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EXPRESSÃO E SIGNIFICAÇÃO
C,q.pÍrur.o I
AS DISTINÇOES ESSENCIAIS
Não raro, os termos expressão e signo são tratados como sinônimos. Não
será, porém, inútiI observar que, na linguagem comum, eles de modo algum coin-
cidem em tudo. Todo e qualquer signo é signo de qualquer coisa, mas nem todo
signo tem uma "significação", um "sentido" que seja "expresso" com o signo. Em
muitos casos, não se pode sequer dizer que o signo'designa" aquilo de que é cha-
mado signo. E, mesmo onde este modo de falar é lícito, é preciso observar que
o designar nem sempre pretende valer como esse "signifrcar" que caracteríza a
expressão. Nomeadamente, signos no sentido de índices (signos caracterizadores,
signos distintivos e outros do gênero) não expressam, a náo ser que, ao lado da
função de indicat preencham ainda uma funçáo de significação. Se desde logo
nos limitarmos, como costumamos fazer quando falamos espontaneamente de ex-
pressões, às expressóes tal como funcionam na conYersação úva, então o conceito
de indicação apareceráaqui, em comparação com o conceito de expressão, como o
conceito mais lato segundo a extensão. Mas de modo algum será ele, por causa dis-
so, o gênero em relação ao conteúdo. O significar não é uma esPécie do ser-signo no
sentido do indicar. <31> A sua extensão é mais estreita apenas porque o significar
- no discurso comunicativo - está sempre entrelaçado com o ser-índice, e este, por
sua vez, fundamenta um conceito mais lato, porque pode aparecer precisamente
sem um tal entrelaçamento. As expressões, porém, desempenham a sua função
signiflcativa também na vida solitária da alma, onde elas não mais funcionam
:omo índices. Naverdade, os dois conceitos de signo não estão, portanto, de modo
aigum, na relação entre um conceito mais lato e um conceito mais estreito.
Todavia, são aqui necessárias explicações mais pormenorizadas.
: 2. A essência da indicaçao
L A:,sentido..
2 A:,; se se quiser: uma ',qualidade de forma,,, fundada nos atos judicaüvosr.
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Cap. I . As Distinções Essenciais
§ 3. Remissao e demonstração
3 A: ,a validade,.
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lnvestigações Lógicas - Fenomenologia e Teoria do Conhecimento . Edmund Husserl
realmente este ultimo estado-de-coisa; mas, falando deste modo, nào queremos
dizer que exista uma relação inteligível, uma conexão objetivamente necessária
entre Á e B; os conteúdos judicativos náo estão para nós, aqui, na relação das
premissas com a conclusão. Pode suceder, sem dúúda, que falemos, ainda as-
sim, de índices nos casos em que uma conexão de fundamentação (e certamente
uma mediata) exista objetivamente. <34> Para quem fazamciílculo (digamo-lo,
por exemplo), a circunstância de que uma equação algébrica é de grau ímpar
serve de índice de que ela tem pelo menos umaraiz real. Vendo mais de perto,
porém, referimo-nos, com isso, apenas à possibilidade de que a verifrcação do
caráter ímpar do grau da equação sirva àquele que calcula - sem que ele produza
atualmente o encadeamento de pensamentos intelectualmente demonstrativos -
como motivo imediato, não intelectivo, para a assunção, para os fins do cálculo,
da propriedade legalmente correspondente da equação. Em tais casos, quando
certos estados-de-coisas servem realmente como índices para outros que, em si
mesmos considerados, deles se seguem, eles não o fazem, rna consciência pen-
santer, como fundamentos lógicos, mas, sim, por força da rconexãor 4 que a de-
monstração anteriormente presente ou a aprendizagem crédula estabeleceram
entre as convicções, enquanto vivências psíquicas ou disposições. Naturalmente,
nada disto é alterado pelo saber - que acompanha eventualmente, mâs que é sim-
plesmente habitual - a respeito da existência objetiva de uma conexão racional.
De acordo com isto, se a indicação (correspondentemente, a conexão mo-
tivacional em que esta conexão aparece enquanto relação objetivamente dada)
não tem qualquer relação essencial com o nexo necessário, pode, sem dúvida, ser
questionado se ela não deverá reivindicar uma relação essencial com o nexo de
probabilidade. Quando uma coisa remete para outra, quando a convicção acerca
do ser de uma motiva empiricamenúe (portanto, de modo contingente, não ne-
cessário) aquela conücção acetca do ser da outra, não deve, então, conter a con-
vicção motivadora amfundamento de probabilidade para a convicção motivada?
Não é aqui o lugar para examinarmos mais de perto esta questão, que se impõe
por si mesma. Seja apenas observado que uma decisão afirmativa será segura-
mente válida, se for exato que também as motivações empíricas deste tipo estão
subordinadas a uma jurisdição ideal, a qual permite falar de motivos legítimos e
ilegítimos; por conseguinte, a uma jurisdição que permite falar, do ponto de vista
objetivo, de índices reais (válidos, isto é, fundamentando a probabilidade <35> e,
eventualmente, a certeza rempíricar s) em oposição aos aparentes (invalidos, isto
é, não dando nenhum fundamento de probabilidade). Que se pense, por exem-
plo, na controvérsia quanto a saber se os fenômenos vulcânicos serão ou não
índices reais de que o interior da Terra se encontra num estado ígneo e fluido, ou
4 A:,conexãoempírico-psicológica,
5 A: "física,.
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Cap. I o As Disünções Essenciais
semelhantes. Uma coisa é certa, a saber, que falar de índices não pressupõe uma
relação determinada com considerações de probabilidade. Em regra, estáo na sua
base não simples suposições, mas, sim, juízos firmemente decididos; é por isso
que a jurisdição ideal, a que reconhecemos aqui um campo próprio, deverá exi-
gir, desde logo, a modesta redução das convicções certas a simples suposições.
Observo ainda que, em minha opinião, é incontornável falar-se de mo-
tivação no sentido geral, que abarca simultaneamente a fundamentação e a
alusão empírica. Pois, de fato, há aqui uma comunidade fenomenológica com-
pletamente inegável, que é suficientemente visível para se manifestar mesmo
na linguagem corrente: fala-se, em geral, de conclusão e inferência, não apenas
no sentido lógico, mas também no sentido empírico da indicação. Esta comu-
nidade estende-se manifestamente ainda mais além, ela abarca o domínio dos
fenômenos do ânimo e, especialmente, dos fenômenos volitivos, único domínio
em que se fala originariamente de motivos. Também aqui o porquê desempenha
o seu papel; o porquê que, verbalmente, se estende em geral tanto quanto a ideia
de motivaçáo no sentido mais genérico do termo. Não posso, pois, reconhecer
como legítim a a critica de Meinong a respeito da terminologia brentaniana, que
adaptei aqui.6. Concordo, porém, inteiramente com ele em que, na Percepção da
motivação, não se trata de nada menos que rPercepçáo't7 da causaçáo.
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lnvestigações Lógicas - Fenomenologia e Teoria do conhecimento . Edmund Husserl
sência de uns e de outros (a sua determinidade genérica). Ela não pode certamen-
te impedir estas unidades, que se fundam puramente nos conteúdos, por exemplo,
a unidade dos conteúdos üsuais no campo de üsão, e semelhantes. Todavia, ela
cria, para além disso, novos caracteres fenomenológicos e unidades, que, precisa-
mente, não têm o seu fundamento legal necessário nem nos próprios conteúdos
vividos nem nos gêneros dos seus momentos abstratos.l. euando Á invoca B na
consciência, não estão ambos apenas simultânea ou sucessivamente conscientes,
mas costuma se impor por si mesma uma conexão perceptível, pela qual um reme-
te para o outÍo, este se apresenta corr,o pertencente àquele. A partir de a simples
coexistência formar a compertença - ou, para expressá-lo mais precisamente,ior-
mar, a partir dela, unidades intencionais que apareçam como compertencentes
-,
tal é a rprestaçãor 11
contínua da função associativa. Toda e qualquer unidade de
experiência, enquanto unidade empírica da coisa, do processo, da ordem e relação
coisais, é unidade fenomênica por meio da compertença perceptível das partes
e lados da objetiüdade aparecente, que se destacam unitariamente. Uma coisa
remete para outra, na aparição, segundo uma ordem e ligação determinadas. E
o próprio singular, neste remeter para diante e para trás, não é apenas o simples
conteúdo vivido, mas antes o <37> objeto aparecente (ou a sua parte, a sua nota
distintiva, e semelhantes), o qual apenas aparece porquanto a experiência confere
aos conteúdos um novo caráter rfenomenológicor,rz na medida em que eles não
valem mais por si, mas tornam antes representável um objeto diferentã deles. ora,
ao domínio destes fatos pertence também o da indicação, pelo qual um objeto
-
correspondentemente, um estado-de-coisas - não apenas relembra um outro e
para ele aponta desse modo, mas no qual também, ao mesmo tempo, um presta
testemunho do outro, incita à assunção de que o outro igualmente existe, e isto de
maneira imediatamente perceptível, segundo o modo descrito.
10 N.A.: Falo acima de conteúdos vÍvidos, não, porém, de objetos ou processos aparecentes,
visados. Tudo de que se consüfu i reolmente freell] a consciência individual "vivenciante,,
é
conteúdo vivido. o que ela percebe, recorda, representa, e coisas semelhantes, é objeto
(intencional) visado. [Em A segue-se:
'só excepcionalmente ambos coincidem.,] Trata-se
disso mais deüdamente na lnvestigação V.
1,1, A: -realização psicológica ,
L2 A: 'psíquicor.
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