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Richard Cantillon (1755) demonstrava a preocupação com a economia, com a criação

de novos empreendimentos e gerenciamento de negócios. Cantillon tinha uma noção de


empreendedor que se assemelha às de muitos autores contemporâneos. Ele definia o
empreendedor como um inovador e como alguém que assume risco, ou seja, alguém que além
de lidar com a inovação também investia seu próprio recurso, correndo riscos (BRINGHENTI et
al, 1999). Cantillon possuía certo dom visionário em detectar, adivinhar, identificar elementos
que já eram lucrativos e os que poderiam vir a ser. Ele mesmo, então, já possuía tino para: busca
de oportunidades de negócios, preocupação com gerenciamento inteligente, obtenção de
rendimentos otimizados para o capital investido. Na sua visão os empreendedores eram
oportunistas que corriam riscos visando lucro.

Somente em 1934, com a publicação da obra “Teoria do Desenvolvimento Econômico”


de Schumpeter, é que a conotação de empreendedor adquiriu um novo significado, sendo
associado à inovação. Segundo ele, a essência do empreendedorismo está na percepção e no
aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios tradicionais, constantemente
criando novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados, sobrepondo-os aos
antigos métodos menos eficientes e mais caros. A partir desta visão, outros autores perceberam
a necessidade de inovação e também fazem essa associação.

David McClelland (1961) desenvolveu uma teoria a respeito dos empreendedores


baseado em um estudo realizado em 34 países, no qual foram identificadas as seguintes
características em um empreendedor bem sucedido:

 iniciativa e busca de oportunidades;  perseverança;  comprometimento;  busca


de qualidade e eficiência;  fixação de metas e objetivos;  busca de informações; 
planejamento e monitoração sistemáticos;  capacidade de persuasão e de estabelecer redes
de contatos;  independência autonomia e autocontrole;  vontade de trabalhar duro;  ter
orgulho do que faz;  ser auto propulsionador;  assumir responsabilidades e desafios;  tomar
decisões.

Kirzner (1973) afirma que o empreendedor é aquele que cria equilíbrio, encontrando
uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica
oportunidades na ordem presente.

Para Drucker (1987), os empreendedores são eminentemente pessoas que inovam.


Sentencia que a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual
eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente.
“Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática”.

Para Fillion (1991) o empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade
de estabelecer e atingir objetivos e que mantém um alto nível de consciência do ambiente em
que vive usando-a para detectar oportunidades de negócios.

Na visão de Amit (1993), os empreendedores podem ser definidos como indivíduos


que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas
combinações de recursos, a fim de extrair os melhores benefícios de suas inovações.

Para Gerber (1996), empreendedor é o inovador, o grande estrategista, o criador de


novos métodos para penetrar ou criar novos mercados; é a personalidade criativa; sempre
lidando melhor com o desconhecido, perscrutando o futuro, transformando possibilidades em
probabilidades e caos em harmonia. Para Barreto (1998), o empreendedor é quem tem a
habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou do quase nada.
Fundamentalmente, o empreender é um ato criativo; é a concentração de energia no iniciar e
continuar um empreendimento; é o desenvolver de uma organização em oposição a observá-la,
analisá-la ou descrevê-la. Mas é também a sensibilidade individual para perceber uma
oportunidade quando outros enxergam caos, contradição e confusão. É o possuir de
competências para descobrir e controlar recursos aplicando-os da forma produtiva.

Resumindo, o empreendedor sente necessidade de se realizar, de vencer obstáculos,


romper rotinas, definir e alcançar seus objetivos, quebrar paradigmas. O empreendedor
continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades e a tomar decisões moderadamente
arriscadas que objetivam a inovação.

Embora nos estudos e pesquisas relacionados com o empreendedor hajam muitas


diferenças e disparidades a respeito das exatas definições, pode-se perceber que há entre os
estudiosos o consenso de que o empreendedor é distinguido das outras pessoas pela maneira
como ele percebe a mudança e lida com as oportunidades.

Um empreendedor se conhece pela ação. Após sonhar e deixar-se dominar pela


emoção do seu sonho, o empreendedor mergulha no mundo, no mundo como ele vê, em busca
de oportunidade para transformar o seu sonho em realidade. A primeira ação do empreendedor
diz respeito à identificação de oportunidades. Ao identificar uma oportunidade congruente com
o seu ego, o empreendedor mostra a sua cara. Ao transforma-la em realidade, o empreendedor
se faz.

Identificar oportunidades é a primeira competência do empreendedor. Ao contrário


do que se pensa, a oportunidade não cai nas cabeças das pessoas, como um presente dos céus.
Identificá-la é um trabalho que exige sensibilidade, energia, pesquisa, testes, possível somente
para quem conhece profundamente o setor em que vai atuar. A oportunidade é uma forma de
olhar. Ela está dentro das pessoas e não fora delas.

Por que, em nossa cultura, o desenvolvimento da capacidade de identificar


oportunidades não faz parte do aprendizado formal?

A criação de oportunidades é vista como uma tarefa dos responsáveis pelas macro
políticas, principalmente as econômicas, materializadas através da criação de condições que
levem ao aumento da capacidade produtiva, gerando-se oportunidades de trabalho, emprego e
negócios. A dinâmica do modelo baseado no emprego baseia-se em transformar oportunidades
de negócios identificadas e aproveitadas por poucos (empreendedores) em empregos para
muitos. A demanda principal é por competência técnica, responsabilidade a cargo do sistema
educacional. Neste paradigma produtivo, habilidades lógicas e conhecimentos técnicos são
requisitos para os melhores empregos. Elites procuram as universidades, o pessoal do chão de
fábrica tentar se qualificar através dos cursos profissionalizantes. O saber técnico, além de
instrumento de produção, tem a função de gerar e preservar posições sociais. No passado, por
várias razões, os mundos da produção e da educação no Brasil mantiveram uma relação cliente
fornecedor baseada exclusivamente na formação de técnicos. Não de tecnologia, mesmo
porque essa geralmente vinha de fora, muitas vezes com restrições.

Na divisão de tarefas daquele mundo fortemente estruturado, o conhecimento não


era necessariamente comprometido com a sua aplicação para geração de valor para a
sociedade. Segregados, colocados frequentemente em campos opostos, conhecimento e prática
empresarial eram operados por atores de difícil diálogo que se isolavam nos respectivos âmbitos
de sua atuação e hegemonia.

No passado, conhecimentos e negócios, academia e empresa eram culturalmente


mantidos à distância. Nesse mundo a identificação de oportunidades de negócios não precisava
ser tema da educação.

Em consequência, um personagem com papel crucial foi mantido fora do palco


educacional. O seu script: transformar conhecimentos em riqueza ou em valor para a sociedade.
O seu know-how: identificar oportunidades e transformá-las em empreendimento de sucesso.
O seu nome: empreendedor, o protagonista dos novos tempos. Este é o perfil do trabalhador
moderno.

A industrialização aproveitou a dicotomia entre razão e emoção proposta em outras


esferas e a estendeu magistralmente ao chão de fábrica, encampando ideologicamente a
ruptura entre emoção e trabalho, como se isto fosse possível. A relação predominantemente
técnica entre a produção e o ser humano, definiu, no passado, a estratégia educacional de
geração de competências para a economia, que funcionou bem enquanto o modelo teve fôlego.
As universidades preocupavam-se (e ainda, errando de século, persistem) em formar
competência técnica em condições de ser absorvida pelo "mercado empregador", este sim,
responsável pela identificação de oportunidades.

Isto talvez explique os motivos pelos quais a capacidade de identificar oportunidades


não faça parte nossa educação formal básica, nem nos processos educacionais informais, a cargo
da família e dos grupos sociais, respeitadas a exceções estatisticamente registradas.

Explica também porque a habilidade empreendedora em uma sociedade cuja


preparação profissional é dirigida para o emprego seja vista como dom de uma minoria, quando,
de fato, é uma competência que pode ser desenvolvida como outra qualquer.

O que mudou? Na era da economia do conhecimento, somos obrigados a entender


que a emoção não se dissocia da vida e por isto nada acontece à sua revelia, muito menos o
trabalho. Por que? Porque quando o homem é feito máquina, a emoção é estorvo. Mas quando
é chamado a atuar enquanto ser humano, utilizando a sua criatividade, rebeldia e inteligência,
principais insumos produtivos da nossa era, o coração volta a ser essencial.

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