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EXPRESSÃO E SIGNIFICAÇÃO

C,q.pÍrur.o I

AS DISTINÇOES ESSENCIAIS

§ l. Um duplo sentido do termo signo

Não raro, os termos expressão e signo são tratados como sinônimos. Não
será, porém, inútiI observar que, na linguagem comum, eles de modo algum coin-
cidem em tudo. Todo e qualquer signo é signo de qualquer coisa, mas nem todo
signo tem uma "significação", um "sentido" que seja "expresso" com o signo. Em
muitos casos, não se pode sequer dizer que o signo'designa" aquilo de que é cha-
mado signo. E, mesmo onde este modo de falar é lícito, é preciso observar que
o designar nem sempre pretende valer como esse "signifrcar" que caracteríza a
expressão. Nomeadamente, signos no sentido de índices (signos caracterizadores,
signos distintivos e outros do gênero) não expressam, a náo ser que, ao lado da
função de indicat preencham ainda uma funçáo de significação. Se desde logo
nos limitarmos, como costumamos fazer quando falamos espontaneamente de ex-
pressões, às expressóes tal como funcionam na conYersação úva, então o conceito
de indicação apareceráaqui, em comparação com o conceito de expressão, como o
conceito mais lato segundo a extensão. Mas de modo algum será ele, por causa dis-
so, o gênero em relação ao conteúdo. O significar não é uma esPécie do ser-signo no
sentido do indicar. <31> A sua extensão é mais estreita apenas porque o significar
- no discurso comunicativo - está sempre entrelaçado com o ser-índice, e este, por
sua vez, fundamenta um conceito mais lato, porque pode aparecer precisamente
sem um tal entrelaçamento. As expressões, porém, desempenham a sua função
signiflcativa também na vida solitária da alma, onde elas não mais funcionam
:omo índices. Naverdade, os dois conceitos de signo não estão, portanto, de modo
aigum, na relação entre um conceito mais lato e um conceito mais estreito.
Todavia, são aqui necessárias explicações mais pormenorizadas.

: 2. A essência da indicaçao

Dos dois conceitos ligados à palavra ,slgrio, consideremos primeiro o de


.;dice. A relação aqui reinante denominamos indicactio. Neste sentido, o estigma
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é o signo do escravo, a bandeira, o signo da nação. A isto pertencem, em geral,


todas as "marcas distintivas'l no sentido original da palavra, enquanto proprieda-
des 'taracterísticas'l destinadas a tornar conhecidoi os objetos a que
se ligam.
o conceito de índice estende-se, porém, para além do conceito de marca
distintiva. Chamamos aos canais de Marte signos da existência de habitantes
inteligentes em Marte, aos ossos fosseis, signos da existência de animais
antedi-
luvianos etc. Também pertencem a este conceito os signos mnemônicos, como
o muito usado nó no lenço, os monumentos e coisas semelhantes. se coisas e
processos apropriados para tanto, ou determinações suas, são produzidos com
o propósito de funcionarem como índices, chamam-se, então, signos, indiferen-
temente de exercerem ou não precisamente a sua função. Apenai a respeito dos
signos formados arbitrariamente e com um propósito indicativo se fala também
de designaçao; e, certamente, por um lado, tendo em vista a ação que cria os
signos distintivos (a marcação a fogo do estigma, o traçar a giz), e, por outro
lado, no sentido da própria indicação, por conseguinte, tendo Ém vistã o objeto
a indicar, ou seja, o objeto designado.
Essas distinções e outras semelhantes não suprimem a unidade essen-
cial respeitante ao conceito de índice. Em sentido próprio, algo só pode ser de-
nominado índice quando e no caso de servir efetivamente como indicação de
uma coisa qualquer parâ um ser pensante. <32> Se quisermos, por coÍrseguinte,
captar o que é por todo lado comum, deveremos, então, regressar aos casos em
que esta funçáo se exerce de um modo vivo. Neles encontramos, então, como
elemento comum, a circunstância de quais quer objetos ot estados-de-coisas, d.e
cuja existência alguém tem um conhecimento atual,lhe indicarem a existên-
cia de certos outros objetos ou estados-de-coisas, no sentido de que a convicção
acerca do ser de um é por ele rvividatt como motiyo (e certamãnte como
um
motivo nao intelectivo) para a convicção ou a suposição acerca do ser de outros.
A motivação produz, entre os atos judicativos em que, para o ser pensante, se
constituem os estados-de-coisas indicador e indicado, tma unidade descritiva
rque não deve ser apreendida como, digamos,
uma'qualidade de forma,, fun-
dada nos atos judicativosr 2 - nela reside a essência àa indicação. Dito mais
claramente: a própria unidade de motivação dos atos judicativos tem o
caráter
de uma unidade judicativa e, com isso, ela tem, na sua integridade, um
correla-
to objetual aparecente, um estado-de-coisas unitário qo" .r-"lu parece estar, que
nela é üsado. E, manifestamente, este estado-de-coisas não qo"i dir.,
outra coi-
sa senão que, precisamente, certas coisas poderiam ot deveriam
existir, porque
tais outras coisas são dadas. Este "porque'] apreendido como expressão
de uma

L A:,sentido..
2 A:,; se se quiser: uma ',qualidade de forma,,, fundada nos atos judicaüvosr.

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Cap. I . As Distinções Essenciais

conexão coisal, é o correlato objetivo da motivação, enquanto forma descritiva-


mente peculiar do entrelaçamento de atos judicativos num ato judicativo.

§ 3. Remissao e demonstração

Com isso, a situação fenomenológica está, porém, descrita tão generi-


camente que compreende, juntamente com o remeter da indicação, também o
demonstrar da autêntica dedução e fundamentação. Todavia, os dois conceitos
devem certamente ser separados. fá aludimos acima à diferença por meio da
acentuação do caráter nao intelectivo da indicação. De fato, nos casos em que
concluímos intelectivamente <33> ra existênciar 3 de um estado-de-coisas a
partir da de outros estados-de-coisas, não denominamos os ultimos como ín-
dices ou signos dos primeiros. Inversamente, fala-se de uma demonstração, no
sentido próprio da Lógica, apenas nos casos da dedução com intelecção, ou da
dedução possivelmente intelectiva. Certamente que muito do que damos como
demonstração, no caso mais simples, como conclusão, não está acompanhado
de intelecção e é mesmo falso. Mas, ao dá-lo como demonstração, levantamos a
pretensão de que a consequência possa ser percebida. Com isto está conectado
o seguinte: ao concluir e demonstrar subjetivos correspondem, objetivamente,
a conclusão e a demonstração, correspondentemente, a relação objetiva entre
princípio e consequência. Estas unidades ideais não são as vivências judicativas
em questão, mas antes os seus 'tonteúdos" ideais, as proposiçoes. As premissas
demonstram a conclusão, seja quem for que julgue essas premissas, a conclusão
e a unidade de ambas. Nisto se manifesta uma legalidade ideal que ultrapassa
os juízos que estão ligados hic et nunc por meio da motivação e !lue, numa ge-
neralidade supraempírica, reúne enquanto tais todos os juízos com o mesmo
conteúdo ou, mais ainda, todos os juízos com a mesma "forma'l Subjetivamente,
tomamos consciência desta legalidade precisamente na fundamentação intelec-
tiva, e tomamos consciência da própria lei por meio da reflexão ideativa que
incide sobre os conteúdos dos juízos - unitariamente vividos na conexão de
motivação atual (na conclusão e na demonstraçáo atuais) -, por conseguinte,
por meio da reflexão que incide sobre as proposições respectivas.
De nada disto se fala no caso da indicação. A intelectividade e, falando ob-
ietivamente, o conhecimento de uma conexão ideal dos juízos em questão estão
aqui terminantemente excluídos. Quando dizemos que o estado-de-coisas Á é
um índice do estado-de-coisas B, que o ser de um indica que o outro seja, po-
demos então, na expectativa, estar completamente certos de encontrar também

3 A: ,a validade,.

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lnvestigações Lógicas - Fenomenologia e Teoria do Conhecimento . Edmund Husserl

realmente este ultimo estado-de-coisa; mas, falando deste modo, nào queremos
dizer que exista uma relação inteligível, uma conexão objetivamente necessária
entre Á e B; os conteúdos judicativos náo estão para nós, aqui, na relação das
premissas com a conclusão. Pode suceder, sem dúúda, que falemos, ainda as-
sim, de índices nos casos em que uma conexão de fundamentação (e certamente
uma mediata) exista objetivamente. <34> Para quem fazamciílculo (digamo-lo,
por exemplo), a circunstância de que uma equação algébrica é de grau ímpar
serve de índice de que ela tem pelo menos umaraiz real. Vendo mais de perto,
porém, referimo-nos, com isso, apenas à possibilidade de que a verifrcação do
caráter ímpar do grau da equação sirva àquele que calcula - sem que ele produza
atualmente o encadeamento de pensamentos intelectualmente demonstrativos -
como motivo imediato, não intelectivo, para a assunção, para os fins do cálculo,
da propriedade legalmente correspondente da equação. Em tais casos, quando
certos estados-de-coisas servem realmente como índices para outros que, em si
mesmos considerados, deles se seguem, eles não o fazem, rna consciência pen-
santer, como fundamentos lógicos, mas, sim, por força da rconexãor 4 que a de-
monstração anteriormente presente ou a aprendizagem crédula estabeleceram
entre as convicções, enquanto vivências psíquicas ou disposições. Naturalmente,
nada disto é alterado pelo saber - que acompanha eventualmente, mâs que é sim-
plesmente habitual - a respeito da existência objetiva de uma conexão racional.
De acordo com isto, se a indicação (correspondentemente, a conexão mo-
tivacional em que esta conexão aparece enquanto relação objetivamente dada)
não tem qualquer relação essencial com o nexo necessário, pode, sem dúvida, ser
questionado se ela não deverá reivindicar uma relação essencial com o nexo de
probabilidade. Quando uma coisa remete para outra, quando a convicção acerca
do ser de uma motiva empiricamenúe (portanto, de modo contingente, não ne-
cessário) aquela conücção acetca do ser da outra, não deve, então, conter a con-
vicção motivadora amfundamento de probabilidade para a convicção motivada?
Não é aqui o lugar para examinarmos mais de perto esta questão, que se impõe
por si mesma. Seja apenas observado que uma decisão afirmativa será segura-
mente válida, se for exato que também as motivações empíricas deste tipo estão
subordinadas a uma jurisdição ideal, a qual permite falar de motivos legítimos e
ilegítimos; por conseguinte, a uma jurisdição que permite falar, do ponto de vista
objetivo, de índices reais (válidos, isto é, fundamentando a probabilidade <35> e,
eventualmente, a certeza rempíricar s) em oposição aos aparentes (invalidos, isto
é, não dando nenhum fundamento de probabilidade). Que se pense, por exem-
plo, na controvérsia quanto a saber se os fenômenos vulcânicos serão ou não
índices reais de que o interior da Terra se encontra num estado ígneo e fluido, ou

4 A:,conexãoempírico-psicológica,
5 A: "física,.

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Cap. I o As Disünções Essenciais

semelhantes. Uma coisa é certa, a saber, que falar de índices não pressupõe uma
relação determinada com considerações de probabilidade. Em regra, estáo na sua
base não simples suposições, mas, sim, juízos firmemente decididos; é por isso
que a jurisdição ideal, a que reconhecemos aqui um campo próprio, deverá exi-
gir, desde logo, a modesta redução das convicções certas a simples suposições.
Observo ainda que, em minha opinião, é incontornável falar-se de mo-
tivação no sentido geral, que abarca simultaneamente a fundamentação e a
alusão empírica. Pois, de fato, há aqui uma comunidade fenomenológica com-
pletamente inegável, que é suficientemente visível para se manifestar mesmo
na linguagem corrente: fala-se, em geral, de conclusão e inferência, não apenas
no sentido lógico, mas também no sentido empírico da indicação. Esta comu-
nidade estende-se manifestamente ainda mais além, ela abarca o domínio dos
fenômenos do ânimo e, especialmente, dos fenômenos volitivos, único domínio
em que se fala originariamente de motivos. Também aqui o porquê desempenha
o seu papel; o porquê que, verbalmente, se estende em geral tanto quanto a ideia
de motivaçáo no sentido mais genérico do termo. Não posso, pois, reconhecer
como legítim a a critica de Meinong a respeito da terminologia brentaniana, que
adaptei aqui.6. Concordo, porém, inteiramente com ele em que, na Percepção da
motivação, não se trata de nada menos que rPercepçáo't7 da causaçáo.

§ 4. Excurso sobre a origem da indicação a partir da associação

Os fatos psíquicos em que o conceito de índice tem a sua r'brigelt''r,8 isto é,


nos quais ele pode ser captado abstrativamente, pertencem ao grupo mais lato de
tatos que devem ser compreendidos sob o título histórico de'ãssociação de ideias'i
Pois, sob <36> este título está contido não apenas aquilo que as leis de associação
exprimem, os fatos da "socialização das ideias" por meio da reevocação, mas tam-
b«lm os demais fatos em que a associaçáo se mostra criadora, porquanto prodttz,
nomeadamente, caracteres e formas de unidade peculiares do ponto de üsta des-
critivo.eA associação não reinvoca apenas os conteúdos na consciência e deixa que
des se conectem com os conteúdos dados, tal como o prescreve legalmente a es-

6 N.A.: A. v. Meinong, GiiX. Gel. Anz., t892, p. 446.


7 "Aditamento e Melhoramento" a A: ,percepção interna (= evidente, adequada),.
t A: r''origem psicológica"'.
9 N.A.: Naturalmente, o discurso personificado a propósito da associação, que diz que ela
cria qualquer coisa, e outras expressões semelhantes, que nós mais adiante usamos, não
são inadmissíveis apenas porque são expressões de comodidade. Por mais importante que
seja uma descrição científica precisa, mas também, porém, muito complicada, dos fatos
pertinentes, o discurso figurado nunca é dispensável com vistas a uma compreensão mais
fácil e nas direções em que a exatidão úlüma não e exigível.

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lnvestigações Lógicas - Fenomenologia e Teoria do conhecimento . Edmund Husserl

sência de uns e de outros (a sua determinidade genérica). Ela não pode certamen-
te impedir estas unidades, que se fundam puramente nos conteúdos, por exemplo,
a unidade dos conteúdos üsuais no campo de üsão, e semelhantes. Todavia, ela
cria, para além disso, novos caracteres fenomenológicos e unidades, que, precisa-
mente, não têm o seu fundamento legal necessário nem nos próprios conteúdos
vividos nem nos gêneros dos seus momentos abstratos.l. euando Á invoca B na
consciência, não estão ambos apenas simultânea ou sucessivamente conscientes,
mas costuma se impor por si mesma uma conexão perceptível, pela qual um reme-
te para o outÍo, este se apresenta corr,o pertencente àquele. A partir de a simples
coexistência formar a compertença - ou, para expressá-lo mais precisamente,ior-
mar, a partir dela, unidades intencionais que apareçam como compertencentes
-,
tal é a rprestaçãor 11
contínua da função associativa. Toda e qualquer unidade de
experiência, enquanto unidade empírica da coisa, do processo, da ordem e relação
coisais, é unidade fenomênica por meio da compertença perceptível das partes
e lados da objetiüdade aparecente, que se destacam unitariamente. Uma coisa
remete para outra, na aparição, segundo uma ordem e ligação determinadas. E
o próprio singular, neste remeter para diante e para trás, não é apenas o simples
conteúdo vivido, mas antes o <37> objeto aparecente (ou a sua parte, a sua nota
distintiva, e semelhantes), o qual apenas aparece porquanto a experiência confere
aos conteúdos um novo caráter rfenomenológicor,rz na medida em que eles não
valem mais por si, mas tornam antes representável um objeto diferentã deles. ora,
ao domínio destes fatos pertence também o da indicação, pelo qual um objeto
-
correspondentemente, um estado-de-coisas - não apenas relembra um outro e
para ele aponta desse modo, mas no qual também, ao mesmo tempo, um presta
testemunho do outro, incita à assunção de que o outro igualmente existe, e isto de
maneira imediatamente perceptível, segundo o modo descrito.

§ 5. Expressões enquanto signos significativos. Exclusão de um sentido não perti-


nente de "expressão"

Dos signos indicativos, distinguimo s os significativos, as expressões. As-


sim sendo, tomamos o termo expressão certamente num sentido restrito, cujo

10 N.A.: Falo acima de conteúdos vÍvidos, não, porém, de objetos ou processos aparecentes,
visados. Tudo de que se consüfu i reolmente freell] a consciência individual "vivenciante,,
é
conteúdo vivido. o que ela percebe, recorda, representa, e coisas semelhantes, é objeto
(intencional) visado. [Em A segue-se:
'só excepcionalmente ambos coincidem.,] Trata-se
disso mais deüdamente na lnvestigação V.
1,1, A: -realização psicológica ,

L2 A: 'psíquicor.

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