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SOLAR DESCENTRALIZADA
CENÁRIOS E IMPLICAÇÕES PARA O SETOR NO BRASIL
Por Jean Le Corre, André Pinto, Ricardo Simas, Georges Almeida, Luis Daniel Viana, Damien
Delaunay e Daniel Gorodicht
Em novembro de 2015, a ANEEL emitiu a Resolução nº 687 que altera e modifica as regras previamente
estabelecidas e define uma estrutura para permitir a distribuição de energia solar em uma escala mais
ampla e com um potencial melhorado de retorno financeiro aos investidores. Os principais componentes da
nova resolução são os seguintes:
•• Expande o programa net metering, permitindo
que geradores de até 5 Megawatts (MW) •• Permite que os clientes participantes distribuam
compensem suas contas de energia elétrica com os créditos de net metering entre diversas contas
créditos provenientes da energia que eles de serviços de energia elétrica, por exemplo, em
inserem na rede uma propriedade comercial de vários inquilinos
ou em um prédio residencial
•• Estabelece que agora os créditos obtidos pelo
produtor são válidos por até 60 meses •• Permite que os créditos de net metering não
utilizados por uma instalação geradora compen-
•• Introduz o conceito de energia solar comparti- sem o excesso de consumo de energia em
lhada/comunitária, que permite que diversos outros locais contanto que (I) o proprietário de
clientes compartilhem dos benefícios de uma ambos os locais seja o mesmo; e (II) os locais
única instalação de geração de energia solar estejam na mesma área de concessão
como um único cliente
damente 30% mais alto que na Alemanha – apesar consumo de carga do local ou da demanda
da renda média no Brasil ser cerca de um terço da contratada. Isso tem efeito de fato na limitação do
renda média desse país. Em razão disso, clientes uso de sistemas de energia solar descentralizada
podem ser desencorajados pelo tamanho do para o consumo próprio, ao invés de maximizar o
investimento inicial. potencial de geração e exportações para a rede,
em particular para grandes consumidores comer-
•• Ambiente macroeconômico: A atual crise ciais e industriais
econômica do Brasil junto com as altas taxas de
juros impactam negativamente na confiança do •• Revenda direta não permitida: Além de não
consumidor, no empréstimo pessoal e no investi- poder ser remunerado por exportar à rede mais
mento; energia do que o consumo atual, também não é
permitido ao proprietário a venda de energia para
•• Incerteza sobre os preços futuros de eletricida- terceiros.
de: O investimento em um sistema de telhado
solar é, em sua essência, uma aposta sobre um Mesmo assim, diversas novas empresas e modelos de
eventual aumento do preço da energia. No negócios surgiram no Brasil, geralmente com a
entanto, é muito difícil prever o aumento ou promessa para clientes residenciais desfrutarem dos
redução dos valores para o consumidor final em benefícios dos sistemas de geração solar ao mesmo
razão do contexto complexo e instável do país, o tempo em que reduzem os riscos associados com o in-
que tende a desencorajar investimentos. Um vestimento inicial.
exemplo disso é que após 5 anos de aumento regu-
lares de preços, duas empresas de distribuição de Além das tradicionais opções de arrendamento e fi-
energia em São Paulo - CPFL Piratininga e EDP nanciamento, há, por exemplo, alternativas em que os
Bandeirante - reduziram os preços para clientes custos são arcados pela empresa que então garante
residenciais em aproximadamente 20% em 2016. uma redução na conta de energia elétrica, dos quais
uma comissão mensal é devolvida pelo cliente. Em
Além desses fatores de mercado, algumas disposições outros países, o aluguel do espaço do telhado e a
na regulamentação atual também podem limitar a revenda direta também auxiliam a atenuar o proble-
atratividade de investimento em um sistema solar fo- ma de investimento pela pessoa física.
tovoltaico:
Essencialmente, esse recente ecossistema nasceu da
•• Limite máximo no porte do sistema solar: A premissa que a economia continuará a ser favorável
capacidade instalada não deve exceder o pico de para a adoção de sistemas solares fotovoltaicos, e que
Figura 1
1.Para residência e pequenas unidades comerciais apenas 2. ISS: Imposto Sobre Serviços 3. Caso de 21 dentre os 27 Estados.
4. Comparado ao caso Moderado.
Fonte: Análise BCG
No Brasil, diferentemente de muitos outros países, a conta para clientes residenciais é avaliada em uma base
puramente variável, conforme ilustrada no gráfico abaixo:
Observação: Considera-se tarifas de baixa tensão para demanda de potencia de 6 kW e consumo anual de 3500 kWh com base em tarifas sem postos tarifários; California PGE possui uma taxa mensal
mínima de US$ 10 para taxas de entrega.
Fonte: Portugal – EDP; Espanha – Iberdrola; Reino Unido – EDF energy; Italia – Enel; França – EDF Energy; Alemanha – eOn; California – PGE; Análise BCG
Como tal, há um subsídio implícito em qualquer modelo de net metering em um contexto de tarifas totalmente
variáveis, uma vez que a parcela do custo correspondente à manutenção e operação da rede também é descontada
da conta de eletricidade, juntamente com a parcela correspondente à energia elétrica. Além disso, essa parcela da
própria energia é descontada pelo preço de varejo, de modo que o cliente está, em essência, vendendo energia a
um preço de varejo quando injeta sua energia na rede elétrica, reduzindo o lucro da concessionária.
O gráfico a seguir representa as múltiplas partes de uma conta com base em um cliente hipotético que reside em
Minas Gerais e os impactos no Custo Nivelado de Energia (“LCOE”) ao remover os subsídios implícitos na atual
estrutura de net metering:
Premissas: Cliente utilizando toda a produção do painel (400kWh/mês), que seria equivalente a 60% de suas demandas. Tarifa inclui transporte de energia e encargos setoriais e energia usando o valor de
referência da ANEEL para o estado. LCOE pagando pela rede presume uma medição de rede 1:1, que paga pela rede se o cliente ainda estiver pagando pelo transporte de energia (para toda a energia gerada) e
com preços no atacado estaria recebendo créditos no atacado em oposição ao valor de varejo da energia (para toda a energia consumida da rede).
Fonte Análise BCG
Observação: para a carga de pico de 2015 de ~86 GW, aqui assumimos um aumento estável da carga de pico com um CAGR de 4%. LCOE
calculado com base no modelo apresentado. O fator de capacidade varia de estado para estado e também é baseado no modelo LCOE.
Lei de adoção usando o modelo de Bass e parâmetros da experiência dos EUA. Para residencial, o máximo potencial foi calculado pela
estimativa do consumo das classes A e B no Brasil, que usam as casas, com um fator de correção de 70% (deixando 30% de fora). Para
comercial, 50% da carga do pico considerada o máximo da carga atingível, e a carga de pico considerada proporcional à demanda de
energia. Fonte: Relatório final PDE 2024 ; Relatório de demanda de energia EPE 2014; IBGE ; ANEEL; Análise BCG
Jean Le Corre é sócio sênior e diretor executivo no escritório de São Paulo. . Você pode contatá-lo pelo e-mail
lecorre.jean@bcg.com.
André Pinto é sócio e diretor executivo no escritório do Rio de Janeiro. Você pode contatá-lo pelo e-mail
pinto.andre@bcg.com.
Ricardo Simas é principal no escritório do Rio de Janeiro. Você pode contatá-lo pelo e-mail simas.ricardo@bcg.com.
Georges Almeida é principal no escritório do Rio de Janeiro. Você pode contatá-lo pelo e-mail almeida.georges@bcg.com.
O The Boston Consulting Group (BCG) é uma empresa global de consultoria de gestão e líder mundial em consultoria para
estratégia de negócios. Realizamos parcerias com clientes dos setores privado, público e sem fins lucrativos, em todas as
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empresas. Nossa abordagem personalizada combina am-plas percepções sobre a dinâmica das empresas e dos mercados
com uma colaboração próxima em todos os níveis da organização do cliente. Isso garante que nossos clientes atinjam uma
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1963, o BCG é uma empresa privada com 85 escritórios em 48 países.
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