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AIJE – ATÉ A DIPLOMAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO MARANHÃO

Distribuiçãã o ão Corregedor Regionãl Eleitorãl (LC 64/90, ãrt. 22)

BELTRANO DE TAL, cãndidãto ão cãrgo de deputãdo


estãduãl pelã Coligãçãã o “FIRME E FORTE”, com endereço indicãdo no
pedido de registro de cãndidãturã RCAND n° XXXXXX, por seu ãdvogãdo
(doc. 01), pedindo sejam as intimações feitas em nome de Rodrigo
Pires Ferreira Lago – OAB/MA 6148 – OAB/DF 30221, este com
escritoó rio profissionãl no endereço indicãdo no rodãpeó , vem
respeitosãmente perãnte Vossã Exceleê nciã, com fundãmentãdo no ãrtigo 22
dã Lei Complementãr n° 64/90, pãrã propor
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
em fãce CICLANA DE TAL, cãndidãtã ão cãrgo de deputãdo estãduãl pelã
Coligãçãã o “OS FRACOS TAMBEÉ M VENCEM”, estã com endereço pãrã
intimãçãã o indicãdo no respectivo RRC, o que fãz nos seguintes termos:
II – DOS FATOS
O Sr. Bãrnãbeó de Tãl, mãrido dã cãndidãtã representãdã, eó
proprietãó rio de um enorme pãrque de vãquejãdã locãlizãdo no municíópio
de Mãrãnhãã o dos IÉndios (MA) – Pãrque Boi Gordo. Esse municíópio tem
quãrentã mil hãbitãntes, e se locãlizã nã regiãã o sudeste do estãdo, que
ãgregã outros dez municíópios, com cento e vinte mil hãbitãntes e setentã
mil eleitores, segundo dãdos do IBGE e do TSE (docs. 01 e 02).

Ruã dos Pinheiros, Qd. 16, Cãsã 16, Sãã o Frãncisco, Sãã o Luíós (MA) – CEP: 65.076-250.
e-mãil: rpflãgo@gmãil.com - fone/fãx: (98) 3235-6772.
No diã 26 de setembro de 2010, fãltãndo ãpenãs umã semãnã
pãrã o diã dã votãçãã o, reãlizou-se um grãnde evento no Pãrque Boi Gordo,
que consistiu em um show dã bãndã Forró Sacode. Os ingressos pãrã o show
forãm vendidos ão preço moó dico de R$ 5,00 (cinco reãis), e tãmbeó m
poderiãm ser trocãdos por um quilo de ãlimentos nãã o perecíóveis, como se
veê do folder publicitãó rio (doc. 03).
O jornãl Tribuna do Sudeste noticiou o evento informãndo ã
presençã de “pelo menos dez mil pessoãs” (doc. 04). Informãçoã es oficiãis
dã Políóciã Militãr do Estãdo do Mãrãnhãã o, que foi convocãdã pãrã gãrãntir ã
segurãnçã preventivã dos populãres, ãcusãm ã presençã de “mãis de dez
mil pessoãs”.
Pois bem, em meio ãà grãnde festã populãr, com ingressos
prãticãmente doãdos ão povo, ã bãndã Forró Sacode ãnunciã um intervãlo
de quinze minutos. Neste momento, o Sr. Bãrnãbeó de Tãl ãnunciã que
chegãvã ão locãl ã cãndidãtã REPRESENTADA, e ã convidou ã dãr
cumprimentãr os presentes, entregãndo-lhe o microfone. Esse instãnte foi
documentãdo por filmãgem feitã pelã emissorã TV Sudeste, que trãnsmitiu
o evento no diã seguinte (mídia anexa). Segue ã trãnscriçãã o deste trecho
(doc. 05), veiculãdo nã TV Sudeste:
VOCALISTA DA BANDA: Meus ãmigos, vãmos ãgorã fãzer
um pequeno intervãlo de quinze minutos. Voltãmos jãó !
BARNABEÉ : Queridos ãmigos, ãgrãdeço ã presençã de
todos. EÉ muitã gente! Temos mãis de vinte mil pessoãs
ãqui? O Pãrque Boi Gordo ãgrãdece ã presençã de todos.
E olhã quem estãó chegãndo. EÉ ã nossã grãnde liderãnçã
Drª Ciclãnã de Tãl. Subã ãqui no pãlco e deê um ãloê pãrã
esse povãã o que estãó brincãndo nestã noite festivã.
CICLANA: Obrigãdã Bãrnãbeó ! Meus ãmigos, nãã o
imãginãvã esse tãnto de gente ãqui. O povo estãó se
divertindo. Quãse nãã o consegui chegãr ã tempo de
pãrticipãr destã festã. Esse períóodo de eleiçoã es eó
complicãdo. Estou vindo dã regiãã o norte do estãdo,
divulgãndo ã minhã cãndidãturã ã deputãdã estãduãl.
Mãs estou ãqui, e ãgorã eu quero dãnçãr um pouco de

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forroó com o meu mãrido. Peço licençã ã voceê s pãrã pegãr
emprestãdo o nosso Bãrnãbeó . Abrãço ã todos.
Proclãmãdo o resultãdo dãs eleiçoã es, ã cãndidãtã
representãdã foi eleitã com trintã mil votos, sendo quinze mil no municíópio
de Mãrãnhãã o dos IÉndios (MA), outros dez nos demãis municíópios dã regiãã o
sudeste, e o restãnte espãlhãdo no estãdo (doc. 06).
Estãó pãtente o ãbuso de poder econoê mico prãticãdo pelã
representãdã, que ãcessou um veíóculo de míódiã de imenso ãlcãnce, que eó
vedãdo ãà s demãis cãndidãturãs, o showmício, proibido desde ãs eleiçoã es de
2006. No cãso ãindã se tem ã ãgrãvãr ã condutã que este showmício ocorreu
de formã subliminãr, e os ingressos forãm prãticãmente grãtuitos, fãzendo
com que todã ã populãçãã o compãrecesse ão evento sem que soubessem que
ãquele evento se converteriã em um ãto de cãmpãnhã dã representãdã.
O vãlor cobrãdo pelã bãndã pãrã essãs ãpresentãçoã es eó de R$
150 mil (cento e cinquü entã mil reãis) pãrã ã ãpresentãçãã o, ãleó m dã
hospedãgem. Aindã que todos os presentes tivessem pãgo o ingresso, e nãã o
trocãdo por ãlimentos (o que certãmente foi ã mãioriã), soó se teriã
ãrrecãdãdo R$ 50 mil (cinquü entã mil reãis). O deó ficit de mãis de cem mil
reãis certãmente nãã o foi coberto pelã vendã de bebidãs. E nãã o constã que
houve pãtrocíónio ão evento, exceto o dã proó priã cãndidãtã – certãmente
com recursos de caixa dois.
Nãã o fosse o bãstãnte, ã retrãnsmissãã o do evento pelã
emissorã de televisãã o deu ãindã mãior repercussãã o ão fãto. EÉ níótidã ã
potenciãlidãde destã condutã pãrã ãfetãr o resultãdo dãs eleiçoã es, mãó xime
quãndo se considerã o cãrgo disputãdo pelã representãdã, que erã de
deputãdã estãduãl.
III – DO DIREITO
O ãrt. 22 dã Lei Complementãr n° 64/90 ãutorizã os
cãndidãtos ã “representãr ãà Justiçã Eleitorãl, diretãmente ão Corregedor-
Gerãl ou Regionãl, relãtãndo fãtos e indicãndo provãs, indíócios e
circunstãê nciãs e pedir ãberturã de investigãçãã o judiciãl pãrã ãpurãr uso
indevido, desvio ou ãbuso do poder econoê mico ou do poder de ãutoridãde,
ou utilizãçãã o indevidã de veíóculos ou meios de comunicãçãã o sociãl, em
benefíócio de cãndidãto ou de pãrtido políótico”.

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No cãso presente, o ãbuso do poder econoê mico eó mãnifesto.
Poder-se-iã ãteó questionãr se no cãso se tãmbeó m nãã o hãveriã ã cãptãçãã o
ilíócitã de sufrãó gio, porquãnto os ingressos forãm prãticãmente grãtuitos,
configurãndo benefíócios dãdos ã eleitores, sendo evidente ã finãlidãde
eleitorãl. O que se viu foi o pretexto criãdo pelo mãrido dã representãdã,
pãrã que estã tivesse ã oportunidãde de dizer ã todos que erã cãndidãtã, o
que fez expressãmente. Mesmo que se ãplique ã ãtuãl jurisprudeê nciã do eg.
TSE que nãã o cãbe ãpurãr cãptãçãã o ilíócitã de sufrãó gio em AIME, tem-se ãqui
que o volume de eleitores envolvidos eó suficiente ãà configurãçãã o do ãbuso
de poder econoê mico.
Aliãó s, nãã o ãpenãs houve ã potenciãlidãde dã condutã ã
desiguãlãr o pleito, como se veê que fãto isso repercutiu no resultãdo dãs
eleiçoã es. Mãs essã provã sequer seriã necessãó riã, como jãó decidido pelo eg.
TSE, “[n]ãã o eó necessãó riã ã demonstrãçãã o ãritmeó ticã dos efeitos do ãbuso.
Precedentes. [...]” (TSE – RCED nº 671, Acoó rdãã o de 03/03/2009, Relãtor(ã)
Min. EROS ROBERTO GRAU, DJe 59, de 03/03/2009, p. 35).
No cãso presente, bãstã ão exãme dã potenciãlidãde ã
quãntidãde de eleitores envolvidos no ilíócito prãticãdo e ãs eleiçoã es
disputãdãs. Sendo umã disputã pãrã eleiçoã es proporcionãis no estãdo do
Mãrãnhãã o, tem-se que “mãis de dez mil presentes”, ãleó m de incontãó veis
telespectãdores ãlcãnçãdos pelo sinãl dã TV Sudeste eó suficiente ã
cãrãcterizãr ã potenciãlidãde de desiguãlãr o resultãdo dãs eleiçoã es.
Percebe-se que ã LC 135/10 - Lei Fichã Limpã, ão inserir o
inciso XVI, destãcou que “pãrã ã configurãçãã o do ãto ãbusivo, nãã o serãó
considerãdã ã potenciãlidãde de o fãto ãlterãr o resultãdo dã eleiçãã o, mãs
ãpenãs ã grãvidãde dãs circunstãê nciãs que o cãrãcterizãm”. EÉ certo,
portãnto, que quãndo houver potenciãlidãde de interfereê nciã no pleito,
como no cãso presente, ã penã serãó indiscutivelmente proporcionãl ãà
condutã lesivã.
IV – DO PEDIDO
DIANTE DO EXPOSTO, requer sejã notificãdã ã cãndidãtã
representãdã pessoãlmente, encãminhãndo ã elã ã segundã viã destã
petiçãã o e dos documentos, inclusive ã míódiã ãudiovisuãl, nos termos do
ãrtigo 22, a dã Res. TSE n° 23.193 c/c ãrt. 22, I, a dã Lei Complementãr n°
64/90, pãrã querendo ãpresentãr defesã no prãzo de 05 (cinco) diãs.

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Requer, ão finãl, instruíódo o feito e ouvido o oó rgãã o do
Ministeó rio Puó blico, sejã julgãdo procedente ã pretensãã o, e ãindã que ãpoó s ã
proclãmãçãã o dos eleitos, sejã declãrãdã ã inelegibilidãde dos
representãdos, cominãndo-lhes sãnçãã o de inelegibilidãde pãrã ãs eleiçoã es ã
se reãlizãrem nos 8 (oito) ãnos subsequentes ãà eleiçãã o em que se verificou,
ãleó m dã cãssãçãã o do registro ou diplomã dã cãndidãtã representãdã (ãrt.
22, XIV, dã LC 64/90 com ã redãçãã o dãdã pelã LC 135/10).
Provã-se o ãlegãdo com os documentos e míódiã juntãdos com
estã petiçãã o, bem ãssim com ã oitivã, em ãssentãdã uó nicã, dãs testemunhãs
ãbãixo ãrrolãdãs e outrãs provãs que se fizerem necessãó riãs e
oportunãmente requeridãs.
Pede Deferimento.
Sãã o Luíós (MA), 12 de julho de 2010.

RODRIGO Pires Ferreirã LAGO


OAB/MA 6148 – OAB/DF 30221

ROL DE TESTEMUNHAS

1) MARIA JOSEÉ , residente nã Ruã 01, Centro, Sãã o Luíós (MA)


2) JOSEÉ MARIA, residente nã Ruã 10, Centro Sãã o Luíós (MA)

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