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Imperialismo capitalista: mito e realidade

Ivan Dauchas
19/06/2015

É muito recorrente entre os teóricos socialistas a crença na ideia de que a


riqueza dos países capitalistas desenvolvidos provém da exploração de nações
pobres. Isso logicamente não é verdade. Mas pior que uma mentira é uma meia
mentira. Portanto, convém entender o que é mito e o que é realidade nessa história
toda.
O capitalismo, desde os seus primórdios, no século XVI, – período conhecido
também como mercantilismo – sempre operou em escala global: conquista da
América, entrada de metais preciosos na Europa etc. No final do século XVIII e início
do século XIX, com a Revolução Industrial, esse ímpeto expansionista se abrandou.
Porém, no final do século XIX, há um novo período de expansão colonial. O que
explica essa mudança?
A Revolução Industrial proporcionou uma grande concentração de riqueza nas
potências econômicas da época. Por vezes, as poucas alternativas de investimento
dentro do próprio país levavam os capitalistas a buscarem investimento mais
lucrativo em outras nações.
Aqui mesmo no Brasil, temos um caso que elucida bem essa questão. Nesse
período, o Brasil sofria um dilema. O café era uma atividade econômica altamente
rentável. Porém, apesar da grande disponibilidade de terras férteis para plantio, não
havia como aumentar a produção devido à ausência de uma infraestrutura de
transportes. Solução: o Brasil fez acordos com capitalistas ingleses para a
construção de ferrovias no estado de São Paulo. O transporte sobre trilhos deu
grande impulso à economia cafeeira e, posteriormente, contribuiu para a
industrialização do país.
Temos nesse exemplo uma situação clara de trocas voluntárias e ganhos
mútuos. Mas nem sempre as coisas funcionavam assim. Por vezes, as potências
econômicas subjugavam pela força diferentes partes do mundo em busca de lucro.
Os teóricos do imperialismo, sobretudo o líder bolchevique Vladimir Ilitch Lenin
(1870-1924), acreditavam que essa era uma característica inerente ao capitalismo
que não tinha como ser sanada e que a única solução seria uma revolução
comunista. Lenin estudou esse assunto profundamente, mas cometeu alguns erros
toscos que os próprios marxistas posteriormente vieram a admitir. Num momento
em que o capitalismo estava se fortalecendo, Lenin disse que o imperialismo
representava o último estágio do capitalismo. Acreditava que o fim do capitalismo
estava muito próximo. Chegou inclusive a usar a expressão “capitalismo
moribundo”.
Como podemos ver, o capitalismo continua bem vivo até hoje. Essa tese de
Lenin, portanto, estava errada. Mas o que dizer dessa ânsia capitalista de dominar as
nações mais pobres? No meu entendimento, esse neocolonialismo foi um processo
complexo que não tem como ser compreendido meramente pela ótica econômica.
Ele tem a ver com a política, com o nacionalismo, com o fervor religioso (levar o
cristianismo a “povos selvagens”), com uma percepção errada de como a economia
funciona e até mesmo com a loucura cega de alguns indivíduos. É bastante possível
que o imperialismo não tenha favorecido as potências econômicas da época, pois
manter nações inteiras sob o jugo militar envolvia elevadíssimos custos financeiros.
As nações colonizadas podem ter sido exploradas, mas também foram favorecidas
em alguns aspectos. As potências imperialistas construíram hospitais, escolas,
ferrovias entre outras coisas. Povos colonizados tiveram acesso a vacinas,
antibióticos e outros tratamentos médicos. E, definitivamente, o imperialismo não
explica por que existem nações ricas e pobres. Muitos países desenvolvidos da
atualidade nunca foram imperialistas. Alguns exemplos: Canadá, Austrália, Nova
Zelândia, Suécia, Suíça e Noruega. Outros países desenvolvidos são ex-colônias de
países imperialistas, tais como: Hong Kong, Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura.
Submeter coercivamente nações estrangeiras é algo moralmente errado. O
imperialismo assemelha-se ao escravismo, é uma mancha no passado da
humanidade, porém não é fruto do capitalismo, conforme argumentava Lenin. E,
finalmente, o imperialismo não tem absolutamente nenhuma relação com os
fundamentos da doutrina liberal.

https://www.institutoliberal.org.br/blog/imperialismo-capitalista-mito-e-
realidade/

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