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PRODUÇÃO DE CERVEJA
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12. França 2,3
13. Austrália 2,0
14. Argentina 0,9
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– Cerveja Forte : quando produzida a partir de mosto com teor de extrato
primitivo maior que 14% em peso.
Cor :
– Cerveja Clara : quando possuir cor correspondente a menos de 15 unidades
EBC (European Brewery Convention).
– Cerveja Escura : quando possuir cor correspondente a 15 ou mais unidades
EBC.
Teor Alcoólico :
– Cerveja sem álcool : quando seu conteúdo de álcool for menor ou igual a 0,5%
em peso.
– Cerveja de baixo teor alcoólico : quando seu conteúdo for maior que 0,5% e
menor que 2,0% em peso.
– Cerveja de médio teor alcoólico : quando seu conteúdo for igual ou maior que
2,0% e mnor que 4,5% em peso.
– Cerveja de alto teor alcoólico : quando seu conteúdo for igual ou maior que 4,5%
e menor que 7,0% em peso.
Água
A água é um dos principais fatores a ser levado em consideração na
fabricaçào de cervejas. Basicamente ela define o local de onde a cervejaria deve
ser instalada. Para cada 1L de cerveja produzida é gasto em média 10L de água,
considerando todas as etapas do processo.
Em termos gerais, a água para produção de cervejas deve possuir as
seguintes características, Tabela 3 :
Tabela 3 – Características da água para produção de cervejas.
Parâmetro Unidade Especificação
Sabor - insípida
Odor - inodora
pH pH 6,5-8,0
Turbidez NTU menor que 0,4
Matéria Orgânica mg O2/L 0-0,8
Sólidos Totais Dissolvidos mg/L 50-150
Dureza Total mgCaCO3/L 18-79
Sulfatos mgSO4/L 1-30
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Cloretos mgCl/L 1-20
Nitratos mgNO3/L ausente
Cálcio mgCa2+/L 5-22
Magnésio mgMg2+/L 1-6
CO2 livre mgCO2/L 0,5-5
Dessa forma, podemos observar que a água para cervejaria deve ser
insípida e inodora para não interferir no gosto e aroma da carveja acabada.
Também deve possuir um pH entre 6,5 e 8,0, faixa onde as enzimas do malte
atuam para a transformaçào do amido em açucares fermentáveis.
Muito do sucesso de certas cervejas deve-se às características da água com
que são produzidas. Por exemplo, a cerveja produzida em Pilsen na
Tchecoslováquia ficou famosa porque a água utilizada em sua produção
apresentava uma característica peculiar, com baixíssima salinidade, o que
conferia a bebida um paladar especial que conquistou fronteiras, chegando a
originar um tipo de cerveja conhecido no mundo inteiro como "cerveja tipo
Pilsen".
Outro exemplo pitoresco da importância da água é o da Cervejaria Coors,
nos EUA. Durante anos a imagem da companhia foi construída apregoando-se
que sua cerveja era feita com as águas cristalinas das montanhas do Colorado. A
estratégia deu certo e a cerveja tornou-se um sucesso de vendas. A fábrica foi
então sendo ampliada sucessivamente e hoje é a maior fábrica individual do
mundo. Certamente a Coors gostaria de construir novas fábricas em outros locais
dos EUA e racionalizar sua logística, mas agora está impedida, visto que as
águas cristalinas das montanhas do Colorado só existem no Colorado.
Atualmente, a tecnologia de tratamento de águas evoluiu de tal forma que,
em tese, é possível adequar a composição de qualquer água às características
desejadas. Digo em tese, porque o custo de alterar a composição salina da água
normalmente é muito alto, motivo pelo qual as cervejarias ainda hoje consideram
a qualidade da água disponível como fator determinante da localização de suas
fábricas. No Brasil, a maioria das regiões dispõe de águas suaves e adequadas à
produção das cervejas laager, denominação genérica do tipo de cerveja clara e
suave que é produzida no País.
Malte
O malte utilizado em cervejaria é obtido a partir de cevadas de variedades
selecionadas especificamente para esta finalidade. A cevada é uma planta da
família das gramíneas, parente próxima do trigo, e sua cultura é efetuada em
climas temperados. No Brasil é produzida em algumas partes do RS durante o
inverno, e na América do Sul a Argentina é grande produtora.
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Após a colheita da safra no campo, os grãos (sementes) de cevada são
armazenados em silos, sob condições controladas de temperatura e umidade,
aguardando o envio para a Maltaria, que é a indústria que irá fazer a
transformação da cevada em malte. Este processo consiste, basicamente, em
colocar o grão de cevada em condições favoráveis à germinação, deixar esta
começar a ocorrer, e interrompê-la tão logo o grão tenha iniciado o processo de
criação de uma nova planta. Nesta fase- o amido do grão apresenta-se em cadeias
menores que na cevada, o que o torna menos duro e mais solúvel, e, no interior
do grão, formam-se enzimas que são fundamentais para o processo de fabricação
de cerveja. A germinação é então interrompida por secagem a temperaturas
controladas, de modo a reduzir o teor de umidade sem destruir as enzimas
formadas.
Malte portanto é o grão de cevada que foi submetido a um processo de
germinação controlada para desenvolver enzimas e modificar o amido, tornando-
o mais macio e solúvel. Utiliza-se neste processo, estritamente, as forças da
natureza, que proveu as sementes da capacidade de germinar para desenvolver
uma nova planta. Tudo o que o homem faz neste processo é controlar as
condições de temperatura, umidade e aeração do grão.
Lúpulo
O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma trepadeira perene, cujas flores
fêmeas apresentam grande quantidade de resinas amargas e óleos essenciais, os
quais conferem à cerveja o sabor amargo e o aroma que caracterizam a bebida.
Pode-se dizer que é o tempero da cerveja e é um dos principais elementos que os
mestres cervejeiros dispõem para diferenciar suas cervejas das demais. A
quantidade e o tipo (variedade) de lúpulo utilizado é um segredo guardado a sete
chaves pelos cervejeiros.
Trata-se de uma cultura dos climas frios do hemisfério norte, sendo os
países do norte europeu e os Estados Unidos os grandes produtores. No Brasil
não existem condições climáticas adequadas à produção de lúpulo, e todo o
suprimento nacional é importado da Europa e Estados Unidos.
A forma mais comum de utilização do lúpulo é em pellets, que nada mais
são que pequenas pelotas obtidas a partir da prensagem das flores. Consegue-se
assim reduzir substancialmente os volumes de lúpulo a transportar, mantendo-
se as características originais e puras das flores. Mas nada impede que a flor seja
adicionada à cerveja na sua forma original, conforme colhida na lavoura.
Fermento
É o nome genérico de microorganismos, também conhecidos por leveduras,
e que são utilizados na indústria cervejeira graças à sua capacidade de
transformar açúcar em álcool. Especificamente, a levedura utilizada em
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cervejaria é a espécie Saccharomyces Cerevisiae e cada cervejaria possui sua
própria cepa (o leigo pode entender cepa como raça).
Embora todas as cepas façam basicamente o mesmo trabalho de
transformar açúcar em álcool e gás carbônico, o sabor do produto obtido difere de
uma cepa para outra, em função de pequenas diferenças de metabolismo e
conseqüente formação de substâncias capazes de conferir aroma e sabor ao
produto, mesmo estando presentes em quantidades muito pequenas. O fermento
é portanto elemento essencial para a produção de cerveja.
Outros Cereais
Conforme já dissemos acima, na maioria dos países, Brasil inclusive, é
costume substituir parte do malte de cevada por outros cereais, também
chamados de adjuntos. Consegue-se desta forma uma vantagem econômica, caso
o cereal substituto seja mais barato que o malte, e produz-se uma cerveja mais
leve e suave que aquela obtida exclusivamente com malte de cevada. Os adjuntos
normalmente usados para este fim são o arroz e o milho, embora seja possível
utilizar qualquer fonte de amido para esta finalidade.
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Recebimento e Armazenagem do Malte : Em grandes empresas o
malte é recebido à granel a partir de caminhões (1) e armazenado em silos (2).
Moagem do Malte : No início da produção o malte é enviado até
moinhos(3) que possuem como função promover um corte na casca e então liberar
o material amiláceo (amido) para o processo. Outra função da moagem é também
promover a diminuiçào do tamanho de partícula do amido de modo a aumentar
sua área superficial que futuramente vai ocasionar um aumento na velocidade de
hidrólise do amido.
Mosturação : Após ser moído o malte é enviado até os tanques de
mostura (4). Nessa etapa o malte moído é misturado com água e submetido a
aquecimento. As enzimas contidas no malte são liberadas para o meio e sob ação
de calor são ativadas pra promover a hidrólise catalítica do amido. O
aquecimento não costuma ultrapassar temperaturas de 72 ºC pois as enzimas são
inativadas em temperaturas acima desses valores.
Filtração : A mistura obtida, também chamada de mostura, atravessa um
sistema de filtros (5) que tem por função separar a casca da mistura. Na torta
formada ainda existem frações de açucares que poderão ser utilizados na
fermentaçào. Dessa forma, uma operação bastante útil é lavar a torta com água
aquecida com o objetivo de solubilizar o açúcar existente na torta. Após filtrada,
a mostura passa a denominar-se mosto.
Fervura : Em seguida o mosto é adicionado a um tanque (7) onde recebe a
adição de lúpulo (6). A mistura é fervida por volta de 30min. Durante esse
intervalo, ocorre a extração e isomerizaçào de alguns óleos essenciais extraídos
do lúpulo.
Resfriamento : Terminada a fervura, a mosto fervido acrescido de lúpulo
é resfriado por trocadores de calor, com o objetivo de receber a levedura (8) que
irá promover a fermentação.
Fermentação : Nessa fase, as leveduras irão consumir os açúcares
fermentiscíveis, irão se reproduzir e além disso irão produzir álcool e dióxido de
carbono e também alguns ésteres, ácidos e álcoois superiores que irão transmitir
propriedades organolépticas à cerveja. A fermentação ocorre em tanques
fechados, revestidos por uma camisa externa que permite a passagem de fluído
refrigerante (amônia ou etileno glicol) para manter o sistema na temperatura
desejada de filtração que pode variar de 10 a 25C de modo geral.
O tipo de Fermentação dependerá da levedura utilizada, de forma que
podemos encontrar :
- Cerveja de Alta Fermentação - Levedura : Saccharomyces Cerevisiae;
- Cerveja de Baixa Fermentação - Levedura : Saccharomyces Uvarum;
Na alta fermentação, as leveduras tendem a se situar nas partes
superiores do fermentador e na baixa fermentação, nas partes inferiores.
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Figura 2 – Tanques de Fermentação
Maturação : Terminada a fermentação, a cerveja obtida do fermentador
(cerveja verde) é enviada aos tanques de maturação (10) onde é mantida por
períodos variáveis a temperaturas de aproximadamente 0 ºC. Essa fase é
importante pois ocorre sedimentação de algumas partículas em suspensão e
também desencadeiam-se algumas reações de esterificaçào que irão produzir
alguns aromatizantes essenciais para a cerveja.
Segunda Filtração : Nessa nova filtração (12), é acrescido terra
diatomácea (11) a cerveja madura, com o objetivo de remover as partículas em
suspensão e também adsorver certas substâncias que conferem cor desagradável
para a cerveja.
Acabamento : Após a segunda filtração, a cerveja passa por uma fase de
acabamento (13) onde irá receber dióxido de carbono (que após de ser obtido da
fermentação é armazenado), e também outras substâncias que irão garantir a
qualidade da cerveja e aumentar seu tempo de prateleira, como estabilizantes e
antioxidantes.
Engarrafamento : A cerveja acabada (14) é enviada para a
engarrafadora (16) que recebe as garrafas limpas (15) com solução de hidróxido
de sódio;
Pasteurização : A cerveja engarrafada ates de ser pasteurizada recebe a
denominação Chopp. Após ser pasteurizada ela passa a se denominar-se cerveja.
O objetivo da pasteurização (17) é eliminar alguns microorganismos que irão
prejudicar as características originais da cerveja. Assim, a pasteurização
costuma ser realizada a temperaturas por volta de 70 ºC, de modo que essa seja a
temperatura letal dos microorganismos em questão. Quando a cerveja é
engarrafada antes da pasteurização, esse processo é conduzido em câmaras onde
a cerveja recebe jatos de vapor e em seguida é refrigerada com jatos de água fria.
Caso a pasteurização ocorra antes do engarrafamento, a cerveja é pasteurizada
através de seua passagem por trocadores de calor como no esquema abaixo :
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Figura 3 – Fluxograma para representação da pasteurização com trocadores de
calor.
Expedição : Após pasteurizada, a cerveja é encaminhada para a fase de
expedição (18) para ser comercializada.
2. REFERÊNCIA
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/vinho_ce
rveja/inicial_%20cervejas.html