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1 DESCRIÇÃO DO CRITÉRIO
O critério Turismo, previsto no art. 1º, inciso XVI, e descrito no art. 9º da lei, tem seu cál-
culo detalhado no Anexo VI e foi regulamentado pelo Decreto 45.403, de 18/6/2010 2. O
percentual de repasse atualmente vigente é de 0,1%. Busca-se com esse critério
incentivar que municípios desenvolvam políticas locais para incentivo ao setor.
(...)
I – participar do Programa de Regionalização do Turismo da
SETUR; II – elaborar uma política municipal de turismo;
BI– constituir e manter em regular funcionamento o Conselho Munici-pal
1 MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do
produto da arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios.
2 MINAS GERAIS. Decreto nº 45.403, de 18 de junho de 2010. Regulamenta o critério “turismo” estabelecido na Lei nº 18.030, de 12 de
janeiro de 2009, que dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios.
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dário 2016
O Decreto 45.403 estabelece competências, documentos e procedimentos administra-
O índice de receita corrente líquida per capita, referenciado na fórmula acima, busca
atribuir um caráter desconcentrador à distribuição de recursos entre os municípios. Ele
é estruturado de forma a beneficiar os municípios com menor receita corrente líquida per
capita, uma medida que se relaciona com a capacidade institucional do município e com
Quadro 1 – Pontuação correspondente às faixas de Receita Corrente Líquida per Capita do IRC
0,00 a 750,00
750,01 a 875,00
875,01 a 1.000,00
1.000,01 a 1.125,00
1.125,01 a 1.250,00
1.250,01 a 1.375,00
1.375,01 a 1.500,00
1.500,01 a 2.000,00
2.000,01 a 3.000,00
Acima de 3.000,00
300
Para a definição da nota da organização turística do município – NT o
–, a Lei do ICMS Solidário e o decreto que a regulamenta definem
s aspectos a pontuar, apresentados no quadro a seguir.
Item
Ter participação no critério “patrimônio cultural” da Lei nº 18.030, de 2009 (inciso VII do art. 1º)
Ter participação no critério “meio ambiente” da Lei nº 18.030, de 2009 (inciso VIII do art. 1º)
2 AVALIAÇÃO
Dessa forma, pelo menos até o momento, ainda não se verifica que a redução pro-
gressiva dos valores repassados para cada município tenha sido um desincentivo forte o
suficiente para os municípios passarem a não buscar a habilitação no critério. Uma
301
io 2016
possível explicação para tanto, conforme apontam gestores do critério, é que a habi-
litação no ICMS Turístico serviria como reconhecimento da existência de uma política
municipal de turismo consistente, atuando como um indicador de qualidade de
gestão. Assim, a habilitação no critério teria retornos que iriam além do maior repasse
de ICMS. Segundo os gestores, tem sido destacado que o desenvolvimento da
política municipal de turismo é um bem em si, independentemente dos repasses
proporcionados pelo critério Turismo, ao proporcionar oportunidade de geração de
renda para os setores produtivos ligados à atividade turística.
Um outro ponto por vezes discutido pelo setor turístico e pelos administradores muni-cipais
é a relação entre a Lei 18.030 e o regulamento do critério Turismo pelo citado Decreto
45.403. Como é sabido, um decreto não pode extrapolar aquilo que foi disposto em lei. A
Lei 18.030 estabelece os critérios para habilitação no critério Turismo . Por outro lado, o
decreto, em seu art. 3º, estipula “requisitos mínimos para habilitação” do município, sem
definir o que é um “requisito mínimo” ou se haveria outros requisitos que não os mínimos,
condição que extrapolaria a lei. Trata-se de redação que pode gerar dúvidas de
interpretação. Além disso, o art. 4º do decreto dispõe que “para fins de habilitação e
pontuação, o Município deverá apresentar os documentos relacionados no Anexo I”. O
citado Anexo I, porém, vai além do disposto na lei. Nele consta, por exemplo, como
documento comprobatório, declaração do prefeito de que o município tem parti-cipação no
critério Patrimônio Cultural. Ora, nos termos da Lei 18.030, tal participação
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constitui-se somente em elemento a ser pontuado para fins de cálculo, mas não para fins a
de habilitação. Pode ser que se trate de interpretação derivada da redação ambígua do rt
. 4º do decreto. Uma interpretação possível para esse dispositivo é que nem todos os
De forma geral, parece razoável afirmar que o critério tem sido eficaz em incentivar o
desenvolvimento das políticas municipais de turismo. Entretanto, para que ele continue
tendo poder de indução de políticas públicas, seria importante avaliar o aumento da sua
participação no total do ICMS repassado, de forma que os recursos dele advindos não se
reduzam excessivamente à medida que mais municípios se habilitem. Uma outra
possibilidade é que seja reforçada a importância da habilitação no critério e no desen-
volvimento da política estadual para além dos repasses de ICMS, como já tem sido feito
pelos gestores do Poder Executivo estadual. Como apontado acima, seria recomendável
ainda aperfeiçoar o regulamento do critério, tornando a sua interpretação mais clara,
especialmente para os municípios, favorecendo que estes pleiteiem e obtenham suces-so
na habilitação. Como se trata de um critério bastante novo ainda, é necessário mais tempo
para que sua avaliação seja feita de forma madura.
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idário 2016
Em média, o critério foi responsável por 5,35% do total dos repasses de ICMS para aqueles
21.810,18, para Cachoeira Dourada. A maior participação relativa do critério no total de repasses
Região de
Planejamento
Alto Paranaíba
Central
Centro-Oeste
Jequitinhonha-Mucuri
Mata
Noroeste
Norte
Rio Doce
Sul
Triângulo
F Fontes primárias:
on
(1)FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos municípios do Estado de
te:
MI Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
N (2) MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Turismo.
A
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.
304
A primeira coluna traz as regiões de planejamento. As demais, os seguintes itens: M
at
A:número de municípios por região;
a,
B:percentual do número de municípios por região em relação ao total do Estado;
N
C:número de municípios habilitados por região;
o
D:percentual da região no total de municípios habilitados;
E:percentual de municípios habilitados na região; r
e,
A análise da coluna E demonstra que nenhuma região de planejamento chegou a ter
N
10% de seus municípios habilitados e que as Regiões Noroeste e Centro-Oeste não
o
tiveram município algum habilitado. As Regiões Sul, Triângulo e Central, entre as
rt
mais ricas do Estado, apresentaram os três maiores percentuais de habilitação,
e
indicando que o critério, mesmo meritocrático e indutor de políticas públicas, pode
e
não promover a desconcentração de repasses.
R
A coluna F corrobora a análise, pois indica a sobrerrepresentação das Regiões Central, Triân- io
gulo e Sul, as mais ricas, e a sub-representação das Regiões Alto Paranaíba, Centro-Oeste, D
oce. Em especial, a região Sul tem histórico de número signifi-cativo de circuitos turísticos bem
Tabela 2 – Distribuição da transferência de ICMS para os municípios pelo critério Turismo, por
Região de Planejamento – Minas Gerais, 2011
Região de Planejamento
Alto Paranaíba
Central
Centro-Oeste
Jequitinhonha-Mucuri
Mata
Noroeste
Norte
Rio Doce
Sul
Triângulo
305
idário 2016
A primeira coluna traz as regiões de planejamento. As demais, os seguintes itens:
Assim como em 2011, São Tiago obteve a maior participação relativa do critério no total de
306
menor importância relativa do repasse. Douradoquara obteve a menor
participação, apenas 0,006% do total de repasses para o município.
Considerando todos os critérios da Lei 18.030, os municípios habilitados no crité-rio
dos ou não no critério Turismo, constata-se, como em 2011, que os municípios habilitados
Região de
Planejamento
Alto Paranaíba
Central
Centro-Oeste
Jequitinhonha-Mucuri
Mata
Noroeste
Norte
Rio Doce
Sul
Triângulo
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idário 2016
A análise da coluna E, comparativamente a 2011, demonstra que o número de
mu-nicípios habilitados aumentou em todas as regiões, exceto na Noroeste,
novamente sem habilitação alguma, na Jequitinhonha-Mucuri, com o mesmo
número, e Triângulo, com menos municípios habilitados. Novamente, as
Regiões Sul e Central, sobrerrepre-sentadas, se contrapuseram às regiões mais
pobres, Norte e Jequitinhonha-Mucuri, sub-representadas.
Tabela 4 – Distribuição da transferência de ICMS para os municípios pelo critério Turismo, por
Região de Planejamento – Minas Gerais, 2012
Região de Planejamento
Alto Paranaíba
Central
Centro-Oeste
Jequitinhonha-Mucuri
Mata
Noroeste
Norte
Rio Doce
Sul
Triângulo
De forma semelhante ao que foi apontado para 2011, o critério se torna mais progres-sivo
ao se avaliar a participação das regiões nos repasses do ICMS em vez de se con-siderar a
participação dos municípios habilitados. Em especial, o Jequitinhonha-Mucuri, região mais
pobre do Estado, passa a ter a maior sobrerrepresentação. Em seguida, vem a Região Rio
Doce e depois a Região Sul. Em especial, a Região Central, bastante sobrerrepresentada
entre os municípios habilitados, passa a ser sub-representada no repasse de recursos.
Mesmo com o efeito das faixas de receita corrente líquida para o cálculo dos repasses, a
Região Norte, segunda mais pobre, continua sub-representada.
Assim, considerando recursos nos anos de 2011 e 2012, constata-se que, embora a indução de políticas
os municípios públicas possa ter caráter regressivo, ao premiar a capacidade institucional do município,
distribuição de
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do critério Turismo, que pondera a pontuação no critério pela receita corrente líquida de
REFERÊNCIAS
aos municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)