Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
MÓDULO 1 .............................................................................................................. 3
2. O Modelo Romano ....................................................................................... 3
ROMA IMPERIAL ....................................................................................................... 3
Módulo 5 .................................................................................................................. 7
2.A Sociedade Industrial e Burguesa ....................................................... 7
Revolução das Colónias Inglesas na América do Norte ............................................ 7
Revolução Francesa .................................................................................................. 7
Módulo 7 ................................................................................................................ 19
1.Transformações das primeiras décadas do século XX ............. 19
Sociedade das Nações ............................................................................................ 20
A difícil recuperação da Europa e a dependência dos EUA .................................... 20
Revolução Russa ..................................................................................................... 21
A regressão do demoliberalismo ............................................................................ 23
Mutações nos comportamentos e na cultura ........................................................ 23
As vanguardas: ruturas com os cânones das artes e da literatura ........................ 25
Tendências culturais em Portugal no 1º pós-guerra .............................................. 25
1
2.Agudizar das tensões políticas e sociais nos anos 30 27
A Grande Depressão e o seu impacto social .......................................................... 27
Fascismo e Nazismo ................................................................................................ 28
Estalinismo .............................................................................................................. 29
A resistência das democracias liberais ................................................................... 30
A dimensão social e política da cultura .................................................................. 31
Portugal no 1º pós guerra: dificuldade económicas e instabilidade politica ......... 33
Da ditadura militar ao Estado Novo ....................................................................... 34
Estado Novo ............................................................................................................ 34
Módulo 8 ................................................................................................................ 39
1.Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico .... 39
A Reconstrução do pós-guerra ............................................................................... 39
Organização das Nações Unidas ............................................................................. 40
Descolinização do pós-guerra e o terceiro mundo ................................................ 41
A Guerra Fria........................................................................................................... 42
A política económica e social das democracias ocidentais .................................... 43
Prosperidade Económica ........................................................................................ 44
Bloqueios Económicos ............................................................................................ 44
O rápido crescimento do Japão e o afastamento da China ................................... 45
A ascensão da CEE .................................................................................................. 46
O termo da prosperidade económica: origens e efeitos........................................ 46
2
MÓDULO 1
2. O Modelo Romano
Roma foi fundada em 753 a.c e beneficiava de uma localização geográfica privilegiada
constituindo um local de passagem das rotas comerciais do Mediterrâneo.
ROMA IMPERIAL
Roma lançou-se numa política de expansão que conduziu ao domínio da Ásia Menor,
da Grécia, do Egipto, Península Ibérica, etc., constituindo um dos maiores impérios. A
adoção do regime imperial pôs fim a quase um século de instabilidade político-social.
Augusto, primeiro imperador, impôs um regime monárquico e autocrático, baseado na
força do exercito e na ideia de um único Estado, governado por um só homem.
3
No plano político: reforçou o aparelho administrativo, reforçou os poderes
imperiais e reduziu os poderes do Senado;
No plano social: promoveu a paz e a coesão social;
No plano cultural: atraiu sábios e artistas (mecenato) e promoveu inúmeras
obras públicas;
No plano religioso: restabeleceu a religião tradicional ligando-a ao culto do
imperador.
O culto imperial foi associado ao culto da deusa Roma que representava a cidade e o
povo romano. As necessidades colocadas na eficaz administração do seu vasto Império
conduziram os Romanos ao desenvolvimento do direito, inicialmente não existiam leis
escritas e o procedimento jurídico baseava-se nos costumes. Foram então criadas a Lei
das XII Tábuas (as leis foram passadas a escrito). Pela ação dos magistrados, Senado e
imperados, novas leis foram surgindo, estas eram reunidas em compilações. Esta
imensa obra diretiva foi um importante fator de pacificação e união dos povos do
império.
4
Os romanos apresentavam desde sempre um estilo pragmático (prático, realista, útil),
enquanto que para os Gregos as coisas tinham de ser belas. Este pragmatismo fez do
povo romano um povo aberto, capaz de aproveitar a cultura dos povos que
submeteram. Eram bastante influenciados pelos gregos (cultura helenística),
reconhecendo a sua originalidade.
Com Augusto no poder, o império romano viveu uma época de grande brilho cultural.
O imperador e o Mecenas reuniram os melhores artistas para enaltecerem Roma e o
seu imperador, em troca de apoio imperial. As vitórias dos romanos, associadas à
5
construção do seu império, constituíram um forte incentivo ao desenvolvimento da
história. Marcada por um forte pragmatismo, procurou justificar o domínio de Roma e
pôr em evidência a sua ação civilizadora. O império romano compreendeu que o
ensino constituía um poderoso meio de unificação cultural do império.
6
Módulo 5
2.A Sociedade Industrial e Burguesa
O período de 1715-1815 foi marcado por profundas transformações económicas,
sociais, políticas e culturais, responsáveis pelo Antigo Regime e o avento da Idade
Contemporânea. Estas transformações são resultantes das revoluções agrícolas e
industrial, sendo acompanhadas por um grande desenvolvimento científico-técnico.
Este desenvolvimento facilitou a ascensão social e política da burguesia, que
desenvolveu um modo de vida requintado e confortável.
Revolução Francesa
Nos reinados dos sucessores de Luís XIV (Luís XV e Luís XVI), a França viu a sua situação
política e económica a deteriorar-se após o seu envolvimento nas sucessivas guerras,
que agravavam as finanças e obrigavam o lançamento de novos impostos, o que
gerava um clima de insatisfação. Este clima levou à tomada da Bastilha (prisão estatal,
símbolo do poder absolutista) no dia 14 de julho de 1789, este episódio marca o início
da Revolução Francesa, revolução que levaria à abolição dos privilégios feudais e à
7
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (onde consagravam os valores
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”).
O rei Luís XVI encarrega o ministro Turgot de remediar a crise, este propõe estender os
impostos aos grupos privilegiados (clero e nobreza) que se opõem levando à demissão
so ministro. Os próximos ministros voltam a insistir nesta solução, mas sem sucesso.
Aumentam assim as tensões sociais e intensifica-se a reação aristocrática através da
Assembleia dos Notáveis. A nobreza procura recuperar o seu estatuto e direitos
perdidos durante o absolutismo, responsabilizando o rei e o governo pela crise. O rei
convoca então os Estados Gerais a 5 de maio de 1789, nisto o povo exige “cada cabeça
um voto”, impondo assim um voto por cada estado. Em junho desse ano, o terceiro
estado representado por burgueses decide que pode deliberar sozinho e constitui-se
como Assembleia Nacional Constituinte, tendo a maioria do clero e nobreza aderido a
esta, Luís XVI acaba por aceitá-la.
A fonte de poder legítimo passa a ser da Nação soberana, através desta Assembleia
(nova autoridade política da qual o rei dependia –fim da monarquia absoluta). Em 14
de julho de 1789 dá-se então a tomada da Bastilha, que marca uma nova etapa na
revolução, mostrando a revolta do povo pariense contra o preço do pão e a favor da
nova assembleia. Sob a representação de burgueses, o terceiro estado, mais tarde irá
se constituir como uma milícia armada (Guarda Nacional). No início de Agosto, França
é varrida por uma revolução camponesa: pressionados pela fome, más colheitas,
lutaram pela emancipação completa da terra e pela libertação individual das
imposições feudais. Este movimento, conhecido por Grande Medo, levou os nobres a
aceitar a supressão dos direitos e privilégios feudais.
8
Na indústria aboliram-se as corporações e declarou-se a liberdade da empresa
–liberdade económica.
Aos cidadãos passivos a lei reconhecia os direitos naturais e civis: liberdade,
igualdade, segurança, resistência à opressão, propriedade, liberdade de
expressão, de crença, de reunião e de deslocação.
As mulheres continuavam afastadas da cidadania.
À Assembleia Legislativa competia o poder legislativos (a Constituição
reconhecida ao rei o direito de veto que permitia suspender as leis durante 2
anos).
O rei detinha o poder executivo (assuntos como declaração de guerra e a
assinatura de paz estavam dependentes da concordância da Assembleia
Legislativa) –monarquia constitucional.
O poder judicial era exercido por juízes eleitos e independentes (foi criado um
Tribunal Superior para julgar os delitos de ministros, deputados e
governadores).
Em 1791 o rei tenta fugir de Paris e solicita auxílio do imperador da Áustria, devido ao
medo que sentia pelas recoltas camponesas. Perante a ameaça de uma invasão de
tropas estrangeiras com o objetivo de impor o poder absoluto de Luís XVI, a
Assembleia Legislativa decretou a “pátria em perigo” e milícias de todo o país vieram
socorrer Paris para salvar a revolução. A 10 de agosto do ano seguinte, uma multidão
assenta o palácio das Tulherias e a Assembleia suspendeu o rei das suas funções
executivas inviabilizando o funcionamento da monarquia constitucional. A 22 de
setembro, após uma vitória dos federados, a Convenção (novo nome da Assembleia
Legislativa) proclama a República.
9
Impor a mobilização geral, incorporando no exercito os homens solteiros dos
18 aos 25 anos;
Eliminar a livre concorrência, fixando salários e preços (lei do máximo);
Nacionalizar os bens emigrados;
Tornar a instrução gratuita e obrigatória;
Aprovar legislação sobre assistência médica, abonos de família, pensões e
velhice (Decretos de Ventoso);
Abolir a escravatura nas colónias (fevereiro de 1794).
Promover uma política de descristianização;
Medidas judiciárias que conduziam à violência.
Entre 1820 e 1824, eclodiram várias revoluções liberais no sul da Europa. Nos casos de
Espanha e Portugal estiveram na origem da libertação das colónias americanas. Entre
1829 e 1839, ocorreu uma 2ª vaga de revoluções atingindo a França, Espanha e
Portugal (guerras civis entre liberais e absolutistas). Em 1848, sob o efeito de uma
10
depressão agrícola e industrial, a Europa passa por várias revoluções liberais e
nacionalistas em França e noutros países. No entanto, fracassaram.
4.Liberalismo em Portugal
No início do século XIX, Portugal era um país dominado pelo absolutismo e pelo Antigo
Regime. Nos principais centros urbanos, fazia-se sentir a vontade de mudança pela
burguesia, influenciados pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Em 1806,
Napoleão Bonaparte decretou contra a Inglaterra o bloqueio continental (nenhuma
nação europeia deveria comerciar com a Inglaterra). Portugal fiel à Inglaterra, não se
mostrou disposto a cumprir esse bloqueio, o que levou a três invasões francesas que
tiveram como consequências:
A revolução liberal portuguesa teve então lugar no Porto, dia 24 de agosto de 1820,
com o apoio de militares, comerciantes, magistrados, etc. Destacaram-se como
dirigentes os militares António da Silveira, Sepúlveda e Cabreira, os burgueses José
Ferreira Borges e Manuel Fernandes Tomás a quem coube a redação do Manifesto aos
Portugueses onde eram apresentados os objetivos do movimento. O governo do país
foi entregue à Junta Provisional do Supremo Governo do Reino que teve por principal
tarefa a organização de eleição para as Cortes Gerais Extraordinárias Constituintes.
11
Aceita a independência dos poderes legislativo, executivo e judicial;
Não reconhece privilégios à nobreza ou ao clero;
Submete o poder executivo as Cortes Legislativas.
12
Maria da Glória, que se deveria casar com o seu tio D. Miguel que assumiria a regência
depois de jurar cumprir a Carta Constitucional. Esta carta outorgada pelos governante
e não aprovada pelo representantes do povo, consagra a recuperação do poder real e
dos privilégios da nobreza:
Cortes compostas por 2 câmaras- Câmara dos deputados eleita por sufrágio
indireto; Câmara dos Pares integrando a alta nobreza, o alto clero e membros
da família real;
O rei detinha o poder moderador- Nomear os pares; Convocar as cortes;
Dissolver a Câmara dos Deputados; Nomear e demitir o governo; Suspender os
magistrados; Vetar a título definitivo as resoluções das Cortes; Conceder
amnistias e perdões.
D. Miguel fez-se proclamar rei absoluto, por umas Cortes convocadas à maneira
tradicional. Sob as suas ordens, perseguiram os apoiantes ao liberalismo e eles viram-
se forçados a fugir para França e Inglaterra. Estes apoiantes foram ajudados por D.
Pedro, que assumiu a Regência liberal. Viveu-se assim uma guerra civil (o cerco do
Porto), esta prolongou-se por mais 2 anos, saindo derrotadas as tropas de D. Miguel,
este assinou a Convenção de Évora Monte e partiu para o exílio, instalando-se
definitivamente o liberalismo constitucional em Portugal.
13
transformou-se na Câmara dos Senadores, eleitos por cidadãos. No plano económico
favoreceu-se o desenvolvimento da pequena e média burguesias que procuravam
libertar-se da tutela da Inglaterra. Promoveu-se o arranque da industrialização e a
exploração colonial em África. Para promover a instrução, deu-se uma reforma no
ensino. A política económica setembrista não atingiu o êxito pretendido, pois os
pequenos agricultores não foram protegidos e os grandes foram penalizados com
impostos.
Posto isto, um golpe de estado pacífico, liderado por António Bernardo da Costa Cabral
pôs fim à Constituição de 1838. A nova governação, conhecida por cabralismo, seguiu
os princípios da Carta Constitucional de 1826 e fez regressar ao poder a grande
burguesia. Tendo por principais objetivos:
14
Módulo 6
2.A sociedade Industrial e burguesa
Entre os finais do século XVIII e o século XIX o mundo ocidental viveu uma onda
avassaladora de revoluções –liberais, industriais, agrícolas, demográficas, dos
transportes, etc.- que atingiu também as “Américas”. Todas estas revoluções
institucionalizaram uma série de mudanças que levaram ao fim do Antigo Regime e à
implantação da Época Contemporânea.
Revolução Industrial
A partir dos meados do século XIX:
15
Novas formas de energia: petróleo e eletricidade.
Embora com uma revolução mais lenta, os navios a vapor (1860) impuseram-se na
navegação intercontinental, dando origem a grandes empresas capitalistas. A estes
progressos juntaram-se grandes obras de engenharia e a invenção do motor de
explosão (20 anos depois) veio revolucionar a invenção dos automóveis, dando origem
a uma nova industria. A aviação registou grande desenvolvimento desde o inicio do
século com a invenção do avião com motor a gasolina e hélice.
16
O aumento da concorrência colocou na ordem do dia a preocupação com o aumento
da produção, em quantidade e qualidade, a otimização dos recursos e a redução dos
custos. Foi neste contexto que surgiu o taylorismo, assentava na divisão máxima do
trabalho, dividido em pequenas tarefas elementares e encadeadas. Com a
estandardização uniformizam-se os artigos de forma a produzir em série e a produção
em massa, sendo o trabalho de produção dividido numa série de pequenas tarefas
estandardizadas. Este novo processo foi inicialmente introduzido com grande êxito na
industria automóvel. Estes métodos, no entanto, provocaram a contestação de vários
trabalhadores e das suas organizações (sindicatos), criticavam esta racionalização do
trabalho excessiva que tirava toda a dignidade, transformando o operário num
escravo.
17
em que, face à concorrência, cada um se veria compelida a produzir o que fosse mais
compatível com as suas condições naturais.
Estas crises propagam-se com rapidez e entre 1850 (1ª crise) e 1929 (maior crise),
registaram-se períodos de depressão económica generalizada, em que alastrou a
miséria social e a agitação política. No fim do século XIX, o protecionismo conquistou,
percebendo-se da necessidade da intervenção do Estado na vida económica.
18
Módulo 7
1.Transformações das primeiras décadas do século XX
A Europa dominava politicamente grande parte dos outros continentes
(colonialismo/imperialismo), economicamente pois assegurava metade da produção
industrial e exportava manufaturas para toda a parte e culturalmente impondo os seus
modelos culturais, assumindo uma “missão civilizadora”. Esta hegemonia da Europa
resultava do desenvolvimento da revolução industrial que criou novas necessidades.
Para satisfazer estas necessidades, os países industrializados rivalizavam entre si, na
tentativa de dominarem cada vez mais territórios (Conferência de Berlim 1885).
Aumentaram as disputas pela posse de territórios:
19
Sociedade das Nações
A proposta do presidente dos EUA, Wilson, concretizou-se em 1919. A SDN integrava
os seguintes organismos: Assembleia Geral; Conselho; Secretariado; Tribunal
Internacional de Justiça; Banco Internacional; Organização Internacional do Trabalho;
Comissão Permanente dos Mandatos. Com os seguintes objetivos:
Fragilidades da SDN:
Sem o apoio dos EUA e sem os mecanismos que lhe permitissem responder às
repetidas violações dos princípios, a SDN viu-se impedida de cumprir as suas funções,
sendo dissolvida em 1939.
20
Recorre a vários empréstimos agravando o desiquilíbrio da balança comercial;
O racionamento de bens provocou especulação, inflação e empobrecimento;
Face às dívidas recorreram à emissão massiva de notas, provocando uma
desvalorização monetária;
A partir de 1920 a inflação tornou-se galopante, principalmente nos países v
encidos.
Recuperação Europeia:
Revolução Russa
No início do século XX, a Rússia vivia um período de regime capitalista. Vivia-se ainda
uma monarquia absolutista, com o czar Nicolau II. Era um país muito atraso,
relativamente aos outros, em termos económicos e industriais (era um país
maioritariamente agrário e rural). E com a guerra entre o Japão e a Rússia em 1904,
tudo veio a piorar. Para além disto, existia uma grande desigualdade económica: 85%
da população eram camponeses, que trabalhavam como escravos (muitas horas e
baixos salários) e ainda pagavam impostos, enquanto que, a nobreza vivia rodeada de
luxo, não pagavam imposto e possuíam grandes propriedades e privilégios. Isto levou a
um grande descontentamento por parte da população e a uma manifestação em
direção ao palácio de Inverno, onde se encontrava o Czar. No entanto, o czar ordenou
que as suas tropas disparassem sobre os manifestantes (ou sovietes- conselho de
operários, camponeses e soldados), este episódio foi chamado de “Domingo
Sangrento” e aconteceu em 1905.
21
autorização da existência de partidos. Aparece assim, o Partido Social Democrata, com
ideais socialistas, que se dividia em dois grandes grupos: Mencheviques (que seguiam
ideias liberalistas) e os Bolcheviques (liderados por Lenine, que seguiam o Marxismo).
Com isto, Nicolau II (ao perder poder) acaba com a Duma, expulsa Lenine da Rússia e
autoriza a entrada desta na 1º Guerra Mundial.
Isto iria levar à queda do Czarismo, em 1917, com a revolução de fevereiro, com os
mencheviques e a sua guarda branca. Criando assim, um governo provisório com
Kerensky no poder. Todavia, não conseguiram satisfazer a população, pois não tiraram
a Rússia da guerra (por questões de alianças) e não fizeram a reforma agrária (que era
essencial para o povo). Entretanto, o Lenine volta à Rússia e apresenta as “Teses de
Abril” (todo o poder nos sovietes) e os Bolcheviques apresentam também um lema de
“paz, pão e terra” (que remetia para paz- sair da guerra; pão- acabar com a fome;
terra- reforma agrária). Isto levou à revolução de outubro, onde Trotsky e a guarda
vermelha derrubam o governo provisório de Kerensky. Lenine, que estava à frente do
governo bolchevista, tomou várias medidas, tais como: implementar a propriedade
privada; implementar o estado socialista; sair da guerra; assinar o tratado Bret-Litovski
com a Alemanha; implementou os decretos de paz (apelava aos países em guerra para
iniciarem negociações), das nacionalidades (estatuto de igualdade e o direito de
autodeterminação), controlo operário (controlo das pequenas empresas e a sua gestão
pelos próprios operários) e o sobre a terra (entregava as propriedades aos sovietes);
criou também um congresso de sovietes (em que eles tinham “todo o poder”); e o
conselho dos comissários do povo.
Com tanto privilégios para os sovietes, nada sobrou para a nobreza ou burguesia e
assim, se instaurou uma guerra civil entre os Bolcheviques e Mencheviques, que
tinham como objetivo instaurar o antigo regime e evitar a expansão do bolchevismo,
contavam com o apoio de países como a França, Inglaterra, EUA e a Japão, para contra
atacarem tudo isto, Lenine aplicou o comunismo de guerra (que é uma forma de
comunismo só que mais violenta). Acabando por ganhar os bolcheviques, não impediu
o país de ficar devastado economicamente e de matar milhões de pessoas. Para dar a
volta a esta situação, Lenine aplicou a ditadura de proletariado (etapa transitória no
processo da construção da sociedade socialista), onde retirou todo o capital à
burguesia e entregou-o ao estado. Acabando por aplicar o Comunismo (etapa final do
proletariado, que abolia todas as classes sociais e apoiava uma sociedade em
abundância). Todas estas ideias, foram seguidas pelo Marxismo-Leninismo (teoria que
defende o papel do proletariado, rural e urbano, na conquista do poder ao
desmantelar o regime burguês, sempre pela via revolucionária, recorrendo à força se
necessário). Aplicou também a NEP (nova politica económica), promoveu a cultura,
nacionalizou a economia, fez o trabalho obrigatório dos 16 aos 50, transformou o
partido bolchevique no partido comunista e acabou com a democracia do sovietes.
22
Como exemplo da revolução bolchevique, deu-se ao longo da Europa inúmeras
revoluções e greves (radicalizações sociais e políticas). A partir da URSS, Lenine queria
implementar o comunismo por todo o mundo, para isso fundou-se o Komintern, que
coordenava os partidos comunistas operários a nível mundial, para que o marxismo-
leninismo triunfasse. No entanto, vários países iam contra esta vaga revolucionária e
contra o comunismo e como tal, criaram-se soluções autoritárias de direita, como o
fascismo ou o nazismo, para combater o comunismo. Esta emergência dos
autoritarismos confirmou a regressão do demoliberalismo.
A regressão do demoliberalismo
As profundas dificuldades económicas vividas no pós-guerra originaram greves e
movimento revolucionários, alimentados pelo exemplo da revolução bolchevique na
Rússia, contribuindo para uma radicalização social e política. Em 1919 é fundada a III
internacional (Komitern) que em nome do internacionalismo proletário propunha-se
coordenar as lutas de todos os partidos operários, com o objetivo de conduzir a vitória
do marxismo-leninismo. No 2º congresso do komitern, os partidos socialistas e sociais-
democratas foram obrigados a defenderem o modelo da URSS, aqueles que o fizeram
passaram a designar-se comunistas enquanto que os outros (socialistas e sociais-
democráticos) como reformistas. Viveram-se processos de radicalização política em
vários países da Europa com movimentos revolucionários, greves e manifestações,
fazendo crescer o medo do bolchevismo/comunismo. Estes setores atribuíam às
democracias liberais e ao parlamentarismo a instabilidade política e social, acabando
por as soluções autoritárias e conservadoras ganhar mais adeptos:
A democracia liberal, regime triunfante no pós-guerra, foi derrotado por estes regimes,
no fim dos anos 20.
23
Uma mais livre convivência entre os sexos;
Alargamento dos horizontes e espaços de lazer resultante do carro e comboio;
Generalização do gosto pela prática desportiva.
24
As vanguardas: ruturas com os cânones das artes e da literatura
Vão surgir movimentos inovadores no campo artístico, literário e cultural que vão criar
novas estéticas. Este movimento cultural, chamado de modernismo, reivindicada a
liberdade de criação estética. Paris era o principal centro artístico da Europa, onde se
encontravam os artistas mais ousados que deram origem a novas correntes artísticas
revolucionárias –fauvismo, expressionismo, futurismo, dadaísmo, abstracionismo,
cubismo e surrealismo– estas vanguardas trouxeram várias mudanças:
Primeiro modernismo:
De 1911 a 1920 ficou ligado a um conjunto de exposições regulares.
Afirmou-se pela via do humor, da caricatura e da ilustração. Praticava
uma estilização formal dos motivos, esbatia-se a perspetivas e usavam-
se cores claras e contrastantes.
Com a 1ª Guerra Mundial, muitos artistas deram um grande impulso a
esta fase do modernismo português (Amadeo de Souza-Cardoso, José
25
Pacheco e o casal Sonia e Robert Delaunay). Deste polo resultou dois
polos, um em Lisboa liderado por Almada Negreiros, Santa-Rita,
Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro (revista Orpheu); o outro no
norte, com o casal Delaunay, Eduardo Viera e Amadeo.
A publicação da revista Orpheu, em 1915 revelou uma faceta polémica
–o futurismo:
o Contestavam a velha ordem literária;
o Propunham um corte radical com o passado;
o Denunciavam o saudosismo mórbido dos portugueses;
o Incitavam a “raça latina” ao orgulho, à ação e à glória.
O escritor Júlio Dantas, em resposta a este movimento, lançou-lhes
bastante críticas, através de um manifesto. Os modernistas associaram-
no a uma cultura retrógrada.
A agitação futurista culminou, em 1917, por Almada Negreiros e com a
saída do único número da revista “Portugal Futurista”.
Com as mortes prematuras de vários artistas deu-se o fim do primeiro
modernismo.
Segundo modernismo:
Embora fragilizado, o movimento modernista continuou incorporando
uma nova geração (José Régio, João Simões, Adolfo Monteiro, Carlos
Botelho, Júlio Reis Pereira, Vieira da Silva e Almada Negreiros e Eduardo
Viana.
A dinamização literária e artística fez-se através de revistas como “A
Contemporânea” e a “Presença”. Apesar de rejeitados, os modernistas
divulgaram os seus trabalhos.
Em 1933, António Ferro assumiu a direção do SNP e convenceu Salazar
que as áreas artísticas funcionavam como mais valia para a Nação.
Convidou então, artistas a colaborarem para uma nova imagem do
regime. Desta forma oficializava-se o modernismo ao mesmo tempo
que se controlava o regime.
A escultura ficou marcada pela hegemonia do gosto naturalista (António
Teixeira Lopes), expressando-se na geometrização e simplificação das
formas.
Na arquitetura os primeiros sinais de modernismo foi no uso do betão
armado, no predomínio da linha reta sobre a curva, na decoração de
paredes e na utilização de vidro.
26
2.Agudizar das tensões políticas e sociais nos anos 30
A Grande Depressão e o seu impacto social
Os Estados Unidos da América sempre foram grandes exportados de agropecuária e de
indústria e com o fim da 1ª Guerra Mundial, em 1918, a Europa encontrou-se
totalmente destruída e os EUA prontos para ajudar, seja a exportar produtos, como a
emprestar dinheiro, a ser investidores (pois tinham a maior economia mundial). A
Europa com a ajuda dos EUA conseguiu erguer-se, deixando assim, de importar tantos
produtos vindos dos EUA, levou a que a demanda pelos produtos americanos baixasse,
no entanto, os americanos não baixaram a sua produção, embora houvesse menos
procura. Deu-se uma crise de super produção (pouca procura, muita produção), o
governo americano não intervinha devido aos ideais liberalistas, pois a nível
económico o liberalismo defendiam que na economia o estado não podia intervir.
Desta forma, alguns dos principais motivos que levaram à crise de 1929 foram a super
produção, o liberalismo, a recuperação económica da Europa e a especulação da bolsa
de valores. Durantes os anos prósperos americanos, as pessoas podiam pedir
empréstimos muito facilmente para investir na bolsa, ao comprarem ações de certas
empresas, recebiam a quantia do valor dessa ação, acabando por lucrar. No entanto,
com a crise, no dia 24 de outubro, deu-se o crash da bolsa, onde 12 milhões de ações
foram postas à venda (pois as empresas estavam a falir e as pessoas tinham medo de
perder o seu dinheiro), no entanto havia pouca procura, acabando por desvalorizar o
preço das ações e quebrando a bolsa. Isto gerou muito medo à população, que tentou
retirar o seu dinheiro dos bancos, mas sem sucesso, pois estes também tinham
apostado em ações e ido à falência. Levou a uma grande depressão, gerando
desemprego (cerca de ¼ da população estava desempregada) e fome (as pessoas
tinham que se dirigir à cruz vermelha para pedir auxilio).
Após isto, conseguia-se ver uma grande diferença do que era antes os Estados Unidos,
um estilo de vida próspero, saudável e feliz “The American Dream” e no que se tinha
tornado, num país rodeado de caos, miséria e pobreza. Esta crise veio a afetar o resto
do mundo, pois vários países eram dependentes dos bancos americanos e do dólar,
por ser uma moeda de referência. O liberalismo começou assim, a ser questionado
(Crise do Liberalismo), pois as pessoas começaram a perder a fé no capitalismo e a
acreditar nos regimes de extrema direita (como o fascismo e o nazismo).
Em 1932, Roosevelt foi eleito presidente e finalmente algo iria mudar, inspirado na
teoria de John Keynes (Keynesianismo), onde era necessário a intervenção do estado
na economia americana, aplicou um novo pacto económico que iria tirar os EUA da
crise, o New Deal. Dividido em duas fases, passava por: lutar contra o desemprego e a
miséria, tomando medidas financeiras rigorosas; controlo de instituições financeiras e
de investimentos na bolsa, sujeitas a inspeções; tirou várias dividas aos agricultores e
27
pagou-lhes para que não produzissem mais; construi várias obras públicas; protegeu a
industria; criou um salário mínimo; regulamentou o horário de trabalho.
Embora todas estas medidas, os EUA só conseguiram sair a 100% da crise com o fim da
2ª Guerra Mundial com a exportação de produtos industriais, armamentos e
medicamentos.
Fascismo e Nazismo
O nazismo e o fascismo foram dois regimes de extrema direita que apareceram como
uma “consequência” à crise de 1929, pois com a pouca fé no liberalismo e com o medo
pelas extremas esquerdas e pelas suas revoltas socialistas (comunismo), as pessoas
começaram-se a apoiar aos regimes totalitários de direita. Totalitarismo remete para o
poder que se concentra todo numa só pessoa ou partido único, ficando o Estado
apenas com o poder social e individual. Com a crise, a fome e o desemprego, estes
regimes políticos apoiavam-se na mudança destes fatores e foi assim que conseguiram
chamar à atenção da população.
Para conseguirem chamar mais a atenção da população e tentarem que mais pessoas
aderissem a estes partidos políticos, utilizavam duas “armas” muito potentes: a
violência (onde espancavam e torturavam todos os que faziam parte de outros
partidos democratas ou socialistas), milícias armadas que promoviam paradas para
demonstrarem a sua força; propaganda, onde através da imagem, discursos e
manifestações prometiam ordem e segurança, fim do desemprego e melhoria de vida
(atraindo assim todas as classes).
28
alfandegários, controlo das exportações e importações) e o setor industrial,
conquistaram a Etiópia (permitindo assim o acesso a fontes e recursos). Os ideais
fascistas incutiam a partir dos 4 anos de idade obrigações para aderirem a este regime
e aos 18 anos aderiam à Juventude Fascista, isto mantinham-se até à idade adulta com
a adesão a diversas organizações como: o Partido Único, as Corporações e a
Dopolavoro. Posto isto, o Estado fascista excedeu-se a vários níveis tanto político,
económicos, social e cultural.
Estalinismo
Após a morte de Lenine, Estaline subiu ao cargo de presidente da URSS (ficando
Trotsky para trás), em 1928. Empenhou-se na construção de uma sociedade socialista
e de uma Rússia numa potência mundial e conseguiu-o através de uma data de
medidas, como a coletivização dos campos, da planificação económica e do
totalitarismo repressivo do estado.
29
Entretanto, na parte da planificação económica, Estaline decidiu avançar com a
produção industrial e para tal, desenvolveu planos quinquenais que visou o
incrementou da industria. O primeiro plano quinquenal (1928-1932) focou-se na
industria pesada, promoveu o investimento maciço e apostou na formação de
especialistas e engenheiro, apesar de ter contribuído imenso para a produtividade
industrial, pouco melhorou na vida quotidiana das pessoas. Posto isto, o segundo
plano quinquenal (1933-1937) apoiou-se mais na produção de bens de consumo
(vestuário e calçado), os seus resultados foram honrosos). O último plano quinquenal
(1938-1941) interrompido pela 2ª Guerra Mundial, voltou a pressionar-se na industria
pesada e química. Mas já nesta altura, a URSS conseguiu se tornar na 3ª potência
mundial, atrás dos EUA e da Alemanha.
30
(onde os comunista se mantiveram ausentes) tiveram como sua principal figura o
socialista Blum e forneceram um grande impulso à legislação sociável, a partir de um
movimento grevista, este movimento foi levado a cabo por trabalhadores e afetou a
industria automóvel e aeronáutica, levando a um sentimento de libertação social. O
governo acabou por intervir através dos “Acordos de Matignon” (7 de junho), onde se
determinou os contratos coletivos de trabalho entre empregados e assalariados, a
liberdade sindical, aumentos salariais, novas horas de trabalho e o direito de 15 dias de
férias. Também aplicaram a escolaridade obrigatória até aos 14 anos, desenvolveram o
desporto e o cinema, regularização a produção e nacionalizaram as fábricas. Com estas
medidas a Frente Popular apoiava a classe trabalhadora e apoiava a crise. No entanto,
terminara em 1938, com o fracasso da politica económica de Blum levada pela
oposição dos grandes empresários.
31
Apesar destas características não deixou de produzir obras de referência, sendo hoje
património cultural. A imprensa, o rádio e o cinema foram os meios de comunicação
mais importantes:
Imprensa:
Vocabulário simples e atrativo, frases curtas em jornais, com grandes
títulos, ilustrados com fotografia e revistas. Também o livro se tornou
bastante popular.
Rádio:
Mais popular de todos, acessível, importante meio de difusão pois
transmitia notícias, músicas, novelas, debates, etc. Esta abrangência do
rádio transformou-a num veículo privilegiado de propaganda.
Cinema:
Aparece em França e rapidamente se universaliza, adquirindo uma
dimensão mais próxima da realidade, desenvolvendo vários géneros. De
todos, foi o que mais contribuiu para a difusão de modelos
socioculturais e estandardização de comportamentos.
Entretenimentos coletivos:
Sob o impulso dos media, o desporto tornou-se um fenómeno de
massas. Para além da emoção do espetáculo, os ídolos desportivos
proporcionavam o sonho da ascensão social.
32
Esta arquitetura desenvolveu-se em vários polos, tendo-se destacado em França. A
arquitetura funcionalista foi bastante contestada por excessiva rigidez e
despersonalização. Surgiu então uma um novo estilo, o funcionalismo orgânico. As
suas preocupações estenderam-se até ao urbanismo.
No ano seguinte, deu-se uma guerra civil, entre o norte do país e a zona de Lisboa, pois
havia uma grande instabilidade governativa e bastantes atos de violência (como a
“Noite Sangrenta” onde assassinaram vários chefes do governo).
33
Isto, levou à falência da 1ª República. As forças da oposição (igreja, grandes
proprietários capitalistas e classe média) uniram-se para levá-la à falência. Posto isto,
Portugal tornou-se um alvo fácil para as soluções autoritárias, acabando por, a 28 de
maio de 1926, sofrer um golpe militar.
Em 1928, António de Oliveira Salazar foi nomeado para pasta das finanças,
apresentando pela 1ª vez, em 15 anos, saldo positivo no orçamento. Este sucesso fez
com que fosse nomeado para chefe do governo. Instaurou uma nova ordem politica:
criou estruturas institucionais, lançou as bases necessárias para a criação de um único
partido- União Nacional, fez um ato colonial, onde se consagrava a missão civilizadora
e publicou o Estatuto do Trabalho Nacional e extindiu os sindicatos livres e partidos
políticos. Com estas medidas, aprovou-se a constituição que consagrava a ditadura
civil, através do plebiscito, o Estado Novo.
Estado Novo
O Estado Novo era um estado autoritário (os poderes concentravam no Presidente do
Conselho), conservador e tradicionalista (pois o seu ideário assentava em valores
inquestionáveis como Deus, Pátria, família, autoridade, obediência, paz social, respeito
pelas hierarquias e austeridade), nacionalista, que repudia a democracia e o
parlamentarismo, impondo condicionamentos às liberdades individuais submetendo-
as aos “superiores interesses da nação”. Era considerado um “estado forte” e um dos
princípios era “tudo pela nação, nada contra a nação”. Era uma ditadura apoiada por
grandes proprietários, alta burguesia, monárquicos, militares e pela igreja, baseou-se
nas formas e estruturas político-institucionais dos modelos fascistas.
34
Foi através de um conjunto de instituições e processos que asseguraram a adesão da
população ao regime, tais como: o Secretariado da Propaganda Nacional, a União
Nacional, a Legião Portuguesa (organização miliciana), a Mocidade Portuguesa
(designava-se a incutir nos jovens os valores nacionalistas), a Obra das Mães para a
Educação Nacional (destinada à formação de mães e mulheres), a Fundação Nacional
para a Alegria no Trabalho (controlava os tempos livres dos trabalhadores), etc. Como
outros regimes ditatoriais, também o Estado Novo rodeou-se de um aparelho
repressivo, começando pela censura prévia (imprensa, teatro, cinema, musica, etc.) a
quem cabia a proibição de certos conteúdos. A polícia Política (inicialmente PVDE, após
1945 PIDE) que prendia, torturava, matava opositores ao regime e por fim, prisões e
campos de concentração para presos políticos.
Adotou também a política das obras públicas, que recebeu um forte impulso com a lei
da Reconstituição Económica (1930) e procurava combater o desemprego e dotar o
país das infraestruturas necessárias para o desenvolvimento económico. O ministro
das obras públicas, Duarte Pacheco, desempenhou o papel de relevo nesta política
35
através da construção de caminhos-de-ferro, de estradas (favorecendo uma maior
acessibilidade aos mercados externos), edificação de pontes, redes telegráficas e
telefónicas, obras de alargamento nos portos, aeroportos, construção de barragens,
hospitais, escolas, universidades, tribunais, prisões, monumentos, etc. No entanto, a
indústria não constituía uma prioridade ao estado, o pouco crescimento que tinha
estava associado ao âmbito rural. A política de condicionamento industrial traduzia-se
por o Estado definir as prioridades iniciais da industria, determinando que qualquer
industria necessitava de prévia autorização do Estado, este condicionamento visava
sobretudo industrias de exportação de produtos. Esta política refletia no dirigismo
económico onde o Estado Novo pretendia assegurar o controlo da indústria e regular a
atividade produtiva e concorrência, evitando a sobreprodução, queda de preços,
desemprego ou agitação social. Este condicionamento acabou por criar obstáculos à
modernização, nos setores que mobilizavam maiores capitais expandiu os monopólios,
limitando a concorrência.
36
3.A degradação do ambiente internacional
Compreender a Irradiação do fascismo no mundo
Na década de 30, as ditaduras espalharam-se por toda a Europa, devido à grande
depressão e descrença por parte das democracias parlamentar em resolver os
problemas. O nazismo levou a instituição de regimes conservadores e autoritários em
Portugal, Grécia, Turquia, etc. Em 1938-39, a Áustria e a Checoslováquia foram
anexadas pela Alemanha. Em Espanha, após uma guerra civil de 3 anos, o general
Franco com o apoio Italiano e Alemão, instalou o franquismo. Também na América
Latina e no Extremo Oriente se instalaram regimes autoritários, influenciados pelos
modelos fascistas europeus, como o Brasil e Japão.
A atitude adotada pela SDN e dos regimes democráticos, como França e Inglaterra, fez
com que o fascismo se expandisse ao longo dos anos 30. O japão invade a Manchúria
(1931) e abandona a SDN (1933), a Itália conquista a Etiópia (1935-36), que fazendo
parte da SDN teve que pagar pequenas sanções económicas. A Alemanha (com a ideia
do espaço vital) abandona a SDN em 1933 e consegue o território do Sarre, através de
um plebiscito, indo contra o tratado de Versalhes. Em 1936, Hitler remilitariza a
Renânia. Todas estas conquistas tinham o objetivo de criar uma Grande Alemanha. Em
1938, a França e a Inglaterra (através dos acordos de Munique) aprovaram à expansão
da Alemanha como forma de travar o comunismo. Desta forma, os italianos
pretendiam estender-se até ao Mediterrânio Ocidental e os alemães testar os novos
materiais bélicos, preparando-se para os futuros conflitos.
A inoperância da SDN
A inoperância da SDN e a condescência da França e Inglaterra, como apoiantes do
movimento fascista e que ia contra o tratado de Versalhes, refere-se ao facto de, no
caso da SDN nunca ter contado com o apoio da EUA (pois este não intervinha na
política europeia), a URSS só entrou para a SDN após a saída do Japão e da Alemanha,
todas estas ausências impediram uma SDN firme. A França e Inglaterra iam cedido
para o Hitler, pois receavam uma guerra.
Esta política pacifista teve lugar nos Acordos de Munique, em 1936, quando o general
Francisco Franco criou um movimento militar (nacionalistas, grandes proprietários,
monárquicos, etc.) contra o comunismo da Frente Popular, apoiado pela Itália e
Alemanha (estes com a intenção de se expandirem pelo mediterrânio e testar os seus
37
materiais bélicos, respetivamente, preparando-se para o futuro conflito). Os
republicanos contavam com o apoio da URSS, fazendo com que a guerra civil em
Espanha fosse uma luta entre comunismo e fascismo. Tanto a França como a Inglaterra
não interviram (principio da SDN), facilitando a vitória dos nacionalistas.
Posto isto, a Alemanha negociava um pacto pacífico com a URSS para que, em caso de
guerra, existisse partilha dos territórios. Desta forma, Hitler via-se cada vez mais perto
da expansão do seu “espaço vital”. A França e a Inglaterra acabam por intervir,
proclamando guerra à Alemanha, apoiados pela Polónia, Grécia, Roménia, Bélgica e
Países Baixos.
2ª Guerra Mundial
As causas da segunda guerra mundial foram principalmente o falhanço da SDN e a
expansão do fascismo/nazismo, foi um conflito verdadeiramente mundial e total,
atingindo todos os continentes e matando milhões de pessoas. A Alemanha queria-se
vingar dos países que tinham saído vencedores na 1ª Guerra Mundial ao expandir o
seu “Espaço Vital” e sair da SDN. Forma assim, uma aliança com Itália e Japão (Eixo
Berlim-Roma-Tóquio) e faz um acordo com a Rússia, na qual em caso de guerra,
dividiam a Polónia. De 1 de setembro de 1939 a 1942, as forças do eixo nazi-fascista
dominavam o mundo (França, URSS, Polónia, etc.) cometendo atrocidades. A França e
a Inglaterra declaram então guerra em 1939, quando Hitler invade a Polónia.
Posto isto, a Europa encontrava-se totalmente destruída e vão emergir duas grandes
potências vencedoras: os EUA e a URSS, separados por diversas divergências, vão dar
origem a um mundo bipolar.
38
Módulo 8
1.Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
A Reconstrução do pós-guerra
Após a 2ª Guerra Mundial dá-se a criação da ONU (1945) e divide-se a Alemanha pela
Inglaterra, França, EUA e URSS e a cidade de Berlim em dois (muro de Berlim): o lado
capitalista (EUA e Europa Ocidental) e o lado comunista (URSS e Europa Oriental),
criando uma cortina de ferro.
Meses mais tarde reuniram-se em Potsdam, com o fim de conciliar o alicerces da paz,
mantendo-se as medidas antes aplicadas:
39
internacional. Criou-se assim, um novo sistema monetário internacional, assentando o
dólar como moeda-chave. Criaram-se também dois importantes organismos:
Assembleia-Geral:
Formada pelos estados-membros, cada um com direito a um voto
Conselho de Segurança:
Composto por 15 elementos (5 permanentes –URSS, Reino Unido,
China, EUA e França– e 10 rotativos –eleitos pela assembleia-geral);
Órgão responsável pela manutenção da paz e segurança, emite
“recomendações”, decreta sanções económicas e intervém com as suas
forças militares;
40
As decisões são a uma maioria de 9 votos, no entanto, se um estado
membro se opuser a decisão é nula.
Secretariado-Geral:
À frente deste está o secretário-geral, eleito pela assembleia. Cabe-lhe
tomar parte das reuniões do conselho de segurança, coordenar o
funcionamento burocrático da organização.
Conselho Económico e Social:
Objetivo de promover a cooperação a nível económico, social e cultural
entre as nações;
Tribunal Internacional de Justiça:
Resolve os conflitos entre Estados;
Conselho de Tutela:
Criado para administrar os territórios que estavam sob a alçada da SDN;
Nas três décadas que seguiram a guerra, nasceram 70 novos países nestes dois
continentes. A maioria destes novos países constituem o Terceiro Mundo (regiões mais
podres e mais populosas do mundo). O Terceiro Mundo apesar da sua autonomia
política, continua na dependência económica dos países ricos (muitas antigas
41
metrópoles), estes exploram os recursos e em troca os países do Terceiro Mundo
recebem produtos manufaturados. Sendo um negócio injusto, o Terceiro Mundo
denuncia este verdadeiro neocolonialismo e reivindica a criação de uma “nova ordem
económica”.
A Guerra Fria
A Guerra Fria foi caracterizada como uma guerra improvável e uma paz impossível,
pois foi uma guerra cheia de conflitos indiretos, onde no entanto ambas as duas
potências não se entendiam.
Após o lançamento das duas bombas americanas sobre o Japão, a URSS começa a
investir também nessa vertente, no entanto, ambos os países sabiam que se iniciassem
uma guerra de bombas atómicas ninguém sobreviveria. Começou então, uma corrida
de armamento nuclear e convencional, para ver qual seria mais desenvolvido. A URSS
levou o 1º satélite e a 1ª cadela ao espaço, enquanto que os EUA levaram o 1º homem
42
à lua e criaram a NASA. Por fim, ambos criaram pactos militares entre os países
aliados, no lado capitalista a NATO e no lado comunista o Pacto Varsóvia.
Outro conflito indireto foi a guerra entre a Coreia do Norte (apoiados pela URSS) e a
Coreia do Sul (apoiados pelos EUA). Ambas as potências apoiaram bastante a
descolonização pois, eram novos países que podiam-se juntar tanto ao comunismo
como ao capitalismo. A influência soviética em Cuba confirma-se quando, em 1962,
são vistos mísseis russos a médio alcance, capazes de atingir os EUA, a exigência do
presidente Kennedy põe em causa uma guerra nuclear. A 2ª vaga de descolonização foi
bastante apoiada pelas duas superpotências, nomeadamente em África.
A adoção das medidas tomadas em Inglaterra serviu de exemplo aos países europeus:
43
Prosperidade Económica
O crescimento económico do pós-guerra deu-se devido a planos de desenvolvimento
que permitiram estabelecer prioridades, rentabilizar a ajuda Marshall e definir
diretrizes. Os acordos de Bretton Woods e a criação da CEE tiveram um papel também
importante.
Entre 1947 a 1948, o partido comunista era o único partido na Europa, defendendo
que a gestão do estado pertence às classes trabalhadoras. Na China Mao Tsé-Tung
instaurou uma república popular, apesar de se ter afastado da URSS, a China seguiu o
modelo político e económico do socialismo russo.
Bloqueios Económicos
Passando a industrialização, as economias planificadas começam a mostrar as suas
debilidades, a planificação excessiva afeta as empresas, que não têm autonomia para a
seleção de produções, equipamentos, fixação dos preços e salários. Uma gestão
burocrática tenta cumprir as quantidades previstas no plano. Na agricultura, a falta de
investimento, organização e camponeses afeta a produtividade.
44
Partindo do exemplo da URSS, agora liderada por Kruchtchev, foram criadas reformas
em quase todos os países da Europa socialista:
No entanto, estas medidas ficaram muito aquém das expectativas, sendo incapazes de
relançar as economias do bloco socialista.
O comunismo chinês foi marcado pelo papel dos camponeses, atribuindo a liderança
revolucionária a estes (Maoísmo). O objetivo deste era uma revolução total por parte
das massas, recorrendo a campanhas. Em 1958, surge o “grande salto em frente”:
pretendia o fomento da agricultura e a integração dos camponeses em comunas
populares lideradas pelo Partido Comunista Chinês. A sua prioridade passou para os
campos, onde se deviam desenvolver as produções agrícolas e industriais. No entanto,
esta reforma fracassou. Mas estabeleceu os fundamentos doutrinados de um
socialismo nacionalista. Através da revolução cultural (tinha por base o “livro
vermelho” que detinha frase de Mao e era venerado como defensor da verdade
absoluta. Deu origem a uma agitação social que levou à humilhação e ao assassinato
de muitos opositores), em 1964, o maoísmo foi estimulado. Os reforços de Mao foram
coroados quando a China entra para a ONU, 1917.
45
A ascensão da CEE
A Europa reconheceu a sua herança cultural comum e a necessidade de se unir para
voltar à prosperidade económica e influência política.
A crise dos anos 70 introduziu um novo ciclo económico que intercala períodos de
crescimento e estagnação. O crescimento económico, embora lento, manteve-se,
alguns setores industriais reconverteram-se, enquanto outros tiveram um forte
impulso. No aspeto social esta crise não atingiu a dimensão estratégica da grande
depressão. As estruturas do Estado-Providência cumpriram o seu papel, amparado o
desemprego e evitando situações de miséria extrema.
46
Crise energética:
Utilização do petróleo como arma política pelos países do Médio
Oriente (OPEP) aumentando o seu preço e reduzindo a produção
(“choques petrolíferos” –em menos de uma década o preço multiplicou
12x)
Instabilidade monetária:
Excessiva quantidade de moeda posta em circulação pelos EUA levou a
que suspendesse a convertibilidade do dólar em ouro, que desregulou o
sistema monetário internacional.
Esta crise introduziu um novo ciclo económico marcado pela alternância entre
períodos de crescimento e estagnação e por um desemprego elevado. Embora grave,
não atingiu as proporções da crise dos anos 30. Embora a um ritmo mais lento, o
crescimento económico manteve-se com a reconversão de alguns setores industriais e
o desenvolvimento de outros (tecnologias). Registou-se um aumento no setor
terciários e o comercio internacional nunca decaiu. As estruturas do Estado-
Providência cumpriram o seu papel amparando o desemprego e evitando situações de
miséria extrema generalizada.
47