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BOTELHO MIMR ET AL.

Artigo Original
Original

AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA DISFAGIA


DISFAGIA DE LACTENTES EM UTI NEONAT
NEONATAL
M ARIA IZABEL M ARTINS R EDONDO BOTELHO *, ARIOVALDO A RMANDO DA S ILVA
Trabalho realizado na Faculdade de Ciências Médicas – Universidade Estadual
de Campinas – UNICAMP, Campinas, SP.

RESUMO – OBJETIVOS. Os objetivos deste trabalho foram: 1) detec- a) sensibilidade na cartilagem aritenóidea, b) o choro, c) a aspira-
tar os critérios clínicos na avaliação da disfagia em lactentes ção, d) a queda de saturação, e) a penetração. Utilizou-se o teste
sindrômicos e patológicos; 2) testar a hipótese de associação entre exato de Fisher para pequenas amostras e cada hipótese foi testada
achados funcionais e/ou videoendoscópicos; 3) mostrar a importân- com nível de significância de 0,05.
cia da atuação conjunta entre o fonoaudiólogo e o médico RESULTADOS. Observou-se que existe uma relação de dependência
otorrinolaringologista na avaliação da disfagia nesses lactentes. estatisticamente significativa entre as variáveis: 1) aspiração após fase
MÉTODOS. A amostra foi composta por 15 lactentes nascidos no faríngea e a penetração (alta e baixa) e 2) sensibilidade extra-oral nas
Hospital Maternidade de Campinas (SP), para os quais houve bochechas e a sensibilidade na cartilagem aritenóidea.
solicitação de uma avaliação fonoaudiológica por parte do médico CONCLUSÕES. Este último resultado mostra a associação entre um
neonatologista responsável. Todos os lactentes foram avaliados achado funcional obtido pelo fonoaudiólogo e um achado
uma vez pelo mesmo fonoaudiólogo e pelo mesmo médico videoendoscópico do médico otorrinolaringologista, o que evidencia
otorrinolaringologista. A avaliação funcional da deglutição obser- a importância do trabalho conjunto desses dois profissionais da saúde.
vou: a) a sensibilidade táctil extra-oral, b) a sensibilidade táctil
intra-oral, c) o reflexo nauseoso e d) a movimentação dos UNITERMOS: Disfagia. Lactentes. Deglutição. Avaliação fonoaudiológica.
bucinadores. A avaliação da deglutição videoendoscópica analisou: Videoendoscopia da deglutição. UTI neonatal.

INTRODUÇÃO lidades estruturais ou funcionais, como a alte- disfagia em neonatos e lactente são:
A deglutição é dividida em três fases prin- ração que os recém-nascidos pré-termo apre- 1) prematuridade (distúrbio transitório),
cipais: a fase oral, a fase faríngea e a fase sentam devido à imaturidade no mecanismo 2) anomalias da via aérea/digestiva superior,
esofágica. A deglutição faríngea é uma das de sucção. As anormalidades da função 3) defeitos congênitos da laringe, traquéia
primeiras respostas motoras na faringe e está faríngea levam à dificuldade de alimentação e esôfago, 4) defeitos anatômicos adquiri-
presente em torno da 10ª e 11ª semana na vida caracterizada por engasgo, tosse, náusea, dos e 5) defeitos neurológicos 7 .
fetal 1. A freqüência respiratória e o volume regurgitação, refluxo faringonasal, baixo ganho O fonoaudiólogo é um dos profissionais
corrente diminuem durante o ato de alimenta- ponderal, “distress” respiratório e aspiração, responsáveis pela avaliação da disfagia, mas a
ção, período em que se observa dessaturação que ocorrem mais na ingestão de líquidos 4. A decisão pelo encaminhamento para uma
transitória da oxiemoglobina2. Assim a imaturi- disfagia funcional aspirativa é o distúrbio de avaliação deste profissional cabe ao médico
dade funcional do lactente, particularmente o deglutição mais temido, provocado pela aspi- neonatologista responsável pelo lactentes. Tal
prematuro, é um dos fatores predisponentes à ração, que é a passagem de material abaixo das avaliação deve ser feita nos seguintes casos
aspiração. Existe uma relação entre penetra- pregas vocais5, podendo ocorrer nas seguintes clínicos: utilização de sonda gástrica, sucção
ção laríngea profunda e aspiração 3. situações: antes da fase faríngea, durante a fase fraca, quando existir preocupação com aspira-
Na literatura há várias formas de se classi- faríngea e depois da fase faríngea. ção, vômitos, refluxo nasal, refluxo gastroe-
ficar as disfagias. Considerou-se as seguintes: A adequada avaliação da disfagia deveria sofágico, prematuridade, paralisia cerebral e
1) disfagia segundo a fase da deglutição ser responsabilidade de uma equipe multidis- outros 1,8,9. Não existe um protocolo de ava-
(oral, faríngea e esofágica) e 2) disfagia segundo ciplinar. Dela participariam otorrinolaringo- liação universalmente aceito para avaliar a ali-
a fisiopatologia do distúrbio. logistas, fonoaudiólogos, nutricionistas, equipe mentação em neonatos e/ou lactentes 1. Não
No recém-nascido a disfagia oral geral- de enfermagem e outros 6. A avaliação clínica obstante, alguns autores propuseram roteiros
mente apresenta-se como sucção débil, que deve informar a etiologia da disfagia, a possível e sugestões de avaliações 10,11,12. No presente
pode ser primariamente causada por anorma- localização topográfica da dificuldade, os as- trabalho, os itens selecionados para a pesquisa
pectos anatômicos e fisiológicos envolvidos, baseiam-se na avaliação das autoras Glass &
deve estimar o risco de aspiração pulmonar, Wolf 12: sensibilidade ao toque, reflexo nau-
discutir testes e procedimentos necessários seoso, movimentação dos bucinadores e ava-
Correspondência:
R. Cel. Spínola de Castro, 4365,
para o diagnóstico e a terapêutica, bem como liação videoendoscópica da deglutição.
Apto. 164 – Bloco A – Centro métodos alternativos de manuseio na alimen- Leder 13 constatou em sua amostra, que
15015-500 – S.J Rio Preto - SP tação. As principais etiologias relacionadas à 95% dos pacientes adultos com reflexo

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA DISFAGIA EM UTI NEONATAL

nauseoso não apresentaram aspiração larín- do de São Paulo. Os lactentes da amostra movimento de boca ou cabeça. A reação no
gea. Também não encontrou relação estatisti- tiveram idade gestacional entre 28 semanas e lábio superior pode apresentar-se como uma
camente significativa entre a incidência do re- 39 semanas e sete dias e solicitação de avali- leve extensão de cabeça e, no lábio inferior,
flexo nauseoso e a idade, assim como nenhu- ação fonoaudiológica e otorrinolaringológica com uma leve flexão de cabeça.
ma relação foi encontrada entre a prevalência pelo médico neonatologista responsável. Sensibilidade táctil intra-oral
da aspiração e o reflexo nauseoso ou movi- Todos foram avaliados, por esses profissio-
mento velar na fala 13. nais, 28 dias após o nascimento, idade que é A avaliação da sensibilidade táctil intra-oral
A avaliação instrumental pode ser reali- classificada pela Pediatria como lactente. Os na papila palatina consiste em um toque com
zada por meio de videofluoroscopia, cintilo- critérios clínicos que motivaram a solicitação leve pressão do dedo indicador com luvas,
grafia, ultra-sonografia e videoendoscopia da da avaliação constavam da ficha de observando-se a presença ou ausência de re-
deglutição, mas somente a ultra-sonografia e interconsulta. A coleta de dados foi efetuada ação no lactente. A reação é considerada pre-
em um período de cinco meses. Todos os sente quando a língua é direcionada ao dedo
a videofluoroscopia são procedimentos roti-
lactentes pertencentes à amostra foram sub- do examinador.
neiramente usados para avaliar a disfagia na
metidos a avaliações realizadas por um mes- A avaliação da sensibilidade nas metades
infância1.
mo médico otorrino-laringologista e pelo direita e esquerda da língua consiste em um
Alguns autores descreveram a avaliação
mesmo fonoaudiólogo. toque realizado por deslizamento na lateral
fibroscópica da deglutição, desde técnicas do direita (ou esquerda) da língua, iniciando-se na
exame, indicações, contra-indicações e riscos, parte anterior da mesma e seguindo para a sua
como também forneceram informações sobre METODOLOGIA
parte posterior. A reação é considerada pre-
a deglutição de pacientes com disfagias de A avaliação da disfagia nos lactentes foi sente quando a língua lateraliza-se em direção
diferentes causas 14,15. Manrique, Melo & dividida em duas etapas: 1) avaliação funcional ao estímulo dado. O procedimento é realizado
Bühler 16 realizaram a videoendoscopia da da deglutição (fase oral), realizada pelo com o dedo indicador, com luvas.
deglutição em 134 crianças portadoras de pa- fonoaudiólogo, e 2) avaliação da deglutição
ralisia cerebral, com idades variando de quatro videoendoscópica (fase faríngea), realizada Reflexo nauseoso
meses a 14 anos. Eles concluíram que o exame pelo médico otorrinolaringologista. O reflexo nauseoso é testado com o toque
propicia uma avaliação anatômica e funcional do dedo indicador, com luva, nas regiões:
das estruturas envolvidas no processo da Avaliação funcional da deglutição
anterior, médio-posterior e posterior da lín-
deglutição, permitindo a obtenção de um A avaliação realizada pelo fonoaudiólogo gua, seguindo em direção à úvula, parede
grande número de informações essenciais iniciou-se com o levantamento da história do posterior da faringe e palato mole. A reação
para o diagnóstico e conduta nas disfagias. prontuário médico do lactente. Os lactentes esperada é a abertura da boca, a extensão de
O oxímetro de pulso deve ser utilizado foram avaliados no colo do fonoaudiólogo. cabeça, e a execução de caretas. O reflexo
durante a alimentação oral de todas as crian- Cada lactente foi avaliado uma única vez, e a nauseoso foi classificado em: anterior, médio-
ças com disfagia grave, para monitorar a satu- avaliação durou em torno de dez minutos. Esta posterior, posterior e ausente.
ração17. A saturação é considerada normal avaliação foi realizada minutos antes do horá-
rio da alimentação, devido à necessidade de os Movimentação dos bucinadores
em 90%.
Os objetivos deste trabalho são: lactentes precisarem estar famintos e em A avaliação consiste em observar a presen-
1) Detectar os critérios clínicos usados estado de alerta, e consistiu em avaliar: ça ou ausência de movimentação dos
pelo médico neonatologista para a indicação Sensibilidade táctil extra-oral bucinadores durante a sucção nutritiva, com o
de avaliação da disfagia em lactentes leite administrado na mamadeira e volume
A avaliação da sensibilidade táctil extra- prescrito pelo médico neonatologista. A rea-
sindrômicos e patológicos; oral nas bochechas consiste de um toque com
2) Testar a hipótese de que dois achados ção será considerada presente quando houver
o dedo indicador em uma das bochechas, formação de sulcos nas bochechas e, junta-
funcionais (na fase oral) e/ou videoendos- inicialmente, e depois na outra, observando-
cópicos (na fase faríngea) são independentes mente, formação de bolhas de leite dentro da
se a presença ou ausência de reação no mamadeira. A reação é considerada ausente
um ao outro; lactente. A reação é considerada presente
3) Mostrar a importância da atuação con- quando não há formação de sulcos, ou o mo-
quando o lactente vira a boca, o rosto ou a vimento é tão débil que não consiga retirar o
junta entre o fonoaudiólogo e o otorrino- cabeça, assim também como apresenta movi-
laringologista na avaliação da disfagia em leite da mamadeira.
mentos labiais em direção ao toque que foi
lactentes sindrômicos e patológicos. dado. O procedimento é realizado sem luvas. Queda de saturação
O procedimento para a avaliação da sensi- Para se verificar se há ou não queda de
MÉTODOS bilidade táctil extra-oral nos lábios é semelhan- saturação, utiliza-se um aparelho denominado
Amostra te ao anterior, com a diferença que o toque é saturímetro ou oxímetro de pulso. É observa-
A amostra foi composta por 15 lactentes, realizado nas comissuras labiais, lábio superior da durante a alimentação do lactente. O teste
nascidos no Hospital Maternidade de Campi- lábio inferior. A reação é considerada presente é efetuado com o volume de leite receitado
nas, situado no município de Campinas, esta- quando o lactente responde ao toque, com pelo médico neonatologista.

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Avaliação da fase faríngea através da Tabela 1 – Freqüência relativa dos distúrbios diagnosticados
videoendoscopia da deglutição
Os lactentes foram avaliados em estado de Distúrbios %
alerta e famintos, para que se pudesse Gastroenterológico 7
alimentá-los durante o exame, que é feito com Estrutural 33
Neurológico 53
o paciente sentado ao colo, sendo todo o Pulmonar 47
procedimento gravado em vídeo. Em seguida,
foi realizado a videonasofibroscopia flexível.
O exame é feito com o nasofibroscópio
Machina 3,2 acoplado a uma micro-câmara, Tabela 2 – Freqüência relativa dos critérios clínicos usados pelo neonatologista para indicação de
conjugado ao sistema de TV e vídeo, sem uso avaliação do diagnóstico da disfagia em lactentes
de anestésico e utilizando-se da narina com Critérios clínicos %
permeabilidade após algumas gotas de vaso- Uso de sonda 100
constrictor tópico. O lactente é colocado em Vômito 40
contenção no colo do fonoaudiólogo sentado Sucção “débil” 33
e com membros fletidos e em linha média. Não deglute a saliva 20
Neste momento observa-se a intensidade de Queda de saturação 47
respostas de repulsa à introdução da fibra. Os Cianose peri-oral 27
lactentes foram monitorados pelo oxímetro Apnéia 13
de pulso, com o carrinho de emergência ao Dispnéia 20
lado. Atentou-se para a presença ou não de
saliva em valéculas ou seios piriformes, ou até
mesmo no vestíbulo ou regiões glóticas. •Queda de saturação: Para se verificar se há •uma avaliação otorrinolaringológica e
Após a alimentação aguarda-se para retirar o ou não queda de saturação utiliza-se o uma fonoaudiológica: sensibilidade nas
nasofibroscópio e capta-se as últimas ima- oxímetro de pulso durante toda a avaliação do aritenóides/ sensibilidade táctil extra-oral nas
gens que podem revelar refluxo pós-alimen- lactente. O teste é efetuado com o volume de bochechas; sensibilidade nas aritenóides / sen-
tação. Durante a realização do exame, o leite receitado pelo médico neonatologista. sibilidade táctil extra-oral nos lábios; sensibili-
neonatologista esteve presente, assim como •Penetração: A penetração de alimento no dade nas aritenóides / sensibilidade táctil intra-
uma enfermeira. espaço supraglótico foi dividida em penetra- oral na papila palatina; aspiração antes da fase
Variáveis analisadas ção alta (até a metade da epiglote sem envol- faríngea / reflexo nauseoso; aspiração após a
ver as bandas ventriculares) e penetração fase faríngea / reflexo nauseoso.
• Sensibilidade nas aritenóides: A sensibilidade baixa (quando resíduos alimentares envol- O teste aplicado para determinar a
nas aritenóides é avaliada pelo toque suave da vem as bandas ventriculares, porém sem significância foi o teste exato de Fisher. Cada
ponta do nasofibroscópio na mucosa que re- ultrapassar a glote). hipótese foi testada com nível de significância
cobre as cartilagens aritenóides e observa-se de 0,05.
se a reação é adequada (quando há reação de Tratamento estatístico
adução da glote) ou diminuída (quando não há Os dados deste estudo apresentam-se sob RESULTADOS
reação eficiente de adução glótica). a forma de freqüências em categorias discre-
• Choro: Ao introduzir o nasofibroscópio, tas, o que exige, para a análise estatística, •Avaliação do médico neonatologista: Foi
avalia-se, por meio da discriminação auditiva, a técnicas não-paramétricas. Procurou-se com- obtida por meio das fichas interconsultas da
qualidade do choro. Categorias avaliadas: for- provar a idéia de que duas classificações são UTI da Maternidade de Campinas. Os distúr-
te, fraco, molhado e ausente. independentes uma da outra, comparando-se bios e os critérios clínicos utilizados pelo médi-
• Aspiração: Observa-se a passagem de ali- os seguintes pares de variáveis: co neonatologista responsável para solicitar a
mento pelas pregas vocais, atingindo a tra- •duas avaliações otorrinolaringológicas: avaliação otorrinolaringológica e fonoaudio-
quéia. Momentos avaliados: aspiração antes da aspiração antes da fase faríngea / penetração lógica em lactentes são apresentados nas Ta-
fase faríngea e aspiração após a fase faríngea. alta; aspiração antes da fase faríngea / penetra- belas 1 e 2, respectivamente. É necessário
Entende-se como aspiração antes da fase ção baixa; aspiração após a fase faríngea / salientar que na ficha de interconsulta de cada
faríngea quando houver escape de leite antes penetração alta; aspiração após a fase faríngea/ lactente constavam dois ou mais distúrbios,
do disparo da deglutição. Após a fase faríngea, penetração baixa; aspiração antes da fase assim como dois ou mais critérios clínicos.
duas situações podem ocorrer: 1) o lactente faríngea / choro; aspiração após a fase faríngea/ •Avaliação fonoaudiológica: Os resultados
aspira resíduos de leite depositados nos reces- choro. da avaliação funcional da deglutição realizada
sos piriformes ou valéculas, 2) após a •duas avaliações fonoaudiólogas: movimen- pelo fonoaudiólogo são apresentados na Ta-
deglutição, o leite reflui do estômago e é tação dos bucinadores / sensibilidade táctil bela 3. Dentre os 67% que apresentaram
aspirado. extra-oral nas bochechas. reflexo nauseoso ao toque do dedo indicador

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA DISFAGIA EM UTI NEONATAL

Tabela 3 – Freqüência relativa observada em avaliações fonoaudiológicas em regiões da língua, 13% foram na região
anterior, 27% na médio-posterior e 27% na
Avaliação Presença posterior.
Sim Não •Avaliação otorrinolaringológica: Os re-
sultados da avaliação da fase faríngea, reali-
Sensibilidade Táctil extra-oral – lábios 53% 47% zada por meio da videoendoscopia da
Sensibilidade Táctil extra-oral – bochechas 33% 67%
Sensibilidade Táctil intra-oral – papila palatina 87% 13%
deglutição é apresentada na Tabela 4. Nes-
Sensibilidade Táctil intra-oral – hemilíngua D/E 100% 0% te trabalho, a sensibilidade nas aritenóides
Reflexo nauseoso 33% 67% foi classificada em adequada e diminuída.
Movimento dos bucinadores / sucção nutritiva 27% 73% Na amostra estudada observou-se que 40%
Queda de saturação 53% 47% apresentaram sensibilidade adequada. Por
outro lado, o choro foi classificado em
forte, fraco, molhado e ausente, como for-
ma de reação à introdução do nasofi -
broscópio. Os resultados: 74% apresenta-
ram choro fraco, 13% choro molhado e
Tabela 4 – Freqüência relativa observada em avaliações otorrinolaringológicas 13% choro forte.
Avaliação Presença • Análise estatística da associação entre avalia-
Sim Não ções médicas otorrinolaringológicas.
Sensibilidade nas aritenóides 100% 0% Com base no teste exato de Fisher, con-
Choro quando da introdução do nasofibroscópio 100% 0% clui-se que os resultados das Tabelas 5, 6, 9 e
Alteração da aspiração antes da fase faríngea 13% 87% 10 não são significativos ao nível de 0,05,
Alteração da aspiração após a fase faríngea 20% 80% enquanto os resultados das Tabelas 7 e 8 são
Penetração alta de alimento no espaço supraglótico 33% 67% significativos. Portanto, nesse nível de sig-
Penetração baixa de alimento no espaço supraglótico 33% 67% nificância, pode-se dizer que: a) a variável
Queda de saturação 47% 53%
aspiração antes da fase faríngea é independen-
te não só da penetração alta como também da
penetração baixa; b) a variável aspiração após
a fase faríngea é relacionada tanto com a pene-
tração alta como também com a penetração
baixa; c) a variável choro (normal – forte e
Tabela 5 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a
aspiração antes da fase faríngea e a penetração alta
anormal – fraco, molhado, ausente) é inde-
pendente tanto da variável aspiração antes da
Penetração Aspiração presente fase faríngea quanto da variável aspiração após
Alta Sim Não Total a fase faríngea.
Sim 2 3 5 •Análise estatística da associação entre avalia-
Não 0 10 10 ções fonoaudiológicas.
Total 2 13 15 Com base no teste exato de Fisher, con-
clui-se que os resultados da Tabela 11 não são
p = 0,095 significativos ao nível de 0,05. Então, nesse
nível de significância, pode-se dizer que não
existe uma associação entre a sensibilidade
táctil extra-oral nas bochechas e a movimenta-
ção dos bucinadores / sucção nutritiva.
Tabela 6 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a • Análise estatística da associação entre avalia-
aspiração antes da fase faríngea e a penetração baixa
ções médicas otorrinolaringológicas e avalia-
Penetração Aspiração presente ções fonoaudiológicas.
Baixa Sim Não Total Ainda utilizando-se o teste exato de Fisher,
Sim 2 3 5 conclui-se que os resultados da Tabela 12 são
Não 0 10 10 significativos ao nível de 0,05, enquanto que os
Total 2 13 15 resultados das Tabelas 13, 14, 15 e 16 não o
são. Portanto, nesse nível de significância,
p = 0,095 pode-se afirmar que: a) existe uma associação

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Tabela 7 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a entre a sensibilidade nas aritenóides e a sensi-
aspiração após a fase faríngea e a penetração alta bilidade táctil extra-oral nas bochechas; b) as
variáveis sensibilidade táctil extra-oral nos lábi-
Penetração Aspiração presente os e sensibilidade táctil intra-oral na papila
Alta Sim Não Total palatina não estão associadas com a sensibilida-
Sim 3 2 5 de nas aritenóides; c) a variável reflexo
Não 0 10 10 nauseoso é independente tanto da variável
Total 3 12 15 aspiração antes da fase faríngea quanto da va-
p = 0,022 riável aspiração após a fase faríngea.

DISCUSSÃO
Tabela 8 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a Inúmeras vezes encontram-se lactentes
aspiração após a fase faríngea e a penetração baixa que, por diversas causas, apresentam desor-
Penetração Aspiração presente dem sensitiva e/ou motora do sistema
Baixa Sim Não Total estomatognático e disfagia. Por meio da siste-
Sim 3 2 5 mática descrita, é apresentada uma possibilida-
Não 0 10 10 de de avaliar-se estes lactentes. O fonoau-
Total 3 12 15 diólogo estaria incumbido da avaliação funcio-
nal da fase oral, enquanto o médico otorrino-
p = 0,022 laringologista se incumbiria da fase faríngea.
Assim obter-se-iam melhores soluções para o
tratamento do lactente com disfagia.
Tabela 9 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a O avanço da assistência à gravidez de risco
aspiração antes da fase faríngea e o choro e o conseqüente aumento de recém-nascidos
Aspiração presente pré-termo, sindrômicos e patológicos, têm
Choro Sim Não Total despertado grande interesse no estudo dos
Normal 0 2 2 distúrbios de deglutição em neonatos e
Anormal 2 11 13 lactentes. Entretanto são poucas as pesquisas
Total 2 13 15
interdisciplinares sobre o assunto.
Nesta pesquisa, os resultados indicam que
p = 0,743 a patologia mais diagnosticada foi neurológica
(53%) seguida de problemas pulmonares
Tabela 10 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a
(47%), estruturais (33%) e gastroenteroló-
aspiração após a fase faríngea e o choro gicos (7%). Por outro lado, os critérios clíni-
cos utilizados pelo neonatologista para indi-
Aspiração presente cação do diagnóstico da disfagia apresenta-
Choro Sim Não Total ram-se nas seguintes proporções: 100% dos
Normal 0 2 2 lactentes usavam sonda, 47% tiveram queda
Anormal 3 10 13 de saturação durante as mamadas, 40%
Total 3 12 15 apresentaram vômito, sucção débil (33%),
p = 0,629 cianose perioral durante as mamadas (27%),
não-deglutição da saliva (20%), dispnéia du-
rante as mamadas (20%) e apnéia durante as
Tabela 11 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a mamadas (13%). Estes resultados estão de
sensibilidade táctil extra-oral nas bochechas e a movimentação acordo com a literatura1,8,9.
dos bucinadores/sucção nutritiva Neste trabalho, a penetração de alimento
no espaço supraglótico foi dividida em pene-
Movimentação Sensibilidade nas bochechas
tração alta (até a metade da epiglote, sem
dos bucinadores Sim Não Total
Sim 3 1 4 envolver as bandas ventriculares) e penetração
Não 2 9 11 baixa (quando resíduos alimentares envolvem
Total 5 10 15
as bandas ventriculares, porém sem ultrapas-
sar a glote). Observou-se que 67% dos
p = 0,077 lactentes não apresentaram penetração, tanto

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA DISFAGIA EM UTI NEONATAL

Tabela 12 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a alta como baixa. A penetração laríngea do
sensibilidade táctil extra-oral nas bochechas e a sensibilidade nas aritenóides alimento foi classificada aqui como alta ou bai-
xa, pois existe uma relação entre penetração
Sensibilidade Sensibilidade nas bochechas baixa e aspiração3. Friedmann & Frazier 3 ob-
Aritenóidea Sim Não Total servaram que, das crianças com penetração
Adequada 4 2 6
laríngea profunda, 85% apresentaram aspira-
Diminuída 1 8 9
ção, o que segundo eles sugere uma forte
Total 5 10 15 correlação entre estes dois eventos.
p = 0,047 Neste estudo realizou-se uma avaliação
videoendoscópica específica da penetração do
alimento (leite materno ou leite receitado pelo
médico nenonatologista) e da aspiração do
Tabela 13 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a
sensibilidade táctil extra-oral nos lábios e a sensibilidade nas aritenóides
mesmo, observando-se se havia passagem de
alimento pelas pregas vocais, atingindo a tra-
Sensibilidade Sensibilidade nos lábios quéia. Com relação à aspiração, foi dividida em
Aritenóidea Sim Não Total aspiração antes e aspiração após a fase
Adequada 4 2 6 faríngea. Não se encontrou relação estatistica-
Diminuída 4 5 9 mente significativa entre a presença de aspira-
Total 8 7 15 ção antes da fase faríngea e 1) a penetração
p = 0,377 alta ou 2) a penetração baixa. Por outro lado,
o presente estudo encontrou relação significa-
tiva tanto da penetração alta quanto da pene-
tração baixa, com a presença de aspiração
Tabela 14 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a
após a fase faríngea. Este resultado corrobora
sensibilidade táctil intra-oral na papila palatina e a sensibilidade nas aritenóides
aquele obtido por Friedmann & Frazier 3.
Sensibilidade Sensibilidade na papila A existência da queda de saturação foi
Aritenóidea Sim Não Total efetuada por meio de um aparelho denomina-
Adequada 4 2 6 do oxímetro de pulso, utilizado durante a ava-
Diminuída 9 0 9 liação. Em seu trabalho, Rogers, Arverdson,
Total 13 2 15 Msall, Demerath17 preconizam o uso do
oxímetro de pulso durante a alimentação oral
p = 0,143 de todas as crianças com disfagia grave e inca-
pacidades múltiplas. A freqüência respiratória
e o volume corrente diminuem durante o ato
Tabela 15 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a de alimentação, período em que se observa
aspiração antes da fase faríngea e o reflexo nauseoso dessaturação transitória da oxiemoglobina2. A
Reflexo Aspiração presente imaturidade funcional do lactente, particular-
Nauseoso Sim Não Total mente o prematuro é, portanto, um dos fato-
Presente 1 9 10 res predisponentes importantes para a aspira-
Ausente 1 4 5 ção. Neste estudo observou-se que, na avalia-
Total 2 13 15
ção da queda de saturação efetuada pelo
fonoaudiólogo, 53% dos lactentes apresenta-
p = 0,571 ram queda (47% não), enquanto na avaliação
posterior, efetuada pelo otorrinolaringo-
logista, houve uma inversão das porcentagens:
Tabela 16 – Distribuição de freqüências de lactentes de acordo com a 47% apresentaram queda de saturação e 53%
aspiração após a fase faríngea e o reflexo nauseoso não. Importante ressaltar que todos os
Reflexo Aspiração presente
lactentes apresentaram recuperação espontâ-
nea da saturação em ambas avaliações.
nauseoso Sim Não Total O choro foi classificado em forte, fraco,
Presente 1 9 10 molhado e ausente, como forma de reação ao
Ausente 2 3 5 nasofibroscópio. Os resultados foram: 74%
Total 3 12 15 apresentaram choro fraco, 13%, choro
p = 0,2418 molhado, e 13% choro forte. Nenhum

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BOTELHO MIMR ET AL.

lactente deixou de chorar. Nenhuma relação com idade gestacional de 34 a 36 6/7 semanas, Melo, & Bühler 16, com 134 crianças portado-
foi encontrada entre a prevalência da aspiração e encontrou 60% com movimentação ade- ras de paralisia cerebral, com idade entre
antes da fase faríngea (e da mesma forma para quada nos músculos bucinadores e 40% com 4 meses e 14 anos, a aspiração traqueal ocor-
a aspiração após a fase faríngea) e o choro dos movimentação excessiva. Nenhum recém- reu em 33,6% da amostra, na testagem da
lactentes, lembrando que, para o teste de nascido deixou de apresentar movimento. Ela consistência líquida. No presente estudo, não
significância, utilizou-se da classificação: choro classifica a presença de movimentação como se levando em consideração a separação do
normal (choro forte) e choro anormal (fraco, contração e descontração contínuas das bo- momento em que ocorreu a aspiração, obte-
molhado e ausente). chechas. Por outro lado, neste trabalho, 73% ve-se um resultado similar de 33%.
Avaliou-se, também, a presença ou ausên- não apresentaram movimentação dos bucina- Nesta pesquisa verificou-se que todos
cia de sensibilidade extra-oral nos lábios e nas dores quando em presença de sucção nutriti- os lactentes pertencentes à amostra acusa-
bochechas, por meio de um toque. Observou- va. Isto se deve, talvez, ao fato de as classifica- ram presença de sensibilidade nas metades
se que 53% dos lactentes apresentaram sen- ções de ausência de movimentação, nos dois direita e esquerda da língua, após o toque
sibilidade nos lábios, enquanto apenas 33% trabalhos, diferirem entre si. Na avaliação des- iniciado na parte anterior, seguindo para a
tiveram sensibilidade nas bochechas. Neste ta pesquisa, os lactentes que não apresenta- parte posterior da mesma. Este resultado
trabalho, a sensibilidade nas aritenóides foi vam uma formação de sulcos bem definidos não indica a inexistência de lactentes que
classificada em adequada e diminuída. Na nas bochechas foram considerados com não apresentem tal sensibilidade.
amostra estudada, apenas 40% apresentaram ausência de movimentos dos bucinadores.
sensibilidade adequada. Não foi encontrada Não foi encontrada relação estatisticamente CONCLUSÕES
relação significativa entre a sensibilidade táctil significativa entre a sensibilidade táctil extra- Os critérios clínicos em que se baseia um
extra-oral nos lábios e sensibilidade nas mem- oral nas bochechas e a movimentação dos médico neonatologista para solicitar a avalia-
branas aritenóideas. músculos bucinadores. ção do diagnóstico de disfagia, por um
Verificou-se a sensibilidade da parte ex- Nesta pesquisa observou-se que 27%
fonoaudiólogo e por um otorrinolaringo-
terna das bochechas e testou-se estatistica- dos lactentes apresentaram reflexo nau-
logista são: uso de sonda; queda de saturação
mente a hipótese de a presença ou ausência seoso posterior, 27%, médio posterior,
nas mamadas; vômito; sucção débil; cianose
dessa sensibilidade ser independente da pre- 13%, anterior e 33% não apresentaram
perioral nas mamadas; não-deglutição da
sença ou ausência de sensibilidade nas mem- reflexo nauseoso. Não se encontrou rela-
saliva; dispnéia nas mamadas; apnéia nas
branas aritenóideas. Após análise estatística, ção estatisticamente significativa entre a
mamadas.
concluiu-se pela existência de uma associa- presença do reflexo nauseoso e aspiração
ção entre as duas variáveis. Do ponto de vista antes da fase faríngea, da mesma forma que A análise dos resultados do teste para
anatômico, são duas estruturas distantes uma não se observou relação entre a aspiração indicação de não associação entre os pares
da outra (uma é oral e outra é faríngea) e após a fase faríngea. Tal resultado também de avaliações funcionais e videoendos -
parece não haver uma relação direta entre a foi argumentado por Arvedson & Brodsky 1 e cópicas permitiu as conclusões abaixo:
sensibilidade extra-oral das bochechas e a encontrado por Leder13. De acordo com os • há associação significativa entre a aspiração
sensibilidade nas aritenóides. Entretanto, não primeiros autores, não parece haver rela- após a fase faríngea e a penetração alta ou a
se pode descartar a existência de explicação ção entre a presença ou ausência do reflexo penetração baixa;
fisiológica e neurofisiológica. Nesse estudo, nauseoso, com a habilidade de deglutição. • há associação significativa entre a sensi-
não foi analisado este resultado sob esses dois Já Leder13 concluiu que a presença do refle- bilidade nas aritenóides e a sensibilidade
ângulos. A estatística, por outro lado, alerta xo nauseoso não protege contra a aspira- táctil extra-oral nas bochechas.
para a ausência de uma relação causa-efeito ção, e a ausência desse mesmo reflexo não • a visível necessidade da atuação conjunta
entre as variáveis. Em outras palavras, signifi- é uma variável confiável quanto à predição entre o médico otorrinolaringologista e o
ca que a associação encontrada pode ser da aspiração, pois não encontrou relação fonoaudiólogo, na avaliação e conduta
devida a uma outra variável desconhecida, estatisticamente significativa entre a inci- terapêutica da disfagia em lactentes pré-
relacionada com elas. Sugere-se, então, estu- dência do reflexo nauseoso e a idade, assim termo, sindrômicos e patológicos, não
dos posteriores, com uma nova amostra de como nenhuma relação foi encontrada deixando de lado a importância do tra -
maior tamanho, assim como a introdução de entre a prevalência da aspiração e o reflexo balho do médico neonatologista e da equi-
novas variáveis para outras análises. nauseoso ou movimento velar na fala. pe de enfermagem.
Neste estudo, 87% dos lactentes apresen- Constatou, também, em sua amostra, que
taram sensibilidade táctil intra-oral nas papilas 95% dos pacientes adultos com reflexo SUMMARY
palatinas e 13% não apresentaram nenhuma nauseoso não apresentaram aspiração THE FUNCTIONAL EVALUATION OF
sensibilidade. Neste estudo não foi encontrada laríngea. DYSPHAGY IN THE NEONATAL INTENSIVE
relação significativa entre a sensibilidade táctil Dos sujeitos desta pesquisa, 13% apre- CARE UNIT.
intra-oral na papila palatina e sensibilidade nas sentaram aspiração antes da fase faríngea, en- BACKGROUND. The objectives of this study
aritenóides. quanto 20% tiveram aspiração após a fase were: 1) to detect clinical criteria on the
Neiva11 estudou recém-nascidos pré-termo faríngea. Na pesquisa realizada por Manrique, evaluation of dysphagy in preterm newborns;

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AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA DISFAGIA EM UTI NEONATAL

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videoendoscopy finding achieved by the 9. Xavier C. Assistência à alimentação de bebês

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