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A alma humana, uma alma divina

Alma!
Deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma
Superfície!
Alma! Deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma
Da minha mão
Superfície...!
( Alma, Zélia Duncam.Compositor: Pepeu Gomes, Arnaldo Antunes)

A teoria de Platão sobre o que se entende por alma está intimamente ligada sobre o que
é o mundo das idéias . Em seu livro “República”, Platão diz que o homem é dotado de
corpo e alma. Para ele, o corpo se transforma, envelhece, deteriora e esfarela. Já a alma,
é eterna, imutavel e divina.
Para o ateniense, a alma que é fixa ao corpo, um dia já foi livre e cambiante. A alma já
esteve no mundo das ideias mas não se recorda. A inteligência que faz parte da alma
humana seria então o retorno à contemplação desse mundo que a realidade concreta não
consegue tocar. A busca pelo conhecimento, a busca pela evolução faz com que o
homem retorne à essência da vida, essência que um dia, admirou.
Vivemos em um mundo tão rápido, tão voraz que esquecemos de valorizar a nossa
própria inteligência. Mas não esta inteligência produtiva e capitalista, e sim a inteligência
almínica.
A alma é a sede da vida, é o vigor que mantém o corpo, o pensamento fluido e
transitório. Esta, que pode estar fixa ao corpo é também aquela que pode sentir e
experimentar as sensações das mais profundas às mais fugazes.
Amor, paixão,raiva, medo, dor, alegria, serenidade e sabor. É a alma é que busca contato,
bem na superfície. Parece que é neste ponto que as pessoas sentem a necessidade de
tocar a alma com a palma da mão e se conectar com o outro.
Segundo Platão, a alma humana pode ser interpretada por três perspectivas: apetitiva
e irascível (mortais) e racional (imortal).
A primeira, descrita como apetitiva é aquela que busca saciar os prazeres, a fome e tudo
que é necessário para manter o corpo, para gerar outros corpos e perpetuar. Esta alma é
sempre faltante, está sempre em busca de novos prazeres. Ao traduzir o lado metafórico
para a localização corporal, a alma apetitiva situa-se entre o ''diafragma e o umbigo''. O
seu fim é quando há a morte do corpo.
A segunda , a irasível é aquela que ''sente as dores''. A alma que defende o ser contra a
ameaça do corpo e da vida, é o escudo para a dor e o sofrimento. Situa-se no coração. É
mortal, pois existe para proteger o corpo contra agressões á própria vida corporal.
A terceira, a alma racional que fixa no corpo, pode ser interpretada como parte do ser que
se conecta com a espiritualidade. É a alma ávida por conhecimento, sempre pensante,
ativa e superior, para alcançar o divino. Esta situa-se na cabeça, por isso,costumamos
relacionar a inteligência com esta parte do corpo.
Porém a alma racional e imortal, padece em um grande mistério que este mundo
contemporâneo tem preguiça ou falta de tempo para desvendar.
As pessoas que parecem automatizadas, robóticas, programadas para adquirir bens e
produtos, acabam depositando toda a sua energia no acúmulo de propriedades materiais.
Estamos sendo construídos e moldados de acordo com algum sistema, em alguma
cultura e em algum território. Estamos sendo construídos em algum tempo, em algum
estado temporal que não é o presente. É a geração projetada para dar certo e para não
sentir. Parece que este se tornou o tempo de passar por cima das emoções e ficar longe
dos sentimentos. Desta maneira, nos distanciamos cada vez mais de nossa alma, nos
sentindo tão fragmentados e desconexos. Quandos estes sentimentos quase indecifráveis
e incompreensíveis de juntam, a sensação é de caos e é apavorante. O corpo, adoece.
Normalmente as pessoas não sabem o que fazer quando uma mistura de afetos invadem
o seu ser. E mal sabemos que todos estes sentimentos juntos são o acúmulo de anos de
repressão e embotamento.
Mas até neste ponto a alma é infalível. Ela tenta avisar e chamar atenção sobre tudo
que está a nossa volta. A alma também é sensível, e tem a capacidade de resgatar o ser
para se conectar com o mundo transcendental.É o chamado que tenta fazer pelas
pessoas, o que elas não fariam por si próprias. É uma energia, uma força que vem de
algum lugar e vai para outro, sempre se transformando e se conectando em novos
entrelaces. Talvez seja a alma o único elo que temos com aquilo que está além dos limites
conhecidos, em um campo metafísico. A alma humana, que ilumina também é uma alma
divina.

Referências:
Platão. A República. Introdução, tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira.
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian;1987
Platão. Timeu. Belém: Ed. Universidade Federal do Pará; 1977

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