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Rhealeza

Traduções
Presents

STAFF

TRADUÇÃO: KYTZIA
REVISÃO INICIAL: HERA/PERSEFONE
REVISÃO FINAL: DIANA/aurora
LEITURA FINAL: Cibele
FORMATAÇÃO: CIBELE
RHEALEZA TRADUÇÕES
08/2017
Série Welcome To Spartan #01
Ashley Lyn

Sinopse

Alice
Atirei nele com a minha arma de paintball.
Foi luxúria instantânea no momento em que avistei suas tatuagens, o corpo musculoso
e o sorriso arrogante. No entanto, me apaixonei de vez, no minuto em que o bastardo sexy me
trouxe um café e uma rosquinha de bacon.
Eu me apaixonei perdidamente e adorei cada minuto disso.
Tive a sorte de crescer em Spartan, mas eu estava pensando em me mudar para um
lugar mais agitado. Felizmente para mim, Luke mudou-se para cá, e mostrou-me como é
fantástico conhecer alguém que é tão louco quanto você.
Mas nem tudo são unicórnios e arco-íris, quando algo indesejado do meu passado
surge na cidade, e tenta me derrubar do meu pedestal.

Luke
Ela não atirou em mim. Ela errou por uns 3 metros.
Eu me apaixonei por ela no minuto que vi sua bundinha bonita em uma enorme e
florida calcinha de vovó. Eu disse a ela que eram seus lindos olhos e cabelos ruivos, mas, na
verdade, foi a roupa íntima.
Mudar para Spartan foi a melhor decisão que já tomei. Nunca pensei que encontraria o
amor da minha vida nesta cidadezinha.
Você demora um pouco para se acostumar com as pessoas que vivem aqui. Às vezes
eles esquecem o que significa roupa apropriada, e usam qualquer desculpa para festejar.
Eu gostaria de poder dizer que tudo seguiu o caminho dos contos de fadas, mas as
pessoas se intrometem, e trazem o inferno com elas.
Abrace sua loucura, e aproveite seu tempo na nossa alegre, mas absurda cidade. Bem-
vindo a Spartan!
Capítulo 1

Alice
A.pre.sen.ta.ção

O meu nome é Alice. Algumas pessoas me chamam de Ali. Eu fui

adotada pelas duas mulheres mais incríveis que já passaram nesta terra. As irmãs
de coração, Margo e Cleo, ambas ex-prostitutas, são barulhentas, atrevidas e
totalmente loucas, vivem suas vidas com muita felicidade. Nada nunca parece
derrubá-las.
Eu moro em uma cidadezinha costeira que há muito tempo foi esquecida,
e agora é habitada por umas pessoas que competiriam com o Acredite se Quiser 1.
Minha casa fica no final da rua, cercada por salgueiros e uma infinidade de flores.
É meu próprio "jardim secreto".
Normalmente, eu trabalho nas noites de sexta-feira no bar das minhas
mães, o Bailey's, mas eu negociei para ter essa noite de folga. Eu tenho me
sentido nervosa e ansiosa ultimamente, e eu preciso de uma noite para tirar a
calça, ficar sem sutiã e deixar a louca sair.
Eu fiz o meu próprio drinque com muito álcool. Estou quente, embriagada,
e muito longe para notá-lo sentado na minha varanda.
Estou usando umas asas de fadas que eu comprei para o Halloween há
muitos anos atrás, um capacete que eu comprei quando queria ser uma
motociclista, brilhantes botas vermelhas de salto alto que as minhas mães me
deram no Natal, uma calcinha de vovó e uma arma de paintball. Ah, e eu estou de
topless.
Eu pendurei os pôsteres dos atores e músicos que me incomodam em
nível insuportável, como a louca da Miley Cyrus e o rei Joffrey de Game of
Thrones. Estou correndo por todo o meu quintal, atirando neles com a minha

1
Programa de tv com casos estranhos, paranormais e inverossímeis.
arma de paintball como se eu fosse Lara Croft2. Um movimento no canto do meu
olho chama a minha atenção, e antes que eu possa parar, eu giro, e atiro.
Soltando minha arma e caindo de joelhos, eu sacudo a sujeira, horrorizada
ao ver que atirei em Jason Momoa 3.
— Jason! Oh Deus, Jason. Eu atirei em Khal Drogo4! Minha vida acabou!
Ele sorri, e imediatamente acho que bebi muito álcool.
— Meu nome não é Jason, é Luke. Sou seu novo vizinho.
Eu balanço a cabeça tentando dispersar a névoa do álcool. Eu poderia
jurar que ele disse que era meu novo vizinho. Eu sigo seu olhar para meus seios
tamanho 44, e os encontro animados, os mamilos duros.
Olho para ele, e seu sorriso tornou-se um pouco mais exuberante. Eu olho
para baixo em meus peitos, mas em vez deles, vejo minha barriga de geleia
balançar. Eu encolho e olho de novo para ele, quando a gravidade da situação me
atingiu, e a única reação que tenho é gritar. Alto e longamente, completamente
embaraçada.
Subindo, eu corro para minha casa, fechando e trancando a porta atrás de
mim. Eu escorrego para o chão e levanto minhas mãos até a boca, sentindo o
álcool vindo pela minha garganta.
—Que tal eu voltar na parte da manhã e fazer uma apresentação
apropriada?
Sua voz profunda flutua sobre minha pele como uma lava, e minhas partes
femininas umedecem.
— Que tal se você nunca voltar aqui e esquecer que me viu?
O riso flutua pela porta, e ouço seus passos saindo de minha varanda. Em
seguida, ouço um ruído alto, o que me faz pensar que ele veio até aqui em uma
motocicleta, e minha boceta dá outro aperto.
Foda-se a minha vida.

2
Heroína de jogos de ação, que no cinema foi interpretada por Angelina Jolie.
3
Jason Momoa: Famoso por interpretar Khal Drogo em Game of Thrones .
4
Khal Drogo é uma personagem fictícia da série Game of Thrones.
*****

Latejar. Foi tudo o que restou. Meus olhos se abrem, e um raio de luz solar
me apunhala nos olhos. Eu gemo e rolo, puxando meu cobertor sobre minha
cabeça.
Eu juro que o retumbar na minha cabeça é audível. Fico confusa quando
percebo que alguém está batendo em minha porta.
— Vá embora, porra.
— Acorde luz do sol. Temos que nos conhecer de maneira correta, e já é
meio-dia.
De olhos fechados repasso os acontecimentos de ontem, parece que
formigas de fogo estão no topo da minha cabeça, varrendo meu corpo em uma
onda dolorosa. Levanto meu edredom. Eu olho para baixo, e ainda estou de botas
e calcinha. Talvez se eu ficar quieta, ele vá embora.
– Eu não vou embora, então você pode muito bem tirar sua bunda sexy da
cama. Eu trouxe café e rosquinhas.
Café? Rosquinhas. Isso é quase incentivo suficiente para arrastar meu
traseiro cansado da cama. Quase, mas não completamente.
— Vamos lá, Rambo. Estou te dando trinta segundos, então vou entrar.
— FODAAAA-SE!
Eu ouço-o rir, e retiro meu edredom. Tiro minhas botas e coloco meu robe
macio antes de pisar na sala de estar. Eu desbloqueio a porta e abro. Fico de boca
aberta, me esforço para disfarçar a luxúria pelo deus sem camisa ali de pé.
Minhas bochechas ficam cor-de-rosa, e eu fecho a porta batendo em seu
rosto. Eu não posso fazer isso hoje, sério. Olho para o espelho ao lado da porta e
quero chorar. Meu cabelo vermelho brilhante está todo bagunçado. Pego um
gorro e o coloco, pronta para tentar novamente. Abrindo a porta, eu tento evocar
minha rainha interior, mas eu tropeço com a graça que meu corpo cansado e com
ressaca pode suportar, enquanto escorrego pela coluna da varanda para me
sentar no degrau superior.
Ele me dá uma rosquinha e uma lágrima escapa quando vejo o bacon em
cima. Bacon torna tudo melhor, e isso vale para as rosquinhas também. Ele me
entrega o café e senta ao meu lado.
Dou-lhe um olhar de lado e o observo o mais discretamente possível. Ele
apenas senta-se olhando para a vista do oceano, enquanto bebe seu próprio
néctar dos deuses. Dou um gole, e gemo quando a deliciosa cafeína desliza pela
minha garganta.
À luz do dia, ele não se parece nada com o meu “marido”, Jason Momoa.
Tem o cabelo louro claro que é raspado nos lados e mais longo em cima,
balançando para um lado. Seu braço direito é decorado com uma infinidade de
tatuagens brilhantes. Ele é musculoso, com um peito peludo. Seu nariz é fodido,
quebrado muitas vezes, mas, no entanto, sexy. Seus óculos ray-ban espelhado
esconde seus olhos de mim, e agradeço a Deus por aquela pequena misericórdia.
Ele parece ser do tipo que tem olhos azuis piscina, e eu realmente não posso me
dar ao luxo de me afogar neles agora.
— Meu nome é Ali, a propósito, ou Alice. Qual você preferir.
Ele inclina para trás contra a grade e me dá toda a sua atenção, o que é
desconcertante.
— Meu nome é Luke. — Ele estende a mão e eu a pego. Seus dedos
quentes e calosos deslizam sobre os meus e eu aperto meus lábios. Gemendo
como um gato no cio muito mais do que eu gostaria. Tento disfarçar.
Ele sorri. Aparentemente, não estou enganando ninguém.
Limpando minha garganta e tomando outro gole de café, eu me esforço
muito para manter este contato assustador de olho no olho, mas não consigo.
Respiro profundamente, e meus pulmões enchem com o cheiro de Luke; suor de
homem e algum perfume picante que deveria ser proibido.
— Eu me mudei ontem para a casa à sua direita. — Ele me entrega um
pedaço de papel. Olhando para baixo, eu vejo o número da sua casa acima de um
desenho bobo, que é parecido com o Thor de cuecas. Eu rio e olho para cima, ele
me dá uma piscadinha sexy. Meu rosto enrubesce, e eu sei que minhas bochechas
estão vermelhas.
Então, eu ouço o som da scooter5 das minhas mães, e eu começo a entrar
em pânico. Eu salto, tentando encontrar um lugar para escondê-lo. Minhas mãos
vagueiam. Juro que não belisquei seu mamilo propositadamente, mas caramba,
talvez eu tenha feito isso porque ele agarra minhas mãos e as segura acima da
minha cabeça. Ele olha para meu robe aberto e sorri, me mostrando seus dentes
brancos e perfeitos.
—Puta merda, Margo. Olhe para aquela belezinha que Alice trouxe para
casa.
— Ei, gatão. Qual o seu nome?
Fecho meus olhos, e quero me enfiar na terra, me transformar em pó.
Abro o olho e ele está olhando para minhas mães com diversão. Eu olho por cima
do meu ombro e gemo.
Sendo uma dupla de mulheres com quarenta e cinco anos de idade, você
pode imaginar que elas se vestiriam adequadamente, mas não. Lá estão elas, em
toda a sua glória inapropriada. Margo está com um chapéu, o top de um biquíni
com estrelas e listras, shorts e chinelos. Cléo, oh! Querido Deus, está usando um
boné, muito delineador, um top branco e dourado, shorts curtos e botas de
vaqueira cor de rosa.
— Senhoras, eu estava me apresentando, sou o novo vizinho. Meu nome é
Luke. Acabei de me mudar do Colorado.
— Bem, isso não é maravilhoso? Venha ao Bailey's, é o nosso bar, lhe
darei uma bebida de boas-vindas em nossa pequena comunidade, por conta da
casa.
— Farei isso, senhora. — Antes que meu cérebro perceba suas intenções,
sinto seus lábios roçarem os meus. Ele se vira e começa a correr pela entrada.
Meus pés ficam colados no chão enquanto eu observo sua bunda sexy nesse short
de atleta.
Margo aparece à minha esquerda e Cleo à minha direita, e ambas
começam a esfregar meus braços. Minha respiração está acelerada. Ele me
beijou! Santa merda, Batman! Eu lambo meus lábios e provo o café e açúcar.
Tenho certeza que é da minha rosquinha e do café, mas imagino que é apenas o
gosto ele.

5
Uma moto.
Da minha esquerda, ouço Margo dizer:
—Ganhou na loteria.
Afundo meu queixo no peito, olho para Margo, e ela está sorrindo como
uma boba.
Entro, e volto para meu quarto para vestir uma calça solta de pijama e um
top.
Margo e Cleo estão sentadas na mesa de café. Eu passo, sento-me no sofá,
apoio a minha cabeça em minhas mãos enquanto ambas começam a rir. Elas são
idiotas.
— Certamente não é uma coisa ruim ele ter lhe beijado.
— Não é isso. Na verdade, é a maior ação que tive há anos. No entanto, o
que é ruim, é que ele veio na noite passada. Ele me viu de topless e com minha
calcinha feia, bota vermelha de prostituta, asas de fadas e capacete de
motociclista. Isso é o que é ruim.
— Não necessariamente. Ele viu você parecendo uma louca e ainda quis
beijá-la. — Margo diz enquanto senta-se no sofá, e envolve seus braços em torno
de mim.
— Eu concordo com Margo nesse caso.
—Podemos não conversar sobre isso, e sim, falar sobre o porquê de vocês
duas estarem aqui, num sábado de manhã?
Cleo sorri e ajusta seu top.
— Willa está fazendo um churrasco. Nós paramos para ter certeza de que
você abriria o bar esta noite. Nós vamos festejar a noite toda, como se fosse 1969
novamente.
Eu morri de rir.
— Você avisou o xerife Parker que vão explodir o inferno hoje à noite?
Que tal desta vez, vocês três não queimarem outro prédio... Ou não tentarem
molestar o xerife. Se eu tiver que resgatar vocês de novo, vou deixá-las lá por uma
noite.
Ambas franzem o cenho para mim, e eu continuo rindo. Levantando-me,
vou para o meu banheiro, mas algo vem à minha cabeça ao virar na entrada.
— E nenhuma tatuagem nova!
Ouvindo seus suspiros em uníssono, eu caio na gargalhada de novo e
fecho a porta. Alguns anos atrás, cheguei em casa e encontrei as duas desmaiadas
com as bundas cobertas apenas por uma tanga, e com tatuagens recentes e
combinando, lábios vermelhos em cada bunda.
Eu as ouço sair, e assim que escuto a scooter partir, eu ligo a água e entro
no jato quente, lavando o festival de bebidas da noite passada.

*****

Cleo

—Mais devagar, Margo! Cristo, meus peitos quase saíram do meu maldito
top.
—Como se você tivesse o suficiente para saltar para fora. Estou dirigindo
no limite de velocidade. Não é minha culpa se esta maldita estrada tem mais
buracos do que asfalto.
Eu mal consigo me segurar no assento dessa cadela. Porque diabo Margo
gosta de andar nesta merda motorizada de duas rodas, está além da minha
compreensão.
—Da próxima vez, vamos no maldito carro.
—Da próxima vez, seu traseiro pode vir andando. —Margo afirma.
—Então... Qual é a do cavalheiro que foi visitar Ali?
— Esperançosamente, as pernas de Ali. Ultimamente aquela garota está
mais tensa do que uma freira em um bordel.
Eu explodi em gargalhadas, e meu aperto na motocicleta deslizou um
centímetro. No entanto, pareceu um metro, e eu gritei.
— Você poderia parar de gritar como uma cadela?
— Eu não sou uma cadela, eu sou a cadela. Há uma diferença.
Golpeio minha cabeça contra a dela. Eu só quero ter uma conversa séria
sobre isso.
— Seja séria, Margo, por um minuto agora. Precisamos investigar, sabe?
Suas raízes, seus segredos, merdas e tal.
—Vai ficar tudo bem. Eu estou com a minha calcinha de festa, e eu não
quero falar sobre nada sério. É a nossa primeira noite de festa em meses. Deus
me livre, eu pensei que a filha de Willa nunca iria embora. Você incendeia um
prédio e todos ficam loucos.
Eu rio, pensando na última festa.
—Eu acho que nunca vou esquecer o olhar no rosto de Willa quando ela
saiu se arrastando do galpão. A ponta do lençol estava em chamas. Ela tinha um
brilho maníaco nos olhos e uma garrafa de tequila na mão.
—Ouvi que o ex-babaca de Willa a está processando por perdas e danos,
já que toda a merda dele estava lá dentro.
—Aquele canalha pode ir se ferrar.
— Quanto à situação de Ali e Luke, Cleo, deixa rolar. Ali é uma boa juíza de
caráter. Eu não senti vibrações estranhas vindo dele, apenas compreensão e
afeto, e com certeza luxúria. Se o homem tem segredos, eles vão aparecer, e
então vamos lidar com isso.
Finalmente chegamos à casa de Willa, e Aerosmith's “Walk this Way” está
tocando. Willa já está quase bêbada, e parece um cruzamento entre Cher e Boy
George.
—Você acha que ela já estava bêbada quando maquiou o rosto? — De
repente, Willa sai correndo, e eu não consigo descobrir para onde diabos ela está
fugindo.
–O que você acha que ela está fazendo?
A próxima coisa que vemos, é Willa voando pelo ar e aterrissando de
barriga, então ela se vai, some de vista. Saltamos da moto e a encontramos rindo
embaixo, na colina. Um Slip 'N Slide 6 segue todo o caminho até o morro,
terminando em uma pequena piscina.
–Foda-se! Segure meu chapéu, Cleo.
Margo dá uma corridinha, e desce batendo na base da piscina. A água
salpica por toda parte.
– Sério, estamos muito velhas para essas merdas. Uma de nós, se não
todas, vai quebrar o quadril, porra.
— Desça aqui, sua covarde.
Eu jogo nossas coisas na varanda da frente e tiro minhas botas. Então,
pego o sabão, e esfrego na parte da frente do meu corpo. Pé na tábua se vou
fazer isso, eu vou com tudo.
— Tudo certo. Putas preparem-se.
Eu corro batendo no Slip 'N Slide perfeitamente, mas o problema surge
quando eu acerto a base da piscina. Eu bati com tanta força devido ao sabão, que
eu passo direito através dela, e acabo de cara na areia.
Willa e Margo estão morrendo de rir e, entretanto, tenho certeza de que
tenho uma queimadura em meus mamilos.
Eu preciso de um gole e de gelo para meus pobres seios. Agarro a garrafa
de tequila e duas cervejas do refrigerador, eu tomo um gole rápido e coloco as
cervejas no meu top.
— Você desceu como um porco embalado em plástico. —Willa consegue
dizer através de seu riso. Eu lhe mostro o dedo do meio.
— Eu ensaboei a frente do meu corpo, antes de escorregar e deslizar para
o meu destino.
Sentamos e relaxamos em nossas cadeiras.

6
— Como foi seu encontro no Skype, Margo? — Willa pergunta, e eu não
consigo evitar o riso.
— Sim, Margo. Diga a Willa como foi seu encontro.
— Eu nunca mais terei encontros on-line novamente. Sua foto de perfil
era de vinte anos atrás. Quando o Skype ligou, fiquei chocada. Parecia que uma
doninha tinha tido um caso secreto com um coelho. Sua peruca era loura, e o
cabelo que tinha ficado de fora era preto. A conversa foi sobre sua estranha
coleção de bonecas. Então, se isso não bastasse, ele me disse que tinha uma
surpresa para mim, e me enviou uma foto do seu pênis. Parecia uma minhoca
deformada com um capuz. Eu apenas ri, não pude evitar. Foi tão errado. Eu disse
a ele que eu não estava mais interessada, e que não me contatasse novamente.
Willa e eu estávamos rindo, e Margo sorriu porque, na verdade, isso era
muito engraçado.
— Ugh. Esta cidade precisa de uma nova carga de bons paus.
— Há um novo, mas ele está a fim de Ali, e é muito jovem para nós.
Os olhos de Willa arregalaram-se.
—De quem se trata?
—Nós passamos para ver Ali antes de vir para cá. Ele a estava beijando
quando chegamos. Ele parece ter nascido do próprio Adônis, depois foi
mergulhado num tanque de sensualidade.
Willa dá um suspiro.
—Espero que ele traga seu pai gostosão ou os tios para a cidade.
— Vou brindar a isso.
Willa se levanta e agarra a mangueira para completar a piscina, enquanto
Margo começa a subir a colina. Meus seios ainda estão se recuperando do
mergulho. Acho que vou ficar sentada dessa vez.
Puxando uma cerveja, eu abro e aumento a música. É hora da festa, putas!
Capítulo 2

Ali
A.tra.ção

O bar está vazio e silencioso, exceto pelo Jukebox. Eu estou cantando


junto alguns clássicos do Eagles 7, enquanto limpo os copos e esfrego os balcões,
então viro e vejo meu marido, quero dizer, vizinho. Realmente deveria ser ilegal
ser tão bonito.
— Olá, Luke.
—Alice. — Sua voz é rouca, e o tom me faz tremer. Meus seios endurecem
com a imagem dele sussurrando meu nome no meu ouvido, enquanto empurra
entre minhas coxas me dominando, e eu luto para conservar minha calcinha. A
este ritmo, eu vou precisar de suspensórios para mantê-las.
— O que posso pegar para você beber?
Ele inclina-se para trás e cruza os braços sobre o peito. Droga, esse
homem é fatal. Agora minha calcinha está completamente dizimada.
— Bud Draft8, por favor.
Viro-me pegando um copo, e vou até a torneira para enchê-lo. Deslizo
para ele, fazendo o meu melhor para não desejar demais seu corpo quente, mas
eu suspeito que estou falhando miseravelmente.
—Então, Alice, conte-me um pouco sobre você.
—Não.
—O que? Por que não?
—Sou sem graça.
—Eu duvido disso. Se a noite passada foi qualquer coisa próxima, eu teria
que dizer que você é.… interessante.

7
Banda de rock dos anos 70.
8
Tipo de Chopp.
—Ontem à noite foi um acaso. Eu estava desabafando e bebi um pouco
demais da bebida do diabo, e as coisas ficaram fora de controle. De qualquer
forma, e você? Qual a sua história?
—Eu tenho uma empresa de design gráfico. Posso trabalhar em casa,
então, eu queria encontrar um lugar tranquilo perto do oceano. Você sabe, fugir
do ritmo acelerado da cidade e relaxar um pouco. Sou solteiro, tenho trinta e
cinco anos, e espero te colocar embaixo de mim. De preferência nua.
Eu engasgo com minha própria saliva. Este bastardo sexy está sentado lá,
sorrindo como o gato que comeu o canário.
—Vamos, querida, me diga alguma coisa. Estado civil atual? Posição sexual
favorita? Caramba, até mesmo uma cor favorita.
—Idade, não é da sua maldita conta. Tenho idade suficiente. Estou em um
relacionamento de longo prazo com meu vibrador. A posição sexual favorita é
estar sozinha. A cor favorita é clara.
Ele ri, o bundão.
—Ela tem vinte e cinco anos e é solteira. Sua posição favorita para o sexo
é estilo cachorrinho, e sua cor favorita é cor-de-rosa.
Eu suspiro e me viro.
—Seu merdinha idiota. Fecha a boca.
Meu agora, ex-melhor amigo, caminha até Luke.
—Ei, eu sou Roger, seu ex-noivo transformado em melhor amigo.
—Você é um traidor, Roger. Onde está Steven?
—Ele está em casa, cozinhando alguns bolinhos. Ele tinha uma "surpresa"
para o melhor marido do mundo, e me disse para desaparecer por algumas horas.
—Prazer em conhecê-lo, Roger. Eu sou Luke, e estou tentando entrar em
sua calcinha florida de avó.
—Isso foi uma ocorrência única. Eu só tenho uma dessas. Mas enquanto
eu estivesse correndo com minha roupa íntima, incorporando a Lara Croft, eu não
queria uma tanga entrando ainda mais na minha bunda, e atrapalhando a minha
capacidade de atirar com precisão na noite passada.
—Você não atingiu um alvo na noite passada.
—Cristo, quanto tempo você esteve sentado lá?
—Trinta minutos, talvez? E foi de longe os trinta minutos mais divertidos
da minha vida.
Decidindo ignorá-los, pego um copo de shot de tequila, encho-o com José
9
Cuervo e tomo. Pegando um copo baixo, joguei um pouco de gelo e enchi com
uísque para Roger antes de colocar na frente dele. E então, salto para cima no
balcão, e olho para eles.
—Você deveria vir jantar um dia, Luke. Vou contar detalhes sobre o meu
melhor amigo.
—Estou mais interessado nos comentários do ex-noivo.
Levanto a mão.
—Eu posso lhe informar sobre isso. Nós "namoramos" durante todo o
ensino médio. Nós fomos criados juntos, portanto, éramos apenas nós dois.
Íamos esperar pela nossa noite de núpcias, mas decidimos apenas fazer, você
sabe? Bem, as coisas estavam aquecendo para mim, e eu estava muito pronta
para fazer, mas ele parou bem antes do que estava prestes a ser feito, e me disse
que eu tinha as partes erradas, que ele queria um homem sexy, não uma
menininha. Que toda essa coisa de "boceta molhada", estava enlouquecendo ele.
Roger treme levemente e eu reviro os olhos. Roger sorri para mim e conta
a Luke o resto.
—Noivado mais curto de todos os tempos. Ele durou menos de um dia.
Algumas semanas depois, fui para a faculdade onde conheci Steven. Estamos
casados há alguns anos. Mas eu quero ver a minha melhor amiga aqui feliz, por
isso, se você precisar de ajuda para entrar, apenas deixe-me saber. Eu tenho
todos os detalhezinhos da senhorita Ali.
—Não, eu estou bem, mas agradeço a oferta. Conseguirei saber tudo o
que quero eventualmente. Faz a caça mais doce. Você precisa trabalhar duro
pelas coisas que você quer, nada que é bom vem fácil.
Boa resposta fodida, penso comigo mesma. Eu olho para ele um pouco
mais e dou um suspiro. Só então, a porta tilinta e eu olho para cima para ver o
Xerife Parker.

9
Marca de Tequila
—Merda, já? Cristo, elas começaram há duas horas.
Ele para no meio do caminho, olhos arregalados.
—Quem começou... Não, Ali, por favor. Não me diga que suas mães estão
com a Willa. Ouvi que sua filha finalmente foi embora. Merda. Elas estão lá, não
estão?
Eu só sorrio.
—Sim. Vestidas com esmero, e estavam indo em direção a Willa. Eu disse
a elas sem incêndios, sem tatuagens, sem drogas, e absolutamente sem prisão.
—Foda-se. Eu vou ignorar todas as chamadas que tiverem alguma coisa a
ver com elas. Eu vim aqui para lhe dizer que, se Bruce entrar, não o sirva. Ele
acabou de sair da prisão e ainda está bêbado da noite passada. Sua esposa veio e
o pegou, mas você os conhece. Ela só vai deixá-lo aqui e ir para casa.
—Entendido, Parker. — Pego um marcador e escrevo o nome de Bruce na
lista negra do bar. Bruce era o meu vizinho do lado quando criança, eu não diria
que ele era um vigarista, mas o homem era meu segurança na minha barraquinha
de limonada. Ele disse que precisava de um segurança no caso de alguém tentar
roubar meu dinheiro, e ele só me cobraria à taxa baixa: de limonada à vontade.
Ele é, de longe, o homem mais incrível que já conheci na minha vida.
Como não há muito que fazer nesta cidadezinha, os habitantes têm uma
tendência há beber um pouco demais, e às vezes, nós colocamos as pessoas na
lista negra para que eles possam ocasionalmente ficar sóbrios.
Parker dá a Luke um olhar de lado.
—Quem é você? Eu não vi você aqui antes.
Luke gira em seu banco e estende a mão.
—Meu nome é Luke. Acabei de me mudar. Comprei a casa abaixo na rua
de Alice.
Os lábios de Parker se contorcem.
—Boa sorte com isso.
—Divirta-se lidando com as meninas hoje à noite, Parker. Eu vou, com
certeza, enviar mensagens de que você está ansioso para algemá-las mais tarde.
Seu rosto empalidece, e eu apenas pisco para ele. Margo e Cleo têm
tentado por anos fazer com que o xerife brinque de "polícia e esposa
desobediente".
Quando o xerife Parker sai do bar, eu volto à atenção para os meninos. O
telefone de Roger emite um bipe e um sorriso surge em seu rosto. Ele pula do
banco, vem atrás do bar e me dá um abraço e um beijo na bochecha. E sussurra
em meu ouvido:
—Dê uma chance a ele, amor. —Minha testa franze quando um som
começa a soar e agredir meus ouvidos.
—Que merda é essa? —Eu grito.
Luke ri.
—É Blake Shelton.
—Sinto muito, mas você caiu, tipo, dez degraus na minha escala de
fodidos. Você está agora fora do top 10.
Luke parece que ficará um longo tempo esta noite, e tudo o que posso
fazer é balançar a cabeça. Alguns clientes começam a chegar, então, decido
ignorá-lo por enquanto, e me concentrar em trabalhar no bar. Vou pensar nele
mais tarde... Espero estar de costas, ou com as minhas pernas em volta dele. Eu
vou pensar nisso profundamente, muito profundamente.
Capítulo 3

Luke
Es.ca.la.ção

Observa-la deslizar pelo bar, conversando com os clientes durante toda a


noite, é tortura pura. A forma como sua bunda flexiona em sua calça muito
apertada está me fazendo sentir muito duro.
Eu não sou normalmente o tipo de saltar de primeira em um
relacionamento, mas com Ali, sinto que ela entraria no meu coração, e espero
que no meu colo. Estou mais do que pronto para me estabelecer e começar uma
família; é a única coisa que eu quis a minha vida inteira. Ser um bom marido e pai.
Eu me esforcei para alcançar o objetivo de ser um homem definido como bom
partido.
Fisicamente, para não soar convencido, me exercito regularmente e cuido
da minha alimentação. Eu tenho uma carreira de sucesso e meu próprio negócio.
Mas toda vez que eu pensei ter encontrado "a perfeita," conforme o tempo
passava, a relação tornava-se sem vida, e acabávamos terminando. Para ser
perfeitamente honesto, elas usavam todos os seus atrativos no início, e
transformavam-se em gelo depois, ou elas simplesmente acabavam sendo
assustadoras. Uma lambia todos os meus talheres, e outra eu peguei cheirando
minhas roupas sujas em mais de uma ocasião. As poucas vezes que eu pensei que
tinha encontrado uma decente, minhas irmãs intrometidas chegavam e
atrapalhavam tudo.
Meus olhos vaguearam para Ali, enquanto ela inclinava a cintura para
pegar algo completamente sem importância. Droga, o modo como essa calça
esticava-se por toda a sua bunda, era a perfeição absoluta.
Eu ouvi um gemido e olhei ao redor, apenas para perceber que fui eu, já
que estávamos apenas nós dois aqui. Minha boca está seca, e meu pau tentando
perfurar um buraco na minha calça. Eu preciso saber mais sobre ela. Ela não foi
exatamente especifica em suas informações; eu preciso fode-la, e isso está
nublando meu cérebro.
Observando ao redor, ela olha para mim, cuspindo fogo com aqueles belos
olhos castanhos.
—Por que você ainda está aqui?
—É tão ruim passar um tempo comigo?
—Não, eu estou apenas confusa. Achei que você tomaria uma cerveja e
iria embora. Eu me sinto como um inseto sob um microscópio. É inquietante.
—Bem, você não ofereceu muita informação, então eu estou tentando
absorver o que eu posso, por osmose 10.
—Eu não sou tão interessante. Margo e Cleo me adotaram ao nascer. Elas
não me deram muita informação sobre como me adotaram. Elas eram
prostitutas, então, é claro, eu penso que os serviços sociais não concederam a
aprovação com base em suas profissões no momento. Meu único relacionamento
de longo prazo foi Roger, e você sabe como isso acabou. Eu gasto muito tempo
entre as páginas de um livro, no mundo de alguém, porque este mundo
raramente faz sentido para mim. Eu sou muita magra, e ainda assim tenho essa
gordura estranha na minha barriga. Estou desconfortável perto de você porque
me faz querer esquecer minhas inseguranças, grudar em você como em uma
árvore, e fazer as coisas mais indecentes.
Eu deslizo do banco e começo a ajudá-la a virar as cadeiras.
— Este é um belo bar. Suas mães disseram que eram as donas? Como isso
aconteceu, se você não se importa que eu pergunte?
—A avó de Margo costumava viver aqui. Quando ela faleceu, ela deixou
sua casa, juntamente com uma conta bancária substancial para Margo. Elas me
adotaram, em seguida, mudaram-se para cá. O bar estava caindo aos pedaços, e o
proprietário queria vender e se mudar com sua filha e esposa, então, ele vendeu
para minhas mães muito barato. Elas remodelaram e o resto, como dizem, é
história.
—Elas estão juntas?
—O quê, tipo casadas? Não, essas duas são tão hétero quanto elas
parecem. Elas são mais pervertidas do que qualquer homem que eu já conheci.

10
Osmose pode ser definida no cotidiano como uma forma de resolver problemas ou aprender através do
subconsciente, sem contato físico ou auditivo.
No meu aniversário de dezoito anos, elas me arrastaram para um clube
masculino. Foi a experiência mais traumatizante da minha vida.
Eu viro a última cadeira, e lá vai ela, curvando-se novamente. Meu último
controle desliza. Assim que ela levanta, eu a tenho presa contra a parede como
uma borboleta, antes que ela possa tomar fôlego. Correndo minha língua pela
lateral de seu pescoço, eu fecho meus lábios em torno de sua orelha e dou-lhe
uma leve mordida. O gemido que sai dos seus lábios é tão sexy, que chega a ser
doentio.
Minhas mãos deslizam para baixo em suas costas até sua perfeita bunda.
Eu a levanto, empurrando as cadeiras a deito sobre a mesa mais próxima, como
se fosse uma refeição a ser servida. Ela envolve as pernas em torno do meu
quadril. Eu sinto o calor de sua boceta contra a minha calça, e eu empurro contra
ela.
Comecei a beijar um caminho de sua orelha para sua bochecha, antes de
plantar minha boca contra seus lábios. Minha língua lambe, provando e
saboreando seu gosto.
Movo lentamente os meus quadris, e seus olhos reviram, tudo o que
posso ver é o branco de seus olhos antes que eles vibrem e fechem.
—Eu quero você, Alice. Eu quero você debaixo de mim e em cima de mim.
Eu quero você se aconchegando em mim durante a noite, dormindo colada a
mim. Eu quero você na minha casa, dançando e agitando essa bundinha sexy, só
para mim.
Eu deslizo minhas mãos em sua cintura, empurrando sua camisa para
cima, e com um movimento rápido, abro seu sutiã e liberto seus seios. Movo-me
para baixo e coloco a boca ao redor de um. Suas costas arqueiam enquanto as
mãos apertam meu cabelo com força.
Eu continuo a chupar e pressionar contra ela quando seu corpo enrijece. O
grito que sai de sua garganta é ensurdecedor, e ela grita meu nome mais e mais
enquanto goza.
Eu corro o meu polegar ao longo de sua bochecha, enxugando as lágrimas.
O acanhamento aparente em seu rosto me faz sentir raiva. Ela não tem nada para
se envergonhar. O fato de que ela estaria remotamente envergonhada por ter
prazer me irrita.
Ela tenta sair da mesa, e acaba batendo de lado. Eu nos equilibro com
cuidado, me certificando de estar em cima dela. Ela coloca suas mãos no meu
peito e tenta me empurrar.
—Vamos deixar uma coisa bem clara agora, Alice. Você não foge de mim,
porque eu vou persegui-la. Aqui está o que vai acontecer. Nós vamos fechar o
bar, voltar para sua casa e ir para a cama. Pela manhã, nós vamos conversar e
conhecer um ao outro. Então, eu vou levá-la para almoçar, e ver até onde o nosso
dia nos levará. Eu quero conhecê-la. Eu nunca me senti assim com ninguém.
Sinto-me em pânico com a ideia de deixá-la sozinha por medo de que você possa
fugir.
Meus dedos ajustam seu seio uma última vez, antes de recolocar seu sutiã
e ajudá-la com sua camisa. Ajusto meu pau dolorosamente ereto e ajudo-a a sair
da mesa.
—Tudo bem, mas eu vou escolher o lugar para o almoço.
Eu beijo seus lábios uma última vez, e dou um tapa certeiro na sua bunda
sexy.
Capítulo 4

Ali
Cho.que

Eu acordei sentindo algo tocando meu nariz. Ergui minha mão para dar um
tapa, e encontro o que parece ser uma mão. Meus olhos abrem, e vejo Luke
sorrindo para mim. Movendo-me por debaixo das cobertas, eu tento escapulir
para fora da cama e correr para o banheiro para escovar os dentes, mas a minha
fuga é impedida pela sua perna enganchada ao redor da minha. Eu olho para ele e
faço uma carranca. Eu não abro a minha boca por medo do meu hálito matinal
derrubá-lo e fazê-lo desmaiar.
Pequenos beijos são salpicados no meu rosto, meu nariz, minhas
pálpebras e o canto da minha boca. Eu não posso deixar de sorrir quando ele
começa a puxar os lençóis para baixo do meu corpo.
Os beijinhos traçam um caminho até meu peito. Eu olho para baixo e vejo
sua boca aberta pousando sobre meu seio.
—Bom dia, linda.
Sua talentosa boca cobre e suga o meu mamilo. Minhas mãos agarram um
punhado do seu cabelo, e minhas costas arqueiam.
—Diaaaaa —Eu consigo gemer.
—Você acordou agora?
—Simmm!
—Bom. —Então sua boca some, e ele está ao meu lado, apoiado sobre o
cotovelo.
Dou-lhe um olhar atravessado, e o bastardo sorri para mim.
—Se eu prometer voltar para a cama, por favor, posso escovar meus
dentes?
—Sim.
Indo ao banheiro, eu escovo os dentes e cuido das minhas outras
necessidades o mais rápido possível. No caminho, fico horrorizada ao ver minhas
mães sentadas na minha sala, parecendo culpadas como o inferno.
Nem sequer estão com as roupas que começaram a noite, o que me faz
pensar em que tipo de problemas elas se meteram ontem à noite.
—Vocês estão atrapalhando uma foda agora.
—Nós precisamos falar com você... É uma emergência. —Margo murmura.
—Ei, Luke, minhas mães estão aqui, e eu tenho que lidar com uma
"emergência". —Faço um sinal de aspas com as mãos.
—Você não use aspas no ar comigo, mocinha. —Cleo se levanta e vai até a
cozinha. Eu estou começando a pensar que isso não vai ser uma conversa normal
pós-Willa.
Luke sai do meu quarto, abotoando a calça. Ele dá um beijo em mim que é
tão doce, que eu quero derreter.
—Ligue-me mais tarde para o nosso almoço. —Inclinando a cabeça para as
minhas mães, ele as cumprimenta. —Senhoras. —ele se vira e sai pela porta da
frente.
—Agora, o que é tão importante que vocês sentiram a necessidade de
interromper minha manhã?
—É a sua mãe biológica.
Meu mundo se estreita e minha visão está borrada.
—Você me disse que não tinha ideia de quem ela era.
—Nós mentimos. —Elas dizem em uníssono
—Vocês mentiram. Sobre o que exatamente, vocês mentiram?
—Sua mãe, por falta de uma palavra melhor, era uma das favoritas do
cafetão, John Trevino. Que ele apodreça no inferno. Viola, esse é o nome da sua
mãe, ficava no quarto principal do primeiro andar, enquanto os restos de suas
garotas amontoavam-se em um quartinho no segundo andar. Cleo e eu
odiávamos o que fazíamos. Era uma situação ruim, e algo que nenhuma de nós
queria. Estávamos procurando uma saída. Nós pensamos em fugir, mas John
pegava cada centavo que ganhávamos, e sabíamos que não chegaríamos longe.
Seu poder era grande, sobre juízes, policiais e políticos. Procurar as autoridades
não era uma opção.
Margo agarra a mão de Cleo. Elas se olham e Margo continua.
—Cleo ficou devastada quando a avó faleceu. Ela recebeu uma carta em
uma caixa postal que compartilhávamos. Era uma benção, porque então
tínhamos dinheiro e uma casa em uma cidade longe de John. Sabíamos que
teríamos que compensá-lo para ele nos deixar partir, ou ele continuaria vindo
atrás de nós, então, decidimos ver se podíamos pagar. Nós reunimos os poucos
pertences que tínhamos, e o dinheiro que o agiota nos deu quando explicamos
nossa situação a ele. Então, fomos falar com John. Fazia um tempo que não
víamos Viola, mas lá estava ela, sentada no sofá, enquanto você estava gritando
como uma alma penada no chão.
Cleo retoma a história.
—John saiu, gritando com ela para que fizesse com que você se calasse,
ou lhe deixasse em algum lugar, porque ele estava cansado de ouvir você chorar,
antes de nos perguntar o que estávamos fazendo lá. Dissemos a ele que tínhamos
uma parente que faleceu e que estávamos partindo. Sua mãe pulou para segurá-
la, mas cheguei lá primeiro quando eu vi o olhar irritado no rosto dela. Eu peguei
você e comecei a balançar, enquanto Margo lhe oferecia dez mil por cada uma de
nós, para nos livrar de nossos contratos, e nós o livraríamos de você.
—Sua mãe parecia aliviada, assim como ele, e ambos concordaram sem
hesitar. Queríamos que tudo fosse legal, então Viola não poderia voltar e tentar
levá-la de nós. Entre as conexões de John, e outros dez mil para molhar algumas
mãos, a adoção aconteceu, e Viola renunciou a seus direitos. Nós mudamos seu
sobrenome para Grandville, que era o nome de solteira da minha mãe, apenas
por precaução. Não queríamos facilitar a sua localização. Recebemos ontem um
telefonema dela. Como ela nos rastreou, nunca vou saber, mas ela quer vê-la, e
nós queríamos conversar com você sobre isso. Não achamos que ela esteja
tentando encontrá-la por um bom motivo. Ela sempre foi uma cobra, uma pessoa
horrível e egoísta.
Choque e mágoa corriam em minhas veias; não sei se queria rir ou chorar.
Eu sempre tive essa ideia na minha cabeça que minha mãe era uma boa pessoa,
que simplesmente não podia cuidar de mim. Uma estudante de ensino médio que
me colocou para adoção e algum dia me encontraria, e teríamos esse
relacionamento incrível.
—Eu não quero vê-la. Vocês são minhas mães, as melhores que eu poderia
ter pedido, e eu não quero nada com alguém como ela. Se ela continuar
incomodando vocês, então vou conversar com ela ao telefone e dizer isso.
Ambas se olharam, fazendo a estranha comunicação silenciosa que elas
sempre faziam.
—OK. Vamos ligar para ela e dizer que se ela nos atormentar... Bem, eu
vou dizer o que você nos disse. Se ela ainda quiser falar com você, então você
pode fazer a ligação da nossa casa e encerramos aqui.
Ando até a porta e pego meus chinelos. Virando-me, volto para abraçá-las.
—Eu amo vocês duas, mas se vocês me empatarem como fizeram esta
manhã, roubarei toda a maquiagem de vocês e jogarei no oceano.
Rindo, eu saí para dar uma volta na praia. Eu não costumo lidar com a
mudança muito bem, e em menos de dois dias, eu ganhei, de alguma forma, um
namorado e uma mãe parasita. Preciso de espaço para organizar meus
sentimentos. Eu tenho uma tendência a desligar quando eu fico sobrecarregada.

Estou começando a pensar que a ansiedade que tenho experimentado


ultimamente tem a ver com ser solitária. Eu estive pensando sobre coisas como
casamento e bebês, imaginando se essas coisas poderiam ser uma possibilidade
na minha vida. Agora que a fantasia de ter um relacionamento com minha mãe
biológica foi para o inferno, é hora de me concentrar no meu felizes para sempre,
e talvez, apenas talvez, Luke poderia estar nisso.
Capítulo 5

Ali
Cla.re.za

Estive aqui sentada na praia por quase uma hora, e sinto-me


razoavelmente certa de que minha base é sólida, e sinto-me confortável com a
minha decisão de não ter contato com minha mãe, e de continuar um
relacionamento com meu vizinho sexy.
Eu ouço um assobio. Olho para cima e: CACETE! Isso é exatamente o que
eu vejo, Bruce cruzando a praia em um mankini 11. Suas bolas não estão dentro
dos limites da lycra rosa, brilhante. Está esticada ao máximo, e lutando para
conter seu corpo maciço.
Engasgo, eu sinto o ácido estomacal na minha garganta. Ainda não tomei
café da manhã, e depois disso, acho que não vou poder comer o resto do dia.
Bruce acena para mim, e uma das tiras presa em seu ombro desliza e seu
pênis cai. Eu engasgo e cubro meus olhos com a mão.
—Bruce, não! Apenas não! Isso não está bem, meu amigo. Você precisa se
cobrir, suas bolas estão balançando. Elas estão penduradas entre seus joelhos, e
seu pau! Querido Deus, eu vi seu pau!
—Impressionante, certo? Minhas bolas não se encaixam nesta roupa
elegante que eu peguei, mas achei que ficaria bom.
—Você achou errado, Bruce.
—Cobri meu pau. Você pode mover sua mão agora.
—Não. Eu vou sentar aqui e rezar para que eu possa apagar a imagem da
minha mente.

11
Por trás de mim, eu ouço alguém engasgar.
—Que merda você está usando, cara?
—É um mankini. Muito fofo, certo.
—Luke! Por favor, me salve. Se ele se virar muito rápido, eu juro que suas
bolas vão bater no meu rosto. Ele poderia fazer uma pessoa chupar seu saco a um
metro de distância. —Luke começa a rir e eu junto com ele. Ele envolve seus
braços em mim, e nós rimos tanto que mal podemos respirar.
—O que é chupar saco? Talvez eu vá para a biblioteca pesquisar no
Google. —Bruce diz.
—Eu acho que você não deveria ir a biblioteca. —Luke afirma.
—Bem, meu PC em casa estava quebrado, então levei para Larry. Ele disse
que quando eu estava baixando vídeos sobre instrução de sexo anal, baixei um
vírus. Vai custar muito para consertar.
—Informação demais Bruce. —Luke diz, e eu concordo.
—Bem, vocês dois tão risonhos, pois saibam que o sexo anal é
perfeitamente normal e natural. Na verdade, eu poderia ir para casa e ver se meu
querido deseja ter uma pequena tarde de prazer.
Enquanto ele se afasta saltitante. Não posso deixar de olhar... E sim! Lá
estão as bolas murchas de Bruce, escapando pelo horrível mankini.
—Eu honestamente não sei como ele conseguiu colocar e manter isso. Se
ambas as fitas dos ombros caírem ao mesmo tempo, ele poderia ser lançado
como um estilingue em cima de uma multidão de pessoas. Sabe, talvez eu
compre um para você. Você acha que poderia caber tudo isso dentro?
—Sem chance, querida. — Ele afasta o cabelo da minha cabeça e me beija.
—Você quer falar? Parecia uma conversa séria.
—Foi, e eu vou falar sobre isso mais tarde. Mas agora, eu só quero
esquecer por um momento, tudo bem?
—Quando você quiser falar, estou aqui.
Então meu estômago resmunga. Luke sorri e nos conduz, indo em direção
a minha casa para almoçar e conversar.
*****

—Então me deixe ver se entendi. Você tem seis irmãs mais velhas?
—Sim. Eu amo todas elas, mas me afastei, em parte porque a intromissão
delas era infinita. Minha única irmã solteira, Savannah, trabalha para uma
empresa de segurança, executando verificações de antecedentes. Ela sempre está
investigando meus encontros e fuçando em suas vidas. Eu sei que elas fazem isso
porque eu sou o bebê delas, mas é sufocante. Todos os meus amigos estão
casados agora, e metade deles tem filhos. Eu só precisava de uma mudança
enorme. Nenhuma das minhas irmãs está falando comigo no momento, o que eu
amo tanto, quanto odeio. O silêncio é bom, mas sinto falta de falar com elas,
ouvir histórias de meus sobrinhos e sobrinhas. Elas são umas chocadeiras, sou tio
doze vezes.
Minha queixo cai. São muitas crianças!
—Sim, é loucura quando todos se reúnem. É uma manada de crianças,
bebês, cocô e baba. Mas adoro estar na minha família. Eu acho que não quero
muitos filhos. Talvez um ou dois, só. Meus pais são ótimos, e você gostaria deles.
Eles são muito tranquilos com o caos que tem que lidar, mas eles fazem isso com
sorrisos em seus rostos.
—Acho que sua família parece incrível. Eu sempre me perguntei como
seria crescer com uma grande família. Sendo apenas eu, Margo e Cleo, era muito
quieto, bem, tão quieto quanto poderia ser com duas senhoras descaradas e de
boca suja por aí.
Estamos aconchegados na minha rede, e isso é bom. Ambos caímos em
um silêncio confortável, e eu quase adormeci.
—Ali, querida, é Margo. Onde está você?
—Na rede.
—Você está decente? Luke, você não precisa estar decente se você não
quiser. —Luke ri, e ela aparece com um grande sorriso no rosto.
—Você já viu Bruce? —Meu reflexo mordaz é instantâneo. Luke começa a
rir, e Margo também. —Mãe, por que você fez isso? Deus, onde você o viu?
Margo estaca curvada, rindo histericamente.
—Cleo acabou de me ligar do bar, disse que ele entrou tentando tomar
uma bebida, usando aquela roupa. Aparentemente, ele foi para casa para transar
um pouco, mas seu esposo estava ocupado, então ele pensou, que seria legal ir
para o bar tomar uma bebida. Então ele perguntou o que era um chupa saco, e
que você lhe disse que ele tinha boas bolas para isso. —Ela está chiando até
agora, como um asmático.
— Ela disse que quando ele entrou, ela pensou em colocar alguns cones
de trânsito ao redor de sua cadeira para que ninguém pisasse nos seus sacos
caídos.
Luke ri tão alto que a rede sacode e quase nos faz cair.
— Eu queria que você soubesse que ligamos de volta para o número, o
que ela deixou em nosso correio de voz. Não foi possível deixar uma mensagem,
porque a caixa de correio não está configurada. Se ela ligar novamente, lidaremos
com isso, mas eu quis parar e lhe contar antes de ir ajudar Cleo.
Assim que ela “a” menciona, meu corpo endurece e Luke me olha com
curiosidade. Respiro fundo e explico.
—Minha doadora de óvulos, ou mãe biológica, ligou e queria me ver, mas
eu gentilmente recusei. Minhas mães explicaram como eu fiquei com elas, e não
é uma história que eu queira repetir. Basta dizer que minha doadora genética
nunca receberá o prêmio de mãe do ano.
Ele toca meu rosto e inclina-se para um beijo de esquimó12, dizendo com
uma voz impassível:
—Ei, Margo. Se você ver Bruce, você pode perguntar para ele onde ele
conseguiu sua roupa elegante? Eu acho que preciso de uma.
Eu sorrio para ele.
—Eu pagaria, se você quiser uma.
Seu rosto fica sério.
—Só porque essa mulher doou um pouco de material genético, não lhe dá
o direito de aparecer e perturbar sua vida. Não importa o que o futuro trouxer,
estou aqui com você. Vou apoiá-la se você decidir vê-la no futuro ou não.

12
Beijo de "Esquimó": esfregando as pontas do nariz suavemente.
Eu ouço Margo fungar. Olho para ela, e encontro-a com lágrimas nos olhos
e um olhar satisfeito no rosto. Ela deve estar pensando o mesmo que eu, que
Luke pode ser o cara certo.
Capítulo 6

Ali
Fa.mi.lí.a

No dia seguinte, estou sentada no balcão da cozinha, bebendo e pensando


na minha vida e no maravilhoso dia que passei com Luke ontem.
As coisas estão indo muito rápido, e isso tanto me preocupa como me
excita. Estou preocupada porque, sério e rápido, me preocupa. Sinto-me como se
pudesse ter uma decepção em breve; sou toda correta, me certificando em
construir um alicerce sólido para nosso relacionamento. Mas ontem, tudo foi tão
suave, todas as respostas que você normalmente tem que tirar a força dos caras,
ele ofereceu em uma bandeja de prata. História familiar. Casamento e crianças.
Tudo às claras.
Nosso senso de humor combinou, e ele parece não ter nenhum problema
com meu jeito diferente.
Minha porta abre e vejo Roger e Steven. Eles são o exemplo perfeito dos
estereótipos "opostos se atraem", e são muito fodas.
Roger é o chefe da família, e Steven é a dona de casa. Roger é pequeno
como eu; seus traços são delicados, como um pássaro. Tudo nele, o seu cabelo
preto, os olhos castanhos escuros e um bronzeado permanente, vêm de sua
ascendência italiana. Steven, um pedação de amor, é como um ursinho gigante.
Ele tem 1,82m e 110kg de músculo puro. Ele é padeiro e dona de casa. Sua ideia
de relaxamento envolve limpeza e organização.
—Olá linda. Como está minha garota favorita? —Roger pergunta.
—Fabulosa. Estou tomando café e revivendo o orgasmo que Luke me deu
na mesa do Bailey's. Bons momentos.
—Foi melhor do que o que eu te dei quando éramos crianças?
—Sim, considerando que você nunca conseguiu realizar isso.
Ele parece chocado.
—Eu poderia ter jurado que pelo menos um, eu consegui.
—Não. Você estava bem a uns três centímetros de distância da zona feliz.
—Bem, merda.
Eu olho para Steven, que está arrumando minha sala de estar. Isso
costumava me incomodar, mas agora, eu simplesmente o deixo fazer. Eu e Roger
o observamos cantarolar, arrumando as almofadas, móveis e outras coisas. Eu
estremeço lembrando que, talvez, eu tenha deixado meu vibrador no sofá. Ele dá
um grito assustado e me dispara um olhar bravo.
Roger ajeita-se no banquinho. Juntando as mãos, ele me dá um olhar
muito sério.
—Então, me fale sobre o Sr. Luke.
—Solteiro. Trinta e cinco anos, dez anos mais velho que eu. Ele é o mais
novo de sete filhos, com seis irmãs mais velhas. Ele quer se casar, ter um ou dois
filhos. Ele é um designer gráfico, e ele acha que eu sou engraçada. Ah, ele
também dá ótimos orgasmos.
Ambos estão olhando para mim com as bocas abertas.
—Você conseguiu tudo isso em um dia?
—Sim. Eu ouvi tudo sobre sua família que, por sinal, vem visitá-lo daqui
um mês. Ouvi falar sobre seu relacionamento mais longo e por que falhou. Ele
admitiu que alguns dos problemas nesse relacionamento foram dele, e quais
foram. Esta é a relação mais séria em que eu estive, e estou igualmente assustada
e feliz. Ultimamente, me sinto solitária. Eu poderia tentar disfarçar dizendo que
era introvertida e tímida, mas a verdade é que estou muito solitária. Fiquei
morrendo de medo de sair daqui e deixar minha família e vocês dois, mas eu
simplesmente não me sentia parte deste lugar. Eles são velhos, casados ou
fodidos. Então, o universo fez com que esse sexy homem, engraçado, doce e
atencioso, caísse aos meus pés. Por outro lado, minha mãe biológica ligou para
minhas mães, dizendo que quer me conhecer.
Roger me abraça mais rápido que um piscar de olhos, e eu conto à
conversa que tive com as minhas mães sobre ela.
—Agora estou preocupada que ela apareça, e depois do que elas me
contaram, eu não quero nada com ela. Elas disseram que achavam que ela
estivesse morta, mas aparentemente ela não está, e está começando uma nova
página de sua vida. Ela pode arrumar todas as páginas e guardá-las com cuidado,
mesmo assim, eu ainda não quero nada com ela. Então, por um lado, o universo
me entregou o presente de Deus para as mulheres na forma de Luke e, por outro
lado, mandou minha doadora de óvulos sem valor para meu colo também.
—Se eu ver aquela cadela, vou sair chutando seu traseiro até a próxima
semana.
Levanto minha xícara de café.
—Ouçam, ouçam!
Olho para Steven e ele parece furioso.
—Estou chateado com essa situação com sua mãe, e estou preocupado
com esse seu companheiro Luke. Quero dizer, ainda não o conheci, e
praticamente você já escolheu as cores do casamento.
Pegando meu celular, envio uma mensagem para Luke.

Eu: o que você está fazendo?

Futuro marido: Me Masturbando.

Eu: PQP!

Futuro Marido: Você quer passar e ajudar?

Eu: * Água na boca *

Futuro marido: Jesus. Você não pode dizer merdas assim.


Me faz pensar que você o quer na sua boca.

Eu: Eu quero.

Future Marido: PORRA!

Eu: Você já gozou?

Futuro marido: Sim, droga. Com o que posso ajudá-la,


querida?
Eu: Roger e Steven estão em minha casa. Steven está
histérico. Ele se sente excluído dos planos de casamento.

Futuro Marido: Isso me lembra, quando vamos nos casar?

Eu: Isso, meu amigo, depende de você.

Futuro Marido: Eu estarei aí em breve.

—Ele está a caminho.


Sinto o calor de suas respirações contra meus ouvidos, pois ambos estão
sobre meu ombro, lendo minhas mensagens. Putas!
Roger sorriu e Steven está de pé com as mãos nos quadris, sua camisa
polo rosa esticada ao máximo.
— Eu não estou histérico.
—Você estava totalmente histérico agora mesmo. Está fora de controle.
Steven aponta para o meu vibrador, então o pego. Caminho para a pia da
cozinha para lavá-lo, e encontro Luke de pé na porta. Eu acho que ele nunca usa
camisa, e não me importo nenhum pouco. Eu jogo o vibrador no escorredor de
louças, antes de correr até ele e pular em seus braços.
—Humm... Você cheira bem, uma mistura de porra e café, minhas duas
coisas favoritas.
Luke geme e me desliza para baixo. Virando-me para que as minhas costas
fiquem a sua frente, entendo o porquê, quando sinto algo bastante grande e duro
cutucar contra a minha bunda.
Steven se levanta e o encara, olhando-o com muita seriedade.
—Você é perfeito. Você parece estar fazendo a nossa garota feliz, e eu não
a vejo tão feliz desde... Bem, não me lembro quando. E você, querido? Você a viu
tão feliz?
—Sim, naquele momento, que lhe dei um par de meias toe13.
—Eu amo meias toe. Elas envolvem cada dedo tão amorosamente, e os
mantêm tão quentes. Sério, a melhor invenção desde o vibrador.

13
Meias fofas que imitam pés.
Luke ri de mim e eu afundo mais no seu calor. Steven colocou suas mãos
nos quadris, voltando a ficar sério.
—Se você a machucar, vou quebrar suas pernas e enfiá-las no seu rabo.
Olho para Luke, e ele parece um pouco pálido.
—Mensagem recebida.
—Muito bom. Eu vou terminar de limpar.
Roger afasta-se e Luke beija meu pescoço.
—Você realmente sente o cheiro de porra? Porque eu lavei totalmente
minhas mãos.
Eu explodo de rir. Roger liga a TV, e Luke entra para sentar-se com ele.
Este é um bom dia. Meus melhores amigos gostam do meu namorado, e minha
casa ficará limpa e impecável. Eu acho que isso exige alguns waffles e bolo de
chocolate.
—Quem quer waffles e bolo de chocolate? —Luke levantou a mão como
um bom garoto. Roger acena com a cabeça e Steven grita que sim do banheiro e,
quando ele entrar no banheiro, e ver que eu não dei a descarga, ele deixará sua
própria surpresa para mim.
—Se for xixi, deixe quieto, se for cocô, passa direto. — Eu ri enquanto
lembrava-se da minha política.
Eu ouço risadas vindas do banheiro e decido ignorar. Há muito disso
acontecendo ultimamente.

*****

Luke partiu, já que ele tem uma reunião no Skype com um cliente. Roger e
Steven foram para casa se "aconchegar".
Estou sentada no meu sofá, lendo o último romance de Pepper Winters,
quando o meu telefone toca. Sem olhar para o identificador de chamada, eu
respondo.
—Seja rápido. Q14·, estava se preparando para fazer coisas sujas com o
Tes, e eu tenho que me concentrar.
—Bem, isso é uma boa maneira de atender ao telefone? Especialmente
quando é sua futura cunhada?
Em pânico, eu desligo, olhando o telefone como se ele fosse me morder.
Isso realmente aconteceu? Eu realmente desliguei na cara da irmã de Luke?
O telefone toca novamente. Desta vez, eu verifico o identificador de
chamadas, e é um número do Colorado.
—Olá, aqui é a Alice.
—Olá, Alice. Meu nome é Savannah, e você simplesmente deligou na
minha cara.
—Sim, desculpe por isso. Eu reagi mal, então, deixe-me tentar de novo.
Olá, Savannah. Estou suponho que você é a irmã que trabalha na empresa de
segurança, e acho que você conseguiu meu número.
—Você achou corretamente.
—No que posso ajudar?
—Você pode começar ficando longe do meu irmão. Seus antecedentes
conferem; no entanto, encontrei algumas informações infelizes sobre sua mãe
adotiva e biológica...
Eu desligo novamente.
Quando ela liga de volta, eu deixo ir para a caixa postal algumas vezes
antes de responder.
—Você acredita que as crianças devem ser punidas pelos pecados de suas
mães?
—Bem, não, mas eu...
—Você não tinha o direito de olhar o meu passado, e para sua informação,
eu já disse ao seu irmão tudo o que há para saber sobre mim e minha vida.
Inferno, ele já conheceu minhas mães, não a biológica, e eu tampouco tenho
vontade que isso aconteça. Ele não teve que fazer isso pelas minhas costas,
porque eu contei essa merda toda, eu não tenho nada para esconder. Eu vou te

14
Q e Tes: personagens do livro que ela estava lendo.
dar um desconto, porque ele me avisou que suas irmãs tendem a ir longe demais,
e serem umas putas. Realmente gosto muito do seu irmão, e eu me recuso a
deixar vocês se meterem em nossas vidas. Agora, havia algum outro motivo pelo
qual você ligou, além de tentar sabotar mais um relacionamento dele?
Ela fica em silêncio por um momento.
—Bem, isso não foi como eu esperava.
—Tenho certeza. Eu não sou um capacho, e eu me recuso a ser tratada
como tal.
—Maravilhoso. Mal posso esperar para te ver em um mês.
Ela termina a chamada desta vez. Que grande primeira impressão.
Eu ligo para Luke.
—Ei, querida.
—Sua irmã Savannah, ligou apenas para me informar o que ela sabe sobre
mim.
—Filha da puta! Desculpe-me querida.
—Não se preocupe. Pode-se dizer que eu lhe dei uma surra verbal. Ela
disse que esperava me conhecer em um mês, então acho que estamos bem. Só te
avisei para você saber caso ela ligue para você.
—Você é incrível, sério. Até mesmo eu tenho dificuldade em colocá-la no
seu lugar.
—Bem, essa incrível garota está indo para a praia, esperando que ela não
tenha que ver as bolas de Bruce desta vez.
—Tudo bem bebê. Assim que terminar, vou encontrá-la lá.

*****

Estou deitada na minha toalha, me encharcando de vitamina “D”, quando


ouço o som inconfundível de roupas farfalhando ao redor.
Olhando por cima do meu ombro, vejo minha amiga, Amy Rain. Ela tem a
minha idade e é reclusa, para dizer o mínimo. Ela mora... Bem, eu não tenho
certeza de onde ela mora exatamente. Ela começou a vir quando tinha dezesseis
anos. Depois de convidá-la algumas vezes para que ela brincasse conosco quando
Roger e eu éramos crianças, finalmente, conseguimos fazê-la ficar por mais
tempo do que um segundo. Depois que sua mãe faleceu, ela ficou mais tempo, e
mais tempo, se metendo em problemas com Roger e eu. Mas depois que seu pai
morreu, ela parou de vir, escolhendo retirar-se e ficar em algum lugar na floresta.

Ela senta-se atrás de mim, e eu sei que é melhor não me virar. Então, fico
como se eu não soubesse que ela está lá, e volto a ler.
—Você tem um novo vizinho.
—Sim, seu nome é Luke, e eu o lambi primeiro, então ele é meu.
Em um tom ainda mais baixo, eu ouço:
—Você se importa se eu usar seu chuveiro?
—Amy, eu não sei onde você vive, mas se você precisa de algum lugar
para ficar, eu tenho um quarto extra.
—Estou bem. Eu só... Eu só preciso usar seu chuveiro.
—Sim claro. A casa está destrancada. E Amy, se você precisar de alguma
coisa, você sabe que sempre pode vir até mim, seja lá o que for. Ok?
—Tudo bem, e obrigada.
Quando ela se dirige para minha casa, eu retiro meu telefone para enviar
uma mensagem no grupo. Eu não quero que ninguém ande na minha casa
enquanto ela está lá.

Steven: Quem é Amy, e por que ela está usando seu


chuveiro?

Roger: Entendi.

Luke: Eu acompanho a pergunta de Steven.

Eu: Ela perguntou se ela poderia usar o chuveiro. Eu


nunca recebi uma resposta clara dela sobre onde exatamente
ela mora, mas eu lembro que seu pai era um tipo de
roqueiro. Ela costumava vir para a cidade e sair muito, mas
depois que seu pai faleceu há alguns anos, eu a vejo cada vez
menos.

Margo: Pobre menina. Deixe-me saber se há algo que


possamos fazer para ajudar.

Luke: Estou chegando em meia hora. Esteja pronta. Eu


vou abrir essas coxas. Estou pronto para conquistar e saquear
a Lady Garden.

Eu: LUKE! ESTA É UMA MENSAGEM DE GRUPO!

Margo: Eu te amo filha, mas não preciso ver sexo por


mensagem.

Roger: Aproveite, Ali.

Luke: MERDA!

Eu: KKKKKK.

*****

Amy
Estou tendo um dia ruim.
Eu não amaldiçoo com frequência, mas quando aquela bomba atômica
saiu da minha boca, eu juro que abaixei, pensando que minha mãe voltaria dos
mortos e bateria na minha bunda.
Nasci nessas florestas, numa tenda, meus pais vivendo "fora do radar”.
Adorava quando era criança, mas não muito na minha adolescência. Eu odiei
quando perdi minha mãe e meu pai se perdeu mentalmente. Eu odeio mais agora
que meu pai faleceu.
Estou sem rumo e não tenho ideia do que fazer agora. Movi meu
acampamento, assim como meu pai me ensinou, vivendo da terra. O problema é
que estou sozinha.
Quando eu levantei esta manhã e comecei a fazer a caminhada até um
lago próximo, as coisas simplesmente se desmancharam, igual as minhas botas. A
fita adesiva que eu tinha usado para amarrá-la finalmente despregou. Não é
grande coisa, já que eu tenho mais fita adesiva no acampamento.
Conversando comigo mesma, não prestei atenção para onde ia e me vi
numa colina. Fiquei surpresa quando eu caí e rolei por todo o caminho abaixo,
praguejando, na minha cabeça, é claro. Porque vamos encarar, minha bunda
desajeitada estava sempre caindo. Como eu conseguia cair, no entanto, está além
da minha compreensão.
Ursos. Eu odeio aqueles animais fedorentos. Eles me assustam, eles
fedem, e eles entram em todos os lugares, como em meu lago; eles estavam
brincando quando eu cheguei. Estou coberta de terra da cabeça aos pés.
Possivelmente até por animais mortos, e cocô.
Minha caminhada de volta ao acampamento é longa, e não consigo
impedir as lágrimas de caírem.
Esta vida não é para mim.
Não gosto de viver como meus pais. Eu gosto de chuveiros, geladeiras,
máquinas de lavar roupa e sanitários. Assim que eu tive idade suficiente para me
aventurar sozinha, conheci Ali. Eu tinha dezesseis anos, e ela me convidou para
brincar no quintal dela com o seu amigo Roger. Eu estava tão envergonhada
quando vi suas roupas limpas e tênis bonitos, que eu fugi.
Com o passar dos anos, eu me encontrava com Ali sempre que meus pais
me deixavam explorar por conta própria, o que era muito raro, ocasionalmente,
depois que ela se mudou para sua casa junto à praia. Ela até me permitiu usar seu
chuveiro nas poucas vezes que eu pedi.
Foi-me ensinando a ser independente e, que pedir ajuda, não era um sinal
de fraqueza. Como eu vou conseguir uma casa e outras coisas, não faço ideia. Se
eu pensar seriamente em me mudar para a cidade, acho que Ali é a única que
pode me ajudar, me mostrar o que é preciso. Ela é a única pessoa que eu posso
chamar de amiga, a única pessoa em quem eu confio.
Minha mente vai para o xerife Parker, que voltou para o acampamento
comigo depois que meu pai morreu.
Foi a coisa mais difícil que já fiz, entrar na cidade para dizer ao xerife que
meu pai se matou. Quando minha mãe faleceu, ele ficou quieto e muito, muito
fechado, mas não louco. Eu suspeito que minha mãe tinha câncer, porque foi
lento e doloroso para ela, tanto para o corpo como para o espírito, até o dia em
que ela morreu.
O xerife Parker tentou arduamente me fazer ir para casa com ele. O
pensamento de ficar na floresta depois de tudo o que aconteceu, parecia
incomodá-lo em um nível que não consegui entender.
Ele não me assusta no sentido físico, como se meu corpo estivesse em
perigo, é como se meu coração e outras partes que nunca se animaram, falassem
comigo.
Eu me afastei desse pensamento, porque a conversa da minha mãe sobre
os pássaros e as abelhas15, eram só eufemismos e comparações; nada de fato. Ali
me deu um livro que roubou de suas mães quando estávamos com dezesseis
anos.
Li longe dos meus pais e enterrei. Foi chocante no início; minhas
bochechas arderam, pensei que minha pele estivesse queimando. Ainda
empresto livros de Ali, mas não os enterro mais. Parker me faz sentir da mesma
forma descrita nos livros, e ainda não tenho certeza do que fazer sobre isso.
Primeiro, acho que vou tomar banho, depois, vou me sentar e pensar no
que fazer.

15
Nos EUA costumam contar a história das abelhas e pássaros para contar sobre o ato sexual para crianças. No
Brasil, é mais comum usarmos a história da sementinha.
*****

Ali
As lágrimas estão percorrendo minhas bochechas enquanto eu fecho a
capa de mais um livro de Pepper Winters. Eu puxo meus joelhos até o peito, e
olho para o oceano, apoiando meu maxilar neles. Há um pirata louco saindo do
oceano.
Ele está usando um tapa olho, um lenço envolto em sua cabeça, um colete
e o que parece uma calça de pijama cortada. Ele tem uma pequena espada e está
vindo na minha direção. Eu suspiro como uma donzela assustada.
—Senhor, você me assustou um pouco. Onde está o seu navio?
—Olá, moça. Não se preocupe com meu navio. Estou aqui para saquear.
Seja uma moça gentil e facilite isso. Abra as pernas.
Eu ri um pouco, porque isso é divertido.
—Bom senhor, eu sou uma senhora, não uma moça. Não vou abrir nada
para você sem lutar.
—Que seja do seu jeito, moça.
De repente, ele me jogou sobre o ombro como um saco de batatas. Não
posso dizer que eu me importei com o que eu vi. Minhas mãos esticaram e
acariciam sua bunda grande.
ESTALO!
—Filho da puta, isso doeu.
—Não me toque na bunda, moça.
Deslizo minhas mãos pela calça, e os passos dele vacilam. Então ele está
correndo, comigo saltando em seu ombro. Eu juro que ele vai me fazer vomitar.
Na casa, corremos pelo corredor, e meu mundo gira enquanto ele me
levanta do ombro e me joga na cama.
—Sim, moça, esse pirata vai saqueá-la com minha boca até que goze
sobre mim, mas quando você gritar, grite o nome certo... Capitão Luke.
O meu biquíni voou pelo ar, então meu pirata está entre minhas pernas.
Seus lábios pousam diretamente no meu clitóris, sugando, o que fez meus quadris
arquear.
Ele empurra minhas pernas para cima e mergulha dentro. Seus dedos me
penetram e eu me abandono. O orgasmo explode, e minhas pernas fecham-se ao
redor de suas orelhas. Minhas mãos agarram um punhado do seu cabelo, e eu
monto em seu rosto, tomando cada gota de prazer.
Ele fica de joelhos, sacode o ombro e tira o tapa olho antes de tirar um
preservativo do bolso do colete. Ele rola em seu lindo comprimento, e a cabeça
de seu pênis beija minha entrada.
—Pronta, moça?
—Sim. Foda-me, capitão Luke.
Em um golpe suave, ele cai e nós dois gememos. Estamos conectados e
olhando nos olhos um do outro, e posso ver meu futuro. Isso parece antiquado,
mas está lá. Estou me apaixonando perdidamente por este homem bonito e sexy.
Afastando-se, ele olha para baixo, para onde estamos conectados, depois
empurra de volta. Eu tiro o top do meu biquíni, e meus seios balançam para cima
e para baixo, seus olhos seguindo seus movimentos enquanto ele começa a bater
em mim, cada vez mais forte. Minhas pernas começam a tremer.
—Goza comigo, Luke. Preciso que você goze comigo.
Seu ritmo acelera e seus dedos apertam meu clitóris, acrescentando um
pouco de dor ao meu prazer. Não há como controlar. Isto me arrasta como um
maremoto, completamente, afugentando toda a razão. Quatro impulsos rápidos e
ele está comigo.
Ele retira-se lentamente, e gemo com a sua ausência. Ele retira o
preservativo, e o atira para algum lugar, não chegando nem perto do lixo, mas
não me importo.
Ele me puxa para perto e ficamos de conchinha. Beija a minha nuca, fecho
meus olhos. É tão patético, mas eu sinto vontade de chorar. Tudo é tão perfeito
agora.
—Estou me apaixonando por você, Ali. Nada na minha vida me pareceu
tão bom quanto isso.
—Eu também estou me apaixonando por você, capitão Luke.
Ele ri no meu cabelo, eu me viro, coloco meu nariz em seu peito e inalo
nossos aromas combinados. Sinto um doce beijo na minha testa e isso me faz
sorrir, depois adormeço em seus braços.
Capítulo 7

Ali
Fes.ta

Hoje estou no bar, e parece que toda a cidade está aqui. Luke está
trabalhando em casa, disse que viria mais tarde.
No final do balcão, tomando uma cerveja quente, está Shamus. Por que
ele gosta de cerveja quente, eu nunca vou saber. Ele provavelmente tem a idade
de Luke e é irritadiço, com um sotaque irlandês bem leve.
Nós tiramos Bruce da lista negra, então, ele está bebendo whisky com
água. Felizmente, ele está totalmente vestido hoje. O bar está estranhamente
silencioso; geralmente todos estão falando, tagarelando sem parar.
Isso me deixa desconfiada. Não tenho certeza do que está acontecendo,
mas sinto que as coisas estão mudando nessa cidade. Talvez seja só eu. Desde
que conheci Luke, eu me sinto diferente, mais feliz.
A porta se abre e eu gemo quando o morador nudista, Paul. Paul é o único
homem solteiro com mais de setenta anos nesta cidade; sua enorme aversão por
roupa é lendária. Já vi o pau de Paul vezes demais para o meu gosto.
—Paul, o que o xerife Parker lhe falou sobre andar pela cidade de cueca?
—Eu não estou de cueca. Estou de calção curto.
—Isso não é calção, é cueca boxer.
—Estou com uma cuequinha branca embaixo. Depois de ver as “nozes” de
Bruce no outro dia, enquanto ele estava trabalhando no quintal com aquele
estilingue que ele diz ser um mankini, e que ele parece pensar que é roupa, não
vejo problema com as minhas. Estes são os únicos "shorts" que eu tenho, então
lide com isso.
Ele mexe o traseiro no banquinho e me dá um olhar matador.
—Ouvi dizer que você está abalando tudo com esse novo sujeito.
—Estou, Paul. O nome dele é Luke. —Confirmo.
—Também ouvi alguém dizer que tivemos um problema de pirataria
naquela praia na frente da sua casa. Ouvi dizer que um pirata te sequestrou
também. — O bastardo mal-humorado está sorrindo.
Pego seu copo e tomo metade de sua cerveja antes de colocá-lo de volta,
então vou para Shamus, para me certificar de que ele está bem.
—Você está bem, Shamus? Você precisa de mais mijo de cavalo quente?
—Foda-se, Ali.
—Ok.
—Para meus clientes no cantinho, levante a mão se precisar de uma
recarga.
Ninguém levantou, então eu me sentei de volta no banco e puxei meu
telefone para ler um pouco. O silêncio estava me matando, então, dirijo-me ao
Jukebox, e coloco cinco centavos, escolhendo vários clássicos alegres.
Respect de Aretha Franklin começa, e dançando volto para o bar. Eu juro
que Shamus até deu um sorriso. Minhas habilidades de canto são muito melhores
do que as minhas habilidades de dança. Eu pareço um cruzamento entre a Elaine,
de Seinfeld16, tendo uma convulsão, e Carlton de Um maluco no Pedaço 17. Mas eu
não ligo. Este ar deprimente está destruindo minha vida.
Pego a pinça do balde de limão e começo a cantar e a dançar ao redor do
balcão. A seguir eu vejo Bruce, que não pode evitar, levanta-se e começa a dançar
também.
Twist and Shout dos Beatles começa a tocar, e Paul levanta-se para sacudir
a bunda dele. Olho para Shamus, e ele está tentando esconder o sorriso atrás de
sua barba desagradável.
Ao abrir as portas, quase atinjo a senhorita Lucy. O verdadeiro nome de
Lucy é Pearl, mas ela acha que é Lucille Ball18 reencarnada, então todos entramos
no jogo juntos com ela. Ela entra e vê a dança, e se junta a nós estalando os
dedos e agitando seu traseiro.

16
Ambas séries da TV americana dos anos 90, mundialmente famosos.
17
Seriado americano.
18
Famosa comediante da tv americana dos anos 50, do seriado I Love Lucy.
—Isso aí! Lucille, meu amor, agite esse belo traseiro! —Isso vem de Paul,
que às vezes finge ser Desi Arnaz 19 apenas por ela.
A festa geriátrica está em pleno vigor, e é por isso que eu amo essa
cidade. Eu salto para trás do bar e começo a servir bebidas, já que mais e mais
pessoas começam a entrar. O lugar está fervendo, e até as pessoas andando pela
calçada ao passarem pela porta dançam.
Margo e Cleo entram com Luke, e minhas mães vão para trás do balcão.
Eu vou direto para Luke e pulo em seus braços.
Quando eu me sento, estou toda bagunçada e suada, mas o ar triste
desapareceu. As pessoas estão trazendo comidas, e uma festa improvisada está
em pleno andamento.
Sentada no colo de Luke, olho para o seu rosto sorridente, pensando que
a vida não poderia melhorar.
Inclino para frente, e dou-lhe um beijinho com um pouquinho de língua.
Eu me sinto um pouco selvagem, e todo o bar começa a fazer “ooh e ahh.”
Algumas pessoas até assobiam.
—Querida, esta cidade... É mágica. É como uma grande família louca, mas
é cerca de cem vezes melhor por sua causa. Estou tão feliz que me mudei para cá.
Olhando em volta, penso o mesmo. A cidade de Spartan pode ter pouca
população, mas os que vivem aqui são as pessoas mais legais da Terra. Você
precisa de ajuda, eles estão lá. Liga a música e as pessoas saem da floresta para
dançar, cantar e fazer uma festa.
Sentada com meu homem, não posso deixar de sorrir, pensando em como
a vida é maravilhosa. Mas eu deveria saber. O universo é uma puta e,
aparentemente, minha felicidade esmagadora precisava ser um pouco
temperada. Porque uma semana depois, o inferno veio me visitar.

19
Marido na série e na vida real de Lucille Ball.
Capítulo 8

Ali
De.vas.ta.ção

Uma semana depois

Pulei para atender a porta quando a campainha tocou. Quando abro, me


esforço para segurar minha risada.
—Olá Madame. Ouvi dizer que sua pia está vazando e estou aqui para
consertar seu encanamento.
Luke está lá, em pé, de botas, short jeans cortado e um cinto de
ferramentas. Uma camisa de flanela escocesa, desabotoada e pendurada, e um
boné de beisebol para trás completam o conjunto.
—Sim, liguei há anos. Demorou demais. Meu encanamento precisa de
manutenção.
—Tudo bem, senhora. Eu não tenho o dia todo, então vamos para o seu
quarto conferir.
—Meu quarto? O que meu quarto tem a ver com meu encanamento?
—Tenho que verificar tudo.
Guiei-o para meu quarto e ele me para, movendo as mãos para segurar
meus peitos.
—Senhor encanador, senhor, eu nem sei o seu nome?
—Luke.
Eu gemo enquanto seus dedos começam a brincar com meus mamilos. Ele
me leva para frente, apertando meus mamilos até chegarmos ao quarto, então,
me empurra primeiro para a cama, pega minha bunda e aperta.
Ele levanta meu vestido, e ambas as mãos agarram minha bunda antes de
se inclinar para beijá-las. Seus dentes pegam minha tanga e a puxa para baixo, sua
barba raspa a parte de trás das minhas pernas. É delicioso.
Com a minha calcinha nos meus joelhos, não consigo espalhar minhas
pernas, mas ele toca meus tornozelos e eu os afasto ao máximo. Ele começa a
beijar até enterrar o rosto entre minhas pernas, me fazendo gemer como uma
cadela sexy.
Deslizando as mãos pelas minhas costas, ele empurra meu vestido, solta
meu sutiã com um toque de seus dedos, e envolve suas mãos em meus seios.
—Agora, senhorita Alice, eu quero que você fique o mais quieta possível.
Acha que você pode fazer isso? — Eu aceno com a cabeça.
PALMADA!
—Eu preciso das palavras, querida.
—Sim. Eu posso ficar quieta.
—Boa garota.
Esse personagem dominante que Luke está encarnando é quente como o
inferno, e posso sentir que minha excitação desliza lentamente pelas minhas
pernas.
Meu vestido é removido, e meus braços são puxados para as minhas
costas e algemados. O barulho do cinturão de ferramentas atingindo o chão faz
coisas estranhas para minha imaginação, e eu começo a tremer. Um único dedo
traça minha coluna, descendo pela minha bunda e depois entre minhas pernas.
Sua barba fazendo cócegas na parte de trás das minhas pernas me pega
de surpresa, e inclino-me para trás, recebendo outra palmada, essa não tão
gentil. Eu suspiro e volto à minha posição, confusa entre querer mais, e querendo
que o ardor pare.
Sua língua na minha boceta é como uma pluma enquanto ele lambe minha
excitação.
—Luke, por favoor! Oh Deus!
PALMADA!
—Eu irei no meu ritmo, e fique quieta.
Sua língua circunda meu clitóris, e estou tentando manter minha
sanidade. Nada jamais foi tão bom assim. Parece que meu corpo inteiro está
mergulhado em óleo quente.
Ele faz esse movimento de sucção e eu explodo. Respiro profundamente,
e um soluço me escapa.
De repente, minhas mãos estão livres, e sou virada de costas. Luke instala
seus quadris entre minhas pernas, e limpa minhas lágrimas antes de distribuir
beijos ao longo de minhas bochechas. Ele desliza seu comprimento lentamente, e
minhas pernas prendem-se em torno de seu quadril.
Puxando para fora muito lentamente, eu juro que posso sentir cada veia
em seu pênis. Ele está parado na minha entrada observando meu rosto. Ele
empurra de volta e, ao mesmo tempo, comprime meu clitóris com o polegar.
Uma e outra vez segue o mesmo padrão, lentamente, rápido e forte,
comprimindo meu clitóris. Seus olhos são tão sexys, o azul claro comum
escureceu com excitação.
—Eu te amo, Luke. — Um sorriso surge em seus lábios e ele se inclina, me
beijando com força.
Com a boca perto da minha orelha, ele sussurra:
—Eu também te amo, Alice. Planejo passar todos os dias expressando
exatamente como você me faz sentir.
Ele inclina-se e aperta meu quadril grosseiramente, batendo em mim uma
e outra vez. Com apenas algumas estocadas, gozo tão forte que vejo estrelas.
Minha boceta aperta seu comprimento, extraindo seu orgasmo também. Ele ruge
meu nome e cai em cima de mim. Respirar é difícil com o seu corpo grande sobre
o meu, mas eu não o faria se mover por nada. Ele geme enquanto sai de mim,
então rola até eu estar sobre ele.
—O preservativo vai melecar toda a colcha.
—Eu não me importo. —Estou entorpecida.
Estou beijando do seu peito até seus quadris, quando ouço uma batida na
porta.
—Se você não se mandar, eu vou atirar em sua bunda. —Luke grita para a
porta, me fazendo rir.
Agora parece que alguém está esmurrando minha porta, e Luke endurece
por baixo de mim. Ele se afasta, tira o preservativo, e pega sua calça de pijama
antes de ir para a porta como um anjo vingador.
—Quem diabos é você?
—A mãe dela.
—Eu conheci as mães dela, e você com certeza não é uma delas. Então, vá
embora, puta.
A porta bate e eu sento na minha cama, entrando em pânico. Minha
doadora de óvulos está na porra da minha casa!
—Querida... Querida, olhe para mim. Ela está sentada lá no alpendre, e
não tenho certeza de que ela vai embora. Você quer que eu ligue para Parker?
—Não, vou falar com ela.
Levanto-me, coloco o vestido e tento ajeitar o meu cabelo. Andando na
sala de estar, abro a janela à esquerda da porta e olho para o chão.
—Eu não quero nada com você, eu quero que você vá embora. Não há
absolutamente nenhuma razão para você estar aqui. Tudo isso poderia ter sido
dito por telefone, em vez de você vir aqui na minha casa para arruinar meu dia.
—Querida, é tão bom ouvir sua voz! Esperei muito para vir e poder lhe
ver. —Ela fala com uma voz doce, que soa falso.
—Você teve anos para me ver. Por que agora?
—Desculpe-me por isso, minha querida filha.
Eu bufo.
—Você não respondeu minha pergunta, por que agora?
—Estou tentando consertar meus erros, e sempre quis conhecer você.
—Desculpe, mas não estou interessada. Por favor, saia.
—Eu estava pensando em mudar para cá. Não seria legal? Eu só preciso de
uma ajudinha sua. Preciso de algum dinheiro para fazer a mudança, apenas uma
pequena ajuda. Eu poderia estar aqui com você e, finalmente, poderemos ter a
vida que deveríamos ter tido sempre.
—Não, desculpe, mas... —Ela começa a bater na porta, me interrompendo
de novo, e já enlouquecida.
—Escuta aqui, sua fedelha! Eu tentei pedir gentilmente, mas você está
sendo grosseira! Agora, estou exigindo que você me dê o que eu estou pedindo,
ou eu direi ao seu pai onde você está.
—Pai? —Estou chocada. Imaginei que com o passado dela, que não tivesse
ideia de quem ele era.
—Seu pai não é um homem legal, ele é um criminoso. Não há como dizer
o que ele faria com você se descobrisse onde você mora. Tudo o que é necessário
para manter minha boca fechada são dez mil dólares.
—Sua louca! Eu não tenho esse dinheiro. Eu não me importo com quem
ele é, ou se ele se imagina o próprio Al Capone, não vou lhe dar merda nenhuma.
Naquele momento, ouço a sirene da viatura de Parker, e olho para Luke,
com o telefone no ouvido. Eu não posso mais lidar com isso. Eu me levanto e
corro para o meu quarto e deslizo na cama, puxando as cobertas sobre minha
cabeça. Eu ouço gritos, choros, palavrões, mas eu bloqueio isso. Eu só quero
esquecer os últimos quinze minutos da minha vida.
Então, agora tenho uma mãe louca e fodida, que está tentando me
chantagear, e um pai que agora virá me procurar. Ao fechar os olhos, rezo para
um poço se abrir e engolir tudo. Sentindo a cama mover-se em ambos os lados,
abro os olhos para encontrar minhas mães soluçando. Enterro meu rosto no
pescoço de Cleo.
Como as coisas podem ir do melhor para o pior em questão de minutos?
—Por que sua cama está tão molhada... Oh! Ah! Isso é tão nojento.
Uma risada explode enquanto Margo salta e tira o lençol da cama. Ela
corre e volta com uma colcha limpa, coloca na cama, então nós três nos
recostamos.
Parker e Luke entram enquanto estamos todas aconchegadas.
—Despeje tudo, delegado.
Luke agarra o edredom sujo do chão e sai. Parker respira fundo.
—Eu acho que essa é sua mãe biológica?
—Sim. Infelizmente.
—Você pode me contar o que aconteceu?
—Nós, Luke e eu, estávamos deitados na cama, e ela começou a bater na
porta como se estivesse tentando derrubar. Luke atendeu e disse para ir embora.
Quando ela não se afastou, saí e falei com ela pela janela. Ela me disse que queria
dez mil dólares para não informar ao meu pai onde eu vivo. Ela não me deu um
nome, nem porque ele se importaria comigo, mas acho que ele não é um bom
homem.
—Tudo bem. Vou levá-la até a delegacia e fazer algumas ligações. Eu
falarei para você o que descobrir, ok?
—Obrigado, Parker.
Parker sai e minhas mães levantam.
—Precisamos ter uma palavrinha com essa mulher. Ligue se precisar de
nós.
Elas se levantam e saem, e Luke desliza na cama comigo, aconchegando-se
bem perto. Eu só quero esquecer tudo por um tempo. Ao fechar os olhos, Luke
beija minha testa.
—Eu te amo, amor. Durma, está tudo bem.
Beijando o seu peito, faço exatamente isso.
Capítulo 9

Ali
So.gros

3 semanas depois

Estou limpando, e quero dizer faxina. Os pais de Luke e sua irmã,


Savannah, estarão aqui amanhã, e eu estou um pouco em pânico.
Luke, mais ou menos, mudou-se para viver comigo, já que suas coisas
estão em toda parte. Ele colocou outra mesa no meu escritório, e suas roupas
estão na minha cômoda e armário.
Eu amo isso. Sério, quem poderia adivinhar que viver com um cara seria
muito divertido? Steven está me ajudando, porque quando se trata de limpar, ele
é o mestre.
As músicas estão tocando, e eu checo a lista de verificação que Steven fez
para mim.
—Você sabe, Ali, com a quantidade de preservativos usados no lixo, e a
enorme quantidade de pacotes nesta casa, pensei que nenhum dos dois
conseguisse andar.
—Com ciúmes?
—Claro que não, eu estou no mesmo barco. Roger tem estado voraz
ultimamente. Eu acho que há algo na água, porque Lucy e Paul jogaram o
Naughty Dez20, e Lucille nem sequer precisou sair de seu personagem.
—Ouvi dizer que Bruce e sua esposa receberam uma queixa sobre o
barulho deles no outro dia. Parker recusa-se a falar sobre isso, disse que não há
água sanitária suficiente para limpar a imagem de sua mente.

20
Naughty Dez: Revista com dez jogos de sacanagem publicada em 1957, estilo Pin-up
Estou enlouquecendo limpando os malditos rodapés, e não gosto quando
ouvimos uma batida leve na porta.
Olho para Steven enquanto ele segue para a porta. Quando ele abre, eu
suspiro, correndo para Amy. Ela está suja, e se agachou na varanda.
— Oh meu Deus, Amy. Você está bem?
—Eu só... Eu só preciso usar seu chuveiro novamente, e ele me assustou.
—Este é Steven, e ele é totalmente inofensivo para tudo, exceto para a
poeira. Ele está me ajudando a limpar a casa. Os pais de Luke virão nos visitar, e
eu, aparentemente, preciso "limpar profundamente".
Ela passa por mim e vai ao banheiro. Indo para o armário do corredor,
pego as coisas que guardei para ela caso voltasse.
Eu entrego a bolsa, e ela me olha de maneira estranha.
—Há todos os tipos de artigos de higiene pessoal, roupas e coisas para
você. Achei que poderia deixá-lo aqui para a próxima vez, assim você tem suas
próprias coisas para usar. São roupas que não me servem mais, então você pode
pegá-las se quiser.
As lágrimas que caem fazem linhas brancas por suas bochechas cobertas
de sujeira.
—Obrigada.
Ela fecha a porta do banheiro e Steven fica parado, parecendo triste e
perdido.
—É difícil pensar que temos alguém que mora aqui, mas que vive na
pobreza.
—Eu sei. Eu apenas ajudo e guardo coisas aqui para quando ela precisar.
Eu tenho uma cesta cheia de coisas para ela levar também, se ela quiser.
—OK. Se ela levar, farei uma cesta para quando ela voltar.
Voltamos para a limpeza, e cerca de dez minutos depois, há outra batida
na porta. Desta vez é Parker. Assim que eu abro a porta, Amy sai com roupas
limpas, fresca e livre de sujeira.
O queixo de Parker cai, e Amy parece dividida entre recuar para o
banheiro e tentar sair pela janela.
—Amy. Deus, eu não vejo você desde... Bem, você sabe. —Parker começa
a caminhar até ela, e o olhar de pânico no rosto de Amy é devastador.
Parker parece confuso e chateado.
—Amy, eu nunca machucaria você, eu quero que você saiba disso. Se algo
está errado, posso ajudar. Por favor, deixe-me ajudar.
Ela balança a cabeça, como se ela estivesse tentando agitar seu cérebro.
Ela olha para mim, perdida.
—Eu não o convidei, eu juro. Há uma porta nos fundos se você voltar pelo
corredor.
—Porra, Ali. Ela precisa ficar e me deixar ajudar!
Steven sai da cozinha, entrega a cesta para Amy, e se afasta. Amy olha
para dentro, depois para mim. Com um aceno de agradecimento, ela se vira e sai.
Steven bloqueia a porta para que Parker não possa sair e persegui-la.
—Suave Parker, você tem que abordá-la com cuidado e lentamente. Se
você perseguir ela fugirá assustada, ela pode fugir para sempre. Você sabe disso.
—Porra, Steven. Você a viu?
—Sim, você não a viu quando entrou aqui. Você a viu depois que ela se
limpou.
—O que havia naquela cesta?
—Comida, coisas fáceis que ela pode fazer sem muita dificuldade,
lencinhos umedecidos de bebê, água engarrafada e roupas. Eu também joguei um
telefone celular pré-pago no caso de ela precisar. Ela vem aqui uma vez por
semana para tomar banho. Normalmente, nem estou aqui quando ela vem. Estou
disposta a apostar que a cesta estará de volta aqui de manhã. Nós vamos nos
revezar para preenchê-la.
Parker senta-se.
—Deixe-me saber o que conseguir, e eu também arrumarei coisas.
—Por que você veio, Parker?
—O departamento de polícia chamou de Nova York, de onde a sua mãe é.
Eles disseram que receberam uma ligação, porque ela não saía de uma empresa
chamada Harper Holdings. Ela estava brigando e delirando, pedindo pensão
alimentícia para uma filha. Ela correu quando eles apareceram. Eles viram no
sistema que eu a prendi, e queriam saber se ela estava aqui. O dono da Harper
Holdings é Dane Harper, um tubarão implacável que atua no setor imobiliário. De
acordo com o oficial com quem falei, Dane é um cara bom. Ele é um tubarão no
mundo dos negócios, mas, é uma boa pessoa.
—Você acha que esse cara pode ser meu pai?
—Pode não ser tão ruim se você se adiantar e tirar a munição dela se
estiver tentando jogar nos dois lados. Você precisa se aproximar dele e deixá-lo
saber o que ela lhe disse, e ver o que ele fala sobre isso. Obter um teste de DNA,
então esse mistério seria resolvido. Se ele não for seu pai, sua mãe perde a
munição contra você e ele.
—Eu vou pensar sobre isso, mas agora, eu preciso me concentrar em
passar o fim de semana com a família de Luke, depois irei. Vou conversar com
minhas mães e com Luke e ver o que pensam.
—Tudo certo. Avise-me se você ver Amy novamente.
—Coloquei o meu número, o de Margo, Cleo, Luke e o seu no telefone que
dei a ela. Deixe-a dar o dela, se acaso ela ligar.
Eu digito o número no telefone de Parker, e ele sai enquanto eu recomeço
essa faxina pesada. Pessoalmente, acho que isso é tudo besteira. Steven só quer
que eu fique ocupada enquanto ele limpa, assim eu não estrago nada.
—Cristo, Ali. Por que há um preservativo na despensa?
—Oooh. Nós estávamos jogando o padeiro impertinente e a cliente, e as
coisas ficaram quentes e pesadas na despensa quando começamos a falar sobre
farinha e especiarias.
—Vocês são estranhos.
Nós somos, e eu não queria de outra forma.
*****

Eu me arrumei, me apavorei, me excitei, me arrumei de novo e pensei em


tomar uma dose de Tequila. Seus pais estão na minha porta, e acho que vou
vomitar.
O carro para e Luke sai. Sua mãe abre a porta, e Luke entra e a pega no
colo, balançando-a.
—Lucas Walter Miller, me coloque no chão!
—Senti sua falta, mamãe.
—Filho, coloque sua mãe no chão. Você está me embaraçando na frente
de sua namorada.
—Desculpe, mamãe.
Savannah vem pelo lado e senta-se no capô, dando-me um olhar mortal,
enquanto Luke e seus pais se envolvem em uma conversa, então eu me concentro
nela.
Ela parece chateada, eu caminho até ela e a abraço.
—Savannah, é tão bom vê-la.
—Solte-me, sua lunática.
—Apenas dando um abraço na minha futura “cunhada”.
—Cunhada? —Pergunta lutando em meus braços.
—Você está noivo? Luke Walt, por que você não me contou? —Sua mãe
se afasta e bate no braço dele.
—Sim, Walt. — Eu não posso evitar.
—Ali, sério, não me chame de Walt.
Eu rio e envolvo meu braço no de Savannah, e arrasto seu traseiro para
casa.
—Eu não quero entrar neste ninho de ratos.
—Você vai entrar na minha casa, Savannah, porque passei o dia todo na
limpeza ontem.
—Você é louca.
—Sim.
Ela sorri para mim, então eu sorrio de volta, e nós nos sentamos no sofá.
—Vocês fizeram uma boa viagem? — Eu pergunto a ela.
—Não foi tão ruim.
Luke e seus pais entram e nos veem sentadas juntas no sofá.
— Savannah? Vocês duas se conhecem?
—Já falamos no telefone antes. Então, qual o plano, irmãozinho? Há
alguma coisa para se fazer nesta cidadezinha?
—Nós vamos ao bar das mães de Ali para uma pequena reunião, e por
reunião, quero dizer, toda a cidade estará lá com comida, música e bebidas.
—Oh, isso parece legal, querida.
Sua mãe começa a andar pela minha casa, e eu não estou mentindo, ela
olha para meus rodapés com um aceno de aceitação. Agradeço silenciosamente a
Steven, por ser tão “implicante” sobre eles precisarem ser limpos.
Nós pegamos a comida que eu tenho na minha geladeira e saímos.
Comecei a fazer uma oração, pedindo que todos estivessem vestidos, mas parei.
Inferno, deixe as loucuras aparecerem. Não seria Spartan sem elas.

*****

Quando entramos no bar, vejo que as mesas estão arrumadas. Estou


surpresa ao ver que Paul está de calça, mas sem camisa, enquanto Shamus parece
que está tentando fundir-se a parede. O lugar está cheio, as pessoas dançando, e
a mãe de Luke está olhando ao redor como se ela tivesse ganhado na loteria.
—Mães!
Ambas se voltam e dirigem-se até nós.
—Barbara, estas são minhas mães, Margo e Cleo. Margo e Cleo, estes são
os pais de Luke, Barbara e Lincoln. E esta é Savannah, sua irmã.
Minhas mães renunciam aos apertos de mão e abraçam todos eles. Elas
prendem os braços com Lincoln e Barbara e os arrastam para o bar.
Savannah olha para Shamus.
—Quem é aquele cara tentando desaparecer?
—É Shamus. Deixe-me apresentá-lo. Shamus!
—Porra. —Ele se vira para fugir e atinge a parede. Bate sua testa contra
ela mais algumas vezes para garantir, vira-se e faz o seu melhor para endireitar
seu kilt e camisa, então passa a mão pelo cabelo antes de andar.
—Shamus, esta é Savannah, a irmã de Luke.
—É um prazer conhecê-la, Savannah. — Ele me surpreende quando agarra
sua mão e beija seus dedos.
Savannah parece que quer descobrir o que está embaixo do kilt.
Luke aparece atrás de mim e começa a me afastar da festa.
—Luke e Ali, se eu ver vocês dois em qualquer lugar próximo do armário
da despensa, vou bater nos dois. —Margo grita do outro lado do bar, fazendo
com que todo o bar ria.
Luke sorri no meu cabelo e bufa, me puxando de volta para a pista de
dança.
—Boa tentativa, Casanova.
—Você gosta dos meus pais?
—Eles são o cúmulo da perfeição.
—O cúmulo da perfeição?
—Eu li um artigo outro dia, de frases que as pessoas não usam mais, e
essa foi a minha favorita. Eu tentei encontrar uma maneira de inserir isso em uma
conversa por toda a semana!
Footloose começa a tocar, e Luke e eu estamos de pé, dançando e
rebolando. Nós dois estamos praticando esses passos, porque meu homem
entende minha necessidade de "perder o pé” 21, e sabe que é meu filme favorito
de todos os tempos.

21
Trocadilho com o nome do filme dos anos 80 do qual essa música é trilha sonora.
Seus pais e Savannah parecem chocados. Rindo, quase fazendo xixi nas
calças. Eu estou estragando toda a dança, mas Luke está no ritmo, dançando
como se ele estivesse possuído pelo próprio Kevin Bacon.
Eu desisto e continuo a vê-lo até a música terminar. Ele pousa em seus
joelhos e acaba bem na minha frente. Meu coração tenta parar quando Bruce
aparece, e coloca uma caixinha de joias na mão de Luke. Não consigo respirar.
—Eu queria fazer isso com meus pais aqui, e conversei com suas mães.
Alice Marie Grandville, você é a torrada de chocolate na minha pasta de
amendoim, e a mocinha do meu pirata. Você é a razão pela qual eu estou
animado para me levantar todas as manhãs, para ver e colocar esse sorriso
incrível em seus lábios. Encontrei o meu sempre em você. Alice, você quer se
casar comigo?
Eu me ajoelho no chão e o abraço. Inclinando-me, dou beijinhos de
esquimó nele enquanto derramo lágrimas de alegria.
—Sim. Claro que sim!
Ele senta e desliza o belo anel no meu dedo.
—Eu o tenho procurado por semanas, praticamente assim que eu conheci
você. Encontrei este em uma loja de joias vintage no Emerald Center. É diferente,
mas eu esperava...
Eu nem o deixo terminar. Ele me conhece tão bem; o meu estranho e
peculiar amor por todas as coisas verdes.
—Eu amo o anel. É diferente, o que é perfeito e lindo.
—Eu também te amo.
A festa continua por toda a noite, todos comemorando nosso noivado.
Minha vida continua ficando cada vez melhor.
*****

Shamus
Normalmente não venho a festas como essa. Sou solitário, e eu gosto
dessa maneira. Não é que eu não abençoe a felicidade dos outros, é só que
alguém roubou a minha, então continuei com a minha vida sem seus sorrisos, e
sou feliz por ela não poder mais me magoar.
Savannah me fez sentir coisas que pertenciam a minha esposa, e eu odeio
isso. Ela está sentada aqui comigo, observando a festa, rindo com todos e com as
idiotices de Luke e Ali.
Eu quero rir, e eu estou rindo por dentro, vendo um grande homem como
Luke dançando como Kevin Bacon. É muito engraçado.
Savannah ri de algo que sua mãe lhe diz, e é como se um sino doce e
tilintante fluísse sobre minha alma. Minha mente retrocede instantaneamente
com horror, porque a sensação que desliza sobre mim é a luxúria. Eu pulo tão
rápido, que minha cadeira cai no chão, e Savannah olha para mim com espanto.
Eu saio pela porta, onde o ar fresco da noite me atinge no rosto, e respiro
profundamente. Eu queria que as coisas fossem diferentes, que eu tivesse sido
levado em vez de minha esposa. Ser deixado para juntar os cacos é o inferno na
terra.
—Você quer desabafar sobre isso?
Chocado porque ela me seguiu aqui, meus passos vacilam um pouco. Eu
me endireito e acelero meu ritmo. Eu tenho cerca de uns dois quilômetros para
andar, e espero que ela me deixe em paz.
—Eu não vou embora, então pode me contar.
—É mais fácil falar do que fazer. Não é fácil lembrar e dizer a alguém, o
quão grande é a sua falha. Que você decepcionou a única pessoa em sua vida que
deveria proteger. Merda, não uma, mas três pessoas.
—Às vezes isso ajuda...
—Cale a boca, ok! Nada ajuda. Nada os trará de volta, então foda-se.
Eu posso ouvir seus passos. O clique de seus saltos na calçada
atormentando meus nervos já tensos demais.
Parei. Virando-me, ela também para, e olha para mim com o rosto de um
anjo determinado. Apoio-a contra a parede e aperto meus braços sobre sua
cabeça.
—Você quer que eu fale? Bem, aqui está, anjo. Conheci minha esposa
quando eu tinha treze anos de idade. Eu a vi sentada sozinha na mesa de uma
cafeteria, e meu coração parou de bater. Ela era tão requintadamente linda, que
realmente doía olhar para ela. Lá estava eu, um recém-chegado da Irlanda, novo
na cidade, o garoto que falava estranho e vestia uma saia. De jeito nenhum eu
achei que ela me daria algo mais do que um olhar passageiro, e isso se eu tivesse
sorte.
—Eu era corajoso naquela época, francamente arrogante. Então, me
sentei ao lado dela, e contei exatamente como eu me sentia. Seus olhos
arregalaram, e ela me disse que ninguém nunca tinha dito que ela era linda antes.
Você vê? Ela estava do lado errado, todas as crianças ricas e metidas naquela
escola a tratavam como um lixo. A partir desse dia, eu era seu protetor, seu
"cavaleiro de kilt" como costumava dizer. Depois do ensino médio eu consegui
um emprego e ela começou na escola de enfermagem. Nós nos casamos, mesmo
que nossos pais nos dissessem que éramos muito jovens.
A raiva começa a borbulhar no meu interior, então respiro fundo para
tentar me acalmar.
—Alguns meses depois de nos casarmos, ela me deu a melhor notícia da
minha vida. Ela estava grávida. Fiquei tão entusiasmado e extasiado, que pensei
que brotaria asas no meu coração, e voaria para fora do meu peito. Durante
meses eu era como um pavão orgulhoso. Ela estava quase terminando o seu
primeiro ano na escola de enfermagem, e apenas a algumas semanas de dar à luz
a não um, mas dois bebês... Gêmeos, um menino e uma menina. O que ela não
me disse foi que um de seus professores prestava atenção demais a ela, sempre
tocando sua barriga e dizendo coisas sexualmente explícitas. Nós tínhamos uma
grande noite planejada antes de ela ir para a cesárea programada. Os bebês não
estavam na posição certa, e os médicos disseram que seria o mais seguro para
todos. Cheguei em casa e encontrei uma cena saída de um pesadelo.
Eu nem consigo dizer as palavras com as memórias tão vivas na minha
frente.
—Havia minha linda esposa, minha alma gêmea, minha melhor amiga,
morta, com um tiro, e aberta; meus bebês tinham sumido. O vizinho chamou a
polícia porque ele disse que eu estava correndo pelo quintal gritando, mas não
me lembro disso. Eles o encontraram depois que uma colega informou à polícia,
que minha esposa queixou-se com ela sobre o instrutor ser muito inconveniente.
Eles nunca encontraram meus bebês, ele... Ele ainda hoje se recusa a contar o que
ele fez com eles. Então, é isso aí, Savannah. Espero que você esteja feliz por eu
“falar", revivendo o pior momento da minha vida. Eu não quero sua pena ou suas
palavras gentis, porque eu já as escutei todas. Elas não ajudam. Elas não trazem
minha Becca de volta.
Viro-me, furioso comigo mesmo. Então eu ouço isso de novo, seus saltos
clicando, me seguindo.
—Eu não tenho pena de você, e eu sei que não há palavras que eu possa
dizer. Eu só quero ajudar.
—Ajudar com o quê? Você não pode trazer as pessoas da morte.
—Eu trabalho para o melhor serviço de investigação privada do país.
Talvez possamos encontrar algo.
—Encontrar o quê? Foda-se você e seu complexo de herói.
—Não estou nem ai, para um complexo de herói, seu idiota. Quero ajudá-
lo a descobrir o que aconteceu com seus filhos.
—Você não acha que eu procurei! Procurei, a polícia procurou. Inferno,
toda a merda da cidade procurou, sem rastro, nem mesmo um rastro de
evidências de DNA.
—Deixe-me tentar, Shamus. Tudo que eu preciso é de uma data, condado
ou um arquivo do caso. Dê-me algo, e vou começar a trabalhar nele assim que
voltar para o Colorado.
Eu apenas continuo caminhando. Ela está louca. Eu tenho procurado por
dois anos, seguindo qualquer possível pista e murmúrio. Eu finalmente abandonei
há cerca de seis meses, e empacotei todos os arquivos que eu havia reunido em
um galpão no meu quintal.
Olho para trás e vejo seus passos determinados e penso: Foda-se. Eu ando
até o portão lateral que leva ao meu quintal e abro. Pegando minhas chaves, abro
a trava no galpão e escancaro as portas. Este galpão é o lar de cada papel,
evidência e pista que eu pude encontrar. Eu volto para a casa e me tranco, sem
ligar para o que ela faz com toda essa merda sem valor. Eu vou me afogar em
uma garrafa, e espero silenciar a voz na minha cabeça. Ironicamente, é a voz da
minha esposa, me incentivando a fazer algo que eu disse a mim mesmo que
nunca faria. Eu nunca me apaixonaria de novo, nunca amaria outra pessoa, e
Savannah poderia muito bem ser a pessoa que poderia me fazer romper meu
voto.
Capítulo 10

Luke
Re.ve.la.ção

Estou mentalmente afundando nesta merda de projeto. Este cliente


ganhou o título oficial de mestre da chatice. Ele fez mais mudanças em seus
pontos principais do que as roupas que uma adolescente troca para se preparar
para um encontro.
Ele é tão intolerante, mas acho que finalmente o satisfarei. Estou a duas
horas de acabar este projeto na minha mesa, quando ouço o toque da
campainha. Eu rezo para que não seja um vizinho tagarela. Olhando pelo olho
mágico, eu vejo o correio expresso, e eu dou um suspiro de alívio. Abrindo a
porta, pego o envelope e volto para o escritório.
O que parecem horas depois, o projeto do mestre da chatice está pronto e
ele adora o produto acabado.
Entrando na minha cozinha, pego uma cerveja e percebo o envelope.
Abro, e uma pilha de fotos cai no balcão.
A única foto que cai com a imagem para cima é, com certeza, de natureza
pornográfica. Eu viro outra e meu estômago cai. É uma foto de Margo muito mais
jovem.
Jogando as fotos, olho para dentro do envelope para ter certeza de que
não há mais nada, e vejo um pedaço de papel. Tudo o que diz é:
—Dê uma boa olhada em quem criou aquela pirralha. Você quer seus
futuros filhos em torno desse lixo?
A raiva surge através de mim. Eu coloco tudo de volta dentro do envelope
e coloco meus tênis. Eu subo na minha motocicleta e dirijo-me diretamente ao
Bailey's.
*****

Entrando no Bailey’s, eu começo a suar. Eu sei que isso vai magoar Margo
e Cleo, e a Ali também. Ela sente-se tão responsável pelos sentimentos de todos
e, como é sua mãe biológica fazendo isso, eu sei que ela vai ficar louca.
Estou bastante certo de que Margo está trabalhando hoje, e que Ali e Cleo
saíram para algum lugar. Entrando no bar, vejo que está vazio, e dou um grande
suspiro de alívio.
O envelope está preso em minhas mãos quando Margo sai da parte de
trás, um grande sorriso no rosto, mas o sorriso dela murcha quando vê minha
postura.
—O que aconteceu?
—Eu recebi uma entrega hoje. Eu só olhei para uma foto, mas foi o
suficiente para mim. A nota desagradável foi ruim também.
Entrego o envelope para Margo. Puxando uma foto, a cor imediatamente
some de seu rosto. Essa mulher forte e corajosa olha para mim, completamente
devastada.
—Eu... Eu não sabia que ele... Que John tirou fotos. Viola era a favorita de
John, nosso cafetão. A única maneira pela qual ela poderia ter obtido isso era com
ele. John morreu anos atrás, então suponho que ele entregou quando adotamos
Ali. Ele estava fortemente decidido pela adoção.
Ela senta-se a mesa mais próxima e respira fundo.
—Quando eu tinha dezesseis anos, eu cansei das merdas dos meus pais.
Gente horrível meus familiares. Mais preocupados com drogas do que com seus
filhos. Verbalmente abusivos, não consegui mais aguentar, então acabei saindo.
Passei pela porta e continuei caminhando. Eu andei até sentir que meus pés
estavam sangrando. Um carro parou... Não me lembro da marca ou do modelo,
mas lembro-me de ter admirado porque era novinho. O homem parecia tão legal,
vestido com um bom terno e gravata. Pensei, por que não? Ele parecia legal, e ele
estava me oferecendo carona para a cidade. Ele prometeu me levar para um lugar
onde eu poderia ficar, dizendo que um amigo dele pegava garotas como eu.
Ela sorri com tristeza. Contornando a mesa, segurei as suas mãos na
minha.
—O amigo que ele me levou não era amigo, era mais como um parceiro
de negócios. Eu atravessei feliz aquela porta, por finalmente estar longe do
buraco do inferno que era a casa dos meus pais, mas rapidamente percebi que
tinha entrado em um pesadelo.
—Essas fotos são do que John chamou de “festa de abertura”. Foi um
evento exclusivo para seus clientes favoritos ajudar a "estrear" as novas garotas.
Sofremos tortura física e emocional por semanas, e uma vez que ele nos tinha
mentalmente onde queria, estávamos agendadas para uma outra festa de
abertura.
—A história de Cleo é um pouco diferente da minha, e é a história dela
para contar. De certa forma, é pior do que a minha. Essa foi a noite em que a
conheci. Nós duas estreamos naquela noite, mas o vínculo que formamos durou
mais. Ele morreu cerca de três anos ou mais depois de sairmos. Nós estávamos
numa festa, apenas Cleo e eu, quando ouvimos isso no noticiário.
Deslizando da minha cadeira, eu abraço a mulher com admiração pela sua
força. Os seus soluços baixos são dolorosos. Nós nos sentamos assim por um
momento, então ela solta um grito.
—Na próxima vez que eu pôr minhas mãos naquela mulher, vou meter
porrada nessa idiota.
Eu morro de rir. Solto Margo. A porta se abre, e Cleo caminha, toda
vestida de lycra néon e sorrisos, até que ela olha para Margo.
—O que aconteceu com essa vaca velha agora?
—Ela enviou fotos que deve ter conseguido há muito tempo atrás... Da
festa de abertura. Ela as enviou para Luke, junto com uma carta desagradável.
—O que é uma festa de abertura? — Ali entra, Margo e Cleo ficam pálidas.
—Você esteve chorando? Margo, o que está acontecendo? —Ali olha para
mim, frenética. Eu não quero vê-la sofrer, e eu sei que essa será uma conversa
dolorosa.
—É melhor alguém falar, agora mesmo.
—Aquela cadela enviou algumas fotos antigas para Luke.
—Fotos do que? Você disse festa de abertura... O que é isso?
Eu dou um último abraço em Margo, depois em Cleo, sabendo que esta é
uma conversa que precisa acontecer apenas entre as três.
—Margo, vou cuidar das coisas aqui se você e Cleo precisarem de algum
tempo para falar com Ali.
Eu dou a Ali um leve beijo, e vou para o bar enquanto as três se dirigem
para o escritório.
Que maldito dia de merda.

*****

AlI

A história que Margo e Cleo acabaram de me contar, e a explicação do que


é uma festa de abertura me deixa doente. Estou tão farta desta mulher podre,
que eu só quero gritar.
Eu sai do bar e sentei-me na rede durante a última hora. Enviei mensagem
para Luke e pedi um tempo para ficar só.
A ideia de Parker chamar meu pai e tentar desarmar isso parece ser a
única opção, já que suas besteiras estão aumentando. Ela machucou as duas
mulheres mais importantes da minha vida, e eu me recuso a permitir isso um
segundo a mais.
Pegando meu celular, ligo para Savannah.
—Genesis Investigações, Savannah falando.
—Savannah, é Ali. Lembra quando eu pedi que desenterrasse as
informações de contato do meu pai? Você poderia me enviar um e-mail?
—Certo. Está tudo bem?
—Aquela cadela maldita aumentou seu jogo, e eu cansei. Espero que com
meu ataque, ela retroceda.
—Tudo bem, vou enviar todas as informações que tenho sobre ele neste
momento. Diga-me se você precisar de mais alguma coisa.
—Obrigado, Sav.
—Claro, irmã.
Desligo, pego o e-mail, e apenas olho para ele por um tempo em choque
total.
Eu disco o número de celular antes de perder minha coragem. Estou
tremendo muito; parece que meus dentes poderiam soltar.
—Alô? — Sua voz flutua sobre mim, e eu fico instantaneamente muda.
—Alô... Alguém está aí? Olha, posso te ouvir respirar.
Limpando a garganta, abro a boca e tento fazer passar as palavras pelo nó
na minha garganta. Estou falando com meu pai, algo que eu nunca pensei em
fazer.
—Você gosta de waffles e de bolo de chocolate? — É o melhor que eu
posso arranjar. Jesus, me salve agora.
—Bem, eu gosto de waffles, e eu gosto de bolo de chocolate, então, eu
acho que se os dois se encontrassem, seria épico.
Eu rio, porque essa não é a resposta que eu esperava.
—Posso perguntar com quem eu estou falando?
—Meu nome é Alice Marie Grandville.
—Olá, Alice, meu nome é Dane Marcus Harper. Posso perguntar como
você obteve esse número?
—A minha cunhada, há pouco conseguiu para mim.
—Posso perguntar por quê?
—De acordo com minha mãe biológica, que é bastante desagradável, você
é meu pai.
O silêncio me deixa mais nervosa do que quando caminho até a cadeira do
ginecologista.
—Entendo.
—O nome dela, da minha mãe biológica, é Viola.
—Filha da puta!
—Eu entendo que você reconhece seu nome de puta.
—Ela veio até mim há meses, atrás de uma pensão, mas ela se recusou a
mostrar uma criança ou uma certidão de nascimento. Ela nem me deu seu nome,
só pediu dinheiro.
—Então…
—Sim, então...
—Teste de DNA?
—Eu... Eu nunca pensei que eu... Quero dizer, eu nunca pensei que eu
teria filhos. Isto é... Deus, eu espero que ela não esteja mentindo, porque eu
gostaria de conhecê-la, de ter uma filha.
—Eu pesquisei on-line, e você pode encomendar um kit para teste de
DNA. Você gostaria que eu enviasse uma foto? Eu olhei você no Google, e minhas
mães dizem que a semelhança é inquietante.
—Suas mães são casadas?
—Não, elas são apenas amigas. Ambas são heterossexuais. Bastante
loucas na maioria dos dias, mas são as melhores.
—Eu gostaria muito disso, uma foto, quero dizer. Vou providenciar o teste
de DNA. Eu tenho um amigo que é advogado, e ele sabe como fazer isso.
Estou tentando passar por essa conversa sem chorar como um bebê, mas
falho miseravelmente.
—Cristo, você está me matando com suas lágrimas, querida. Eu nem te
conheço, e já quero abraçá-la.
—Ela é tão horrível. Cresci com duas das melhores mães do mundo.
Quando tudo isso começou, aquela mulher horrível pintou você como um
monstro. Eu acho que no departamento de mãe biológica, eu me dei mal, então
ao descobrir que meu pai é um cara legal. Quero dizer, você gosta de waffles e de
bolo de chocolate, ou você gostará assim que comer. Estou tão aliviada que pelo
menos meu pai biológico é fantástico.
Ele tem que limpar a garganta algumas vezes para dizer as palavras, mas
ele finalmente fala:
—Deus, menina. Eu estou... Estou tão feliz. Tão incrivelmente feliz. Eu
tenho uma filha. Esta é a melhor notícia da minha vida.
Eu rio.
—Estou enviando as fotos por e-mail, e talvez possamos organizar um
encontro? Você pode conhecer minhas mães e meu noivo.
—Cristo, um noivo? Parece que saímos da frigideira e fomos direto para o
fogo!
—Eu vivo cerca de três horas de Nova York, em uma cidade chamada
Spartan.
—Vou verificar minha agenda e informá-la quando eu puder ir.
—Estou ansiosa para conhecê-lo... Pai.
Desta vez, o soluço vem dele.
—Pai. Isso soa legal. Falo com você novamente em breve, filha.
Estou tão excitada. Isso foi muito melhor do que eu esperava. Faço uma
dancinha de comemoração e, como eu estou sentada na minha rede, isso me faz
virar, e eu caio de bunda no chão.
Fechando os olhos, deito na sujeira, muito feliz para me importar.
Sinto uma respiração quente no meu rosto e grito. Meus olhos abrem, e
vejo o rosto sorridente de Luke.
—Essa droga é perigosa.
—Somente para você, amor. Então, eu acho que a conversa com seu pai
foi boa?
Olho para ele.
—Deixe-me adivinhar, Savannah falou pra você?
—Sim. Fiquei aqui por um tempo, ouvindo.
—Bisbilhoteiro.
—Sim.
Eu sorrio, e então choro, mas são lágrimas de felicidade. Envolvo meus
braços em seu pescoço, e ele me pega. Aconchegando-me a ele, vamos assistir
uma maratona de The Walking Dead22. É o fim perfeito da minha noite.

*****

Dane
Uma filha. Cristo, estou muito animado. Nunca pensei que teria filhos.
Abrindo meu e-mail, vejo uma nova mensagem. Eu clico no anexo e sinto que fui
atingido no estômago.
Ela é um clone da minha irmãzinha, Sarah. Elas são muito parecidas, é
estranho.
Pai. Nem mesmo em minhas fantasias mais loucas, eu pensei que isso
aconteceria. Eu estava casado com minha primeira esposa por cerca de um ano
quando fui diagnosticado com Leucemia. Depois de um mês após a quimioterapia,
me disseram que provavelmente ficaria estéril após o tratamento. Então, o
advogado da minha esposa, apareceu no meu quarto de hospital com os papéis
de divórcio.
Eu estou sentado aqui, olhando sua foto em choque total, quando meu
melhor amigo e um grande pé no saco, Boomer Powers, entra pela porta.
—Porra, vamos nos atrasar e perder o nosso jogo se você não se apressar,
velho.
—Uma filha... Eu tenho uma filha.
Ele vira a cabeça para mim como se fosse um cachorro.

22
Série americana sobre zumbis.
—Nós superamos isso depois que a garota louca apareceu no mês
passado.
Giro a tela do computador e sua boca cai aberta em estado de choque.
—Essa é Sarah.
—Não. Acabei de falar no telefone com ela. O nome dela é Alice e,
aparentemente, Viola tem causado problemas para ela, além de tentar tirar
dinheiro dela também.
Eu clico em uma imagem diferente, e vejo uma foto que deve ser de suas
mães, e ambas são gostosas.
Boomer limpa a garganta.
—Quem são elas?
—Suas mães.
—Elas se casaram ou estão juntas?
—Não.
O sorriso no rosto é sacana e completamente inapropriado.
—Limpe esse sorriso pervertido do seu rosto.
—Você não é engraçado.
—Tanto faz. Você pode me arranjar o número da clínica de testes de DNA
que você usa? Quero garantir que tudo seja oficial.
—Certo. Vou enviar para Miranda.
—Quem diabos é Miranda?
—Minha nova assistente pessoal.
—O que aconteceu com a velha? Qual era o nome dela?
—Dayse. Maldita seja, essa menina era macia.
—Você muda de assistentes mais rápido do que um menino de dezesseis
anos.
—Variar é a palavra-chave.
Não posso deixar de rir, porque isso foi engraçado. Eu clico na próxima
imagem e as lágrimas formam-se nos meus olhos. É uma foto de Alice,
provavelmente com apenas alguns meses de idade.
—Eu perdi tanta coisa.
Ao clicar novamente, chego a uma que deve ser uma foto dela e do noivo.
—Quem é esse cara?
—Eu acredito que é seu noivo.
—Você chegou a tempo para o casamento. Eu amo casamentos.
—Você ama os casamentos por uma razão totalmente diferente da
maioria das pessoas.
—Muito bem, meu amigo.
—Vamos. Vamos ao tribunal antes de perder a nossa audiência, então
vamos sair e comemorar.
Desligando meu computador, pego minha bolsa de ginástica, me sentindo
leve. Saber que sou pai é o melhor sentimento do mundo.
Capítulo 11

Ali
Re.u.ni.ão

Estou bufando. Minhas pernas e meus braços estão tremendo, mas estou
decidida a levar todas as sacolas para a casa de Willa em uma viagem só.
—Abra a maldita porta! —Gritei.
Chego até a porta e uso o meu mindinho para abrir e empurrar com meu
quadril. Eu vou direto para a cozinha, e usando toda a minha super força, levanto
as sacolas e as coloco no balcão.
Willa, Cleo e Margo balançam a cabeça e voltam a pintar as unhas.
—Sério, gente. Posso entender que Cleo não ajude porque é o aniversário
dela, mas vocês duas poderiam ter ajudado a abrir a maldita porta.
—Eu teria ajudado se você tivesse gritado ou algo assim.
—Eu gritei.
—Não gritou.
—Gritei. Vocês precisam de aparelhos auditivos.
Os seus suspiros ofendidos me fazem rir. Margo se levanta e vem ao
balcão para me ajudar a esvaziar as sacolas.
—Há alguma coisa no carro, ou você é mesmo uma machona?
—Eu sou uma machona de merda, exceto para carregar a água e o
refrigerante.
—Eu vou buscar. Willa, onde estão os isopores?
—Na varanda, eu acho. Se não, estão na garagem.
—Margo, você vai se vestir antes de sair?
— Estou vestida.
—Tem certeza?
—Sim.
Ela desliza em suas botas e sai porta a fora puxando a calça que mal cobre
sua bunda.
Cerca de cinco segundos depois, ela volta correndo para a casa com um
enorme sorriso no rosto.
—Seu seio saiu. —Apontei. Ela olha para baixo e se arruma, enfiando o
seio em seu biquíni pequeno.
—Você tem companhia, Ali querida. — Eu lhe dou um olhar estranho. Seu
sorriso é assustador demais.
—Quem? —Pergunto enquanto caminho para a porta. Eu olho pela janela
e grito enquanto saio pela porta.
—Você conseguiu! — Jogo meus braços ao redor do meu pai e é o melhor
sentimento do mundo. Seus braços me envolvem, e não consigo impedir que as
lágrimas caiam. Nós nos afastamos e ficamos de pé, ambos sorridentes.
—Eu não pensei que você conseguiria vir até o próximo fim de semana.
—Eu consegui encerrar minhas reuniões um pouco mais cedo.
Ouço a porta abrir e quero gemer, quando a ameaça tripla, que é Willa,
Margo e Cleo saem pela porta. Entre as três, não há roupas suficientes para cobrir
uma criança.
—Papai, estas são minhas mães, Margo e Cleo, e sua cúmplice na maioria
das travessuras, Willa.
Margo aproxima-se e lhe dá um abraço, assim como Cleo.
—Nós não podemos dizer o quanto estamos felizes por você e Ali
finalmente conseguirem se conhecer. Se soubéssemos na época o que sabemos
agora, teríamos contatado você imediatamente.
Meu pai parece um pouco desconfortável, com sua tentativa de manter
seus olhos acima do nível do seio. Seu amigo não tem esse problema, e Willa
aponta com os dedos.
—Aqui em cima, amigo.
Meu pai lamenta e nos apresenta seu amigo.
—Este cão sarnento é o meu pé no saco, Boomer Powers. Por favor,
desculpem qualquer coisa inapropriada que saia de sua boca.
Boomer se apressa em beijar as mãos de todas as senhoras,
acompanhando o gesto com uma piscadinha atrevida.
—O que nós podemos fazer para ajudar? Você disse no telefone que
haveria uma grande festa.
—Só precisamos encher os isopores com as bebidas não alcoólicas, e
ajeitar o Slip 'N Slide. — Willa diz enquanto engata os braços com Boomer e
começa a arrastá-lo para a casa.
—Um Slip 'N Slide, você diz?
—Sim. Espero que você tenha trazido calções de banho.
—Não...
—Você pode simplesmente deslizar com a cueca.
—Quem disse que estou usando uma?
Tanto Margo quanto Cleo riem depois de ouvir essa troca entre Willa e
Boomer, enquanto papai apenas balança a cabeça. Elas me dão um abraço e
voltam para a casa.
Porque eu posso, eu o abraço novamente, muito entusiasmada que ele
está aqui. Isto é como um sonho se tornando realidade. Dando-lhe um último
abraço, me afasto e pego sua mão. Levo-o pela lateral da casa, onde as cadeiras e
a fogueira estão prontas para mais tarde.
—Como foi a sua viagem?
—Boa. Esta cidade é linda. Parece pacífica, e posso ver por que você gosta
daqui. A energia aqui é diferente, com certeza.
–Eu amo. Não consigo me ver em nenhum outro lugar. —Digo enquanto
nos sentamos no balanço de dois lugares, curtindo a companhia um do outro.
—Você ouviu falar "Daquela que não podemos nomear?" —Perguntei,
virando no meu lugar.
—Ela apareceu umas duas semanas atrás, dizendo que não iria embora
até que eu a pagasse. Eu a informei que estava em contato com você, Margo e
Cleo, e que, se eu devesse algo a alguém, seria a elas. Eu também disse que eu
tinha comunicado a polícia sobre toda essa situação. Ela saiu de lá tão rápido, que
acho que ela deixou marcas de derrapagem no meu tapete.
—Ela não me procurou, não desde que enviou fotos para Luke há algumas
semanas.
A porta dos fundos bate e Willa aparece. Seu biquíni branco e saia são
lindos, mas ela combinou com um sombrero23 roxo brilhante. Toda a roupa é
cômica, na verdade.
—Você pode ligar para Luke, veja se ele pode trazer para Boomer um
calção de banho? Terei sua bunda sexy deslizando no slide nem que seja a última
coisa que eu faça.
—Sim, eu posso, mas ele não estará aqui por mais ou menos uma hora.
Ela se vira para ir embora, e eu a chamo.
—Willa?
—Sim, docinho?
—Você ligou para Bruce e disse para não usar o Mankini?
—Argh, sim. Eu juro que já vi as bolas daquele homem vezes demais desde
que ele conseguiu aquela maldita coisa. Estávamos pensando em entrar com uma
petição para que aquilo fosse confiscado.
Eu ri, pensando em Bruce usando seu estilingue enquanto a cidade inteira
apontava os dedos para ele.
—Eu devo saber? —Pergunta papai.
—Bruce é meu velho vizinho, ele é um cavalheiro bastante exuberante. Ele
comprou recentemente um mankini. Envolve suas bolas, divide suas nádegas e
quase não cobre seus peitos. Ele estava se pavoneando em torno da cidade, até
que o xerife Parker lhe disse que devia ir para casa e se trocar, ou iria prendê-lo
por exposição indecente. — Papai ri. É bom sentar aqui e rir com ele.
Meu telefone vibra no meu bolso. Tirando, vejo que é Luke, e ele está se
preparando para sair.

Fera sexual: Indo ao seu encontro, fofura.

23
Chapéu mexicano enorme.
Eu: Adivinhe?

Fera sexual: o quê?

Ao lado de meu pai, eu me inclino para trás e tiro um selfie com ele e
escrevo para Luke.

Fera sexual: Merda! É o seu pai?

Eu: Sim. Ele conseguiu chegar mais cedo do que o


esperado.

Fera sexual: Suave. Mal posso esperar para conhecê-lo,


querida. Há algo que precise que eu pegue antes de dirigir?

Eu: Você pode trazer um calção de banho extra? O amigo


do papai não trouxe nenhum, e a Willa arrumou o Slip 'N
Slide.

Fera sexual: Claro que sim. Algo mais?

Eu: Apenas sua bunda sexy.

Fera sexual: Te amo, querida.

Eu: Amo você também.

Agarrando a mão de papai, nós entramos para terminar a preparação da


festa. As coisas vão ficar malucas e mal posso esperar.
*****

Boomer
Essa mulher vai me matar.
Isto é como escorregar em esteroides. Olhando para o lado da colina, vejo
uma piscina no final, preparada para o mergulho.
As músicas clássicas estão tocando, e as bebidas estão fluindo. Willa
parece estar ligada a mim pelo quadril. Não me interprete mal, ela é quente, mas
Cleo é o meu tipo de mulher. Suas curvas são infinitas, e estão implorando por
minhas mãos. Dane me disse que ambas estão fora dos limites, mas eu juro que
se Cleo olhar para mim mais uma vez com aquele olhar faminto em seu rosto, eu
procurarei a superfície plana mais próxima.
—Ela não namora há dez anos.
Eu me assusto enquanto Margo aproxima-se.
—Quem?
—Cleo.
Eu olho de volta para onde Cleo está sentada, conversando com Dane.
Meus olhos mais uma vez viajam do chapéu preto com belas flores presas ao
lado, para os cachos pretos selvagens. Seus seios estão presos em um biquíni
preto. Meu pau volta a mexer novamente na minha calça. Dando um suspiro, me
esforço para manter minha ereção sob controle.
Eu não sou um adolescente excitado. Eu posso me controlar, caramba.
—Cleo tem razões, é claro. Ela não é o tipo de mulher que fica em
brincadeiras ocasionais.
—Sem ofensa, mas por que você está me dizendo isso?
—Você parece um playboy, e os olhares que vocês dois estão atirando um
ao outro são suficientes para incendiar cidades.
—Dane já me avisou que as senhoras estavam fora dos limites.
Ela bate na minha bunda enquanto passa, mais uma vez me assustando.
Ouvi um carro estacionar e um idiota qualquer sai. Este deve ser o noivo de Ali.
Ele está coberto de tatuagens, e tem um corte de cabelo estranho, com esse
coque samurai.
Estreito os olhos quando Margo se aproxima e o abraça, ele lhe entrega
uns pacotes. Estou muito ocupado estudando-o, e não noto Margo jogando um
calção de natação para mim, acertando na minha cabeça. Tiro da cabeça, e olho
para ela. Ela simplesmente sai com os presentes na mão, rindo.
—Ei, cara, você deve ser Boomer. Sou Luke, o noivo de Ali.
—O que você faz? —Exijo, braços cruzados no meu peito.
—Bem, para começar, eu estava tentando apertar sua mão.
—Para viver. O que você faz?
—Eu possuo uma empresa de design gráfico.
—Bem-sucedido?
—Tem sido por anos.
—Quais são suas intenções com a minha sobrinha?
Ele ri, o filho da puta. Estou levando a sério o papel de tio.
—Eu pretendo colocar um anel no dedo dela, e viver o resto dos meus dias
tornando-a a esposa mais feliz do planeta.
Ele puxa uma boia da traseira da caminhonete e, tirando a camisa, vai
para o escorregador.
Indo em direção à casa, eu vou ao banheiro para me trocar. Uma vez que
estou nu, eu penso brevemente em me masturbar, e assim que minha mão
envolve meu pau, a porta se abre, e lá está Cleo. Sua linda boca se abre, e seus
olhos arregalam-se quando focam no meu pau.
—Cleo.
Seus olhos levantam-se para os meus, e o vermelho mais sensual sobe do
peito para as bochechas. Eu lhe dou um sorriso e uma piscadinha, então ela ofega
e bate à porta.
Sorrindo, termino de me vestir e demoro um momento para me controlar.
Eu volto lá para fora a tempo de ver Cleo escorregar, e não posso deixar
de rir ao ouvir seus gritos excitados todo o caminho para baixo.
Eu vejo uma embalagem de sabonete e o passo em mim, então, comecei a
correr; eu bato no slide e voo para baixo. Deslizo tão rápido que chego ao final
com a boca e o nariz cheios de água, passo pela piscina e caio diretamente na
areia.
Além dos sons da música, o único que ouço é o meu orgulho, fugindo ao
vento.
—Cleo, acho que ele ganhou de você por uns dois metros.
—Cala boca, Margo. Deus, meus peitos doem, ao lembrar-se da
queimadura de areia que consegui na última vez que fiz isso.
Levanto-me, indo para o chuveiro ao ar livre para enxaguar a areia do meu
rosto. Pego um bocado de água e bochecho, tentando tirar a areia dos meus
dentes.
Ao ouvir passos, vejo Cleo oferecendo uma garrafa de água e uma toalha.
—Você está bem?
—Sim, mas não tenho certeza sobre meu ego ferido.
—Eu conheço o sentimento. A primeira vez eu fiz o mesmo. Eu queria me
desculpar por entrar no banheiro mais cedo.
—Está tudo bem. Eu deveria ter trancado a porta.
—Não que eu me importe com o que vi.
Nós dois sorrimos um para o outro e voltamos para a festa. Todo mundo
começa a gemer, e eu olho para o topo da colina. Eu vejo um cavalheiro bastante
robusto numa tanga brilhante, pequena e cor-de-rosa, e ao lado dele está uma
mulher mais velha com um maiô rosa. A mulher senta-se e desliza para baixo,
rindo como uma garota de escola. O homem tem um pneu em volta da barriga e
fica preso no meio do caminho. Ele então retira a borracha e patina o resto do
caminho. Cleo está ao meu lado, rindo tanto que está chorando.
Não posso deixar de rir também. Luke se levanta volta para cima e molha
a rampa com a mangueira. Usando o sabonete, ele ensaboa o plástico
novamente.
Estou olhando os convidados reunidos, e percebo que a festa dobrou de
tamanho. Uma sensação de calma se instala em todo o meu corpo; há algo sobre
essa cidade. Não é apenas a cidade, mas também as pessoas. É como ter seus
melhores amigos e familiares em um só lugar. Eu poderia me acostumar com esse
lugar.
Capítulo 12

Ali
A.ci.den.te

A festa de aniversário de Cleo foi uma explosão. Estou acabada aqui no


banco do passageiro da caminhonete de Luke, bebi muito. Meus olhos estão
começando a fechar quando vejo faróis virando a curva, o que é estranho. A
maioria dos residentes da cidade foi para casa horas atrás.
—Porra!
Eu me sento mais ereta e aperto meu cinto de segurança, enquanto Luke
tenta evitar que o carro nos atinja, mas ele não consegue ser rápido o suficiente.
Meu mundo gira. Eu grito quando os veículos colidem. O vidro voa em
todos os lugares e meus ouvidos ressoam. Não consigo ouvir nada.
Manchas pretas dançam na frente dos meus olhos, e vejo um par de botas
pretas aproximarem-se do carro.
—Ajude-nos, por favor. Por favor!
—Cale a boca, puta.
Eu ouço vozes abafadas e tento me concentrar. Movo meu braço, mas não
consigo. A dor é insuportável. Eu tento permanecer consciente, mas perco a luta,
e a onda de dor me leva embora.
Amy
A batida parece uma bomba. Salto da minha tenda e prontamente fico em
pé. Estive sentada tanto tempo, que meus pés estão entorpecidos.
Pego o telefone que Alice embalou para mim e lentamente desço pela
montanha. Odeio chamá-lo, mas tenho certeza de que alguém acabou de destruir
seu carro.
A minha necessidade de ajudar e a necessidade de me esconder estão
lutando na minha cabeça. Posso ouvir a doce voz da minha mãe me dizendo para
ajudar. Então, ouço a voz do meu pai, me dizendo para deixá-los.
Fazendo o meu melhor para abafar a voz do meu pai, faço a chamada que
eu estou temendo.
—Amy? Você está bem?
—Como você sabia que era eu?
—Alice me deu o número no caso de você ligar.
—Estou a cerca de dois quilômetros fora da cidade, a caminho da casa de
Ali. Eu acho que houve um acidente de carro. Eu estou indo para lá e.… oh,
merda!
—Amy, o que está errado?
—O carro de Luke está virado ao contrário, e parece que há algumas
pessoas tentando tirar Alice do carro.
—Amy, fique aí.
—Corta essa, Parker, apenas venha logo.
Desligo, correndo de volta para pegar minha arma tranquilizante; há leões
da montanha por aqui, eu não consigo atirar neles. Eu também pego o taser 24.
Eu corro pela colina e ajeito meu cabelo algumas vezes. Espero poder
chegar lá a tempo.

24
Arma que dispara choques elétricos.
*****

Ali
A consciência retorna lentamente. Piscando meus olhos, viro minha
cabeça e vejo Luke pendurado de cabeça para baixo e desmaiado. Tento mover o
braço, mas não consigo.
—Luke. —Isso sai como um sussurro fraco. Tento novamente mover meu
braço para tocá-lo, e a dor não deixa, fazendo meus dedos curvarem-se.
—Toc, Toc. —Há uma batida ao lado da caminhonete de Luke.
Voltando meu olhar para o outro lado, vejo Viola.
—Olá, querida. Desculpe por arruinar a sua bela noite e tudo o mais, mas
o tempo acabou e eu preciso desse dinheiro.
—Por quê? Por que você está fazendo isso? Já lhe disse, não tenho esse
dinheiro, porra.
—Uma pena, minha filha. Descobri isso depois de ter vindo aqui pela
primeira vez. Você vê, eu tenho esse vício. É extremamente caro, mas muito
divertido. Peguei uns produtos de alguém, e ele está um pouco irritado comigo.
Eu tentei pegar com seu pai, porque esse bastardo está cheio de dinheiro. Mas
aquele idiota não me deu um centavo. Então me lembrei daquelas idiotas que
você chama de mães, que te arrancaram dos meus braços.
—Isso é mentira. Você não conseguiu se livrar de mim com rapidez
suficiente, então não minta.
—Não estou nem aí. De qualquer forma, quando elas a levaram, elas
tinham milhares de dólares. Deixaram dez mil dólares para fugir de John, que sua
alma descanse em paz. Pensei que talvez elas tivessem lhe dado algo e achei que
seria mais fácil tirar de você.
—Eu te odeio.
—Que bom. Eu também te odeio. Ramiro tire a bunda gorda dela do
carro. — Eu ouço uma porta de carro bater. A minha mãe infernal olha para
dentro do carro, com um sorriso de louco.
—Imagine minha sorte. Você fisgou um homem rico. Tão rico de fato, que
ele lhe comprou um anel de noivado valendo mais de dez mil dólares. Então, isso
nos traz ao aqui e agora. Eu vou pegar esse anel e ficar fora de seu caminho. Não
é legal? Ramiro venha aqui e a tire da maldita caminhonete para que eu possa
pegar o anel.
Um rosto gordo e inchado aparece na minha janela. Seu braço entra pela
janela com uma faca, que ele usa para cortar o cinto de segurança. Eu caio, e
aterrisso dolorosamente nas minhas costas. Ele segura meu braço direito e
começa a me puxar.
Quando minha metade superior está de fora, Viola agarra minha mão
esquerda e tenta tirar meu anel, mas meus dedos estão inchados.
—Corte, Ramiro.
—Eu só tenho uma faca de bolso. Como eu poderia cortar o anel?
—O dedo, idiota. Corte o dedo dela.
Sujeira e folhas atingem a lateral do carro.
—Mãos para cima, trastes, ou eu vou atirar.
Isso é Amy?
—Amy?
—Alice, você está bem? —Amy pergunta. —Liguei para Parker, Ali. Ele
deve estar aqui em breve, então espere.
—Eu não penso assim, sua cadela estúpida. —Viola grita para Amy. —
Ramiro, pegue essa cadela e me dê sua faca. Vou cortar o dedo eu mesma.
—Dê um passo e eu atiro. —Amy grita.
—O que? Você vai atirar em mim com o seu pequeno... — A provocação
de Ramiro é cortada por um som estranho, como um sopro de ar, só que mais
alto.
—Você atirou em mim, sua cadela estúpida! — Uma dor atinge meu dedo
e eu grito. Olho para cima, e Viola está tentando corta-lo.
—Shhh, ahhh tuuudo está... —Ramiro cai, e eu posso ver seu rosto através
da janela. Fim de jogo para o idiota. Vá Amy!
—Com que merda você matou ele? —Grita Viola.
—Dardo tranquilizante.
—O que você está fazendo? Afaste-se de mim.
Viola tenta fugir, enquanto Ramiro continua desacordado, e Amy a atinge
com o Taser.
Amy está se movendo como um segurança. Assim que Parker estaciona eu
ouço-o chamando por uma ambulância, e eu penso comigo mesma que este é um
bom momento para desligar minha mente, e eu faço exatamente isso.
Capítulo 13

Ali
Re.cu.pe.ra.ção

Eu acordo com um suspiro.


—Luke!
—Shh, querida, está tudo bem. Luke vai ficar bem. Ele teve uma contusão
e sua perna está quebrada, mas ele vai ficar bem. —Ouço Cleo, e viro minha
cabeça na direção de sua voz.
—Mãe, o que aconteceu?
—O que você lembra?
Eu começo a tocar o meu anel, mas ele se foi.
—Eles tentaram pegar meu anel. Onde está o meu anel?
—Eles tiveram que cortá-lo de seu dedo inchado. Paul estava na sala de
espera... Sabia que ele era um joalheiro? Ele disse que conseguiria repará-lo.
Praticamente toda a cidade está lá fora.
—Viola e seu capanga tentaram cortar meu dedo. Mãe, eu estava com
tanto medo.
—Tudo vai ficar bem. Você e Luke estavam com cintos de segurança, e
Viola e aquele cretino do Ramiro estão sob custódia. Você tem algumas costelas
quebradas e seu ombro foi deslocado. Basta fechar os olhos e tirar uma soneca.
Quando você acordar, tudo estará bem.
Decidindo aceitar seu conselho, porque estou com sono, fecho os olhos e
adormeço.
*****
Eu acordo e sinto uma mão na minha. Abrindo os olhos, sorrio para Luke e
vejo Savannah, sentada do outro lado, parecendo exausta.
—Como vocês conseguiram colocá-lo aqui comigo?
—Nós não. Ele que acordou e ameaçou desmantelar todo o maldito
hospital se eles não fizessem isso.
Eu tento rir, mas minha cabeça dói, então eu apenas sorrio e desmaio de
novo.

*****

Quando acordo novamente, sinto-me muito melhor, mais desperta.


Virando a cabeça, olho para Luke, que está olhando diretamente para mim. Eu
vejo uma lágrima em seus olhos, e tento me aproximar o máximo que posso.
Eu chego perto o suficiente e me estico para tocar seu rosto.
—Nós dois vamos ficar bem, querida.
—Eu pensei que a tinha perdido. Tudo o que eu lembro era que você
estava pendurada de cabeça para baixo, e que você não acordava. Eu entrei em
pânico. Acabei de encontrá-la, Ali. Não posso perder você.
—Eu sou como herpes, cara. Você nunca se livrará de mim.
Ele sorri e nós nos aconchegamos o melhor que podemos, abraçados com
soro e todas essas merdas hospitalares.
Dormindo nos braços de Luke, eu encontro meu pedacinho do céu
novamente.

*****
AlI
—Sério, Steven, está tudo bem. Porra, por favor. Não preciso de ajuda
para fazer xixi.
—Tudo bem, sua idiota gigante. Manca até lá então.
Estou sentada no sofá, curtindo meus mimos enquanto posso. Enquanto
isso, Luke está tentando entrar no banheiro com a perna esquerda engessada e
seu braço direito também. Não é fácil para ele ir ao banheiro.
—Eu tive que sentar para fazer xixi. Ainda bem, que Alice tem um vaso
sanitário grande, porque se ele fosse redondo, não haveria nenhuma maneira de
caber todos os meus equipamentos lá.
Eu ri, porque sim, ele teria dificuldade em encaixar seu pau e seu saco no
banheiro.
Roger está sentado ao meu lado, e estamos assistindo Full House 25, minha
cabeça no ombro dele. Luke e eu saímos do hospital alguns dias atrás, e todos
estão vindo para nos ajudar. Os pais de Luke tiveram que ir para casa, mas
Savannah ficou aqui. Ela afirmou que iria correr, mas acho que ela vai para a casa
de Shamus. A fofoca na rua é que ela esteve lá a maior parte da semana.
Olho para Roger, enquanto ele pausa a TV e tira o telefone para me
mostrar uma foto de uma menininha. As lágrimas fluem pelas bochechas.
—O nome dela é Tamara, e a agência de adoção disse que nosso pedido
foi aprovado. Se tudo correr bem, ela vai chegar em casa em dois meses.
Eu choro de emoção. Minhas costelas ainda estão sensíveis pelo acidente,
mas não consigo evitar.
—Roger, eu pensei que esperaríamos para contar a eles? — Steven diz.
Luke grita do banheiro.

25
—Dizer o quê?
—Roger e Steven vão adotar uma garotinha adorável!
—Isso aí! Parabéns, caras.
—Obrigado. —Ambos gritam juntos.
Steven pisca para mim e começa a contar com os dedos.
—Um, dois, três...
—Porra! Não consigo sair do maldito banheiro!
—Apenas segure, princesa. Eu vou ajudar.
Steven vai ajudar Luke a sair do vaso, e ele o ajuda voltar, sentando-o no
sofá.
—Fazer xixi é tão terrivelmente cansativo. Eu só quero tirar uma soneca.
Há uma batida suave na porta, e eu sei que é Amy. Ainda não a vi desde
que ela salvou o dia, e eu quero tanto abraçá-la.
—Entre, Amy.
Ela abre a porta e entra, fechando-a atrás dela.
—Como você sabia que era eu?
—Você é a única que bate. Todo mundo vai entrando.
Roger se levanta e aponto o sofá para que Amy sente-se. Ela olha para ele
como se ele fosse morder.
Ela senta e reflete um pouco. Eu estremeço e Amy empalidece.
—Eu tenho algo que preciso conversar com você, um favor para pedir.
Seu rosto diz que foi difícil fazer essa declaração. Parece que ela acabou
de beber um copo de suco de limão.
—Tudo o que você precisar, Amy. Você salvou meu dedo e possivelmente
nossas vidas naquela noite.
—Há algumas coisas que eu nunca disse. Você sempre perguntou onde eu
morava, e eu lhe dei respostas vagas porque tinha vergonha. Meu pai era um
naturalista. Minha mãe deu à luz em uma tenda, e eu cresci no bosque, morando
em barracas. Eu ainda moro. Quando minha mãe ficou doente, papai se recusou a
levá-la ao hospital ou a contar para alguém. Eu suspeito que ela tivesse algum
tipo de câncer. Ela apenas... — Ela olha para as mãos que estão apertadas no seu
colo. —Ela apenas definhava a cada dia, até que ela morreu. Meu pai a perdeu e
ficou paranoico depois disso. Ele a enterrou lá no bosque, e nunca acampamos
nesse lugar novamente.
Ela olha para mim com olhos cheios de lágrimas
—Estou cansada, Ali. Estou tão cansada de viver assim. Eu acho que estou
pronta para tentar viver na cidade, mas não tenho certeza de como exatamente
fazer isso.
Coloco meu braço ao redor dela e a abraço.
—Você quer sair da floresta? Você pode se mudar para cá, não há
problema. Eu tenho um quarto extra.
—Eu aprecio a oferta, mas passei aqui algumas vezes, e as coisas eram...
Barulhentas. — Ela pisca para mim e Luke entra.
—Minha casa está vazia. Estou oficialmente na de Alice, então você é
bem-vinda.
Ela vai abrir a boca, parecendo que vai recusar, mas seu rosto aparenta
firmeza, e ela acena com a cabeça aceitando.
—Steven, você pode pegar minhas chaves no balcão e dar para ela? —A
azul. Steven volta e entrega a chave para Amy, que parece à beira das lágrimas.
—Você pode se mudar quando quiser. E se você quiser um emprego,
Margo e Cleo poderiam ajudar. Eu vou estar de repouso por cerca de seis
semanas, e elas estão super ocupadas. Eu sei que elas adorariam ter você lá.
—Ah, meu Deus, sério? Quero dizer... Acho que gostaria disso.
—Eu acho que você deveria deixar Parker saber que você está se
mudando. Toda vez que o vejo, ele está coberto de sujeira e folhas, chateado. Diz
que está tentando localizar onde você vive.
Amy se ruboriza e então, surpreendentemente, ri.
—Foi divertido observa-lo tentar me achar na floresta. Ele se perdeu duas
vezes, e eu deixei pistas, como fitas e coisas, para que ele pudesse voltar.
—Por que, é uma garota má.
Ela ri novamente, e sai tão silenciosamente como ela entrou.
Eu estou pensando que é melhor que Amy esteja atenta, porque Parker
ficará atrás dela assim que descobrir que ela está morando na cidade.
Capítulo 14

Ali
Ca.sa.men.to

Oito semanas depois

—Steven!
—Apenas um pouco mais, então eu termino.
Roger está de pé, balançando Tamara, e Steven está mexendo no meu
cabelo novamente, porque hoje é o dia do meu casamento!
Minhas mães estão satisfeitíssimas, e eu suspeito que tenha algo a mais.
Meu pai está aqui na cidade e saiu com Luke e os meninos. Cleo está atraída por
Boomer, mas ela se fecha toda vez que eu pergunto sobre isso.
—Eu juro, eu já terminei. Eu só precisava de mais spray de cabelo.
—Não me aproxime das velas.
—Para de reclamar. —Steven diz.
Eu mostro a língua para ele, e ele se afasta, pegando sua filha de Roger.
Roger é o meu “cavalheiro” de honra, o que me faz rir.
Ele agarra o meu braço, e nós nos olhamos no espelho, assim que Bruce
começa a gritar conosco.
—Vamos pôr esse show na estrada. Eu acho que o pastor Paul está prestes
a adormecer.
A cidade não tem um pastor, então Paul foi e ordenou-se on-line, e Bruce
continua a chamá-lo de Pastor Paul.
Minhas mães se desmancham depois de me dar beijos, e Steven sai
também.
I Want to Grow Old With You de Adam Sandler começa a tocar, e Roger e
eu saímos. Ele me beija na bochecha antes de me deixar nas mãos capazes do
meu pai. O teste de DNA saiu, confirmando que ele é de fato meu pai. Ele esteve
aqui para tudo, desde a recuperação do nosso acidente até o planejamento deste
casamento. Ele também me beija na bochecha e puxa meu braço para o dele. As
lágrimas já estão caindo dos meus olhos.
Quando começamos a caminhar pelo corredor, meus olhos estão colados
nos de Luke e os dele nos meus. Nossos rostos se espelham, os dois com lágrimas
felizes. Quando eu finalmente chego, Paul pergunta ao meu pai quem me
entrega, e ele responde "Seu pai". Ele me abraça antes de me entregar a Luke,
que rapidamente me puxa para um grande beijo molhado. Paul o golpeia com um
dos cartões com lembretes que eu lhe dei.
—Queridos amigos, estamos aqui reunidos hoje, para testemunhar o
casamento desses dois loucos.
Paul está procurando, mas não consegue encontrar o resto dos cartões.
—Bem merda, eu perdi os malditos cartões. Oh, bem, eu vou improvisar.
Então, esses dois garotos loucos se apaixonaram em poucos minutos depois de se
conhecerem. Em seu curto namoro, eles tiveram seus altos e baixos, mas também
bons momentos. Juntos, eles sobreviveram a um ataque pirata. Eles tiveram um
encontro com as bolas caídas de Bruce e seu infeliz mankini. Eles derrotaram o
perigoso Slip 'N Slide e a arma de paintball de Ali. —Ele pisca, e a multidão ri.
—Tudo certo. Luke, você aceita Alice, para ter e manter, para honrar e
estimar, a partir deste dia e para sempre?
—Sim.
—Alice, você aceita Luke, para ter e manter, para honrar e estimar, deste
dia e para sempre?
—Sim.
—É isso, ou tem algo mais? —Pergunta Paul.
Acho que vou salvá-lo.
—Luke, a partir daquela primeira noite, que eu o vi e atirei em você com
minha arma de paintball, eu sabia que você era o único para mim. Eu me
apaixonei por você, seu charme, sua bunda sexy e suas habilidades para dançar.
Ah, e graças a Deus você sabe cozinhar. Eu prometo sempre colocar o papel
higiênico no suporte, e nunca mais atirar em você com uma arma de paintball
novamente. Eu te amo para sempre e sempre.
Deslizo o anel em seu dedo, amando a aparência da sua mão forte. Ele
inclina-se para me beijar novamente, e Paul bate nele, me fazendo rir.
—Alice, acho que eu me apaixonei por você quando você saiu por entre os
salgueiros e eu vi esses peitões. Eu assisti você tentar acertar o cartaz de papelão
da Miley Cyrus com uns cinco metros de distância e errar, e ainda assim dançar
como se você tivesse acertado. Você voou para a minha vida com asas de fadas, e
você me sugou com sua compaixão e a maneira como você ajuda todas as
pessoas nesta cidade. Eu prometo sempre abaixar o assento no banheiro para
que você não se afunde quando você for ao banheiro de noite. Eu prometo nunca
fazer você tentar cozinhar novamente. Isso é apenas uma precaução, por
segurança. Eu prometo possuí-la e invadí-la... —Eu cobri a boca com a mão, e ele
sussurra no meu ouvido. —... Desculpa Senhora Garden.
Paul interfere.
—Céus, vocês dois já terminaram? Cristo, ainda não cheguei à parte dos
beijos.
Luke desliza o anel e isso parece tão certo. Eu me sinto completa, e
imensamente feliz. Eu pulo dentro dos seus braços, beijando-o. Então ouço a voz
exasperada de Paul.
—Pelo poder investido em mim pela internet, eu agora os declaro marido
e mulher. Você pode beijar a noiva, bem, você pode continuar beijando.
Ele nos separa, caminhamos pelo corredor e saímos ao som de You Can
not Hurry Love. Atravessamos um mar de bolhas de sabão, e olho para o rosto
sorridente do meu marido. Eu vejo meu futuro nos seus olhos, e parece muito
bom!

Fim
Sinta um gostinho do livro 2 em seguida...
Accidental Heiress
Sneak Peak
Capítulo 1

MÚSICA

De todas as coisas que eu tive a alegria de conhecer depois de me mudar


para a casa de Luke, a melhor é a música. Os bosques, embora serenos, não têm
Beyoncé, nem as "Single ladies”.
Ali e Luke me ajudaram a me mudar para a cidade quase uma semana
atrás, e tem sido a melhor semana da minha vida. Eu estava me sentindo tão
perturbada e solitária, tentando me agarrar à maneira como meus pais haviam
vivido. Mudar para a cidade? As pessoas param todo o tempo para conversar e
trazer comida. É tão incrível!
Hoje será a minha primeira aventura fora da casa. Estou no Bailey's cerca
de uma hora para preencher a papelada. Eu estou igualmente animada e
aterrorizada. Um: eu nunca tive um emprego, e dois: eu não estou acostumada a
estar com tantas pessoas.
Meu guarda-roupa limitado está todo na secadora, então dançar nua está
na lista para hoje, até que eu tenha que ir para o Bailey’s. Estou sorrindo; eu sinto
que minhas bochechas podem rachar. Eu danço pela sala de estar, como no
Supermodel26 de RuPaul.
Eu mexo a bunda, e suspeito que falhei miseravelmente.
A porta da frente se abre e bate contra a parede. Eu grito, e viro tão
rápido que quase desfaço meu coque de cabelo.
—MINHA NOSSA! — Eu grito.

26
Programa de TV nos EUA.
Parker está parado na entrada, coberto da cabeça aos pés de lama, folhas
e varas. Por uma fração de segundo, existe fúria em seu rosto, até que ele dá uma
olhada na mercadoria. Chiando, eu caio no chão atrás do sofá. Meu coração está
batendo tão forte, eu acho que ele vai sair direto do meu peito. Lentamente,
coloco minhas mãos na parte de trás do sofá e espreito, me vendo nariz contra
nariz com Parker.
Agarrando a almofada do chão, eu bato na cara dele. Saltando, corro para
o escritório e fecho a porta. Eu me inclino contra ela, às mãos em minhas
bochechas ardentes, quando eu o ouço rir. Eu olho por cima do ombro e percebo
tardiamente que as portas do escritório são de vidro transparente.
Deslizando minhas mãos ao redor das minhas costas, eu cubro meus
peitos. Irritada, bato meu pé no chão com frustração.
— Saia, Parker!
— Não vai acontecer, querida. Vamos ter um encontro.
—Não, vá embora. Preciso me vestir.
—Tudo certo. Eu vou tomar um banho, e é melhor que sua bunda bonita
esteja sentada aqui quando eu sair. Estou falando sério, Amy. Eu passei os últimos
dois dias na maldita floresta, perdido, procurando por você. Então, quando
encontro meu caminho de volta, ouço dizer que você está morando na cidade há
uma maldita semana!
—Tudo bem, Parker. Vejo você mais tarde.
Que droga. Minha bunda vai estar muito longe quando ele voltar. Eu rio
um pouco, pensando no olhar em seu rosto quando ele voltar aqui, só para ver
que eu já fui. Eu me viro para abrir a porta e ir para a lavanderia, faço uma parada
abrupta.
Parker ainda está aqui, e está tirando suas roupas.
Seu abdômen entra na minha linha de visão primeiro quando ele puxa sua
camisa sobre sua cabeça. É uma visão gloriosa de se ver. Meus dedos se
contorcem para sentir cada protuberância definida. Mamilos. Os mamilos
castanho-claros e planos têm piercings neles, e minha boca fica cheia d’água. Suas
mãos vão para o botão, e ele abre zangado. Comando. Eu posso ver a cabeça de
seu pau, e doce Jesus, há mais piercings.
Eu tento o meu melhor para cruzar as pernas e mantê-las fechadas. Eu
pareço ridícula, tentando ficar aqui com minhas mãos em meus quadris e minhas
pernas cruzadas? O que aconteceu com todo o oxigênio? Meus pulmões estão
gritando. Eu respiro fundo, e um gemido de puro desejo escapa.
Ele desliza sua calça por suas pernas, sem botas e fica lá. Na minha
cozinha. Completamente nu. Mãos nos quadris, como um pavão orgulhoso, ele se
vira e segue para o meu banheiro.
Eu assisto seu traseiro até que ele está fora de vista.
Sem sua presença desnuda esmagadora, meu cérebro volta a funcionar.
Eu vou para a lavanderia sem pressa, e estranhamente calma. Puxo a roupa da
secadora, me visto, e caminho para a cozinha. Eu vejo suas chaves no balcão e
sorrio. Pegando-as, espero até que a água comece e saio. Eu tenho que pular um
pouco para entrar em sua caminhonete. Quando eu estou confortável, eu coloco
a chave na ignição e viro, ligando o motor. Eu rio. Eu nunca estive mais feliz que
Ali tenha me ensinado a dirigir quando ela "emprestou" o carro de Margo quando
tínhamos dezesseis anos. O policial no meu chuveiro pode ter um problema com
isso, embora, considerando que eu não tenho uma licença. Rindo um pouco com
esse pensamento, eu ligo o motor e saio na entrada, e vou para o Bailey's.
De jeito nenhum eu vou estar lá quando ele sair.

*****

Parker

Saindo do chuveiro, eu sei sem sequer olhar que minha fadinha da floresta
saiu. Pegando a sacola que deixei na porta dos fundos, eu me visto e pego minhas
roupas sujas na cozinha. Colocando-os na máquina de lavar e noto a bagunça na
cozinha e me viro para pegar minhas chaves da caminhonete. Olhando para o
balcão não as encontro, olho ao redor no chão, e na sala de estar. Sem chaves.
Empurrando a porta da frente, fico em um silêncio, atordoado. Eu não
posso acreditar que a pirralha roubou minha caminhonete!
Minha palma começa a coçar com o pensamento de como eu quero usá-la
em sua bundinha. Mãos nos quadris, abaixo meu queixo para o meu peito, eu não
posso segurar o sorriso.
Puxando o meu celular, eu envio uma mensagem para Ali, pensando que é
o único lugar que ela teria ido.

Parker: Alguma ideia de onde minha fada rebelde


está?

Ali: Por que você me pergunta onde está seu


refrigerante? Eu não sou a babá de suas bebidas27!

Parker: Amy. Estou procurando por Amy.

Ali: Por que você a chamaria de fada?

Parker: Isso não é importante agora, Ali. Ela está em


sua casa?

Ali: Eu não estou em casa.

Parker: Ali, por favor.

Ali: Que maneiras adoráveis!

Parker: Por favor.

Ali: Eu não acho que eu quero te contar.

Parker: Ela roubou minha caminhonete.

Ali: KKKK!!!!

Parker: Não é engraçado.

27
Trocadilho com a palavra Sprite que é fada, mas também uma famosa marca de refrigerantes.
Ali: Ela está no bar, preenchendo a papelada para um
emprego.

Parker: Foda-se!

Ali: Boa Sorte.

Bailey's é muito longe para caminhada, portanto, parece que vou ter que
esperar. Depois de dois dias dormindo em um saco de dormir, uma pequena
soneca na cama parece ótimo. De jeito nenhum que eu vou embora.
Deitado de costas com minhas mãos atrás da cabeça, penso em quando
conheci a senhorita Amy. Eu me mudei para cá e assumi a posição de xerife cerca
de quatro anos atrás. Eu estava esperando que esta cidadezinha ajudasse a
acalmar meus demônios, e então ela entrou em meu escritório. Suas roupas
tinham tantos buracos, quase não havia nada de pano. Seu cabelo loiro claro
estava puxado para cima em um coque desarrumado em sua cabeça. A dor e a
desolação em seus lindos olhos azuis eram esmagadoras. As lágrimas
escorregando por suas bochechas sujas deixavam linhas brancas, e até hoje, a
imagem faz meu estômago virar.
Quando ela me disse que seu pai tinha se suicidado, e ela não sabia o que
fazer, meu coração simplesmente partiu. Corri para o escritório e peguei um
pouco de água, lenços umedecidos e roupas. Quando eu pedi seu endereço,
fiquei chocada quando ela me disse que ela teria que me mostrar, porque ela e
seu pai moravam em um acampamento.
Dirigimos até a beira da floresta, onde tivemos de fazer uma caminhada
de duas horas para chegar ao seu acampamento. Quando ela parou
abruptamente, eu tive que colocar minhas mãos em seus ombros, e fiquei
chocado como ela se sentia debaixo das minhas mãos. Ela se afastou de mim e
deu a volta em uma árvore, acenando com a mão em uma direção. Ela deslizou
para baixo da árvore e enterrou a cabeça entre os joelhos.
Cuidadosamente, eu segui através do local quase vazio. As tendas eram
velhas e remendadas, panelas velhas, e quase nenhum alimento. Encontrei seu
pai fora do acampamento principal, sentando contra uma árvore, o queixo no
peito e um buraco na cabeça. Quando eu aceitei esse emprego, eu estava fugindo
da imagem da minha namorada nesta mesma posição. Era tão estranhamente
familiar, que minha mente continuava a piscar à imagem de Tes.
Tes e eu só tínhamos saído por dois meses quando cheguei em casa e
encontrei ela no meu sofá, queixo no peito, e minha pistola 9mm no chão.
Nem uma vez no curto tempo que eu a conheci, eu alguma vez senti que
algo estava errado. Por meses, eu me senti tão culpado. Por insistência de seus
pais, comecei a ver um terapeuta. Foi uma das melhores coisas que eu fiz para
mim mesmo, e continuo a fazer até hoje.
Depois daquela noite, eu não via mais a imagem de Tes, mas sim a de
Amy, com suas roupas feitas à mão e lamacentas, bochechas manchadas de
lágrimas.
Tentei tanto fazer com que ela voltasse para casa comigo ou com outra
pessoa da cidade. Ela finalmente concordou, e eu suspirei de alívio. Então,
enquanto eu estava ocupado com o médico legista, ela voltou para a floresta. Um
minuto ela estava lá, e no seguinte ela foi embora. Passaram-se meses antes de
vê-la novamente.
Nos últimos dois anos, a garota de aparência esfarrapada se transformou
em uma mulher incrivelmente sexy; uma com a qual eu pretendo me casar.
Deixando meus olhos fecharem, pergunto-me brevemente se dormir em sua
cama vai se virar contra mim.

Amy

Nunca em minha vida estive tão exausta. Era para eu ir preencher a


papelada e dar um passeio. Virei à noite, quando Ali ligou e Cleo implorou para
ela vir jantar com Luke.
Empurrando para abrir a porta eu tropeço, tiro a roupa como sempre faço
e sigo para a lavanderia e puxo o meu pijama favorito e me visto para dormir no
piloto automático. Eu jogo as chaves de Parker na mesa lateral e sigo para o meu
quarto, eu caio de cara na cama e tenho um pau na minha frente.
Parker pula da cama e segura sua virilha machucada. Estou tentando ficar
com raiva por encontrá-lo na minha cama, mas não consigo. Puxando o edredom
sobre minha cabeça, me aconchego e tento dormir.
Eu digo tentar porque antes que eu possa deslizar na terra dos sonhos
Parker está de volta em minha cama. Ele me puxa e se aconchega nas minhas
costas.
—A primeira coisa de manhã que vou fazer é procurar a minha raiva e
vamos brigar por isso, agora estou muito cansada.
Eu mexo para trás em seu calor, sua mão vem em torno do meu seio, e
adormeço.

Parker

Esqueço a dor em minha barriga por ela ter caído em cima de mim,
minhas bolas diminuíram. Fiquei chocado ao encontrá-la adormecida ao meu lado
no pijama mais feio da história, um de flanela grossa e florido. Grandes flores
roxas e verdes a cobriam da cabeça aos pés. Erguendo o edredom olho para a
bela mulher ao meu lado. Rindo quando ela puxa o cobertor de volta sobre sua
cabeça. Como ela pode dormir com a cabeça completamente coberta está além
de mim.
Rolando-a sobre mim enrolo minhas pernas com as dela, ela coloca seu
rosto debaixo do meu queixo. Eu beijo sua testa e considero onde colocar meu
pau quando eu penso sobre ela acordar em meus braços.

Continua no livro 2

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