IIPR calculados para 27
situações reais em 20 países, que foram usados
A Tabela 1 demonstra claramente porque não é para testar a validade da metodologia (Referência
possível citar um único valor confiável para a 3 da bibliografia), variam entre 1 e 10. Sistemas
Perda Real Inevitável, mesmo quando as unidades bem geridos e em boas condições de operação
utilizadas são aquelas para o Indicador Técnico de devem apresentar valores de IIPR muito próximos
Perdas Reais recomendado, havendo uma ampla de 1, com valores maiores quando os sistemas são
gama de possibilidades para densidade de mais velhos ou apresentam deficiências de
ligações, localização dos hidrômetros e pressão de infraestrutura.
operação observados internacionalmente.

14
_____________________________________________________________________________

Tabela 1: Perdas Reais Inevitáveis (PRI) em litros/ligação/dia para hidrômetros de usuários


localizadas no limite da rua:

Densidade de Pressão Média de operação do Sistema (P) em metros


Ligações Lig/km
(por km de rede) 20 40 60 80 100
20 34 68 112 146 170
40 25 50 75 100 125
60 22 44 66 88 110
80 21 41 62 82 103
100 20 39 59 78 98

Nota: Se o hidrômetro está localizado a “M” metros do limite da rua, em casos sem medição,
deve-se adicionar o valor equivalente a [0,025*M*P] l/lig/dia aos valores da tabela 1, onde P é a
pressão média de operação.

15
Figura 4: Cálculo de medidas de desempenho em perdas de água
Exemplo de um Sistema de Abastecimento de Água de uma cidade alemã; 1997
Cálculo de Medidas de Desempenho em Sistemas de Distribuição de Água

Variáveis que possuem correspondente no SNIS indicarão os dados necessários para preenchimento quando cursos apontar para o item

1º Passo: Volume de Entrada de Água no Sistema (A) 38.000.000 m³/ano

Reagrupe Todos os componentes do Balanço Hídrico em um dos itens seguintes


Consumo autorizado não Volume de Perda de Água m³/ano
Consumo autorizado faturado (CAF) (D)
faturado (CANF) (E) Aparente (F) Real (G)
35.050.000,00 200.000,00 500.000,00 2.250.000,00

2º Passo: Calcule indicadores simples de performance financeira baseados na valoração de água não faturada e no custo anual do sistema

Moeda Local R$ Custo Anual do Sistema 45.000.000,00 R$ por ano


Volumes não faturados Valor Unitário Estimativas de perdas anuais Percentual do
m³/ano R$ /m³ R$ /ano custo anual de
CANF (E) 200.000,00 2,7 Tarifa média 540.000,00 1,20%
Perdas aparentes (F) 500.000,00 2,7 Tarifa média 1.350.000,00 3,00%
Perdas reais (G) 2.250.000,00 0,15 Custo Médio de Produção 337.500,00 0,75%
Total não faturado (E + F + G) 2.950.000,00 2.227.500,00 4,95%

3º Passo: Calcule a média das perdas reais diárias com sistema pressurizado, e Indicador Técnico de Perdas Reais (ITPR)
Volume anual de perdas reais (G) 2.250.000,00 m³/ano
Percentual do tempo com sistema pressurizado (relacionado à continuidade) 100,00 Percentual de tempo no ano
Média das perdas reais com o sistema pressurizado (G/365*h) 6.164,38 m³/dia com sistema pressurizado
Número de ligações 57.510,00
Indicador Técnico de Perdas Reais (ITPR) (l = c*1000/d) 107,19 l/lig/dia com sistema pressurizado

4º Passo: Calcule as Perdas Reais Inevitáveis (PRI) e o Índice Infraestrutural de Perdas Reais (IIPR)

Pressão média dos períodos com o sistema pressurizado 35 Metros coluna de água
Densidade das Ligações 39,44 Ligações/km de Rede
Tubulação subterrânea após limite da rua 632,61 km com ( 11 m por ligação)

Componentes das Perdas Reais Inevitáveis (PRI)


1.458,00 km de Rede 18 26.244,00 l/lig/m de pressão
57.510,00 Ligações 0,8 46.008,00 l/lig/m de pressão
632,61 Tubulação Subterrânea 25 15.815,25 l/lig/m de pressão
Perdas Reais inevitáveis = 88.067,25 l/lig/m de pressão
Perdas Reais inevitáveis sob pressão de 35 m. = 3.082.353,75 l/dia com sistema pressurizado
Perdas Reais Inevitáveis por ligação = 53,60 l/lig/dia com sistema pressurizado
Indicador Técnico de Perdas Reais (ITPR) = 107,19 l/lig/dia com sistema pressurizado
Índice Infraestrutural de Perdas Reais (IIPR) = 2,00 IIPR/PRI

Itens que devem ser preenchidos

Ano de Referência Deve ser especificado Município/Localidade Deve ser especificado


Calculador por: Deve ser especificado E-mail: Deve ser especificado
Data: Deve ser especificado Telefone: Deve ser especificado

Obs: A moeda alemã (DM) da época foi convertida para Reais (R$) para facilitar o
entendimento

16
8. CONCLUSÕES
• A prática comum de representar as perdas
As principais mensagens deste texto são: reais como percentual do volume de
• Medição confiável de volumes de água é abastecimento não é adequada para avaliar
essencial para avaliação das perdas de água. eficiência operacional da gestão do sistema de
• O Balanço Hídrico deve ser realizado distribuição devido a diferenças e mudanças
anualmente e preferencialmente de forma de consumo.
contínua, suplementado pela medição da • Na maioria das redes bem geridas, a maior
vazão noturna nos setores. proporção de perdas reais está associada com
• Toda terminologia associada aos cálculos do ligações. A recomendação como Indicador
Balanço Hídrico deve ser claramente definida, Técnico de Perdas Reais (ITPR) básico é
tendo sido disponibilizadas as definições das aquele calculado pelo volume em litros por
Boas Práticas da IWA para uso em ligação e por dia quando o sistema está
comparações internacionais. operando pressurizado.
• Organizações nacionais que não possuem • Uma metodologia baseada em componentes
padronização em suas definições deveriam para calcular a Perda Real Inevitável (PRI),
utilizar preferencialmente as definições das levando em conta as influências chave, é
Boas Práticas da IWA como modelo. proposta.
• Organizações nacionais que já possuem • Para mais interpretações sobre os valores do
definições padronizadas devem considerar a ITPR, a diferença entre ITPR e PRI devem ser
incorporação dos padrões da IWA quando calculadas, bem como a razão entre
surgir a oportunidade (Ex.: Referência 10 da ITPR/PRI.
bibliografia). • A razão entre ITPR/PRI pode ser usada como
• Todos os componentes do Balanço Hídrico um Índice Infraestrutural de Perdas Reais
devem inicialmente ser expressados em (IIPR), provendo informações adicionais para
volume por ano. Volume de Entrada no comparações técnicas, uma vez que leva em
Sistema deve ser dividido em Consumo consideração várias das influências sobre
Autorizado e Perdas de Água. Perdas Reais, e separa aspectos da gestão de
• Perdas de Água devem ser subdivididas em infraestrutura daqueles de gestão de pressão.
Perdas Aparentes e Perdas Reais, usando os
melhores meios de avaliação, sendo Com a publicação destas Blue Pages, o trabalho
preferencialmente complementados por da Força Tarefa formalmente termina. No entanto,
estudos de medição de vazão noturna ou a pesquisa continua para refinar equações
estudos de simulação de vazamentos. preditivas para Perdas Reais Inevitáveis, bem
• Indicadores de Performance Financeira são como a aplicação do Índice de Vazamento da
recomendados em termos de volume e custo. Infraestrutura para base de dados maiores.
O volume para o termo “Água não Convertida
em Receita” é expresso como percentual do É esperado que esta iniciativa da IWA e de seus
volume de água anual não faturado (Perdas de membros, para um entendimento mais profundo
Água e Consumo Autorizado não Faturado) das importantes questões de indicadores de
sobre o Volume anual de Entrada no Sistema. performance em perdas em sistemas de
O termo de custo deve ser expresso como abastecimento de água, estimule abordagens
percentual do volume de água não faturado paralelas em busca de uma gestão melhor e mais
sobre o custo anual. integrada para os recursos hídricos.

17
Agradecimentos:
Aos outros membros da Força Tarefa: Timothy G Brown (AWWA Representação Norte
Americana), Masanori Takizawa (Japão) e Dieter Weimer (Alemanha). Para todos os
prestadores de abastecimento de água que contribuíram com os dados para este estudo, e para
todos os outros profissionais por todo o mundo que auxiliaram com seus comentários e críticas
construtivas.

Referências Bibliográficas

(1) IWSA. (1990). International Report on Un-accounted for Water and the Economics of
Leak Detection. Copenhagen.

(2) Alegre, H., Hirner, W., Baptista, J., & Perena, R. Indicadores de Desempenho para
Serviços de Abastecimento de Água. Tradução: P. Duarte, H. Alegre, J. M. Baptista. Guias
Técnicos Laboratório Nacional de Engenharia Civil e Instituto Regulador de Águas e
Resíduos. Lisboa, Set 2004. Disponível em: http://files.isec.pt/mwg-
internal/de5fs23hu73ds/progress?id=vXDgIbz4VB76fa4LlyGD0rB8ulVVaNkIjzyZz8ujA9Q,

(3) Lambert, A., Bronw, T. G., Takizawa, M., & Weimer, D. A Review of Performance
Indicators for Real Losses from Water Supply Systems. AQUA, Dec 1999.

(4) Hirner, W.. Evaluation of water performance and distribution systems with performance
indicators. Paper for IWSA-Specialised Conference Master Plans for Water. Prague, 1998.
p 17-18

(5) American Water Works Association. (1997). Manual of Water Supply Practices. Manual
of Water Supply Practices.ISBN 0-89867-485-0.

(6) Lambert, A.O. Accounting for Losses - the Bursts and Background Estimates Concepts.
Journal of the Institution of Water and Environmental Management, 1994, Volume 8 (2),
pp 205-214

(7) Managing Water Leakage: Economic and Technical Issues. Financial Times Energy
Report, 1998. ISBN 1 84083 011 5

(8) Sattler, R. (1997). Einfuhrung der bundesweiten DVGW-Schandensstatistik Wasser-


verteilung. gwf Wasser Special 138 Nr. 13, S27-S31.

(9) 1997-98 Report on leakage and water efficiency. Office of Water Services. ISBN 1
874234 42 6

(10) DVGW 392: Network Inspection and Water Losses, German Schedule of Technical
standards Water, German Association of Gas and Water Works, 2000.

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