Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
C ONSELHO E DITORIAL
Bertha K. Becker
Candido Mendes
Ignacy Sachs
Jurandir Freire Costa
Ladislau Dowbor
Pierre Salama
Candido Mendes (org.)
Enrique Larreta (ed.)
Copyright © 2003, dos autores
Revisão
Cláudia Rubim
Editoração Eletrônica
Luiz Oliveira
Capa
Estúdio Garamond
sobre detalhe de
“O jardim das delícias” de H. Bosch
ISBN 85-7617-005-1
CDD-128
CDU-168.522
Candido Mendes
79
CANDIDO MENDES
Não é outro o domínio em que, para além dos tentáculos mais am-
biciosos da causação — seus feedbacks, suas retorções —, articu-
lava-se um mundo que se funda, de supostos que se sobrepassam e
subvertem o contínuo no caminho de um logos entregue à sua es-
pecífica e evasiva regra e dinamismo.
80
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
81
CANDIDO MENDES
82
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
83
CANDIDO MENDES
84
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
85
CANDIDO MENDES
86
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
87
CANDIDO MENDES
88
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
89
CANDIDO MENDES
90
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
91
CANDIDO MENDES
92
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
93
CANDIDO MENDES
94
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
95
CANDIDO MENDES
96
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
97
CANDIDO MENDES
98
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
99
CANDIDO MENDES
100
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
101
CANDIDO MENDES
102
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
103
CANDIDO MENDES
104
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
105
CANDIDO MENDES
106
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
107
CANDIDO MENDES
Configurações-Limite da Representação
Mas, tanto a pólis quanto a videoesfera ainda professariam a
crença e, sobretudo, a política na longa manus da representação
compensatória, ambas fazendo do espetáculo o último configurador
das dimensões cívicas dessas totalidades sociais. Dá-se um
contraponto entre o mundo dos espaços performáticos do atletismo
da excelência, da liberdade na ágora, no teatro, tal como a
videoesfera mantém hoje, pela desubiquação-limite do mundo da
representação, a gratificação simbólica do acesso para além do es-
petáculo. Em todo o enorme arco descrito, dos pródomos da Ática
clássica ao universo da monitoria da subjetividade pelos satélites,
registrar-se-iam momentos canônicos em que os dois modos da
representação se transformaram em garantias da reflexão da pólis e
da partilha de seu pletus.
No Renascimento, deparamos esse novo partido dentro do cená-
rio da protagonização atlética, por excelência, possibilitado pelo
paradigma da corte. Neste, os desempenhos desenham-se diversos,
incomunicáveis e, todos, igualmente gratificantes — na inserção or-
gânica da elite na protagonização pantográfica do rei-sol, figuração
exatíssima de todas as deixas exasperadas na etiqueta — remissão,
aí, da festa do sentido e do accomplishment —, subseqüentemente
irradiável, como espetáculo, à coletividade toda. Tanto é palco per-
manente, sem bastidores, a coletividade dominante e sua coreografia
exata, tanto a recebe e a configura a massa — teatro feito já da ribalta
internalizada, que tem como fianças, esse milagre da coexistência à
distância, da hierarquia e das marcações intransgredíveis.
A da Atenas do séc. V a.C. lograva caldear e assegurar a pletora
de um protagonismo do desforço, com o de sua justificação pelos
não-partícipes do mesmo desafio. Por argüição exaustiva, o logos
108
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
109
CANDIDO MENDES
110
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
111
CANDIDO MENDES
112
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
113
CANDIDO MENDES
114
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
115
CANDIDO MENDES
116
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
117
CANDIDO MENDES
118
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
119
CANDIDO MENDES
120
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
121
CANDIDO MENDES
122
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
123
CANDIDO MENDES
124
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
125
CANDIDO MENDES
126
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
127
CANDIDO MENDES
128
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
A Trampa da Consciência
O último efeito, pois, da complexidade, hoje, a caminho da
hipercomplexidade, mercê da exponencial da globalização, é esse
desarticular dos eixos de consciência, suscetíveis de buscar deno-
minadores para uma confrontação que sempre situava os ins e os
outs. É o que se dava — nos desenhos toynbeenianos — com os
proletariados externos dos impérios, junto às fronteiras destes, numa
zona gris que permitia o seu comércio elementar, a baixa da guarda
e o começo de uma efetiva e criadora aculturação. Não encontra-
129
CANDIDO MENDES
130
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
de. Está-se apenas na soleira dessa percepção, que não pode implí-
cita no foquismo. Desaparece essa longa estacada dos proletaria-
dos externos às portas da organização coletiva, hoje a dispor de
ameias inescaláveis. Ela se encastela nessa espiral da complexidade,
a garantir-lhe, sempre, acima, a sua reprodução e hegemonia.
O novo, no caso de Chiapas, começa inclusive pelo seu disfarce
no cansadíssimo desenho da exclusão, aninhável no quadro fundiário
clássico da terra e agravada, no retrato convencional, pela erradicação
simultânea da identidade primordial de um tribalismo autóctone guar-
dado nos fundos primevos do Yucatán. Mas o que parecia ser só
mais um movimento, lido como anacrônico e repetitivo, mudou de
registro. Lançou-se à pretensão tética, mesmo se só se valesse de
uma heurística instintiva para manter o arco mais amplo da repre-
sentação a que se arremessava. Cometia-se aí uma reflexão — in
totum, sem concessões de amplitude — do modelo neoliberal de
organização da supersociedade contemporânea. Nesse intento, lan-
çou-se, pontualmente, à colheita dos desalinhamentos e das ruptu-
ras erráticas, à primeira vista, daquele centro em fuga à frente, a
definir patamares de enfrentamento, feitos fósseis imediatos da do-
minação e largados entre os degraus da espiral hegemônica.
131
CANDIDO MENDES
132
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
133
CANDIDO MENDES
134
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
A Vingança da Anomia
Está-se, pois, nessa geografia da globalização — que só com-
porta jogos elementares de atrações ou repulsões —, em plena
vigência da trama da atração geral dos superpólos, que o merca-
do impõe aos primitivos regimes de gravitação do capitalismo.
Caminhamos, por aí, para o quadro exatamente contrário ao da
velha perspectiva de revolução de um proletariado externo à
hegemonia ocidental, expressa pelo foquismo, em toda a visão
dos 60, com seus estratégicos e seus mártires propiciatórios, à
frente Che Guevara. Nesse jogo, a revolução dependeria de uma
inversão do peso das forças, a largo prazo, numa sociedade de
engastes e contra-engastes, em que os destituídos, supondo uma
organização comunitária latente para o levante, irromperiam aqui
e ali, terminando por “fechar o circuito” de uma insurreição.
Todo foquismo vive dessa premissa, de uma identidade de situa-
ções potenciais cuja ignição se faria tão-só pela primeira ação
paradigmática, ligando o gatilho da mobilização inestancável e
agregante.
De qualquer forma, essa visão dos contrapontos, entre inser-
ções e exclusões coletivas, vive ainda do decalque de um proleta-
riado externo todo percorrido pelas formações de um despegue,
ou saída de seu quadro inercial, bruscamente amadurecido para o
fechamento de sua contratrama, através dos multifocos, que pe-
gam fogo.
135
CANDIDO MENDES
136
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
137
CANDIDO MENDES
138
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
Referências Bibliográficas
139
CANDIDO MENDES
140
DISCURSO E ENTROPIA DA REPRESENTAÇÃO
141