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CURSO DE PSICOLOGIA
AGRADECIMENTOS
Ao professor, mestre e orientador Aurino Ramos Filho, por ter acolhido esta
temática e por ter iluminado nossos encontros, que foram além de uma orientação,
e sim ensinamentos para a minha vida. Pois, muitas vezes, suas filosofias me
tocaram, tornaram minha vida mais feliz e o meu ser mais consciente da relação
com o Mundo.
Agradeço aos meus pais, por acreditarem nas minhas potencialidades e por
terem me ensinado valores realmente humanos. À minha mãe, pelo
companheirismo e dedicação, e ao meu pai pela compreensão e determinação.
À minha filha, por ter sido paciente em todos os momentos em que precisei
estar ausente, e por ser o maior sentido da minha vida, o qual me dá forças para
tornar-me um ser humano cada dia melhor.
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................ 6
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7
6 OBRAS CONSULTADAS.................................................................................. 57
6
Resumo:
A Análise Bioenergética tem como objetivo ajudar o ser humano a recuperar a sua natureza primária que se
integra na sua condição de ser livre e belo. Para que isto se realize propõe que se deve curar a cisão mente-
corpo. Assim, a presente Pesquisa investigou, por meio da Pesquisa Bibliográfica, a Análise Bioenergética
como proposta para o ser humano reencontrar-se com o seu corpo e tirar proveito da vida que há nele. Os
Objetivos Específicos, próprios dessa Pesquisa, constituiram-se em: descrever os principais conceitos da
Bioenergética, analisá-la como técnica psicoterapêutica e propor técnicas que ajudem o ser humano a
reencontrar-se com seu corpo. Intencionou-se, pois, elucidar a Análise Bioenergética e sua relevância para o
corpo e a vida humanos. Conclui-se, portanto, que esta teoria e técnica, ajudam o ser humano a integrar-se
como corpo-mente, por meio dos exercícios específicos e pelas análises das histórias e dos corpos que
guardam as experiências.
Membros da Banca
______________________________________ ______________________________________
Mara Cristina Binz Arlene Beatriz Schauffert de Amorim
Professora convidada Professora convidada
______________________________________
Prof. Msc. Aurino Ramos Filho
Professor Orientador
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1 INTRODUÇÃO
O ser humano faz diferentes viagens durante a sua vida, pois somos seres
de passagens. Essas passagens são do útero para a vida, do bebê para a criança,
da adolescência para o adulto, do adulto para a velhice, da velhice para a morte.
Aspectos emocionais, corporais, sociais, existenciais, espirituais e transcendentais
estão presentes nas passagens da vida, desde o útero até a morte do ser
humano.
A partir de minhas curiosidades relacionadas às passagens de minha vida e
de outros seres humanos, surgiu o desafio de estudar e compreender os
comportamentos e personalidades por meio de uma teoria da Psicologia, que além
dos aspectos hereditários, psicológicos, sociais e espirituais, estuda o ser humano
no aspecto corporal também. Segundo Lowen (1977), “o terapeuta bioenergético
analisa não apenas o problema psicológico do paciente como o faria qualquer
analista, mas também a expressão física do problema, à medida que é manifesto
em sua estrutura corporal e movimento” (p. 16).
“Ser capaz de ver e compreender as expressões corporais é o que constitui
a bioenergética” (LOWEN, 2007, p. 126). Portanto, para compreender o
comportamento do ser humano, um dos aspectos é avaliar o nível de energia do
seu corpo.
A bioenergética fundamenta que cada ser é o seu corpo. “Nenhuma pessoa
existe fora do corpo vivo, através do qual se expressa e se relaciona com o mundo
à sua volta” (LOWEN, 1982, p. 47). Portanto, “dado que o seu corpo expressa
quem você é, ele também indica a intensidade de sua presença no mundo”
(LOWEN, 1982, p. 48).
Além de estudar e compreender o ser humano, a Análise Bioenergética,
propõe técnicas para ajudá-lo. Pois seu objetivo é segundo Lowen (1985), “é um
corpo cheio de vida, capaz de experienciar totalmente prazeres e dores, alegrias e
tristezas da vida” (p. 18). Portanto, criou exercícios especiais para o ser humano
praticar em sessões terapêuticas, em aula e em casa.
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2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1.1 Grounding
Para a Bioenergética, grounding significa “fazer a pessoa entrar em contato
com o chão. Estar em contato com o chão é o oposto a ter uma “obsessão”, a
estar no ar” (LOWEN, 1982, p. 169).
O Grounding (Ground= solo, chão) é um exercício conceituado,
especificamente, pela Bioenergética. “Grounding, ou seja, fazer com que o
paciente tenha contato com a realidade, com o solo onde pisa, com seu corpo e
sua sexualidade, tornou-se umas das pedras fundamentais da bioenergética”
(LOWEN, 1982, p. 35).
Alguns seres humanos acreditam estar com os pés no chão, mas a partir
dos exercícios de grounding, alguns podem sentir vibrações em suas pernas e
então compreender melhor o que é estar grounded ou estar com os pés no chão.
Este processo pode vir a ser, lento ou rápido, pois depende da estrutura corporal
de cada pessoa, algumas sendo mais tensas e rígidas, enquanto, outras não.
Tem por objetivo criar um senso de grounding postural que tem por
objetivo desenvolver capacidades de autonomia, ou seja, um crescimento
a partir de posições infantis para outras mais adultas, aumentar a carga
energética e a excitação geral no organismo (p.42).
A ligação que a criança faz com seu contexto familiar, segundo Weigand
(2005) “toma a forma de amor e boa sorte, não importando se a família é nutritiva
ou negligente; os valores, hábitos, crenças e atos da família se inscrevem na
consciência e passam a fazer parte da identidade” (p. 62).
Portanto, a partir do momento que o ser humano,
Apóia seus pés no chão, seus braços se levantam para os céus, seus
olhos se abrem para as glórias do universo e seu espírito ascende
exultante com o milagre que é sua vida, sua consciência, o sentir-se
parte de um todo (LOWEN, 1983, p. 43).
2.1.2 Respiração
nos assegura a energia de que precisamos mais oxigênio cria um fogo mais
quente e produz mais energia.”
Respirar é a forma de sentirmos a nós mesmos, os outros e o ambiente. Em
situações em que não queremos sentir, respiramos menos, assim facilitando o
desenvolvimento das tensões musculares.
O foco da Análise Bioenergética é ajudar o ser humano a perceber e liberar
as tensões que o impedem de respirar naturalmente, pois esta não é normalmente
uma coisa da qual deveríamos estar conscientes (LOWEN e LOWEN, 1985).
Portanto, a Bioenergética não quer que o indivíduo force a respiração, e sim que
este tenha consciência desta.
Para Lowen e Lowen (1985), “os movimentos respiratórios são como ondas,
a onda inspiratória começa no fundo na pelve e flui para cima, até a boca. À
medida que vai subindo, as cavidades largas do corpo se expandem para sugar o
ar” (p. 37).
16
Já a onda expiratória “começa na boca e flui para baixo, quando ela alcança
a pelve, esta estrutura move-se suavemente para frente. A expiração induz ao
relaxamento de todo o corpo” (LOWEN e LOWEN, 1985, p. 37).
Nos seres humanos com peito inflado a expiração é forçada, pois segundo
Lowen (1985), “o peito inflado é uma defesa contra o sentimento de pânico, o qual
está relacionado ao medo de não ser capaz de conseguir ar suficiente. Por outro
lado, as pessoas que têm medo de ir ativamente ao encontro do mundo, têm
dificuldade em inspirar” (p. 37).
“A respiração também está vinculada à voz, para produzir um som, é
preciso deslocar o ar através da laringe. E durante a emissão de um som pode-se
ter certeza da respiração” (LOWEN e LOWEN, 1985, p. 39).
Os seres humanos são algumas vezes proibidos de soltarem um grito, ou
melhor, um som alto, esta restrição severa pode limitar a respiração. Segundo
Lowen e Lowen (1985), “por estas razões, as pessoas em terapia bioenergética e
em aulas de exercício são encorajadas a vocalizar ou emitir um som prolongado
enquanto fazem exercícios ou respiram” (p. 39).
“Os exercícios de respiração ajudam um pouco, mas não fazem nada para
reduzir a tensão e restaurar o padrão respiratório natural” (LOWEN e LOWEN,
1985 p. 35). Para se fazer isto é necessário aprender a liberar as tensões.
Na Análise Bioenergética existem alguns mandamentos, os quais são: não
prender sua respiração, deixar-se respirar.
2.1.3 Sexualidade
O ser humano deve soltar sua pelve, para desimpedir o fluxo de suas
sensações sexuais. “Portanto, o modo como a pessoa conserva sua pelve é um
objeto de estudo tão importante quanto o modo como esta pessoa mantém sua
cabeça” (LOWEN e LOWEN, 1985, p. 46).
Quando a pelve está para frente, o ser humano poderá sentir as sensações
sexuais fluírem diretamente para os genitais, órgão de descarga, e quando estiver
para trás, está em posição de ser carregada (LOWEN e LOWEN, 1985).
A barriga é o reservatório de sensações sexuais, mas se contrairmos ela e
mantermos a pelve para frente, esta função de reservatório fica perdida (LOWEN,
e LOWEN 1985).
Segundo Lowen e Lowen (1985), prendendo a respiração e imobilizando a
pelve “como resultado, a pessoa não está sexualmente viva e tem de ser “ligada”;
está em grounding em sua natureza sexual” (p. 49).
Reich acreditava que a repressão do trauma original era mantida por uma
supressão das sensações sexuais. Esta supressão constituía a
predisposição ao sintoma histérico, transformado mais tarde em algo
concreto por um incidente sexual posterior. Para Reich a supressão das
sensações sexuais mais a atitude caracterológica concomitante
constituíam a verdadeira neurose; o sintoma em si não passava de uma
expressão observável. A consideração desse elemento, mais
precisamente, o comportamento e a atitude do paciente em relação à
sexualidade, introduziu um fator “econômico” no problema da neurose. O
termo “econômico” se refere às forças que predispõem um indivíduo para
o desenvolvimento de sintomas neuróticos... (p. 14).
Segundo Reich (1975), “já que o processo vital e processo sexual são um
só e mesmo processo, não é preciso dizer que a energia vegetativa e sexual é
ativa em tudo quanto vive” (p. 105).
Para Lowen (1982), “uma descarga sexual satisfatória eliminará o excesso
de excitação no corpo, reduzindo em grande medida o nível geral de tensão. No
sexo a excitação excessiva torna-se centralizada no aparelho genital e é
descarregada no momento do clímax” (p. 213). A partir desta descarga o ser
humano sente-se mais relaxado, se isto não houver talvez seja por não ter tido um
contato sexual pleno, assim acumulando mais energia e levando a uma inquietude
na pessoa que não atingiu o clímax.
“Nem todo clímax é completamente insatisfatório. Há descargas parciais,
em que apenas uma fração da energia acumulada é descarregada” (LOWEN,
1982, p. 214).
Segundo Lowen (1982), “Reich empregava o termo “orgasmo” em sentido
muito especial, para fazer referência à entrega completa à excitação sexual, com o
envolvimento completo do corpo nos movimentos convulsivos da descarga” (p.
214).
“Uma resposta total a uma situação qualquer é incomum na nossa
sociedade, pois estamos envolvidos em uma carga muito grande de conflitos para
nos entregar de modo completo a qualquer sentimento que seja” (LOWEN, 1982,
p. 214).
Para Lowen (1982), “seria correto utilizar a palavra “orgasmo” para
descrever uma descarga sexual na qual há movimentos involuntários e
convulsivos espontâneos e agradáveis no corpo e na pelve, sentidos como
satisfatórios” (p. 215). Caso ocorra o aparato genital somente para descarga e
liberação não se deve usar o termo orgasmo e sim, ejaculação para o homem e
clímax para a mulher (LOWEN, 1982). “Para que a resposta mereça ser chamada
de orgasmo, a descarga deveria ampliar-se para outras partes do corpo: pelve e
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Segundo Freud (1997) “creio, pois que a amnésia infantil, que converte a
infância de cada um numa espécie de época pré-histórica e oculta dele os
primórdios de sua própria vida sexual, carrega a culpa por não se dar valor ao
período infantil no desenvolvimento da vida sexual” (p. 54). “Já em 1896 frisei a
significação da infância para a origem de certos fenômenos importantes que
dependem da vida sexual, e desde então nunca deixei de trazer para primeiro
plano o fator infantil na sexualidade” (FREUD, 1997, p. 54).
A supressão da curiosidade sexual da criança e da sua tendência a brincar
com assuntos ligados à prática do amor elimina o ludismo natural das crianças,
não tendo permissão para manifestar-se livremente e plenamente (LOWEN,
1982). “Podem ser enterradas na consciência ou removidas de lá, mas
permanecem nas camadas subterrâneas da personalidade, emergindo quando há
oportunidade na forma de perversões das tendências naturais” (LOWEN, 1982, p.
50). Para Lowen (1982), “neste caso, as qualidades infantis não foram integradas
à personalidade, tendo permanecido isoladas e encapsuladas, formando corpos
estranhos ao ego” (p.50).
Lowen, segundo Weigand (2005), “colocou que o objetivo da psicoterapia
bioenergética era, para ele, auto-percepção, auto-expressão, e auto possessão,
ou seja, conhercer-se, expressar sua verdade e ser dono de si mesmo” (p. 27).
Portanto, “coloca o ego saudável como objetivo principal da psicoterapia, e a
manifestação da sexualidade como uma das formas de expressão desse ego
saudável” (WEIGAND, 2005, p. 27).
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2.1.4 Motilidade
2.1.5 Vibração
pernas, esta pode subir pelo corpo, causando uma poderosa ação vibratória no
tronco” (LOWEN, 2007, p. 190).
Segundo Lowen (2007), “a vibração forte demais pode gerar ansiedade no
paciente, quando ocorre durante uma sessão terapêutica, pode tomar conta do
ego, fazendo a pessoa se recolher a regredir” (p. 190). Isso acontece quando o ser
humano, cujo corpo não agüenta uma carga forte. (LOWEN, 2007).
“O corpo vivo permanece num estado de vibração que se manifesta em
minúsculos tremores pelo corpo, visíveis até mesmo quando este está em
repouso. Os olhos, por exemplo, nunca ficam completamente imóveis quando
abertos” (LOWEN, 2007, p. 191).
Para Lowen (2007), “todo problema neurótico encontra raízes em um
estado corporal de depressão vibratória, apesar do fato de algumas pessoas
neuróticas funcionarem num estado hiperativo, mas isso não significa que sejam
mais vivas e tenham mais energia” (p. 192).
cujo contato com seu corpo e sentimentos está reduzido em grande parte” (p.
132).
Segundo Lowen (1982), “o termo esquizóide deriva de esquizofrenia e
denota um indivíduo em cuja personalidade encontram-se tendências à formação
do estado esquizofrênico” (p. 132). Estas tendências são: cisão no funcionamento
unitário da personalidade e o refúgio dentro de si mesmo, rompendo ou perdendo
contato com a realidade externa (LOWEN, 1982).
“Há energeticamente, uma cisão do corpo na altura da cintura; resulta daí
uma falta de integração entre as partes superior e inferior” (LOWEN, 1982, p. 133).
Para Lowen, (1982, p. 134), “frequentemente, há uma discrepância
marcante entre as duas metades do corpo. Em muitos casos, não parece
pertencerem à mesma pessoa.”
A pessoa com estrutura de caráter esquizóide, segundo Lowen (1977), “não
tem a sensação de que ele é o seu corpo; ao contrário, sente que o corpo é a
moradia de seu self sensível e intelectivo” (p. 324).
Em relação ainda a estrutura de caráter esquizóide, Lowen (1982) comenta
que, “em todos os casos, há uma evidência inequívoca de ter ocorrido uma
rejeição logo no início da vida da pessoa, por parte da mãe, que foi sentida como
ameaça à sua vida” (p. 135).
Para a estrutura de caráter oral, segundo Lowen (1982), “as pessoas
dotadas deste tipo de estrutura, demonstram uma independência exagerada que,
no entanto, não se sustenta em situações de tensão” (p. 136).
“A estrutura oral é um estado de baixa carga energética. A energia não está
fixada no centro, como na condição esquizóide, porém, flui até a periferia do
corpo, de modo minguado” (LOWEN, 1982, p. 136).
Para Lowen é frequente encontrar sinais físicos de imaturidade na estrutura
caráter oral (LOWEN, 1982). “A pelve é menor do que o normal, tanto para
homens quanto para mulheres. Em algumas mulheres, todo o processo de
crescimento é retardado, conferindo-lhes corpos de criança” (p. 137).
Algumas das características dessa estrutura de caráter oral são
sentimentos de vazio interior e a solidão (LOWEN, 1977).
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Como fator histórico para esta estrutura de caráter oral, segundo Lowen
(1982), “aprivação inicial pode ser devida à perda real de uma figura materna
calorosa e amiga, seja por morte, doença ou ausência determinada pela
necessidade de trabalhar” (p. 138).
“É comum ter havido outras experiências de desapontamento no início da
vida, quando criança tentou buscar contato, calor humano e apoio com pai,
irmãos, irmãs e não obteve” (LOWEN, 1982, p. 138).
A estrutura da pessoa de caráter psicopática, requer muita cautela, pois é
considera complexa. “Um dos aspectos da pessoa com essa estrutura de caráter,
é a motivação de poder e a necessidade de dominar e controlar” (LOWEN, 1982,
p. 139).
A condição bioenergética desta estrutura de caráter segundo Lowen (1982,
p. 139), “a cabeça comporta uma carga de energia acima do normal, o que
significa a existência de uma hiperexcitação da capacidade mental; daí resulta
uma contínua atenção aos meios de conseguir controlar e dominar as situações.”
Nas suas características físicas “pode-se perceber tensões musculares
graves ao longo da base do crânio, na região do segmento oral, representativas
de uma inibição do impulso de sucção” (LOWEN, 1982, p. 141).
“O indivíduo de personalidade psicopática precisa de alguém para controlar-
se e, embora aparentemente alguém possa controlá-lo, depende dele também”
(LOWEN, 1982, p. 141).
Para Lowen (1982), “o mais importante dos fatores etiológicos desta
condição é a presença de um pai (ou mãe) sexualmente sedutor” (p. 142).
Na estrutura de caráter masoquista, Lowen (1982), “descreve aquele que
sofre e lamenta-se, que se queixa e permanece submisso. A tendência
masoquista predominante é a submissão” (p. 143).
compreensões individuais ou até mesmo coletivas, mas que muitos de nós nos
identificamos e nos encantamos com essas idéias, mas não a sentimos e
compreendemos de forma semelhante ao outro. Portanto, o bom psicoterapeuta
deve ter um conhecimento e compreensão da teoria usada em sua prática clínica,
mas deve ter o cuidado para não reduzir seus clientes por meio de suas teorias e
significações subjetivas, tendo assim, um olhar humano, acolhendo seus clientes
de forma humanizada.
“A abordagem terapêutica almeja ajudar os pacientes a abrir mão de sua
postura defensiva, o que pode acontecer somente se eles compreenderem o
quanto esse comportamento os mobiliza” (LOWEN, 2007, p. 268). Mas o cliente
deve ter coragem para enfrentar esse processo, pois este trás momentos de
alegria e tristeza também. Através de uma mobilização dos processos energéticos
do corpo, a coragem pode aumentar (LOWEN, 2007). Este trabalho deve ser feito
com um bom psicoterapeuta, e este é bom se atravessou a escuridão do seu
próprio medo (LOWEN, 2007).
O compromisso com a vida, segundo Lowen (2007),
gracioso e sua qualidade de ser belo (LOWEN, 1982, p. 38). Portanto, seu objetivo
é ajudar o ser humano para que este volte a ser espontâneo, aberto para a vida e
ao amor.
A pessoa que está praticando este exercício deve sentir como está sua
respiração, se está presa ou não.
Deve perceber se sua barriga se contraiu. Pois se contraiu, para Lowen e
Lowen (1985, p. 51) “estava eliminando as sensações sexuais.”
O importante neste exercício é perceber se a pessoa teve grounding, pois
se não teve, o balanço pélvico mostra a falta de uma tonalidade emocional
(LOWEN e LOWEN, 1985). Segundo Lowen e Lowen(1985),
Para entender melhor isto, considere o que acontece com uma corda de
violão que está solta de um lado. Se ela for vibrada, se moverá, mas o
movimento não produz um som musical. Isto acontece apenas quando a
corda está firme dos dois lados e com uma tensão adequada (p. 51).
contrário, “se você está com medo de deixar-se levar (medo de soltar a cabeça),
seus movimentos serão apenas mecânicos” (LOWEN e LOWEN, 1985, p. 59).
Deve ser avaliado se a pessoa que praticou o exercício, se ela parou
abruptamente os movimentos ou deixou que eles fossem se esgotando. Para
Lowen e Lowen (1985), “parar abruptamente é como frear o carro repentinamente
e violentamente e indica um medo de deixar que o movimento alcance um término
natural” (p. 59).
É importante avaliar, se os joelhos ficaram dobrados de modo que os
impactos atingiram só os calcanhares. (LOWEN e LOWEN, 1985). Pois, este “tipo
de movimento resulta de uma tensão excessiva dos músculos posteriores das
pernas” (LOWEN e LOWEN, 1985, p. 60).
Este exercício pode ser aprofundando, tornando o mais forte, de uma
maneira que a pessoa tente dizer “não” enquanto esperneia, como um protesto
forte (LOWEN e LOWEN, 1985). Portanto, este exercício é uma das maneiras de
avaliar a auto-expressão, entre outros.
No seguinte exercício proposto pela Bioenergética, um dos objetivos é
ajudar a pessoa a sentir ou entrar em contato com seu corpo. “Isto é necessário
porque muitas pessoas vivem, em suas cabeças, com uma consciência muito
pequena do que está se passando abaixo de seus pescoços” (LOWEN e LOWEN,
1985, p. 63).
A pessoa que praticá-lo deve sentar-se numa cadeira, levantar os braços e
fazer um arco para trás com as costas sobre o espaldar da cadeira (LOWEN e
LOWEN, 1985). Segundo Lowen e Lowen (1985), “dê uma boa esticada e a
mantenha por 30 segundos, mais ou menos. Enquanto isto, a pessoa deve
respirar tranquilamente e profundamente pela boca (LOWEN e LOWEN, 1985).
Assim terminado o exercício, deve ser percebido se as costas pressionaram
a cadeira, se estavam presas ou relaxadas e se foi doloroso ou não. Também
deve ser avaliada a respiração, se foi respirado normalmente nesta posição
(LOWEN e LOWEN, 1985).
49
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
pela força dos impulsos e pelas defesas levantadas no sentido de controlá-los” (p.
132).
Além de compreender melhor a nossa sociedade como controladora e
neurótica, pude observar e sentir que vivemos de forma alienada, e esta filosofia
que a Análise Bioenergética nos convida a vivenciar, pode nos ajudar a sermos
humanos, mais felizes e saudáveis, pois nos abre um caminho de luz, mas que
não deixa de ser perturbador.
Nem todas as pessoas se encantam com as técnicas bioenergéticas, pois
algumas delas têm medo de qualquer forma de manifestação mais forte, mas isto
acaba limitando-as de se expressarem de forma mais espontânea, mais natural
(LOWEN, 2007). “O poder terapêutico da análise bioenergética atrai muitas
pessoas, que percebem como são amedrontadas e como sua vida é limitada”
(LOWEN, 2007, p. 240).
Esta abordagem ajuda o ser humano a aproximar-se da espontaneidade e
da consciência mística da vida, diluindo suas neuroses e alienações, afastando-o
de sua consciência mecanicista, pois, principalmente nos países ocidentais,
perdeu-se esse olhar místico sobre a vida. No entanto, por esses e outros motivos
é que a Análise Bioenergética se expandiu no Brasil, possibilitando ajudar as
pessoas a reconquistarem o seu corpo, por meio de todas as áreas da Psicologia,
principalmente na clínica.
Por estarmos em uma época voltada para os estudos das doenças
psicossomáticas, talvez seja essa uma oportunidade para compreender-se melhor
a Análise Bioenergética, e o que está nos tem a ensinar na relação dos processos
energéticos sobre a mente humana.
Creio que esta é uma teoria revolucionária, que vai além da verbalização,
incluindo estados somáticos não verbais, pois o psicoterapeuta pode tocar no seu
cliente, pode chorar se sentir que é necessário, assim conquistando sua
confiança, para que este possa abrir seu coração e expressar as profundezas de
sua alma.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,
1991.
6 OBRAS CONSULTADAS
FRANKL, Viktor Emil. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de
concentração. Tradução de Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline; Revisão
técnica de Helga H. Reinhold. 23. Ed.